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INDÍCE
1. CONTEXTO 4
1.1. INTRODUÇÃO 4
1.2. A MISSÃO E SEUS OBJECTIVOS 7
1.2.1. A Missão do Museu de Santa Maria de Lamas é: 7
1.2.2. Neste sentido, os objectivos estratégicos do Museu são: 7
1.3. A VISÃO 8
1.3.1. Onde queremos estar daqui a 1 ano? 8
1.3.2. Onde queremos estar daqui a 5 anos? 9
1.3.3. Mudança 11
1.3.4. Questões a serem pensadas… 11
2. OS PÚBLICOS 13
3. GESTÃO DE COLECÇÕES 23
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5.1. O CONSERVADOR-RESTAURADOR 49
5.2. ESTUDOS PREPARATÓRIOS E REGISTO DE INTERVENÇÃO 50
5.3. INTERVENÇÃO E ÉTICA DE INTERVENÇÃO 50
5.4. O PAPEL DA CIÊNCIA NA CONSERVAÇÃO 51
5.5. OS AGENTES DE DETERIORAÇÃO 52
5.6. SEGURANÇA 61
5.7. CONSERVAÇÃO E MANUTENÇÃO 65
5.8. EXPOSIÇÃO 69
5.9. PRIORIDADES DO MSML 70
6. O EDIFÍCIO 72
7. BUSINESS PLAN 78
8. ANEXOS 80
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1. Contexto
1.1. Introdução
Assim, percorrendo as dezasseis salas, surge um grande espólio que abrange desde a
talha dourada à imaginária, passando pela estatuária, cerâmica, medalhística,
numismática, pintura, mobiliário, têxteis, etnografia e ciências naturais e ainda por uma
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1.3. A Visão
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O MSML pretende começar a marcar uma posição mais firme ao nível dos
Públicos
1
Vide Lei-Quadros dos Museus, Art.3º .
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1.3.3. Mudança
Para que o papel delineado para o MSML seja sustentado no futuro, os próximos 5
anos irão ser fulcrais para a ocorrência de mudanças significativas, abrindo uma
nova fase ao desenvolvimento, expansão e projecção do MSML.
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2. Os Públicos
O que é significativo é que o Museu deve exercer sempre uma função pedagógica,
cultural e patrimonial tendo em conta, fundamentalmente, os grupos e as tipologias de
público que regularmente recorrem aos seus serviços:
- o espectador (visitante passivo);
- o público actor (visitante activo);
- o do público não visitante do museu.
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Através da avaliação do registo “Número Total de Visitantes por Mês” (Gráfico 1),
segundo dados enviados ao "Inquérito aos Museus" do Instituto Nacional de
Estatística pela Direcção da Casa do Povo, pode-se verificar um decréscimo anual do
número de Visitantes do MSML desde o ano 2000. É urgente inverter esta
tendência.
Pelo contrário, através das respostas ao Inquérito (vide Anexo 1) que foi enviado a
vários Serviços Culturais do concelho de Santa Maria da Feira, com vista à avaliação
dos Públicos Visitantes, pudemos verificar que estes têm vindo a crescer
substancialmente por todo o concelho. Veja-se com particular atenção o exemplo
significativo do Museu do Papel Terras de Santa Maria (Gráfico 2), que de todos é o
que se encontra geograficamente mais próximo do MSML.
Diversos factores concorreram positivamente de uma forma geral para este facto:
- a existência de um horário de funcionamento regular;
- a existência de um Serviço Educativo estruturado, dinâmico e com
capacidade para captar novos públicos;
- a existência de meios de divulgação como Website, prospectos e
merchandising;
- a prática de preços diferenciados.
3
Idem, p. 127-128.
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Têm vindo a ser utilizados três recursos inovadores relacionados com a informação
em Museus:
- A espectacularidade como forma de informação é procurada como uma
mais-valia, como forma de captar a atenção do visitante;
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Pela sua proximidade geográfica constitui um público-alvo que não deve ser ignorado,
possibilitando o desenvolvimento de uma série de actividades aos mais diversos
níveis, particularmente enquanto meio dinamizador de um activo serviço educativo
para acolhimento das várias faixas etárias de estudantes.
O ensino nos Museus tem como um dos seus primeiros objectivos a criação de
uma relação entre as Colecções do Museu e as necessidades e interesses do
Público. De um modo ideal, esta relação precisa de ser o mais activa dinâmica e
flexível possível.
Para que estes objectivos sejam atingidos em parte, há que criar diversos programas
com vista ao acolhimento das diferentes tipologias de Públicos:
1. Comunidade Escolar
- realização de programas inovadores e divertidos para alunos das diversas
faixas etárias, explorando sempre algumas das obras em exposição;
- ocupação lúdica e formativa dos tempos livres;
2. Grupos Familiares
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3. Terceira Idade
- a possibilidade de trazer até ao Museu “contadores de histórias”, de forma
a recordar e trazer à memória lembranças do antigamente;
- ocupação lúdica e formativa dos tempos livres;
4. Meios científicos
- potencialização da variedade do espólio do MSML através do contacto
com os meios especializados, facilitando o acesso e o estudo comparado
das várias colecções;
- ocupação lúdica e formativa dos tempos livres;
5. Público em geral
- atrair uma variada gama de público, nacional e estrangeiro, com
objectivos lúdicos e formativos;
4
Sobre os Serviços Educativos nos Museus e nas Galerias vide HOOPER-GREENHILL, Eilean –
Museum and Gallery Education. Leicester Museum Studies. Leicester, London and New York: Leicester
University Press, 1994.
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Cada museu proporciona um serviço educativo único; o mesmo serviço não pode ser
oferecido por dois museus; naturalmente existem poucos recursos das mais diversas
tipologias e isto influencia o tipo de educação proporcionado.
As escolhas abertas a cada museu relativas à decisão de que tipo de serviço
educativo vai desenvolver são enormes e apenas são limitadas pelos recursos
existentes; mesmo isto nem sempre constitui uma limitação definitiva na medida
em que os recursos podem advir de uma determinada política e objectivos.
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A criação de um grupo de apoio ao MSML surge como uma das formas de captação
de público, de divulgação do MSML e das acções e programas desenvolvidos, mas
também de angariação de receitas, face à obtenção de contrapartidas definidas a
priori.
A existência de grupos de “Amigos do Museu” é um procedimento muito comum
na gestão museológica actual, para além de que está estipulado na alínea 1 do Art.
47º da Lei-Quadro dos Museus Portugueses:
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3. Gestão de Colecções
MUSEU
SERVIÇO
PÚBLICO
Fig. 1 - Papel do Museu In EDSON, Gary; DEAN, David – The handbook for Museums. London and
New York: Roytledge, 1994, p. 27.
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Segundo Gary Edson e David Dean, uma boa gestão museológica começa com a
redacção de um conjunto de estatutos (o seu propósito institucional), que têm
de ser suportados por outros documentos, incluindo um manual de
procedimentos, linhas expositivas e um código ético concebido para o museu6.
5
FERNÁNDEZ, Luis Alonso – Museología. Introduccíon a la Teoría y Práctica del Museo. Primera edición.
Madrid: Ediciones Istmo, 1993, Nota 49, p. 340.
6
EDSON, Gary; DEAN, David – The handbook for Museums. London and New York: Roytledge, 1994, p.
28.
7
Weil, Stephen E. – Rethinking the museum. Washington and London: Smithsonian Institution Press,
1990.
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A tudo isto acresce o facto de, por ocasião da incorporação das várias peças no
MSML, não se ter realizado qualquer tipo de registo relativamente às mesmas. Assim,
a ausência de documentação específica relativa a cada uma das peças que permita
avaliar parâmetros como origem, autorias, datação, etc. é uma realidade.
Todavia, existe um conjunto vasto de Fichas de Inventário que não deixam por isso de
ser bastante omissas (vide Anexo 3):
- não informam a data e a autoria da sua realização;
- as descrições das peças são extremamente sucintas;
- quando referem a proveniência das peças, os dados são bastante evasivos
(Ex. Antiquário do Porto);
- não apresentam qualquer documento iconográfico que identifique as peças;
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Assim, a natureza dos dados que este Inventário comporta não o tornam numa fonte
de trabalho segura e credível.
