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Processos Fonológicos
Inserção (PEP) +
Prótese – início schola > escola
Epêntese – meio creo > creio
Paragoge – fim ante > antes
Supressão (ASA) -
Aférese – início psalmo > salmo
Síncope – meio filu > fio
Apócope – fim amore > amor
Alteração ≠
Metátese – Deslocamento de segmentos ou sílabas dentro da palavra
Frol > Flor
Assimilação Progressiva – A unidade que se altera segue aquela que causa a mudança
Nostru > nosto > nosso
Assimilação Regressiva – A unidade que se altera antecede aquela que causa a mudança
Persona > pessoa
Sonorização – Uma consoante surda torna-se sonora quando está entre vogais
Foco > Fogo
Vocalização – Alteração de consoante para vogal – antecedida de outra vogal na mesma sílaba,
essa unidade é realizada como semivogal
Amicu > Amigo
Sinérese – Uma sequencia de duas vogais em hiato dá lugar a um ditongo por semivocalização
de uma delas
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Lee < Lei
Derivação
Prefixo – Adição de um prefixo (à esquerda) derivacional a uma forma de base.
Ex: in + capaz = incapaz
Conversão ou derivação imprópria – uma palavra pode mudar de classe ou de subclasse sem
alterar a forma.
Ex: via (nome comum) / via (preposição); jantar(verbo) / o jantar (nome); só (adjetivo) /
só (advérbio); coelho (nome comum) / Coelho (nome próprio)
Composição
Por associação de palavras – tira-caricas; verde-água; trabalhador-estudante
Por associação de vários radicais ligados pelas vogais i ou o – homofobia; pesticida; zoófilo
Amálgama – processo que combina partes de duas ou mis palavras, criando, assim, uma palavra
nova.
Ex: informática (informação + automática); Diciopédia (dicionário + enciclopédia)
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Sigla – palavra formada pelas letras iniciais de um grupo de palavras; as siglas soletram-se
pronunciando o nome de cada letra.
Ex: UE (União Europeia) OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento
Economico)
Onomatopeia – palavra criada para imitar um som natural, produzindo por um animal, pela
natureza, por um objeto, etc.
Ex: triim, au-au, atchim, ribombar, tilintar
Arcaísmo: palavra, significado de palavra ou construção cujo uso é considerado antiquado pelos
falantes da língua
Ex: mester (ofício); leixar (deixar)
Campo Semântico: conjunto dos significados que uma palavra pode ter nos diferentes contextos
em que se encontra.
Ex: sentido – sentido único, não tem sentido, sentido da visão, ficar sentido…
Relações de hierarquia
Hiperonímia – relação entre palavras em que o significado de uma (hiperónimo), pode ser mais
global, inclui o de outras (hipónimo). O hiperónimo impõe sempre as suas propriedades ao
hipónimo, criando-se, assim, entre eles uma dependência semântica. Um hiperónimo pode
substituir, em todos os contextos, qualquer dos seus hipónimos; já o contrário não é possível.
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Ex: flor (hiperónimo) / margarida, cravo, rosa (hipónimos)
Hiponímia – relação entre palavras em que o significado de uma (hipónimo), por ser mais
específico, se encontra incluído no de outra (hiperónimo). O hipónimo, além de apresentar as
propriedades semânticas do hiperónimo, possui os seus próprios traços específicos. Ex: visão
(hipónimo) / sentido (hiperónimo)
Holonímia – relação entre palavras em que o significado de uma (holónimo) refere um todo do
qual a outra palavra (merónimo) é parte constituinte. O holónimo não impõe obrigatoriamente
as suas propriedades ao merónimo.
Meronímia – relação entre palavras em que o significado de uma (merónimo) remete para uma
parte constituinte da outra (holónimo). O merónimo cria uma relação de dependência ao implicar
a referência a um todo (holónimo).
Nome
Próprio – designa uma entidade individualizada.
Ex: Mariana; Joana; Rita; Ricardo
Adjetivo
Qualificativo – refere uma qualidade do nome. Admite grau; normalmente aparece depois do
nome.
Ex: bonito; cansado; alto; amarelo
Verbo
Principal intransitivo – não exige complementos.
Ex: Eu adormeci.
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Principal transitivo direto – exige um complemento direto
Auxiliar dos tempos compostos – verbos ter e haver, antes do princípio do verbo principal ou
copulativo.
Ex: Eu havia falado com ele; Eles têm andado doentes.
