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ÍNDICE

  História da Administração
  Evolução das Teorias da Administração
  Estilos de Administração
  Por que estudar Administração
  Definição de Administração
  A importância da Administração
  Tarefa da Administração
  Função administrativa
  Globalização
  O processo administrativo
  Mudança organizacional
 Administração no presente
HISTÓRIA DA ADMINISTRAÇÃO

Dos supervisores da construção da Grande Muralha da China aos


conselhos dados a Moisés por seu sogro, Jethro (o primeiro consultor em
administração), em Êxodo 18:14-27, sempre houve quem praticasse
eficazmente a administração e desse conselhos administrativos. Entretanto,
apenas recentemente se formou um conjunto de literatura que examina as
dimensões da administração e a investiga de maneira científica. Tentativas de
ver a administração de modo coerente e consistente constituíram o início do
desenvolvimento da teoria da administração.

Alguns dos primeiros textos sobre a administração datam o início da


Revolução Industrial, no século XVII na Inglaterra, depois se alastrando para
toda a Europa e América no século XIX. Esses primeiros teóricos, como
Charles Babbage (1792-1871), foram perspicazes o bastante para afirmar que
o surgimento do mundo industrial iria requerer um estudo sistemático da a
dministração de tarefas e da padronização das operações do trabalho a fim de
aju star as empresas, particularmente na área emergente da manufatura lev e,
a uma realidade nova e exigente. Mas, da mesma maneira como a tecnologia
da Inglaterra do século XIX era inadequada para construir o motor analítico que
Babbage propunha (na realidade, o primeiro projeto para um computador
mecânico), tamb ém inadequado era o estágio da industrialização e da teoria
da administração.

Dessa forma, suas ideias forma ignoradas até serem redescobertas


pelo Pai da Administração Científica, Frederick W. Taylor (1856-1915). Em On
the economy of machinery and manufactures (Sobre a economia de máquinas
e fábrica) (1835), Babbage afirmou que o trabalho deveria ser reduzido a
tarefas menores e padronizado. Embora essa ideia tenha sido um dos
fundamentos teóricos para tecnologia de linha de montagem moderna, ela foi
ignorada por mais de meio século.

O estágio da industrialização emergente era tal que os gerentes não


viam a necessidade de uma teoria escrita de administração. Assim, como o
restante da Europa, a Inglaterra era ainda a terra dos privilégios herdados, da
pequena nobreza latifundiária e do status que se originava da posse
inatingível, porém real, da condição de cavalheiro. As habilidades em
administração e liderança não eram vistas como passíveis de se aprender,
mas sim como habilidades herdadas.

Não havia necessidade de uma teoria da administraçã o: nascia-se líder,


não era possível fazer-se um líder. Não admira, portant o, que as idéias de
homens como Babbage fossem ignoradas.

Com a expansão da industrialização, surgiu a necess idade de gerentes


treinados e de uma teoria da administração. Os Estados Unidos, no final do
século XIX e em meio a uma rápida expansão econômica, nece ssitavam de
um grande número de trabalhadores para alimentar seu crescime nto industrial.
Os trabalhadores atraídos para a América para suprir essa necessidade eram,
em sua maioria, imigrantes não qualificados, e tal força de trabalho, étnica e
culturalmente diversificada, exigia um número maior de gerentes a ltamente
qualificados.

No dia 26 de maio de 1886, Henry R. Towne (1844-1924), um


importante industrial, apresentou um ensaio intitulado “O engenheiro como
economista” em uma reunião da Americam society of mechanical engineers
(sociedade americana dos engenheiros mecânicos). Nesse ensaio, Towne
chamava a atenção dos engenheiros para a necessidade de se realizar um
estudo científico da administração de trabalho. Essa foi a primeira vez que se
preconizou um enfoque científico no estudo da administração. Frederick W.
Taylor e seus colegas nos Estados Unidos e na Europa aceitaram o desafio de
Towne e começaram a criar o que é conhecido atualmente como a teoria da
administração.

Os fundamentos para as várias abordagens e as escol as da teoria da


administração são encontrados em diversas disciplin as. Mas a teoria da
administração, ainda que faça uso de outras disciplinas e observações da
prática administrativa, surgiu como uma área de estudo inde pendente a partir
de 1940.

Embora a teoria da administração tenha começado no final do


século XIX, ela continua a ser um corpo dinâmico e evolutivo de con
hecimento e prática, de âmbito verdadeiramente internacional.
EVOLUÇÃO DAS TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO

A EVOLUÇ Ã O DO PENSAMENTO ADMINISTRATIVO

Ainda que bastante nebulosa, a administração é uma atividade


encontrada em empreendimentos de qualquer espécie, de todos os povos, de
todos os tempos. Na verdade, todos os grandes líderes que a História registra
foram administradores – administrando países, coordenando explorações,
dirigindo guerras, gerindo os esforços de outros homens.

Desde 1900, a administração tem evoluído à categoria de atividade


central de nossa era, e a economia é uma força poderosa e inovadora de que
as sociedades dependem para seu desenvolvimento. A administração é, ao
mesmo tempo, fator determinante do processo econômico e modeladora das
sociedades e do modo como são conduzidas as pessoas e as instituições.

Embora se possa reconhecer a importância da adminis tração para o


bem-estar e desenvolvimento dos povos, é muito difícil reconstituir sua história.
Os registros sobre os mais antigos empreendimentos do homem são vagos e
remotos, quando existem.

A ADMINISTRAÇ Ã O DAS CIVILIZAÇ Õ ES ANTIGAS

As origens de alguns conceitos e práticas modernas de administração


podem ser atribuídas a civilizações muito antigas. Salomã o, um governante
bíblico, coordenou a elaboração de acordos de comércio, administrou
programas de constituição e modelou tratados de paz no século X a.C.
Entretanto, antes disso já havia a necessidade de alguma forma ou sistema
para governar o povo.

Muitos governantes antigos usaram seus fiéis servidores para executar


seus desejos soberanos, conferindo a esses servidores a devida autoridade
para atuar em nome do chefe. De modo coletivo, os fiéis servidores se
converteram, então, no conselho ou junta consultiva dos chefes.

À medida que o poder e a reputação desses conselheiros aumentavam,


alguns deles se tornavam líderes terrenos e espirituais do povo. Para
administrar, desenvolveram regras e tabus de conduta, utilizando o temor ao
sobrenatural e o medo do ridículo mundano para garantir a adesão e a
obediência às suas regras.

Antecedendo o estudo das escolas de administração, é


importante conhecer a evolução do pensamento administrativo.

Para compreender a estrutura empresarial moderna e agir com


precisão, o administrador precisa conhecer o processo evolutivo das
organizações nos últimos cem anos. Várias correntes de pensamentos forma
apa recendo e influenciando a gestão dos negócios. O quadro mostrado a
seguir apresenta uma visão geral da evolução dos procedimentos
administrativos.
A administração, inicialmente compreendida como a realização de um
empreendimento sob as ordens de alguém ou simplesmente como a prestação
de um serviço a outrem, sofreu um formidável aprofundamento e ampliação
em seu escopo. O administrador é hoje encontrado em todos os níveis e em
todas as áreas da empresa moderna e em todos os tipos de organizações
humanas.

A teoria da administração surgiu com a “ênfase nas tarefas”, a partir da


Escola da Administração Científica de Taylor, dentro de uma abordagem de
sistema fechado, preocupada exclusivamente com o nível operacional da
empresa. Quase simultaneamente, foi enriquecida com a “ênfase na e
strutura”, decorrente da abordagem anatômica de Fayol (Teoria Clássica da
Administração), com a abordagem burocrática de Weber (Teoria da Burocraci
a) e com a abordagem estruturalista (Teoria Estruturalista), mais recentemente.
A reação humanista surgiu com a Escola das Relações Humanas, centrada na
“ênf ase nas pessoas”, no que também foi seguida pela Escola do
Comportamento Organizacional e pelo movimento do Desenvolvimento
Organizacional (D.O.), ambos realçando as características eminentemente
humanas e democrática s das organizações bem sucedidas.

Quadro 1: Evolução dos procedimentos administrativos


N. Época Escolas Outras Principal Ênfase
aproxima denominações nome
da
01 1890 a Administração Escola Taylor Tarefas
1925 científica Mecanicista,
Tradicionalista,
Americana.
02 1890 a Administração Normativista, Fayol Estrutura
1925 clássica Européia, Teoria
Administrativa.

03 1927 Relações Humanas Behaviorista Elton Mayo Pessoas


04 1932 a Comportamentalista Behaviorista Argyres Pessoas
1940
05 1940 Burocrática Teoria da Max Estrutura
burocracia Weber
06 1950 Estruturalista Weberiana Etzioni Estrutura
07 1951 Sistemas Sistemas gerais Ludwing Ambiente
von
Bertalanffy
08 1954 APO (administração Neoclássica Peter Estrutura
por objetivo) Drucker
09 1962 Desenvolvimento Behaviorosta Leland Pessoas
Organizacional Bradford
10 1972 Contingência Administração Lawrence Tecnologia
da tecnologia e Lorsch
11 Qualidade Total e Melhoria Contínua: tendência dos anos 1980 até
nossos dias.
A partir da Teoria dos Sistemas, surgiu a ênfase no ambiente, cujo
apogeu ocorreu com a Teoria da Contingência. Esta trouxe, também, a “ênfase
na tecnologia”.

Atualmente, a Teoria da Administração considera simultaneamente estas


cinco forças reunidas: tarefa, estrutura, pessoas, tecnologia e ambiente. São
variáveis interdependentes e interagentes.

As perspectivas futuras da Administração são promis soras, embora nem


um pouco tranquilas.

A “Era da Incerteza”, cheia de mudanças e transformações, de


turbulências e instabilidades, que atravessamos está impondo novos e
crescentes desafios para a Administração.
ESTILOS DE ADMINISTRAÇÃO

ENFOQUE CLÁSSICO

ADMINISTRAÇ Ã O CIENTÍFICA

Em termos de desenvolvimento das escolas ou teorias da


administração, a escola clássica é a mais velha, tendo se iniciado c om a
Teoria da Administração Científica, estabelecida por Frederick W. Taylor.

Frederick W. Taylor (1856 -1915) nasceu na Filadélfia, viveu na Europa


durante três anos e aos 18 anos começou a trabalhar como aprendiz na
Hydraulic Works, fabricante de bombas a vapor. Depois da licenciatura em
engenharia mecânica pela Stevens Institute of Technology, ascendeu a
engenheiro chefe da Midvale Steel Company, passando a diretor-geral da
Manufacturing Investment Company. Em 1893 mudou-se para Nova Iorque
para trabalhar como consultor de engenharia e foi considerado o pai da
administração científica.

A origem da administração científica está ligada a revolução industrial,


principalmente ao crescimento acelerado e desorganizado das empresas, que
gerou um aumento da complexidade da administração e a necessidade de
maior planejamento e, consequentemente uma abordagem científica,
substituindo a improvisação por métodos racionais de trabalhos, e a
necessidade que as empresas passaram a ter de aumentar a eficiência e a
competi tividade, procurando obter um melhor aproveitamento dos seus
recursos para poder enfrentar a concorrência e a competição, que aumentava a
cada dia.

A Administração Científica é uma escola clássica de administração,


tendo recebido também outras denominações: clássica, amer icana e
tradicionalista. Inicialmente, Taylor chegou a conclusão de que a ad
ministração das empresas precisava ser melhorada e que havia muitas perdas
com a ineficiência.

Taylor considerou que os problemas de falta de eficiência e de baixa


produtividade da empresa estavam ligados ao fato de as pessoas não estarem
satisfeitas no seu trabalho. Estudando o ambiente industrial, chegou à
conclusão de que essa insatisfação era causada pela baixa remuneração
recebida pelos funcionários, que a consideravam injusta e não ince ntivava a
produzir mais.

A partir disso Taylor procurou criar um sistema de pagamento que fosse


mais justo e que incentivasse o trabalhador a produzir mais, agradando aos
patrões sem desagradar os demais funcionários, seus companheiro s de
trabalho. A solução encontrada foi estabelecer uma produção-padrão, de
acordo com o qual o funcionário receberia sua remuneração.

Para estabelecer qual seria essa produção-padrão er a necessário


determinar a melhor maneira de realizar cada tarefa (the one best way); a
seguir, determinar quanto tempo um homem plenamente apto gastaria na
execução dessa tarefa, estabelecendo assim um tempo-padrão. Dessa
maneira, conhecendo o modo ideal e tempo-padrão para executar uma tarefa,
foi possív el determinar a produção-padrão. Isso foi conseguido com o estudo
de tempos e movimento, como veremos mais adiante.

Assim, Taylor focou seus estudos no trabalho dos operários, procurando


dividir as tarefas em seus elementos básicos, passa ndo depois a cronometrar
o tempo necessário para sua execução, eliminando movi mentos inúteis e
desperdício de tempo.

Nesta teoria, Taylor comparava os operários com bov ino. Tem


muita força e pouca imaginação.

Sua teoria segue o caminho de baixo para cima na empresa,


procurando aumentar a produtividade melhorando a eficiência no nível
operacional, dando ênfase à análise e à divisão do trabalho do operári o. Ou
seja, Taylor vai das partes para o todo, ao contrario de Fayol, que segue o
caminho inverso.

Frederick w. Taylor, considerado o fundador da administração científica,


estudou várias atividades e, dividindo-as tarefas menores, determinou a
maneira
mais eficiente de realiza-las. Ele chamou seu método para a compreensão
do trabalho e a melhoria na eficiência do trabalhador de: ”a única maneira
correta”.

Inicialmente, Taylor cuidou apenas de processos. Depois, tratou de


estabelecer princípios destinados a generalizar aquilo que obtivera por meio de
experimentações. Nessa fase, evidenciaram-se apenas três:

a) Atribuir a cada trabalhador a tarefa mais elevada possível, de acordo


com as suas aptidões;
b) Solicitar a cada trabalhador produção igual ou maior que o padrão
estabelecido (produção de um trabalhador hábil, não excepcional, da
sua classe e no horário normal de trabalho).
c) Atribuir aos trabalhadores tarifas diferentes de remuneração por
unidades produzidas, tarifas essas que seriam satisfatórias apenas
para os trabalhadores que cumprissem o padrão estabelecido, e mais
ainda para os que excedessem esse padrão.

Empenhando em auxiliar os operários a alcançar o má ximo de


produção/remuneração com o mínimo de esforço, Taylor passou a empregar
na prática o estudo dos tempos e movimentos que iria f azer, mais tarde, a
fama dos Gilbreth.

Na fase seguinte, emergiram os seguintes princípios:


a) Substituir, no trabalho, a improvisação e a atuação empírico-prática
pela científica;
b) Escolher os trabalhadores e prepará-los para pro duzirem mais
e melhor;
c) Controlar o trabalho para se certificar de que está sendo executado
de acordo com as normas estabelecidas cientificamente.
d) Distribuir distintamente as atribuições e as responsabilidades: de
um lado, o preparo, o planejamento e o controle do trabalho; de
outo, a execução.

A administração Científica instituiu, também, o sistema de mérito, que


consistia em:

a) Demissão dos incapazes;


b) Maior salario para os que produzissem mais; e
c) Promoção para os que apresentassem melhor desempenho

Remuneração de Taylor

Pagamento por Resultados

Figura 1: Formas de remuneração segundo Taylor

Já nessa época identificavam-se problemas similares aos atuais, como


a cera no trabalho, que poderia ser demonstrada por meio de determinadas
ações:

a) Operar uma máquina empregando apenas parte de su a capacidade


de produção;
b) Trabalhar em ritmo lento; e
c) Executar o trabalho sem que se pudesse prever se seria ou não
concluída a cota estabelecida.

Taylor também desenvolveu estudos sobre a fadiga e seus efeitos sobre


a produtividade. Sendo a fadiga a diminuição da capacidade funcional
provocada por excesso de trabalho, acompanhada da sensação característica
de mal-estar, ele achava que era preciso estudar suas causas e organizar o
trabalho de forma a evitar que ela se instalasse entre os operários.

A fadiga pode ser identificada por sinais como:


a) acúmulo de substância residuais no organismo hum
ano, prejudicando o seu bom funcionamento;
b) desaparecimento das reservas orgânicas;
c) alteração dos centros nervosos;
d) ação tóxica em geral; e
e) excesso de trabalho.
A prevenção da fadiga poderia ser feita por meio de:

a) trabalho racionalizado;
b) eliminação das condições ambientais inadequadas;
c) intervalos de recuperação;
d) respeito à capacidade orgânica individual; e
e) boa alimentação.

A Supervisăo Funcional de Taylor

Gerente de Produção

Supervisor de Produção Supervisor de Manutenção Supervisor da Qualidade

Operário A Operário B Operário C Operário D

Figura 2: Supervisão funcional segundo Taylor.


A ADMINISTRAÇ Ã O DE FORD

Talvez o mais conhecido de todos os precursores da


moderna Administração,
Henry Ford (1863-1947), nascido no Estado de Michigan (EUA). Ford não era
nem engenheiro, nem economista, nem psicólogo; era um empresário com
visão prática, que buscava a cristalização do conceito de eficiênc ia, no mais
amplo sentido, em uma fábrica de automóveis.

Henry Ford iniciou sua vida como simples mecânico, chegando


posteriormente a engenheiro-chefe de uma fábrica. I dealizou e projetou um
modelo de carro auto-propelido e, em 1899, fundou com alguns colaboradores
a sua primeira fábrica de automóveis, que logo depois foi fechada. Continuou
seus projetos sem desanimar e conseguiu financiamento com o qual fundou,
em 1903 a Ford Motor Co., fabricando um modelo de carros a preços populares
dentro de um plano de vendas e de assistência técnica de grande alcance,
revolucionando a estratégia comercial da época.

