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TI e Finanças
Uma relação complementar
por Carolina Bridi

CFOs apontam o impacto do uso

de ferramentas tecnológicas sob a
melhoria dos resultados financeiros
das companhias

Em cenários cada vez mais exigentes, o suporte às estratégias

é essencial para a formação de uma base sólida sob os negócios
no mundo executivo. Enquanto empresas ainda usam a Tecnolo-
gia da Informação como forma de apagar incêndios, é crescente a
percepção pelas companhias da importância que estas ferramen-
tas têm no suporte ao bom desempenho empresarial.
No caso específico de Finanças, a principal relação com TI
aparece na necessidade de eficiência em medir resultados e ela-
borar planos certeiros. Dados e informações corretas disponíveis
em um curto espaço de tempo fazem a diferença durante o pro-
cesso pelo qual passam as estratégias. A relação aparece ainda
diante do planejamento financeiro em tecnologia.
Ou seja, trata-se de uma relação complementar, em que TI
agrega valor às estratégias financeiras e de negócios, e a gestão
de orçamentos e investimentos em TI parte do planejamento fi-
nanceiro em tecnologia. Executivos de finanças usuários e forne-
cedores das ferramentas tecnológicas deixam evidente que tais
ferramentas podem impactar diretamente nos resultados finan-
ceiros das empresas. IBEF News procurou saber qual o papel
do homem de finanças nas negociações neste contexto e o que
mudou na rotina do CFO com as soluções de TI.

IBEF NEWS • Fevereiro

Novembro2008
2007
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Impactos nos resultados financeiros
A agilidade de informação foi tratada
pelos executivos como grande diferen-
cial das estratégias que contam com o
suporte de TI. O vice-presidente execu-
tivo da Makro South America, Rubens
Batista Jr., Prêmio O Equilibrista em 2007,
explicou como a empresa encara a tec-
nologia em relação ao negócio da com-
panhia: “Informação precisa, rápida e
necessária e produtividade (eliminação
de retrabalho, automação de processos)
são as duas maneiras pelas quais a
tecnologia influencia os resultados de
uma empresa.” Para o diretor adminis-
trativo financeiro da Morganite Brasil,
Antonio Sergio de Almeida, informações
mais ágeis geram maior competitividade.
“Informação precisa, rápida e
necessária e produtividade
(eliminação de retrabalho,
automação de processos) são as
duas maneiras pelas quais a
tecnologia influencia os resultados
de uma empresa”
Rubens Batista Jr.
(Makro South America)
“Maior e mais rápido acesso a informa-
ções tornam as empresas mais ágeis e,
portanto, mais competitivas”, defende.
Em relação à competitividade, Victor
Sichero, diretor administrativo financei-
ro da Microsoft e membro do Conselho
de Administração do IBEF SP, diz que a
partir do momento em que a empresa
tem informações mais rápidas e com
maior riqueza de detalhes, torna-se pos-
sível usar essas informações para estabe-
lecer planos estratégicos, propostas, aná-
lises de negócios e outras análises, de
forma a oferecer produtos e serviços
diferenciados. Ele explica que, para a
tomada de decisão dos líderes da empre-
sa, é necessário o uso de sistemas ágeis,
confiáveis e com detalhes de informa- “Atualmente, equipes muito
ções. “Sendo assim, as ferramentas tec- reduzidas executam um trabalho
nológicas tornam-se fundamentais para
que, sem as ferramentas de TI,
se contar com acesso fácil e rápido aos
necessitaria de um número muito
dados da empresa”, afirma.
Segundo o gerente de marketing de maior de profissionais. Outro
soluções da HP Brasil, Maurizio Nicco- benefício é a melhoria na qualidade
lai, a área de TI deve ser medida por das informações, auxiliando na
três fatores-chave que impactam os re- transparência, que é uma das
sultados financeiros: crescimento acele- mais importantes exigências da
rado dos negócios, mitigação dos riscos boa governança corporativa”
e redução de custos. Ele comentou que
Antonio Sergio de Almeida
99% dos CEOs acham fundamental a (Morganite Brasil)
área de TI, e 43% sentem-se confortá-
veis com o alinhamento de TI e Negó-
cios. “Ou seja, TI faz parte do negócio
e não é uma área paralela a ele”, con-
cluiu. Niccolai disse que este novo con-
ceito na HP é denominado Business nho crítico e fundamental para o cresci-
Technology, e é também defendido por mento das organizações.”
várias empresas de pesquisa, como a Para o vice-presidente da Totvs, José
Forrester, por exemplo. Rogério Luiz, as ferramentas tecnológi-
O diretor financeiro da IBM e vice- cas têm por objetivo gerar agilidade no
presidente do IBEF SP, Rodrigo Kede acesso à informação, sustentando assim
de Freitas Lima, afirma que as ferra- um processo de decisão mais rápido e
mentas tecnológicas tiveram e têm um preciso. “O impacto financeiro é imedia-
papel fundamental na transformação das to”, diz. Ele ressalta o uso da Tecnologia
empresas. “Informações confiáveis e em de Informação como diferencial compe-
tempo real são cruciais para a tomada titivo: “TI está ligada ao processo de ino-
de decisão e, conseqüentemente, para vação das empresas. Mais TI, mais infor-
ganhos de performance e maiores taxas mação, maior foco na inovação.”
de retorno”, analisa. “A tecnologia tam- Maurizio Niccolai, da HP, lembrou
bém permite criar novos serviços e pro- que as ferramentas de TI ajudam no
dutos, o que se traduz em novas opor- crescimento acelerado dos negócios. “A
tunidades de negócios para as empresas. área de TI pode reduzir o tempo de
Cada vez mais a tecnologia é um cami- implementação de sistemas que geren-
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ciam e vendem novos produtos. Assim,

