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Kalma Murtinho,
figurinos

Organização Rita Murtinho e Carlos Gregório

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5 Apresentação

6 O hábito faz o monge: Kalma Murtinho // Fernanda Montenegro

8 Kalma nossa // Paula Santomauro

13 Kalma // Barbara Heliodora

22 Figurinos

2 32 Cronologia

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apresentação

Guti Fraga | Presidente da Funarte

A exuberância que faz do teatro brasileiro uma arte respeitada no mundo inteiro se
deve em grande parte ao talento de nossos cenógrafos e figurinistas. Entre estes últimos,
sobressai o trabalho de Kalma Murtinho. Há sessenta anos em atividade, ela pertence à
geração que profissionalizou e deu visibilidade ao ofício do figurinista.
O nome Kalma Murtinho está presente na ficha técnica de espetáculos que fizeram
a história de nossas artes cênicas. Este livro resgata essa trajetória de êxitos e a deixa
disponível para a posteridade. Mais de quatrocentos desenhos, croquis e fotos estão reunidos
aqui, contextualizados por críticas da época, depoimentos de colegas ou da própria Kalma.
Há ainda três textos de apresentação preciosos. Fernanda Montenegro fala da
experiência de vestir Kalma Murtinho no palco. Paula Santomauro revela detalhes saborosos
da vida da figurinista enquanto não está produzindo. E Barbara Heliodora põe sua obra em
perspectiva em um ensaio que deixa clara a relevância de Kalma para as artes.
O teatro brasileiro carece de publicações sobre cenografia e figurinos. As novas
gerações de dramaturgos, atores e técnicos das artes cênicas precisam conhecer o ponto
alto de onde partem suas jornadas. Kalma Murtinho, figurinos homenageia a nossa grande
figurinista e contribui para a memória das artes no Brasil.

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O hábito faz o monge: Kalma Murtinho

Fernanda Montenegro

Rio de janeiro, 4 de março de 2013.

O primeiro espaço do teatro é o imaginário.


É dessa nebulosa que atores, diretores, cenógrafos, figurinistas, iluminadores, sonorizadores,
cenotécnicos e demais participantes saem para o grande salto que dará forma e conteúdo a esse imaginar.
Ao longo dos ensaios, das oficinas, dos diversos experimentos, elementos cênicos vão sendo buscados
onde for possível e como for possível enquanto são aguardados os cenários, os figurinos, a luz, o som definitivos.
No que concerne aos figurinos usamos livremente todo tipo de panejamentos, roupas individuais, calçados,
adereços etc.
Com a vivência dos ensaios essa indumentária caótica domina nossos corpos, nossos gestos, nossa
interpretação. E geralmente se faz confortável, absorvida, "única".
Então é chegado o momento dos figurinos assinados. Trabalho do artista/figurinista.
Que estranheza!
Não é fácil mudar de pele.
O corpo tem de reaprender se entregar a uma nova forma, a uma outra estrutura. Definida por quem de
direito. O ator tem de incorporar e dominar essa nova proposta. São momentos tensos, extremamente inquietantes.
Às vezes, desorientadores. E quase sempre às vésperas das estreias. Esse fenômeno é muito frequente nas
nossas produções teatrais: enfrentar a visão do figurinista sem ter tempo necessário para essa adaptação.
Destaco entre as pouquíssimas, mas, brilhantes exceções: Kalma Murtinho.
Eu me pergunto por que, mesmo com o atropelo do tempo e as angústias de uma primeira apresentação,
Kalma Murtinho sempre traz para o ator ou a atriz o milagre da não estranheza, do não desconforto. Nela, a
adequação existe sempre.
Em teatro, às vezes, o hábito faz o monge.
Kalma cria no não histriônico. Ela não cria no "de fora para dentro", mas, sim, no "de dentro",
misteriosamente, firmemente e inventivamente "do de dentro".
Estou entre as dezenas e dezenas de atores e atrizes que devem a ela essa alegria da não "troca de
pele", esse socorro deslumbrante de ser envolvido por figurinos que você leva como leva seu corpo. Os figurinos
de Kalma jamais estão por cima ou por baixo do ator. Os figurinos de Kalma estão sempre integrados no intérprete
mesmo. Não existem independentemente.
Devo a Kalma Murtinho encontros cênicos inesquecíveis. Figurinos que traziam apoios conclusivos para
aquela interpretação. Uma luz no fim do túnel. Um acerto, uma intuição própria, cuja origem vem de sua vivência,
sensibilidade, discrição ou explosão, na medida corajosamente certa. Absolutamente certa.
Não vejo na história da nossa indumentária cênica nenhum outro artista com tal extraordinária presença
criativa ao longo de tantos e tantos anos de atividade, de sua belíssima e poderosa atividade.
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Kalma nos anos 1950, RJ | Acervo Kalma Murtinho

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KALMA NOSSA

Paula Santomauro

“Sabe qual é o problema da lichia? É que quando a gente para de comer dá uma saudade!” Kalma, irmã,
tia, cunhada, prima. É esta que a gente vive na fazenda, num de vez em quando simples.
Lá vem Dona Kalma dando bom dia pelo corredor e distribuindo beijinhos. Calça cáqui, blusa branca,
chapéu na mão, madeixas loiras naquele modelo que sempre foi o seu e os irresistíveis olhos azuis. Elegante sem
o menor esforço, “parece artista de cinema” – admira-se a gente dali.
Antes de sentar à mesa, “onde está minha caneca?”, todo mundo já sabe que aquela é a caneca dela.
De posse da dita cuja, vai Kalma faceira para o curral beber leite ordenhado na hora.
Como é que educação francesa e leite direto da teta da vaca podem fazer parte da mesma pessoa? O
ritual é velho conhecido dos que dele fazem parte.
A vaca dá o leite, que o Chico tira e lhe entrega orgulhoso na caneca espumando. O cheiro de capim
recém-moído, o gado ruminando o desjejum e ela tomando aquela caneca morna. Dá um gole sonoro de um
tempo que não volta mais. “Hummmmm” vai fazendo Kalminha, agora de volta ao mundo saudando sua provedora:
“muito obrigada dona vaca, está delicioso!”
A gente não consegue sair de perto dela. A não ser quando ela sai de perto da gente. Entra no quarto
e lá se vão horas. A criançada bota a cabeça na fresta da porta querendo saber o que a Kalma tia-avó tanto faz
e não entende direito quando a vê sentada na poltrona perto da janela, sentindo a brisa da roça, livro no colo,
olhos fechados.
Os almoços na mesa comprida com ela sentada na ponta são memoráveis. Entre as idas e vindas de
assuntos vários, ora Kalma é palpite certeiro, ora malcriado. “Esses políticos são uns mulherengos e essas moças
umas desavergonhadas. E Deus fez tudo isso.”
Às vezes fecha os olhos em mastigação meditativa, outras, observa, escuta e aprende. Quando alguém
diz uma bobagem, geralmente ela própria, todo mundo ri e ela gargalha leve e longe com o corpo todo.
Comer goiabada, pessegada, mangada, geleia de jabuticaba e doce de leite ao lado de Kalma gulosa
tem muito mais graça. Entregando-se à mistura de fruta e açúcar – carinho de irmã com receita da mãe –, ela
mandona vai já perguntando: “quantas caixas tem para eu levar para o Rio?”
Ainda no tom de mesa e de mando vai Kalma dona da casa organizar o jantar na sua, na Gávea. “Arroz
com feijão todo dia, que horror! Detesto ser prática. Acho uma chatice absurda. Prefiro inventar. Que tal camarão
com chuchu? Ou pato laqueado, feito aquele que comi em Paris.”
Lá vem Kalma especialista marcando as páginas do livro de receitas a fim de resolver o tal problema da
mesmice culinária. Aliás, para quase todos os males há de se ter solução num livro.
De plantas medicinais a Millôr Fernandes, passando por Agatha Christie e Carlos Castañeda, nada nem
ninguém fica desamparado na biblioteca fantástica da Kalma teimosa. “Não ache nada, não menina. Achismo é
horrível. Eu é que sei. Pega aquele livro ali, o romance da Chica da Silva, que vou te contar uma história.”
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Aconteceu em Diamantina, na lareira da pousada Chico Rei, enquanto lia a Chica da Cecília Meireles.
Kalma inspirada teve outra de suas ideias nada aleatórias. “Fazia um frio danado do lado de fora e ali dentro um
calor de fogo, de repente me veio: Chica da Silva. É esse o nome da minha loja.”
Kalma se ria da estranheza de quase todos ao tomarem conhecimento do nome escolhido, melhor
optar por um de santo, diziam ao que ela retrucava: “deixa a minha loja ter nome de tudo ao contrário de santa”.
É uma coisa que muitos não sabem, esta da Kalma empresária. Foi seu psicoterapeuta da época quem
recomendou: “teatro não é trabalho de verdade e você está precisando é de um”.
Conversando com uma prima de Belo Horizonte, surgiu o conselho e a proposta de abrir um comércio.
Kalma, encantada com o artesanato nacional, resolveu fazer dele o seu ramo. Pioneira e visionária, inventou a
Chica da Silva, primeira loja de artesanato brasileiro de todo o Rio de Janeiro.
Minas, Bahia, Pernambuco. Kalma viajante descobriu o Brasil em novos talentos, novas belezas, novas
partes de si mesma. “O que mais me marcou dessa época foi o quanto aprendi com aquelas pessoas que
produziam para a Chica. Era uma gente simples, com uma riqueza de espírito.”
Em um casarão da avenida Nossa Senhora de Copacabana, entre a Sá Ferreira e a Djalma Ulrich, a Chica
tornou-se logo ponto comum para arquitetos, decoradores, interessados em arte e estrangeiros simpatizantes da
nossa cultura, oferecendo possibilidades nacionais para as mais charmosas tendências da época.
Eram os anos 1960 e a nata cult carioca frequentava o ambiente. “O público da minha loja era incrível,
a decoração era colonial. Tinha gente que ia lá só passar o tempo, só sentir-se bem.” Drummond, que era seu
amigo querido, caiu de encantos pela Chica da Kalma e lhe dedicou até um poema.

Não canto as armas e os barões assinalados


Canto as arcas e os baús de Minas Gerais
Já sem ouros e diamantes
Sem escrituras de terras e escravos
Sem belbutinas, veludos, chamalotes, rendas
As arcas e os baús despojados
De turvos segredos familiares
Mas guardando ainda e sempre
Um não sei quê de eterno
A respiração discreta, o silêncio
A vida recolhida
Dos mineiros do setecentos
Que Yara Tupinambá
Veio mostrar na Galeria Chica da Silva
Recriando em flores? Criando
O tempo e alma em forma de objeto

Numa de suas andanças Kalma conheceu a rosa-de-pau. Encomendou um monte delas para enfeitar os
pacotes da Chica e mandou uma muda para sua irmã plantar na fazenda. No ano seguinte deram mais de 500 da
tal semente em forma de flor. “O curioso é que só deu naquele ano, que foi o ano em que mamãe morreu. Depois
não deu mais. Foi ela que mandou.”
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Kalma nos anos 1960, RJ | Acervo Kalma Murtinho

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O tempo da Kalma da Chica aos poucos foi se acabando. “Eu sentia muita falta do teatro”, reclama a
figurinista, ciumenta da administradora.
Engraçado é que Kalma nunca pensou em ser figurinista, "Deus me livre, administradora!" O que ela
realmente queria ser quando crescesse era médica.
O pai categoricamente proibiu, “mulher faz coisa de mulher”, cortando as asinhas da Kalma saliente.
Então, ela, que levava jeito para tudo, foi fazer outras coisas.
Trabalhou como secretária no consulado britânico. Aprendeu a costurar, passou oficialmente a vestir a
família toda, profissionalizou-se em fazer chapéus. Casou, teve duas filhas, descasou.
Durante todo esse tempo foi sendo Bandeirante. Mal sabia o pai que as mais incríveis coisas que mulher
não fazia – andar de perna de fora, nadar de roupa de baixo, dormir em barraca, cantar em roda e até teatro –
Kalma fazia sob seu próprio aval, naquele grupo de boas moças.
“Aquilo era formidável. Todo mundo aceitava, achava bom e a gente tinha uma autonomia ótima. A gente
se dava o poder.”
Foi lá que aconteceu a amizade com Maria Clara Machado. “A Clara era uma figura”, conta Kalma
carinhosa, “era impossível não se apaixonar imediatamente por ela”.
Os domingos na casa do Doutor Aníbal passaram a ser cada vez mais frequentes e Kalma, arteira desde
menina, começou a se meter com aquela gente que fazia arte.
Foi questão de tempo até o futuro ofício encontrá-la em forma de convite. “Porque as coisas na vida
vêm para a gente e a gente aceita como são”. Assim, ela viveu o tablado, apaixonou-se pelo teatro e foram juntos
para sempre.
Daí para frente essa história é famosa. O que talvez não seja tanto é o que está por trás de todos esses
figurinos. As histórias desta mulher que “esteve sempre muito acima de sua geração […] e tem sofrido mais do
que deixam entrever seus límpidos olhos azuis”, como descreve delicada a amiga Raquel Jardim em seu livro Os
anos quarenta.
Primeira artista assumida da família, "Kalma vanguarda" sempre foi nosso acesso particular aos bastidores
e primeiras filas do universo das luzes, cortinas e aplausos. Embora seu encantamento ultrapasse esse ícone do
teatro que ela é.
Do alto de seus noventa e dois anos, diante de um copo de leite de soja – que lactose não pode mais –
ela conta orgulhosa: “estou trabalhando feito doida”. Depois confessa: “Esta noite li uma coisa de que tinha me
esquecido, quando a gente sente uma dor, tem que agradecer por ela. Tem que agradecer por tudo. Tudo que
acontece para gente é divino.”
Assim é Kalma nossa extraordinária de cada dia, combinação irrecusável de força de vontade com lichia.

