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TÉCNICAS DE

REPORTAGEM
RÁDIO!!!!
O FLUXO DA NOTÍCIA

• As etapas básicas que envolvem a produção da notícia no


Rádio são:
• Pauta
• Apuração
• Estruturação textual
• Redação
Na fase inicial

• Estar atento para o cotidiano


• Observação do mundo com um olhar crítico
• Nível de atenção redobrada para o que pode e o que não
pode virar notícia.
• O tema da aula de hoje é a pauta e a sua função dentro da rotina de
trabalho de um jornalista. Com ela é possível se prever os temas as os
formatos jornalísticos que estarão presentes dentro da edição de um
Radiojornal.

• Mais que isso, a pauta pode ser resumida como o planejamento da


reportagem. Uma pauta bem planejada proporciona, por consequência,
uma reportagem bem apurada e rica em informações para o ouvinte.

• O profissional responsável pela pauta dentro de uma redação é o pauteiro.


Cabe a ele a tarefa de redigir a pauta. Para tanto, ele deve ter pleno
conhecimento do que é a notícia, e possíveis fontes de informação para
direcionar o caminho do repórter.
• Notícia
• Devemos lembrar de uma máxima dentro do jornalismo
de que “Toda notícia é um fato, mas nem todo fato é uma
notícia”. Se por exemplo você, aluno, tropeça, cai e se
machuca, apesar de ser um acontecimento negativo, faz
parte da rotina das pessoas e dos imprevistos possíveis
de ocorrerem. É portanto um fato, mas não é uma
notícia, pois isso pode acontecer com várias pessoas
iguais a você.
• MAS SE O PRESIDENTE CAI?
CRITÉRIOS DE NOTICIABILIDADE

• Dentro dos estudos do Jornalismo, existem alguns fatores


catalogados como fatos geradores de notícias, conforme a
listagem abaixo:
• 1) Ineditismo – uma informação inédita. Por exemplo: a
cura do câncer
• 2) Improbabilidade – quando o fato tem pequenas chances
de ocorrer. Por exemplo: o time de futebol Ibis ser campeão
mundial interclubes

• 3) Utilidade – quando é ligado à prestação de serviços. Por


exemplo: dicas para o correto preenchimento do Imposto de
Renda

• 4) Apelo – quando causa curiosidade. Por exemplo: A morte


do homem mais velho do mundo
• 5) Empatia – quando várias pessoas se identificam com
a notícia. Por exemplo: a luta de uma personalidade
contra uma algum tipo de doença, que pode ser um mal
comum a várias pessoas

• 6) Conflito – quando existe uma disputa de interesses,


seja qual for o nível (corporativo, entre países, classes
diferentes etc.) Por exemplo: A ocupação de uma
fazenda por parte do MST
• 7) Proeminência: a importância da pessoa envolvida
no fato. Por exemplo: Uma noitada do atacante
Ronaldo
• 8) Oportunidade: Antecipação de um fato exclusivo.
• Formato da pauta
Não existe uma padronização de como a pauta deve ser
feita. Basicamente ela deve conter alguns elementos:
• 1) Retranca
• 2) Desmembramento da ideia do que é a pauta (sobre
o que ela vai tratar)
• 3) Indicação de possíveis fontes
• 4) Possíveis detalhes
• A boa reportagem deve estar ancorada em cinco
elementos básicos do bom jornalismo:

• 1) Pesquisa
• 2) Observação
• 3) Entrevista
• 4) Documentação
• 5) Checagem
1) PESQUISA

• - o levantamento de matérias sobre o mesmo assunto e os


diferentes tipos de enfoque que já foram publicados
• - levantamento de fontes e de personalidades que detém um
saber notório sobre aquele assunto
• - levantamento de aspectos técnicos relativos ao tema
• - reconhecer intelectualmente e fisicamente o entrevistado
2) OBSERVAÇÃO
• Este é um requisito indispensável, mas que não é um
bem de consumo à venda num estabelecimento. O
jornalista precisa aprender a desenvolvê-lo. E como faz
isso? Comparando dados e procurando contradições
entre números, cifras, discursos; propondo novas formas
de abordagem de um assunto.
3) ENTREVISTA
• Antes da entrevista
• - É imprescindível que o jornalista leia o máximo possível de textos sobre o
que já foi publicado sobre o assunto
• - Pesquise sobre o entrevistado e o que ele já disse sobre o assunto
• - Formule as perguntas com antecedência. Se o tempo da entrevista for
curto edite as principais perguntas
• - Anote em tópicos os principais temas que serão abordados na entrevista
• - A entrevista deve ser feita com o espírito desarmado
• Durante uma entrevista o jornalista dispõe de duas técnicas na
formulação de perguntas: as perguntas abertas e as perguntas
fechadas.
• Perguntas abertas são aquelas genéricas, em que o entrevistado
tem a possibilidade de discorrer sobre um assunto tangenciando a
informação principal.
• Exemplo: Qual a sua opinião sobre um eventual terceiro
mandato presidencial?
• Perguntas fechadas são mais objetivas. O entrevistado não tem
espaço para rodeios e tem que responder diretamente às questões
formuladas.
• Exemplo: O senhor será candidato ao governo do Estado?
• DURANTE A ENTREVISTA