A política de Ford se alicerçou na produção em massa, em série e em


cadeia contínua, no pagamento de altos salários e na fixação de preços
mínimos para os bens produzidos. Tudo isso apoiado na elevação da
produtividade do operário, no aumento da intensidade de produção e na
economia má xima de material e de tempo de fabricação.

Ford estabeleceu um processo de trabalho contínuo. O automóvel era


fabricado e vendido antes de serem pagos os salário s e matérias-primas nele
utilizadas. Em sua linha de montagem implantada em 1913, já fabricava 800
carros por dia. A empresa Ford assombrou o mundo pela velocidade de
fabricação, pelo preço de venda (bastante reduzido para a época) e pela
grandiosa produção anual, o que ocorreu pela introdução do conceito de eficiê
ncia como objetivo da administração. Daí adveio um original interesse de bem-
estar do trabalhador.

Em 1926, já tinha 88 indústrias e já empregava 150 mil pessoas,


fabricando então 2 milhões de carros por ano. Contudo, teve ou tros méritos
que simplesmente o de haver construído o primeiro carro popular em larga
escala ter feito fortuna por formular um punhado de teorias e ideias próprias a
respeito da administração.

CONCEITO DE HOMO ECONOMICUS

Taylor achava que o estudo do trabalhador deveria ser feito por meio de
uma abordagem econômica, considerando o homem motivado pela busca do
dinheiro e pelo medo de perder o emprego. Ele adotou o conceito de homo
economicus para caracterizar o operário, isto é, a ideia de que par a trabalhar
mais o homem é influenciado apenas pelo fator econômico, portanto só
aumentará seu ritmo de trabalho se receber em troca recompensas financeiras.
ESTUDOS DE TEMPOS E MOVIMENTOS – ETM

Frank (1868-1924) e Lillian M. Gilbreth (1878-1972) foram


contemporâneos, seguidores e, muitas vezes, rivais de Taylor, ainda que
aceitassem sua afirmação sobre a única maneira correta e a necessidade de
us ar o método científico de observação e de medidas para analisar o trabalho.
Os Gilbreth são considerados pioneiros no uso de estudos de movimentos para
melhorar a eficiência do trabalhador.
Frank Gilbreth criou um esquema de classificação de 17 movimentos
usados em tarefas e usou essa classificação para analisar as ações dos
trabalhadores.

Embora Frank Gilbreth seja o mais famoso da dupla, sua esposa Lillian
também foi pioneira no uso de estudos de movimentos para melhorar a
produtividade do trabalhador.

Taylor deu bastante atenção ao ETM, podendo ser citado como o


pioneiro na utilização neste campo. Partia do pressuposto de que o trabalho
precisava ser observado para que resultasse no maior aproveitamento em
menor espaço de tempo, poupando assim o trabalhador.

Taylor acreditava que todo e qualquer trabalho admitia uma fórmula para
ser aperfeiçoado, mas para isso era preciso estudar a tarefa, o local de
trabalho, as máquinas e ferramentas.

Estudo de movimento e tempos - ETM

Estudo Tempos

Movimentos Tarefa e tempo ideais

Fonte: Adaptado de Ribeiro (2005)


Figura 3: estudos de tempos e movimentos – ETM

O ETM é um estudo que visa racionalizar o trabalho e alcançar a


otimização da relação tempo-esforço, procurando identificar os melhores
movimentos e tempos na execução de uma tarefa.

TEORIA ANATÔ MICA OU ADMINISTRAÇ Ã O CLÁ SSICA

A administração clássica é um segundo componente da s teorias da


administração. Teoria que dá ênfase à gerência e à departamentalização.
Tinha a preocupação de aumentar a eficiência da empresa por meio de sua
organização e da aplicação de princípios gerais de administração.

A Escola Clássica, corrente do pensamento administr ativo, foi fundada


pelo engenheiro francês Henry Fayol (1841-1925), e é con hecida também
como: normativista, tradicionalista, europeia, anatomista e fisiologista.

Henry Fayol nasceu em Constantinopla, estabelecendo-se mais tarde na


França. Graduou-se engenheiro de minas pela Escola Nacional de Minas
em Saint Étienne , em 1860. Trabalhou toda sua vida em uma empresa de
mineração de carvão e fundição de ferro.

O sucesso profissional se tronou visível quando, após ser promovido a


gerente geral, revitalizou a companhia em que trabalhava. Foi com base nas
suas experiências e pesquisas que desenvolveu a Teoria C lássica.

Para Fayol, o problema da administração concentrava-se nas indústrias


e usinas, e a preocupação era com a produtividade. Fayol levou a
administração do nível da oficina para o da direção geral da empresa,
considerada em sua totalidade.

Sua principal contribuição ao pensamento administrativo foi mostrar como um


processo administrativo complexo pode ser separado em áreas
interdependentes de responsabilidade ou de função.

Taylor, para aumentar o rendimento da empresa industrial, começou


pelo operário (visão de baixo para cima), Fayol começou pelos dirigentes (de
cima para baixo).

Os trabalhos de Fayol e de Taylor foram essencialmente


complementares; ambos perceberam que a chave do sucesso industrial estava
no problema do pessoal e de sua administração. Ambos foram pioneiros e
prestaram uma grande colaboração ao moderno pensamento administrativo.

Assim como Taylor, Fayol buscava a eficiência nas o rganizações por


meio da utilização do método científico na administração, porém, enquanto o
primeiro buscou o aumento da eficiência no nível operacional, a teo ria de
Fayol se caracterizou pela ênfase na estrutura, procurando aumentar a eficiênc
ia com um melhor arranjo dos diferentes setores da empresa e das relações
existentes entre eles.

Ao definir as funções da empresa, Fayol diz que a administração é


distinta das outras (técnicas, comerciais, financeiras, etc.) e é constituída por
cinco funções: previsão, organização, comandar, coordenação e cont role, ou
seja, o ato de administrar.

O conjunto de operações de toda empresa pode ser dividido em


seis grupos:

a) técnicas: produção, fabricação, transformação;


b) comerciais: compras, vendas, permutas;
c) financeiras: procura e gerência de capitais;
d) de segurança: proteção de bens e de pessoas;
e) de contabilidade: inventários, balanços, preços de custo e estatísticas;
e
f) administrativas: previsão, organização, comandar , coordenação
e controle.
FUNÇ Õ ES ADMINISTRATIVAS

Nenhuma das cinco funções precedentes tem o encargo de formular o


programa geral de ação da empresa, de constituir o seu corpo social, de
coordenar os esforços, de harmonizar os atos. Essas operações não fazem
parte das atribuições de caráter técnico, nem tampouco das fu nções
comerciais, financeiras, de segurança ou de contabilidade. Elas constituem
outra função, designada habitualmente sob o nome de administração, cujas
atribuições e esfera de ação são muito mal definidas.

IMPORTÂ NCIA DAS FUNÇ Õ ES

A principal função do operário é a técnica, como a do diretor é a


administrativa. À medida que se sobe na escala hierárquica, o coeficiente
administrativo aumenta, e vice-versa, embora nas estruturas empresariais mais
complexas o setor técnico também se veja envolvido com questões
administrativas, mais precisamente com as de sua respectiva área de
abrangência.

Resguardadas algumas exceções, a função técnica é o esteio das


pequenas empresas, enquanto nas maiores a administrativa é a que dá
sustentação. Nas empresas médias observa-se equilíbrio entre as duas forças.

ENFOQUE HUMANISTA

a) Teorias Transitivas
b) Antagonismo – Teoria das Relações Humanas
c) Comportamentalista – Behaviorista

TEORIAS TRANSITIVAS:

Conserva a racionalidade do Enfoque Clássico e acre scenta uma pitada


de humanismo, através da psicologia do trabalho.

Dois estudiosos apresentaram contribuições significativas ao


pensamento administrativo, antecipando a compreensão de como a
organização formal e a parte das relações humanas poderiam ser interligadas.
São eles: Mary Parker Follet e Chester Barnard.

Ambos trabalharam a partir dos enfoques da perspectiva clássica e


introduziram novos elementos no campo das relações humanas e na estrutura
organizacional.

MARY PARKER FOLLETT

Nascida em Quincy, no Estado de Massachusetts, Mary Parker Follett


(1868-1933) frequentou, em 1898, o Radcliffe College, um anexo de Harvard,e,
mais tarde, o Newnham College, na Universidade de Cambridge, tendo
concentrado seus estudos em filosofia, história, política e direito. Ela Também
realizou estudos complementares em Paris.

Desde o início de seus trabalhos educacionais e sociais, em 1891, Mary


P. Follett tentou implementar uma filosofia de administração baseada na tese
de que qualquer sociedade duradoura, produtiva, deveria se fundamentar no
reconhecimento dos desejos motivacionais do indivíduo do grupo. Ela não foi
uma acadêmica convencional; mais do que isso, foi uma p ensadora política,
social e de administração, o que originou sua inspiração para os estudos no
trabalho social em sua cidade natal.

Cronologicamente, Mary P. Follett pertenceu à era da administração


científica. Filosófica e intelectualmente, ela foi membro da era do ser social.
Tinha um pé em cada mundo e serviu de ligação entre a abordagem
mecanicista da administração científica e a abordagem humanista, antecipando
muitas das conclusões dos pesquisadores de Hawthorne.

CHESTER IRVING BARNARD

Chester Irving Barnard (1886-1961) nasceu em Malden, no Estado de


Massachusetts, tendo ingressado em Harvard em 1906, onde cursou
economia, mas não recebeu o diploma por não haver concluído uma d isciplina
de laboratório.

Ele foi um sociólogo de organizações sem portfólio, que por mais de 30


anos trabalhou na American Telephone and Telegraph (AT&T). Atuou também,
entre outras organizações, na Rockfeller Foundation, a qual presidiu por quatro
anos.

Inspirado nas obras de Mayo, Follet e outros, o trabalho de Barnard


consistiu na análise lógica da estrutura da organização e na aplicação de
conceitos sociológicos na administração.

Barnard desenvolveu estudos e teorias de organizações cujo propósito


era estimular o exame da natureza dos sistemas cooperativos. A noção do
conceito de sistema cooperativo começou com o indivíduo, como um ser
discreto; todavia, ele notou que seres humanos não funcionavam, exceto em
conjunto com outros humanos, em uma interação de relacionamento social.

As pessoas se comportam em função de escolha baseada em seus


propósitos, desejos e impulsos do momento, ou em função de quais
alternativas estiverem disponíveis.

A organização influencia as pessoas por meio do controle exercido por


seus executivos, modificando seus comportamentos.

Tanto Follett como Barnard buscavam desenvolver os meios para integrar as


pessoas e as organizações. Follett focalizou mais as pessoas e
como elas podiam direcionar seus esforços para os objetos;
Barnard estudou tanto a parte formal quanto a informal das
organizações.

TEORIA DAS RELAÇ Õ ES HUMANAS

O pensamento da Escola Clássica, representado pela visão mecanicista


do trabalho de Taylor e pela abordagem normativista da organização de Fayol,
não tardou a encontrar opositores preocupados em humanizar os princípios e
formas de administrar a empresa.

A primeira tendência que surgiu em oposição a Taylo r foi a Escola das


Relações Humanas. Seus autores sempre destacaram os pontos positivos das
Escolas Mecanicistas e Normativista, mas queriam corrigir seus excessos.

A escola das Relações Humanas, como mais comumente é conhecido o


movimento, foi construída com base na Teoria Clássi ca. As teorias
administrativas desenvolvidas até então desencadearam uma alteração : a
ênfase colocada na tarefa (Taylor) e na estrutura (Fayol) foi transferida para a
ênfase nas pessoas que fazem parte das organizações.

Os aspectos organizacionais mais importantes se concentram no


homem e seu grupo social, isto é, a preocupação passa dos aspectos técnicos
e formais para os aspectos psicológicos e sociológicos.

O movimento das relações humanas foi um esforço combinado entre


teóricos e práticos para fazer os gerentes mais sensíveis ás necessidades dos
empregados.

Nascido em Adelaide, na Austrália, George Elton May o (1880-1949),


um sociólogo que trabalhou maior parte de sua vida na Havard Business
School, Australiano, diplomado em Lógica, Filosofia e Medicina, foi o mais
importante incentivador e protagonista da Escola das Relações Humanas. Ele
foi o responsável pela coordenação e realização da experiência de Hawthorne,
que desencadeou uma série de descobertas sobre o comportamento humano
no trabalho. Realizou quatro estudos importantes com relação ao
comportamento e aos resultados da produtividade no trabalho, entre 1923-
1944.

O primeiro foi desenvolvido em uma fábrica de tecid o na Filadélfia, onde


ocorria uma intensa troca de funcionários, que se m ostravam tristes e
deprimidos, o que, de acordo com Mayo, era consequência da fadiga . Mayo
então estabeleceu períodos de descanso ao longo do dia, o que não pro vocou
grande alteração na motivação. Houve significativa melhora no comportamento
dos operários quando eles passaram a participar da decisão de estabelece r os
períodos mais convenientes de descanso.
O segundo estudo desenvolvido foi a experiência na fábrica de
Hawthorne (1927-1932), a mais famosa pesquisa sobre relacionamento das
pessoas no trabalho. Nenhum estudo na história da administração recebeu
tanta publicidade, foi alvo de tantas interpretações e foi tão aceito, e a o
mesmo tempo tão duramente criticado, como os experimentos realizados na
fábri ca da Western Eletric Company, no bairro de Hawthorne, em Chicago,
Illinois. Os experimentos em Hawthorne são de extrema importância na teoria
das organizações p or diversas razões.

Primeiro, porque foi durante esses estudos que os teóricos das


organizações começaram a aprender como o trabalho de grupo, as atitudes e
as necessidades dos empregados afetavam sua motivação e seus
comportamentos. Segundo, porque o programa pesquisou e mostrou a enorme
complexidade do problema da produção em relação á eficiência
(produtividade).

O terceiro foi uma pesquisa que se desenvolveu em três indústrias


metalúrgicas (numa cidade da costa ocidental dos Es tados Unidos) onde
ocorria um alto índice de absenteísmo, exceto em uma delas. Mayo descobriu
que nesta última o grupo tinha sua reputação valorizada, o que foi
consequência de treinamento dos contramestres feito muito tempo antes, a
fim de preservar a dignidade pessoal do empregado, o que se mantinha até
então. O treinamento dos contramestres se fundamentava em serem
pacientes, atenciosos e em evitar o descontrole emocional no trato com seus
subordinados.

A quarta pesquisa foi realizada em uma fábrica de a viões. Em 1944, no


sul da Califórnia, onde se constatava alta rotatividade de mão-de-obra. Mayo
verificou que, dentre os tipos de comportamento dos grupos da empresa,
destacava-se aquele com espírito de equipe criado pelos gerentes, que
incitavam a solidariedade com os demais participantes.

O livro Problemas humanos de uma civilização industrial, de Elton Mayo,


é considerado a bíblia do movimento das relações humanas e foi publicado em
1933.

TEORIA COMPORTAMENTALISTA

A abordagem comportamentalista, também denominada novas relações


humanas, teve origem como um desdobramento da Teoria das Relações
Humanas e como uma tentativa de consolidar o enfoque das relações
humanas nas teorias das organizações.

Essa escola trouxe um novo direcionamento ás teoria s da


administração, com uma maior valorização do comportamento do indivíduo e
uma redução nas posturas normativas e descritivas das teorias de até então,
isto é, a teoria Clássica, a Teoria Burocrática e a Teoria das Relações
Humanas.
A herança mais importante trazida para a abordagem
comportamentalista veio de Kurt Lewin (1890-1947). Nascido na Alemanha
estudou nas universidades de Friburgo, Munique e Berlin, onde se doutorou
em psicologia. Os estudos de Lewin constituíram a passagem das relações
humanas para um novo movimento dedicado à administração e à psicologia
industrial na década de 1960.

O comportamentalismo pode ser definido como uma doutrina psico-


sociofilosófica, que visa explicar os fenômenos sociais por meio do
comportamento dos indivíduos e o estudo das causas que influenciam tal
comportamento.

Muitos estudiosos, por dificuldade em estabelecer parâmetros que


distinguissem as Escolas das Relações Humana e do Comportamento
Humano, acabaram por generalizá-las como behavioristas (do
comportamento). Mas uma tênue diferença assoma entre os princípios
cristalizados pelas duas: é que, enquanto a das Relações Humana entende
que o indivíduo é dotado de sentimentos e percepções, a do Comportamento
Humano, além de reconhecer esses aspectos, situa o indivíduo como agente
de seu próprio progresso na medida em que o entende como participativo e
não como mero espectad or da realidade que o cerca.

A Motivação Humana

O estudo da motivação refere-se basicamente às razões pelas quais as


pessoas se comportam de certo modo. Em termos gerais, a motivação pode
ser descrita como o direcionamento e a persistência da ação. Isso será
relacionado com a escolha que as pessoas fazem de determinado curso de
ação, em detrimento de outros, e porque, continuam com a ação escolhida,
muitas vezes por um longo período, enfrentando muitas dificuldades.

Motivação é alguma força direcionada dentro dos indivíduos,


pela qual eles tentam alcançar uma meta, a fim de preencher
uma necessidade ou expectativa.

Motivação é um assunto complexo, muito pessoal, e influenciado por


diversas variáveis. Os indivíduos têm uma variedade de neces sidades, que se
alteram e que às vezes são conflitantes, bom como expectativas qu e podem
ser satisfeitas de várias maneiras diferentes.
Para
Resultam

Necessidades Força Metas


ou direcional desejadas
expectativas

Que busca Que provêem

Retorno Realização
(ou feedback)

Fonte: adaptado de Silva (2008)


Figura 4: Modelo de motivação

Hierarquia das Necessidades

Maslow, um psicólogo e consultor americano apresentou uma teoria da


motivação, segundo a qual as necessidades humanas estão organizadas e
dispostas em níveis, numa hierarquia de importância e de influencia. Essa
hierarquia de necessidades pode ser visualizada como uma pirâm ide. Na base
da pirâmide estão as necessidades mais baixas (necessidades fis iológicas) e
no topo, as necessidades mais elevadas (as necessidades de auto-realização).

