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DISCIPLINA MATERIAS MECÂNICOS II 1

Seleção de Materiais

Componentes:
 Preocupação atual/convencional:
Otimização na forma geométrica
na precisão
na estrutura dos materiais requeridos

 Recentemente/novo:
Seleção muito importante.
 Processos em constante reavaliação
 Desenvolvimento de novos materiais
 Materiais não sendo mais usados
 Preços mudando.

 Preocupação c/ meio-ambiente
 Reciclagem
 Saúde e segurança do trabalho

Impõem restrições

 Desejo na redução de preço


 Economia de energia
 Melhoria na resistência à corrosão

Mudanças (tecnológicas)

 Pressões do mercado interno e externo


 Aumento da demanda por qualidade e funcionalidade
 Descontentamento do consumidor

Pressão do Mercado

 Então:
 Processo impróprio + material bem escolhido (pode) produto defeituoso.
 Melhoria no processo reavaliação do material.
 Mudança de material mudança do processo.
 Projeto e fabricação otimizada custo razoável.
implica seleção cuidadosa de materiais.

O QUE SÃO AÇOS ?


Aços são ligas de ferro com até2 % de carbono, podendo conter outros elementos de liga
tais como Cr, Mn,Si, Mo, V, Nb, W, Ti, Ni .
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PARA QUE SERVEM ?


Os aços são um tipo de material metálico que serve para fazer peças (engrenagens, eixos,
parafusos, porcas, rolamentos, etc), ferramentas (pás, martelos, serras, matrizes, punções, etc)
ou estruturas (pontes, edifícios, tanques)
A grande gama de aplicações dos aços se deve ao baixo custo de obtenção, associado à
grande versatilidade de propriedades que se pode obter a partir de mudanças na composição
química, tratamentos térmicos e/ou no processamento.
O principal motivo do ferro ser o elemento mais consumido mundialmente é por ser utilizado
na fabricação de aços (e também dos ferros fundidos) .
ABORDAGEM:
Para classificar alguma coisa é preciso ter um critério. Podemos classificar um objeto de
acordo com o critério cor (verde/azul/amarelo) ou peso (leve/ pesado).
Acontece que os aços NÃO possuem um único critério de classificação e, por isso, sugiro
que voce se familiarize primeiro com os critérios de classificação, para depois entrar no
estudo dos tipos de aço.
(Uma dica: voce notará que mesmo usando a barra de rolagem para rolar a página para baixo,
o menu acima continua aparecendo....)

CLASSIFICAÇÃO DOS AÇOS


1 - INTRODUÇÃO.
A classsificação dos aços não obedece a um único critério, existindo classificações quanto
àcomposição química, processamento, microestrutura, propriedades ou mesmo aplicações a
que se destinam.
Basta uma rápida verificação dos índices de diversos livros dedicados ao assunto e logo se
constataráque os aços estão classificados sob vários critérios quando o desejável seria que se
utilizasse de um único parâmetro de classificação.
Assim, como exemplos de diferentes tipos de aços freqüentemente encontrados na literatura
temos: aços ao carbono, aços para ferramentas, aços fundidos, aços inoxidáveis e assim por
diante.
Note-se que os critérios de classificação utilizados foram, respectivamente, a composição
(ao carbono), a aplicação (para ferramentas), o processamento (fundidos) ou a propriedade
(inoxidável).
Existe uma relação entre tais critérios jáque o processamento e a composição determinam a
microestrutura do material obtido. Por sua vez, a microestrutura (junto com a geometria e
algumas variáveis do ambiente) determinam as propriedades que por sua vez determinam o
campo de aplicação do material.
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A figura abaixo ilustra a interação destes critérios e o texto a seguir discute os tipos de
aços existentes em cada critério mencionado.

2 - CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO PROCESSAMENTO:


Por processamento entende-se o tipo de operação que se executa sobre o aço visando mudar
a forma e/ou a estrutura.
Os processamentos que visam impor uma forma são a conformação mecânica ( a frio ou a
quente, tal como a laminação, extrusão, trefilação), a fundição e a consolidação por
sinterização (metalurgia do pó).Assim, existem aços trabalhados (a quente ou a frio),
fundidos ou sinterizados.
Os processamentos que visalm alterar a estrutura são os tratamentos térmicos, tais como
recozimento, normalização, recristalização, coalescimento e a têmpera (e revenimento).
O processamento altera a microestrutura do aço e portanto, afeta as propriedades. A tabela
abaixo ilustra a relação entre processamento, microestrutura e propriedades.

3 - CLASSIFICAÇÃO QUANTO À MICROESTRUTURA.