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Kalma, Tablado, 1955, RJ | Acervo Kalma Murtinho

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KALMA

Barbara Heliodora

Tudo começou cedo, em casa, mesmo, pois Kalma, desde menina, gostava de “dar palpites” no modo
de as mulheres da família se vestirem. Também no colégio São Paulo, que sediava, para maior conveniência
de suas alunas, uma tropa de bandeirantes, apareceram oportunidades. As jovens faziam trabalho voluntário
no Patronato da Gávea, onde sua principal função era brincar com as crianças, e um dia Maria Clara Machado,
sempre líder do grupo, teve a ideia de fazer teatro de marionetes, como uma nova forma de entretê-las; mais
adiante o grupo começou a fazer teatro no colégio, tendo seu momento de glória com a apresentação, no adro
da igreja de São Bento, do julgamento e morte de Joana d’Arc, espetáculo no qual Maria Clara interpretou a
própria heroína, e Kalma fez nada menos que o papel de Cochon, o bispo que a condenou. O espetáculo teve um
detalhe pelo menos pitoresco: como o dinheiro era quase nenhum, Kalma, responsável pelos figurinos, resolveu
o problema de forma imaginativa: ninguém podia ficar de costas para a plateia, porque todos os trajes, por
economia, só tinham frente...
Acabado o colégio, cada uma tomou seu caminho; mas em 1951, Maria Clara voltou de um ano na
Europa estudando teatro, e estava, junto com um pequeno grupo de amigos, fundando um grupo amador, que
veio a ser chamado Tablado, hoje com mais de sessenta anos de atividades contínuas. Lembrando que Kalma
tinha talento para coser e criar figurinos, Maria Clara lhe telefonou e a convidou para tomar parte no grupo
fundador; Kalma estava ocupada, já que estava próximo o nascimento de sua segunda filha, mas alguns meses
mais tarde, quando a vida voltou à rotina, aceitou o convite. O Tablado ainda estava em seus estágios iniciais de
organização e planos de repertório quando Kalma, linda e elegante, apareceu no Patronato da Gávea, a sede do
grupo até hoje, e foi imediatamente aproveitada não só para fazer os figurinos, mas para protagonizar a Escola
de viúvas, de Jean Cocteau, espetáculo dirigido por Martim Gonçalves, que também estivera estudando teatro
na Europa.
Foram muito importantes as presenças tanto de Maria Clara quanto de Martim Gonçalves, justamente
por terem ambos formação que os fazia pensar o teatro com textos de alta categoria, encenados com muito
gosto e cuidado. O nível do repertório do Tablado, assim como sua variedade, fez com que Kalma, desde o início
do que viria a ser sua extraordinária carreira de figurinista, pesquisasse com apaixonada precisão a época que
iria vestir: ao mundo grego da primeira peça seguiu-se o universo medieval de Todo mundo e ninguém, de Gil
Vicente; veio depois o renascentista de Sganarello, a seguir o clássico das imagens religiosas para a Via Sacra,
de Henri Ghéon, e para completar a diversidade foi montado o regionalismo espanhol de A sapateira prodigiosa,
de Garcia Lorca. Logo depois disso, já em 1953, Kalma criou, pela primeira vez, figurinos para uma peça de Maria
Clara. Nessa primeira montagem do hoje clássico natalino O boi e o burro a caminho de Belém, na qual a maioria
vestia túnicas simples, atemporais, grande reflexo da pureza dos ideais teatrais do Tablado, já ficava marcada a
inventividade teatral da figurinista; para completar as figuras dos anjinhos, que usavam túnicas brancas, Kalma
criou encantadoras e inesquecíveis perucas, com esses fios com franja de prata que todos usam para enfeitar
árvores de Natal.
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Antes de entrar realmente pela história da notável carreira de Kalma Murtinho, é preciso lembrar a todos
um pouco da complexidade do teatro, isto é, do conjunto formado por texto e espetáculo que é apresentado
ao público. Para a montagem de uma peça, ou de um roteiro, é preciso um diretor e a sua visão do caminho
a ser traçado para atingir o que se quer dizer com a encenação; essa visão tem de ser determinante para as
contribuições feitas pelo cenógrafo, pelo figurinista, pelo iluminador, pelo compositor ou pelo responsável pela
trilha sonora e, acima de tudo, pela linha de interpretação que deverá ser seguida por todos os atores que
formam o elenco. Isso não quer dizer, de maneira alguma, que todos esses profissionais sejam meros executores
da visão do diretor; isso quer dizer, sim, que todos eles são artistas capazes de criar, em suas respectivas áreas,
motivados não só pelo texto de cuja encenação participam, mas pelo texto mais a visão que tem dele o diretor.
“Fazer teatro”, lembremos todos, é algo bem mais difícil e complexo do que geralmente se pensa.
Ter uma noção clara do que são os figurinos para o palco, portanto, é fundamental e, em 1954, logo
depois de O boi e o burro, Kalma teve o desafio de O rapto das cebolinhas, o primeiro grande sucesso realmente
infantil de Maria Clara. Se não é muito difícil criar um Sherlock Holmes infantil, graças aos atributos do detetive,
facilmente caricaturados, é preciso ter muita imaginação para descobrir o que pode, também pelo modo por que
se veste um ator, fazer com que as crianças da plateia vejam em Gaspar um cachorro; em Floripes, uma gata e
em Simeão, um burro.
Sem dúvida, Kalma tinha, para o caso, a vantagem de estar trabalhando com um grupo amador,
com liberdade para fazer várias experiências, e foram bem diferentes os figurinos da montagem que botou
definitivamente o Tablado no mapa, Nossa cidade, de Thornton Wilder, com João Bethencourt como diretor
convidado; esse era um espetáculo para adultos, com a ação passada em uma pequena cidade americana no
início do século XX. E em uma pequena cidade brasileira da mesma época, tem lugar o trabalho seguinte de
Kalma, o primeiro fora do Tablado, Tempestade em água benta, uma encantadora “comédia municipal” de J. C.
Cavalcanti Borges.
Dois grandes desafios, uma França de fin de siècle, e uma Rússia da mesma época, vêm a seguir, com
O baile dos ladrões, de Jean Anouilh, e Tio Vânia, de Tchekhov – grandes sucessos desse grupo que começava a
se tornar ponto marcante da vida teatral do Rio. Com o Tablado continuando sempre com um repertório variado
em tempo e lugar, Kalma ganhava fama; e quando o grupo estava completando cinco anos de carreira, veio a
comprovação de que ela já era uma artista reconhecida em seu ofício; nada menos que o notável Gianni Ratto a
chamou para fazer os figurinos da comédia americana Nossa vida com papai, de Howard Lindsay, que ele ia dirigir
para o Teatro Brasileiro de Comédia, o famoso TBC, em São Paulo. O desafio era grande para uma figurinista
que estreava no teatro profissional; pois a peça, passada na primeira década do século XX em Nova York, pedia
dezenas de figurinos. Fernanda Montenegro fala com entusiasmo da qualidade e da quantidade do trabalho de
Kalma, lembrando que só ela, que fazia a mãe de quatro filhas, usava um vestido diferente para cada uma das
seis cenas que compõem o texto da comédia, duas em cada ato. Com esse trabalho Kalma ficou definitivamente
reconhecida como uma das melhores figurinistas do momento.
Quase ao mesmo tempo, Kalma é chamada pela primeira vez para o teatro profissional do Rio de
Janeiro, agora por Henriette Morineau, para criar os figurinos de Gigi, proposta tão desafiadora quanto a de São
Paulo, pois o desabrochar da feminilidade da moleca Gigi tem de ser muito bem refletida nas roupas que ela
veste. E novamente Kalma correspondeu muito bem ao desafio. Não é possível acompanhar, uma a uma, as mais
de duzentas peças para as quais Kalma Murtinho criou os figurinos; sua ligação com o Tablado, como figurinista,
dura até hoje; mas durante vários anos ela ainda atuou lá como atriz, destacando-se tanto na comédia de O
macaco da vizinha, de Joaquim Manuel de Macedo, quanto no drama de O tempo e os Conways, de J. B. Priestley,
dois dos espetáculos mais marcantes do Tablado na década de 1950.
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A equipe que vinha atuando nos espetáculos do Tablado praticamente desde a fundação tinha
amadurecido, e muito, no palco; e em 1958 teve lugar a histórica revolução do grupo que, tendo se convencido
de que queria fazer do teatro sua vida, pedia reiteradamente a Maria Clara para que o grupo se profissionalizasse.
A história já foi contada muitas vezes: Maria Clara insistiu em continuar no amadorismo, e com isso manteve
vivo o Tablado; o grupo revoltoso saiu, e recebeu o nome de Teatro da Praça, nome escolhido porque se instalou
no teatro que Geraldo Queiroz descobriu na escola pública da praça Cardeal Arcoverde. Na verdade, o Teatro
da Praça, como grupo, não durou mais do que quatro ou cinco espetáculos, sendo Kalma responsável pelos
figurinos de vários deles. Foi em produções do novo grupo que, como atriz, Kalma tomou parte em Está lá fora
um inspetor, de J. B. Priestley, e Cândida, de Bernard Shaw – as últimas duas vezes em que pisou no palco
como intérprete. Com a pressão do profissionalismo, chegou o momento em que ela, muito requisitada como
figurinista, teve de optar; para sorte do teatro brasileiro, Kalma optou pelos figurinos.
O Teatro da Praça, de dissidentes do Tablado, não durou muito, mas alguns de seus integrantes a partir
de então fizeram carreiras profissionais, como, por exemplo, o primo de Kalma, Cláudio Corrêa e Castro, que se
consagrou na televisão e, para ela, pessoalmente, aquele foi também um momento de muita significação.
Apesar de o chapéu ser uma peça de vestuário que caiu em desuso, no calor e consequente informalidade
de um Brasil tropical, não pode ser ignorado o fato de Kalma ter sido, ao longo de toda a sua carreira, uma
excepcional chapeleira; sempre extraordinariamente cuidadosa na reconstituição de épocas as mais diversas,
os chapéus foram com frequência um ponto alto na criação de seus figurinos, talvez por ela sempre ter tido um
prazer todo particular em criar chapéus.
A partir de 1959, Kalma é chamada para criar figurinos por várias companhias profissionais como a
de Dulcina de Moraes, para quem ela desenhou os sofisticados trajes de Tia Mame; mas, sempre fiel às suas
origens, em 1960 ela cria os coloridos e imaginativos figurinos de um dos mais famosos espetáculos de toda
a história do Tablado, O cavalinho azul, de Maria Clara Machado, sendo a importância de sua colaboração para
o sucesso da montagem destacada na bela crítica desse espetáculo, que o notável Décio de Almeida Prado
escreveu no Estado de S. Paulo.
A própria Kalma afirmou que foi difícil encontrar exatamente o azul que dominava o texto de Maria Clara
e que, com a busca do tom certo, mais a execução do trabalho, ele se apossou dela a tal ponto que por um breve
momento só conseguia pensar em termos de azul. Anna Letycia, a notável artista plástica que por mais de uma
vez colaborou com Maria Clara Machado, foi a responsável pelo cenário de O cavalinho azul, e tem as mais gratas
lembranças do prazer que foi trabalhar com Kalma: “Trabalhamos em total harmonia, em particular na escolha
das cores, que tanto no cenário quanto nos figurinos eram harmonizadas com o azul predominante.”
Do mesmo ano que O cavalinho azul, 1960, data um dos mais famosos trabalhos da figurinista Kalma
Murtinho, feito para a peça Com a pulga atrás da orelha, de Georges Feydeau, montada com extraordinário
sucesso pelo Teatro dos 7, no teatro Ginástico. Com uma longa carreira de casas lotadas, e uma procura que
obrigou vários adiamentos do fim da temporada, o espetáculo é uma das grandes joias do teatro brasileiro. Os
figurinos, sem dúvida, deram ao espetáculo uma imensa contribuição, pois, juntamente com os cenários de
Gianni Ratto, tornavam a montagem visualmente encantadora e permitiam uma autenticidade excepcional para
aquela complicada trama, válida especialmente para o universo da França no final do século XIX.
Na Pulga, Kalma criou, para Fernanda Montenegro, um de seus figurinos “históricos”, um vestido verde
esmeralda, com aplicações de renda, acompanhado por um deslumbrante chapéu e uma elegante sombrinha da
mesma cor e tom do vestido.
Sete anos mais tarde, depois de uma série de trabalhos com figurinos modernos, e mais trabalho no
Tablado, Kalma volta a vestir o universo de Feydeau quando Tônia Carrero monta, com direção de Gianni Ratto,
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Kalma e sua confecção de chapéus, revista Gaivota, anos 1940| Acervo Kalma Murtinho