Em suma, toda e qualquer investigação, que venha a ser feita sobre o MSML e as
suas colecções, tem de ter em atenção estes pressupostos.
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Assim, tem vindo a ser recolhido todo um conjunto de documentação com vista à
criação de um Arquivo dotado de informações relativas a:
- legislação;
- procedimentos museológicos;
- notícias relativas ao MSML e seu enquadramento retiradas da imprensa e
roteiros locais, etc.
Neste âmbito, tem-se procurado estudar cada uma das tipologias das colecções do
MSML com vista à realização de um inventário metódico e científico das mesmas,
sempre tendo em conta os pressupostos acima referidos.
Segundo a Lei-Quadro dos Museus Portugueses (vide Anexo 4) foi criado um novo
conceito de exposição Museológica, a “Colecção Visitável”. Assim, segundo o Art. 4º
da presente lei:
De facto, o MSML não cumpre ainda muitas das directrizes estipuladas pela presente
Lei-Quadro se tivermos em conta aquilo que é entendido como o conceito de Museu.
O cumprimento de tais directrizes é o objectivo primeiro deste Plano, muito embora se
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tenha plena consciência de que tudo passa por um processo extremamente moroso e
dispendioso.
Assim, a conversão do MSML em Colecção Visitável seria uma aposta enquanto que
se procura criar e reunir as condições mínimas ideais necessárias ao funcionamento
dos Museus previstas na presente Lei-Quadro.
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Uma boa política de gestão de colecções é fundamental para que o MSML atinja a sua
Missão de inspirar e desafiar a maneira como as pessoas experimentam, exploram e
desenvolvem as suas ideias sobre a diversidade do mundo através do uso criativo das
colecções do museu e dos recursos culturais.
A excelência do museu deve também depender da qualidade dos programas
educativos e de outros, enquanto que a importância do seu propósito e o valor
disciplinar dependem da sua colecção.
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1. Arte Sacra
Esta colecção surge de forma destacada no seio do espólio do MSML, não só
pela dimensão, como também pela qualidade das peças que a incorporam e
pela variedade tipológica das peças que a incorporam. Assim, esta colecção
apresenta as seguintes sub-colecções:
Imaginária
O MSML possui uma preciosa colecção de cerca de 300 imagens, das mais
variadas épocas e estilos, desde as imagens góticas às barrocas, passando
pela produção proveniente das oficinas de santeiros até às de produção mais
erudita. Estas encontram-se essencialmente expostas no piso superior do
Museu.
Talha
No MSML a colecção de talha tem a particularidade de se assumir enquanto
suporte expositivo da colecção de imaginária, mas também da colecção de
pintura. A talha surge nas suas mais variadas manifestações: retábulos, nichos,
sanefas, plintos, etc. Através dos vários exemplares do MSML podemos
contactar com os vários estilos de talha portuguesa.
Pintura
Embora a colecção não apresente uma qualidade erudita, destaca-se pela sua
grande variedade temática, atingindo mesmo, por vezes, um declarado carácter
popular. Os exemplares de pintura encontram-se normalmente ao nível dos
tectos das várias salas ou integrados nas predelas de alguns retábulos.
Mobiliário Litúrgico
Concentrados numa mesma sala, encontramos no MSML uma colecção com
cerca de 74 oratórios, cujas maquinetas nos dão a conhecer uma grande
variedade de formas e de estilos. Completam esta colecção alguns Sacrários.
Castiçais
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Embora não constitua uma das maiores colecções do MSML, nem apresente
um conjunto de peças de grande qualidade, assume uma particular importância
no contexto do MSML pelo facto de estar agrupada numa mesma sala, que por
esta razão adopta o seu nome.
Vestes litúrgicas
Apresenta o MSML uma rica colecção de vestes litúrgicas composta por
casulas, estolas, frontais de altar ou véus de cálice na qual predomina o
damasco e o adamascado.
2. Etnografia
Esta colecção é composta por uma grande variedade de objectos que vão desde
os utensílios de cozinha, a materiais associados a ofícios como a carpintaria ou a
tecelagem. De entre os objectos que integram esta colecção, destaquemos um rico
conjunto de cangas.
Esta colecção é extremamente importante na medida em que, durante o Estado
Novo (1926-1974) e a colocação em prática do corporativismo, foi estabelecido
que as Casas do Povo (instituições corporativas por excelência) fossem dotadas
de Museus locais. Assim, a Junta Central das Casas do Povo8 propôs um conjunto
de “Normas Gerais de organização dos Museus das Casas do Povo”9, onde propôs
a constituição de pequenos museus etnográficos.
3. Ciências Naturais
Esta colecção destaca-se por concentrar um conjunto de elementos da Natureza,
os “naturalia” dos Museus do século XV e XVI. Assim, minerais, fósseis, elementos
marinhos, colecções de insectos e animais embalsamados, aparecem num espaço
onde também surgem elementos artísticos, como que não havendo uma
diferenciação da sua natureza.
4. Estatuária
A colecção de estatuária abrange temáticas que poderão corresponder a
diferentes sub-colecções, nomeadamente, estatuária civil, religiosa e mitológica
(estas só poderão ser definidas após o registo das peças que as compõem no
8
Surge como administradora, prestando ajuda a centenas de casas necessitadas.
9
GABINETE de Estudos e Publicações da Junta Central das Casas do Povo - “Normas Gerais da
organização dos museus das Casas do Povo”, Dezembro de 1947.
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Livro de Inventário Geral). As inúmeras peças que a compõem têm vindo a ser
atribuídas a diversos escultores portugueses de finais do século XIX e da primeira
metade do século XX, como sejam, Teixeira Lopes, Soares dos Reis, Barata Feyo,
Sousa Caldas, Henrique Moreira, entre outros. Trata-se certamente de uma das
maiores colecções de estatuária portuguesa do género, muito embora seja
composta por estudos ou cópias em gesso.
5. Cortiça
Integrando-se o Museu numa das mais prósperas regiões corticeiras do Mundo,
possui uma grande colecção de diversas peças de carácter popular feitas
localmente adoptando como matéria-prima a cortiça. Por esta razão, distingue-se
esta colecção por ser um exemplo único da criatividade e da potencialidade desta
matéria-prima na criação de objectos artísticos.
6. Cerâmica
A colecção de cerâmica integra diferentes tipologias de peças que abarcam a
segunda metade do século XIX até aos nossos dias. Destaca-se a variedade
cromática e formal das mesmas, assim como a forma original como estão
expostas, sendo de realçar a maneira como algumas peças surgem penduradas
no tecto de talha dourada, criando assim um espaço muito original.
7. Iconografia do Fundador
O culto da personalidade do Fundador do Museu - Henrique Alves de Amorim -,
constantemente presente em todo o espaço museológico, através das suas iniciais
“HA”, afirma-se ainda através de uma colecção de retratos, de uma imensidão de
bustos e de uma colecção de medalhas onde surge retratado.
8. Mobiliário
O MSML apresenta uma grande colecção de Mobiliário civil, composta por uma
série de conjuntos de móveis de assento, mas também de mobiliário de quarto ou
de aparato. Tendo sempre presente de que a maior parte das peças constituem
réplicas, de maior ou menor qualidade, não deixam por isso de ser uma boa
manifestação e um excelente contacto com as tipologias e os estilos do mobiliário
português.
9. Numismática e Medalhística
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10. Curiosidades
O MSML surge como um “Gabinete de Curiosidades”, tal como nos Séculos XV e
XVI foram concebidos. Nessa época criaram-se os primeiros “museus” que
reuniam num mesmo espaço objectos de arte, objectos da natureza, medalhística
e outros com interesse para a interpretação de uma certa visão do Mundo. Estes
últimos compõem a colecção de Curiosidades do Museu e que surge dispersa pela
maior parte das salas do MSML.
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c. Marcação provisória
Devido às dificuldades inerentes aos moldes expositivos em que se encontram
as peças que formam o espólio do MSML, optou-se por se realizar todo um
conjunto de mapas manuais de apoio.