A classificação de acordo com a microestrutura étípica da área metalúrgica, existindo os
seguintes grupos:
3.1 - AÇOS ENCRUADOS
Estes aços geralmente são de microestrutura predominantemente ferrítica , com um pouco de
perlita, sendo resultantes de processos de deformação a frio. Normalmente são aços de baixo
teor de carbono (inferior a 0,4% C) e com baixa quantidade de elementos de liga.
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3.2 - AÇOS FERRÍTICOS-PERLÍTICOS


Obviamente os aços ferríticos-perlíticos possuem teor de carbono abaixo de 0,8% , e são
resultantes de processos em que houve resfriamento lento tais como material trabalhado a
quente, recozido ou normali-zado.
3.3 - AÇOS MARTENSÍTICOS
Os aços constituídos de martensita revenida geralmente são aplicados em situações em que se
exige resistência elevada ao longo de toda a seção transversal, tais como eixos e punções.
Os aços martensíticos com carbonetos primários são aplicados em situações que exigem
resistência ao desgaste elevada, tais como em ferramentas de corte ou de trabalho a quente. A
martensita propicia a elevada resistência e os carbonetos primários propiciam durezas
elevadas.
3.4 - AÇOS BAINÍTICOS
Sob determinadas combinações de resistência e dureza a estrutura bainítica propicia maior
tenacidade que a martensítica, tornando tais aços preferíveis em situações que se necessite
resistência associada à tenacidade.
3.5 - AÇOS AUSTENÍTICOS
Uma vez que a austenita não éum constituinte estável em temperatura ambiente, sua
estabilização depende da presença de elementos de liga, tais como o cromo e o manganês.
A austenita, por ser não magnética, encontra aplicação em situações em que se deseja
minimizar efeitos de campos magnéticos induzidos, tais como em suportes de bússolas.
Além disso, a austenita, quando estabilizada pelo manganês, pode se transformar em
martensita mediante impacto, possuindo elevada resistência ao impacto e à abrasão, sendo
utilizada para revestimentos de moinhos e outros componentes de equipamentos de moagem
(britadores ou martelos).
Há ainda o caso de aços austeníticos inoxidáveis, porém neste caso a resistência a oxidação é
predominantemente devida aos elevados teores de cromo e níquel presentes em tais aços.
3.6 - AÇOS DUPLEX ou BIFÁSICOS
Por aços duplex costuma-se denominar duas categorias distintas de estruturas.
Na primeira, do tipo austenítico-ferrítica (delta), encontram-se certos aços inoxidáveis, cuja
resistência mecânica e àcorrosão ésuperior àquela obtida nos inox austeníticos.
A segunda categoria consiste de microestrutura ferrítico-martensítica, resultante de têmpera a
partir de temperatura de dentro da zona crítica (entre as linhas A1 e A3 do diagrama Fe-C).
Os aços de baixo carbono com esta estrutura apresentam combinação de resistência e
dutilidade mais elevadas que os equivalentes ferríticos-perlíticos.
4 - CLASSIFICAÇÃO QUANTO À COMPOSIÇÃO:
4.1) Aços Carbono
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A maior quantidade de aço consumida pertence àcategoria dos aços carbono. Isto se deve ao
baixo custo, em relação aos aços ligados e àampla gama de propriedades que pode ser obtida
mediante variação do teor de carbono e do estado de fornecimento (encruado, temperado,
etc.).
Pode-se estabelecer a seguinte subdivisão dos aços carbono para fins de aplicação.
a) Baixo carbono (abaixo de 0,3%)
São aplicados em situações que exigem dutilidade elevada, por exemplo, chapas para
estampagem, tubos, fios para arames lisos e farpados, ou telas. Neste caso o estado de
fornecimento pode ser laminado a quente, recozido ou normalizado.
Podem ser aplicados em situações que envolvem exigências quanto àsoldabilidade, pois o
baixo carbono énecessário para evitar formação de martensita que ocorre no resfriamento
subseqüênte àsoldagem.
Os aços de baixo carbono,quando combinados com elementos de liga e cementados, são
aplicados quando se necessita combinar resistência ao desgaste (dureza superficial) com
tenacidade (no núcleo), tais como eixos, engrenagens, pinos, ferramentas de impacto.Ex.:
8620, 4320.
b) Aços de médio carbono (entre 0,3 e 0,5%C)
Aços de médio carbono são aplicados em produtos forjados pois possuem dutilidade a quente
(para forjamento) associado àmédia resistência a frio no estado forjado (ferrítico-perlítico).
Quando combinados com elementos de liga, são utilizados em situações que exijam alta
resistência (obtida mediante têmpera e revenido) mantendo ainda alguma dutilidade. A
temperabilidade éobtida medi-ante emprego de elementos de liga. Ex: eixos e engrenagens de
caminhão. Aço 4340, 8640.
c) Aços de alto teor de C(acima de 0,5%C)
São utilizados em casos que se exige elevados limites de escoamento, tais como molas e
vergalhões de concreto.O alto limite de escoamento éobtido mediante encruamento ou , se no
presença de elementos de liga, mediante têmpera e revenido.
Quando combinados com elementos de liga, também são utilizados para fins de obtenção
de dureza elevada, através de carbonetos primários (VC, Mo2C, WC) como no caso de
aços ferramentas.
4.2) Aços ligados
O uso de elementos de liga geralmente éfeito com as seguintes finalidades:
Aumentar a profundidade de têmpera (temperabilidade)
Aumentar a resistência ao revenido (isto é, evitar o amolecimento entre 300 e 550oC).
Introduzir propriedades especiais tais como:
resistência àcorrosão&emdash;aços inoxidáveis
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resistência ao desgaste&emdash;aços Hadfield