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A dama do Maxim’s, apresentando uma nova coleção de figurinos extraordinários, perfeitos para a época da ação
e de muita elegância.
Um momento de grande importância para o teatro no Rio de Janeiro foi a inauguração do Teatro
Ipanema, de Rubens Correa e Ivan de Albuquerque; e em seu espetáculo inaugural, O jardim das cerejeiras, de
Anton Tchekhov, foi Kalma a responsável pelos belos e sóbrios figurinos, novamente cruciais para o tom do texto
encenado. Um novo trabalho excepcional para o Tablado, em 1970, são os trajes coloridos e sutilmente críticos
de Maroquinhas fru-fru, mais um imenso sucesso de Maria Clara Machado, que, por sua qualidade cênica, era tão
prazeroso para os pais quanto para as crianças.
A moda é uma coisa que muda com incrível rapidez e, geralmente, o que foi cultuado há pouco tempo
pode parecer ridículo a novos olhos. Para o espetáculo O amante da Madame Vidal, de Louis Verneuil, montado
no Teatro da Maison de France, com direção de Fernando Torres e uma encantadora cenografia de Marcos
Flaksman, Kalma criou figurinos que conseguiam evocar a época das melindrosas com excepcional encanto;
a própria Fernanda Montenegro se lembra deles como “maravilhosos” e notáveis em sua dimensão humana,
não crítica, permitindo que os personagens tivessem uma realidade cheia de humor. O sucesso foi estrondoso
e a carreira muito longa, sendo importante novamente lembrar que, para produzir figurinos dessa qualidade, é
necessária uma consciência muito precisa do que pode sugerir a realidade, quando apresentado no palco.
A partir desse momento Kalma já alcançara sua plena maturidade artística, e seu trabalho vai
se consagrando; entre 1973 e 1975 ela cria figurinos para quase uma dezena de espetáculos, que variam da
elaboração da época à elegância contemporânea de A mulher de todos nós, de Henri Becque (em que cria um novo
e deslumbrante vestido verde para Fernanda Montenegro), ao tempo da Primeira Guerra Mundial para O tempo e os
Conways, do Tablado, e à colorida fantasia do musical Pippin, no Teatro Manchete, com um acerto atrás do outro.
Marília Pêra, estrela do musical, reconheceu o valor de Kalma desde então: “Vesti Kalma pela primeira
vez em Pippin. Desde então, sempre que dirijo um espetáculo eu a convido para vestir os personagens, porque
ter Kalma em um espetáculo é cercá-lo de sabedoria e elegância. Dirigi a peça do Boal, Amigo oculto; Doce
deleite, de Alcione Araújo, e A garota do biquíni vermelho, de Artur Xexéo, sob a estética de Kalma. Em Gloriosa,
Kalma atendia às necessidades da personagem Florence, que era uma senhora bizarra, over, kitsch, sem perder
a elegância e a delicadeza que estão sempre presentes em seu trabalho.”
A essa altura já se pode ter, de um modo geral, uma ideia do que sejam as principais características do
trabalho de Kalma. Com o mesmo cuidado que tem um pintor para um quadro, ou seja, com uma preocupação
com a harmonia do todo, Kalma estuda o texto para conhecer o local e a época em que se desenrola a ação, e
leva muito em conta o cenário no qual serão vistos os figurinos. O resultado não é nunca monocromático, mas
a paleta com que trabalha resulta em um conjunto de trajes, sem dúvida, funcionais, com cada personagem
vestindo o que combina não só com sua posição social e econômica, como também com sua personalidade,
em um todo cuidadosamente harmônico. É preciso acrescentar que Kalma é tão exigente na execução de seus
figurinos quanto em sua criação, pois sabe muito bem que um figurino desleixado ou mal-acabado prejudica
todo o espetáculo. É claro que para tudo isso funcionar é também – e principalmente – preciso que o talento e
o bom gosto sejam dotes generosos de quem cria os figurinos, e em Kalma esses dotes são aprimorados pelo
conhecimento e a cultura.
A partir da década de 1970, Kalma é, de longe, a pessoa mais requisitada em sua profissão, e ela cria
figurinos para quatro peças em 1976, excepcionalmente só um em 1977 e um em 1978, depois quatro em 1979,
três em 1981 e incríveis nove em 1982, e como a média continua, ela completa a década 1977-1987 com nada
menos que cinquenta e sete espetáculos vestidos por ela. O difícil, nesse panorama, é escolher o que ressaltar,
porque o nível de qualidade nessa quantidade é o aspecto mais surpreendente.
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Em 1978, por exemplo, Kalma cria um conjunto, a um só tempo, plausível e charmoso para o que o texto
de Maria Clara exige em A bruxinha que era boa, que torna bruxos e bruxas nada assustadores e perfeitamente
aceitáveis para o público infantil; e no ano seguinte cria um perfeito universo da malandragem carioca para O
rei de ramos, de Dias Gomes, mostrando-se tão à vontade no imenso palco do Carlos Gomes quanto sempre se
mostrou no pequeno palco do Tablado. E em 1983 pela primeira vez Kalma cria figurinos para uma ópera, no
Theatro Municipal, a Yerma, de Villa-Lobos.
Quanta criatividade fica revelada no trabalho de uma figurinista que, em um período de poucos meses,
veste universos tão diversos quanto os de Ensina-me a viver, com Henriette Morineau; Os cigarras e os formigas,
infantil de Maria Clara; As cerejeiras, com direção de Jorge Takla; As lágrimas amargas de Petra von Kant, dirigida
por Celso Nunes e Amadeus, com direção de Flávio Rangel! Que tudo isso seja criado tão bem e em tão pouco
tempo só se explica pelo prazer e o amor com que Kalma trata cada trabalho que aceita fazer, pelo cuidado que
ela tem para se identificar com o universo de cada uma das peças que cai em suas mãos.
Se realizar todos esses figurinos já parece uma tarefa hercúlea, o que dizer quando verificamos que
em vários desses espetáculos, Kalma foi responsável também pelos cenários? No final dos anos 1970 e início
dos 1980, ela foi responsável pelo cenário de nove espetáculos, mas não sente que seja esse o seu caminho, e
abandona a cenografia. Em 1983, ela cria o simples mas evocativo figurino de Bibi Ferreira para Piaf, e no ano
seguinte veste a “Emily”, com Miguel Falabella dirigindo Beatriz Segall como a poeta americana; a figura do pai
da psicanálise quando Flávio Rangel dirige Freud – no distante país das almas, e em São Paulo veste a montagem
de Cyrano de Bergerac, de Edmond Rostand, com nova direção de Flávio Rangel, e Antônio Fagundes como
protagonista; volta ao Rio para a gostosa comédia das duas velhinhas assassinas, Este mundo é um hospício;
novamente em São Paulo veste a Madame Blavatsky, de Plínio Marcos, para logo a seguir criar perfeitos acertos
tanto para O encontro entre Pascal e Descartes, que teve uma extraordinária atuação de Ítalo Rossi, quanto para
Tônia Carrero e Sérgio Britto viverem o complexo erotismo de O quarteto, dirigidos por Gerald Thomas.
Talvez o que mais impressione no trabalho da figurinista Kalma Murtinho seja o fato de ela ter produzido
– e continuar a produzir – as centenas, ou os milhares, de figurinos que vestiram o melhor do teatro brasileiro,
em todos os casos servindo com precisão o universo do texto em questão, sem nunca, nem uma só vez, ter
procurado dar qualquer tipo de ênfase ao seu trabalho, vendo sempre o seu trabalho se tornar, na exata medida,
parte do conjunto que forma o espetáculo; é justamente a medida certa, o serviço prestado ao texto e ao diretor,
que sempre caracterizou o que só podemos chamar a sua arte. Criar um figurino não é só, em desenho e cores,
vestir com perfeição o elenco de uma peça; o figurino tem de levar em conta o quanto atrizes e atores têm
de se movimentar, ou gesticular, e também devem ser literalmente leves, para que não se tornem uma carga
excessiva para quem está no palco. Tais aspectos se tornam mais importantes ainda quando se cria figurinos
para a dança, e também aí Kalma realizou belos trabalhos. O primeiro foi Concerto em sol, em 1987, e em 1998
a famosa recuperação de Tatiana Leskova de Les présages, cuja coreografia original, de Leonid Massine, tinha
sido perdida.
Não é possível dizer que, desde, por exemplo, os figurinos de Nossa vida com papai, de 1957, Kalma
tenha evoluído como figurinista; ela só faz, desde então, apresentar figurinos certos para cada peça que ela
veste, sempre bonitos e sempre bem executados; não há período ou local que ela não sirva com precisão, não há
figurino que não deixe a atriz ou o ator que o usou perfeitamente confortável para fazer seu trabalho. É a certeza
dessa qualidade que faz com que Kalma, tão forte na criatividade quanto na pesquisa, viesse a ser chamada
para trabalhar com todos os diretores importantes de mais de cinco décadas: Maria Clara Machado, é claro, foi
com quem mais vezes trabalhou, nada menos que 24 peças, e com Geraldo Queiroz, que a conhecia do Tablado,
foram oito obras. Dentre os mais consagrados, Gianni Ratto a usou nada menos que sete vezes, e a lista inclui
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Kalma Murtinho na peça O macaco da vizinha, 1956 | Acervo Tablado / Foto Carlos

Adolfo Celi, Antônio Abujamra, Flávio Rangel, João Bethencourt, Fernando Torres, Ziembinski, Luís de Lima, José
Renato e Ivan de Albuquerque. A continuidade do prestígio de Kalma fica evidenciada pela lista que inclui nomes
como Celso Nunes, Wolf Maia, Jorge Takla, Aderbal Freire-Filho, Luís Antônio Martinez Correa, Domingos Oliveira,
José Possi Neto, Cecil Thiré, e ainda os mais recentes como Marília Pêra, Moacyr Goes, Cacá Mourthé, Miguel
Falabella, Bia Lessa e João Fonseca. Essa relação de diretores é significativa porque entre eles estão as mais
variadas concepções de linguagens cênicas, com Kalma apta a satisfazer as tendências e exigências de cada um,
integrando-se com perfeição em incrível variedade de espetáculos.
No entanto, toda essa longa e bem-sucedida carreira não pode ter acontecido nem por acaso e nem
por milagre, e a par de uma dose incontestável de talento, coisa que se tem ou não, há uma grande carga de
trabalho. É necessário, portanto, saber qual é o processo pelo qual passa a criação dos figurinos para uma
determinada peça. Quando indagada de quantas horas por dia ela trabalha quando está engajada em um desses
projetos, Kalma Murtinho riu-se muito e afirmou que não tinha a menor ideia, mas que, sem dúvida, seriam umas
28 horas de cada 24...
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Tudo começa quando Kalma é convidada para criar os figurinos de uma peça; seu primeiro contato tem
de ser com o diretor para uma conversa na qual ele expõe sua visão do texto e da encenação; só depois disso é
que ela lê o texto pela primeira vez, pois sabe que todo texto pode ser encenado de mais de uma maneira, e ela
não quer correr o risco de criar qualquer visão prévia que possa conflitar com a que será adotada. Essa leitura é
apenas a primeira de muitas, pois ela voltará seguidamente ao texto para que não lhe escape qualquer exigência
ou informação ali contida. A seguir vem um diálogo igualmente fundamental com o cenógrafo, pois – como diz
Kalma – o cenário vai ser o fundo do quadro que o espetáculo deseja pintar, e tanto o esquema de cores quanto
os espaços usados são relevantes para as roupas que os atores vão usar.
As pesquisas de época, local, ambiente social e econômico já terão começado, mas antes de qualquer
desenho Kalma passa a frequentar os ensaios de marcação, a fim de visualizar os atores, tanto pelo físico de
cada um quanto por sua movimentação. Só depois disso é que o processo de criação dos figurinos começa e
além das cores há também a escolha dos tecidos, seja pelo caimento, seja pela textura, sendo preciso levar em
conta o clima, a estação e a temperatura em que tem lugar a ação para que o “quadro” possa ser criado de forma
harmônica, e colaborando com o que pede o texto.
Depois de todas essas preliminares, tem início o trabalho de desenho dos figurinos. Cada um deles
na cor ou nas cores que deve ter, com definição do tipo de tecido a ser usado e informações sobre todos os
detalhes; após numerosos rascunhos, correções e aprimoramentos, é submetido ao diretor, o coordenador de
todo o espetáculo, em desenho cuidadoso e colorido acompanhado por amostras dos tecidos. Aprovados os
desenhos, a criação passa para uma nova etapa, a da execução, uma complexa tarefa; às vezes uma fábrica de
tecido oferece o material, e é preciso ir até lá para verificar a adequação dos produtos oferecidos às exigências
da peça, e mesmo assim, ainda, é preciso completar o necessário nos preciosos guardados que os anos vêm
amontoando, nas casas de comércio e também nos brechós, onde muitas vezes aparecem peças antigas com
bordados ou rendas que não se encontram mais para comprar e podem enriquecer um figurino ou emprestar-lhe
características de outras épocas.
Para a execução, Kalma recorre a algumas costureiras com quem já está acostumada, mas prefere
sempre que elas venham trabalhar em sua casa para poder acompanhar toda a execução, cuidando para que
tudo saia exatamente como foi concebido e, em particular, para que cada traje dê a devida contribuição para
servir o objetivo determinado pelo diretor. Essa descrição do processo de trabalho de Kalma, é preciso lembrar,
acontece quando ela desenha um único figurino para uma peça, como o Diário de um louco, mas é difícil imaginar
a complexidade do trabalho quando isso se multiplica por 10 ou 21 Feydeau, um musical ou uma ópera. Nem
sempre o espectador, afetado pelo conjunto, se dá conta do trabalho insano que foi necessário para compor
a beleza harmônica de um espetáculo, ou o que foi necessário para que ele se recorde, mais tarde, que “os
figurinos eram bonitos”.
Não é de espantar que a responsável por tantos e tão notáveis figurinos tenha sido com frequência
premiada. Foi quando ainda trabalhava exclusivamente para o Tablado que Kalma recebeu, pela montagem
de O baile dos ladrões, o prêmio de Revelação de Figurinista de Teatro (1955), concedido pela Associação
Brasileira de Críticos Teatrais, do Rio de Janeiro; mas logo em seu primeiro trabalho para o teatro profissional,
os figurinos para Nossa vida com papai, montada pelo Teatro Brasileiro de Comédia, Kalma arrebanhou todos os
prêmios então concedidos tanto no Rio quanto em São Paulo: Melhor Figurinista (1956), da Associação Brasileira
de Críticos Teatrais; Medalha de Revelação de Figurinista (1957), da Associação Paulista de Críticos Teatrais;
Prêmio Governador do Estado de São Paulo (1958); Melhor Figurinista Profissional por encenação em São Paulo
(1956); e o mais sonhado e prestigiado do teatro brasileiro naquela época, o Premio Sacy do Estado de S. Paulo,
por encenação em São Paulo em 1956.
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Quando no Rio de Janeiro se deu a célebre cisão dos críticos teatrais, Kalma recebeu por dois anos
consecutivos, 1959 e 1960, o prêmio do Círculo Independente de Críticos Teatrais, o Padre Ventura; e por três
vezes, em 1968, 1973 e 1984, Kalma foi agraciada com o Prêmio Molière, sendo que em 1973 ela recebeu
também o Prêmio Estadual concedido pelo Governo do Estado da Guanabara. Também por três vezes ela recebeu
o Prêmio Mambembe, sendo que em 1998 esse prêmio lhe foi concedido pelo Conjunto de Obra. Recebeu, por
duas vezes, o Prêmio Ibeu e ganhou também o Prêmio Cultura Inglesa, que teve vida curta. Em 2004, a figurinista
foi agraciada com o recém-criado Prêmio Shell.
Não são os prêmios, no entanto, que mais, ou melhor, depõem a respeito do trabalho da figurinista
Kalma Murtinho; o que dizem a seu respeito todos os diretores para os quais ela trabalhou, e as muitas dezenas
de atores e atrizes para quem, ao longo dos anos, ela criou os trajes que vestiram no palco, são o melhor
testemunho dessa longa carreira de tanto sucesso. Não há um só que não se lembre, ao lado do cuidado com
que ela criava todos os figurinos, fossem eles para astros ou para figurantes, da cortesia e da gentileza daquela
mulher encantadora, cuja simplicidade e elegância eram, desde o primeiro momento, garantia de qualidade; não
podia ser surpresa que sempre fossem impecáveis os figurinos que todos podiam ver serem criados com amor
e alegria.
Kalma foi responsável, até agora, pelos trajes usados em duzentos e dezenove espetáculos, o que
– segundo um cálculo modesto – deve corresponder a pelo menos uns 600 ou 700 figurinos, usados por
personagens de 10 ou mais países em épocas que variam da Grécia antiga aos dias de hoje. Continuando ainda
a exercer seu ofício, não há dúvida de que Kalma Murtinho seja, por seu gosto, competência profissional e ética,
uma das mais completas e consagradas personalidades do teatro brasileiro.

