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Dr. O. Rigol
O colo uterino considerado normal varía muito no seu aspecto de uma mulher a outra e de
acordo com a etapa da vida em que se encontra: adolescencia e puberdeade, idade
reprodutiva, gravidez, climaterio e menopausa, e podem ver-se variações no límite dos
epitelios exocervical e endocervical, de maneira que este límite mudará modificando o
aspecto do exocérvix, quando o observamos ao examiná-lo com espéculo. Assim também, os
traumatismos do parto e as afecções podem afectar o colo e produzir lesões e modificações
que devem ser conhecidas por médico da cabeceira como primeiro escalão no atendimento à
saúde da mulher. Nos referiremos às mais frequentes.
ECTOPIA:
Esta alteração pode ver-se na menina recém-nascida e se chama ectopia congénita e pode
persistir até a idade adulta.
ETIOLOGÍA
QUADRO CLÍNICO
DIAGNÓSTICO
No princípio pode fazer-se clínicamente, pelo exame macroscópico do cérvix quando existe
experiencia do examinador, mas o ideal é realizar uma colposcopia, na qual se verão as
imágens típicas da ectopia em forma de racimos de uvas que se visualizam melhor ao aplicar
ácido acético de 1 a 3 %.
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Nalgumas ocasiões podem ver-se áreas de ectopia em forma de ilhas mais longes do orificio
exocervical ou em forma de colunas. Quando no processo de reparação, o epitelio
pavimentoso retorna na sua posição normal, pode ocluir os orificios de saida glandulares,
dando lugar à acumulação de mucos cervical nestas glândulas, com a formação de verdadeiros
quistos que sobressaem no exo cérvix e com tendência a tomar um aspecto esbranqueado ou
amarelado conhcidos com o nome de Ovos de Naboth. Se não oclui o orificio de saida, então
podem ver-se éstes e são chamados como glândulas abertas.
EVOLUÇÃO
TRATAMENTO
Provocar a destrução do tecido ectópico, de não evoluir para cura espontánea. Na actualidade
o tratamento de eleição é a crioterapia.
EROSÃO:
ETIOLOGÍA
É uma lesão habitualmente traumática, produzida por diafragmas mal colocados, pesarios,
excepcionalmente por substancias cáusticas, e, ademais, pela crauroses vaginal nas idosas.
DIAGNÓSTICO
TRATAMENTO
São lesões que se produzem muito frequentemente nas comisuras laterais do colo (nas 3 e 9
do relogio), aunque podem ter outras localizações.
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ETIOLOGÍA
O parto é um elemento causal de estes desgarros ou lacerações e dada a força das contrações
do período expulsivo, sobre tudo pelos fetos macrosómicos ou colos resistentes, dilatação
forçada ou partos muito rápidos. Também se podem produzir nas aplicações de fórceps ou
espátulas, se não se cumprem os requisitos para sua aplicação. São mais frequentes nos partos
domiciliares ou atendidos pelo pessoal não treinado.
DIAGNÓSTICO
Se não se suturam adequadamente podem ficar como sequela que deforma o colo sobre tudo
si são bilaterais. Ao examinar posteriormente à mulher abrindo o espéculo e separando as suas
valvas, pode ficar exposto à vista o tecido glandular endocervical, o que se designa com o
nome de ectropião; este tecido pode ser irritado pelo meio ácido vaginal (flora vaginal) e
produzir cervicite.
TRATAMENTO
Deve ser suturado todo desgarro diagnosticado pela revisão do colo, para restituir a sua
anatomía e contribuir à manutenção dos mecanismos de autodepuração do aparalho genital,
assim como prevenir procesos inflamatorios e malignos de cérvix.
CERVICITE:
ETIOLOGÍA
EVOLUÇÃO
Pode apresentar-se de forma aguda, aunque o mais frequente é a sua evolução crónica. Tem
grande importâncian a génese das mudanças epiteliais que podem evoluir para mudanças
displásicas e posteriormente para o câncer cervical.
QUADRO CLÍNICO
A cervicite aguda apresenta-se frequentemente com leucorrea abundante, que pode ser
purulenta e acompanhar-se de febre, dores hipogástricas, sintomas urinarios e dores durante
contacto sexual, assim como sangramentos em ocasiões.
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Pode formar parte de uma inflamação pélvica aguda com outras localizações altas. No exame
com espéculo se observa um colo edematoso e envermelhado, com perdas purulentas pelo
canal cervical, que podem acompanhar-se de mucus. Podem existir, ademais, manifestações
de infecção na uretra, glándulas de Bartholino ou de Skene. Este período agudo é
habitualmente curto.
A cervicite crónica é uma das causas mais comuns de leucorreia, aunque algunas vezes pode
ser asintomática ou oligoasintomática e ser diagnosticada através de exudado endocervical.
As características da leucorreia podem ser variaveis em relação às cores, odores, presença de
flemas e as vezes sangue, sobre tudo depois do coito, que as vezes resultam molesto e pode
acompanhar-se depois de dores hipogástricas, ou de dores ao mobilizar o colo durante o toque
vaginal (fig. 28.4).