Segundo Maslow, as necessidades humanas obedecem a uma ordem


de importância e podem ser dispostas numa hierarquia c omo em uma
pirâmide: na base estão às necessidades básicas e no topo, as ma is
importantes.

Portanto, o ser humano possui necessidades que motivam o seu


comportamento, num processo contínuo e cíclico de surgimento e satisfação
de necessidades. À medida que o homem satisfaz uma necessidade, surge
outra, e assim por diante.
Figura 5: Hierarquia das necessidades humanas

1. Necessidades Fisiológicas: constituem o nível mais baixo de todas


as necessidades humanas, mas de vital importância. Nes te nível
estão as necessidades de alimentação (fome e sede), de repouso,
de sono, de abrigo, o desejo sexual, etc.

2. Necessidades de Segurança: são as necessidades de segurança ou


de estabilidade, a busca por proteção contra a ameaça ou privação,
a fuga ao perigo. Surgem no comportamento quando as
necessidades fisiológicas estão relativamente satisfeitas. Tem
grande importâ ncia na empresa devido ao fato do empregado estar
sempre em relação de dependência com a empresa.

3. Necessidades Sociais: surgem no comportamento, quando as


necessidades encontram-se relativamente satisfeitas. Dentre as
necessidades sociais encontram-se a necessidade de associação,
de participação, de aceitação por parte dos companheiros, de troca
de amizade, de afeto e de amor.

4. Necessidades de Estima: são as necessidades rela cionadas com a


maneira pela qual o indivíduo se vê e se avalia. En volvem a auto-
apreciação, a autoconfiança, a necessidade de aprovação social e de
respeito, de status, prestígio e consideração. A satisfação dessas
necessidades conduz a sentimentos de autoconfiança, de valor, de
força, prestígio, poder, capacidade e utilidade.

5. Necessidade de Auto-Realização: são as necessida des humanas


mais elevadas, que estão no topo da hierarquia. São as n
ecessidades de cada pessoa realizar o seu próprio potencial e de
autodesenvolver-se continuamente. Essa tendência geralmente se
express a através do impulso de a pessoa tornar-se sempre mais do
que é e de vir a ser tudo o que pode ser.

Essas necessidades tomam formas e expressões que va riam


enormemente de pessoa para pessoa. A sua intensidade e ou manifestação
também são extremamente variadas, obedecendo às diferenças individuais
entre as pessoas.

ENFOQUE ORGANIZACIONAL

TEORIA BUROCRÁ TICA

Os dois enfoques anteriores (clássico e humanista) não foram


suficientes para a abordagem mais ampla. Percebeu-se a necessidade da
presença de um poder racional – a própria burocracia.
O poder racional – imposição e aceitação de normas, de forma
coerente e prática, com baixo custo e adequado à produtividade .

A administração burocrática se originou na Europa no início do século


XX, como alternativa às teorias conhecidas, visto que buscava a racionalidade
técnica requerida para projetar e construir um sistema administrativo baseado
no estudo exato dos tipos de relacionamento humanos necessári os para
expandir a produtividade.

As origens desta escola são provenientes do antago nismo existente


entre a Teoria Clássica e a Teoria das Relações Humana, que não
conseguiam apresentar uma visão geral da organização. Assim, a burocracia
surge da necessidade de criar um modelo organizacional que considerasse
todos os aspectos organizacionais, fossem eles humanos ou estruturais.

A isso veio somar-se o contínuo crescimento das empresas, com um


número cada vez maior de tarefas mais complexas e interdependentes de
outras tarefas dentro da organização, e, por fim, a influência dos trabalhos de
Max Weber, que propõe um modelo de organização baseado na burocrac ia,
imediatamente aproveitado pelas empresas.

A escola Burocrática foi inspirar-se em Max Weber (1864-1920),


sociólogo alemão, notabilizou-se pelos seus estudos sobre aut oridade e
burocracia.

Burocracia no sentido popular é um sistema exagerado de culto por


papel e aos regulamentos. Não é essa a abordagem de Weber, que
considerava burocracia um sistema ou modelo em que a estrutura é
organizada por normas escritas visando racionalidade e igualdade de
tratamento de todos os casos e situações.

Max Weber é considerado o pai da teoria da burocracia, cujo sentido


não é aquele atribuído pejorativamente pela sociedade, mas o de efetivamente
atender à organização formal dentro de padrões de racionalida de e eficiência.

A burocracia constitui um exemplo típico do modelo de organização


dotado de racionalidade, possível de ser aplicado a todos os tipos de
organizações e empresas, independentemente da natureza das operações, do
tamanho, etc. a burocracia visa atingir certas consequências deseja das,
dentre elas a previsibilidade do comportamento das pessoas dentro da
organização, ou seja, uma certa padronização do desempenho humano,
buscando alcançar a máxima eficiência da organização.

O tipo ideal de burocracia de Weber está detalhado no quadro 2 a


seguir:
Quadro 2: a Burocracia ideal de Max Weber

1 – Divisão do trabalho : Os trabalhos são divididas em tarefas simples, ro


tineiras e bem definidas.
2 – Hierarquia de autoridade: Os cargos ou postos são organizados em
uma hierarquia, sendo cada um dos postos inferiores são controlado e
supervisionado por um mais elevado.
3 – Seleção formal : Todos os membros da organização serão selecionado s
com base em qualificações técnicas demonstradas por treinamento,
educação ou exame formal.
4 – Regras e regulamentos formais: Para garantir uniformidade e
regulamentar as ações dos funcionários, os gerentes devem recorr er
constantemente a regras organizacionais formais.
5 – Impessoalidade: Regras e controles são uniformemente aplicados, ev
itando-se envolvimento com as personalidades e preferência pe ssoais dos
funcionários.

6 – Orientação de carreira : os gerentes são funcionários profissionais e


não proprietários das unidades que administram. Trabalh am em troca de
salários fixos e seguem suas carreiras dentro da organização.
Fonte: Adaptado de Robbins (2001, p.492)

A burocracia não é um conceito exclusivo das empresas. É uma


forma de organização baseada na racionalidade, que procura atingir
metas coma maior eficiência possível por meio da melhor adequação
do s meios aos objetivos estabelecidos.

O ABC da Burocracia

Numa administração eminentemente burocrática, pode m-se


identificar
deficiências como:

a) Não há solução rápida que não possam ser adiadas ;


b) Não há problema simples que não possa ser transf ormado em
complexo;
c) Não há documento válido em que não possa achar a
lguma irregularidade;
d) Atrapalhe a vida dos outros antes que alguém atrapalhe a sua;
e) Descarregue suas frustrações nas pessoas que dependam de suas
soluções;
f) Humilhe sempre as pessoas de condição social modesta, que não
têm como revidar suas grosserias;
g) Burocrata que é burocrata defende o outro em qualquer circunstância;
h) O burocrata moderno não está apenas na administr ação pública;
ele pode trabalhar em qualquer lugar.
Vantagens e desvantagens da burocracia

Quadro 3: Algumas vantagens e desvantagens da burocracia

Vantagens Desvantagens
Maior eficiência Ineficiência
Atendimento padronizado Excesso de formalismo
Divisão do trabalho Excesso de documentos
(papéis/arquivos)
Impessoalidade no relacionamento Despersonalização do relacionamento
Hierarquização da autorização Decisões muito padron izadas
Regra no procedimento Inchamento do quadro profissional
Mérito Alto grau de conformismo
Especialização na administração Atendimento ao públ ico precário
Previsibilidade do funcionamento

TEORIA ESTRUTURALISTA

Teoria Estruturalista desenvolvida a partir de 1950. Preocupada em


integrar todas as teorias das diferentes escolas acima enumeradas. A Escola
Estruturalista teve início com a Teoria da Burocracia de Max Weber
Analisa a estrutura da organização considerando as partes internas
(subsistemas) comparando-as com o todo.

A administração científica foi o ponto de transição dos percursores da


administração para a Escola Clássica. As pesquisas de Hawthorne
representam a passagem da Escola Clássica para as Escolas das Rel ações
Humanas. Nessa evolução, o estruturalismo representa uma nova visã o no
campo administrativo, como surgimento de uma escola chamada sistêmica.

O nome de maior projeção do estruturalismo é Amitai Etzioni (1929-),


que deve sua proeminência ao fato de ter se ocupado em analisar os
fundamentos das escolas correntes até então conhecidas (Clássica, C ientífica,
Burocrática e das Relações Humanas) e, julgando-os insatisfatórios, formulou
uma síntese do que considerava válido, ao que denominou estruturalismo .

O estruturalismo marcou sua presença no campo da administração por


implicar o estudo das organizações em um sentido mais amplo e integral,
levando em conta todos os fatos que influem, tanto interna como externamente,
e submetendo-os a uma análise comparativa e global. O estruturalismo implica
em reconhecer que os fenômenos organizacionais se interligam, interpenetram
de tal modo que qualquer modificação ocorrida em uma parte da organização
afeta todas as outras partes.
Esse estruturalismo foi talvez a primeira abordagem a reconhecer a
importância do conceito de sistema aberto, isto é, da interação entre as
instituições humanas e o ambiente onde elas se inserem.

Entre as contestações de Etzioni às escolas precedentes, devem-se


acentuar aquelas que formularam em relação à Escola das Relações
Humanas, apontando, por exemplo, para a insuficiência de variáveis de e studo
e para a ausência de relacionamento dessas variáveis com outras muito im
portantes para as organizações.

Assim como a Burocrática, a Escola Estruturalista p ercebeu o conflito


entre a Escola Clássica e a Escola de Relações Humanas. Pro curou então
determinar uma teoria mais abrangente, que levasse em consideração tanto a
organização formal estudada pela primeira como a teoria informal estudada
pela segunda.

Era necessário ver a empresa como uma organização c omplexa, com


grande interação social, da qual fazem parte vários grupos sociais, que nem
sempre têm os mesmos objetivos que a organização.

A Escola estruturalista se preocupa com o todo, com a interdependência


entre as partes que formam o todo e que faz com que esse todo seja maior do
que simplesmente a soma das partes.

Dentro da visão organizacional da Escola Estrutura lista, define-se o


conceito de homem organizacional, ou seja, o homem que desempenha papéis
em diferentes organizações. Comparando-a com outras escolas, podemos
lembrar que a Escola Clássica teve como base o conceito de homo
economicus, e a Escola das Relações Humanas, o conceito de homem social.

O homem organizacional deve ter características cooperativistas e


coletivistas e estar preparado para as constantes mudanças que ocorrem nas
organizações. Para isso, precisa estar apto a assumir diferentes papéis nas
organizações e ser tolerante para evitar se desgastar diante dos conflitos
inerentes ao ambiente organizacional. A organização espera um certo
conformismo das pessoas, o que nem sempre ocorre, pois elas têm
aspirações e objet ivos pessoais que podem não estar de acordo com os
objetivos da organização.

A Escola Estruturalista procura unir todas as teorias anteriores em sua


análise, fazendo a análise organizacional por meio de abordagem múltipla que
envolve tanto a organização formal (Escola Clássica ) quanto a organização
informal (Escola das Relações Humanas), analisando também o resultado da
adoção de recompensas de materiais (Escola Clássica) e de rec ompensas
sociais (Escolas de Relações Humanas).

A Escola Estruturalista, ao contrário das escolas a nteriores, passa a


utilizar uma abordagem múltipla por meio de análise intra-or ganizacional
(fatores internos) e outra interorganizacional (fatores externos), ou seja, em
vez de utilizar a abordagem do sistema fechado, com base no modelo racional
de organização, os estruturalistas utilizam uma abordagem do sistema aberto,
tendo como base o modelo natural de organização.

TEORIA GERAL DOS SISTEMAS

Embora noções de sistemas existam há muito tempo, u ma grande


diferença entre a era moderna e as anteriores é a maneira de pensar ou a
filosofia da abordagem de sistemas. A Teoria Geral de Sistema (TGS) é um
campo lógico-matemático cuja tarefa é a formulação e derivação d aqueles
princípios que são aplicáveis aos sistemas em geral.

A solução de problemas atualmente exige amplo enfoque para um


sistema, mais do que a obsessão de aprofundamento do problem a em
questão. Isso significa olhar o problema sob uma perspectiva mais ampla, ou
seja, sob um ponto de vista de sistemas, um ponto de vista holístico. A visão d
o problema como um todo é denominada visão de sistemas ou abordagem de
sistem as. A falta dessa maneira de analisar os problemas pode ser
catastrófica.
Por volta de 1940, Ludwig von Bertalanffy (1901-1972), um biólogo
alemão, iniciou o movimento de volta ao pensamento aristotélico. Bertalanffy
conduziu seus estudos de sistemas gerais pensando no metabolismo, estados
estáveis, crescimento e sistemas abertos, por meio de conceitos encontrados
na química-física, cinemática e termodinâmica, e a Teoria Gera l de Sistemas
começou a se desenvolver.

O pensamento de sistemas é importante na psicologia, na sociologia, na


economia e na cibernética, bem como em muitas das ciências físicas.

Quase todas as coisas podem ser vistas como sistemas. Um automóvel


é um sistema mecânico de centenas de peças. Uma flor é um
sistema botânico, assim como um animal é um sistema zoológico.

Um ser humano é um sistema fisiológico e psicológico, constituído de


células, órgão, atitudes, expectativas e muitos outros elementos. Uma empresa
de negócios
é um sistema sociotécnico porque combina organização humana com a
tecnologia das máquinas, dos materiais, dos processos e assim por diante. O
fato comum a todos os casos mencionados é a interação de elementos.

Um sistema pode ser definido como um conjunto de elementos interagentes


e interdependentes relacionados cada um ao seu ambiente de modo a
formar um todo organizado.

É ponto de vista comum entre os estudiosos que a teoria estruturalista


está a um passo da teoria dos sistemas. Ao dizer que a empresa atua em
interação com o meio externo, estava aberto o caminho para o surgimento da
visão sistêmica da organização, que a vê como parte de um sistema ampl o e
dinâmico, que influencia e
é por ela influenciado.

O pensamento sistêmico

A Teoria dos Sistemas desempenha papel decisivo na ciência de nosso


tempo, pois permite a integração de conhecimentos das ciências físicas,
biológicas e humanas. Alguns dos seus principais desdobramentos foram à
teoria da informação, a cibernética e a ecologia.

A ciência do século XIX adotava a mecânica clássica como modelo do


pensamento científico, o que equivale a pensar nas coisas como mecanismos
e sistemas fechados. A ciência atual veio corrigir es se equívoco trazendo
como modelo um organismo vivo e dinâmico, voltado para t ender prontamente
a uma realidade cada vez mais competitiva e exigente.

TEORIA DA CONTINGÊ NCIA


Joan Woodward, Tom Burns e Warren Bennis são os exp oentes
desta teoria. A incerteza quanto à ocorrência de resultados já ob tidos
em outras
circunstâncias é denominada por contingência.

No enfoque contingencial, a organização deve ser uma estrutura


adaptativa, visto que as variáveis tecnológicas, processos, pessoas e
ambiente se interagem.

Na década de 1970, ocorreu uma profusão de pesquisas que


investigam os fenômenos organizacionais a partir de uma nova perspectiva.
Diversos escritores formularam teorias de administração das organizaçõe s
que projetavam estruturas organizacionais e ações gerenciais apropriadas
para situações mais específicas. Na literatura administrativa, o termo
contingência imp lica que uma coisa está relacionada à outra. Isso é aceitação
do caráter al tamente complexo e inter-relacionado das características
organizacionais.

A Teoria das Contingências pode ser vista como um d esenvolvimento


da Teoria de Sistemas e vai a um estágio posterior no relacionamento com o
ambiente e outras variáveis para estruturas específicas de o rganização.

A Teoria da Contingência estabelece que situações diferentes exigem


práticas diferentes, apregoando o uso das teorias tradicionais,
comportamentais e de sistemas separadamente ou combinadas para
resolver problemas das organizações.

Na visão dessa escola, não há forma ideal de admini strar empresas,


uma vez que tudo depende do momento econômico e das tecnologias
envolvidas na produção, somados ao preparo das respectivas estruturas para
enfrentar oscilações nas tendências de mercado, respondendo prontamente
aos desafios que se sucedem.

Em linhas gerais, a Teoria da Contingência consider a tudo relativo, não


existindo um modelo absoluto que possa ser utilizado em todas as situações; o
que fazer irá depender das variáveis do ambiente que de terminarão quais
decisões deverão ser tomadas pela organização.

Verificou-se que grande parte do que se observava dentro das


organizações era decorrente do que acontecia fora delas, o que motivou o
estudo da interdependência entre ambiente e organização. Outr a variante
condicionante é a tecnologia, a que se atribui grau de eficiência tan to maior
quanto mais avançada for.

A abordagem contingencial enfatiza que não há solução universal única para


os problemas da administração, mas que a solução correta dependerá das
necessidades específicas da situação.
TEORIA DO DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL

O D.O. nasceu por três razões distintas: problemas burocráticos


na organização, conhecimento sistêmico da organização e a tecnologia
administrativa.

Tem como objetivo o crescimento da empresa e do empregado através


de uma integração das partes.

É uma forma de aumentar a participação dos empregados em assuntos


da empresa. É um processo de intervenção na organização, uma estratégia
educacional que pretende alterar o comportamento e a estrutura da
organização.

D.O. procura influenciar na cultura da organização (modo de vida,


crença, valores) através de profunda análise comportamental , estrutural e do
meio ambiente.