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figurinos

Todos os
personagens de
Maria Clara Machado,
como os citados
no texto do poeta,
foram visualmente
concebidos,
realizados e
eternizados por
Kalma Murtinho

Maria Clara mais seiscentos, crônica


publicada no Jornal do Brasil, Caderno B, 19
de setembro de 1981, Carlos Drummond de
Andrade © Graña Drummond,
www.carlosdrummond.com.br | Acervo Tablado

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Escola de viúvas
Jean Cocteau
Tradução: Willy Lewin
Direção e cenários: Martim Gonçalves
Teatro Tablado (RJ), 1952

Kalma Murtinho, Pedro Augusto Guimarães, Maria Elvira (ao fundo), 1952 | Acervo Tablado, foto F. Pamplona

Em 1952, fui convidada pelo Martim Gonçalves, que era diretor, para trabalhar como atriz em A escola
de viúvas. [...] Já que eu fazia figurino para o Tablado desde que fundamos o grupo, continuei com a
função. Mas fiquei muito cansada porque o volume de trabalho era um absurdo. Quando penso nisso,
tenho até vontade de rir. [...] Eram só três figurinos, mas eu fiquei tão cansada... até fiquei rouca. Falei
que não queria mais fazer figurino e trabalhar como atriz ao mesmo tempo. Não dava certo. Mas, uns
dez, vinte anos depois, eu estava fazendo figurinos para cinco espetáculos ao mesmo tempo.

Trecho de entrevista publicada no livro Vestindo os nus: figurino em cena, de Rosane Muniz (Rio de Janeiro: Senac Rio, 2004, p. 89).

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Kalma Murtinho, Maria Clara Machado, 1952 | Acervo Tablado, foto F. Pamplona

Durante algum tempo consegui me desdobrar entre atriz e figurinista,


mas logo percebi que teria que optar por um, já que os dois,
simultaneamente, me deixavam completamente sem energia. Não
preciso nem dizer que a minha escolha por ser figurinista foi acertada,
pois sinto que nasci para isto.

Trecho de depoimento de Kalma Murtinho publicada no livro Os melhores anos de muitas vidas: 50 anos de
Tablado, de Martha Rosman (Rio de Janeiro: Agir, 2001, p. 56).
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Aia

Viúva

Guarda Cunhada

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Viúva

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A Sapateira Prodigiosa
Federico García Lorca
Tradução: João Cabral de Mello Neto
Direção: Maria Clara Machado
Cenários: Martim Gonçalves
Teatro Tablado (RJ), 1953

Convém destacar ainda o inspirado cenário de Martim Gonçalves e os


costumes desenhados pela bela e elegante Sra. Kalma Murtinho, que é
também uma das principais figuras do elenco, compondo com desembaraço
e grande presença no palco a Vizinha Vermelha.
[...] A sapateira de Maria Clara, de Martim Gonçalves, de João Cabral, de
Kalma Murtinho e dos outros rapazes e moças de O Tablado é uma Sapateira
que encanta e nos faz pensar melhor sobre o futuro do teatro no Brasil.
Trechos de crítica de Luiz Alípio de Barros publicada no jornal Última Hora, Rio de Janeiro,14 de agosto de 1953.
Maria Clara Machado, 1953 |Acervo Tablado, foto João Sérgio

abaixo, à esquerda: Kalma Murtinho, Paulo Padilha,


A sapateira prodigiosa é um espetáculo que merece ser visto por todos Angela Mendes e Maria Ludovina, 1953
Acervo Kalma Murtinho
que amam o bom teatro. Nele se reúnem vários elementos cênicos que
abaixo, à direita: Kalma Murtinho, 1953
lhe conferem um caráter de féerie popular. O ambiente andaluz, os trajes Acervo Kalma Murtinho

coloridos e sugestivos, o acento picante das mulheres espanholas e as


maneiras galantes do homem andaluz fazem da peça de García Lorca um
encantamento para os olhos e também para os ouvidos.
Trechos de matéria publicada no jornal Vanguarda, Rio de Janeiro, 12 de agosto de 1953.

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O Boi e o Burro no
Caminho de Belém
Texto e direção: Maria Clara Machado
Cenário e figurinos: Kalma Murtinho
Teatro Tablado (RJ), 1953

Já dirigia e escrevia peças infantis para “teatro


de bonecos”. Um dia Kalma questionou-me sobre
a possibilidade de transformar essas peças para Burro: Paulo Padilha, Boi: Emílio de Mattos, 1953 | Acervo Tablado
atores de carne e osso. Isto ocorreu em 1953.
A primeira foi O boi e o burro. Foi um sucesso
enorme e para mim uma surpresa muito grande.

Trecho de entrevista com Maria Clara Machado publicada no livro Os

melhores anos de muitas vidas: 50 anos de Tablado, de Martha Rosman (Rio


de Janeiro: Agir, 2001, p. 28).

O boi e o burro era uma peça que Clara escreveu


para marionetes. Ela me convidou para fazer o
cenário e eu disse: “Clara, essa sua peça é muito
bonita, você devia montar com atores”. Nós
montamos.

Trecho de entrevista concedida por Kalma Murtinho especialmente para a


produção deste livro. Anjos: Cláudia, Glória, Maria, Leda, Lizzie, Maria Luiza, Marilena e Silvia, 1953
Acervo Tablado, foto Humberto Moraes Franceschi

em pé: Emílio de Mattos e Paulo Padilha, ajoelhados: Germano Filho, Gabriel


Xavier e João Sergio Nunes, 1953 | Acervo Tablado, foto Humberto Moraes Franceschi
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Cenário, 1953 | Acervo Tablado

Germano Filho, Gabriel Xavier, João Sergio Nunes, Carlos Augusto Nem, Emílio de Mattos, Paulo Vidal Padilha, Jenny Rebelo, Napoleão Moniz Freire,
Carmen Silvia Murgel, Ana Maria Neiva, Eddy Resende, 1953 | Acervo Tablado

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O Boi O Burro

São José Maria

Os Anjos O Pastor

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Rainha Branca Rei Branco

Rainha Negra Rei Negro

Rainha Amarela Rei Amarelo

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nossa cidade
Thornton Wilder
Tradução: Elsie Lessa
Direção: João Bethencourt
Cenários: Napoleão Moniz Freire
Teatro Tablado (RJ), 1954

Mais uma vez, Kalma Murtinho provou que é


capaz de fazer tudo no teatro: sua indumentária
e seus chapéus (que executou, todos,
com exceção do capacete de guarda) são
historicamente corretos, têm imaginação e
primorosa execução [...]

Trecho de crítica de Claude Vincent para o jornal Tribuna da Imprensa, 3 de


novembro de 1954

Marlene Maciel, Lulu Souza Reis, Oswaldo Neiva, Edelvira Fernandes, Isabel Bicalho e
Vânia Velloso, 1954 | Acervo Tablado

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Com um texto assim, sem enredo, sem
cronologia, sem fronteira entre a experiência
e a imaginação, arriscando-se a deslizar para
o absurdo, o ridículo ou o sentimentalismo
adocicado, a admirável Maria Clara Machado e
sua equipe, sob a direção de João Bethencourt,
souberam compor um espetáculo que interessa
do primeiro ao último instante, e comove nossa
fibra mais recolhida. Alguns refletores, algumas
cadeiras, uma bola de beisebol, um guarda-
-chuva, uma grade de jardim, um banco, e a
atmosfera se cria com as indicações plásticas
suficientes, entre essas as belas manchas de
cor, dos chapéus femininos.

Trecho de artigo de Carlos Drummond de Andrade para o jornal Correio da


Roberto de Cleto, Carmem Silvia Murgel, Maria de Lourdes e (sentado) Paulo
Manhã, 27 de novembro de 1954. Vidal Padilha, 1954 | Acervo Tablado

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O baile dos ladrões
Jean Anouilh
Tradução: Antônio Cândido Mello e Souza e Abílio Pereira de Almeida
Direção: Geraldo Queiroz
Cenários: Bellá Paes Leme
Teatro Tablado (RJ), 1955

Emílio de Mattos, Napoleão Moniz Freire, Kalma Murtinho, Nelson Dantas e Claúdio Correa e Castro, 1955 | Acervo Tablado, Revista O Cruzeiro

Emílio de Mattos, Ivan de Albuquerque e Roberto de Cleto, 1955 | Acervo Funarte

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Sempre sentimos, numa produção do Tablado, esse espírito
de equipe. O diretor que estreia (Geraldo de Queiroz) tem tido
a cooperação estreita de Belá Paes Leme, cujos cenários e
cartaz pegaram tão exatamente o espírito da “comédia ballet”;
e teve também a compreensão de Kalma Murtinho, que criou
modas de 1914 com uma perícia surpreendente.

Trecho de artigo de Claude Vincent para o jornal Tribuna de Imprensa, 17 de maio de 1955.

Kalma Murtinho, como Belá Paes Leme, é o tipo de artista


que eu amo, quer pelas qualidades artísticas, quer pelas
morais; com elas eu percorri muito caminho pelas trilhas dos
espetáculos.
Tanto Kalma quanto Belá têm um estilo próprio que se define
na escolha das cores, na seleção das tonalidades e definição
dos materiais. Enquanto Kalma me parece toda lançada
para a reinvenção da moda de um determinado período,
exercendo nisso uma função criadora como a de um Dior
ou de um Givenchy, Belá [...] tem uma visão mais castigada
e seca do espetáculo [...]. Se o desenho de Kalma tende
espontaneamente a um art nouveau renovado, o de Belá é
bem mais próximo aos primitivos italianos. É evidente a riqueza
que ambas oferecem a quem saiba colaborar com elas.
Como não amá-las?

Extraído do livro A mochila do mascate, de Gianni Ratto, 1ª ed. (São Paulo: Hucitec, 1996, p.
247-248).

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Pluft, O Fantasminha
Texto e direção: Maria Clara Machado

Cenários: Napoleão Moniz Freire

Teatro Tablado (RJ), 1955

No período art déco, as saias, conhecidas como


entravée, iam afinando para baixo, mas se você
apenas cortasse dessa forma seria impossível
andar. A palavra entravée não dizia nada para
mim, mas quando eu fiz a roupa da mãe do Pluft,
eu descobri o que significava. A roupa era um
camisolão, mas eu não gostei da largura embaixo.
Então eu puxei na frente e a roda fechou. Eu Kalma Murtinho e Carmen Silvia Murgel, 1955 | Acervo Tablado

percebi: “o entravée é isso”. No entravée a


parte de baixo é estreita, mas a roda permanece,
permitindo o movimento; são truques de corte. Isso
faz parte do caminho do figurinista.
Então, eu fiz todos os fantasmas entravée. A
embaixatriz da França foi ver o Pluft e ficou maluca
com a roupa da mãe fantasma, queria que eu
fizesse uma para ela, porque o entravée tinha
voltado à moda.
Trecho da entrevista concedida por Kalma Murtinho especialmente para a
produção deste livro.