Verbo Copulativo – Relaciona um sujeito com um predicativo do sujeito, que lhe atribui um
estado, uma quantidade, uma localização.
Verbos: ser, estar, ficar, continuar, parecer, permanecer, andar, tornar-se, revelar-se.
Ex: Eles permaneceram sentados.
Advérbios
De negação – nega uma ideia - não
De modo – indica a forma ou maneira de realizar uma ação – assim, depressa, melhor, mal,
calmamente…
Designativo – eis
Determinante
Artigo definido – o; a; os; as
Demonstrativo – este; estes; esta; estas; essa, essas; esse; esses; aquele; aqueles; tal; tais; outro;
outros; mesmo; mesmos
Possessivo – meu; meus; minha; minhas; tua; tuas; teu; teus; sua; suas; seu; seus; nosso; nossos;
vosso; vossas
Pronome
Pessoal – eu; tu; ele; nós; vós; eles; me; te; nos; vos; mim; ti; lhe; o; a; comigo; contigo;
connosco; convosco; consigo
Demonstrativo – este; esta; isto; isso; aquele; aquela; aquele; aquelas; outas; tais; mesmo
Possessivo – meu; meus; minha; minhas; teu; teus; tua; tuas; nosso; vosso; seu; sua
Indefinido – algum; alguns; muito; pouco; nenhum; tanto; tantas; quaisquer; alguém; tudo; nada
Preposições
a, ante, após, até, com, conforme, contra, consoante, de, desde, durante, em, entre,
exceto, para, perante, por, sem, sob, sobre, trás…
Funções Sintáticas
Sujeito
Elemento que controla a concordância, em pessoa e em número, relativamente ao núcleo. Pode
ser:
Simples – constituído apenas por um grupo nominal ou por uma frase.
Composto – constituído por duas ou mais expressões nominais ou por duas ou mais
frases.
Nulo – não está realizado lexicalmente, sendo possível classificá-lo em:
Subentendido – quando é possível identificar no contexto o referente para o
qual remete o sufixo flexional.
EX: «[Tu] Querias crescer depressa, aí tens.»
Indeterminado – quando o verbo se encontra na 3ª pessoa do plural ou do
singular, acompanhado, neste último caso, do pronome pessoal se com valor
impessoal, não sendo possível identificar o referente do sujeito nulo
indeterminado, uma vez que não é definido nem específico.
EX: «Disseram-me que ia chover.»; «Via-se bem que alguns deles faziam
logo as contas.»
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Expletivo – ocorre apenas com verbos impessoais.
EX: «Havia já algumas pessoas à sombra dos toldos ou estendidos ao
sol.»
Predicado
Função sintática desempenhada pelo grupo verbal.
Modificador da frase
Grupo preposicional (1) ou adverbial (2) que, ao contrário dos complementos, não sendo
selecionados pelo verbo, modificam-no, acrescentando informação suplementar. Caracterizam-
se essencialmente pela sua grande mobilidade, podendo ocorrer em várias posições da frase.
EX: (1) «O carrinho partiu, com Lourival, por entre a azinhaga.»
(2) «O conselheiro enrolava vagarosamente o seu lenço de seda da Índia.»
Vocativo
Constituinte (não obrigatório) que identifica o interlocutor, ocorrendo em frases imperativas (1),
exclamativas (2) e interrogativas (3).
EX: (1) «Fecha a porta, Pedro.»
(2) «Dói-me muito o peito, mãe!»
(3) «Quando tenho alta, senhor doutor?»
Complementos
Constituintes da frase selecionados pelo verbo:
Complemento direto – grupo nominal (1) ou oração substantiva completiva (2) que pode
ser substituído respetivamente pelo pronome pessoal de 3ª pessoa (o/a, os/as) e pelo pronome
demonstrativo átono.
EX: (1) «Dois homens seguravam o porco.» → «Dois homens seguravam-no»
(2) «Hão de jurar que não me conhecem.» → «Hão de jurá-lo.»
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a) ir a, vir de, estar em, partir de (nome ou pronome precedido de preposição;
advérbio);
b) comunicar com, concordar com, discordar de, precisar de, necessitar de, troçar
de, casar-se com, divorciar-se de, dispor-se a, arrepender-se de, interessar-se por (nome
ou pronome precedido de preposição).
