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Os novos modelos culturais do mundo industrializado

O século XIX ficou conhecido como o “século da ciência”, devido sobretudo ao grande
desenvolvimento das ciências experimentais. Com efeito, a corrente filosófica
dominante neste século foi o positivismo, defendido por Auguste Comte, segundo o
qual os conhecimentos científicos eram construídos através de factos positivos, isto é,
aqueles que se podiam demonstrar experimentalmente.
Os principais progressos científicos do século registaram-se nas seguintes ciências:
• Ciências Naturais — estudos sobre as células, a hereditariedade e a evolução
das espécies;
• Física — estudos no campo da termodinâmica, da acústica e da eletricidade,
que deram origem a uma nova era nas comunicações;
• Medicina — descoberta dos anestésicos, da vacina contra a raiva e isolamento
do bacilo da tuberculose.
A ciência passou a dominar a vida moderna, fortalecendo a crença no progresso e na
prosperidade, que está associada ao espírito científico do século XlX.
Fruto do iluminismo e do liberalismo, o indivíduo e a natureza foram valores
celebrados e exaltados ao longo de todo o século XIX, estando também presentes na
ideologia do Romantismo, um dos movimentos culturais de maior força e abrangência
do séc. XIX.
No pensamento romântico, a atração pela natureza resulta de uma visão
pessimista e cética que lança ao mundo moderno, urbanizado e civilizado, isto é,
dominado pela máquina, pela tecnologia, pelo materialismo.
As cidades do séc. XIX, sobrelotadas e marcadas pela desigualdade económica e social,
sujas e barulhentas, eram bem a imagem dessa decadência.
Em contrapartida, a natureza era vista sob uma aura de idealismo que fazia repousar
nela o que de mais genuíno e autêntico havia na alma humana.
Era também no mundo rural que ainda se podia encontrar a verdadeira alma das
nações, cujas raízes medievais se faziam sentir de forma mais autêntica nos hábitos e
costumes da sua gente.
Os escritores e os artistas da segunda metade do século XIX passaram a interessar-se
pela análise da realidade social, criticando os vícios da sociedade burguesa. Este novo
movimento cultural é designado por realismo. O realismo inspira-se na vida real e no
quotidiano, quer da sociedade burguesa quer da vida dos bairros populares. O
romance realista constituiu um poderoso instrumento de crítica à sociedade burguesa.
Em Portugal - Eça de Queirós é o principal romancista representante do realismo na
literatura; na sua obra Os Maias, Eça retrata e denuncia os vícios da sociedade
portuguesa, especialmente da burguesia, no final do século XIX.

Na arquitetura, a segunda metade do século XIX foi marcada pela Revolução industrial,
que implicou novas necessidades e tendências na construção, ao mesmo tempo que
forneceu à arquitetura novas soluções e novos materiais, como o ferro, o cimento
armado e o vidro.
A Belle Époque corresponde a um período que vai de 1871 a 1914. Os “Loucos Anos
20” referem-se à época que abarca a década de 1920.
Durante a Belle Époque houve progressos na economia (indústria e comércio),
crescimento das cidades e melhoria das condições de vida. Nesse período instalaram-
se novos hábitos sociais, sobretudo entre a burguesia que ostentava publicamente a
sua riqueza, frequentava a ópera, cafés-concerto, salões de chá, serões,
acontecimentos desportivos, praias e termas.

Atividade:
Criar uma breve apresentação com imagens, vídeos, ilustrações e excertos literários
que exemplifiquem os seguintes conceitos:
. Os principais progressos científicos do século XIX
. Romantismo
. Realismo
. Novas soluções e novos materiais utilizados na arquitetura do século XIX
. Belle Époque

O trabalho será entregue e apresentado no dia 17 às 10h.

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