resistência àquente&emdash;aços ferramenta (rápidos)
Pode-se dividir em três categorias:
a) Aços de baixa liga (S E.L.< 5%)
São aços cuja soma dos elementos de liga éinferior a 5% e têm a finalidade de aumentar a
tempe-rabilidade e a resistência ao revenido.
Os elementos típicos são: Cr, Mo, Ni, Mn e Si
São aplicados para os seguintes fins:
Aumentar muito a temperabilidade: Aplicado em peças grandes que devem ter alta
resistência no núcleo.
Facilitar a transição (atenuar a queda de dureza) entre o núcleo e a superfície de aço
cementados, visando evitar descascamento.
Elevar a dureza de camadas nitretadas pela formação de nitretos de alumínio ou cromo.
Os aços de baixa liga são os mais consumidos dentre os aços ligados.
b) Aços de média liga (S E.L. entre 5 e 10%)
São aplicados em situações que envolvem elevada resistência mecânica em temperaturas
elevadas (500oC) tais como aços para trabalho a quente (matrizes),Ex.: Aços tipo H (0,3%C;
5%Cr; 1,5%Mo; 1%Si).
Há ainda casos onde se exigem resistência ao impacto associado com elevada dureza, tais
como aços ferramentas para trabalho a frio temperáveis ao ar. Tais aços possuem elevada
temperabilidade sendo aplicáveis às matrizes de recorte, estampagem e lâminas de tesouras.
Os mesmos apresentam baixas distorções após a têmpera (devido ao resfriamento ao ar)
sendo recomendados para manutenção de precisão dimensional. Ex: Aço ferramenta
A2(1%C;0,6%Mn;0,25%Si;5%Cr;0,25%V e 1%Mo).
c) Aços de alta liga((S E.L. > 10%)
São aços que podem ser aplicados em diversas finalidades, tais como:
Elevada resistência àoxidação (aços inoxidáveis, %Cr>12%).
Elevada resistência mecânica e ao desgaste (aços D6: 2%C; 0,3%Mn; 0,85%Si; 12%Cr;
0,75%W) sendo aplicáveis em matrizes para forjamento e estampagem.
Capacidade de corte, como nos aços rápidos, utilizados como ferramentas de corte por
manterem dureza a quente (aços M1: 0,85C; 0,3Mn; 0,3Si; 4Cr; 1,5W; 1V 8,5Mo)
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Capacidade de endurecer sob impacto (aços Hadfield: 1C; 12,7Mn; 0,5Si) utilizados para
moinhos e martelos para britagem de rochas.Estes aços são austeníticos e se transformam em
martensíticos sob impacto com as rochas durante o serviço.
4.3) Aços de alta resistência e baixa liga (ARBL)
São aços cujas normas AISI-SAE não os classifica como aços ligados (tais como
4340/8620/4320), apesar de conterem elementos de liga adicionados para fins de obtenção de
resistência mecânica e àcorrosão atmosférica superiors aos aços de baixo carbono.
Os aços ARBL(alta resistência e baixa liga) apresentam resistência entre 300 e 700 MPa,
tendo sido desenvolvidos para elevar a relação entre resistência e peso, visando aplicação em
estruturas móveis. A soma de elementos de liga geralmente não ultrapassa a 2%, e o teor de
carbono situa-se abaixo de 0,3%.

5 - CLASSIFICAÇÃO QUANTO ÀS PROPRIEDADES.


De todos os critérios em que se costumam classificar os aços, este éo menos sistemático,
podendo-se destacar os seguintes casos mencionados na literatura:
Aços de alta resistência e baixa liga:
Aços de alta resistência:
Aços inoxidáveis.
Aços indeformáveis (baixa distorção dimensional resultante da têmpera e revenimento).
Aços para fins elétricos e magnéticos (note-se que esta terminologia refere-se tanto
àpropriedade quanto àfinalidade do aço).

6 - CLASSIFICAÇÃO QUANTO ÀS APLICAÇÕES.


Esta classificação é a mais freqüênte na literatura técnica, possívelmente devido à associação
imediata entre o tipo de aço e a aplicação pretendida para o mesmo, podendo-se destacar os
seguintes exemplos:
Aços estruturais.
Aços para tubos, molas, arames.
Aços para beneficiamento.
Aços para cementação ou para nitretação.
Aços ferramentas (para trabalho a frio, a quente, impacto, etc.)
Aços para fins elétricos e magnéticos.
O dicionário define como ferramenta qualquer utensílio utilizado nas artes e ofícios.
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Assim, os aços ferramentas são particularmente importantes pois são empregados na


fabricação de peças e utensílios. Exemplos de peças feitas de aços ferramentas são: fieiras,
matrizes para injeção de plásticos, bits de usinagem e martelos pneumáticos.
Os primeiros aços ferramentas (e ainda utilizados atualmente) foram os aços comuns ao
carbono, sem elementos de liga, sendo que a partir de 1868 muitos aços complexos,
altamente ligados, foram desenvolvidos visando atender às crescentes exigências de
severidade em serviço, estabilidade dimensional e facilidade de fabricação (usinabilidade e
isenção de trincas durante o tratamento térmico).
No menu acima voce encontrará maiores detalhes sobre os requisitos, as aplicações, a
classificação e os diversos tipos específicos de aços ferramentas.