• Alguns conselhos básicos sobre o desenvolvimento da entrevista:

• Grave a entrevista, mediante autorização do entrevistado


• Cheque sempre como se soletra o nome do entrevistado e seu cargo
• Contextualização: a entrevista deve ser iniciada colocando o entrevistado a
par do que se pretende com a entrevista, explicando a ele qual é a pauta.
• Faça uma pergunta de cada vez
• No caso de uma coletiva, fique atento para as perguntas dos outros
entrevistados, para não correr o risco de repetir uma pergunta
• O repórter é o responsável por conduzir a entrevista e não deixar que ela perca
o seu foco
• Quando o entrevistado fugir de uma pergunta, a refaça de outra forma
• Não deixe dúvidas sobre os temas abordados

• Não interprete as respostas do entrevistado


• Ser crítico numa entrevista não é sinônimo de ser agressivo
• Não se deixe levar pelo tom emocional.
• Ao desligar o gravador ou fechar o bloco de anotações continue perguntando.
Boas repostas podem surgir nessas horas
• Sempre agradeça ao entrevistado pela entrevista.
• Perguntas delicadas devem ser deixadas por último, a menos que não se tenha
muito tempo para fazê-las
• 4) DOCUMENTAÇÃO
• Sempre que possível grave as entrevistas

• Tenha todas as declarações por escrito


• Guarde num arquivo os documentos administrativos ou
legais utilizados em reportagem (certificados de
imóveis, registros de empresas, processos, contratos,
balanços, prestações de contas, notas fiscais, recibos,
relatórios oficiais, atas de reuniões, fotos, vídeos,
auditorias)
• 5) CHECAGEM
• As respostas do entrevistado devem ser minuciosamente
anotadas.
• Em caso de dúvidas, peça para o entrevistado repetir o que ele
disse.
• Cruze sempre dados numéricos com duas ou mais fontes.
• Recheque tudo o que foi produzido sempre.
• FONTES
• NATUREZA DAS FONTES
• Oficiais - Aqui podemos definir em oficiais dados divulgados pelo
governo em coletivas ou documentos; são as mais confiáveis e é
costume não citá-las no texto

• Oficiosas - De funcionários do governo que falam em off;

• Independentes - Quando a fonte não tem interesse direto com a


notícia. ONGs, por exemplo
• O TEXTO NO RÁDIO
• O processo deve dar ao ouvinte a impressão de que o radialista
está falando com ele e não lendo para ele  tudo deve parecer
espontâneo;

• Formas coloquiais, linguagem direta, concisa, clara;

• Escrever palavras no papel não da metade do necessário para


ter um texto sem ambiguidades no rádio  não se sabe onde
está a ênfase; A palavra escrita não fornece nenhuma indicação
dos sons vocais pretendidos;
Exemplo:
Então, eu terei de me organizar para dar aula neste sábado?

 Existem muitas maneiras de entender essa frase:

 Então, eu terei de me organizar para dar aula neste sábado?


 Então, eu terei de me organizar para dar aula neste sábado?
 Então, eu terei de me organizar para dar aula neste sábado?