Predicativo
Predicativo do sujeito – grupo nominal (1), adjetival (2), adverbial (3) ou proposicional (4) ou
oração (5) selecionado por um verbo copulativo (estar, ficar, continuar, parecer, permanecer,
revelar-se, ser, tornar-se…) que atribui uma propriedade ou uma localização (espacial ou
temporal) ao sujeito.
EX: (1) «A mãe era uma criatura desagradável e azeda.»
(2) «Garcia ficou aturdido.»
(3) «Olhe que isto é preciso é que todos fiquem bem.»
(4) «Caeiro era de estatura média.»
(5) «Pensar é estar doente dos olhos.»
Predicativo do complemento direto – grupo nominal (1), adjetival (2) ou preposicional (3),
selecionado por um verbo transitivo predicativo (achar, chamar, considerar, eleger, julgar,
nomear, tratar,…) que atribui uma propriedade ou uma localização (espacial ou temporal) ao
complemento direto.
Modificador do grupo verbal – grupo preposicional (1), adverbial (2) ou oração subordinada (3)
que, ao contrário dos complementos, não sendo selecionados pelo verbo, modificam-no,
acrescentando informação suplementar. Caracterizam-se essencialmente pela sua grande
mobilidade, podendo ocorrer em várias posições da frase.
Complemento do nome – grupo preposicional [oracional (1) ou não oracional (2)] ou, menos
frequentemente, adjetival (3) que integra o grupo nominal, ocorrendo sempre à direita do nome
que completa e sendo sempre de preenchimento opcional.
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EX: (1) «Tem curiosidade de saber como é esta pobre máquina por dentro […].»
(2) «Ter pena dele seria como ter pena dum plátano […].»
(3) «A procura turística tem aumentado.»
Modificador do nome – função sintática que integra o grupo nominal, modificando-o através de
informações suplementares. a. Restritivo – grupo preposicional (1), grupo adjetival (2) ou oração
relativa restritiva (3) que modifica o nome, restringindo a sua referência.
EX: (1) «Fechou a porta da cela atrás de si […].»
(2) «De repente, a rapariga loira viu uma criança sair a correr.»
(3) «Há palavras que fazem bater mais depressa o coração […].»
Modificador apositivo – grupo nominal (1), adjetival (2) ou preposicional (3) ou oração relativa
explicativa (4) que, ao modificarem o nome, não limitam a sua referência. Na escrita, está sempre
separado por vírgulas do nome que modifica e ocorre normalmente à direita do mesmo.
EX: (1) «Alguma vez a sua Loló, magra e frenética criatura de olhos verdes,
brincara nos jardins dos palacetes […]?»
(2) «Que doença estranha, lenta mas tenaz, matava o Rei?»
(3) «A velha tinha-se dado preparatoriamente um choro, de grande efeito
em corações de viajante.»
(4) «O rapaz, que chegou pelo lado de trás, abriu a cancela de madeira.»
Complemento do adjetivo – grupo preposicional [não oracional (1) ou oracional (2)] que integra
o grupo adjetival, ocorrendo sempre à sua direita. Não é de preenchimento obrigatório.
EX: «verão como o elefante se enfrenta com os mais furiosos ventos contrários.»
Coordenação e Subordinação
Orações Coordenadas
Copulativa – estabelece uma relação de adição com a(s) oração(ões) com que se combina.
Conjunções/ Locuções: e; nem; não só…; mas também; não só…; como também
Disjuntiva – exprime um valor de alternativa face ao que é expresso pela oração com que se
combina.
Conjunções/ Locuções: ou; ou… ou; ora… ora; quer… quer; seja… seja
Conclusiva – transmite uma ideia de conclusão decorrente da ideia expressa na frase ou oração
com que se combina.
Explicativa – apresenta uma justificação ou explicação relativa à frase ou oração com que se
combina.
Orações Subordinadas
Substantiva
Desempenha a função sintática de sujeito ou de complemento de um verbo, nome ou adjetivo,
podendo ser facilmente substituída por um pronome como isso e subdividindo-se em:
Conjunções/ Locuções: quem, o que, onde, quanto, que, o qual, os quais, a qual, as quais.
Adjetivas
Exerce a mesma função que um adjetivo e subdivide-se em:
Relativa restritiva – que tem como função restringir a informação dada sobre o antecedente; a
sua omissão acarreta uma alteração do sentido da oração subordinante, pois apresenta
informação relevante para a definição do antecedente.