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e. Registo definitivo da peça. Este tipo de registo deverá ser efectuado por
técnicos especializados dada a delicadeza dos processos utilizados.
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10
FERNANDÉZ, Luis Alonso – Introducción a la nueva museología. Madrid: Alianza Editorial, 2002, p.
121.
11
PAIVA, Odete Maria de Matos – Museus e dinâmicas de inovação: a exposição temporária como
proposta de turismo cultural. Dissertação de Mestrado em Museologia e Património Cultural apresentada
à Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, 2001, p. 95.
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4.2. As Exposições
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Existem várias tipologias expositivas, consoante os vários autores (vide Tabela 1).
Os diferentes estilos expositivos coincidem, ao longo da história, com o grau de
acesso e conhecimento do Público aos bens do Museu, confirmando assim como a
sua realidade e cultura material criam conceitos e ideias12.
12
FERNANDÉZ, Luís Alonso – Op. Cit., p. 152.
13
Para a realização deste capítulo o nosso principal apoio e fundamento foi o estudo da autoria de Odete
Maria de Matos Paiva. Cfr. PAIVA, Odete Maria de Matos – Museus e dinâmicas de inovação: a
exposição temporária como proposta de turismo cultural. Dissertação de Mestrado em Museologia e
Património Cultural apresentada à Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, 2001.
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- características formais;
temporal)
Alonso
- intenção da mensagem;
- densidade dos conteúdos;, entre outros objectos artísticos)
- funções históricas.
- Exposição Emotiva, que tem por objectivo provocar um sentimento
no público. Dentro deste tipo encontramos as exposições históricas
ou evocativas e as exposições estéticas (pintura, escultura)
cada exposição visa estabelecer com o público)
- exposição pedagógica;
- exposição lúdica.
- exposição contemplativa
Blanco
Garcia
- exposição informativa
- exposição didáctica
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4.3. Informação
14
FERNANDÉZ, Luís Alonso – Op. Cit., p. 150.
15
PAIVA, Odete Maria de Matos – Op. Cit., p. 108.
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16
Idem.
17
Idem, p. 109.
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recebe, logo a sua execução deve ser cuidada. É este primeiro texto que vai
apresentam)
Tabela 2 – Classificação por autores dos textos que integram o discurso expositivo.
18
BLANCO, A. Garcia, p. 127 Cit. In Idem, p. 111.
19
FERNANDÉZ, L. Alonso – Diseño de Exposiciones: concepto, instalación y montaje. Madrid: Alianza
Editorial, p. 100.
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20
RICO, Juan Carlos cit. In Idem, p. 111.
21
Vide Temas de Museologia. Museus e Acessibilidade. MC e IPM: Lisboa, 2004, p. 39.
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Num mundo em que a globalização é cada vez mais um dado adquirido, a criação
de um website que dê a o conhecer o MSML a um Público mais vasto, é uma
realidade que urge implementar. Nume primeira fase, seria como que um “cartão de
visita” do próprio MSML, podendo futuramente vir a apresentar, por exemplo, imagens
e informação detalhada relativa às peças e às colecções através do acesso on-line.
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d. Multimédia e Internet
e. Ordem de prioridades:
- roteiro do Museu ou da Exposição:
- material para divulgação do Museu ou de uma exposição;
- publicações generalistas sobre o Museu;
- publicações generalistas sobre uma exposição;
- publicações da especialidade (monografias ou revistas).
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Segundo o Arts. 27º e 28º da Lei-Quadro dos Museus Portugueses, cabe aos Museus o
Dever de Conservar
1. O museu conserva todos os bens culturais nele incorporados.
2. O museu garante as condições adequadas e promove as
medidas preventivas necessárias à conservação dos bens culturais
nele incorporados.
Normas de Conservação
1. A conservação dos bens culturais incorporados obedece a
normas e procedimentos de conservação preventiva elaborados por
cada museu.
2. As normas referidas no número anterior definem os princípios e
as prioridades da conservação preventiva e da avaliação de riscos,
23
Cit. In FERNANDÉZ, Luis Alonso – Museologia introduccion a la teoria e práctica del museo. Madrid:
Ediciónes Istmo, 1993, p. 218.
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5.1. O Conservador-restaurador
É da competência do Conservador-restaurador24:
• Desenvolver programas de inspecção (pareceres técnicos) e acções de
conservação e restauro,
• Emitir pareceres técnicos e dar assistência técnica para a conservação e
restauro dos bens culturais,
24
Cfr. http://www.ipcr.pt/resources/docs//Código_ECCO.pdf
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O poder da ciência exacta em áreas como a conservação é cada vez mais forte. É
através do desenvolvimento da ciência, suas técnicas, meios e fórmulas, que melhor
podemos conhecer os objectos. Assim, poderemos proporcionar à conservação
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a. Forças físicas directas. Responsáveis por vários tipos de danos por choque,
vibração, abrasão, entre outros, que deformam, perfuram, fissuram, amolgam,
arranham e desgastam todo o tipo de objectos. Estão ligados a:
- manuseamento incorrecto dos objectos;
- problemas no suporte expositivo;
- em casos mais raros e graves, ao colapso de parte ou mesmo de toda a
estrutura do edifício;
Todos estes aspectos serão pormenorizadamente tratados mais adiante.
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II. Insectos (os roedores e os pombos são outras das pragas que degradam as
peças). Os insectos responsáveis pela degradação das obras de arte são
essencialmente:
- os peixinhos de prata (papel);
- os xilófagos, onde se incluem o caruncho e as térmitas (madeira) (Fig. 2);
- as traças (têxteis);
- os dermestídeos (materiais de natureza proteica, como a pele, o marfim e
a tartaruga).
A degradação provocada pelos insectos é progressiva, iniciando-se por pequenos
orifícios dispersos pela peça, podendo posteriormente levar a perdas acentuadas
de material e destacamentos, chegando por vezes à sua completa destruição.
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É muito importante usar para cada caso o insecticida ou pesticida mais adequado,
caso contrário podem ser produzidos danos irreversíveis. O edifício deve ser
encerrado durante o período de desinfestação, dando particular atenção aos
necessários isolamentos.
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A luz deteriora devido à sua natureza, tal como decorre do espectro electromagnético
que a define e que a situa na fronteira entre as radiações extremamente perigosas,
como os raios cósmicos e os raios X, e as outras praticamente inócuas no tocante à
conservação como, por exemplo, as ondas utilizadas em rádio e televisão. A sua
acção resulta da “exposição à luz” ou seja a “quantidade de luz” – definida pelo
nível de iluminação – que actua durante um certo intervalo de tempo.
Nota: o nível de iluminação mede-se em Lux e tem ainda hoje valores de referência
que importa conhecer e que são os seguintes:
- materiais mais sensíveis: 50 lux;
- materiais menos sensíveis: 150 lux.
25
CASANOVAS, Luís Elias – A Luz nos Museus. Algumas regras elementares para o controlo da
deterioração., 2001 (texto policopiado).
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Esmaltes – Peças em
Tartaruga ou madrepérola +/- 20º +/- 55% +/- 100 Lux
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Mobiliário
Escultura em madeira dourada e +/- 20º +/- 55% 80-100 Lux
estofada
Mas a supressão das radiações ultravioletas não constitui mais do que uma medida
correctiva e os seus efeitos não permitem de forma alguma que se considere que uma
vez suprimidas essas radiações, a luz se torne inofensiva.
Um aspecto muito particular e que não deve ser alvo de uma menor atenção é o da
iluminação das vitrinas museológicas, nas suas mais diversas tipologias (vide
Tabela 4).
Em linhas gerais, há que ter presentes alguns critérios que, independentemente do
sistema lumínico escolhido, permitam que o objecto possa ser correctamente
contemplado:
- a iluminação interna ser sempre superior à luminosidade externa, caso contrário, o
esforço visual para contemplar os objectos será considerável e com a probabilidade de
ocorrerem importantes reflexos no vidro;
- as vitrinas têm de ser distribuídas no espaço de modo a que sobre a superfície do
vidro, em ângulos de observação de 30º em relação à sua superfície, não apareça
reflectida no vidro a imagem de outra vitrina igualmente “mais iluminada”;
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Todo o espaço que rodeia a peça pode ser apenas uma caixa
de vidro. A iluminação é sempre feita a partir de fora. O único
Módulos
modo de evitar sombras (…) é através da colocação vertical da
luz e o raio não ultrapassa a base de apoio da peça.