A Odette Lara assistiu à peça e nos convidou para


ir para São Paulo fazer uma apresentação. Foi uma
abertura fantástica. Todo o teatro paulista estava
lá. Quando a primeira frase saiu, ‘Mamãe, gente
existe?’, foi aquela gargalhada. Voltamos para o Rio
em glória”.
Trecho da entrevista concedida por Kalma Murtinho especialmente para a
produção deste livro.

Eddy Rezende, João Augusto, Roberto de Cleto e Emílio de Mattos, 1955


Acervo Tablado

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Pluft Mãe Fantasma

Tio Gerúndio Maribel e o Pirata Perna de Pau

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Pluft, O Fantasminha
Texto e direção: Maria Clara Machado
Cenários: Napoleão Moniz Freire
Teatro Tablado (RJ), 1964

Lúcia Mariana Accioli e Lucia Lewin, 1964 | Acervo Tablado


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Érico Vidal e Fernando Reski, 1964 | Acervo Tablado
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fotos:

acima: Louise Cardoso, 1974 | Acervo Tablado, foto

ao lado: Ana Lúcia Paula Soares e João Carlos Motta, 1974 | Acervo Tablado, foto

à direita: Louise Cardoso e Bernardo Jablonski, 1974 | Acervo Tablado

Pluft, O Fantasminha
Texto e direção: Maria Clara Machado
Cenários: Juarez Machado
Teatro Tablado (RJ), 1974

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o

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Pluft, O Fantasminha
Texto e direção: Maria Clara Machado
Cenários: Carlos Wilson Silveira
(baseado nos cenários da primeira montagem,
de Moniz Freire)
Teatro Tablado (RJ), 1977

Ana Lúcia Paula Soares e Maria Clara Mourthé, 1977 | Acervo Tablado

Maria Clara Mourthé, Ana Lúcia Paula Soares e Silvia Fucs, 1977
Acervo Tablado

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Pluft, O Fantasminha
Texto e direção: Maria Clara Machado
Cenários: Carlos Wilson
Teatro Tablado (RJ), 1985

Luiz Carlos Tourinho e Rubens Camelo, 1985


Acervo Tablado

Pluft

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Pluft, O Fantasminha
Texto e direção: Maria Clara Machado
Cenários: Anna Letycia
Teatro Tablado (RJ), 1995

Marinheiros

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Pirata Perna de Pau

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O Macaco da vizinha
Joaquim Manuel de Macedo
Direção: Alfredo Souto de Almeida
Cenários: Napoleão Moniz Freire
Teatro Tablado (RJ), 1956

(em pé) Eddy Rezende, Isolda Loureiro de Souza, Kalma Murtinho, (sentados) Napoleão Moniz Freire e Emílio de Mattos, 1956
Acervo Tablado / Foto Carlos

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O Gianni Ratto, que tinha chegado ao Brasil, vindo da Itália, foi assistir. Ele ficou encantado com a peça, com os
figurinos, e então me convidou para fazer figurinos profissionais para o TBC, em São Paulo. Eu aceitei, orgulhosíssima.
Trecho da entrevista concedida por Kalma Murtinho especialmente para a produção deste livro.

Sophia Insêncio Dr. Anselmo

Conheci Kalma Murtinho quando, pouco tempo depois de estar no Brasil, fui assistir a O macaco da vizinha, de
Joaquim Manuel de Macedo, montado pelo grupo O Tablado em seu próprio teatro na Gávea, no Rio de Janeiro.
O espetáculo estava delicioso; uma comédia divertida e inteligente, ingênua como uma pequena briga numa vila
de subúrbio, servida por um cenário sóbrio e transparente e por figurinos altamente criativos [...] Obviamente, me
apaixonei por Kalma. Quem não estava apaixonado por essa mulher elegantérrima, bela como um quadro de Klimt,
com seu ar de dama austríaca, sensual e recatada ao mesmo tempo? Uma paixão que continua até hoje depois de
quase 40 anos, intensa e platônica, feita de admiração e encantamento; uma paixão ligada à nossa profissão teatral
e que nos uniu em muitos espetáculos, desde o primeiro para o qual a convidei, sem nunca me decepcionar. [...]
Seu trabalho de figurinista apurou-se com o decorrer dos anos, escorado num conhecimento técnico raramente
encontrado em outros profissionais do gênero.

Extraído do livro A mochila do mascate, de Gianni Ratto, 1ª ed. (São Paulo: Hucitec, 1996, p. 247).
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Nossa vida com papai
Howard Lindsay e Russel Crouse
Tradução: R. Magalhães Jr.
Direção e cenários: Gianni Ratto
Teatro Brasileiro de Comédia (RJ), 1956

Mas há, além da direção e do cenário de Gianni Ratto,


alguma coisa mais que torna a montagem brasileira
de Nossa vida com papai uma festa para os olhos e
um dos espetáculos mais plásticos e coloridos que o
teatro brasileiro já produziu: são os figurinos de Kalma
Murtinho. [...]
Surgida no Tablado, parte do clã infantil de Maria Clara
Machado, e ousando mesmo apresentar-se numa ou
noutra pequena ponta desde Nossa cidade, Kalma
Fernanda Montenegro, 1956 | Acervo Funarte
Murtinho já conseguira aplausos como figurinista de
cinco anos de existência daquele teatrinho da Zona Sul.
São dela os guarda-roupas de todas as peças infantis
do Tablado, além de muitas do repertório adulto. Agora,
o TBC, especialista na caça de talentos, foi buscá-la
para vestir a família ruiva de Papai – e o resultado é a
alegre reconstituição da época dentro do cenário bem
imaginado por Ratto. Cada nova entrada de personagem,
seja criança, dona de casa, empregada, o patrão, as
visitas, os médicos, salta aos olhos como uma verdade
de velho álbum, como os moldes dos tempos em que
as Galéries Lafayette eram os sonhos e suspiros de
nossas mães e avós. Com a sua intervenção decisiva
de artista num texto que, de certo modo, apresentando
um problema de seitas protestantes, não atinge muito
a sensibilidade brasileira, Kalma Murtinho se situa num
plano de contribuição para a nossa arte teatral igual ao
aparecimento de um Ziembinski, de uma Morineau, dos
diretores e cenógrafos que a vêm renovando nestes
últimos anos

Trecho de artigo de Guilherme Figueiredo para revista Manchete, 29 dezembro de 1956

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Fregolente e Fernanda Montenegro, 1956 | Acervo Funarte

Fernanda Montenegro, 1956 | Acervo Funarte

Fernanda Montenegro e Ricardo C. Melo, 1956 | Acervo Funarte


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Nathalia Timberg, 1956 | acervo pessoal Nathalia Timberg

Lia Maione, Ricardo C. Melo e Regina C. Melo, 1956 | Acervo Funarte

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O tempo e os Conways
J.B. Priestley
Tradução: Daniel Rocha
Direção: Geraldo Queiroz
Cenários: Carlos Perry
Teatro Tablado (RJ), 1957

Kalma Murtinho, premiada pela ABCT como a Melhor


Figurinista de 1956, é uma das revelações de O Tablado
e que dia a dia se firma, também, como intérprete. Já
tivemos ocasião de aplaudi-la em A escola de viúvas,
de Cocteau; O baile dos ladrões, de Anouilh, Pluft, o
Fantasminha, de M. Clara Machado; O macaco da vizinha,
de Macedo [...] e agora, como “Hazel”, a moça mais
adorável que já existiu na cidade de Newlingham.

Trecho de artigo de Gustavo Doria para ojornal O Globo, 21 de maio de 1957.

Isabel Tereza e Napoleão Muniz Freire, 1957 | Acervo Tablado, foto Richard Sasso Kalma Murtinho, 1957 | Acervo Tablado, foto Richard Sasso

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Hazel

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Kalma Murtinho, Maria Sampaio, Isabel Tereza, Napoleão Moniz Freire, Carmen Silvia Murgel, Maria Clara Machado e
Rubens Correa (em pé), 1957 | Acervo Tablado, foto Richard Sasso

(sentadas) Kalma Murtinho, Maria Clara Machado, Maria Sampaio, Sônia Cavalcanti, Isabel Tereza, (na escada) Napoleão Moniz Freire,
Rubens Correa, (sentado) Germano Filho e (de costas) Ivan de Albuquerque, 1957 | Acervo Tablado, foto Richard Sasso

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Kalma Murtinho, a grande figurinista é também uma
esplêndida atriz. Está muito bem e sua transição da
jovem petulante para a mulher humilhada e amedrontada
é de primeira ordem.

Trecho de crítica de Luiza Barreto Leite.

Kalma Murtinho, com seu tipo físico muito adequado ao


personagem, é uma adorável Hazel e o seu desempenho
pode ser incluído entre os melhores do conjunto.

Trecho de artigo de Almir Azevedo para o jornal O Lusitano, 1º de junho de 1957.

A primeira vez que vi a Kalma foi em O tempo e os


Conways. Ela me conquistou primeiro como atriz. E
a beleza!!!!! Ela e a Tônia Carreiro acho que eram os
maiores impactos de beleza da Classe Teatral.
Entrevista concedida por Camilla Amado para a produção deste livro.

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Primeira Fase
Joana Helford Kay

Mrs. Conway Carol

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Segunda Fase
Joana Helford Kay

Hazel Mrs. Conway

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O matrimônio
Nikolai Gogol
Tradução e adaptação: Aníbal Machado
e Sônia Cavalcanti
Direção: Maria Clara Machado
Cenários: Joel de Carvalho
Teatro Tablado (RJ), 1958

Germano Filho e Sônia Gabbi, 1958 Marta Rosman e Germano Filho, 1958
Acervo Tablado, foto Carlos Acervo Tablado, foto Carlos

Yan Michalski, Vânia Velloso Borges, Nelson Mariani, Marcus Miranda, Aristeu Berger, Sérgio Belmonte, Sônia Gabbi, Carlos de Oliveira, Sônia Cavalcanti,
Germano Filho e Marta Rosman, 1958 | Acervo Tablado, foto Carlos

Fizemos O matrimônio, que foi lindo! Quando veio a Bienal de São Paulo, o Tablado foi convidado a participar.
Então, eu reproduzi os desenhos dos figurinos, em bandeiras de lona, e nós mandamos para a sala de teatro da
Bienal. A apresentação ficou muito boa; foi um sucesso! A Maria Bonomi ficou louca com os desenhos.
Entrevista com Kalma Murtinho especialmente para este livro.

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Agafia

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van Amelete

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Fiokla Dodkoliossin Starikov

Kotchkariov Dodkoliossin Anoutchikine

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O anjo de pedra
Tennessee Williams
Tradução: R. Magalhães Jr
Direção: Geraldo Queiroz
Cenários: Bellá Paes Leme
Teatro Brasileiro de Comédia (RJ), 1959

Em Anjo de pedra (Summer and Smoke)


de Tennessee Williams, nos encontramos,
mais uma vez, com a sensibilidade de
Kalma Murtinho ao criar figurinos que
traduzem com maestria o puro e o Nathalia Timberg e Leonardo Vilar, 1959 | Acervo Funarte
sublime da personagem Alma, na leveza
e na luminosidade de suas roupas, e a
passagem dessas roupas para a da nova
mulher que, finalmente, se aceita pronta
para oferecer o corpo como prova de
amor. Toda a atmosfera dessa sociedade
americana puritana e repressiva é
belissimamente apresentada pelos
figurinos de Kalma e pelo cenário de Bellá
Paes Leme que conseguiram o incrível
efeito de servir duas concepções do
mesmo espetáculo no Teatro Brasileiro de
Comédia: no Rio de Janeiro, por Geraldo
Queiroz, e, em São Paulo, por Benedito
Corsi.
Anjo de pedra é, certamente, um dos
espetáculos mais significantes de minha
carreira e um dos meus belos encontros
com Kalma Murtinho.
Texto de Jorge Takla especialmente para a produção deste livro.

Oscar Felipe e Nathalia Timberg, 1959 | Acervo Funarte

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Mrs. Winemiller

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Mrs. Winemiller Alma

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Viúva Bassett John Criança

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Tia MAme
Jerome Lawrence e Robert E.Lee
Tradução: Odilon Azevedo
Direção: Dulcina de Moraes
Cenários: Napoleão Moniz Freire
Teatro Bela Vista (SP), de 1959 a 1962

Dulcina de Moraes e Ayrton Facchini, 1959 | Acervo Funarte

Eu tinha feito, para Mme Morineau, a Gigi, de Colette, e quando a Dulcina foi montar Tia
Mame, a madame Morineau disse para ela: “Só tem uma pessoa que pode fazer isso para
você, que é a Kalma Murtinho, porque não só ela entende dessas roupas, como domina toda
a parte de tecidos”. Eram cento e tantos figurinos; dezessete apenas para a Dulcina.
Trecho da entrevista concedida por Kalma Murtinho especialmente para a produção deste livro.

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Dulcina de Moraes, 1959 | Acervo Funarte
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Ricardo Mello e Dulcina de Moraes, 1959 | Acervo Funarte

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O cavalinho azul
Texto e direção: Maria Clara Machado
Cenários: Anna Letycia
Teatro Tablado (RJ), 1960

Claire Isabella, Carlos Augusto Nem e Delson de Almeida, 1960 | Acervo Tablado

Luiz de Affonseca, Ivan Junqueira, Virgínia Valli e Yan Michalski, 1960 | Acervo Tablado

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João de Deus - Cezar Tozzi, 1960 | Acervo Tablado

Fizemos uma reunião e ela (a cenógrafa Anna Letycia) me propôs estudarmos as cores
de Chagall. [...] O que aconteceu é que fiquei com a ideia fixa de ver tudo azul. Que coisa
esquisita. Eu ia pela rua e só olhava os azuis. É como se meu olho puxasse essa cor.
Fiquei comparando os azuis. Azul, azul, azul. Qual azul?