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Conjunções/ Locuções: que; quem; o qual; cujo; onde…
Relativa explicativa – que apresenta informação adicional sobre o antecedente; a sua omissão
não altera o sentido da oração subordinante, uma vez que o antecedente já se encontra
suficientemente definido. (virgulas)
Adverbiais
Desempenha a função sintática de modificador da frase ou do grupo verbal e, modificando o
sentido de outras orações, subdivide-se em:
Conjunções/ Locuções: porque; pois; como; que; pois que; visto que; já que; por isso
que; pelo muito que; tanto mais que; uma vez que
Conjunções/ Locuções: que; para; para que; a fim de que; por que
Conjunções/ Locuções: quando; enquanto; mal; apenas; que antes que; depois que; logo
que; assim que; desde que; até que; primeiro que; sempre que; todas as vezes que; tanto que;
à medida que; ao passo que; senão quando
Concessiva – que admite algo contrário ao que é apresentado na subordinante mas incapaz de
impedi-lo.
Conjunções/ Locuções: embora; conquanto; que ainda que; apesar de que; mesmo que;
posto que, ainda quando; se bem que; sem que; por menos que; por mais que
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Conjunções/ Locuções: se; caso; a não ser que; contanto que; salvo se; desde que; a
menos que; no caso de; exceto se
Conjunções/ Locuções: como; conforme; segundo; (tal) qual; (tanto) quanto mais… do
que; menos… do que; bem como; assim como; tal… qual
Conjunções/ Locuções: que (antecedido de tal, tanto, de tal maneira…); de maneira que;
de modo que; de forma que; de sorte que
Valor Temporal
Anterioridade
Simultaneidade
Posterioridade
Valo Modal
Epistémica – Valor de certeza e de probabilidade
Deôntica – Valor de obrigação e de permissão
Apreciativa (opinião/apreciação)
Valor Aspetual
Perfetiva (ações concluídas)
Imperfetiva (ações não concluídas, ainda em curso)
Genérica (situação atemporal; como verdade)
Habitual (situação repetida com frequência)
Iterativa (repetição de situações)
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Atos Ilocutórios
Ato ilocutório assertivo – Ato de fala que o locutor realiza pela enunciação de uma preposição,
com cujo valor de verdade se compromete em maior ou menor grau. Entram na categoria de
assertivos verbos como afirmar, sugerir, crer, admitir ou colocar uma hipótese.
Ex: Parto para a Austrália na próxima semana. José Saramago foi Prémio Nobel da
Literatura em 1998. Eles admitiram que o trabalho era difícil. Ontem sugerimos que o programa
fosse alterado.
Ato ilocutório expressivo – Ato de fala que pretende exprimir o estado psicológico do locutor
relativamente ao conteúdo proposicional da frase. Fazem parte do paradigma dos atos
expressivos verbos como agradecer, congratular-se, irritar-se, agradar, lamentar…
Ato ilocutório diretivo – A intenção do locutor de levar o interlocutor a fazer ou dizer alguma
coisa, perfilando-se verbos como convidar, pedir, requerer, ordenar, suplicar ou avisar. As
perguntas são uma subclasse de diretivos, tendo em conta que o objetivo é obter do interlocutor
a execução de um ato de fala.
Ex: Quero esse trabalho terminado dentro de meia hora. Ordeno-te que não saias já.
Aviso-te uma última vez! Venham passar o fim de semana comigo a Lisboa! Querem ir ao
cinema?
Ato ilocutório compromissivo – Ato da fala que, como o de prometer, dá expressão a uma
intenção do locutor, vinculando-o à realização de uma ação futura que poderá afetar o
interlocutor de um modo positivo (no caso da promessa ou juramento) ou de um modo negativo
(no caso da ameaça).
Ato ilocutório declarativo – Ato de fala que cria um estado de coisas novo pela simples
declaração de que elas existem. Para que a realização dos atos declarativos seja bem-sucedida,
é necessário, surja inscrito numa instituição extralinguística específica, como a igreja, o tribunal,
o Estado, dentro da qual o locutor e o interlocutor desempenham papéis sociais pré-
estabelecidos (o padre perante os noivos, por exemplo).
Ex: Batizo este barco com o nome de… Declaro-vos marido e mulher. Declaro aberta
a sessão.
Coesão Textual
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Coesão Textual
Contribui para a coerência do discurso. Processa-se a vários níveis – da palavra, da oração, das
frases e dos parágrafos.
Coesão Lexical
Reiteração – retoma por repetição do vocábulo ou expressão.
Ex: Eu dou-vos as aulas, eu corrijo os testes, eu repito a matéria.
