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Afinal, o que é Complexo de Édipo na

Psicanálise
O Complexo de Édipo é um dos conceitos mais importantes da
Psicanálise. Foi desenvolvido por Sigmund Freud, embora o termo
‘complexo’ tenha sido cunhado por Gustav Jung. Para desenvolver
este conceito, Freud inspirou-se na tragédia grega Édipo Rei, de
Sófocles.

O Mito de Édipo

Nesta peça, “um oráculo anunciou a Laio, rei de Tebas e a rainha


Jocasta, que seu próprio filho o mataria e se casaria com a mãe. O rei,
assustado, ordenou que levassem o filho, Édipo, para longe da cidade.

O menino foi criado por outro rei, cresceu forte e sábio, até que um dia
encontrou um homem em uma estrada, teve com ele uma briga e o
matou. Era seu pai.

Édipo chega a Tebas, a cidade se encontra ameaçada por um


monstro, a esfinge, que devora todo aquele que não consegue
resolver seus enigmas. Qual é o animal que tem 4 (quatro) pés ao
amanhecer, 2 (dois) ao meio-dia e 3 (três) ao anoitecer?

Édipo responde – O homem, em cuja infância engatinha anda ereto


sobre dois pés, na maturidade e ao envelhecer toma a ajuda de uma
bengala. A esfinge é derrotada e se joga no mar. Édipo torna-se rei de
Tebas e se casa com a rainha Jocasta, sem saber que se tratava de
sua própria mãe.

Tiveram filhos e foram felizes, até que descobriram a verdade e a


tragédia se consumou. Édipo fura seus olhos e Jocasta se enforca.”
Conforme o conceito formulado a partir desta peça, a criança vivencia
sentimento de atração pelo genitor de sexo oposto, enquanto nutre
sentimento de amor e ódio pelo genitor de mesmo sexo.

O Complexo de Édipo para a Psicanálise

Ainda segundo o criador da Psicanálise, o Complexo de Édipo


desenvolve-se durante a fase fálica, momento em que a criança se
torna consciente da diversidade entre os sexos.
Durante este período o bebê, habituado a receber total atenção do
sexo oposto, passa a ser alvo de inúmeras proibições, que para ele
eram antes desconhecidas. Não pode mais fazer o que bem entende,
não pode mais compartilhar o tempo todo o leito dos pais, deve evitar
andar nu à vontade, dentre outras interdições.

Ao perceber que não é mais o centro de todas as atenções, a criança


percebe a distinção entre ela e seus genitores. Com isso, tem início as
várias fases de passagem experimentadas, que definirá seu
comportamento na idade adulta, principalmente o referente à sua vida
sexual.

Neste contexto, se o processo transcorre normalmente, tudo tende


para que a menina se identifique com a mãe e desenvolva atitudes
femininas, ao passo em que o menino desenvolve características
masculinas, identificando-se com o pai. No entanto, caso haja um
grande temor de ficar sem a posse daquele genitor que é hostilizado,
pode possivelmente ocorrer no futuro atitudes homossexuais.

O Papel do Complexo do Édipo

O papel do Complexo de Édipo é permitir que o indivíduo faça a


transição da esfera dos instintos e dos impulsos para o universo
cultural. Quando não ocorre esta importante transição, o indivíduo
entre em um estado de inquietação psíquica extrema.

Para reprimir a sua libido, a criança entra em um processo simbólico


de castração. A superação do Complexo de Édipo, portanto, é
operada pela ameaça da castração.

Seu lugar é preenchido por uma das duas coisas:

a) identificação com a mãe ou

b) uma intensificação de sua identificação com o pai, resultado


mais normal, responsável por consolidar a masculinidade, no caso dos
meninos.

Ainda segundo Freud, no caso das meninas, a castração é aceita


como um fato consumado, não havendo neste caso, o temor da sua
ocorrência. Portanto, na resolução do Complexo de Édipo, a criança
oculta seus sentimentos, canalizando-os para a aceitação social,
direcionando-os para parceiros que, para ela, não representam um
tabu.

Dessa forma, ao optar pelos valores da civilização, oculta seus


instintos incestuosos, direcionando-os para o seu inconsciente.

Autor: Dermeval Barbosa de Souza Filho


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