Trecho de entrevista publicada no livro Vestindo os nus: figurino em cena, de Rosane Muniz (Rio de Janeiro: Senac Rio, 2004, p. 94).

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Velha que Viu Músico Alto

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Músico Baixinho Músico Gordo

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O cavalinho azul
Texto e direção: Maria Clara Machado
Cenários: Anna Letycia
Teatro Tablado (RJ), 1979

Bernardo Jablonski, Cacá Mourthé, 1979 | Acervo Tablado Silvia Fucs, 1979 | Acervo Tablado

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3 Músicos

Sura Berditchesky, Ricardo Kosovski, Pedro Aurélio Pianzo e Ovídio Abreu, 1979 | Acervo Tablado

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Um elefante no caos
Millôr Fernandes
Direção: João Bethencourt
Cenários: Napoleão Moniz Freire
Teatro da Praça (RJ), 1960

Maria Sampaio e Hélio Procópio Mariano, 1958


Acervo Funarte

Maria Sampaio, Cláudio Correa e Castro e Emílio de Mattos, 1958


Acervo Funarte

Camila Amado e Adriano Reis, 1958 | Acervo Funarte

Hélio Procópio Mariano, Antônio Pedro, Conrado Freitas, João Ferreira e


92 Maria Sampaio, 1958 | Acervo Funarte

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Cabo

Rosa

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Bombeiro

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Maria Glicério

Fui convidada para fazer Um elefante no caos no lugar da Norma Bengell. A Norma era uma grande vedete, com um
corpo espetacular. E eu cheguei com 18 anos, magrinha, jovem e tímida. O Millôr Fernandes, que era o autor, virou
pra mim e falou: “Eu escrevi esse papel para a Norma Bengell, pra uma mulher como a Norma.” Eu já estava indo
embora quando a Kalma me chamou, me levou pro camarim e disse: “Escuta aqui, você pode não ter corpo de vedete,
mas é fina e tem muito charme. Você vai ficar linda.” E eu fiquei! Pouco tempo depois, o próprio Millôr me telefonou,
dizendo: “Minha vedete predileta!”. A peça ficou em cartaz muito tempo e foi um sucesso de público.
Trecho da entrevista concedida pela atriz Camilla Amado para a produção deste livro.

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Com a pulga atrás da orelha
Georges Feydeau
Tradução: Daniel Rocha e Miroel Silveira
Direção e cenários: Gianni Ratto
Teatro Ginástico (RJ), 1960

Fernanda Montenegro, 1960 | Acervo Funarte

Os Ferraillon

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Elenco, 1960 | Acervo Funarte

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Com a pulga atrás da orelha
Tradução, direção e cenários: Gianni Ratto
Teatro Procópio Ferreira (SP), 1984

Elenco, 1984 | Acervo Funarte

A coisa mais importante em qualquer figurino de época é o estudo da época como ela era, quais eram
os tecidos que usavam, que colorido usavam, como era o cabelo das mulheres, o cabelo dos homens,
maquiagem, sapatos, acessórios. Se não estudar a fundo isso, não faz o figurino. Porque você pode
mudar o feitio, mas não pode mudar o colorido, porque o colorido tem que dar uma ideia homogênea
da época. Por exemplo, o turquesa era chamado “verde bonito”, e era a coisa mais jeca do mundo,
ninguém podia pôr, as pessoas elegantes não punham. No art noveau o “verde bonito” não entrava.
Quando entrou o art déco mudou tudo. Entrou o “verde bonito”, entraram coloridos violentos. Por
exemplo, o pink também não usava no art noveau, mas usou muito no art déco.
O mais difícil na roupa de época são os acessórios, bengalas, luvas, como usar, onde deixar. Os
homens tiravam as luvas e jogavam numa mesa, dentro da cartola. Era um gesto, um gesto da época.
Cartola, chapéus gelô, polainas em cima dos sapatos ou botinas com polainas. Era muito acessório. E
é onde, às vezes, começa a falhar a roupa de época. Metade das pessoas acha que não precisa, tira os
acessórios e, assim, tira a característica. É uma pena.
Trecho da entrevista concedida por Kalma Murtinho especialmente para a produção deste livro.

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Dona Rosita, a solteira
Federico García Lorca
Tradução: Carlos Drummond de Andrade
Direção: Sérgio Viotti
Cenários: Bellá Paes Leme
Teatro Tablado (RJ), 1960

acima e ao lado:
Maria Clara Machado
Acervo Tablado

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Hélio Ary Silveira e Ivan Junqueira (em pé) | Acervo Tablado

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2ª Solteirona As Manolas As Ayolas

Heloisa Ferreira Guimarães, Maria Tereza de (na frente) Anna Maria Magnus, Maria Clara Machado, Maria Miranda, Leila Ribeiro,
Campos e Liliane Ferrez | Acervo Tablado Isolda Cresta, (ao fundo) Martha Rosman, Rosita Tomaz Lopes | Acervo Tablado

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Maroquinhas fru-fru
Texto e direção: Maria Clara Machado
Cenários: Anna Letycia
Teatro Tablado (RJ), 1961 e 1970

Jaqueline Laurence e Ariel Miranda,1961 | Acervo Tablado, foto Carlos

Paulo Nolasco, Antero Oliveira e Maria Miranda, 1961 Hélio Ary, Heloisa Guimarães, Celina Whately, Virgínia Valli, Paulo Nolasco e Ney Barrocas , 1961
Acervo Kalma Murtinho, foto Carlos Acervo Kalma Murtinho

A Kalma inventou uma peruca em Maroquinhas Fru-Fru. Depois, ela fez


outras peças usando o mesmo artifício, que logo todo mundo copiou.
As perucas eram feitas com bobs de cabelo e tecidos, geralmente
filó. A minha era marrom escuro; a da Maroquinhas, interpretada pela
Maria Miranda, era de filó cor de ovo. Ela ficou linda! Fazia um efeito
fantástico. A Kalma é genial.
Trecho da entrevista concedida por Jacqueline Laurence especialmente para a produção deste livro.

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Juízes

Ramon Pallut (substituído por Ricardo Neumann), Paschoal Villaboim, Ronald Fucs e
Lilá Sant'Anna, 1970 | Acervo Tablado

Lupe Gigliotti e Paschoal Villaboim, 1970 | Acervo Tablado


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Carlos Wilson Silveira, Marly Canone e Hamilton Vaz Pereira, 1970 | Acervo Tablado

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Cosme

Maroquinhas

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Memórias de um sargento de milícias
Manuel Antônio de Almeida
Adaptação: Millôr Fernandes
Direção e encenação: Geraldo Queiroz
Largo do Boticário (RJ), 1966

Mucama

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Vendedor de fazendas

cama

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Antônio Pitanga e elenco, 1966 | Acervo O Globo

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Elenco, 1966 | Acervo O Globo

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1ª Mulher

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Tomás

Visualmente, o espetáculo é lindo: o Largo


do Boticário, numa noite de luar, constitui
um privilegiadíssimo cenário natural, que
os elementos cênicos de Davi Gutlerner
complementam com sobriedade; e Kalma
Murtinho vestiu o enorme elenco com uma
grande riqueza de cores. Individualmente,
os figurinos não chegam a impressionar
tanto, mas o efeito de conjunto é
irresistível, merecendo especial destaque
as figuras inspiradas em quadros de Debret
e os grupos (lutadores, ciganos, milícias
da salvação), além do saboroso detalhe do
chapéu-galera usado por Jorge Coutinho.

Trecho de crítica de Yan Michalski para o Jornal do Brasil,


4 de outubro de 1967.

Caçador de Borboletas Vidigal

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Uma das mulheres

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O Toma Larguras Vendedor de cebolas

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A dama do Maxim's
Georges Feydeau
Tradução: Barbara Heliodora e Millôr Fernandes
Direção e cenários: Gianni Ratto
Teatro Maison de France (RJ), 1965

Antes de referir-me ao trabalho do elenco formado por Gianni


Ratto para A dama do Maxim’s devo ressaltar a importância
da contribuição assegurada por Kalma Murtinho, com os seus
figurinos, para a beleza e adequação cênica do espetáculo do
Maison de France. Depois de uma longa ausência, absorvida
em outras atividades, Kalma Murtinho retornou ao mister de
figurinista, dando uma demonstração de apuro em sua arte,
meticulosa na observação do detalhe, primorosa no arranjo
Tônia Carrero e Paulo Autran, 1965 | Acervo Funarte, foto Carlos
do conjunto. Bom gosto em toda a linha.

Trecho de crítica de Claude Vincent para O Jornal, Rio de Janeiro, 10 de agosto de 1965.

Kalma Murtinho volta ao teatro com grande categoria: seus


figurinos têm uma unidade de estilo, uma elegância de linha,
uma inventividade de detalhes e, sobretudo, uma harmonia
de coloridos que lhes confere uma qualidade nitidamente
superior à do inesquecível Un fil à la Patte (de George
Feydeau), recentemente apresentado pela Cia. Sharon-
Hirsch.

Trecho de crítica de Yan Michalski para O Jornal do Brasi, Rio de Janeiro, agosto de 1965.

Finalmente, o que dizer sobre Kalma Murtinho, a figurinista, e


Gianni Ratto, o cenógrafo. Eles conhecem a peça, conhecem
a época, e sabem da sua aplicação no atual momento social.
O cenário é mais do que simples decoração; os figurinos mais
que simples roupagens. Envolvimento é a palavra.

Trecho de crítica de Fausto Wolf para o jornal Tribuna da Imprensa, Rio de Janeiro,
10 de agosto de 1965.

Tônia Carrero, 1965| Acervo Funarte, foto Carlos


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Vivi Bonbon

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Acyr Castro, Armando Rosas, Benedito Corsi, Berta Loran, Carlos Dolabella, Jacqueline Laurence, Jorge Chaia, José de Freitas, Leyla Ribeiro,
Maria Barreto Leite, Maria Francisca, Maria Luiza Carneiro, Maria Regina, Milton Carneiro, Monah Delacy, Paulo Autran, Raul da Matta, Sérgio
Mamberti, Simon Khoury, Suzana Negri e Tônia Carrero, 1965 | Acervo Funarte, foto Carlos

Mr. Vidaubau Mme. Claux Mme. Hautignol

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Tônia Carrero, Paulo Autran e elenco, 1965 | Acervo Funarte, foto Carlos Tônia Carrero, Paulo Autran, 1965 | Acervo Funarte, foto Carlos

gnol Mr. Vidaubau Mme. Sauvarel A Duquesa

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Estudo de Cabeças

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Chapéus Diana

A úlcera de ouro
Hélio Bloch
Direção: Leo Jusi
Cenários: Cláudio Moura
Teatro Santa Rosa (RJ), 1967

Diana

Ângela

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Flávio Migliaccio, Fábio Sabag e Edson Silva, 1967 | Acervo Funarte, copyright by Manchete Cláudio Cavalcanti, Marília Pêra e Ary Fontoura, 1967
Acervo Funarte, Correio da Manhã

Fui à [ loja ] Ducal pedir camisas para a peça. Quando cheguei lá, o homem foi me mostrando camisas que
combinavam com os ternos. Eu disse: “Não quero nada disso, quero tudo colorido”. Ele protestou: “Mas
Dona Kalma, não usa!” Respondi: “Eu vou usar”. Escolhi camisas em cores vibrantes. O homem foi ficando
encantado e me propôs trabalhar com ele. Eu achei uma graça danada.
Trecho da entrevista concedida por Kalma Murtinho especialmente para a produção deste livro.

Diana Ângela Ângela

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E os ótimos figurinos de Kalma Murtinho, de uma impressionante riqueza de achados, e impiedosos
na sua eficiência satírico-crítica, constituem uma divertida atração à parte dentro do espetáculo.
Trecho de crítica de Yan Michalski para o Jornal do Brasil, 7 de maio de 1967.

Cesar Bonnets Cesar

Boy Gui Sérgio

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Esquema de Palco

Kalma Murtinho fez milagres na criação de seus figurinos numa mistura feliz de cotidiano do fantasioso
colocando bem à vontade os personagens na sua fantasia-realista. Sobretudo ela soube com rara felicidade
proporcionar aos personagens uma variedade de roupas com seus apliques de mudanças rápidas, sempre
favorecido pela sua sensibilidade e inteligência. Optando por uma modernidade moderada, Kalma Murtinho
positivou, em cheio, seu intento.
Trecho de artigo de Van Jafa para o Correio da Manhã, 7 de maio de 1967.

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O jardim das cerejeiras
Anton Tchekhov
Tradução: Eugênio Kusnet
Direção: Ivan de Albuquerque
Cenários: Marcos Flaksman
Teatro Ipanema (RJ), 1968

(sentados) Vera Gertel, Vanda Lacerda, Leila Ribeiro, Hélio Ary e elenco, 1968 | Acervo Veja

Varia Ânia Gaiev

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Liubov Liubov

Liubov

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Vanda Lacerda, Rubens Correa, Ivone Hoffman, Suzana de Moraes e elenco, 1968 | Acervo Veja

Os deslumbrantes figurinos de Kalma Murtinho estão entre os melhores figurinos de época que eu
já tenha visto no Brasil. A harmonia do seu colorido, a contribuição desse colorido para a criação
do clima geral do espetáculo, a perfeição do caimento, a adequação de cada peça do vestuário à
psicologia e à posição social do personagem que a usa, a pesquisa do detalhe, a imaginação na
escolha dos materiais usados no sentido de criar a ilusão de outros materiais, impossíveis de serem
empregados numa produção teatral – tudo isso contribui decisivamente para que o impacto visual do
espetáculo se torne comparável ao das produções de alto gabarito internacional.
Crítica de Yan Michalski para o Jornal do Brasil, 23 de outubro de 1968.