Classificação dos Aços

- de acordo com a composição química;


- de acordo com a estrutura;
- de acordo com a aplicação:

Classificação dos aços de acordo com a composição química – Considerada a composição


química dos aços como base de classificação, poderiam ser considerados os seguintes
subgrupos:

- aços-carbono, ou seja aqueles em que estão presentes o carbono e os elementos residuais,


manganês, silício, fósforo e enxofre, nos teores considerados normais;

- aços-liga de baixo teor de liga, ou seja, aqueles em que os elementos residuais estão presentes
acima dos teores normais, ou onde ocorre a presença de novos elementos de liga, cujo teor total
não ultrapassa um valor determinado ( normalmente 3,0 a 3,5% ). Nestes aços, a quantidade total
de elementos de liga não é suficiente para alterar profundamente as estruturas dos aços
resultantes, assim como a natureza dos tratamentos térmicos a que devam ser submetidos;

- aços-liga de alto teor de liga, em que o teor total dos elementos de liga é, no mínimo, de 10 a
12%. Nessas condições, não é só a estrutura dos aços correspondentes pode ser profundamente
alterada, como igualmente os tratamentos térmicos comerciais sofrem modificações, exigindo
ainda técnica e cuidados especiais e, freqüentemente, operações múltiplas;

- aços-liga de médio teor de liga, que poderiam ser considerados como constituindo um grupo
intermediário entre os dois anteriores.

Classificação de acordo com a estrutura – Tomada a estrutura como base para classificação,
os seguintes subgrupos podem ser considerados:

- perlíticos, sem elementos de liga ou com elementos de liga em teores relativamente baixos (até
o máximo de 5%); suas propriedades mecânicas, em função do teor de carbono e de elementos
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de liga, podem ser consideravelmente melhoradas por tratamento térmico de têmpera e revenido;
também em função do teor de carbono, sua usinabilidade pode ser considerada boa;
- martensíticos, quando o teor de elemento de liga supera 5%; apresentam dureza muito elevada
e baixa usinabilidade;
- austeníticos, caracterizados por reterem a estrutura austenítica à temperatura ambiente, devido
aos elevados teores de certos elementos de liga (Ni, Mn, ou Co); os inoxidáveis, não magnéticos
e resistentes ao calor, por exemplo, pertencem a esse grupo;
- ferríticos, igualmente caracterizados por elevados teores de certos elementos de liga (Cr, W ou
Si), mas com baixo teor de carbono. Não reagem à têmpera; no estado recozido, caracterizam-se
por apresentar estrutura predominantemente ferrítica, com eventualmente pequenas quantidades
de cementita;
- carbíticos, caracterizados por apresentarem quantidades consideráveis de carbono e elementos
formadores de carbonetos (Cr, W, Mn, Nb e Zr). Sua estrutura compõe-se de carbonetos
dispersos na matriz que pode ser do tipo sorbítico, martensítico ou austenítico, dependendo da
composição química. São aços usados especialmente em ferramentas de corte e em matrizes.

Classificação de acordo com a aplicação – De acordo com a mesma, podem ser


considerados os seguintes subgrupos:

- aços para fundição, caracterizados por apresentarem boa combinação de resistência,