Ex: A língua portuguesa tem mais de 250 milhões de falantes. É o quinto idioma mais
falado do mundo.
Coesão Gramatical
Interfrásica – a nível das frases e parágrafos, através do uso de conectores.
Ex: Queria ir ao cinema, mas tenho teste amanha.
Deixis/Deíticos
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Deítico pessoal – indica as pessoas do discurso (locutor e interlocutor); integram este grupo os
pronomes pessoais (ex: tu, me, nós, etc.), determinantes e pronomes possessivos (ex: o meu,
o vosso, teu, etc.), sufixos flexionais de pessoa-número (ex: falas, falamos, etc.), bem como
vocativos.
EX: «Aceita que eu exista como os sonhos.»; «Quando eu disser não ouças.»
Deítico temporal – localiza fatos no tempo; integram este grupo os advérbios, locuções adverbias
ou expressões de tempo (ex: amanhã, ontem, na semana passada, no dia seguinte, etc.) e
sufixos flexionais de tempo-modo-aspeto (ex: falarei, faláveis, etc.).
EX: «Eu quero prevenir já o senhor doutor que ele não está bom da cabeça.»
Discurso direto
Reprodução do discurso de um locutor, tentando respeitar o que foi dito e como foi dito
(são transportas fielmente a palavras enunciadas pelo locutor)
Encontra-se nos diálogos e monólogos, assumindo a personagem como sujeito de
enunciação e limitando o narrador a anunciá-la e a deixá-la exprimir-se por si própria.
É representada na escrita por aspas ou travessão, antecedido ou intercalando um verbo
interlocutor de relato do discurso, e marcado por parágrafo.
O discurso direto comporta várias vezes traços que contribuem para a caracterização
das personagens.
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Discurso indireto
Reprodução do discurso através de um narrador. O narrador relata o discurso da
personagem, mas não abdica do de estatuto de sujeito de enunciação, o que significa que
transmite a fala ou os pensamentos das personagens não só com alterações em relação aos
deíticos, tempos e modos verbais, mas também no próprio discurso, ao reformular, clarificar,
interpretar e resumir o mesmo.
O discurso indireto apresenta verbos interlocutores do relato do discurso e toma forma
de orações subordinadas.
Ex: A certa altura ele perguntou-me se eu escrevia. Respondi que sim.
Sequências Textuais
Sequência narrativa
A sequência narrativa é estruturada no eixo do tempo, numa progressão causal; expressam
ação e encadeiam causas e consequências, revelando a interação de elementos (personagens,
por exemplo) para a realização de fatos.
Sequencia descritiva
Estrutura-se no eixo do espaço. Caracteriza as personagens de um referente por enumeração
das suas propriedades físicas ou psicológicas.
Sequência Dialogal
Dois ou mais interlocutores interagem, trocando ideias, sentimentos…
Sequência Explicativa
Um locutor especialista num assunto explica um determinado fenómeno ou situação. O tema
não é alvo de polémica.
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Sequência Argumentativa
O locutor parte de um fenómeno polémico e apresenta o seu ponto de vista, organizando de
forma lógica o seu raciocínio.
Intertextualidade
Citação
Reprodução, devidamente identificada, de um excerto textual, no interior de um texto, com o
objetivo de ilustrar ou sustentar uma ideia.
“Em seu trono entre o brilho das estrelas, com seu manto de noite e solidão, tem aos
seus pés o mar novo e as mortas eras, o único imperador que tem, deveras, o globo mundo
em sua mão, este foi o infante D. Henrique […]”.
Epígrafe
Fragmento de texto célebre, devidamente identificado, no início de um texto, de um capítulo
ou de uma secção, que relaciona o conteúdo do texto que se segue com o conteúdo da obra
referida, integrando o hipertexto num domínio específico.
Alusão
Referência mais ou menos indireta a outro texto que deixa ao leitor a tarefa de o identificar.
Ex: “Referencia de […] Bradam os demónios no inferno, e dessa maneira julgas escapar
à condenação, mas aquele que tudo vê, não este cego Tobias, o outro a quem […]”
Paráfrase
Sequência que reformula um fragmento de texto, explicitando e desenvolvendo o sei sentido.
Ex: Destas, duas serão relaxadas ao braço secular, em carne, por relapsas, e isto quer
dizer reincidentes na heresia, por convictas e negativas, e isto, quer dizer teimosas apesar de
todos os testemunhos, por contumazes, e isto quer dizer persistentes nos erros que são suas
vontades, só desacertadas no tempo e no lugar.