esses novos produtos podem ser lança- Qual é a atitude do CFO a respeito de uma
dos em curto espaço de tempo”, consi- infra-estrutura de TI mais integrada?
dera. Em relação à mitigação de riscos,
ele defende que a área de TI pode
melhorar a qualidade de dados e a dispo-
nibilidade de informações para melhor
tomada de decisões. Na redução de cus-
Difícil de executar mas os
tos, TI pode colaborar para a melhora benefícios tangíveis a tornam
da eficiência operacional, reduzindo cus- inprescindíveis
tos desnecessários e, conseqüentemente,
melhorando sua margem de lucro. A tem como um benefício
Ele alerta que a empresa que não considerável, mas muito difícil
tiver TI como parte de seu negócio corre de executar
o risco de apresentar graves problemas:
Não é uma prioridade
“O processo de governança corporativa
e TI devem estar perfeitamente integra-
dos, assim nenhuma ação deve ser reali- 0 10 20 30 40 50 60 70
zada sem o devido impacto na área de
negócios, e o mesmo ocorre do outro
lado. Uma nova ação de negócios pode
Fonte: IBM Global Business Services, The Global CFO Study 2008.
ter impactos imprevisíveis na área de
TI.” Como exemplo, Niccolai aponta
um novo produto lançado para ser ven-
dido via Internet que, devido ao grande
volume de requisições e uma infra-estru-
tura não adaptável, faz com que o site
apresente problemas, gerando sérios pre-
Os três maiores benefícios potenciais para o CFO
juízos de imagem e vendas. de uma infra-estrutura de TI mais integrada
Rodrigo Kede compartilha da certeza
de que TI é um diferencial competitivo.
“Uma empresa que assume o papel de
pioneira em seu mercado nas tomadas 45
de decisão de investimento em infor-
matização consegue capitalizar o retorno 40
de seu investimento de forma bastante
35
expressiva, podendo inclusive conseguir
um papel de destaque e referência nesse 30
mercado”, afirma. Ele considera que o
25
risco e o pioneirismo têm um custo
implícito, o que traz consigo um retorno 20
diferenciado. Para empresas que apenas
15
acompanham essas tendências, os retor-
nos tendem a ser menos expressivos, 10
e o timing para esta decisão de inves-
0
timento passa a ser crucial para que a
empresa não perca mercado devido a 1- Maior eficácia e 2- Redução do tempo 3- Aumento da
uma demora na tomada de decisão. eficiência por meio de de tomada de decisão colaboração e
“As empresas que não acompanham economia de escala por meio de maior comunicação
essas tendências de mercado invariavel- transparência

mente estão sujeitas a serem alijadas

do seu segmento. O mercado tende a
Fonte: IBM Global Business Services, The Global CFO Study 2008.
ser implacável com essa letargia”, alerta.
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 Mudanças na rotina do CFO
Com a percepção de que TI faz parte
da estrutura de suporte às estratégias,
as empresas estão vivenciando um mo-
mento de transformação no setor finan-
ceiro. “Hoje, o CFO pode ser muito mais
analítico e atuar nas decisões estratégi-
cas, pois a obtenção de dados está agi-
lizada”, considera o vice-presidente da
Totvs, José Rogério Luiz.
O diretor administrativo financeiro
da Morganite Brasil, Antonio Sergio de
Almeida, diz que o benefício mais óbvio
alcançado com TI é a redução do custo
de um número muito maior de profis-
sionais. Outro benefício é a melhoria na
qualidade das informações, auxiliando
na transparência, que é uma das mais
importantes exigências da boa governan-
ça corporativa”, avaliou.
Antonio Sergio observa ainda que a
rotina do CFO mudou com as soluções
de TI. Ele afirma que houve liberação
do tempo antes dedicado às transações
e processamento de informações. Isso
deu condições ao CFO de dedicar-se
mais às atividades de planejamento e
criação de valor para os acionistas, tor-