Tabela 4 - Tipologias de vitrinas In RICO, Juan Carlos – Los Conocimientos Técnicos. Museos,
Arquitectura, Arte. Madrid: Sílex, 1999, p. 197.
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h. Humidade e temperatura. Desde que não tenha sido detectado qualquer tipo de
dano ou alteração nos objectos, o ambiente onde as peças se encontram não deve ser
alterado. Caso seja necessário modificar as condições ambientais devem, de qualquer
forma, evitar-se as variações bruscas de temperatura e/ou humidade (vide Tabela 3).
Recomendações gerais:
- evitar a abertura descontrolada de janelas e portas, sobretudo quando a temperatura
exterior for muito elevada;
- verificar regularmente a existência de vidros partidos nas janelas ou clarabóias, a
estanquidade das janelas e das portas e o funcionamento das portadas e persianas;
- verificar a existência de infiltrações de águas pluviais ou resultantes da própria
canalização; retirar dos locais onde tal se verifique todas as obras que possam ser
afectadas; dar especial atenção à prevenção de infiltrações e condensações
superficiais em locais com revestimentos murais decorativos;
- afastar os objectos das fontes de calor directo;
- procurar recorrer a vitrinas especiais em espaços que não disponham de sistemas de
controlo das condições ambientais e em que haja necessidade de proteger objectos
mais sensíveis às oscilações de humidade;
- sempre que haja necessidade de alterar as condições ambientais de um espaço,
deve procurar-se o aconselhamento de um conservador-restaurador acreditado pelo
IPCR.
5.6. Segurança
A segurança dos bens culturais é mais uma atitude do que uma técnica. Deve ser
um comportamento geral adoptado face a uma técnica. De nada adianta possuirmos
os sistemas de segurança mais sofisticados se o comportamento das pessoas
(técnicos, guardas, público em geral) não oferecer essa atitude. Segundo o
especialista em segurança de museus, L.J. Femmely, o principal elemento detector é o
elemento humano, o que não significa que não prescindamos dos equipamentos.
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Museu de Santa Maria de Lamas
Plano Museológico
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Museu de Santa Maria de Lamas
Plano Museológico
II. Controle dos inventários – “o controle permanente dos objectos por meio de um
inventário e de sua inspecção directa joga com um papel triplo, indispensável na
segurança do museu, já que prevê um instrumento contra o roubo, uma indicação
imediata da ausência de um objecto e informação descritiva para recuperá-lo em
caso de roubo. O controle por meio do inventário é tão importante que devem ser
feitos todos os esforços para mantê-lo escrupulosamente em dia, assim como para
todos os ficheiros e medidas complementares de protecção”26.
Daí a importância fulcral do Inventário do espólio do MSML que se encontra em
fase já bastante avançada de elaboaração.
III. Protecção contra o fogo – “O fogo é o inimigo número um dos museus, pois os
danos que causa são, geralmente, irreparáveis. Tem tão graves implicações que
deve ser tido sempre que se trata de segurança nos museus. Os fins mais directos
da protecção contra o fogo são impedir que o fogo se produza, detectar a sua
presença, evitar que se estenda e extinguí-lo com o mínimo dano para as pessoas
e colecções que se encontrem no museu. Vista a complexidade deste tema e a
continua investigação e perfeccionismo nos aspectos técnicos da prevenção de
incêndios deve consultar-se uma fonte de informação completa e actualizada. A
mais útil é a “National Fire Protection Association”, organização internacional, sem
fins lucrativos, aberta a todo o mundo. Esta associação, publica anualmente um
conjunto de 16 volumes de regulamentos, normas e recomendações e manuais
elaborados pelos seus diferentes comités técnicos, entre os quais se encontram as
bibliotecas, museus e monumentos históricos”27.
Modos de prevenção:
- Garantir a limpeza regular dos locais com especial atenção aos espaços
menos utilizados, tais como cave, sótão, arrumos, vãos de escada, etc.;
26
FERNANDÉZ, Luis Alonso – Museologia introduccion a la teoria e práctica del museo. Op. Cit., p. 230.
27
Idem, p. 231.
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VI. Seguro. É urgente a criação das mais variadas apólices de seguros relativas ao
MSML, passando pelo edifício, furto e incêndio, mas também sobre as próprias
peças e funcionários.
Há que ter particular atenção aos processos de cedência de peças que envolvem
exigências de vária ordem e, entre elas, o seguro que se constitui como uma
condição indispensável à circulação de peças e simultaneamente como uma
garantia para a instituição ou particular que cede. O certificado de seguro deve
ser encarado como um passaporte com direitos e sem limite de obrigações29.
65-109
Museu de Santa Maria de Lamas
Plano Museológico
30
Idem, p. 87 e ss.
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Museu de Santa Maria de Lamas
Plano Museológico
Os riscos são sempre muitos e de diferente natureza, pelo que devem ser previstos os
métodos a adoptar, não só no manuseamento da peça, mas também na sua
deslocação e instalação no local pré-definido.
As peças de grande dimensão têm geralmente pontos frágeis devendo o seu
manuseamento revestir-se de especiais cautelas e a sua deslocação ser efectuada em
movimentos lentos e sincronizados para evitar danos.
Acrescente-se ainda que nas reservas os objectos devem ser protegidos das poeiras,
poluentes e da luz; as peças devem ser dispostas de modo a permitir um fácil acesso
e inspecção regular.
67-109
Museu de Santa Maria de Lamas
Plano Museológico
Peças de pequenas Podem ser protegidas ou embaladas e guardadas em armários arejados, para evitar
dimensões a criação fungos.
Devem ser acomodadas em prateleiras de metal reforçadas para suportar o seu
Esculturas de média
peso, com pequenos intervalos entre elas para que o seu manuseamento não
dimensão
interfira nem cause danos nas peças mais próximas
Peças mais pesadas Colocam-se no chão, em cima de bases de madeira suficientemente fortes.
Devem permanecer de preferência suspensas em biombos de rede, não devem ser
Pinturas
amontoadas, por constituir um enorme perigo para a sua integridade e conservação.
Sempre que possível, devem ser guardados em pastas dentro de gavetas (nunca
Desenhos
enrolados).
Devem ser embalados, dentro de caixas de cartão e guardados em armários e
Livros
estantes.
Devem ser acondicionados em armários com gavetas, previamente forradas com
Têxteis de menores papel livre de ácido evitando o contacto directo com as peças e permitindo a
dimensões colocação das mesmas na posição horizontal, sem ter que recorrer a dobras, que
vincam o tecido.
Colchas, tapetes e Devem permanecer devidamente enrolados e cobertos com tecido, em zonas onde
tapeçarias se colocam bandas anti-traça, para protecção de possíveis infestações.
Devem guardar-se dentro de armários de metal ou madeira, suspensas em cabides
Peças de vestuário
forrados e tapadas com capas de tecido para as proteger do pó.
As peças não devem ser amontoadas e devem permanecer sempre que possível
Peças de mobiliário
tapadas como forma de protecção contra o pó.
Peças especialmente O acondicionamento deve ser feito sempre que possível, dentro de armários com
sensíveis portas de vidro ou em prateleiras com protecções e/ou amortecimentos de espuma
(cerâmica, vidro, ou de feltro que evitem desgastes ou choques entre elas, ou mesmo com
ourivesaria e outras) contentores devidamente forrados.
Dada a sua extrema diversidade tipológica e cronológica, colocam problemas
particulares de guarda em reserva. As colecções mais comuns e menos exigentes
do ponto de vista das condições de climatização e contentorização – artefactos
líticos e objectos em cerâmica – poderão ser mantidas em reservas de carácter
geral, com mobiliário de arrumação muito elementar, de preferência estantes
Peças de arqueologia
metálicas, ou contentores e caixas de plástico.
