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E.M.

Francisco de Assis Medeiros Rangel

Aluno(a):_____________________________________________________ Ano: 6º

Professores: Eduardo Coimbra e Danielle Abreu Disciplina: história

UNIDADE TEMÁTICA OBJETOS DE CONHECIMENTO HABILIDADES

(EF06HI09RO) Identificar as contribuições


culturais dos Reinos Africanos para a

humanidade.

(EF06HI10RO) Analisar e compreender os


A invenção do mundo processos de socialização existentes
clássico e o
nas diferentes sociedades antigas e atuais.
Povos da Antiguidade na África
contraponto com
(egípcios), no
outras
Oriente Médio (mesopotâmicos) (EF06HI11RO) Analisar narrativas
sociedades mitológicas.

(EF06HI12RO) Contextualizar a relação entre


a política e religião, na formação

das primeiras cidades e dos impérios


teocráticos do mundo antigo.
O EGITO ANTIGO
Na mesma época em que se desenvolvia a civilização mesopotâmica, desenvolveu-se outra
grande civilização: o Egito. Também dependente de um grande rio, o Egito e a Mesopotâmia
mantiveram contato. Há muitas semelhanças entre as duas civilizações, mas a mais notável é
a invenção de um sistema de escrita.

A ÁFRICA DE MUITOS POVOS

No IV milênio a.C., o continente africano apresentava grande variedade de formações


sociais. Na Bacia do Nilo havia núcleos urbanos e comunidades que praticavam uma
agricultura irrigada; na região da Núbia encontravam-se pequenos grupos seminômades.
Nos planaltos da Etiópia pequenos núcleos humanos praticavam agricultura e pastoreio,
enquanto a região saariana se encontrava em um progressivo avanço de áreas desérticas,
obrigando agricultores e pastores a deslocarem-se. Na região subsaariana as comunidades
ainda viviam da caça e da coleta, enquanto o norte era uma encruzilhada de rotas comerciais
com o Mediterrâneo.

A FORMAÇÃO DO EGITO

O Egito Antigo possui uma das culturas mais fascinantes de toda a história da humanidade.
Foi a primeira das antigas sociedades a constituir um reino unificado, em um período em que
as regiões do Oriente Próximo estavam organizadas em cidades independentes, em
comunidades nômades e seminômades e em aldeias.

Tal formação social desenvolveu-se no fértil Vale do Rio Nilo, no nordeste da África, entre os
desertos do Saara e da Núbia.
Os antigos egípcios
dividiam a região em
duas terras. A rica e
estreita faixa de terra
fértil que acompanhava
o Nilo era chamada
Kmt ou “Terra Negra”,
por oposição à Dsrt, a
“Terra Vermelha” do
deserto não fertilizado
pelo Nilo. Havia
também uma divisão
entre o norte e o sul. A
“Terra do Norte” era o
Delta do Rio Nilo, ou
Baixo Egito, que se
estendia em triângulo
da cidade de Mênfis
até o Mar
Mediterrâneo. A “Terra
do Sul”, ou Alto Egito,
era todo o Vale do Nilo, desde Mênfis até a primeira catarata do rio, na fronteira com a
região da Núbia.

HAPI, O DEUS-RIO
Assim como os rios Tigre e Eufrates, o Nilo teve papel fundamental no desenvolvimento
econômico, social e cultural do Antigo Egito. Seus habitantes o veneravam como um
verdadeiro deus.

O deus-rio era chamado Hapi. Para os antigos


egípcios, sem ele não haveria nenhum recurso,
nenhuma vida, somente deserto, pedras e areia. O
deus era, geralmente, representado como um
homem, mas com seios femininos e barriga
saliente. Sua pele era azul ou verde, cores
associadas à fertilidade.

Os antigos egípcios chamavam as cheias do rio de


“a vinda de Hapi”. Quando a cheia demorava, e o
mês de junho, seco e quente, provocava a morte de
animais e a queima da vegetação, os egípcios
faziam suas preces ao deus e os sacerdotes faziam
oferendas.

Fertilização

Inundado anualmente na estação das cheias, o Nilo deposita uma camada de húmus, uma
espécie de lodo escuro, rico em matéria orgânica, formado por restos de vegetais e animais.

O húmus fertiliza o solo às margens do rio. Quando as águas baixam, quilômetros de terra
podem ser cultivados.

Com tais condições, por volta de 5.000 a.C., o vale passou a atrair grupos humanos vindos
das regiões do Saara. Desde 6.000 a.C., ocorrera um progressivo ressecamento climático
responsável pela formação do grande deserto.

OS TRABALHOS DE IRRIGAÇÃO

Para um melhor aproveitamento das terras fertilizadas, as águas do Nilo deveriam ser
controladas. As populações estabelecidas transformaram gradualmente o Vale do Nilo,
permitindo a organização de uma forma de vida sedentária, ou seja, com habitação fixa,
dependente das cheias do rio.
Diante da necessidade de cooperação para o trabalho comum, os grupos passaram a formar
pequenas comunidades agrícolas que se espalharam ao longo do Vale do Nilo.

Por volta de 4.000 a.C., essas pequenas comunidades começaram a se agrupar,


provavelmente em função da necessidade de organizar uma melhor defesa das terras, ou
para realizar o difícil trabalho de domesticação do rio.