As organizações têm enfrentado continuamente o dile ma de ter de


alcançar, ao mesmo tempo, a produtividade organizacional e a satisfação das
necessidades dos indivíduos. Richard Beckhard (1918-1999), um cientista
comportamental norte-americano do Massachusetts Institute of Technology
(MIT), foi criador da expressão desenvolvimento organizacional (DO).

O DO ajuda os gerentes a alcançar um grau de síntese da organização;


ajuda a colocar as muitas peças de um sistema complexo juntas, na melhor
configuração possível. Esse sistema complexo, isto é, a organização como um
todo precisa ser integrado de tal modo que encoraje os subsistemas a
trabalhar juntos tão eficiente e eficazmente quanto possível.

Útil para o gerente, o DO o força a ver as organiza ções como sistemas


abertos dinâmicos que interagem ativamente com o am biente circundante.
Além disso, ele encoraja os gerentes a olhar não só o que os indivíduos e
grupos estão fazendo, mas também como estão fazendo.

É muito difícil reduzir o DO a uma rápida e simples definição. Embora


relativamente novo, ele tem se tronado um título muito conveniente para um
conjunto de técnicas e processo que procuram transformar uma organização
doente em uma organização sadia e transformar organizações sadia em mais
sadias.

O desenvolvimento organizacional é um processo sistemático, administrado e


planejado de mudança de cultura, sistemas e comportamentos de uma
organização, a fim de melhorar a eficácia na solução dos problemas e no
alcance dos objetivos organizacionais.
O desenvolvimento da organização é um processo de modificações
culturais e estruturais, de forma que a organização se habilite
permanentemente a diagnosticar, planejar e implementar essas modificações.
De maneira objetiva, o DO
é um processo de mudança planejada, visando alcançar determinada
condição, conforme figura 6.

Mudança
Situação atual planejada Situação desejada

Fonte: adaptado de Silva (2008)


Figura 6: O conceito de DO

ADMINISTRAÇ Ã O POR OBJETIVOS - APO

A APO trouxe notável contribuição para o pensamento administrativo,


por sua praticidade e por sua visão de resultados, alertand o o administrador
para a necessidade de readequar objetivos caso constate alteração no
mercado.

O perfil da empresa moderna revela uma estrutura sempre pronta para


reagir criativa e eficientemente frente a situações emergentes e desafiadoras
para resultar vitoriosa em cenários inconstantes como o que obser vamos
atualmente.

A empresa moderna é altamente empreendedora e participativa,


movimentando todos os segmentos das diversas ciênci as para poder fazer
frente às exigências de mercados cada vez mais sofisticados e diversificados.

Por ser essencialmente dinâmico, o desenvolvimento organizacional é o


processo que envolve combinação de alteração estruturais e comportamentais
que se completam e se suportam, em vista de um objetivo que é o aumento da
eficiência ou da eficácia organizacional.
Uma forma comum de estabelecimento de metas usada nas
organizações é a Administração por Objetivo (APO). Esse processo é uma
tentativa de alinhar metas pessoais com a estratégia de negócio, por meio do
aumento da comunicação e das percepções compartilhadas entre a gerência e
os sub ordinados, seja como indivíduos ou como um grupo, pela conciliação do
conflito quando este existir.

A APO dá atenção aos objetivos dos membros da organ ização e como


esses objetivos se relacionam com os objetivos da organização. A APO pode
ser aplicada aos membros de todos os níveis da organização, e isso pode
resultar na adoção de um estilo de administração mais participativo e
colaborativo.

A expressão Administração por Objetivo foi desenvol vida por Peter


Drucker em 1954, nasceu na Áustria, se formou em direito. O trabalho de
Drucker foi ampliado por George Odiorne, cujo primeiro livro realçava a
necessidade de medições quantitativas.

A Administração por Objetivos pode ser definida como um estilo ou sistema de


administração que relaciona as metas organizacionais com o
desempenho individual, por meio do envolvimento de todos os
níveis administrativos.

A origem da Administração por Objetivos (APO) está baseada na


mudança do enfoque administrativo. A ênfase saiu do processo, dos meios de
produção, das atividades-meio e passou às atividades-fim, aos resultados e
objetivos alcançados.

A APO é um sistema de gerência em que chefias e sub ordinados


estabelecem objetivos e metas para suas respectivas áreas de
reponsabilidade, formulam planos para tingir as metas especificadas. Definem
padrões para medir o desempenho e fazem o acompanhamento periódico do
progresso obtido.

ENFOQUE MODERNO

TEORIA NEOCLÁ SSICA

Originária no enfoque clássico, reafirma os postula dos clássicos,


sustentando que Taylor e Fayol nunca estiveram desatualizados. Difere
apenas quanto à coerência de suas colocações.

Peter Drucker encabeça algumas idéias, chamadas de Gerência


por Resultados.
Foi o “boom” da década de 50.

A Teoria Neoclássica é também denominada Escola Operacional ou


Escola do Processo Administrativo, pela sua concepção da Administração
como um processo de aplicação de princípios e de funções pa ra o alcance de
objetivos. As várias funções do administrador, consideradas como um todo
forma o processo administrativo. Planejamento, organização, direção e
controle, por exemplo, consideradas separadamente, constituem as funções
administrativas, quando visualizadas na sua abordagem total para o alcance
de objetivos, elas formam o processo administrativo.

Processo é qualquer fenômeno que apresente mudançacontínua no


tempo ou qualquer operação ou tratamento contínuo. O conceito de processo
implica que os acontecimentos e as relações sejam dinâmicos, em evolução,
sempre em mudança, contínuos. O processo não é uma coisa parada, estático,
é dinâmico.
A teoria neoclássica da administração é o nome dado a um conjunto de
teorias que surgiram na década de 50 e que propõem uma retomada das
abordagens clássica e científica da administração. A teoria tem como principal
referência Peter Drucker, mas também inclui um grup o amplo de autores
como Willian Newman, Ernest Dale, Ralph Davis, Louis Allen e George Terry.

Dentre os principais conceitos abordados por essa teoria, destacam-se:


a) ênfase na prática da administração;
b) reafirmação relativa das proposições clássicas;
c) ênfase nos princípios gerais de gestão;
d) ênfase nos objetivos e resultados.

As teorias depois de Drucker são chamadas de "moder nas" por ser ele
[2]
reconhecido como "pai da administração moderna" ("modern management"
em inglês), embora o termo "administração moderna".

TEORIAS JAPONESAS

Técnicas industriais usadas no Japão, trazidas para o mundo ocidental


como se fosse algo realmente espetacular para os nossos problemas de
produção. Contém grande originalidade em termos de metodologia, mas em
essência não passam de um princípio de Taylor; estudar o trabalho e
aperfeiçoar os métodos.

Os sucessos das teorias japonesas não se prendem ao fato único da


teoria, mas de algumas características: emprego vitalício, cultura do povo,
dentre outras.

A maior evidência da participação desta Teoria está na aplicação das


ferramentas da qualidade em solução de problemas, reuniões etc. ( brainstorm,
Ishikawa...)
Tendo observado a ascensão da indústria japonesa a uma posição de
importância na comunidade econômica mundial, após sua destruição quase
total durante a Segunda Guerra Mundial, o consultores e teóricos americanos
em administração dedicaram-se a um exame dos fundamentos conceituais da
teoria da administração japonesa. Willian G. Ouchi batizou a abordagem
japonesa de Teoria Z, uma extensão óbvia da caracterização de McGregor de
Teoria X e Y para as primeiras abordagens das teorias da administração. A
abordagem da Teoria Z é pragmaticamente adaptada do estilo de
administração que emergiu no Japão após sua destruição na Segunda Guerra
Mundial e que se caracterizou como milagre econômico japonês.

Técnicas básicas

A Teoria Z tem suas raízes filosóficas na cultura e nos costumes


japoneses e, muito menos do que uma abordagem teórica, é uma coleção
prática de técnicas gerenciais que têm sido agrupadas ao redor do foco central
do grupo de trabalho.

Essa abordagem sustenta que a tomada de decisão mai s eficaz


é aquela que
é realizada por um grupo e não por um determinado gerente. Esse estilo é
chamado de tomada de decisão consensual e supõe que o proce sso de
decisão em grupo resultará em melhores decisões.

A principal manifestação da Teoria Z no local de trabalho foi a


introdução dos círculos de qualidade (CQ). São pequenos grupos de
trabalhadores e gerentes que se reúnem regularmente durante o expediente
normal e tentam aumentar a qualidade e reduzir custos.
POR QUE ESTUDAR ADMINISTRAÇ Ã O

A primeira razão para se estudar administração é o interesse em


melhorar o modo como às organizações são administradas, porque todos
interagem com todos, a cada dia, dentro das organizações.

Organizações bem administradas desenvolem consistên cia,


crescimento e prosperidade; já as mal administradas declinam e, m uitas
vezes, morrem.

Algumas organizações conseguem se recuperar do declínio, com


certeza, utilizando-se de recursos administrativos altamente eficazes.

É bom notar que está cada vez mais difícil se recuperar de situações
caóticas, o que vale dizer que, cada vez mais, o declínio significa a morte da
organização.

Administradores usam as teorias administrativas para a tomada de


decisões em seus esforços diários de planejar, organizar, dirigir e controlar a
produtividade organizacional. Uma teoria administrativa explica e prediz o
comportamento das organizações e de seus membros.

Uma teoria é um conjunto de conceitos e ideias que


explica e prediz fenômenos sóciais e físicos.

Algumas dessas teorias são teorias de configuração, isto é,


desenvolvidas pelos próprios estudiosos ou aprendidas de outros com o tempo
e como resultado das experiências. Outras são teorias científicas, d
esenvolvidas por meio de métodos científicos. Existe uma relatividade de
valores entre os dois tipos mencionados. Somente a experiência pode não ser
válida, e soment e a metodologia não garante sucesso.

Os indivíduos adquirem conhecimento teórico e experiência prática


ao mesmo tempo, seja por meio de programas de trabalho-estudo ou de
treinamento. A figura 7 descreve o processo de aquisição de conhecimentos
teóricos e práticos para administrar organizações, em termos fundamentais.
Teoria Aquisição da habilidade Prática
de administrar

Definições Integração sistemática Exper


Fatos iência
da teoria e prática nos
relevant simul
es meios significativos e ada

Conceito úteis da administração Caso


s
s para
Técnicas estud
o
Orientaçõ
Partici
es
pação
Palestra em
re evento
seminári s
o especí
ficos
Fonte: Adptado de
Silva, 2008. .....

Figura 7: O processo de aquisição da habilidade de administrar pela junção


da teoria com a prática.
A ADMINISTRAÇ Ã O E SEUS DESAFIOS

A Administração é um dos campos mais excitantes e importantes dos


cursos universitários, pois envolve o direcionamento das e mpresas para
serem competitivas e lucrativas. Além disso, afeta todas as demais atividades
profissionais existentes, já que todas elas devem ser administradas.

Como disciplina, a administração tem sido fortemente afetada por


significativas mudanças ambientais e organizacionais que têm ocorrido nas
últimas décadas.

É muito importante desenvolver um claro entendimento do conceito de


administração, bem como de todas as implicações no ambiente organizacional
onde ocorre a administração; é preciso também entender o processo
administrativo sob uma perspectiva funcional.

Os administradores, atualmente, confrontam-se, com desafios


extraordinários, que seus predecessores raramente enfrentaram. Esses
desafios incluem uma crescente competição global, uma sem precedente
demanda por qualidade e valor para os consumidores e uma grande
necessidade de mudar radicalmente o modo como às organizações funcionam.
Mais importante, os administradores de amanhã vão enfrentar um ambiente de
negócio ainda mais competitivo.

Para vencer os desafios do ambiente dos negócios, de hoje e de


amanhã, os administradores devem ser flexíveis, proativos e centrados na
qualidade de tudo o que fazem.
DEFINIÇ Ã O DE ADMINISTRAÇ Ã O

Em administração, infelizmente é difícil encontrar definições-padrão, por


causa dos muitos termos comumente usados. Entretanto, é fundamental que
exista um vocabulário e um entendimento comuns para o suce sso da
comunicação.

Você encontrará muitas definições diferentes em vár ios textos, sendo


todas, no geral, variações do mesmo tema. Com o passar dos tempos, tem
havido, e continua a haver, uma modificação de ênfase nas def inições.

Mas, a definição que é mais atual e completa para o termo adminstração


é o ato de trabalho com e por intermédio de outras pessoas para realizar e
atingir os objetivos da organização, bom como de seus membros.

A tarefa da administração é interpretar os objetivos propostos pela


empresa e transformá-los em ação empresarial, a fim de atingi r tais objetivos.

Além de combinarem seus esforços, as pessoas que compõem uma


organização utilizam outros tipos de recursos, tais como, máquinas,
equipamentos, ferramentas, capital, instalações, energia, conhecimento, etc.
Podemos agrupá-los em três categorias mais amplas: dinheiro, materiais e
informação.

A tarefa de tomar decisões sobre a definição de obj etivos e a utilização


dos recursos necessários para atingi-los chama-se admin istração; isto é,
buscar a eficiência e eficácia das organizações.

As principais decisões administrativas podem ser cl assificadas em


quatro categorias e funções principais: Planejamento, Organização, Direção e
Controle.

Administraç ã o é o processo de planejar, organizar, dirigir e


controlar a aplicaç ã o dos recursos humanos, materiais,
financeiros e informaç õ es, visando o alcance dos objetivos.
Portanto:

a) Administrar é lidar com pessoas;


b) Administrar é tomar decisões;
c) Administrar é liderar um grupo;
d) Administrar é alcançar resultados;
e) Administrar é estabelecer objetivos;
f) Administrar é comandar;
g) Administrar é mandar;
h) Administrar é dirigir;
i) Administrar é coordenar esforços;
j) Administrar é ser agente de mudanças;
k) Administrar é inovar;
l) Administrar é influenciar pessoas;
m) Administrar é exercer poder;
n) Administrar é obter resultados com e através de pessoas.

AS APTIDÕ ES PARA ADMINISTRAR

Administrar é uma obra específica. Dessa forma, exige aptidões


específicas.

Entre essas aptidões estão as seguintes:

a) Tomar decisões eficazes;


b) Comunicar-se com e sem a organização;
c) Aplicar adequadamente os controles e as mensurações;
d) Ser capaz de trabalhar com orçamentos e com planejamento;
e) Ser capaz de empregar instrumentos analíticos as ciências da
administração.

É pouco provável que alguém possua ao mesmo tempo todas essas


aptidões. Todo administrador, contudo, precisa compreender em que consiste
cada uma delas, o que podem elas fazer a seu favor e o que, pôr sua vez, dele
exigem.
A IMPORTÂ NCIA DA ADMINISTRAÇ Ã O

Os gerentes influenciam todas as fases das organizações modernas.


Gerentes Industriais executam operações industriais que produzem as roupas
que vestimos, a comida que comemos e os automóveis que dirigimos.
Gerentes de vendas mantêm uma força de vendas que negocia produtos.

Gerente de pessoal fornece força de trabalho competente e produtiva às


organizações. As seções de emprego dos classificado s de qualquer grande
jornal descrevem muitos tipos diferentes de atividades administrativas e
confirma sua importância.

A administração é o processo que procura assegurar a eficácia e


eficiência das organizações. A administração, como assinalou F ayol, é
importante em qualquer escala de utilização de recursos para realizar objetivos
- individual, familiar, grupal, organizacional ou social. A Figura 8 ilustra essas
definições, bem como a relação entre o aumento da quantidade de recursos e
a complexidade do processo administrativo.

Embora o processo administrativo seja importante em qualquer


contexto de utilização de recursos, a razão principal para estu dá-lo é seu
impacto sobre o desempenho das organizações. As organizações assumi ram
importância sem
precedentes na sociedade e na vida das pessoas. Há poucos aspectos da vida
contemporânea que não sejam influenciados por algum a espécie de
organização. A sociedade moderna é uma sociedade organizacional, em
contraste com as sociedades comunitárias do passado.

O principal motivo para a existência das organizaçõ es é o fato de que


certos objetivos só podem ser alcançados por meio da ação coordenada de
grupos de pessoas.

Administração Administração Administração de Administração de Administração social:


pessoal familiar pequenos grupos sociais organizações cidade, Estado,
sociedade global

Fonte: (MAXIMIANO, 2000, p. 28)


Figura 8: A complexidade do processo administrativo aumenta de forma
diretamente proporcional ao volume e interdependência de recurs os.
TAREFA DA ADMINISTRAÇ Ã O

Além de compreender o que o trabalho administrativo significa para eles


e para a sociedade e seus benefícios, os prováveis ad ministradores precisam
saber o que as tarefas da administração acarretam.

Nossa sociedade não existiria, como a conhecemos at ualmente, nem


se aperfeiçoaria sem que gerentes orientassem permanentemente suas
organizações. Peter Drucker enfatizou esse ponto quando afirmou que a
administração eficaz é provavelmente a maior fonte de riqueza dos países
desenvolvidos e a maior carência dos países em desenvolvimento. Em
resumo, todas as sociedades necessitam desesperadamente de bons
gerentes.

O PAPEL DO ADMINISTRADOR

Essencialmente, o papel dos gerentes é liderar as empresas para


atingirem suas metas. Toda empresa existe para um determinado propósito ou
objetivo, e os gerentes são responsáveis por combinar e utilizar o s recursos
de que dispõe a organização para garantir que essas empresas alcancem seus
propósitos.

ORGANIZAÇ Ã O

Uma organização é o produto da combinação de esforços individuais,


visando
à realização de propósitos coletivos. Por meio de uma organização, é possível
perseguir ou alcançar objetivos que seriam inatingíveis para uma pessoa. São
exemplos de organizações: uma grande empresa, uma pequena oficina, um
laboratório ou um corpo de bombeiros.