As restantes requerem condições especiais, tanto de climatização, como é o caso
dos metais, ou de acondicionamento dentro de pequenos volumes, tratando-se de
vidros, ou ainda de assentamento em suportes estáveis, como por exemplo as
ânforas.
O acondicionamento obriga ao uso de equipamentos desenhados especificamente
Mosaicos ou moedas
para o efeito.
Caracterizam-se pela diversidade de materiais que, com grande frequência, entram
na composição de uma peça. São exemplos, alguns tipos de esculturas africanas,
em que muitas vezes a madeira convive com o metal e matérias orgânicas como
resinas naturais, sangue, etc., os adornos corporais e os instrumentos rituais
ameríndios, produzidos por vezes com recurso simultâneo a tecidos, entrecascas de
árvore, plumária, madeira ou pedra.
Também no caso das colecções referenciadas à vida tradicional portuguesa é
frequente a convivência de madeira com o metal, tecido, papel, couro e outras
matérias animais. Estas colecções caracterizam-se ainda pela grande diversidade de
dimensões de peças que as integram, desde os amuletos a tecnologias
Colecções
originalmente indissociáveis da utilização de determinados edifícios, como os pisões
etnográficas
de lã. Dada esta diversidade, e, como tal, a dificuldade de conservação das peças
por tipos de materiais, bem como a necessidade de sistematização das colecções
por áreas geográficas e/ou culturais, e, dentro destas, pela função desempenhada
pelos objectos no âmbito da sociedade que os produziu (actividades produtivas,
cerimoniais, lúdicas, etc.), a organização das reservas das colecções de etnologia
encontra-se dependente de uma aferição particularmente complexa das condições
de climatização e de acondicionamento, no sentido de se encontrar o máximo
denominador comum entre os diferentes tipos de materiais, no primeiro caso, e de
equipamentos (armários, vitrinas, etc.) suficientemente modulares e versáteis no
segundo caso.
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Museu de Santa Maria de Lamas
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c. Embalagem e transporte
O transporte de obras de arte é sempre uma operação delicada, mesmo quando
efectuada por pessoas competentes e experientes. Há uma série de incidentes que
podem pôr em risco as peças, desde os erros humanos que ocorrem durante o
manuseamento, a oscilações bruscas de temperatura e humidade, a problemas de
vibração, choque, furto, incêndio, etc.
Salientam-se três aspectos, que se relacionam entre si, a ter em consideração quando
se transporta um objecto: a sua fragilidade e condição física, o tipo de material e o
sistema de embalagem.
- Para garantir que num outro local de exposição as peças se mantenham dentro das
condições a que estão habituadas, é importante a medição da temperatura e da
humidade relativa no local de origem, bem como da sua amplitude de variação ao
longo do ano.
5.8. Exposição
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Museu de Santa Maria de Lamas
Plano Museológico
Acrescente-se, ainda, que os cuidados a ter com o espaço expositivo são, não só de
suma importância para o acervo permanente do MSML, como também para aquele
que possa vir a integrar temporariamente o seu espaço. De facto, no formulário de
avaliação de instalações e equipamentos (facility report) fornecido pela instituição
acolhedora de qualquer peça que venha a integrar uma exposição temporária, devem
constar todas as informações relativas a espaço disponibilizado para a exposição:
sistemas de controlo ambiental, níveis de iluminação, sistemas de segurança contra
intrusão e incêndio, procedimentos em matéria de vigilância, bem como descrição dos
locais de recepção e embalagem das peças. A avaliação destas condições é
importante e decisiva como critério de cedência31.
Numa primeira fase, devem ser tomadas uma série de medidas simples relacionadas
com o próprio edifício do Museu. Como veremos adiante, algumas delas já estão a ser
paulatinamente concretizadas.
A aposta na Conservação Preventiva surge como um meio realmente eficaz de
controlo das condições de deterioração dos espólios. Neste campo, não nos
podemos esquecer do “Programa de Apoio à Aquisição de Material de Conservação
Preventiva” proporcionado pela RPM a partir do momento em que um dado Museu se
candidata à inscrição na Rede.
31
Idem, p. 31.
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Museu de Santa Maria de Lamas
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6. O Edifício
O edifício que acolhe o MSML apresenta um carácter muito próprio decorrente da sua
época de construção (meados da década de 1950), com destacadas marcas
arquitectónicas (ex.: arcada), que poderão elas próprias vir a funcionar como imagem
de marca do próprio Museu, dado o seu carácter tão particularizado.
Não se esqueça a ligação ao Parque num prolongamento externo do Museu
potencializando o seu uso lúdico, ao qual não é também alheia a proximidade física do
Colégio Liceal de Santa Maria de Lamas dotado de equipamentos de apoio como
sejam um grande anfiteatro, criando ainda um potencial espaço para o alargamento do
espaço museológico.
Muito embora o MSML não apresente muitas das condições mínimas exigidas a um
espaço museológico, particularmente no que toca à acessibilidade e à existência de
espaços de acolhimento, não deixa por isso de apresentar possibilidades para futuras
adaptações.
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Museu de Santa Maria de Lamas
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Museu de Santa Maria de Lamas
Plano Museológico
a. Físicos. Estes surgem na medida em que o MSML foi criado numa época em que
provavelmente as questões ligadas à acessibilidade ao espaço museológico por
parte de pessoas com deficiências não eram ainda tão debatidas.
Os potenciais obstáculos físicos podem começar, por exemplo, pelo próprio parque
de estacionamento (falta de espaço) e entrada do museu (degraus e por vezes
portas muito estreitas).
A melhor forma de identificar estes obstáculos no MSML é proceder à realização
de percursos no interior do museu na companhia de pessoas com mobilidade
reduzida, o que ajuda também a detectar quais os melhores locais para fazer uma
pausa e descansar.
74-109
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32
“Atitudes Perante as necessidades especiais” In Aa.Vv. – Temas de Museologia. Museus e
Acessibilidade. Lisboa: MC e IPM, 2004, p. 29.
75-109
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33
“Atitudes Perante as necessidades especiais” In Aa.Vv. – Temas de Museologia. Museus e
Acessibilidade. Lisboa: MC e IPM, 2004, p. 22.
34
Idem, p. 27 e 28.
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7. Business Plan
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Anexos
Museu de Santa Maria de Lamas
Plano Museológico
ANEXO 1
81-109
RESULTADOS DAS RESPOSTAS AO INQUÉRITO
"Avaliação dis Públicos Visitantes dos Serviços Culturais
do Concelho de Santa Maria da Feira
INSTITUIÇÃO
Feira Viva
Castelo de Museu Cultura e Desporto
Parque
Santa Municipal "Imaginarius" Museu do Papel
Ornitológico Cine-Teatro Projecto
Maria da Convento Festival Internacional Terras de Santa Maria
de Lourosa António Viagem
Feira dos Lóios de Teatro de Rua de
Lamoso Medieval
Santa Maria da Feira
c. 3000 (p/ 3.200 ( base 500.000
Nº Visitantes mês) ano) Muito variável vide Tabela anexa (estimativa) vide Tabela anexa
As edições de 2001 a
2003
decorreram em
2000-2002
Setembro.
Primavera e Setembro a (Junho) De Outubro a Julho
A edição de 2004
Verão Maio 2003 e 2004 (ano lectivo)
esteve incluída na
(Agosto)
programação cultural do
Épocas do ano Euro 2004, pelo que foi
mais visitadas Verão realizada em Junho.
Grupos X X
X
Tipologia visitantes
X X
Escolares X X X
Universitários X X X X
Terceira Idade X X X X
Famílias X X X X
Estrangeiros X X X
Particulares
X
X X X X X
Encontra-se O facto de se
encerrado realizar
ao público Público entre em Agosto
desde 2000. os A tipologia dos inibe a
Observações:
Por isso, 18 e os 30 visitantes é participação
não existe anos diversa atendendo aos da O Público que mais visita
actualização espectáculos que se comunidade o Museu é a comunidades
de dados realizam na rua escolar escolar, em Grupos
Aplicável
apenas a
situações
Variáveis Variáveis pontuais
Variável
(vide Tabela (vide Tabela como: Torneio
(vide Tabela anexa)
anexa) anexa) Medieval (8€)
Variável Espectáculos Gratuitos e Justas
Entre os 5€ e (realizam-se no espaço Medievais
Taxas de Ingresso os 15€ público) (3€)
3ª a 6ªF -
9.30-12.30;
9.00h-17.00h
13.30-17.00
(1 de
Sáb/Dom/Feri
de Funcionamento
Inverno
Novembro a Depende dos
ados - 10.00- Espectáculos Nocturnos
30 de Abril) espectáculos.