das transações e do processamento de
informações. “Atualmente, equipes muito
reduzidas executam um trabalho que,
sem as ferramentas de TI, necessitaria
“De uma forma geral, o CFO
deve analisar o investimento e o
retorno sobre o mesmo e avaliar
quanto isso vai garantir o melhor
fluxo de informações entre os
departamentos da empresa”
Victor Sichero
(Microsoft)
Luiz Fernando Ricci
Divulgação
nando-se um gestor mais qualificado.
“O CFO torna-se um formulador estra-
tégico, aumentando significativamente
sua importância e valor”, afirma. No
caso da Morganite, a área de TI é subor-
dinada à área de Finanças. “É preciso avaliar se o fornecedor
Na Makro South América, todo in- “O
podemaior ponto
ajudar de atenção
a aumentar a está no campo
vestimento em tecnologia é atrelado internacional,
velocidade de como conflitos
crescimento daregionais,
a uma análise financeira denominada dinâmica
empresa, de desenvolvimento
e como da China e
ele pode ajudar
ROI (Retorno sobre o Investimento e
eleição
a mitigaramericana, que podem
riscos e reduzir custosagir como
Payback, ou seja, tempo de retorno do
fator de desequilíbrio”
sem detrimento de qualidade e
pagamento). Para Rubens Batista Jr., vi-
confiabilidade”
Maurizio Niccolai
ce-presidente e CFO da empresa, a tec-
(HP Brasil)Niccolai
Maurizio
nologia já se faz presente na vida das
(HP Brasil)
empresas e, conseqüentemente, do CFO
há muito tempo, portanto não deve ser
tratada como novidade. “Todavia, hoje a
análise e escolha de uma dada tecnolo-
gia a ser aplicada ao seu negócio se tor-
nou mais difícil face às muitas opções”,
ponderou. Ele explicou que, no caso da
Makro, foi necessário desenvolver uma por filosofia sempre simplificar, elimi-
política simples de auxílio no processo nar ou automatizar processos, o que se
de decisão. Essa política envolve crité- reflete no número reduzido de FTEs
rios como: motivação do uso e aplica- (Full Time Equivalents).” Para Victor
ção da tecnologia, estudo de impacto Sichero, da Microsoft, as diferenças na
no negócio e processos, ROI e seleção rotina do CFO surgiram pela diversi-
dos fornecedores. Neste último crité- dade enorme de informações rápidas
rio, Rubens explica que, se a tecnolo- para tomar decisões importantes em
gia é estratégica, impacta os negócios mercados cada vez mais competitivos.
e é de grande investimento, a empresa Além disso, todos os processos automa-
considera apenas fornecedores grandes tizados ganham com a redução de erros
e internacionais. e produtividade de pessoas.
Batista Jr. ressalta os benefícios alcan- Rodrigo Kede, da IBM, diz que é
çados com as escolhas tecnológicas fei- possível verificar um processo bastante
tas pela empresa: “Temos um sistema de sólido de transformação das organiza-

informações que nos permite tomar de-
cisões quanto a preços ou estoques de
maneira rápida. Adicionalmente, temos
ções financeiras nas empresas, onde existe
uma substituição de trabalhos operacio-
nais pelos de controle e análise. “Isso é
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viabilizado, invariavelmente, pelo grau de

informatização das organizações”, obser- Quanto demoraria para você descobrir o total
va. Ele defende que o começo dessa in- gasto pela sua empresa em viagens no mês
formatização traz às organizações um am-
biente de alta integração, colaborativo e
passado? (pergunta feita a CFOs)
de dados únicos, que são prerrogativas
para a eficiência das companhias.
“Com esse movimento, os CFOs
Uma hora
assumem cada vez mais um papel de
advisor nas organizações, sendo peça fun-
damental no processo de tomada de de- Um dia
cisões das empresas”, declarou.