Sempre que alguém precisa realizar uma atividade para a qual é


necessário recorrer ao auxílio de outros, ou sempre que algumas pessoas
descobrem que se unirem suas forças e seus esforços conseguirão fazer
coisas que sozinhos nunca alcançariam, o resultado é uma organização.

AS ORGANIZAÇÕES SÃO GRUPOS DE PESSOAS QUE


COMBINAM SEUS PRÓPRIOS ESFORÇOS E OUTROS TIPOS
DE RECURSOS PARA
ALCANÇAREM OBJETIVOS COMUNS.

Há duas características importantes que diferenciam uma organização


de outros tipos de grupos sociais:

1. Divisão do Trabalho: cada pessoa ou grupo de pes soas tem


um papel específico que contribui para o objetivo final.
2. Coordenação: os diversos papéis específicos combinam-se e
integram-se de modo a convergir para os objetivos comuns.
PRODUTIVIDADE

Critérios de produtividade são sinônimos de parâmet ros de eficiência


organizacional. Quanto mais produção uma empresa consegue gerar a
partir de um determinado insumo, mais produtiva ela é. Alguns anos atrás,
cada funcionário da Toyota produzia 57,7 automóveis por ano, enquanto seu
congênere na Ford produzia apenas 16,1 veículos. A Toyota era mais
produtiva porque gerava mais carros por funcionário.

Exemplos de critérios de eficiência incluem produçã o por


hora/funcionário, custos por cliente e o percentual de sucata em relação ao
produto final. Cada um destes critérios coincide em parte com os parâmetro s
financeiros quando se utiliza um critério como taxa de retorno sobre o capital.

Produtividade é a relação entre o que é produzido, em bens ou serviços,


e o que é necessário para produzi-lo. A relação pode se r entre o produto total
e o total de insumos requeridos (indicando a produtividade global) ou entre o
produto total e a quantidade empregada de um determinado insumo (medindo
a produtividade dos fatores de produção, como trabalho, materiais e capital).
∴ Produtividade = Produção Recursos
A análise da transformação de insumos em produtos p ode ser feita
de forma genérica.

PAPEL GERENCIAL

O estudo do papel e do trabalho dos gerentes é um dos temas centrais


da teoria geral da administração. Provavelmente, o mais antigo estudioso da
gerência foi o historiador romano Plutarco, que viveu entre os anos 46 e 120.
Plutarco estudou biografias e comparou, dois a dois, governantes como Cesar
e Alexandre, Rômulo e Teseu. Depois de Plutarco, inúmeros historiadores,
filósofos e cientistas dedicaram-se a estudar, entender e fazer proposições
para a atuação dos dirigentes.

ESTUDOS SOBRE O PAPEL DOS GERENTES

HENRY FAYOL (1916) Processo administrativo

CHESTER BARNARD (1938) Funções do executivo

HEBERT SIMON (1960) Processo decisório

HENRY MINTZBERG (1973) Papéis do gerente

ROSEMARY STEWART (1982) Processo decisório

FRED LUTHANS (1988) Desempenho dos gerentes

ANDREW GROVE (1983) Princípios de administração


de alta performance

Fonte: (MAXIMIANO, 2000, p. 53)


Figura 9: Principais estudiosos do papel dos gerentes

Ao analisarmos a definição, chegamos à conclusão de que


administração é uma ciência e ao mesmo tempo uma arte. Também temos de
considerar o gerente como indivíduo, distinguir entre seu papel como gerente e
seu papel como técnico, de acordo com um campo vocacional. E quando uma
pessoa é gerente, ele está fazendo a mesma coisa, independentemente do
nível em que se encontra na organização. Todo gerente planeja, organiza,
prenche vagas, coordena, motiva, lidera e controla.

Planejar é provavelmente a atividade mais importante na vida do


gerente. Nos processos de planejamento, é muito importante estabelecer um
objetivo a fim de formar uma equipe, determinar cargos e tarefas e começar o
processo de delegação. Somente com o objetivo definido é que o gerente pode
controlar eficazmente e posteriormente avaliar o desempenho.

À medida que um indivíduo progride em uma organização,


as atividades e demandas gerenciais aumentam e o
envolvimento nas
atividades técnicas (ou vocacionais) tem que diminuir.
FUNÇ Ã O ADMINISTRATIVA

De acordo com Fayol, a administração é uma atividade comum a todos


os empreendimentos humanos (família, negócios, governo), que sempre
exigem algum grau de planejamento, organização, comando, coordenação e
controle. Portanto, todos deveriam estudá-la, o que exigiria uma teoria geral da
administração que pudesse ser ensinada.

Para responder a essa necessidade, Fayol criou e divulgou sua


própria teoria, a qual começa por dividir a empresa em seis atividades ou
funções distintas:

I - Técnica (produção, manufatura).


II - Comercial (compra, venda, troca).
III - Financeira (procura e utilização de capital). IV -
Segurança (proteção da propriedade e das pessoas). V -
Contabilidade (registro de estoques, balanços, custos,
estatísticas).
VI - Administração (planejamento, organização, comando,
coordenação e
controle).

EMPRESA

FUNÇÃO DE FUNÇÃO FUNÇÃO FUNÇÃO DE FUNÇÃO DE FUNÇÃO


ADMINISTRAÇÃO COMERCIAL FINANCEIRA SEGURANÇA CONTABILIDADE TÉCNICA

Planejamento

Organização

Comando

Coordenação

Controle

Fonte: (MAXIMIANO, 2000, p. 56)


Figura 10 : Funções da empresa segundo Fayol
PAPEL DO GERENTE SEGUNDO FAYOL

Quadro 4 : Os 16 deveres do gerente segundo Fayol


I Assegurar a cuidadosa preparação dos planos e sua rigorosa execução;
II Cuidar para que a organização humana e material seja coerente com
o objetivo, os recursos e os requisitos da empresa;
III Estabelecer uma autoridade construtiva, competente, enérgica e única;
IV Harmonizar atividades e coordenar esforços;
V Formular as decisões de forma simples, nítida e pre cisa;
VI Organizar a seleção eficiente do pessoal;
VII Definir claramente as obrigações;
VIII Encorajar a iniciativa e o senso de responsabilidade;
IX Recompensar justa e adequadamente os serviços prestados;
X Usar sanções contra faltas e erros;
XI Manter a disciplina;
XII Subordinar os interesses individuais ao interesse geral;
XII Manter a unidade de comando;
XIV Supervisionar a ordem material e humana;
XV Ter tudo sob controle;
XVI Combater o excesso de regulamentos, burocracia e papelada.
Fonte: (MAXIMIANO, 2000, p. 57)

FRED LUTHANS E O DESEMPENHO DOS GERENTES

Outro estudo, conduzido por Fred Luthans, concluiu que as


atividades dos gerentes podem ser classificadas em quatro categorias:

a) Funções gerenciais: tomar decisões, planejar e c ontrolar.


b) Comunicação: trocar e processar informações; pro
cessar documentação.
c) Administração de recursos humanos: motivar, resolver conflitos,
colocar pessoal, treinar.
d) Relacionamento (networking): manter relações sociais, fazer política,
interagir com pessoas de fora da organização.

Luthans também fez uma distinção entre gerentes de sucesso (que


realizam objetivos pessoais importantes, como avançar na carreira) e gerentes
eficazes (que realizam objetivos importantes para a organização e são bem
avaliados por sua equipe).
Quadro 5: Prioridades diferentes determinam sucesso e eficácia

PRIORIDADES SUCESSO EFICÁCIA


1 Networking Comunicação
2 Comunicação Recursos humanos
3 Administração Administração
4 Recursos humanos Networking
Fonte: (MAXIMIANO, 2000, p. 69)

Em suas conclusões, apontou que os gerentes eficaze s nem sempre


são aqueles que fazem as carreiras mais rápidas. Os ger entes de sucesso
despendem mais tempo com networking (48%) e comunicação (28%), ao
passo que os gerentes eficazes despendem mais tempo com as atividades de
comunicação (44%) e administração de recursos humanos (26%).
O Quadro 5 sintetiza os números da pesquisa de Luth ans.

PODER TOTAL DE UM GERENTE

O poder total que um gerente possui é composto de dois tipos


diferentes de poder: poder de cargo e poder pessoal. O poder de cargo é
aquele que deriva da posição que o gerente detém dentro da empresa. Em
geral, um gerente que vai de um nível administrativo baixo a outro mais alto
acumulando mais poder de cargo.
O poder pessoal é aquele que deriva do relacionamento do gerente
com as outras pessoas.
Os gerentes podem aumentar o poder total promovendo seu poder de
cargo ou seu poder pessoal, ou ambos. O poder de cargo é geralmente
promovido quando existe um movimento em direção a cargos mais altos
dentro da empresa, mas a maioria dos gerentes tem pouco controle pessoal
sobre o momento em que vão mudar de cargo em uma empresa.
O controle pode ser uma função detalhada e complexa,
especialmente ä medida que o tamanho da empresa aumenta.

HABILIDADES PESSOAIS PARA O SUCESSO GERENCIAL

a) Liderança: habilidade para influenciar outros na execução de tarefas;


b) Auto-objetividade: habilidade da pessoa de se avaliar de
modo realista;
c) Pensamento analítico: habilidade para interpretar e explicar
padrões nas informações;
d) Comportamento flexível: habilidade para modificar o
comportamento pessoal para atingir um objetivo;
e) Comunicação oral: habilidade para se expressar claramente
em apresentações orais;
f) Comunicação escrita: habilidade para expressar com clareza as
próprias ideias ao escrever;
g) Impacto pessoal: habilidade para passar uma boa impressão
e infundir confiança;
h) Resistência ao estresse: habilidade para desempe nhar sob
condições estressantes;
i) Tolerância á incerteza: habilidade para desempen har em
suituações ambíguas; e
j) Delegar: Saber delegar funções eresponsabilidades a seus
funcionários.

Um gerente obtém resultados eficazes por meio


de pessoas pelo processo de delegação. Mesmo que
um gerente não possa delegar a responsabilidade
final, ele pode delegar autoridade.
É por meio do compartilhamento de responsabilidade, pela
atribuição e delegação de autoridade, que um gerente pode
fazer com que outros níveis (pessoas) sejam responsáveis pela
realização do trabalho.

ALGUNS ATRIBUTOS DESEJÁ VEIS DA GERÊ NCIA

A seguir, algumas características importantes para formar o perfil


desejado de um gerente:

a) gostar do que faz;


b) valorizar a equipe;
c) cobrar resultados;
d) ser flexível;
e) delegar tarefas;
f) conhecer a função;
g) inspirar confiança;
h) assumir riscos;
i) saber comunicar-se;
j) ter habilidade para solucionar problemas;
k) preocupar-se com a satisfação dos clientes;
l) respeitar os superiores.

RETRATO DAS EMPRESAS DO NOVO MILÊ NIO

a) Mais plana, mais enxuta, menos camadas na estrutura


organizacional;
b) Diminuição de elos na cadeia hierárquica;
c) Unidades mais autônomas e com mais poder de decisão (menor
quadro central de funcionários e maior autoridade local pa ra
lançamentos e preços de produtos);
d) Consciente de qualidade integrada;
e) Maior preocupação com atendimento e assistência técnica;
f) Muito mais rápida na inovação tecnológica.
g) Voltada para consultoria externa;
h) Mais profissional, menos paternalista; mais exigente com
os funcionários;
i) Maior disposição para a recompensa pelo desempenho;
j) Mais propensa a promover/movimentar funcionários
promissores com maior freqüência;
k) Internacionalização dos negócios.
GLOBALIZAÇ Ã O

Há 30 anos, as fronteiras nacionais podiam isolar a s empresas das


pressões competitivas estrangeiras, fato que não ocorre nos dias de hoje. Elas
perderam quase totalmente o sentido de definição dos limites de operação de
uma organização. Torna-se cada vez mais irrelevante, por exemplo, rotular o
país de origem de uma empresa.

A Fiat supostamente é uma empresa italiana, mas constrói carros em


Minas Gerais. A Ford, sediada em Detroit, monta seus Mercury Tracers no
México. Companhias como Exxon, Gillette, Coca-Cola e IBM hoje realizam
mais de 60% de suas vendas fora do seu país de origem. Centenas de
corporações multibilionárias, como a Mitsubishi do Japão, a Siemens da
Alemanha, a Nestlé da Suíça e a Royal Dutch/Sheel da Holanda, operam
em dezenas de países pelo mundo afora.

Mas a globalização não significa apenas fazer negócios além das


fronteiras nacionais. Significa também aumento da competição para quase
todo tipo de organização. Os gerentes de hoje – agentes operacionalizadores
das filosofias, princípios e determinações da administração de uma
organização – devem estar atentos para o fato de que enfrentam
concorrentes estrangeiros, assim como locais e nacionais.

Trata-se de um processo social que promove mudança na estrutura


política e econômica das sociedades. Economicamente significa integração
dos mercados em âmbito mundial.

Do ponto de vista do consumidor, em primeira anális e, a globalização


pode significar conforto e interesse econômico, na medida em que permite
acesso a produtos de qualidade e a preços diferenciados. Do ponto de vista
social, ela apresenta sinais de ser cada vez menos inclusiva, ou seja, aumenta
a polarização entre países e classes quanto à distribuição de riqueza, renda e
emprego.

O processo de globalização tornou-se mais rápido e abrangente,


envolvendo não apenas o comércio e capitais, mas também áreas como
telecomunicações, finanças e outras, graças a revolução das comunicações,
que permitiu a toca de informações mais eficiente entre os locais mais
distantes. A rápida evolução e o crescente uso das tecnologias da informação
têm pap el fundamental nesse processo de melhoria do comércio e das
transações financeiras entre os países.

Podemos considerar a globalização como um avanço do processo de


internacionalização econômica, social, cultural e política que está ocorrendo no
mundo, principalmente no capitalista, ao longo dos anos 1980.

A globalização envolve algumas situações típicas, p or exemplo:


a) Adoção de novas tecnologias e novas formas de organizar
a produção e a gestão nas empresas;
b) Formação de blocos regionais, visando fortalecer o comércio regional,
como o Mercosul, o NAFTA e a União Européia;
c) Aprofundamento do processo de formação de oligopólios, como o da
indústria automobilística;
d) Fatores de produção mais baratos (produção em escala, mão-de-
obra barateada em razão da migração das empresas, elimin ação de
barreiras e fronteiras nacionais);
e) Preços mais competitivos;
f) Mais benefícios para o consumidor;
g) Maior oferta de produtos;
h) entre outros

Intensificam-se os investimentos no exterior pelos bancos e empresas


multinacionais dos países centrais. Devido à integração que ocorre entre as
economias dos países, mudança em um país têm influê ncia em todos os
outros, pois há uma reação em cadeia sentida por todos. Quando u m país tem
problemas e se apresenta economicamente instável, os investidores tendem a
retirar dele seus investimentos e coloca-los em países que apresentem retorno
mais seguro. Portanto, numa economia globalizada a quebra de um país pode
levar outros a quebrarem também.

A NOVA ECONOMIA

Consideremos inicialmente as principais mudanças que estão


transformando a economia: a globalização; as revoluções tecnológicas,
especialmente nas áreas de computação, telecomunicações e informação;
crescime nto de alguns setores de trabalho e declínio de outros; diversidade
cultural; mudanças nas expectativas da sociedade; aumento do espírito
empreendedor e clientes mais inconstantes e exigentes.

Quadro 6: A mudança da economia

A Economia em Transformação
A Velha Economia A Nova Economia
 Fronteiras nacionais limitam a  As fronteiras nacionais são quase
competição insignificantes na definição dos
limites de operação de uma
organização
 A tecnologia reforça hierarquias  As mudanças tecnológicas no modo
rígidas e limita o acesso às como as informações são geradas,
informações armazenadas, utilizadas e
compartilhadas as tornaram mais
acessíveis.
 As oportunidades de emprego se  As oportunidades de trabalho se
destinam aos trabalhadores destinam a trabalhadores do
industriais conhecimento
 A população é relativamente  A população é caracterizada pela
homogênea diversidade cultural
 A empresa é alienada ao seu  A empresa aceita suas
ambiente responsabilidades sociais
 A economia é conduzida por  A economia é conduzida por
grandes corporações empresas pequenas,
empreendedoras.
 Os consumidores adquirem aquilo  As necessidades do cliente
que as empresas decidem fornece- conduzem os negócios
lhes

O NOVO FUNCIONÁ RIO

Quadro 7: Evolução do funcionário

Mudança no Perfil do Funcionário

O Antigo Funcionári O Novo Funcionári


- Cargos nas fábricas eram de baixa - Cargos de baixa qualificação são mal
qualificação, mas bem remunerados. pagos

- Recebe segurança no emprego em troca - A segurança no emprego é mínima


de lealdade
- A organização assume responsabilidade - O funcionário é responsável pelo
pelo desenvolvimento da carreira desenvolvimento da carreira
- É um realizador individual - É um participante daequipe

- A previsibilidade e a estabilidade - A imprevisibilidade e a instabilidade


minimizam o stress aumentam o stress
O PROCESSO ADMINISTRATIVO

Planejamento Organização Direção/Influência

Co
Controle
Definir a alocação de
recursos

FUNÇ Õ ES ADMINISTRATIVAS

Planejamento
Estabelecer
objetivos e missão
Examinar alternativas
Determinar as
necessidades de
recursos
Criar estratégias
para o alcance dos
objetivos

Organização
Desenhar
cargos e tarefas
específicas
Criar
estrutura
organizacio
nal
Definir posição de staff
Coordenar as
atividades de
trabalho
Estabelecer
politicas e
procedimentos
Criar estratégias
para o alcance
dos objetivos

Direção Controle

Conduzir e Medir desempenho


motivar os Estabelecer
funcionários na comparação do
realização das desempenho com
metas os padrões
organizacionais
Tomar as ações
Estabelecer necessárias para a
comunicação melhoria do
com os desempenho.
trabalhadores
Apresentar
solução dos
conflitos
Gerenciar mudanças

Figura 11: Ciclo administrativo

Cada um dos níveis administrativos despende tempo diferente com cada


uma das funções administrativas: P (planejar), O (organizar), D (dirigir) e C
(controlar), como mostrado na figura 12.
P O D C

28% 36% 22% 14%


Alta
admini
straçã

Média
administração 18% 33% 36% 13%

Administração
operacional
15% 24% 51% 10%

Os níveis administrativos nas Tempo gasto por


organizações função nos diversos
níveis administrativos

Fonte: Adaptado de Silva (2008)


Figura 12: Os níveis administrativos e as funções do administrador

A alta administração (diretoria) deve se ocupar em resolver tarefas


complexas e abstratas, tais como soluções de problemas, tomadas de
decisões, criatividade, dentre outras que envolvem estudos analíticos e
quantitativos.