12.30; 9.00h- (21.00h-02.00h) 30 de Julho a
Horário
Catálogo X
X
Prospectos X X X X
X X
83-109
Website X X X
X X
Merchandising X
X
Outdoors,
Outdoor,
Imprensa Local e imprensa, Acções de divulgação
meios de
Outros Exposições Livros Nacional televisão na imprensa, participação em
comunicação
Rádios Locais (spots e congressos e seminários
social
directos) nacionais e internacionais
Serviços
sujeitos a
Sim
procura
regular Sim Sim
Actividades de Visitas
Educação guiadas ao
Projectos de Formação
Ambiental Castro de Visitas guiadas, oficina de
Tipologia dos nas
direccionadas Romariz, produção manual de papel de
Projectos artes do espectáculo e
para os ermo (?) algodão, maleta pedagógica
em curso especificamente, Teatro
Serviços Educativos
84-109
técnicas nesta área
Recepção X X X X
Bengaleiro X
Loja X X X
Livraria X X
Sala de
Serviços
Acolhimento
Espaços de
Educativos X X
Auditório X X X
WC X X X X X
São utilizados ainda
Associações da
Cidade, Posto de
Turismo, Equipamentos
Outros Bar
Camarários (Piscinas Sede de
Municipais, Pavilhão evento e
Bar (onde se Desportivo e Biblioteca Posto de
insere a loja) Municipal) Turismo
Tel. 256 374
608 Tel. 22 7442947; Fax. 22 7459932
Feira Viva Cultura e
Fax. 256 374 Tel. 256 330 E-mail (provisório):
Contactos: Desporto E.M.
608 900 museudopapel@hotmail.com
256 330 900
22 7459822 Recepção - Rua de Riomaior, 338
93 8781078 256 372 248 4535-301 Paços de Brandão
Elsa Joana Cortez Maria José Adriana Márcia
Preenchido por: Lourenço Silva Lopes de Oliveira Brandão Cristina Pedrosa Fernandes Daniela Brandão
12 de 30 de 27 de 30 de
Outubro de Setembro de Setembro 8 de Outubro 30 de Setembro de Setembro de
Data 2004 2004 de 2004 de 2004 2004 2004 3 de Novembro de 2004
85-109
Museu de Santa Maria de Lamas
Plano Museológico
ANEXO 2
86-109
Museu de Santa Maria de Lamas
Plano Museológico
1. Museus
- Museu Municipal – Convento dos Lóios
- Museu do Papel Terras de Santa Maria
- Museu de Santa Maria de Lamas
2. Património
- Castelo de Santa Maria da Feira
- Igreja Matriz de Santa Maria da Feira
- Igreja da Misericórdia
- Castros de Romariz e de Fiães
- Solar dos Condes de Fijô
- Casa da Portela
- Quinta da Torre
- Casa Antiga de S. Jorge
- Praça da República
3. Lazer
- Parque Ornitológico de Lourosa
- Biblioteca Municipal
- Cine-teatro António Lamoso (Cineclube da Feira)
- Piscinas Municipais
- Ceias Medievais
- Centro de Cultura e Recreio do Orfeão da Feira
- IMAGINARIUS - Festival Internacional de Teatro de Rua de Santa Maria da
Feira
- Viagem Medieval – Semana Medieval
- 11º Encontro de Teatro de Paços de Brandão
- 8º Festival de Cinema Luso-Brasileiro de Santa Maria da Feira (5-12 de
Dezembro de 2004)
- Cinemas – Suil Park Shopping
4. Natureza
- Quinta do Castelo
- Jardins Municipais
- Jardins Europarque
87-109
Museu de Santa Maria de Lamas
Plano Museológico
- Porto Carvoeiro
- Quinta do Engenho Novo
5. Artesanato
6. Alojamento
- Hotel Nova Cruz
- Hotel Pedra Bela
- Residencial dos Lóios
- Inatel – Quinta do Castelo
- Pensão S. Jorge
- Hotel Íbis
- Residencial Tony
- Residencial Pousada do Sossego
- Quinta das Ribas
7. Termas de S. Jorge
8. EUROPARQUE
- Centro de Congressos
- Centro Cultural
- Centro de Ciência Visionarium
- IDIT – Instituto de Desenvolvimento e Inovação Tecnológica.
- PortusPark – Parque de Ciência e Tecnologia
88-109
Museu de Santa Maria de Lamas
Plano Museológico
ANEXO 3
89-109
90-109
ANEXO 4
91-109
92-109
ANEXO 5
93-109
BARREIRAS QUE IMPEDEM A ACESSIBILIDADE DO ESPAÇO35
ESPAÇO INTERIOR
Transportes – Um obstáculo físico pode ser a localização do museu, caso este esteja fora do
alcance dos transportes públicos. Caso tal suceda, deverá se ponderar a possibilidade de
fornecer ou facilitar os transportes ou negociar com empresas do ramo
Estacionamento – Devem ser reservados, no mínimo, dois lugares para veículos, em que
um dos ocupantes seja uma pessoa com necessidades especiais (as dimensões do espaço
reservado deve ser, no mínimo, de 550cm x 350cm). Esses lugares devem ser demarcados a
amarelo sobre a superfície do pavimento e assinalados com uma placa indicativa de
acessibilidade (símbolo internacional); para autocarros e carrinhas, deve também ser
reservado um espaço de carga e descarga de cadeiras de rodas. Todos estes lugares
reservados devem ficar o mais próximo possível da entrada do museu.
35
“Atitudes Perante as necessidades especiais” In Aa.Vv. – Temas de Museologia. Museus e
Acessibilidade. Lisboa: MC e IPM, 2004, p. 33-50.
94-109
ESPAÇO INTERIOR
Portas e corredores – O átrio de entrada não deve ter degraus ou desníveis acentuados.
Quanto às portas, as mais indicadas para a circulação são simples vãos na parede, com uma
cortina de ar. Depois as portas de correr. Asportas de batente devem ter puxadores em forma
de alavanca e não maçanetas. As fechaduras e manípulos das portas (que devem ser de
muleta) devem ter uma altura de 90 cm. A largura útil mínima dos vãos das portas de entrada
é de 90 cm, devendo-se evitar as portas giratórias. Os vestíbulos e corredores devem ter uma
dimensão que permita a manobra de retorno às pessoas; deve ser possível a inscrição de
uma circunferência com 120 cm de diâmetro e nos corredores de 150 cm.
Escadas – Quando houver recurso a escadas, estas devem ter a largura mínima de 150 cm,
estar equipadas com guardas dos lados exteriores e corrimões, de ambos os lados a 85 cm
ou 90 cm de altura, preferencialmente de madeira e com 4 cm de espessura de diâmetro. No
início das escadas, a textura do material que a reveste deve ser diferente da do pavimento
que as antecede. Os focinhos dos degraus devem ser assinalados com um contraste
cromático (tinta ou material anti derrapante), com uma largura de 5 cm em cada face;
boleados, com altura máxima de 16 cm e realizados em material com boa aderência. Em
último recurso, caso não haja possibilidade de acessibilidade, um visitante em cadeira
de rodas, poderá ver o museu através de um filme (criação de sala para o efeito).
Desníveis e rampas – O espaço expositivo não deve ter desníveis. A eliminação de degraus
traz vantagens, não só para os visitantes, como também para os funcionários (transporte de
peças e equipamento). Qualquer desnível com mais de 2 cm de altura deve ser rampeado ou
rebaixado; a inclinação não deve ultrapassar o 6 % (inclinação transversal 2%); extensão
máxima de um lanço deve ser de 6 m e a cada lanço deve seguir-se uma plataforma de nível
para descanso, com a mesma largura da rampa e 150 cm de comprimento. A largura mínima
das rampas deve ser de 150 cm (ambos os lados devem ter cortinas com duplo corrimão; um
a 90 cm e outro a 75 cm da superfície da rampa; os pavimentos das mesmas devem ter
protecção e revestidas de material que proporcione boa aderência e com diferenciação de
textura no inicio e fim da mesma).