 O texto é uma parte do processo de comunicação que só é concluído


depois que o roteiro for verbalizado – e do modo adequado. Pense sempre
que o texto será lido por outra pessoa, por isso, precisa estar muito claro.
Pergunta: Rádio não é improviso? Por
que usar script ou roteiro para falar?
 O script é uma “rede de segurança“ – pelo menos você sabe o que vai dizer,
mesmo que o script não lhe diga exatamente como será dito (marcações do tom
de fala, por exemplo);

 O script completo garante que nada ficará faltando. rádio é “na hora”, as coisas
que são ditas no rádio precisam fazer sentido na hora em que são ditas. Não há
como voltar atrás, diferente do impresso;

 O script serve para que outras pessoas possam comunicar as nossas ideias –
para dar forma permanente à natureza efêmera do discurso;
• Decidir o que quer dizer, quais ideias deseja expressar e que tipo de
impressão quer deixar;

• Faça uma lista dos principais argumentos e veja se dispõe dos fatos ou
exemplos necessários para apoiá-los;

• A lógica deve prevalecer, junte essas ideias e coloque-as na ordem certa –


a ordem certa é aquela que fica mais fácil de o ouvinte entender  e aí,
claro depende do ouvinte que se tem: um estudante, uma dona de casa, um
homem de classe média, executivo, etc;  visualizar o ouvinte;

• Em rádio, nada de querer impressionar, usando palavras difíceis. A palavra


certa é aquela que é inteligível para o público ao qual me dirijo;
• Apesar de a comunicação chegar a milhares, milhões de pessoas, a
mensagem chega à mente do ouvinte como indivíduo. Prefira o singular.

• A primeira sentença deve ser interessante  comece com uma ideia que
prenda a atenção, pertinente. Deixe claro do que se está falando, não
deixe o ouvinte na dúvida;

• Quando tratar de assuntos, digamos, complicados como taxa de juros,


índice de inflação, etc uma forma de tornar o assunto inteligível para o
seu ouvinte é usar sinalizadores, indicadores como “na prática, isso
funciona.....”
• Há diferenças entre o texto para o impresso e o texto falado. Compare as
sentenças:

• Catarina Apolônio, que foi aluna da UFPE, onde cursou rádio e tv, está
fazendo cinema em Cuba.

• Opte por separar as sentenças:

• Catarina Apolônio está fazendo cinema em Cuba. Ela foi aluna de rádio
e tv da UFPE.
Outro exemplo:

Tadeu, que está prestes a deixar a cidade em que morou por cinco
anos, onde montou seu negócio, agora irá trabalhar no exterior.

• Opte por separar as sentenças:

Tadeu morou na cidade por cinco anos. Montou um negócio e agora se


prepara para trabalhar no exterior.
• Verbalizar o roteiro em voz alta ajuda a evitar frases difíceis de serem
pronunciadas;
• O texto de rádio não pode ser ambíguo:

• Atente: “O homem foi visto amarrado na cadeira pela esposa”.

• Isso significa que: a esposa viu o marido amarrado na cadeira

• Ou: viram o homem sendo amarrado na cadeira pela esposa?


• Pontuação: ajuda a extrair o sentido do texto, mas para o ouvinte perceber
o sentido, é preciso também atentar para a entonação:

• Vejamos o exemplo:
As baleias que estavam perto do barco foram mortas

• Assim, sugere que só as baleias que estavam perto do barco foram


mortas.
• O sentido muda se colocamos duas vírgulas na sentença:
As baleias, que estavam perto do barco, foram mortas.

• Isso indica que todas as baleias foram mortas e que elas estavam perto do
barco.
• Exemplo:
• Dez pessoas foram mortas em consequência da troca de tiros entre policiais e um grupo de
bandidos.

• A escrita para o rádio ficaria melhor assim:


• Dez pessoas morrem na troca de tiros entre policiais e bandidos.

• Conclusão

O jornalista de rádio precisa escrever para ser ouvido. Lembre-se disso, sempre! Além disso,
Hernâni Santos diz que a primeira grande regra a não esquecer é a dos três “cês”: clareza, concisão,
correção. O grande objetivo estratégico do jornalista da rádio é ser claro.

A escrita para o rádio deve evitar rimas e cacofonias; ter cuidado com siglas, abreviaturas,
símbolos e números; o texto deve seguir uma estética para melhorar a visualização. Todos esses
assuntos são abordados no material indicado abaixo.
Vamos praticar...

Cinco mortos e dois feridos em estado crítico são o resultado


de uma colisão frontal entre um caminhão e um corsa placa
XR 5678, ocorrida esta manhã, 09 de novembro, no
quilômetro 14 da BR 174, no sentido Manaus-Roraima,
informou a Brigada de Trânsito da Polícia Federal. As vítimas
viajavam no Corsa, cujo condutor teria calculado mal uma
ultrapassagem, admitiu um militar da PF.
• MCLEISH, Robert. Produção de rádio: um guia abrangente
de produção radiofônica. São Paulo: Summus, 2001.

• VER  PRADO, Emílio. Estrutura da informação


radiofônica. São Paulo: Summus, 2000.

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