ductibilidade e tenacidade; além disso, apresentam boa usinabilidade e adequada soldabilidade;
muitos tipos são suscetíveis de tratamentos térmicos de têmpera e revenido;
- aços estruturais, ao carbono ou com pequenos teores de elementos de liga, com boas
ductibilidade e soldabilidade e elevado valor de relação limite de resistência à tração para limite
de escoamento,
- aços para trilhos, cujas condições de serviço exigem características de boa resistência
mecânica, boa resistência ao desgaste etc; são, tipicamente, aços ao carbono;
- aços para chapas, que devem apresentar excelente deformabilidade, boa soldabilidade, entre
outras qualidades;
- aços para tubos, com, em princípio, as mesmas qualidades dos aços para chapas; como os
anteriores, são normalmente ao carbono, embora, nestes últimos, algumas aplicações podem
exigir a presença de elementos de liga;
- aços para arames e fios, os quais, comforme aplicações, podem apresentar característicos de
resistência à tração realmente notáveis;
- aços para molas, caracterizados por elevado limite elástico;
- aços de usinagem fácil, caracterizados pela sua elevada usinabilidade, teores acima dos normais
dos elementos enxofre e fósforo, principalmente o primeiro, e, eventualmente, à presença de
chumbo;
- aços para cementação, normalmente de baixo carbono e baixos teores de elementos de liga, de
modo a apresentarem os melhores característicos para enriquecimento superficial de carbono,
além de um núcleo tenaz, depois da cementação e da têmpera;
- aços para nitretação, simplesmente ao carbono ou com elementos de liga cromo, molibdênio e
alumínio;
- aços para ferramentas e matrizes, caracterizados por alta dureza a temperatura ambiente, assim
como, nos tipos mais sofisticados, alta dureza à temperatura elevada, satisfatória tenacidade e
onde as propriedades comuns de resistência mecânica e principalmente de ductibilidade, pouco
significado apresentam. Os tipos mais sofisticados apresentam elementos de liga em teores muito
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elevados, sendo os mais importantes e famosos os “aços rápidos” , com elevado teor de
tungstênio, mais cromo e vanádio e, eventualmente, molibdênio, cobalto e outros elementos de
liga. Apresentam alta capacidade de corte. Outros, alta capacidade de suportarem deformações;
- aços resistentes ao desgaste, entre os quais o mais importante é o que apresenta manganês em
quantidade muito acima do normal (entre 10 e 14%), além de alto carbono (entre 1,0 e 1,4%);
- aços resistentes à corrosão, (também chamados “inoxidáveis” ), com elevados teores de cromo
ou cromo-níquel,
- aços resistentes ao calor, (também chamados “refratários” ), caracterizados por apresentarem
elevados teores de cromo e níquel e por possuírem elevada resistência à oxidação pelo calor e
por manterem as propriedades mecânicas a temperaturas acima da ambiente, às vezes,
relativamente elevadas;
- aços para fins elétricos, empregados na fabricação de motores, transformadores e outros tipos
de máquinas e aparelhos elétricos, caracterizados por apresentarem silício em teores acima dos
normais (até 4,75%), ou altos teores de cobalto (até 50%) ou altos teores de níquel;
- aços para fins magnéticos, com alto teor de carbono, cromo médio, eventualmente tungstênio
relativamente elevado, eventualmente molibdênio e (os melhores tipos) elevada quantidade de
cobalto (até cerca de 40%); esses aços, quando temperados, apresentam o característico de
imantação permanente representado pelo produto (BH) max. Bastante elevado;
- aços ultra-resistentes, desenvolvidos principalmente pela necessidade das aplicações da
indústria aeronáutica, mas sua utilização está se estendendo a outros setores da engenharia;
nesses aços procura-se uma elevada relação resistência/peso; alguns podem apresentar limites de
escoamento superiores a 150 kgf/mm2 (1470 Mpa); as excepcionais propriedades mecânicas são
conseguidas mediante o emprego de tratamentos térmicos em composições contendo diversos
elementos de liga em teores geralmente baixos. Um tipo especial de aço ultra resistente é o aço
“maraging”, em que os elementos de liga presentes estão em teores mais elevados (como níquel
até 18% ou mais), além de possuírem cobalto, molibdênio, titânio e baixo carbono. São obtidos
por um tratamento de endurecimento por precipitação que permite atingir valores de resistência à
tração da ordem de 280 kgf/mm2 (2745 Mpa), além de excelente ductibilidade;
- aços criogênicos, caracterizados por sua resistência ao efeito de baixas temperaturas;
- aços sinterizados, produtos da metalurgia do pó, incluindo ferro praticamente isento de
carbono, aços comuns e alguns aços especiais, de aplicação crescente na indústria moderna.

Classificação dos Aços

Os aços são materiais versáteis, pois alterando-se o teor de carbono consegue-se alterar
substancialmente as propriedades mecânicas do mesmo.

0,08% C – aço de alta ductilidade, podendo ser utilizado na fabricação de latas de cerveja.
0,8% C – aço com alta dureza/resistência ao desgaste que é tipicamente empregado na fabricação
de trilhos.

2 tipos fundamentais:
- Os aços ao carbono
- Os aços ligados
A maioria dos aços contém entre 0,1% e 1,5% de carbono. As principais impurezas são o
enxofre, manganês e o silício. Outros elementos N, O, Sn, e Al.
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Os principais elementos de liga: Níquel, cromo, manganês, silício, vanádio, tungstênio,


molibdênio, nióbio.
Os aços são classificados quanto ao teor de carbono em:
- Aços doces; (até 0,25% de C)
- Aços meio duros; (0,25% < C < 0,5)
- Aços duros. (C > 0,5%)

Sistemas de classificação

SAE (Society of Automotive Engineers)


AISI (American Iron and Steel Institute)

4 algarismos: Os dois primeiros referem-se aos elementos de liga e os dois últimos ao teor de
carbono.

Classificação Segundo Norma DIN


1 – Aços ao Carbono

Símbolo St (Stahl – aço) e a resistência mínima à tração:


St 52 – Aço ao carbono com 52 Kgf/mm2 de limite de resistência.

Aços de maior qualidade são classificados pela letra C (carbono) e o teor de C x 100:
C 35 – Teor médio de carbono 0,35%;

Aços finos com baixo P e S são designados pelas letras Ck e o teor de C x 100:
Ck 15 – Baixo P e s com C médio de 0,15%;

2 – Aços Liga
Representados conforme exemplo:

Teor de C 25 CrMo 4 % final obtido através do


multiplicador dos elementos de
liga, no caso Cr
Elementos de
Liga

Multiplicadores
Elementos de Liga Multiplicador
Cr, Co, Mn, Ni, Si, W 4
Al, Cu, Mo, Ti e V 10
P, S, N, C 100

Exemplo: 10 Cr Mo 9 10 - 0,1 % de C / Cr x 4 = 9 – Cr = 2,25% / Mo x 10


= 10 – Mo = 1,0%
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3 – Aços de Alta liga


Designação com letra X antes e dispensado o multiplicador:
Ex . X 10 Cr Ni Ti 1892 - Teor de C de 0,10%
- Teor de Cr de 18%
- Teor de Ni de 9%
- Teor de Ti de 2%

4 – Fundidos – Aços e Ferros


GG – Grauguss – Ferro cinzento;
GT – temperguss – Ferro nodular;
GH – hartguss – Ferro coquilhado;
GS – stahlguss – aço fundido;

Exemplo: GS 22 Mo 4 – aço fundido com 0,22% de C e 0,4% de Mo;

Letras complementare:
M – Aço Simens Martin;
T – aço Thomas;
W – aço Bessemer;
Y – Aço LD;
E – Aço forno elétrico;
B – Usinagem (Bearbeiten)
E – Cementado (Einsatzharten);
G – Recozido (Gluehen);
V – Beneficiado (vergüten);
N – Normalizado (Normalgluehen);
K – Deformado à frio.