O papel do homem de finanças

Mais de um dia, mas menos de
Em meio às transformações, cabe ao uma semana
executivo de finanças conhecer e ponde-
rar as decisões de planejamento tecnoló-
gico. “De uma forma geral, o CFO deve Uma semana ou mais
analisar o investimento e o retorno sobre
o mesmo e avaliar quanto isso vai garan-
tir o melhor fluxo de informações entre Não conseguiria saber
os departamentos da empresa”, afirmou
Victor Sichero, da Microsoft. 0 5 10 15 20 25 30 35 40
Para Maurizio Niccolai, da HP, o
CFO tem que entender muito mais de
TI do que no passado, e, da mesma Fonte: IBM Global Business Services, The Global CFO Study 2008.

maneira, o CIO (Chief Information Offi-

cer) tem que conhecer muito mais de
negócios. “O papel do CFO é muito
E quão confiante você ficaria a respeito da
mais abrangente e deve levar em conta
sempre os três fatores-chave quando integridade/ acuracidade desta informação?
está negociando com seus fornecedo- (pergunta feita a CFOs)
res”, analisou. Ou seja, é preciso avaliar
se o fornecedor pode ajudar a aumentar
a velocidade de crescimento da empre-
100% confiante
sa, e como ele pode ajudar a mitigar ris-
cos e reduzir custos sem detrimento de
qualidade e confiabilidade.
Bastante confiante
Para Rodrigo Kede, da IBM, o CFO
deve enxergar os fornecedores como
parceiros importantes no processo con-
tínuo de transformação das organiza- Neutro
ções financeiras. Para isso, ele deve
atuar fortemente na qualificação de pro-
dutos e fornecedores, juntamente com Não muito confiante
a área de TI da organização. “Decisões
deverão ser tomadas em conjunto para
evitar malefícios futuros. O payback des- Sem confiança
ses investimentos deverá, em última
instância, ser sempre referendado pelo 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
CFO”, considera.
José Rogério Luiz, da Totvs, afirma
que o CFO é fundamental nas negocia- Fonte: IBM Global Business Services, The Global CFO Study 2008.