As cheias do rio eram provocadas por chuvas que caíam na região subsaariana, por onde
corriam o Nilo Branco e o o Nilo Azul. Para armazenar a água para os períodos de baixa
foram criados reservatórios que eram abastecidos por canais de irrigação. Para represar a
água, foram construídos diques, de maneira a controlar a sua força e o seu volume.

A formação dos nomos ao longo do Nilo

A agricultura de irrigação, com o controle das cheias anuais do Nilo, teve papel muito
importante na formação e no desenvolvimento de comunidades independentes, mais
conhecidas como nomos.

A comunicação e o contato entre os


nomos eram realizados pelo Nilo. Para ir
ao norte, os barcos eram levados pela
corrente do rio até a foz. Em sentido
contrário, era possível aproveitar os
ventos que sopram constantemente do
Mar Mediterrâneo em direção ao sul e
permitem subir o rio com embarcações a
vela.

A autoridade do chefe dos nomos, o


nomarca, estava relacionada a sua força
militar e à capacidade de garantir a
prosperidade da terra. Alguns
arqueólogos levantam a hipótese de que
tal elite teria assumido o poder por ter
concentrado os conhecimentos de
determinados fenômenos naturais
relacionados às cheias do rio.

As federações do Baixo e Alto Egito


Possivelmente como resultado das guerras e alianças, ocorreu um processo de articulação
dos nomos que acabou por formar duas grandes federações: uma que reunia os nomos no
norte e outra que reunia os nomos no sul.

As duas grandes unidades territoriais elevaram seus chefes à dignidade real, cada qual com
seu emblema. O rei do Baixo Egito usava a coroa vermelha, e o papiro era seu símbolo. O rei
do Alto Egito usava a coroa branca e tinha por símbolo a flor de lótus.

O calendário dos egípcios

O dia a dia dos egípcios era marcado pelos ritmos da vida agrícola: semeadura, colheita,
preparação de novas sementes. Tais ritmos estavam condicionados ao Rio Nilo e a suas
mudanças.

Isso explica a elaboração de um calendário baseado na repetição do evento mais importante


para a sobrevivência dos egípcios: as cheias do Nilo.

Nesse calendário, a primeira estação do ano começava com as inundações. Em julho (do
nosso calendário), as águas do Nilo de esverdeadas se tornavam avermelhadas por causa do
barro e começavam a aumentar de volume. O rio continuava a subir nos dois meses
seguintes, atingindo o ponto máximo em setembro. A partir daí, começava a baixar.

Os campos ficavam encharcados durante quatro meses. Nesse período de inundação, os


egípcios dedicavam-se às grandes construções, à arte e à guerra.

Em novembro começava a segunda estação, quando as águas baixavam e a terra estava


pronta para a semeadura. Iniciavam-se, então, os trabalhos de plantio.

Nesse período, os egípcios plantavam diversos produtos, em especial o trigo (para


preparação de pão), o linho (para confecção de roupas) e a cevada (para fabricação de
cerveja).

Terminada a semeadura, os camponeses esperavam a germinação dos grãos. Nesse período,


os antigos egípcios podiam também se dedicar à horticultura e à vinicultura. Assim, aos
cereais se juntavam os legumes, as verduras, as frutas e o vinho.

A terceira e última estação (entre março e junho) era a época da colheita e do estoque da
produção. Também era o tempo para a limpeza e o conserto dos canais de irrigação. Depois
disso, esperava-se a nova enchente. Os egípcios observaram que o início da enchente tinha
uma recorrência de 365 dias. A partir daí, eles dividiram seu ano em 12 meses.

Cada mês era composto de três semanas com dez dias cada. Os cinco dias ao final do ano
eram reservados para comemorar o aniversário dos deuses Osíris, Hórus, Ísis, Neftis e Set.

(Adaptado de: CAMPOS, F., CLARO, R. e DOHLNIKOFF, R. História, escola e democracia: 6º

ano. Moderna, São Paulo, 2018. pp. 86-92.)

EXERCÍCIOS

1- Assinale a alternativa correta sobre a África no milênio IV a.C.

(A) Havia muitos povos com diferentes modos de vida, e o deserto do Saara passava por
um processo de florestificação.

(B) Havia poucos povos, todos com o mesmo estilo de vida, vivendo na Bacia do Nilo.

(C) Havia muitos povos com diferentes modos de vida, e o deserto do Saara estava em
formação.

(D) Havia muitos povos diferentes, mas com modos de vida semelhante, vivendo em
pleno deserto do Saara.

2. Como os antigos egípcios classificavam seu território?

(A) Alto e Baixo Egito.

(B) Egito Oriental e Ocidental.

(C) Egito do Norte e do Sul.

(D) Grande e pequeno Egito.

3- Como era chamado o deus-rio?


(A) Ísis.

(B) Osíris.

(C) Hapi.

(D) Set.

4- Explique como se dava a fertilização natural das margens do Rio Nilo.

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5- Relacione o processo de ampliação da área do Deserto do Saara com a concentração


humana na região do Vale do Nilo.

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6- Explique as técnicas utilizadas para aproveitamento das águas do Nilo.

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7-Encontre as palavras da lista abaixo.

8- Explique o que eram os nomos.

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9- Explique quem eram os nomarcas.

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10- Explique como se formaram as federações do Baixo e do Alto Egito.

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