DIAGNÓSTICO
Na cervicite crónica as manifestações clínicas podem ser escassas ou evoluir como uma
leucorreia crónica recidivante. Pode observar-se o endocérvix envermelhado com uma zona
de aspecto erosionado periorificial (pode ser uma ectopia inflamada). Também podem
observar-se Ovos de Naboth (fig. 28.5) e glándulas abertas, já descritos, assim como aumento
da vascularização.
Outras vezes pode ver-se um colo de aspeto são e um exudado gleroso que sai pelo conduto
cervical.
Perante outras lesões de tipo proliferativo, irregulares ou atípicas é necessario que a paciente
seja avaliada com a prova de Schiller, e se é positiva envia-la à uma consulta de patologia de
colo para avaliação colposcópica e biopsia para confirmar lesões suspeitas (base, osaico,
vascularização atípica) ou de aspeto maligno.
TRATAMIENTO
Na cervicite aguda dependerá do resultado obtido com a coloração de Gram e da cultura com
antibioticograma. De inicio, depois da toma de amostras para os exames indicados indicará
repouso e abstinencia sexual, tratamento sintomático e posteriormente tratamento específico
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de acordo com o agente causal. Em ocasiões segundo a experiencia clínica e epidemiológica,
pode iniciar-se tratamento perante um diagnóstico presuntivo, até contar com os resultados
das investigações realizadas.
Podem realizar-se curativos vaginais (agua oxigenada, mercuro cromo, acriflavina 1 x 4 000)
e aplicar óvulos antibióticos ou quimioterápicos de acordo com cada caso.
Não devemos nunca esquecer a revisão de colo no posparto, a sutura de todos os desgarros,
(lacerações) ou o exame de colo às 6 semanas posparto, o tratamento das infecções cervico-
vaginais, a educação tendente à eliminação ou diminuição da promiscuidade sexual e o uso do
preservativo nestes casos,
MIOMA UTERINO
CONCEITO
É uma neoplasia benigna do útero, que se conhece popularmente com onome de fibroma e
desde o ponto de vista anatomopatológico como leiomioma, liomioma e fibromioma, de
acordo com o predominio das fibras musculares lisas ou a quantidade de tecido fibroso.
Sua frequencia faz que seja um dos diagnósticos mais comuns nas pacientes intervidas
cirúrgicamente nos serviços de ginecología e de cirugía geral. Aparece, sobre tudo, entre os
30 e 50 anos, aunque na actualidade se diagnostica mais cedo pelo uso tão difundido da
ultrasonografía, o que permite o diagnóstico de tumores muito pequenos, antes que sejam
capazes de produzir sintomas. Se assinala uma maior frequencia em mulheres negras,
mestiças e nulíparas.
ETIOLOGÍA
Outros dão valor ao estímulo estrogénico mantido ou aumentado que activa os genitoblastos
(elementos musculares inmaturos),
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Algunos autores dão uma incidencia até 10 vezes maior nas mujeres negras.
ANATOMÍA PATOLÓGICA
De acordo com a medicina tradicional oriental esta afecção é devida à estase de sangue e
energía na pelve, com manifestações de congestão, edema e fibrose nas etapas mais
avançadas, e na práctica temos comprovado uma alta correspondencia com este diagnóstico
etiológico.
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QUADRO CLÍNICO
Dor. Esta se pode produzir por compressão de órgãos vezinhos ou tracção dos plexos e
devidos a complicações tais como torsão, degeneração ou necrose, aumento da contractilidade
e espasmo uterino.
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Tumor. Pode ser palpavel pela paciente ou um familiar ou ser um achado no exame físico num
exame preventivo ginecológico ou por outro motivo de consulta.
Actualmente no nosso meio são cada día mais raros os tumores de grande tamanho que
aparecem nos textos de algumas décadas atrás, pelo que os sintomas de compressão uretral,
retenção urinaria, polaquiuria e disuria, obstipação e dôr à defecação são pouco frequentes.
EVOLUÇÃO
Se assila a incidência de torsão (nos tumores subserosos com pedículo longo), necrose,
hialinização, transformação quística, calcificação, hemorragias, infecção e abscedação.
DIAGNÓSTICO
Quase sempre pode realizar-se clínicamente pelo quadro clínico e o exame físico, as vezes
como um achado em mulheres que consultam por outras causas ou ao realizar o exame
preventivo ginecológico; outras vezes as pacientes vão a consulta por palpar-se um tumor.
O exame físico pode determinar o tamanho, forma e consistência do útero e os nódulos, a sua
localização (intramurais e subserosos), assim como o parto do mioma no exame com
espéculo.
A ultrasonografía é o meio mais útil hoje, e identifica muito cedo os tumores muito pequenos
e outros de localização muito difícil, assim como descarta o diagnóstico diferencial da
gravidez e tumores sólidos de ovario.
TRATAMENTO
A simples presênça de um ou mais miomas, sobre tudo pequenos e sintomáticos, não exige
tratamiento.
1. Idade.