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Lopakhine Pichtchik Trofímov

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Tinha uma personagem que era russa, mas se vestia como se estivesse em Paris. E
ela usava um casaco. Eu queria fazer um casaco de peliça, mas não queria usar peles.
Comprei um filó preto, cortei em tirinhas bem pequenas, franzi e forrei todo o casacão.
Parecia pele mesmo. O Yan (Michalski) ficou encantado. Foi um trabalho muito bonito.
Entrevista concedida por Kalma Murtinho especialmente para a produção deste livro.

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Epikhodov Charlotte Duniacha

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O Jardim das Cerejeiras
Anton Tchekhov
Tradução: Millôr Fernandes
Direção e cenários: Jorge Takla
Teatro Sesc Anchieta (SP), 1982

Liubov

Cleyde Yáconis,1982 | Acervo Jorge Takla/Linda Conde

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Francarlos Reis, Cleyde Yáconis, Ednei Giovenazzi, Walderez de Barros,1982 | Acervo Jorge Takla/Linda Conde

Varia Gaiev Charlotte

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Elenco, 1982 | Acervo Funarte

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Liubov

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O amante de
Madame Vidal
Louis Verneuil
Tradução: Millôr Fernandes
Direção: Fernando Torres
Cenários: Marcos Flaksman
Teatro Maison de France (RJ), 1973

Fernanda Montenegro e Jacqueline Laurence, 1973 | Acervo Funarte, Richard Sasso

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Fernanda Montenegro, 1973 | Acervo Funarte/Cedoc, Jornal de Brasilia

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Catarina Vidal

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Catarina Vidal

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Fernando Torres, Suzy Arruda, Fernanda Montenegro, Renato Pedrosa e Jacqueline Laurence, 1973 | Acervo Funarte, Richard Sasso

Escolhi uma determinada roupa para a Fernanda Montenegro e, depois, fui andar pelo comércio.
Numa loja, encontrei uma fazenda belíssima. Era toda trabalhada com pedaços de tecido. Quando
vi, fiquei histérica. O Flávio Rangel dizia assim: “Kalma, você só vive quando pega o tecido na mão.
Aí você fica animada.” Liguei para a Fernanda e disse: “Achei uma fazenda tão linda para sua
roupa que vou abandonar tudo o que eu tinha dito antes que ia fazer.” Ela disse: “Faz o que você
quiser.” Então eu fiz esse vestido cor de limão. Ela ficou linda com a roupa.

Esse foi outro (página 142) que eu já tinha escolhido o tecido, e quando entrei na Casa Turuna, vi
uma franja preto e prata, de cinquenta centímetros. Era o que eu queria. Eu achava tudo o que eu
queria. Então eu fiz esse vestido todo preto e prata. E tinha strasse no sapato, diamantes... Era
uma cena de sexo.
Trecho da entrevista concedida por Kalma Murtinho especialmente para a produção deste livro.

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A Baronesa

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Françoise

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Quem Casa Quer Casa e Outras Coisas Mais
Martins Pena
Direção: Wolf Maya
Cenários: Kalma Murtinho e Wolf Maya
Teatro Gláucio Gill (RJ), 1980

Osmar Prado, Cláudia Costa e elenco, 1980 | Acervo Funarte

Eu tinha uma foto do papai, quando era menino, vestido de anjo.


Eu copiei a roupa da foto, e fiz o anjo da peça em vermelho.
Trecho da entrevista concedida por Kalma Murtinho especialmente para a produção deste livro.

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Martins Penna

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Um Anjo

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Um Anjo

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Palhaço na Corte

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Hedda Gabler
Henrik Ibsen
Tradução: Millôr Fernandes
Direção: Gilles Gwizdeck
Cenários: Gianni Ratto
Teatro Gláucio Gill (RJ), 1982

Dina Sfat e Francisco Cuoco, 1982 | Acervo Paulo Jabur

Breuer

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Hedda

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Xuxa Lopes, Norma Geraldy, Gilda Sarmento, Otávio Augusto, Edney Giovenazzi, Cláudio Marzo, (sentada) Dina Sfat, 1982 | Acervo Funarte, Ney Robson

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As lágrimas
amargas de
Petra Von Kant
RM Fassbinder
Tradução: Millôr Fernandes
Direção e cenários: Celso Nunes
Teatro dos Quatro (RJ), 1982

Renata Sorrah, Fernanda Montenegro e Rosita Tomaz Lopes, 1982 | Acervo Funarte

Temos um privilégio hoje:


estamos vivos ao mesmo
tempo e no mesmo lugar que
Fernanda Montenegro. Quem
puder vê-la criar Petra Von Kant
no palco do Teatro dos Quatro
estará dando a si mesmo um
presente inesquecível. [...] As
outras mulheres desse elenco
totalmente feminino, bem como
os sempre magistrais figurinos
de Kalma Murtinho, contribuem
para contar com dignidade a
triste e escandalosa história
da desenhista de modas Juliana Carneiro da Cunha (sentada), Fernanda Montenegro e Renata Sorrah (deitada), 1982 | Acervo
O Globo, foto Augusto Yunes
bem-sucedida na carreira e
malsucedida nos amores.
Trecho de crítica de Ana Maria Machado para a
revista Isto é, 11 de agosto de 1982.

Fernanda Montenegro, Juliana Carneiro da Cunha e Renata Sorrah, 1982 | Acervo O Globo, foto Augusto Yunes
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Petra Von Kant

Kalma Murtinho comprova,


pela centésima vez, seu
talento de figurinista,
acumulado pela dificuldade de
ser Petra, profissionalmente,
figurinista de alta costura.
Trecho de crítica de Sábato Magaldi para O

Jornal da Tarde, 13 de abril de 1984.

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Petra Von Kant

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Petra Von Kant

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Sidonia Marlene

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Karin Karin

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Piaf
Pam Gens
Tradução: Millôr Fernandes
Direção: Flávio Rangel
Cenários: Gianni Ratto
Teatro Ginástico (RJ), 1983

Edith Piaf

Edith Piaf

no alto: acima:
Bibi Ferreira, 1984 | Acervo CCSP Léa Garcia e Bibi Ferreira, 1984 | Acervo CCSP

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Edith Piaf

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Tudo em cinza, preto e branco. Eu
falei pro Flávio (Rangel): Eu vejo
essa peça em preto e branco.
Trecho da entrevista concedida por Kalma Murtinho
especialmente para a produção deste livro.

O diretor Flávio Rangel tira partido


dessa simplicidade de recital,
descarregando sobre Bibi toda a
carga de sua montagem. [...] para
construir um espetáculo fluente,
sem arroubos, centrado apenas
na figura de Edith Piaf, aliás Bibi
Ferreira. Até o cenário, apenas
praticáveis que convergem para o
centro do palco, e os figurinos que
Bibi Ferreira, Pierre Astrié, Fábio Pilar, Tina Ferreira, Hélio Ribeiro, Léa Garcia, George Otto,
utilizam a combinação do branco Sílvio Ferrari, Jorge Ramos, Carlos Capeletti, Marcus Toledo e elenco | Acervo CCSP
com o preto, não se afastam
dessa reverência à figura da atriz
que interpreta o mito.
Trecho de crítica de Macksen Luiz para o Jornal do
Brasil, 27 de maio de 1983.

166 Bibi Ferreira e elenco | Acervo CCSP

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Papa Leplé Charlô

Josephine Baker Putas

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Pierre Marcel Cedan

Putas Os Mecs

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Negócios de estado
Louis Verneuil
Tradução e direção: Flávio Rangel
Cenários: Gianni Ratto
Teatro Hilton (SP), 1984

Vera Fischer, 1984


Acervo Veja

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Você, de certa forma, quando está fazendo um figurino atual, se deixa influenciar pelo que está
sendo usado. Aí entra a moda. Por exemplo, fiz um figurino no qual entrou muita moda, que foi
Negócios de Estado, com a atriz Vera Fischer. A Vera era uma professorinha, que não tinha nada
de mais, mas se casava com um senador, viajava pra Paris e voltava chiquérrima, vestida de Dior.
Ela vestiu coisas lindas, ficou belíssima e acabei ganhando prêmios e prêmios com esse figurino.

Trecho de entrevista publicada no livro Vestindo os nus: figurino em cena, de Rosane Muniz (Rio de Janeiro: Senac Rio, 2004, p. 97).

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Vera Fischer, 1984 | Acervo Veja

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Irene

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Irene

Vera Fischer, 1984 | Acervo Veja

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Cyrano de Bergerac
Edmond Rostand
Tradução: Ferreira Gullar
Direção: Flávio Rangel
Cenários: Gianni Ratto
Teatro Cultura Artística (SP), 1985

Antônio Fagundes | Acervo Funarte

No meio de um dos ensaios aparece Kalma Murtinho, responsável


pelos figurinos da peça. Ela conta que, para desenhar os mais de 120
trajes que compõem o guarda-roupa de Cyrano de Bergerac, estudou
atentamente o modo de vestir da época. No final, optou por uma roupa
básica, composta por calça e blusa romântica, as famosas botas
lazzarine e chapéu de plumas. A essa roupa básica serão acrescidos
diferentes complementos, dependendo do que cada cena exigir. “É
um figurino extremamente rebuscado, em que procurei valorizar as
silhuetas e o colorido da época”, diz Kalma.

Trecho de crítica de Renata La Prete para o Jornal da Tarde, 21 de agosto de 1985.

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Ator não identificado, Carlos Clean, Tácito Rocha, Antônio Petrin, Antônio Fagundes, Roberto Mars Jr., Paco Sanches, Yur Fogaça. Na área de representação:
Nivaldo Todaro, Luiz Fernando Rezende, Luca Baldovino. No balcão à direita: Monalisa Lins e Neusa Maria Faro | Acervo CCSP

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Jorge Chaia, Newton Oliveira, Sérgio Chica, Lé Zurawski, Luís Amaro Pêra, Regina Piccin, Emerson de Biaggi, Roberto Mars Jr., ator não identificado, Renato Dobal,
Paco Sanches, ator não identificado, Antônio Petrin, ator não identificado, Walter Breda, ator não identificado, Maria Duda, Rita Malot, Antoine Rovis | Acervo CCSP

Antonio Fagundes, Luca Baldovino, Sérgio Chica, Domingos Fuschini (agachado), Lé Zuawski, Nivaldo Todaro, Monalisa Lins (Sentada), Yur Fogaça,
Luiz Carlos Ribeiro, Walter Breda, Sérgio de Oliveira | Acervo CCSP

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Orlando
Virginia Woolf
Adaptação: Sérgio Sant’Anna
Direção: Bia Lessa
Cenários: Fernando Mello da Costa
Centro Cultural Banco do Brasil (RJ), Teatro I, 1989

Meu primeiro trabalho com a Kalma Murtinho foi no espetáculo Orlando,


onde ela tinha a imensa responsabilidade de fazer passar aos olhos
do espectador quinhentos anos de história em apenas duas horas de
espetáculo e através de apenas seis atores. O figurino era essencial
– nem sempre os diálogos explicitavam as épocas e as mudanças de
comportamento – o figurino era um personagem vivo que não servia apenas
de decoração mas de afirmações e negações de comportamento.
Falar da Kalma é também falar do corte e da modelagem. Nunca vi ninguém
dominar com tanta precisão. Suas capas, não consegui até hoje desvendar
o segredo (mesmo quando as tenho nas mãos), são de uma nobreza
incomum e possibilitam ao ator uma espetacular movimentação.
No caso do Orlando, os figurinos eram o próprio espetáculo. Concebeu
ao todo oitenta trajes onde o sapato, o chapéu, o cinto, os penduricalhos
ajudavam o ator em sua composição. Fernanda Torres quando vestiu a
bota que subia pelo joelho disse: “agora virei um homem” – E DE FATO
VIROU; e a beleza da personagem Sacha, que vinha como uma “raposa
russa” destoando de todos que estavam a sua volta – trazendo à cena toda
sua excentricidade. Nesse caso ela aproveitou o longo pescoço da Júlia
Lemmertz e sua espontânea elegância na composição do figurino. Se a Júlia
já era alta, com o olhar da Kalma ficou gigante.
A Kalma era cortante em seus figurinos, eles formavam os personagens.
Vestir o que ela propunha conduzia à interpretação. E não era um figurino
corretinho, cumpridor das normas do tempo, ela ousava, colocava sua
marca e opinião, ora no corte, ora no tecido, ora na estampa e nos
chapéus, nos guarda-chuvas, nos elementos que mostravam ao espectador
algo que o texto não explicitava, mas que a Kalma enxergava.
Texto de Bia Lessa, escrito especialmente para a produção deste livro.

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Júlia Lemmertz e Fernanda Torres, 1989 | Sílvio Pozatto

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Orlando
Virginia Woolf
Adaptação: Sérgio Sant’Anna
Direção: Bia Lessa
Cenários: Fernando Mello da Costa
Teatro Dulcina (RJ), 2004

Betty Gofman, 2004 | Guga Melgar


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Orlando

Betty Gofman, 2004 | Márcio Pilot

Betty Gofman e Vanessa Gerbeli, 2004 | Márcio Pilot


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A Bia (Lessa) é muito criativa, mas a produção não tinha
dinheiro. Então, eu decidi fazer a peça com roupas de
brechó. Fui também pedindo às pessoas da peça coisas
que tinham em casa. Quando a Bia veio aqui, uma tarde,
ver os figurinos, ela encontrou o chão forrado de roupas.
Perguntou, espantada: O que é que é isso? Eu disse: Isso aí
é a sua peça.