A média administração (gerência convencional) preci sa relativamente


de uma menor quantidade de habilidade conceitual do que a alta administração
para sua eficácia funcional, porém necessita em maior quanti dade do que a
supervisão. Por outro lado, a administração operacional (supervisão ) precisa
de grande quantidade de habilidades técnicas (o saber fazer), por causa da
necessidade de resolução rápida dos problemas operacionais.
Níveis administrativos Habilidades

Alta administração
(diretoria) Conceitual

Média administração
(gerência) Humanas

Administração
operacional Técnicas
(supervisão)

Fonte: Adaptado de Silva (2008)


Figura 13: As habilidades gerenciais, nos diversos níveis da administração.
1 - PLANEJAMENTO

Planejamento é o processo de determinar como a organização pode


chegar onde deseja e o que fará para executar seus objetiv os. Em termos,
mais formais, é “o desenvolvimento sistemático de programas de ação
destinados a alcançar objetivos de negócio estabelecidos de comum acordo
por meio de análise, da avaliação e da seleção das oportunidades previstas” .

Planejamento é uma gerencia fundamental, independentemente do tipo


de organização que esteja sendo gerenciado. Os gerentes modernos
enfrentam o desafio de realizar um planejamento sólido tanto em organizações
pequenas e relativamente simples, quanto nas grandes e mais complexas, e
tanto em organizações não lucrativas, como em bibliotecas, q uanto em
organizações com fins lucrativos.

OBJETIVOS DO PLANEJAMENTO

O dirigente da empresa, John Mackey, acredita que o sucesso cada vez


maior da empresa não é acidental, mas resultado direto de um planejamento
cuidadoso. Há ainda outro objetivo do planejamento: estabelece r um esforço
coordenado, dentro da organização. Onde o planejamento é ausente, em
geral, também não há coordenação nem eficiência organizacional.

O objetivo fundamental do planejamento, no entanto, é ajudar a


organização a atingir seus objetivos. Como Harold Koontz e Cyril O’Donnel
afirmam, o objetivo básico do planejamento é “facilitar a realização de
empreendimentos e o cumprimento de objetivos”. Todos os outros objetivos do
planejamento são desmembramentos desse objetivo fundamental.

PLANEJAMENTO: VANTAGENS E DESVANTAGENS

Um programa vigoroso de planejamento produz muitos benefícios.


Primeiramente, ajuda os gerentes a se orientar para o futuro. Os gerentes
são forçados a olhar além de seus problemas diários normais para projetar
quais situações podem confrontá-los no futuro. Em segundo lugar, um
programa de planejamento bem concebido aumenta a coordenação da
decisão. Nenhuma decisão deve ser tomada hoje sem uma idéia de como
afetará uma decisão que possa ter de ser tomada amanhã.

A função de planejamento impulsionada os gerentes a coordenar suas


decisões. Em terceiro, o planejamento enfatiza obje tivos organizacionais. Uma
vez que os objetivos organizacionais são pontos de part ida para o
planejamento, os gerentes são continuamente lembrados pelo que sua o
rganização está tentando realizar.

Em geral, o planejamento é muito vantajoso para uma organização. De


acordo com uma pesquisa citada frequentemente, mais de 65 por cento de
todas as empresas recém-abertas não chegam a completar cinco anos de
existência. Esse elevado índice de fracasso parece ser basicamente uma
consequência de planejamento inadequado. Empresas bem-sucedidas
possuem um plano estabelecido, uma declaração formal que delineia os
objetivos que a organização está tentando atingir.

O planejamento não elimina o risco evidentemente, m as ajuda os


gerentes a identificar e a lidar com problemas organizacionais antes de estes
causarem sérios danos a uma empresa.

O lado negativo é que se a função de planejar não f or bem executada, o


planejamento pode gerar várias desvantagens para a organização. Por
exemplo, um programa de planejamento muito enfatizado pode exigir tempo
demais da gerência. Os gerentes devem conseguir um equilíbrio adequado
entre o tempo gasto no planejamento e o tempo gasto em organizar, influenciar
e controlar.

Se não o fizerem, algumas atividades extremamente i mportantes para o


sucesso da organização poderão ser negligenciadas.

Em geral, as vantagens do planejamento superam, definitivamente, as


desvantagens. As desvantagens do planejamento costumam resultar do uso
incorreto da função de planejamento.

PRIMAZIA DO PLANEJAMENTO

Planejamento é a função gerencial básica, aquela qu e precede as


demais e constitui a base para as funções dos gerentes de organizar,
influenciar e controlar. Somente depois de desenvolverem seus planos é que
os gerentes podem determinar como querem estruturar sua organização,
colocar seus funcionários e estabelecer controles organizacionais.

Planejar, organizar, influenciar e controlar são at ividades inter-


relacionadas. Planejar é a função básica e a primeira a ser desem penhada.
Organizar, influenciar e controlar baseiam-se nos resultados do planejamento.
A figura abaixo mostra esse inter-relacionamento.

Atingindo Objetivos
Organiz

Controla
Influenci
ar

ar

Planejamento
Fonte: Certo: 2003, pg. 104
Figura 14: Função básica do planejamento

ETAPAS DO PROCESSO DE PLANEJAMENTO

O processo de planejamento consiste nas seis etapas a seguir:

1) Definir os objetivos organizacionais - Uma vez que o


planejamento enfoca como o sistema gerencial atingirá os objetiv os
organizacionais,
uma definição clara desses objetivos é necessária a ntes do início
do planejamento. Em essência, os objetivos estipulam a quelas
áreas em que o planejamento organizacional deve ocorrer.
2) Enumerar formas alternativas de atingir os objetivos - Uma vez
que os objetivos organizacionais forem claramente definidos, um
gerente deve enumerar tantas alternativas disponíveis quanto
possíveis para atingi-los.
3) Desenvolver premissas sobre as quais cada alternativas se
baseia - Em grande extensão, a viabilidade de usar qualquer
alternativa para atingir objetivos organizacionais é determinada pelas
premissas ou suposições sobre as quais a alternativa se baseia. Por
exemplo, duas alternativas que um gerente pode gerar para alcançar
o objetivo organizacional de aumentar o lucro poderiam ser: (a)
aumentar a venda de produtos que estão sendo produzidos
atualmente ou (b) produzir e vender um produto totalmente novo. A
alternativa (a) baseia-se na premissa de que a organização pode
ganhar uma participação maior do mercado existente e a (b), na
premissa de que um novo produto captaria uma parte significativa de
um novo mercado. Um gerente relaciona todas as premissas para
cada alternativa.
4) Escolher a melhor alternativa para atingir os objetivos - Uma
avaliação das alternativas deve incluir uma avaliação das premissas
sobre as quais as alternativas se baseiam. Um gerente em geral
acha que algumas premissas não têm sentido, e, portanto, podem
ser e xcluídas sem maiores considerações. Esse processo de
eliminação ajuda o gerente a determinar qual a alternativa que
cumpriria melhor os objetivos organizacionais.
5) Desenvolver planos para perseguir a alternativa escolhida - Após
a escolha de uma alternativa, um gerente começa a desenvolver
planos estratégicos (de longo prazo) e táticos (de médio prazo).
6) Colocar os planos em ação - Uma vez desenvolvidos os planos que
fornecem à organização direção tanto a médio quanto a longo prazo,
eles devem ser implementadas. É claro que a organização não pode
se beneficiar diretamente do processo de planejamento até que essa
etapa seja realizada.
DEFINIÇ Ã O DE OBJETIVOS ORGANIZACIONAIS.

O gerente começa a planejar declarando ou formulando os objetivos


organizacionais. Só depois de ter uma visão clara dos objetivos
organizacionais é que ele pode tomar qualquer medida subsequente do
processo de planejamento.

Os objetivos organizacionais servem como base sobre a qual todos os


esforços de planejamento posteriores serão realizados.

Objetivos organizacionais - são os alvos em relação aos quais os


sistemas gerenciais abertos são direcionados. Insumo, proces so e resultado
organizacional existem para atingir os objetivos organizacionais. Objetivos
organizacionais desenvolvidos adequadamente refletem a finalidade da
organização, ou seja, fluem naturalmente da missão da organização.

A finalidade organizacional é a razão da existência da empresa, dado


um determinado grupo de necessidades do cliente. Se uma organização está
atingindo seus objetivos, ela está atingindo sua finalidade e , assim,
justificando a razão de sua existência.

As organizações existem com vários propósitos e ass im, apresenta


vários tipos de objetivos. Um hospital, por exemplo, pode ter a finalidade básica
de fornecer atendimento médico de alta qualidade à comunidade. Portanto,
seus objetivos são voltados para fornecer essa assistência.

A finalidade básica de uma organização empresarial, em contraste, em


geral é ter lucro. Os objetivos da organização empresarial, portanto, concentra-
se em assegurar o lucro. Algumas empresas, no entanto, supõem que, se elas
enfocarem objetivos organizacionais como produzir um produto de qualidade a
preço competitivo, os lucros serão inevitáveis.

Decidir sobre os objetivos de uma organização, entã o, é uma das ações


mais importantes realizadas pelos gerentes. Objetivos alto demais, irrealistas,
são frustrantes para os funcionários, enquanto objetivo s estabelecidos muito
abaixo de suas capacidades não os impulsionam a maximizar seu potencial.
Os gerentes devem estabelecer objetivos de desempenho que sabem, de sua
experiência, que estão dentro do alcance de funcionários, mas não sã o fáceis
de alcançar.

TRABALHO COM OBJETIVOS ORGANIZACIONAIS

Objetivos adequados são fundamentais para o sucesso de qualquer


organização. Theodore Levitt notou que algumas indú strias norte-americanas
podiam estar se deparando com o mesmo desastre financeiro que as estradas
de ferro enfrentaram anos antes, porque seus objetivos eram inadequados
para suas organizações.

Os gerentes deveriam abordar o desenvolvimento, o emprego e a


modificação de objetivos organizacionais com a máxima seriedade . Em geral,
uma organização deveria estabelecer três tipos de objetivos:
1) Objetivos de curto prazo – a serem atingidos em um ano ou
menos
2) Objetivo de prazo intermediário– a serem atingidos de um a
cinco anos.
3) Objetivos de longo prazo – a serem atingidos de cinco a sete
anos.

A necessidade de predeterminar objetivos organizacionais adequados


levou ao desenvolvimento de uma diretriz gerencial chamada princípio do
objetivo. Esse princípio sustenta que, antes de os gerentes iniciarem qualquer
ação, eles devem determinar, entender e declarar claramente os objetivos
organizacionais.

PLANEJAMENTO E O PRINCIPAL EXECUTIVO

Mais de duas décadas atrás, Henry Mintzberg destaco u que a alta


gerência, os principais executivos das organizações, tem muitos papéis a
desempenhar. Como cabeças da organização, eles devem representar suas
organizações em uma variedade de situações sociais, jurídicas e cerimoniais.

Como líderes, devem assegurar que os membros da organização sejam


orientados adequadamente para o cumprimento das metas organizacionais.
Como alianças, eles devem se estabelecer como ligações entre suas
organizações e fatores externos. Como monitores, devem avaliar o progresso
organizacional.

Como pacificadores, devem resolver contendas entre membros da


organização. E como distribuidores de recursos, devem determinar onde os
recursos devem ser empregados para gerar os melhores benefícios a suas
organizações.

O PLANEJADOR

O planejador é o insumo mais importante no subsistema de


planejamento. Esse indivíduo combina todos os demais insumos e influência
ao processo de subsistema de modo que os resultados sejam planos
organizacionais eficientes. Ele
é responsável não só pelo desenvolvimento de planos , mas também por
aconselhar o gerenciamento sobre ações que devem ser tomadas para
implementá-los.

Independentemente de quem realmente faz o planejamento ou em que


organização o planejamento está sendo elaborado, as qualificações, os
deveres e as avaliações do planejador são considerações muito im portantes
para um subsistema efetivo de planejamento.

QUALIFICAÇ Õ ES DOS PLANEJADORES

Os planejadores devem possuir quatro qualificações básicas:


1) Em primeiro lugar, devem ter experiência prática considerável dentro
de sua organização. De preferência, devem ter sido exe cutivos em
um ou mais importantes departamentos da organização. Essa
experiência os ajudará a desenvolver planos que sejam práticos e f
eitos especialmente para a organização.
2) Em segundo lugar, os planejadores devem ser capazes de abandonar
qualquer visão estreita da organização que possam t er adquirido
enquanto sustentam outras posições organizacionais que lhes
permitam ter um entendimento da organização como um todo. Devem
saber como cada parte da organização funciona e se inter-relaciona.
Em outras palavras, devem possuir a profusão de habilidades
conceituais .
3) A terceira qualificação que os planejadores devem ter é o
conhecimento das tendências sociais, políticas, técnicas e
econômicas que podem afetar o futuro da organização e o interesse
por elas. Eles devem ser hábeis na definição dessas tendências e
possuir experiência p ara determinar como a organização deve reagir
às tendências para maximiza r seu sucesso. Essa qualificação não
pode ser enfatizada exageradamente .
4) A quarta qualificação que os planejadores devem apresentar é a
capacidade de trabalhar bem com os outros. Sua posição exigirá
inevitavelmente que eles trabalhem muito próximo com vários
membros-chaves da organização, por isso é essencial que possuam
as características pessoais necessárias para colaborar e aconselhar
efetivamente. A capacidade de se comunicar claramente, tanto
oralmente quanto por escrito, é uma das características mais
importante.

PLANEJAMENTO ESTRATÉ GICO

O planejamento estratégico é um planejamento de longo alcance que se


concentra na organização como um todo. Ao elaborar o planejamento
estratégico, os gerentes consideram a organização como um todo e se
perguntam o que deve ser feita a longo prazo para atingir as metas
organizacionais.

Longo alcance em geral é definido como um período de tempo que se


estende aproximadamente de cinco a sete anos no futuro. Por isso, no
planejamento estratégico, os gerentes tentam determinar o que sua
organização deve fazer para ter sucesso no período de daqui a cinco anos. Os
gerentes mais bem-sucedidos tendem a ser aqueles que são capazes de
incentivar o pensamento estratégico inovador dentro de uma organização.

Os gerentes podem ter dificuldades para decidir exatamente até que


ponto no futuro eles devem estender seu planejamento estratégico. Como
regra geral, eles devem seguir o princípio do compromisso, que estabelece que
os gerentes devem comprometer recursos para planejar somente se puderem
antever, em um futuro
previsível, um retorno sobre as despesas de planejamento como resultado da
análise de planejamento de longo alcance.

Em termos realistas, os custos de planejamento são um investimento e,


portanto, não devem ser realizados, a não ser que u m retorno razoável sobre
esse investimento esteja previsto.

Estratégia é definida como um plano amplo e geral desenvolvido para


atingir objetivos de longo prazo. A estratégia organizacional pode abranger, e
geralmente o faz, várias áreas organizacionais diferentes, como marketing,
finanças, produção, pesquisa e desenvolvimento, e relações públicas. El a dá
ampla direção à organização.

Estratégia é, na realidade, o resultado final do planejamento estratégico.


Embora organizações maiores tendam a ser mais precisa no desenvolvimento
de estratégias organizacionais que organizações menores, toda organização
deve ter uma estratégia de algum tipo. Para que uma estratégia seja válida, no
entanto, deve ser coerente com os objetivos organizacionais, que, por sua vez,
devem ser coerentes com a finalidade organizacional.

PLANEJAMENTO TÁ TICO

Planejamento tático é um planejamento de médio prazo que enfatiza as


atuais operações de várias partes da organização. O médio prazo é definido
como um período de tempo que se estende de um a cinco anos no futuro.

Planos táticos em geral são desenvolvidos nas áreas de produção,


de marketing, de pessoal, de finanças e de instalações de fábricas.

No nível tático trabalha-se com menos incerteza, po is é no nível


estratégico que são interpretadas a alteração ambiental, fazend o com que no
nível tático as decisões sejam tomadas com certa segurança.

PLANEJAMENTO OPERACIONAL

Caracteriza-se por abranger um setor bem específico, detalhando


tarefas, produzindo em geral, um impacto, o que torna fácil a revisão periódica
de suas ações.

Planejamento operacional é um planejamento de curto prazo. O curto


prazo é definido como um período de tempo que se estende de até um ano
no futuro.

Planos operacionais em geral são desenvolvidos dent ro de cada setor.

No nível operacional trabalha-se com menos incerteza ainda, pois é


mais fácil de reunir informações e executar.
PLANEJAMENTO E NÍVEIS GERENCIAIS

A alta gerência de uma organização é responsável ba sicamente por


garantir o funcionamento do plano. Embora todos os níveis de gerenciamento
estejam envolvidos no processo de planejamento típico, os gerentes de nível
superior passam, em geral, mais tempo planejando do que os gerentes de
nível inferior. Os gerentes de nível inferior estão muito envolvidos n as
operações do dia-a-dia da organização em normalmente têm menos tempo
para con tribuir com o planejamento do que a alta gerência. Os gerentes de
nível médio passam, em geral, mais tempo planejando que os de nível inferior,
mas menos tempo que os gerentes de nível superior.