Aços Inoxidáveis
Ferrítico / martensítico / austenítico

Elementos de liga
Cr: formação de película impermeável (óxido de cromo) protege o aço contra a
ação de agentes agressivos.

Ni: favorece a formação de austenita.


resistência ao calor e a corrosão.

Mo: 2 a 4%.
resistência ao calor e a corrosão.
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Ti, Nb, Ta: estabilização de carbonetos (afinidade com C ).


evita carboneto de cromo.
elimina propensão de corrosão intercristalina.
importante p/ peças soldadas que não podem sofrer recozimento depois.

S: melhorar usinabilidade.

Se: também.

Corrosão

Destruição parcial ou total de um metal ou liga metálica por via química ou


eletroquímica.
Tipos:
 Intercristalina
 Sob Tensão
 Galvânica
 Alveolar
 Em Frestas

Corrosão a alta temperatura:


 Ar e gases oxidantes em geral.
 Gases redutores.
 Gases sulforados.
 Metais fundidos.

Aço Inox
Mín. 11% Cr - quantidade necessária para evitar a formação de óxidos em a
atmosfera não poluída poucos Cr > 30% e Fe < 50%.
Característica inoxidável: Formação de um filme superficial de
óxidos rico em Cr aderente e invisível.

Outros elementos: Ni, Mo, Cu, Ti, Al, Si, Nb, N, S, Se.

C = 0,03 – 1% em certos grãos martensíticos.

 Utensílios de cozinha, cutelaria, materiais decorativos.


 Equipamentos para uso na indústria química, indústria de processamento de alimentos
e leite.
 Aplicações sanitárias e saúde.

Aplicação %

Equipamento industrial
Eng. Química e energia 34
Ind. Alimentos e bebida* 18
Transporte 9
Arquitetura 5
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Bens de consumo
Aplicações domésticas,
utensílios domésticos 28
Aplicações elétricas e eletrônicas 6

*Produção de leite e queijo, cerveja, suco de fruta.


Armazenamento (vinho e cerveja).
Preparação de comida (grandes cozinhas para restaurantes).

Aços de Usinagem Fácil


Definição – usinabilidade
 Propriedade relacionada com a facilidade que um metal pode ser:
- Cortado de acordo com as dimensões, forma e acabamento superficial requeridos
comercialmente.
 Depende:
1. Qualidade, tipo e forma da ferramenta de corte
2. Tipo e estado das máquinas – ferramentas
3. Velocidade de avanço
4. Profundidade de corte
5. Fluido para resfriamento.

Dificuldade de determinação
Métodos:
 Vida da ferramenta
 Velocidade de corte

Relação VTh = Ct h = condições de corte, cte usinabilidade

Consumo de força: p/ remoção de volume unitário de material.

1) Fatores que influenciam a usinabilidade:


 Dureza
alta ñ usinável
em geral média
baixa usinável

Não é medida absoluta, pois dureza muito baixa pode significar aderência de metal na
ferramenta em forma de cavaco (finita).

 Microestrutura (melhor caracteriza a usinabilidade)


Sem modificar a composição química, modificação de microestrutura p/ melhorar a
usinabilidade.
1- Aço < 0,2% C
Mais econômico laminados
Tecnicamente encruado (c/ alívio de tensões)
Grão ferrítico pequeno.
DISCIPLINA MATERIAS MECÂNICOS II 15

2- 0,2 a 0,3% C
Melhor usinabilidade
Estrutura perlítica: secções > 75 mm 
(simples laminação)
Estrutura normalizada: secções < 75 mm

3- 0,3 a 0,4% C
Estrutura perlítica grosseira
c/ mínimo de ferrita por recozimento

4- 0,4 a 0,6% C
Estrutura perlítica lamelar
Cementita coalescida

5- C > 0,6%
Cementita coalescida, grosseira p/ fina.

6- Introdução metais moles: Pb e Bi

7- Introdução controlada de inclusões não metálicas.


apreciavelmente a usinagem.
(mais importante neste item)
aço resulfurado
Sulfeto de Mn = MnS e FeS adição de S
 Insolúveis no aço
(no L e S)
MnS tipo globular ou alongada devido a laminação

formação de cavaco quebradiço]

lubrificante impede aderência do cavaco à ferramenta não destrói o grão
cortante

menor lubrificação da máquina
melhor qualidade- acabamento
velocidade pode ser maior.

Dois exemplos:
0,07% C, 0,94% Mn, 0,.2% S, 0,09% P

1) 0,044% Si (desoxidante) modificou a forma da inclusão melhor usinabilidade (mais


alongadas como na laminação)
2) 0,009% Si

Classificação Aços Ferramenta


Série W  Aços de têmpera em água
C 
DISCIPLINA MATERIAS MECÂNICOS II 16

Cr < 0,5% ( p/ temperabilidade, resistência ao desgaste).


