Fenomenologia: estudo das ocorrências mentais anormais e dos estados subjetivos internos. Os
fenómenos mentais subjetivos incluem: pensamento, sentimento, vontade, perceção e memória.
Sinais catatónicos:
Negativismo: resistência automática;
Posturing: doente mantém-se fixo em posições bizarras;
Flexibilidade cérea: doente assume e mantém as posições impostas pelo observador, como uma
estátua de cera;
Ambitendência: sequência de movimentos incompletos e repetidos;
Ecopraxia: imitação automática do observador;
Copropraxia: gestos obscenos compulsivos.
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2.2. Linguagem
Forma da linguagem:
Associações por aliteração e rima: “Se tomo topamax? Topamax topa-me isso topa-me essa
cena! Tomo o topamax para a tola dos tolos!”
Alterações da sintaxe e agramatismo.
Conteúdo da linguagem:
Parafasias semânticas: palavra trocada;
Parafasias literais: palavra errada;
Neologismos: palavra inexistente com significado idiossincrático;
Merónimos: a parte do todo (“é você o líder do hospital”)
Estereotipias
Coprolália
2.3. Pensamento
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Perda/afrouxamento de associações
Pensamento condensado: omissão arbitrária e ilógica de parte de um pensamento
Salada de palavras
Bloqueio do pensamento
Um humor ou perceção delirante é uma sensação vaga de que algo de estranho se passa, até que
um “sinal” faz com que tudo fique claro e passe a fazer sentido: “havia qualquer coisa no ar...as
pessoas olhavam-me com cara de caso...quando fui à varanda a vizinha da frente fechou a janela e
o telefone do lado tocou...percebi que estava a ser vigiado”.
Ocorrência delirante primária é uma convicção delirante vinda “do nada”, sem relação com os
eventos prévios: “estava a tomar chá com a minha mãe quando de repente percebi que sou uma
reencarnação de Nossa Senhora e a minha mãe me estava a tentar envenenar”.
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Ideias delirantes (temas): Perseguição, culpa, ruína, hipocondríacas, ciúme, prejuízo, grandiosidade
(identidade e capacidade) ou auto-relacionação. A auto-relacionação é a perda da neutralidade dos
acontecimentos: “na televisão falam de mim de modo codificado, enviam-me mensagens sub-
reptícias”, “estes helicópteros sempre a passar aqui...andam com certeza a seguir os meus
movimentos...”.
2.4. Consciência do Eu
Limites do Eu:
o Eu invadido: inserção e roubo do pensamento: “Obrigam-se a pensar em coisas porcas”,
“tiram-me os pensamentos”;
o Eu transbordante: difusão do pensamento, transitivismo
Unidade do Eu: “os meus olhos não são meus, fizeram-se um transplante de olhos”;
Identidade do Eu: “Sinto que desde que adoeci fiquei diferente, não sou o mesmo”;
Ilusões: perceção errónea de um estímulo real; podem estar relacionadas com determinado
estado afetivo (ilusões catatímicas). Ex: “Quando estou muito ansiosa parece-me que ouço a
minha filha chorar”.
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Alucinações: a perceção ocorre sem estímulo, mas tem carácter de objeto, isto é, vem de fora.
As alucinações podem ser auditivas, visuais, olfativas e gustativas ou somáticas.
o Auditivas:
▪ Eco do pensamento
▪ Comentário contínuo
▪ Alucinações na segunda e terceira pessoas
o Fenómenos alucinatórios especiais:
▪ Alucinação extra-câmpica: fora do campo auditivo possível
▪ Alucinações funcionais: acompanha um estímulo real
▪ Alucinações reflexas: um estímulo numa modalidade produz uma alucinação noutra
modalidade
▪ Alucinações hipnagógicas: ao adormecer
▪ Alucinações hipnopômpicas: ao despertar
2.6. Emoções
Perturbações do humor:
Ansiedade
Depressão
Irritabilidade
Disforia
Euforia: elevação do humor
Elação: euforia + hiperatividade psicomotora
Exaltação: elação + grandiosidade
2.7. Vontade
Avolição
Abulia
Anedonia
Impulsividade
Desinibição
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