O tempo para planejar aumenta à medida que um gerente passa do


nível inferior para o nível superior. Em pequenas e grandes organizações,
determinar a quantidade e a natureza do trabalho com que cada gerente deve
lidar pessoalmente é extremamente importante.

O tipo de planejamento feito muda também à medida que o gerente


ascende na organização. Em geral, os gerentes de nível inferior planejam para
curto prazo, os de nível médio para um tempo um pouco mais longo e os de
nível superior para um prazo ainda maior. A experiência dos gerentes de ní vel
inferior nas operações do dia-a-dia os torna os melhores planejadores do que
podem ser feitos no curto prazo para alcançar os objetivos organizacionais, em
outras palavras, eles estão mais bem preparados para o planejamento tático.

Os gerentes de nível superior têm, em geral, o melh or entendimento de


toda a situação organizacional e estão, portanto, mais p reparados para
planejar a longo prazo, ou para desenvolver planos estratégicos.

2 - ORGANIZAÇ Ã O
Organizar é o processo de estabelecer o uso ordenado de todos os
recursos do sistema administrativo. O uso ordenado enfatiza o alcance dos
objetivos do sistema administrativo e contribui para que os gerentes não
apenas tornem essas metas explícitas, como também esclareçam quais
recursos serão utilizados para alcançá-las.

O principal foco da organização é determinar o que os funcionários farão


individualmente, assim como a melhor maneira de combinar seus esforços para
progredir no alcance dos objetivos da empresa. A organização se refere ao
resultado do processo de organizar.

O PROCESSO DE ORGANIZAÇ Ã O

As cinco principais etapas do processo de organização são


representadas na Figura abaixo:
ETAPA 1 ETAPA 2
Feedback Refletir sobre Estabelecer
planos e as tarefas
objetivos principais

ETAPA 3
ETAPA 5 Dividir as
Avaliar os tarefas
resultados da principais em
estratégia subtarefas
organizadora
implementada
ETAPA 4
Destinar
recursos e
instruções
para as
subtatrefas

Figura 15: Etapas do processo de organização


Como indica a figura, os gerentes devem repetir essas etapas
continuamente. Por meio da repetição, eles conseguem o feedback que os
ajudará a aperfeiçoar a organização existente.

A gerência de um restaurante pode servir de exemplo para ilustrar o


funcionamento do processo de organização. A primeira etapa pela qual deve
passar o gerente a fim de iniciar o processo de organização é pensar sobre os
planos e objetivos do restaurante. Pelo fato de que o planejamento consiste em
determinar o modo como o restante alcançará suas metas e como determinará
onde os recursos do restaurante serão utilizados para concretizar os planos, o
gerente do restaurante deve começar a se organizar assim que compreender
os planos.

A segunda e terceira etapa do processo de organizar se concentra em


tarefas que devem ser desempenhadas dentro do sistema administrativo. O
gerente deve determinar as principais tarefas ou trabalhos a ser realizado
dentro do restaurante. Duas dessas tarefas seriam servir os fregueses e
preparar a comida. A partir disso as tarefas devem ser divididas em subtarefas.
Por exemplo, o gerente poderá decidir que a tarefa de servir os clientes implica
as subtarefas de atender a pedidos e limpar as mesas.

A quarta etapa do processo de organizar é determinar quem anotará os


pedidos, quem limpará as mesas e os detalhes da rel ação que existirá entre
essas duas pessoas. O tamanho das mesas e como elas serão posicionadas
são outros fatores que devem ser considerados nessa etapa.

Na quinta etapa, a avaliação dos resultados da estratégia organizadora


implementada, o gerente recolhe informações sobre como a estratégia está
funcionando. Essas informações devem fornecer dados que possam ser
utilizados no aprimoramento da organização atual. Por exemplo, o gerente
poderá concluir que um certo tipo de mesa não é grande o bastante e que
mesas maiores devem ser compradas para que o restaurante atinja seus
objetivos.

Em qualquer sistema administrativo, a produtividade resulta de


atividades específicas executadas pelas pessoas que trabalham na empresa.
Portanto, um esforço efetivo de organização inclui não apenas uma justificativa
para o uso ordenado dos recursos do sistema administrativo, mas também três
outros elementos de organização que canalizam especificamente as atividades
dos membros da empresa: responsabilidade, autoridade e delegação.

A - Responsabilidade

Talvez o método mais fundamental de canalizar a atividade dos


indivíduos de uma empresa, a responsabilidade é a obrigação de executar as
tarefas designadas. É o compromisso pessoal de realizar um trabalho como
melhor de sua capacidade.
A fonte da responsabilidade está em cada indivíduo. Uma pessoa que
aceita um emprego concorda em realizar uma série de tarefas ou atividades,
ou ainda cuidar para que alguém as realize.

O ato de aceitar o trabalho significa que a pessoa está subordinada a


um superior, que deverá assegurar-se que as tarefas se rão cumpridas com
êxito. Pelo fato de a responsabilidade ser uma obrigação que uma pessoa
aceita, não há nenhuma maneira de delegá-la ou transferi-la a um s
ubordinado.

B - Autoridade

Os indivíduos recebem atividades de trabalho para que seu


comportamento dentro da empresa seja adequadamente canalizado. Uma vez
que recebem tarefas específicas, devem receber uma certa dose de autoridade
a fim de executá-las de maneira satisfatória.

Autoridade é o direito de executar ou comandar. Permite que seu


detentor aja de certo modo e influencie diretamente as ações de outros por
meio de ordens. Também permite que seu detentor destine os recursos da
empresa para o alcance dos objetivos da organização.

Tipos de autoridade

Podem existir três tipos principais de autoridade d entro de


uma empresa:

1) Autoridade hierárquica
2) Autoridade de equipe
3) Autoridade funcional

Cada tipo existe apenas para ajudar os indivíduos na execução dos


diferentes tipos de responsabilidade que lhes foram designadas.

B1 - Autoridade hierárquica

A autoridade hierárquica, a autoridade mais fundame ntal dentro de uma


empresa, reflete a existência de relações entre sup eriores e subordinados.
Consiste no direito de tomar decisões e dar ordens quanto ao comportamento
dos subordinados em relação à produção, às vendas ou às finanças. Em geral,
a autoridade hierárquica está ligada a assuntos que e nvolvem o sistema
gerencial da produção, das vendas e das finanças e, consequentemente, o
alcance de metas.

Os indivíduos da empresa diretamente responsáveis p or essa área


são investidos de autoridade hierárquica como uma ferra menta que os ajude
a realizar suas atividades.

B2 – Autoridade de equipe
Se, por um lado, a autoridade hierárquica consiste em dar ordens a
respeito das atividades produtivas, a autoridade de equipe consiste no direito
de aconselhar ou dar assistência àqueles que possuem autoridade h
ierárquica, bem como a outro pessoal da equipe.

A autoridade em equipe faz com que as pessoas responsáveis por


aumentar a eficácia da equipe possam realizar essa função. Exe mplos de
membros da empresa que possuem autoridade de equipe são aquele que tra
balham nos departamentos de contabilidade e de recursos humanos.

Obviamente, aqueles que têm autoridade hierárquica e os que possuem


autoridade de equipe devem trabalhar em conjunto, a fim de manter a
eficiência e a eficácia da empresa.

B3 – Autoridade funcional

Consiste no direito de dar ordens a um segmento da empresa no qual


esse direito normalmente não existe. É comum que essa autoridade seja
delegada às pessoas a fim de complementar a autoridade hierárqu ica ou de
equipe que elas já possuem. De modo geral, a autoridade funcional se estende
apenas à área de tarefas específicas e funciona somente durante
determinados períodos de tempo.
Tipicamente, é delegada a pessoas que, a fim de cumprirem as
responsabilidades de suas próprias áreas, devem ser capazes de exercer um
certo controle sobre os membros da empresa em outras áreas.

O vice-presidente de finanças de uma empresa é um exemplo de alguém


que possui autoridade funcional. Entre suas responsabilidades básicas está à
obrigação de monitorar a situação financeira de todo o sistema administrativo.

“Pessoas que não trabalham bem


simplesmente não continuarão por perto
por muito tempo”

C - Delegação

Delegação é o processo propriamente dito de distribuir as atividades de


trabalho e a autoridade correspondente a indivíduos específicos dentro da
empresa.

Etapas do processo de delegação

O processo de delegação consiste em três etapas que podem ser


observadas ou deduzidas. A primeira etapa é atribuir tarefas específicas a uma
pessoa. Em todos os casos, o gerente deve estar seguro de que o subordinado
designado possua uma compreensão clara do que tais tarefas im plicam.

Sempre que possível, as atividades devem ser apresentadas em termos


operacionais a fim de que o subordinado saiba exatamente qual ação deve ser
tomada para desempenhar as tarefas a ele atribuídas.

A segunda etapa do processo de delegação implica ceder à autoridade


apropriada ao subordinado, ou seja, o subordinado deve estar investido de
direitos e poderes dentro da empresa para realizar as tarefas que lhe foram
atribuídas.

A última etapa consiste em criar a obrigação de que o subordinado


realize as tarefas a ele atribuídas. O subordinado deve estar ciente da
responsabilidade de realizar suas tarefas e aceitar essa responsabilidade.

Obstáculo ao processo de delegação

Os obstáculos que podem tornar o processo de delega ção difícil ou até


mesmo impossível dentro de uma empresa podem ser classificados em três
categorias gerais:

1) Obstáculo relacionado ao supervisor


2) Obstáculo relacionado aos subordinados.
3) Obstáculo relacionado às empresas.
Um exemplo que ilustra a primeira categoria é o supervisor que resiste à
ideia de delegar sua autoridade aos subordinados porque não suporta dividir
qualquer parte de sua autoridade. Outros dois obstáculos rel acionados ao
supervisor são o medo de que os subordinados não realizem bem uma ta refa
e a suspeita de que ceder parte da autoridade seja visto como sinal de
fraqueza.

Além disso, caso os supervisores estejam inseguros em seus cargos ou


acreditem que certas atividades sejam extremamente importantes para seu
sucesso profissional, eles podem ter dificuldades em colocar o desempenho
dessas tarefas nas mãos de outras pessoas.

Os supervisores que desejam delegar tarefas a seus subordinados


podem encontrar diversos obstáculos. Primeiramente, os su bordinados podem
se mostrar relutantes em aceitar a autoridade que lhes é delegada por medo
do fracasso, falta de autoconfiança ou pelo sentimento de que o supervisor não
deposita confiança neles.

Esses obstáculos serão especialmente visíveis naque les subordinados


aos quais nunca foi delegada nenhuma autoridade antes. Outros obstáculos
relacionados aos subordinados são: o medo de que o supervisor não esteja
presente para orientá-lo quando necessário e a relutância em exercer
autoridade que pode complicar relações de trabalho confortáveis.

Características da própria empresa também podem dificultar o processo


de delegação. Por exemplo, uma empresa muito pequena pode fazer com que
um supervisor tenha poucas atividades a delegar. Em empresas para as quais
foram delegadas poucas atividades de trabalho e pouca autoridade no
passado, a tentativa de iniciar o processo de delegação pode tornar os
funcionários relutantes e apreensivos, pois o supervisor estará introduzindo
uma mudança significativa nos procedimentos, e sempre há muita resistência a
qual quer mudança.

3 - INFLUÊ NCIA
Influenciar é o processo de orientar as atividades dos membros da
organização em direção adequadas. Direções adequada s, evidentemente, são
aquelas que levam ao cumprimento dos objetivos do sistema gerencial.
Influenciar envolve se concentrar nos integrantes da organização como
pessoas e tratar de questões como moral, arbitragem de conflitos e dese
nvolvimento de boas relações de trabalho. Isso é parte fundamental do
trabalho de um gerente.

De fato, a capacidade de influenciar os outros é um determinante


básico do sucesso que um gerente terá.
O processo de influenciar envolve o desempenho de quatro
atividades gerenciais básicas:

  Liderar
  Motivar
  Valorizar grupos
 Comunicar

Os gerentes executam cada uma dessas atividades de influenciar, em


certa extensão, comunicando-se com os integrantes da orga nização. Por
exemplo, os gerentes só podem decidir o tipo de líder que eles precisam ser
depois de analisar as características dos vários grupos com os quais e les
interagirão e determinam a melhorar maneira de motivar esses grupos. Então,
In dependentemente da estratégia de liderança por ele adotada, a liderança, a
motivação e o trabalho com os grupos serão realizados pelo menos em parte,
por meio da c omunicação com outros membros da organização.

De fato, todas as atividades gerenciais são executa das pelo menos


em parte por meio da comunicação ou de esforços relacionados à
comunicação. Uma vez que a comunicação é usada repetitivamente pelos
gerentes, a capacidade de se comunicar muitas vezes é referida como a
habilidade gerencial fundamental.

COMUNICAÇ Ã O

É o processo de compartilhar informações com outras pessoas.


Informação, como é usada aqui, é qualquer pensamento ou idéia que os
gerentes desejam trocar com outros indivíduos.
É
Em geral, a comunicação envolve uma mensagem emitida por uma
pessoa para uma ou mais pessoas, resultado no entendimento comum da
mensagem. O sucesso de um gerente depende muito de sua capacidade de
se comunicar; dessa maneira, os gerentes potenciais devem aprender a se
comunicar.

Para ajudar os gerentes a se tornar melhores comunicadores


interpessoais, novas técnicas de treinamento em comunicação são de
senvolvidas e avaliadas constantemente.

As atividades de comunicação de gerentes geralmente envolvem a


comunicação interpessoal, a troca de informações co m outros membros da
organização.
LIDERANÇ A

Liderança é o processo de direcionar o comportamento dos outros para


a realização de algum objetivo. Direcionar, nesse sentido significa fazer os
indivíduos agirem de certa maneira ou seguirem um determinado curso. Em
termos ideais, esse curso é perfeitamente coerente com fatores como as
políticas organizacionais, os procedimentos e as descrições de cargo
estabelecido . O foco da liderança é conseguir que as coisas sejam realizadas
pelas pessoas.

Liderança é uma das quatro principais atividades interdependentes do


subsistema de influenciar e é realizada, em certa extensão, comunicando-se
com os outros. É extremamente importante que os gerentes enhamt um
entendimento pleno do que a liderança envolve.

A liderança tem sido considerada um pré-requisito para o sucesso


organizacional. Hoje, considerando-se a maior capacidade possibilita pelos
aprimoramentos da tecnologia de comunicação e o aumento dos negócios
internacionais, a liderança é mais importante que nunca.

MOTIVAÇ Ã O

Motivação é um conjunto psicológico (estado interno) de motivos e


causas que faz com que o indivíduo se porte de modo que assegure a
realização de algumas metas. Em outras palavras, ele explica porque as
pessoas agem da maneira como o fazem.

Quanto melhor um gerente entender o comportamento dos membros de


uma organização, mais capaz ele será de influenciar ess e comportamento
para torná-lo mais consistente com a realização das metas organizacionais.

Novas proposições sobre a motivação humana

Para explicar o comportamento organizacional, a Teoria


Comportamental fundamenta-se no comportamento individual das pessoas.
Para poder explicar como as pessoas se comportam, torna-se necessário o
estu do da motivação humana. Assim, um dos temas fundamentais da nova
teoria é a motivação humana.
No decorrer da Teoria das Relações Humanas, verificamos que o
homem é considerado, um animal complexo dotado de necessidades
complexas e diferenciado.

Essas necessidades orientam e dinamizam o comportamento humano


em direção a certos objetivos pessoais. Assim que uma necessidade é
satisfeita, logo surge outra em seu lugar, dentro de um processo contínuo, que
não tem fim, desde o nascimento até a morte das pessoas. Alguns autores
verificaram que o administrador precisa conhecer as necessidades humanas
para melhor compreender o comportamento humano e utilizar a motivação
humana como poderoso meio para melhorar a qualidade de vida dentro das
organizações.

GRUPOS

Para lidar adequadamente com grupos, os gerentes devem ter um


entendimento pleno da natureza de grupos em organizações.

Um grupo não é simplesmente uma reunião de pessoas, mas "qualquer


número de pessoas que (1) interagem entre si, (2) s ão psicologicamente
cientes umas das outras e (3) se percebem como grupo".

Os grupos são caracterizados pela comunicação frequ ente entre os


membros com o tempo e por um tamanho suficientemente pequeno para
permitir que cada membro se comunique pessoalmente com todos os demais
membros. Como resultado dessa comunicação, cada integrante do grupo
influência e é influenciado por todos os demais membros.

GRUPOS FORMAIS

Um grupo formal é aquele que existe dentro de uma organização por


determinação gerencial para desempenhar tarefas que contribuam para o
cumprimento dos objetivos organizacionais. A colocação dos membros da
organização em área como departamentos de produção é um exemplo de
como se estabelecem grupos formais.

GRUPOS INFORMAIS

Os grupos informais, o segundo tipo principal de grupo que pode existir


dentro de uma organização, são aquele que se desenv olvem naturalmente à
medida que as pessoas interagem.

Um grupo informal é definido como um grupo de indivíduos cujas


experiências de trabalho comuns resultam no desenvo lvimento de um sistema
de relação interpessoais que se estendem além daquelas estabelecidas pela
gerência.
EQUIPES
GRUPOS VERSUS EQUIPE

Os termos grupo e equipe não são sinônimos. Um grup o é constituído


de qualquer número de pessoas que interagem umas com a s outras, são
psicologicamente cientes umas das outras e se consideram um grupo.