V < 0,25% (granulação mais fina tenacidade).

SAE: Grau de qualidade


Grupo 1 – especial / extra
Grupo 2 – standart
Grupo 3 – comercial
Grupo 4 – qualidade 4
Uso: ferramentas e matrizes.

Série S: aços resistentes ao choque.


Inicialmente: uso em molas.
resistência a fadiga e choques mecânicos por esforços súbitos.

C 0,5% dureza de têmpera.


Adição de Cr, Mo, W (elementos formadores de carbonetos)
Ferramentas pneumáticas: repetidos ciclos.

O aços p/ trabalho a frio, de têmpera em óleo (p/ casos s/ aquecimento por atrito)

A aços p/ trabalho a frio, de média liga, têmpera ao ar.

D Aços p/ trabalho a frio, de alto cromo e alto carbono.


C = 1 –2,.35%
Cr > 12% resistência ao desgaste (em forno, aq. até 450 a 480oC)

H aços p/ trabalho a quente


Ao cromo (5%) C = 0,35 – 0,55% H10 - H19
W (9 – 18%) Cr (9 – 18%) C = 0,25 – 0,5% H20 - H29
Mo (5 – 8%) C = 0,55 – 0,65% H41 - H43
Aquecimento até 1100oC (material aquecido)
Ferramenta > 550oC
Peças de trem de pouso de aviões.

Série T – aços rápidos ao W


Resistência ao amolecimento por ação do calor produzido pelo atrito contra a obra, usinagem c/
grande velocidade de corte.
 C = 0,7%
W – Cr – V

M – aços rápidos ao Mo
3,5 – 9% Mo
4% Cr
1,5 – 6,5% W
1 – 5% V
C

F – aços p/ fins especiais ao C – W


DISCIPLINA MATERIAS MECÂNICOS II 17

W = 1,25 – 3,5%
C = 1 – 1,25%
C + W + Fe : carboneto complexo
C = 0,25 – 0,5%
resistência ao desgaste > série W

P – aços p/ moldes de plástico


(indústria do plástico)
Cr e Ni
C = 0,07 – 0,1%
Aços ferríticos, moles
fácil usinagem
cementação + têmpera

Aços Rápidos
 Aços ferramenta
Alta liga: W, Mo, Cr, Va, Co.
Capacidade de usinar metais com velocidades de corte maiores que as possíveis com aços
ferramenta ao carbono ou baixa/média liga.
 Sem alteração mesmo quando a temperatura do gume atinge 550 – 600oC provocado
pelo atrito ao trabalho de usinagem.
 Uso por tempos longos ( sem alteração do ângulo de corte).
 Três propriedades:
1) Alta resistência ao revenimento.
2) Elevada dureza a quente
3) Alta resistência a abrasão.
DISCIPLINA MATERIAS MECÂNICOS II 18

INFLUÊNCIA DOS ELEMENTOS QUÍMICOS NO AÇO

Al-Alumínio - ponto de fusão 650º . É um poderoso desoxidante dos aços. Combina com o
nitrogênio, reduzindo sua suscetibilidade do aço ao envelhecimento pela deformação. Em
pequenas adições, impede o crescimento dos grãos dos aços. Endurece a ferrita.
B-Boro - ponto de fusão 2040ºC. Aumenta a profundidade da camada temperada e a dureza
do núcleo nos aços temperados. Nos aços inoxidáveis austeníticos, aumenta o limite elástico,
diminuindo a resistência à corrosão.

C-Carbono - ponto de fusão 3737ºC. É o principal elemento de liga no aço. Por definição,
"Aço é a liga ferro-carbono, contendo geralmente entre 0,008 até 2,0% do peso em carbono". O
carbono encontra-se combinado com o ferro, formando a cementita, cuja fórmula é Fe3C.

Enquanto que o ferro puro é bem maleável, a cementita é bem dura. Portanto, pode-se dizer que
a principal propriedade conferida ao aço pelo carbono é a dureza. Aumenta, também, o limite de
resistência à tração e a temperabilidade, mas diminui a tenacidade e soldabilidade.
DISCIPLINA MATERIAS MECÂNICOS II 19

Co-Cobalto - ponto de fusão 1492ºC. Aumenta a resistência ao revenimento, a condutividade


térmica e aumenta consideravelmente o magnetismo residual, aumentando também o limite da
resistência à tração a quente. Não é elemento formador de carbonetos.

Cr-Cromo - ponto de fusão 1920º. Elemento que favorece a formação de carbonetos em um


aço. Por conseguinte, aumenta a dureza e a resistência à tração do aço. Aumenta, também, a
temperabilidade e em grandes quantidades. A resistência à corrosão, mas diminui um pouco a
tenacidade e bastante a soldabilidade. Em média, o limite de resistência á tração aumenta 8 a 10
kg/mm2 com a adição de cada 1% de Cr, mas a resistência ao impacto diminui.

Cu-Cobre - ponto de fusão 1084ºC. Melhora os limites de resistência à tração e o limite de


escoamento dos aços, mas diminui as propriedades de elasticidade. Em pequenas quantidades
torna o aço resistente à ferrugem.

H-Hidrogênio - ponto de fusão 262ºC. Elemento indesejável, porque fragiliza o aço, diminui
a elasticidade sem aumentar o limite de escoamento ou o limite de resistência à tração. Pode
causar o defeito chamado "flocos".