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ções com fornecedores de ferramentas
e serviços de TI: “Não só como impor-
tante parceiro para definir os parâme-
tros econômico-financeiros do contrato,
mas também como um dos principais
usuários de sistemas.” Como principais
ferramentas, ele aponta os softwares
de gestão, exemplificando com o ERP
(Enterprise Resource Planning), que per-
mite ao CFO ter as informações das
variadas áreas da empresa.
Victor Sichero também cita o ERP
como uma das principais ferramentas de
tecnologia na área financeira. “Ter um
sistema de gestão integrado é importante
para uma execução segura, bem como
uma infra-estrutura de servidores e com-
putadores capazes de suportar as neces-
“Uma empresa que assume o
papel de pioneira em seu mercado
nas tomadas de decisão de
investimento em informatização
consegue capitalizar o retorno
de seu investimento de forma
bastante expressiva, podendo
inclusive conseguir um papel de
destaque e referência nesse
mercado”
Rodrigo Kede de Freitas Lima
(IBM)
sidades dos usuários”, afirmou.
Também para Rodrigo Kede o ERP
é uma das principais ferramentas que
uma organização necessita para ter um
ambiente integrado, colaborativo e de
dados únicos. “É através dele que serão
garantidos dados fidedignos e em tempo
real para a tomada de decisões das orga-
nizações. Para isso, as organizações preci-
sam estar dispostas a promover um pro-
cesso de transformação bastante amplo
e profundo, não se limitando apenas a
uma ou outra área da empresa. Tais pro-
cessos costumam ser caros e demandam
muito esforço e vontade política das
organizações, mas trazem consigo bene-
fícios imprescindíveis nestes momentos
de alta competitividade”, defende.
Para ele, a adoção de um ERP não
é mais diferencial de mercado, mas sim
um pré-requisito para manter-se nele. “A
"Hoje, o CFO pode ser muito
partir do ERP, as organizações financeiras
começam a buscar ferramentas de Busi- mais analítico e atuar nas decisões
ness Intelligence (BI) e Business Process estratégicas, pois a obtenção de
Management (BPM), entre outras, para dados está agilizada”
garantir a evolução do quadro tático e José Rogério Luiz
estratégico das empresas, aí sim trazendo (Totvs)
um diferencial competitivo”, afirma Kede.
Para Maurizio Niccolai, as informa-
ções são o bem mais preciso para uma
tomada correta de decisão. Assim, um
completo mapeamento de informações
válidas e de importância pode fazer toda
a diferença. Ele afirma que sistemas
de Enterprise Datawarehouse (EDW) e
Business Intelligence (BI) podem prover Neste caso, um bom contrato é peça
os recursos para esta tomada de deci- fundamental para o sucesso da parceria.
são. “Com certeza o maior desafio do Para Victor Sichero, da Microsoft, um
executivo de finanças é ter a mais cor- bom contrato estabelece os serviços a
reta e melhor informação possível. As serem prestados com detalhes opera-
dificuldades, muitas vezes, estão rela- cionais bem estabelecidos. José Rogério
cionadas à existência de muitas solu- Luiz, da Totvs, afirma que para ter a
ções no mercado, pois não é fácil deci- melhor terceirização é necessário definir
dir qual a melhor. O trabalho de con- claramente o que o provedor do serviço
sultoria de BI/EDW é fundamental para deve fazer, com que freqüência e nível
desenhar a melhor solução, tanto para de qualidade.
definir onde devem residir os dados Maurizio Niccolai enumera pontos
como para acessá-los de forma rápida e importantes a serem considerados no
eficaz”, considerou. contrato. Em primeiro lugar, ele diz que
é preciso definir o objetivo da terceiriza-
Contrato justo e eficaz ção. “Porque estamos terceirizando? Esta-
A terceirização do setor de TI tem mos alinhados com a estratégia da em-
sido uma prática comum às empresas. presa e da área de negócios?”, questiona.
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Depois é necessário entender quais ser- Kede completa ao afirmar que qualidade de trabalho prestado”, analisou.
viços devem ser terceirizados e os possí- papéis e responsabilidades, de ambos Verifica-se unanimidade na ques-
veis impactos operacionais. Então faz-se os lados, deverão estar muito bem tão relacionada aos benefícios trazidos
uma análise de qual fornecedor pode estabelecidos, evitando conflitos contí- pelas soluções de TI no planejamento
oferecer esses serviços com qualidade, nuos e impactos por trabalhos não rea- e gestão das organizações. Percebe-se
eficiência e um custo compatível. Só lizados. E, por fim, a empresa tercei- que cada empresa trilha o caminho
então é que se vai definir o modelo rizada escolhida deverá ter background mais coerente com seu porte e me-
de terceirização, ou seja, escolher entre comprovado e robustez suficiente para todologia de trabalho e fica a cargo
Total Outsourcing, Multisourcing, Near absorver qualquer instabilidade desse do CFO a tomada de decisão sobre
shore e Off Shore, entre outros. “Esses processo. “Pequenas empresas geral- os procedimentos de adoção das ferra-
pontos devem ser discutidos e analisa- mente têm pouco fôlego para supor- mentas de TI, adquirindo, assim, mais
dos no momento da decisão e no mo- tar momentos adversos ou picos de autonomia e um papel relevante na
mento de verificação contratual. O con- demanda, trazendo, assim, prejuízo na estratégia das empresas.
trato deve refletir todas essas preocu-
pações para que a melhor solução seja
disponibilizada”, ressalta.
Rodrigo Kede, da IBM, observa que
a terceirização dos serviços de TI geral-
mente tem o objetivo de reduzir custos
e, sobretudo, de melhorar a qualidade Quanto de impacto tem (ou teve) uma gestão de
dos serviços e atingir rapidez e escalabi- risco sob os seguintes aspectos do seu negócio?
lidade nos processos de transformação.
“É muito caro e difícil para as organiza-
ções manter em seu quadro uma estru-
tura que consiga aliar todos esses obje-
tivos. A terceirização passa a ser uma
Eliminação de
alternativa muito boa, transferindo para surpresas
as empresas que possuem o know-how
necessário essas responsabilidades”, con-
sidera. Mas ele lembra que as organiza-
Aumento da taxa de
ções precisam tratar o processo de ter- retorno
ceirização de forma bastante segura e
criteriosa. Para isto, ele diz que devem
ser levados em consideração alguns
Melhora na
pontos principais. Kede defende que a percepção de riscos
relação criada com a empresa contra- e oportunidades
tada deve ser de parceria absoluta. “Este
processo tende a ter êxito quando a
relação é ‘ganha-ganha’. Tentar conduzir Aumento da
resiliência e
as negociações para um lado onde exis-
responsabilização
tem pontos nocivos para uma das partes
geralmente traz malefícios futuros, mui-
tas vezes irreconciliáveis”, observou. Planos de negócios
Outro ponto a ser observado é que mais acurados
o processo de terceirização tem que ser
adotado com um método de controle
bem aplicado. “A adoção de SLAs (Ser- Previsões mais
vice Level Agreements) e KPIs (Key Per- acuradas
formance Indicators) bem estabelecidos
traz um modelo de governança bastante 0 20 40 60 80 100
transparente e justo, trazendo ainda uma
ferramenta muito efetiva para identifica-
ção de oportunidades de melhoria”, diz. Fonte: IBM Global Business Services, The Global CFO Study 2008.

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