Uma equipe é um grupo cujos membros influem uns nos outros em


direção à realização de metas organizacionais.

Nem todos os grupos nas organizações são equipes, m as todas as


equipes são grupos. Um grupo qualifica-se como uma equipe s omente se
seus integrantes se concentram na ajuda na ajuda mútua para atingir as metas
organizacionais.

No ambiente de negócio em rápida mudança, as equipes têm emergido


como requisito para o sucesso. Portanto, os bons gerentes tentam
constantemente ajudar os grupos a se tornar equipes.

4 - CONTROLE
À medida que cresce a escala e a complexidade das empresas
modernas, aumenta também o problema do controle nessas empresas.
Portanto, os futuros gerentes necessitam ter a experiência de trabalho c om a
essência da função de controlar.

De maneira simples, controlar é fazer com que algo aconteça do modo


como foi planejado. De acordo com essa definição, o planejamento e o controle
são funções praticamente inseparáveis. Essas duas funçõ es, de fato, já foram
chamadas de gêmeas siamesas da administração.

Os gerentes devem sempre procurar manter-se informados sobre


como anda o desempenho do sistema e realizar mudanças corretivas sempre
que necessário.

Controle é o processo por meio do qual o gerente é capaz de controlar.

Por exemplo, os funcionários da produção em geral t êm metas diárias


a cumprir. Ao final de cada dia de trabalho, o número de unidades produzidas
por cada funcionário é registrado para que os níveis se manais de produção
sejam determinados.

Caso os totais da semana sejam significativamente menores que as


metas semanais, o supervisor terá de tomar atitudes corre tivas para garantir
que os níveis atuais de produção se igualem aos níveis planejados. Se, por
outro lado, as metas de produção estiverem sendo cumpridas, o supervisor
deverá fazer com que o ritmo dos trabalhadores seja mantido.
O planejamento é uma das principais funções da administração. O
processo corresponde pelo qual a administração implementa seus planos e
avalia o desempenho organizacional para calibrar o sucesso ou o fracasso é o
controle. O controle consiste em ações sequenciais tomadas pela
administração para estabelecer os padrões de desempenho, medir e avali ar o
desempenho e tomar medidas corretivas quando necessário. O controle é
absolutamente essencial para o planejamento eficaz.

O AUDITOR E O CONTROLE

O auditor é a pessoa que faz parte da equipe administrativa que recolhe


informações que auxiliam os gerentes a controlar. De acordo com a seção
anterior, percebemos que os gerentes são os responsáveis por comparar o
desempenho planejado com o atual e pela tomada de ações corretivas quando
necessário.

Em empresas menores, os gerentes também podem estar encarregados


de recolher informações sobre vários aspectos da empre sa e desenvolver os
relatórios necessários com base nessas informações. Nas empres as de médio
ou grande porte, entretanto, é o auditor quem lida com esse trabalho.

A responsabilidade básica do auditor é dar assistên cia aos gerentes de


linhas em sua função de controlar, por meio do recolhimento de informações
adequadas e da geração de relatórios que representem essas informações.
O auditor geralmente trabalha com informações sobre as
seguintes dimensões financeiras da empresa:

1) Lucros.
2) Receita
3) Custos
4) Investimentos.

A descrição de trabalho de um auditor mostra que ele é responsável por


gerar as informações que são utilizadas pelos gerentes qu e exercem a função
de controlar. Pelo fato de raramente o auditor ser o responsável direto pela
tomada de ações corretivas dentro da empresa (ele geralmente aconselha os
gerentes sobre o tipo de ação a ser tomada), seu cargo é considerado posição
de equipe.

ATÉ QUE PONTO DEVE HAVER CONTROLE?

Assim como qualquer esforço da empresa, o controle de atividades deve


ser feito caso os benefícios dessas ações sejam maiores do que os custos de
realizá-las. O processo de comparação do custo de qualquer atividade da
empresa com o benefício que se espera do desempenho da atividade é
chamada de análise de custo-benefício.

Em geral, gerentes e auditores devem cooperar entre si para determinar


exatamente até que ponto o controle é justificável em uma dada situação.

PODER E CONTROLE

Para controlar de maneira bem-sucedida, os gerentes precisam


compreender não apenas o processo de controle, mas também o modo como
os membros da empresa se relacionam a ele.

Talvez os dois termos administrativos que mais causam confusão sejam


poder e autoridade. A autoridade é definida como o direito de comandar ou de
dar ordens. O ponto até o qual uma pessoa é capaz de influenciar outras para
que elas obedeçam à ordem é chamada de poder. Quanto maior essa
habilidade, mais poder tem um indivíduo.

É obvio que o poder e o controle estão intimamente relacionados. Para


ilustrar, após comparar o desempenho atual com o desempenho planejado e
determinar a ação corretiva necessária, um gerente geralmente dá ordem para
implementar essa ação.

Embora essas ordens sejam emitidas em virtude da autoridade do


gerente na empresa, elas podem ou não ser seguidas com precisã o,
dependendo do poder que o gerente exerce sobre as pessoas que estão sob
sua s ordens.
MUDANÇA ORGANIZACIONAL

A mudança organizacional é o processo de modificar a organização


existente a fim de melhorar a eficiência da empresa, ou seja, o nível de alcance
de objetivos da empresa. Essas modificações podem envolver praticamente
qualquer segmento da empresa, mas em geral afetam as linhas de autoridade,
os níveis de responsabilidade de vários membros da empresa e as linhas de
comunicação estabelecidas na empresa.

Em virtude das novas tecnologias, oportunidades de crescimento global


e tendência de enxugamento de pessoal, quase todas as empresas modernas
estão mudando de alguma maneira.

A IMPORTÂ NCIA DA MUDANÇ A

A maioria dos gerentes concorda que, para prosperar, uma empresa


deve mudar continuamente em resposta ao significativo desenvolvimento do
ambiente ao redor, como as mudanças nas necessidades dos clientes,
avanços tecnológicos e novas normas governamentais. O estudo da mudança
nas empresas é extremamente importante porque todos os gerentes de todos
os níveis da organização se deparam, ao longo de suas carreiras, com a tarefa
de realizar mudanças nas empresas em que trabalham.

Gerentes que determinam as mudanças adequadas a fazer e as


implementam com êxito permitem que suas empresas se jam mais flexíveis e
inovadoras. A mudança é tão fundamental para a existência das empresas
como os gerentes são valiosos para a empresa de todos os ti pos.

Muitos gerentes consideram a mudança tão fundamental para o êxito


da empresa que encorajam os funcionários a pesquisar c ontinuamente áreas
nas quais mudanças possam ser feitas.

Juntamente com a mudança organizacional, certo grau de estabilidade


é necessário para o êxito da empresa a longo prazo.

FATORES QUE DEVEM SER CONSIDERADOS NA MUDANÇ A


ORGANIZACIONAL

O modo com que os gerentes lidam com os principais fatores que


precisam ser considerados quando uma empresa está passando p or
mudanças determinará, em grande parte, o grau de sucesso dessa mudança.
Sempre que se pensar em mudança, devem ser considerados os seguintes
fatores:

1) O agente de mudança
2) Determinar o que deve ser mudado
3) O tipo de mudança a fazer
4) Indivíduos afetados pela mudança
5) A avaliação da mudança
A influência coletiva de todos eles que, em última instância, determina
o êxito da mudança.

1 - O AGENTE DE MUDANÇ A

Talvez o fator mais importante que os gerentes devam levar em conta


ao realizar mudanças em uma empresa seja o agente de mudança, o indivíduo
de dentro ou fora da empresa que tenta modificar a situação nela existente. O
agente de mudança pode ser um gerente autodesignado dentro da empresa
para essa mudança ou um consultor externo contratado por seu conhecimento
especializado em uma área particular.

Esse indivíduo será responsável por fazer mudanças muito amplas,


como alterar a cultura da empresa como um todo, ou mais limitadas, como
planejar e implementar um novo programa de segurança ou de qualidade.
Embora em algumas circunstâncias o agente de mudanças não seja um ger
ente, o termo gerente e agente de mudança são utilizados como sinônimos.

São necessárias habilidades especiais para se obter êxito como agente


de mudança. Entre elas estão, a capacidade de determinar como uma
mudança deve ser realizada, a habilidade de resolver problemas relacionados
a essa mudança facilidade de utilizar ferramentas de ciência compo rtamental
para influenciar adequadamente as pessoas durante o processo de mudança.

Entretanto, talvez a habilidade mais requisitada nos agentes de


mudança bem-sucedidos seja a capacidade de determinar o grau de mudança
que os funcionários conseguem suportar.

Acima de tudo, os gerentes devem escolher agentes que tenham o


maior conhecimento possível em todas as áreas. Uma mudança benéfica em
potencial pode não resultar em vantagens para a empresa caso uma pessoa
sem experiência nessas áreas seja designada para realizar as mudanças.

2 - COMO DETERMINAR O QUE DEVE SER MUDADO

Outro fator importante que os gerentes precisam levar em conta é


exatamente o que deve ser mudado dentro da empresa. Em geral, os gerentes
devem fazer apenas aquelas mudanças que aumentarão a eficiência da
empresa.

Para que uma empresa maximize sua eficiência, as pe ssoas


adequadas precisam estar munidas da tecnologia e da estrutura apropriadas.
Portanto, os fatores humanos, tecnológicos e estruturais não são
determinantes independentes da eficiência da empresa.

3 - O TIPO DE MUDANÇ A A FAZER

O tipo de mudança a fazer é o terceiro fator importante que os gerentes


precisam considerar quando se propõem a mudar uma e mpresa.

4 - INDIVÍDUOS AFETADOS PELA MUDANÇ A


Um quarto fator principal a ser considerado pelos gerentes que passam
por mudanças são as pessoas afetadas por essas mudanças. Uma boa
avaliação do que deve ser mudado e de como mudar poderá ser desp erdiçada
caso os membros da empresa não apóiem a mudança.

Em uma empresa, a resistência a mudanças é tão comu m quanto a sua


necessidade. Depois que os gerentes resolvem fazer alguma mudança na
empresa, geralmente deparam com a resistência dos funcionári os para evitar
que essa mudança ocorra.

Por trás dessa resistência dos funcionários estão o s medos de alguma


perda pessoal, como a redução do prestígio individual e o distúrbio das
relações sociais e de trabalho, e o medo do fracasso pessoal, que pode
decorrer da incapacidade de assumir novas responsabilidades no trabalho.

5 - A AVALIAÇ Ã O DA MUDANÇ A

Assim como para outras ações administrativas, os gerentes devem


dedicar tempo à avaliação das mudanças que fizerem. O propósito dessa
avaliação não é apenas adquirir perspectivas sobre como a mudança em si
deva ser alterada para aumentar a eficiência da empresa, mas também determ
inar se os passos tomados na realização da mudança devem ser modificados
para aumentar a eficiência da empresa na vez seguinte em que forem
utilizados.
Os gerentes devem fazer o melhor possível para avaliar a mudança
a fim de aumentar os benefícios que a empresa obterá dela.

A avaliação da mudança geralmente envolve a observação de


sintomas que indiquem a necessidade de mais mudanças.
ADMINISTRAÇÃO NO PRESENTE

No limiar do século XXI, a administração e as organizações estão em


uma conjuntura muito diferente daquela de 100 anos trás . As principais
diferenças entre as duas situações são analisadas a seguir.

ECONOMIA GLOBALIZADA E COMPETITIVIDADE

No início do século XX, a palavra-chave era eficiên cia. No final do


século XX, a palavra-chave é competitividade. A eficiência con tinua sendo
uma preocupação dominante, como no tempo de Taylor e Ford, mas por
razões diferentes. Ainda é preciso fazer mais, com menos recursos. No
entanto, o problema das empresas, naquela época, era atender a um mercado
crescente, ávido por produtos como automóveis, telefones e eletricidade, dos
quais havia poucos fornecedores.

Na passagem para o século XXI, há muitos fornecedor es atuando


numa economia globalizada. A expansão das empresas multi nacionais, a
facilidade de transportes e a eliminação de restrições alfandegár ias
(eliminação de reservas de mercado e da proibição de importar certos
produtos) e tributárias (diminuição de impostos sobre produtos importados)
criaram um mercado mundial. Pode-se comprar e vender praticamente
qualquer coisa em praticamente qualquer lugar do mundo.

INTERDEPENDÊ NCIA

Ao mesmo tempo em que incentivou a competitividade entre empresas,


a economia globalizada também tornou os países interdependentes, devido ao
livre trânsito de capitais. Problemas econômicos de um pa ís com economia
frágil deixaram de ser localizados, para provocar um efeito sistêmico que afeta
inúmero outro. Os mesmos organismos internacionais de socorro financeiro
passaram a ser criticados por sua incapacidade de resolver esse problema. Na
passagem para o século XX, havia quem sugerisse a criação de mecanismos
de coordenação internacional para supervisionar o mercado de capitais e
administrar a interdependência.

A sociedade global, por causa da interdependência d os países, criou


necessidade sem precedentes de administração internacional.

TECNOLOGIA DA INFORMAÇ Ã O

A tecnologia da informação está presente em todos o s processos


administrativos e produtivos. Movimentar contas no banco, fazer o
planejamento das compras de uma unidade industrial ou controlar a fabricação
de peças são tarefas que necessitam da tecnologia para facilitar a vida
humana. A tecnologia da informação facilita a tomada de decisão e o desempe
nho de todas as tarefas de comunicação. Algumas funções de controle que os
ger entes precisavam realizar pessoalmente foram absorvidas pelos
computadores. Muitas das atividades gerenciais foram alteradas pela
tecnologia da informação.
DIMINUIÇ Ã O DE TAMANHO

Tecnologia da informação e programas de eficiência tornaram


desnecessários muitos tipos de mão-de-obra e altera ram muitas profissões e
ramos de negócios. As grandes organizações deixaram de ser grandes
empregadoras de mão-de-obra, tanto de trabalhadores especializados quanto
de gerentes. Até a década de 80, os livros de administração mostravam
organogramas gigantescos, das grandes corporações americanas, empresas
como Boeing, General Motors ou IBM. Esses organogramas, cheios de chefes,
diretores, gerentes e seus assessores, eram exibidos como modelos de
eficiência e poder. T amanho grande era sinônimo de controle, segurança e
desempenho. Essas empresas continuam vivas e saudáveis, em muitos casos,
mas seus organogramas s ão completamente diferentes. A partir daquela
década, as grandes organizações iniciaram projetos de downsizing (diminuição
do número de níveis hierárquicos).

Uma das consequências da diminuição de tamanho é a importância


crescente dos métodos da administração participativa, porque é preciso que
os funcionários operacionais aprendam a ser seus próprios gerentes.

VALORIZAÇ Ã O DA ADMINISTRAÇ Ã O EMPREENDEDORA

Outra consequência da diminuição do tamanho das org anizações é o


aumento do desemprego (que tem também outras causas). Essa tendência
tem forte impacto sobre as expectativas da sociedade, uma vez que o sistema
de ensino, especialmente o ensino superior, está fortemente or ientado para a
formação de pessoas para trabalharem nas organizações. A perda das
perspectivas de emprego duradouro e de carreira nas grandes organizações,
por outro lado, estimulou muitas pessoas a procurar ser seus próprios patrões.

Com isso, a administração empreendedora (complementando a


tradicional administração formadora de empregados) tornou-se uma tendência
social importante.

DEFESA DO CONSUMIDOR E Ê NFASE NO CLIENTE

No início do século XX, o administrador não precisava preocupar-se


tanto com cliente, como seu colega de 100 anos depois. O consumerismo
surgiu, nos anos 60, da necessidade de evitar os riscos para a vida, causada
por produtos (especialmente automóvel). Rapidamente, transformou-se em
conduta de defesa contra fornecedores de produtos e serviços defeituosos.
Essa conduta é amparada pela legislação que há em muitos países para
proteg er o consumidor, como o Código de Defesa do Consumidor que há no
Brasil.

Ao contrário do que ocorria no passado, um dos prin cipais


condicionantes das decisões a respeito de novos produtos, e de sua pro
paganda, é essa legislação, que obriga as empresas a pensar primeiro nas
conseqüênc ias para o cliente.
Outro fator que orienta a atenção das empresas para seus
consumidores, enquanto no passado elas podiam preocupar-se mais com
produção ou participação no mercado, é a disseminação das doutrinas da
qualidade total e satisfação do cliente, que se tornaram palavras obrigatórias
no dicionário do administrador do presente.

ECOLOGIA E QUALIDADE DE VIDA

Na época de Taylor e Ford, os administradores não precisavam


preocupar-se com a poluição provocada por suas fábricas nem com o nível de
emissão de gases dos veículos que fabricavam. À medida que os problemas
provocados pelos danos ao meio ambiente tornaram-se mais graves, afetando a
saúde e o bem-estar das pessoas, a sociedade reagiu. Uma consequência impor
tante, que marcou os anos 60 do século XX, foi a legislação que limita a
liberdade de decisão e ação das empresas. Inúmeras decisões, como localização
de em presas, construção, projetos e embalagem de produtos, o administrador
moderno deve tomar levando em conta essa legislação.

Outras questões que no passado seriam irrelevantes, muitas delas


ligadas à administração de recursos humanos, assumiram dimensão
considerável para o empregador do presente. Saúde e educação do emprega
do e de sua família, benefícios, participação nos resultados da empresa, stress
do executivo, entre outros, são assuntos que fazem parte da agenda do a
dministrador moderno.

Por causa desses e de outros problemas, como o crescimento das


cidades, estrangulamento da circulação no trânsito, desempre go e violência, a
sociedade humana passa a ter preocupações cuja solução reside nas decisões
de natureza administrativa. Por isso, torna-se disciplina social cada vez mais
importante.
REFERÊNCIAS

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