Elevadores – Caso não exista elevador público, deve ser usado o de serviço.
Sinalética – Todo o espaço do museu deve ser claramente identificado de forma simples e
95-109
clara de modo a proporcionar uma boa orientação; deve existir sinalética que ceda
informação sobre o tipo de acessibilidade existente no museu. É importante o uso de
símbolos visuais e tácteis de fácil compreensão, que indiquem claramente os percursos, por
exemplo pela utilização de códigos de cor para cada área (Fig. 2). Os painéis informativos
devem ser de leitura fácil, pelo que o seu alinhamento deve indicar de forma clara a indicação
a seguir.
Uma melhor compreensão é facilitada por um contraste cromático forte entre as letras e o
fundo da placa informativa e outro entre o fundo da mesma placa e o suporte (parede,
expositor) onde está colocado. Quanto ao tipo de letra, pode ser variado, embora as letras
complexas, com sombras ou efeitos tridimensionais sejam de evitar. Deve-se adoptar letras e
números de fácil distinção. Quanto ao seu tamanho, depende da distância do leitor típico (no
caso de letras suspensas no tecto, as maiúsculas devem ter pelo menos 7,5 cm de altura e
nas tabelas de 1 a 3 cm; o tamanho da letra das legendas deve ser legível a um metro de
distância). O tamanho das letras depende da distância de leitura.
96-109
Iluminação – é necessário ter atenção a outros aspectos, tais como:
- Eliminação de sombras que podem ser confundidas com obstáculos;
- Incidência de focos de luz sobre superfícies brilhantes podem produzir encadeamento
ou sugerir o chão molhado;
- Escadas e cantos de salas devem ser bem iluminados;
- Evitar que a luz encandeie o visitante;
- Durante as visitas deve-se para em locais onde a cara do guia esteja iluminada para
permitir também a leitura labial;
- Exposições devem prever espaços bem iluminados ao lado das peças expostas para o
uso do intérprete de língua gestual.
Devem ser tomadas as seguintes medidas para tornar os objectos visíveis para o maior
número de visitantes:
- Devem reduzir-se ao mínimo as diferenças de iluminação dentro de uma sala e entre
as salas. Eventuais diferenças devem ter uma transição gradual para permitir a
habituação às mudanças de luz;
- Quando uma zona de exposição é necessariamente escura, deve haver um corrimão
que comece antes desta zona e a percorra toda para permitir a quem a vê mal no escuro
andar com confiança.
97-109
mobilidade, esses espaços devem conter cadeiras de diferentes alturas e tamanhos.
Recomenda-se uma altura do assento de 43-51 cm, sempre com costas de pelo menos 45
cm de altura. Uns devem ter apoios para os braços e outros não. Um contraste cromático
entre os assentos e o chão e os assentos e parede, evita que se transformem num obstáculo.
A sua localização é importante. Não devem ser colocados por baixo de painéis informativos
ou extintores, nem junto a portas. Uma alternativa às cadeiras e bancos, são encostos com
altura compreendida entre os 75 e 80 cm.
Casas de banho - uma das cabines deve medir 220 cm x 220 cm, para permitir o acesso o
acesso por ambos os lados da sanita. Nesta cabine é obrigatória a colocação de barras de
apoio. A porta deve ser de correr ou de abrir para o exterior. O pavimento deve oferecer boa
aderência. A colocação de lavatórios a 80 cm da superfície, apoiados por poleias e não por
colunas. As torneiras devem ser automáticas. Devem ser apetrechados com equipamento de
alarme adequado, ligado ao sistema de alerta.
Telefone
98-109
ANEXO 6
99-109
Realizado pela “European Confederation of Conservator-Restors’ Organizations”
(ECCO) e adoptado em Assembleia Geral (Bruxelas, 11 de Junho 1993)
100-109
possível, com futuros diagnósticos, tratamentos ou análises. Devem ser compatíveis
com os materiais constituintes dos bens culturais e, tanto quanto possível, fáceis e
completamente reversíveis.
Artigo 10. A documentação deve de incluir registos do diagnóstico, intervenções de
conservação e restauro e outras informações consideradas relevantes. Esta
documentação é parte integrante do objecto e deve estar disponível para o acesso
devido.
Artigo 11. O Conservador-restaurador deve realizar o trabalho, se for tiver
competência para isso. O Conservador-restaurador não deve nem começar ou
continuar um tratamento, que não se considere como o melhor interesse para esse
bem cultural.
Artigo 12. O Conservador-restaurador deve empenhar-se para enriquecer os seus
conhecimentos e capacidades, com o objectivo permanente de melhorar a qualidade
do seu trabalho a nível profissional.
Artigo 13. Sempre que se mostre necessário ou adequado, o Conservador-
restaurador deve consultar historiadores de arte ou especialistas em análises
científicas e deve participar conjuntamente numa troca ampla de informação.
Artigo 14. Em qualquer situação de emergência, onde um bem cultural esteja em
perigo iminente, o Conservador-restaurador, qualquer que seja o seu área de
especialização, deve dar toda a assistência possível.
Artigo 15. O Conservador-restaurador nunca deve remover materiais dos bens
culturais, a não ser que seja estritamente indispensável para a sua preservação ou
que interfira de tal forma com o seu valor histórico ou estético.
Os materiais removidos devem ser conservados, se possível, e o procedimento
documentado devidamente.
Artigo 16. Sempre que a utilização de um bem cultural seja incompatível com a sua
preservação, o Conservador-restaurador deve discutir com o proprietário ou seu
responsável legal, como executar uma reprodução de forma a não danificar o original.
101-109
IV . Obrigações para com os colegas e a profissão
Artigo 19. O Conservador-restaurador deve manter um espírito de respeito pela
integridade e dignidade dos colegas e da profissão.
Artigo 20. O Conservador-restaurador deve, dentro dos limites do seu conhecimento,
competência, tempo e meios técnicos, participar na formação de estagiários e
assistentes. O Conservador-restaurador é responsável pela supervisão do trabalho
realizado pelos assistentes e estagiários e tem a responsabilidade última sobre o
trabalho realizado sobre a sua supervisão.
Artigo 21. O Conservador-restaurador deve contribuir para o desenvolvimento da
profissão pela partilha de experiência e informação.
Artigo 22. O Conservador-restaurador deve empenhar-se para alcançar um
entendimento profundo da profissão e uma ampla consciência da conservação e
restauro entre os outros profissionais e o público.
Artigo 23. Os registos relativos à conservação e restauro pelos quais o Conservador-
restaurador é responsável são a sua propriedade intelectual (assunto relativo aos
termos de contrato de emprego).
Artigo 24. O envolvimento com o comércio cultural dos bens culturais não é
compatível com as actividades do Conservador-restaurador.
Artigo 25. Para manter a dignidade e credibilidade da profissão, o Conservador-
restaurador deve empregar apenas formas adequadas e informativas de publicitar a
sua relação com o trabalho.
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ANEXO 7
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REGRAS E PRINCÍPIOS BÁSICOS
a. Manutenção do edifício
1. Evitar todo o tipo de acção que contribua para alterar ou agravar as condições
interiores do edifício, em termos de humidade e temperatura, de modo a não
colocar em risco o equilíbrio que as peças mantém com o meio envolvente.
2. Evitar a acumulação de matérias combustíveis (tintas, diluentes, gasolinas, etc)
que são cargas térmicas, para além de resmas de papel, pilhas de madeira,
etc.
3. Solucionar o problema das instalações eléctricas, designadamente curtos
circuitos provocados por más instalações ou instalações sobreaquecidas.
4. Desligar todos os aparelhos eléctricos durante a noite.
5. Manter escadas, arrumos e sótãos desimpedidos.
6. Efectuar inspecções de rotina para detectar a presença de qualquer tipo de
alteração.