Mb-Molibdênio - ponto de fusão 2610ºC. Aumenta a resistência a quentee, em presença do


níquel e do cromo, aumenta o limite de resistência à tração e o limite de escoamento. O
molibdênio dificulta o forjamento, melhora a temperabilidade, a resistência à fadiga e
propriedades magnéticas. Exerce notável influência nas propriedades de solda. É elemento
formador de carbonetos. Em ações rápidas, aumenta a tenacidade, mantendo as propriedades de
dureza a quente e retenção de corte. Nos aços rápidos substitui o tungstênio para a formação de
carbonetos, na proporção de 1% de molibdênio para 2% de tungstênio.

Mn -Manganês - ponto de fusão 1244ºC. Aumenta a temperabilidade, a soldabilidade e o


limite de resistência à tração, como diminuição insignificante na tenacidade.
O manganês combina-se em primeiro lugar com o enxofre, para tornar o sulfeto respectivo
(MnS), o excedente liga-se em parte com o carbono, dando o respectivo carboneto (Mn3C),
composto análogo à cementita (Fe3C), à qual se associa, e, em parte, se difunde na ferrita. A
cementita contém teores variáveis de Mn3C. Em grandes quantidades em presença de carbono
aumenta muito a resistência muito a resistência à abrasão. O manganês é poderoso desoxidante.

N-Nitrogênio - ponto de fusão 210ºC. Prejudicial ao aço de baixa liga porque diminui a
tenacidade, além de causar corrosão intergranular. Em aços inoxidáveis austeníticos, o nitrogênio
estabiliza a estrutura, aumenta a dureza e o limite do escoamento.

Ni-Níquel - ponto de fusão 1453ºC. Confere ao aço maior penetração de têmpera, pois
diminui consideravelmente a velocidade crítica de resfriamento. O níquel, quando ligado ao
cromo, aumenta a tenacidade do aço beneficiado. Em grandes teores, junto ao cromo, torna o aço
resistente à corrosão e ao calor. Influi diretamente para que o grão se torne mais fino. Não é
elemento formador de carbonetos.

P-Fosforo - ponto de fusão 44ºC. É uma impureza indesejável, nocivo à qualidade do aço
porque acentua a tendência à segregação. Porém, é encontrado em todos os aços, como
conseqüência de contaminação da matéria-prima. Aços de qualidade tem sempre especificações
quanto as porcentagens máximas admitidas de fósforo, que é em torno de 0,05%.
DISCIPLINA MATERIAS MECÂNICOS II 20

Pb-Chumbo - ponto de fusão 327ºC. Quando adicionado em teores de 0,15% a 0,50% em


função de sua distribuição fina e homogênea no aço, resulta na formação de cavacos finos e
curtos, melhorando a usinabilidade sem afetar as propriedades mecânicas.

S-Enxofre - ponto de fusão 118ºC. Existe em todos os aços como impureza, sendo permitidos
teores de até 0,05%. Os aços resulfurados admitem altos teores de enxofre e manganês que,
combinados na forma de sulfeto de manganês (um composto plástico), facilita a usinagem.

Se-Selênio - ponto de fusão 217ºC. É usado da mesma forma que o enxofre para melhorar a
usinabilidade dos aços, tendo a vantagem de apresentar resultados mais eficazes, além de
diminuir menos a resistência à corrosão em aços inoxidáveis.

Si-Silício - ponto de fusão de 1410ºC. Eleva os limites de escoamento de resistência dos


aços. Prejudica o alongamento, a tenacidade, a condutividade térmica e a usinabilidade. Reduz a
formação de carbonetos porque, de certa forma, auxilia a decomposição de cementita em ferrita.
Praticamente é impossível ter-se um aço isento de silício, já que, além de se achar presente no
minério de ferro, encontra-se também os materiais refratários dos fornos, de onde é absorvido
quando do processo de fusão. Um aço pode ser considerado aço ao silício somente quando o teor
deste elemento for superior a 0,40%. Os aços ao silício apresentam boa capacidade de têmpera,
por ter reduzida velocidade crítica de resfriamento.

Ti-Titânio - ponto de fusão 1812ºC. Adicionado em pequenas quantidades tem a função de


refinar o grão. Em certos aços inoxidáveis austeníticos, o titânio é adicionado em relações bem
definidas com o carbono para estabilizar o aço contra a formação de carbonetos de Cromo no
contorno de grão.

V-Vanádio - ponto de fusão 1730ºC. Pequenas adições de vanádio aumentam a dureza a


quente e diminuem o tamanho do grão. Em aço rápido o vanádio melhora a retenção do corte,
aumenta o limite de resistência à tração e o limite de escoamento. Do ponto de vista de formação
de carbonetos, substitui o molibdênio na proporção de 1% de vanádio para 2% de molibdênio e o
tungstênio da proporção de 1% vanádio para 4% de tungstênio.

W-Tungstênio - ponto de fusão 3380ºC. Aumenta o limite de resistência à tração, a


resistência à abrasão e a dureza a quente, mas reduz a condutividade térmica do aço. Usado em
aço rápido, o tungstênio melhora a retenção do corte. É elemento formador de carboneto
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