Paródia
Imitação de um texto, deformando-o, com o prepósito de ridicularizar ou criticar.
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Ex: “[…] e então uma voz se levanta, é um labrego de tanta idade já que o não quiseram,
e grita subindo a um valado que é púlpito de rústicos, Ó glória de mandar, ó vã cobiça, ó rei
infame, ó pátria sem justiça […]”
Imitação criativa
Recriação a partir de um texto, sem o ridicularizar ou criticar.
Ex: “Já vai andando a récua dos homens de Arganil, acompanham-nos até fora da vila
as infelizes, que vão clamando, qual em cabelo, Ó doce e amado esposo, e outra protestando,
Ó filho, a quem eu tinha só para refrigério e doce amparo desta cansada já velhice minha […]”
Recursos Expressivos
A nível fónico:
Aliteração – repetição de sons consonânticos em sílabas próximas. (O vento vago voltou);
Assonância – repetição intencional dos mesmos sons vocálicos (À tona de águas paradas);
A nível sintático:
Anáfora – repetição de uma ou mais palavras no início de uma frase, de um membro de frase
ou de um verbo (nem rei nem lei, nem paz nem guerra);
Hipérbato – transposição da ordem normal das palavras de uma oração, donde resulta a
separação dos elementos constituintes de um sintagma (Súbdita a frase o busca);
A nível interpretativo:
Antítese – apresentação de dois conceitos opostos (Julguei que isto era o fim e afinal é o
princípio);
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Antonomásia – substituição de um nome próprio por uma palavra ou expressão que o designem
de modo inconfundível (Cessem do sábio grego e do Troiano);
Comparação – relação de semelhança entre duas ideias usando uma partícula comparativa ou
verbos como «parecer», «assemelhar-se» (O meu olhar é nítido como um girassol);
Disfemismo – apresentação, de forma violenta, de uma ideia que pode ser expressa de forma
suave (Cheiro que não ofende estes narizes, habituados, que estão ao churrasco do auto de
fé);
Eufemismo – expressão, de uma ideia chocante, de uma forma suave (quando a fogueira se
apagar tens de te ir embora [= morrer]);
Hipálage – transferência de uma impressão causada por um ser para outro ser, ao qual
logicamente não pertence, mas que se encontra relacionado com o primeiro. (No plaino
abandonado.)
Interrogação – pergunta retórica que não pretende obter resposta, mas enfatizar a questão
(Quem vem viver a verdade/Que morrer D. Sebastião?);
Metáfora – comparação de dois conceitos sem utilização da partícula comparativa (Numa onda
de alegria);
Metonímia – utilização de um vocábulo em vez de outro, com o qual tem uma relação de
contiguidade (o continente pelo conteúdo; o autor pela obra, por exemplo: Estou a estudar
Camões);
Perífrase – utilização de muitas palavras para dizer o que pode ser expresso por poucas (Pelo
neto gentil do velho Atlante [= Mercúrio]);
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Sinédoque – expressão do todo pela parte ou da parte pelo todo, do singular pelo plural, do
plural pelo singular, do género pelo indivíduo (Vós, ó novo temor da maura lança [= exército
mouro]);
Noções de Versificação
VERSO
Ritmo – efeito sonoro produzido intencionalmente pela alternância entre sílabas tónicas
(acentuadas) e sílabas átonas (não acentuadas). Ao conjunto das sílabas acentuadas presentes
num verso atribui-se a designação de acento rítmico.
É efetuada apenas até à sílaba tónica (sílaba acentuada) da última palavra do verso;
Procede-se normalmente à junção/elisão das vogais átonas finais quando a palavra
seguinte é iniciada por vogal.
EX: «Mu/dam/-se os/tem/pos/, mu/dam/-se as/von/ta/des.» 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 (ùltima
sílaba métrica)
RIMA
Rima é a correspondência dos mesmos sons. Classificação da rima:
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Em função da correspondência de sons:
Rima interior – uma das palavras (ou ambas) que rima encontra-se no interior do
verso.
ESTROFE
Classificação da estrofe em função do número de versos:
Monóstico – um verso
Dístico ou parelha – dois versos
Terceto – três versos
Quadra – quatro versos
Quintilha – cinco versos
Sextilha – seis versos
Oitava – oito versos
Novena – nove versos
Décima – dez versos
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