7. Vistorias realizadas pelo menos uma vez por ano.
8. Existência de extintores e água com pressão.
9. Saídas de emergência devidamente assinaladas.
10. Uso de materiais ignófagos.
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11. Não colar etiquetas directamente sobre os objectos, sobretudo sobre a
policromia ou em partes demasiado evidentes ou expostas na peça. Colocar a
identificação ou número de inventário em zonas discretas como a parte inferior
da base, etc.
12. Não utilizar fita-cola, clips, agrafos ou outros materiais metálicos nas peças ou
documentos.
13. A limpeza deve ser feita com cuidado, e se possível, recorrendo a pessoas
especializadas, como conservadores-restauradores ou técnicos trabalhando
sob a sua orientação.
14. Qualquer limpeza superficial de poeiras e sujidade das peças deverá ser
efectuada apenas em peças que não se encontrem fragilizadas, de modo a
evitar o agravamento do seu estado de conservação, e utilizando espanadores
ou panos muito macios, mas nunca recorrendo a água ou outros tipos de
solventes.
15. Para as peças fragilizadas contactar pessoal especializado.
16. As peças têxteis poderão ser aspiradas, desde que com sucção fraca e
controlada.
17. Não introduzir nenhum produto, nem cera, nem desinfectante, nem cola, nem
consolidante, porque qualquer um deles poderá ter um efeito nocivo e mesmo
decapante sobre a policromia ou acabamentos. Estes produtos deverão ser
aplicados por conservadores-restauradores.
c. Exposição
1. Verificar se os locais (suportes, plintos, prateleiras, etc.) de exposição têm as
dimensões adequadas (para que as peças não estejam em desequilíbrio ou
mal apoiadas) e a resistência necessária, para as não colocar em perigo.
2. Assegurar uma boa visibilidade das peças, evitando expor demasiados
objectos, o que além de poder criar constrangimentos mecânicos, poderá
também colocar problemas em termos de segurança.
3. Não permitir que as peças tenham qualquer tipo de contacto entre si.
4. Proteger as obras de eventuais choques ou vibrações.
5. Agrupar dentro das vitrinas ou espaços climatizados, na medida do possível, os
objectos com o mesmo tipo de material.
6. Não colocar as peças próximas de fontes de calor ou de correntes de ar.
7. Não guardar os objectos em vitrinas recentemente pintadas.
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8. Verificar se existe arejamento em espaços confinados, de modo a evitar o
desenvolvimento de bolores ou outro tipo de fungos, recorrendo, por exemplo,
a aberturas protegidas com filtros de poeiras.
9. Evitar o emolduramento directo sobre o vidro; não coloque no reverso da
moldura papel ou cartão de má qualidade, jornal, papel kraft ou fita adesiva.
10. Não aplicar pregos ou qualquer outro tipo de elementos de fixação.
Verificando-se ser absolutamente necessária a utilização destes acessórios
prejudiciais, assegurar que são inertes ou não alteráveis e que o ponto de
aplicação não representa qualquer perigo para a obra.
11. Evitar expor peças têxteis dobradas; utilize suportes de exposição (manequins,
expositores, etc.) de materiais inertes, adequados a cada forma, de modo a
garantir uma distribuição adequada do peso, evitando tensões; para peças
expostas verticalmente colocar elementos a todo o comprimento (barras de
suspensão em tecido ou velcro, cosidas no avesso da peça), calculados em
função do tamanho e do peso.
12. Proteger as peças de modo a não permitir que haja contacto directo por parte
do público, utilizando cordões de demarcação dos espaços ou barreiras
mecânicas, como, por exemplo, pequenas divisórias em vidro ou outro tipo de
material transparente.
13. Não deixar restos de alimentos ou qualquer outro de tipo de sujidade em locais
de exposição, pois constituem um meio que favorece o desenvolvimento de
insectos e bolores.
14. O conservador ou o técnico responsável deve proceder ao exame rigoroso da
peça e elaborar o relatório com informação circunstanciada acerca do seu
estado de conservação, tendo em conta que a peça se destina a uma
exposição exterior.
15.
d. Manuseamento e transporte
1. A absorção atenta das peças a movimentar é a primeira regra;
2. Importante a detecção de anomalias e/ou fragilidades nas peças para definição
das regras de manuseamento;
3. Indispensável o uso de luvas de algodão limpas para manusear as peças,
tendo todo o cuidado para evitar que escorreguem;
4. O manuseamento de peças sem luvas deixa marcas de sujidade e/ou gordura
com sequelas a longo prazo;
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5. A deslocação de uma peça de dimensão média quando efectuada por uma só
pessoa deve ser feita com ambas as mãos;
6. O transporte de peças de pequenas dimensões, em tabuleiros, cestos ou
caixas de cartão ou de madeira, deve ser devidamente acautelado com
protecções de espuma entre elas, de forma a evitar qualquer contacto que
provoque danos;
7. As peças constituídas por vários elementos, devem ser deslocadas
separadamente, assegurando a integridade de cada uma das partes;
8. Sempre que o manuseamento e deslocação de uma peça se revista de alguma
complexidade, atendendo à sua dimensão ou peso, deve ser assegurado por
várias pessoas;
9. Não se deve nunca arrastar uma peça, nem exercer pressão em partes
salientes, naturalmente mais frágeis;
10. São aconselhados movimentos sincronizados, quando se transportam peças
frágeis, pesadas e de grandes dimensões;
11. Se decurso de qualquer movimentação, remoção, manuseamento ou operação
de embalagem/desembalagem é expressamente proibido fumar, comer, beber
ou mesmo falar ao telefone.
12. Durante o transporte das peças para um local exterior ao Muse, principalmente
se for de longa duração, deverá ser efectuada a monitorização do ambiente a
que estas estão habituadas.
13. Por ocasião do transporte, a peça deve estar em contacto directo com um
material macio, flexível e que não absorva humidade; deve-se evitar utilizar o
papel de jornal, os papéis coloridos, a palha e as espumas de poliuretano (para
embalagens de longa duração).
14. Deve ser previsto um número de caixas suficiente para não ter de se amontoar
os objectos. São preferíveis as embalagens individuais ou as grandes caixas
solidamente compartimentadas.
15. As embalagens devem estar devidamente identificadas com entidades de
origem e de destino, fragilidade, orientação da caixa, categoria do objecto,
número de catálogo, etc.
16. Deve ser definido o trajecto de saída, desimpedindo o percurso e assegurando
que as dimensões da peça ou embalagem não criem constrangimentos durante
a passagem nas portas ou janelas.
17. Recomendações de embalagem de várias tipologias de peças:
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a. Escultura – Proteger com coberturas as partes salientes, não embaladas,
das esculturas. Ter especial atenção aos pontos de apoio. Não pegar pelas
partes frágeis
(cabeça, braços, pés).
b. Papel – Colocar um suporte rígido (cartão isento de ácido e sem lenhina) sob
a obra a transportar. Se for de grandes dimensões, enrolar em tubos de
diâmetro largo. Em moldura com vidro, colocar no vidro fita adesiva de modo a
mantê-lo unido se este se partir.
c. Pintura – Na medida do possível, manter os quadros emoldurados,
protegendo a superfície com papel de seda, embrulhando o quadro com uma
cobertura. As telas de grandes dimensões podem, se o seu estado de
conservação o permitir, ser transportadas enroladas, com a face voltada para o
exterior, protegendo a pintura com papel de seda de acordo com as suas
dimensões e à medida do seu enrolamento.
d. Têxteis – Enrolar tapetes e tapeçarias em rolos grossos. Evitar dobrar os
têxteis, tais como paramentos, vestes, etc. Caso não seja possível,
acondicione-os convenientemente forrando as dobras com pequenos rolos de
papel de seda ou de pano branco. Evitar sobrepor os têxteis com decorações
salientes ornamentos salientes.
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FICHA TÉCNICA
Universidade Católica Portuguesa –
Centro Regional do Porto
Coordenadores do Projecto:
Professora Doutora Cristina Pimentel
Arquitecta Sofia Thenaisie Coelho
Professor Doutor Vítor Teixeira
Técnicas de Património:
Drª Susana Gomes Ferreira
Mestre Maria Leonor Botelho