Eu fui olhando e vendo que é que servia para quê.


Aproveitando os tecidos; aproveitando a cor e a textura.
Uma roupa X, eu transformava em outra coisa. Quer dizer,
uma completa libertação.

Essa foi uma ideia muito boa que eu tive. Essa roupa era
uma anágua, e a personagem fica grávida. Então, eu mandei
ela virar a anágua e se transformou numa barriga. Assim, as
costas da anágua viraram uma barriga de grávida. (ao lado)
Trecho da entrevista concedida por Kalma Murtinho especialmente para a produção deste livro.

Vanessa Gerbeli , 2004 | Márcio Pilot

p. 188: Betty Gofman, 2004 | Guga Melgar


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A vida de Galileu Galilei
Bertolt Brecht
Tradução: Roberto Schwarz
Direção: Celso Nunes
Cenários: Gianni Ratto
Teatro Guaíra (PR), 1989

[...] A cenografia de Gianni Ratto atinge a


proposta de seu criador em emoldurar o
espetáculo [...]. O brilho visual fica por conta de
Kalma Murtinho com uma harmoniosa escala
cromática. Tudo neste Galileu é superlativo.

Trecho de crítica de Jacy Lage para a Folha da Tarde, 21 de agosto de 1984.

Paulo Autran, 1989 | Acervo Centro Cultural Guaíra

Crianças Dona Sarti

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Iris Daguia e Paulo Autran, 1989 | Acervo Centro Cultural Guaíra
Galileu Galilei

O que eu tive de muita sorte é


porque eu estava em Curitiba e me
disseram que tinha, perto da cidade,
uma fábrica de veludos trabalhados.
Um adamascado de veludo, que não
se encontra em lugar nenhum; eles
tinham. Eu fiquei animadíssima. Eu fui
lá e comprei uma quantidade. A corte
toda foi trabalhada com eles.
Trecho da entrevista concedida por Kalma Murtinho
especialmente para a produção deste livro.

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Papa Doge de Veneza

Cardeal Inquisidor

Mário Schoemberger, Florival


Gomes e Paulo Autran, 1989 Estudiosos Um Monge Muito
Acervo Centro Cultural Guaíra Magro

no alto: Florival Gomes e


Onivaldo Dutra, 1989
Acervo Centro Cultural Guaíra

p. 193: Paulo Motta, Onivaldo


Dutra, Enéas Lour, Blasi Jr. e
Fernando Klung, 1989
Acervo Centro Cultural Guaíra

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Senhores Senhoras
Mascarados Mascaradas

Mestre-Sala do Senhor Gaffone -


Grão Duque Reitor

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Os Mascarados, carnaval Quatro Mascarados

Os Esfarrapados Os Mascarados

Um Jogral Os Mascarados

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Mulher do Jogral com a Menina

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A gaivota
Anton Tchekhov
Tradução: Barbara Heliodora
Direção e cenários: Jorge Takla
Teatro Nelson Rodrigues (RJ), 1996

Nildo Parente, Roberto de Cleto, Valderez de Barros e (sentada) Samantha Monteiro, 1996 | Acervo Kalma Murtinho

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Irina Nicolaevna Arkádina

A escolha de Kalma para os figurinos de A gaivota


se fez naturalmente. Afinal, ela tinha criado para
mim os figurinos deslumbrantes de O jardim
das cerejeiras, também de Tchekhov, em 1982,
sucesso imenso. Ninguém no Brasil já teve ou
terá o bom gosto, o nível cultural, a técnica e o
conhecimento dos estilos específicos de cada
época (cada ano...) de Kalma Murtinho. A maior
de todos. Uma grande dama, uma grande mulher
uma grande figurinista.
Texto de Jorge Takla especialmente para a produção deste livro.

Irina Nicolaevna Arkádina

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(à esquerda) Andréa Cavalcanti, Ada Chaseliov, (ao centro) Samantha Monteiro, Roberto de Cleto, Walderez de Barros, (à direita) Charles Moller, Nildo Parente,
(ao fundo) Diogo Dahl, Camilo Bevilacqua e Elias Andeato, 1996 | Acervo O Globo, foto Ana Branco

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Nina Mikhailovna Zarêchnaia

Ieuguêni Serguêievitch Dorn Paulina Andreievna

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Irina Nicolaevna Arkádina

Elias Andreato, Ada Chaseliov, Nildo Parente,


Walderez de Barros, Andréa Cavalcanti e Camilo
Bevilacqua, 1996 | Acervo Jorge Takla

200

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Roberto de Cleto, Ada Chaseliov, Nildo Parente, Walderez de Barros, Andréa Cavalcanti e Camilo Bevilacqua, 1996 | Acervo Jorge Takla

Piotr Nicolaievitch Sôrine Ilia Afanassievitch Chamraev

201

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Gloriosa, a vida de Florence Foster
Peter Quilter
Tradução: Marisa Murray
Direção: Charles Möeller
Cenários: Rogério Falcão
Teatro Abel (Niterói/RJ), 2008

acima e ao lado: Marília Pêra, 2008 | Foto Wilson Melo

202

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Marília Pêra e Guida Vianna, 2008 | Foto Wilson Melo

Os figurinos de Kalma Murtinho são um capítulo à parte, de


categoria e requinte em tudo e por tudo excepcionais, tanto em
forma quanto em conteúdo significativo.

Trecho de crítica de Barbara Heliodora para O Globo, 15 de janeiro de 2009.

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Guida Vianna e Marília Pêra, 2008 | Foto Wilson Melo

Os figurinos de Kalma Murtinho são inesquecíveis: preciosos,


elegantes, humorados, belos, registram a época da ação e o
exuberante perfil de Florence.

Trecho de crítica de Tânia Brandão para O Globo, 15 de janeiro de 2009.

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Rio, Carnaval dos Carnavais
Estação Primeira de Mangueira
Carnavalesco: Carlos Alberto
Praça da Apoteose (RJ), 1972

Comissão de Frente (detalhe), 1978 | Acervo Kalma Murtinho, foto Reginaldo Arcuri

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Imperadores do Samba

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Cartola, compositor, 1978 | Acervo O Globo, foto Sebastião Marinho

Quando a Mangueira completava 50 anos, fui convidada para criar o figurino da escola. Quatro mil e
quinhentos figurantes, divididos em alas. [...] Eu estava lá nos estúdios da TV Globo, na Tijuca, fazendo
figurinos para uma novela. Toda noite, eu saía às oito e ia para a Mangueira. Chegava lá, aquela
loucura de escola de samba. Eu assistia ao ensaio, conversava, falava, fazia os desenhos, aquilo tudo.
E aí, um dia, fiquei preocupada, não consegui evitar e falei para um dos diretores: “Mas como é que
vocês me deixam sair sozinha às 3 da manhã da Mangueira e pegar um táxi no viaduto? Vocês não me
acompanham? Ninguém me ajuda?” Ele deu um sorrisinho e me falou: “Dona Kalma, o morro inteiro
sabe que a senhora é figurinista da Escola”. A senhora tá mais protegida que qualquer um.
Trecho da entrevista concedida por Kalma Murtinho especialmente para a produção deste livro.

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Comissão de Frente, 1978 | Acervo O Globo, foto Sebastião Marinho

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les PrÉsages
Piotr Ilich Tchaikovsky
Coreografia: Leonid Massine
Remontagem: Tatiana Leskova
Cenários: Hélio Eichbauer
Theatro Municipal do Rio de Janeiro, 1998

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p. 210: foto acervo Tatiana Leskova 211

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foto acervo Tatiana Leskova

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Kalma Murtinho, com quem tive o prazer de trabalhar Acostumamo-nos com a presença irradiante de Kalma,
em obras de autores como Eugene O’Neill, Tennessee sua intensa magia, iluminando onde há sombra, seu
Williams, August Strindberg, Hermann Broch, Anton entusiasmo onde há desânimo, sempre discreta e
Tchekhov e muitos outros, é, de longe e por sua valiosa elegante. Acompanhei sua arte desde sempre, atriz
contribuição para o teatro brasileiro, nossa maior e figurinista, presença indispensável em sua loja de
figurinista. Há mais de meio século criando formidáveis artesanato brasileiro Chica da Silva, na Copacabana
personagens com inteligência, alta costura e imaginação dos anos 1960, ponto de encontro da fina flor carioca,
prodigiosa, Kalma sempre atenta, dona de humor e daquele Rio de Janeiro de poetas e músicos que
lirismo, paixão e tenacidade, tem-nos brindado com sua cantavam como ninguém a beleza da cidade.
arte inigualável, espetáculos antológicos, de repertório A inspiração é um dom divino e Kalma o recebeu de
clássico entre comédias requintadas, dramas, óperas e menina. Ainda jovem iniciou sua carreira de figurinista
até cinema. e atriz no teatro-escola O Tablado, de sua grande amiga
Trabalhamos na remontagem de um balé histórico de Maria Clara Machado. Foi onde me apaixonei pelo
Léonide Massine, Les présages, com a coreografia mistério do teatro, eu e toda a cidade. Ali se formaram
restaurada pela excelente Tatiana Leskova. O espetáculo alguns dos mais requintados atores brasileiros.
foi criado para o Ballet Russe de Monte Carlo, em 1933, O teatro é um ofício que ajuda a combater as agruras
o primeiro balé sinfônico, como se diz, com música de da vida. Com a maturidade acumulam-se as perdas e
Tchaikovsky (Quinta Sinfonia), cenários e figurinos do também as vitórias. Kalma sabe disso e muito mais;
pintor surrealista francês André Masson. Tatiana nos tem participado da luta para eleger a cultura como
chamou para encená-lo no Theatro Municipal do Rio de prioridade educacional do Brasil. Os operários do teatro
Janeiro, com novos figurinos e cenografia, em 1998 e, produzem o sonho de cada dia e todas as vezes nossa
mais uma vez, trabalhamos debruçados num histórico dama figurinista ressurge para colorir e transmutar o
palco, com uma belíssima coreografia, solistas e corpo prosaico cotidiano.
de baile em grande evento! Texto de Hélio Eichbauer especialmente para a produção deste livro,
Rio de Janeiro, 2013.
Temos dialogado intensamente ao longo dos anos,
empenhados na luta por uma arte mais séria,
enfrentando a impostura do mundo contemporâneo,
a falta de conteúdo de algumas encenações oficiais e
comédias alienantes.
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fotos acervo Tatiana Leskova

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Amélia
Direção e roteiro: Ana Carolina
Fotografia: Rodolfo Sanchez
Direção de arte: Beto Mainieri
Brasil, 2001

A Kalma era muito segura das coisas que ela queria, do


que ela sabia. Para o filme, buscou referências do interior
de Minas. Quando o figurino dela chegava, eu acho que
completava a criação da personagem, sempre. [...]
Trecho de entrevista concedida pela atriz Camilla Amado para a produção deste livro.

acima e abaixo: Beatrice Agenin, 2001 | Vantoen Pereira Jr.

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Amélia

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Miriam Muniz, Camila Amado e Alice Borges 2001 | Vantoen Pereira Jr

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O trovador
Giuseppe Verdi
Direção e concepção cênica: Bia Lessa
Theatro Municipal do Rio de Janeiro, 2010

Ruiz

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Ciganas Manrico

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Leonora

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[...] Depois disso veio a ópera no Teatro Municipal, Il quase que exclusivamente com um tecido barato
Trovattori, dentro de limites muito severos. Limites (feltro) que daria o caimento e o peso da época e
orçamentários e limite de tempo. Eram, ao todo, com cores contrastantes. Azuis, vermelhos. Cenas
uns 300 figurinos a serem concebidos e feitos em monocromáticas, com cortes radicais.
20 dias, por um valor por cada traje completo que Os nobres azul-escuros, sóbrios, envelopados, duros.
não cabe citar aqui. Personagens e cenários que Os ciganos vermelhos, livres, ousados, com cortes
pediam dramaticidade e rigor. Juntando-se a isso, a mais soltos, com volume e movimento. E depois, os
ópera estava sendo montada para a reinauguração detalhes em preto para os nobres e dourado para os
do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, o que ciganos.
implicava trabalharmos junto com a finalização das Isso era tudo. Um raciocínio radical, simples, e que
obras. A poeira, a falta de espaço, as dificuldades causava um imenso impacto em cena. Os embates
administrativas normais dentro do momento de entre o nobre e o cigano era explícito, bastava vê-los.
revitalização e da chegada da data de reinauguração Há nela o rigor, a mão firme, muito estudo e
do tão amado Teatro. pesquisa, mas nada disso teria sentido se não
Nesse contexto, a Kalma aceitou assinar os houvesse a ousadia e o infinito talento.
figurinos e enfrentar todos os tipos de problemas, A Kalma é uma artista única e uma pessoa que
e o resultado não poderia ser melhor. Tive o prazer guardo no peito.
de vivenciar de perto um milagre. Um pensamento
Texto de Bia Lessa especialmente para a produção deste livro.
que se traduz em personagens, dentro de um
espaço de tempo impossível. A opção foi trabalhar

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Elenco, 2010 | Guanabaratejo
Elenco, 2010 | Guanabaratejo

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Elenco, 2010 | Guanabaratejo

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Elenco, 2010 | Guanabaratejo

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Leonora

Freiras

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Inês

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cronologia

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Kalma Murtinho, Teatro Procópio Ferreira, 20/09/1984, São Paulo | Acervo Kalma Murtinho

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TEATRO A almanjarra O jubileu
1952 Arthur Azevedo Anton Tchekhov
A escola de viúvas Direção de José Maria Monteiro Direção de Rubens Correa
Jean Cocteau Teatro da Caixa Econômica – RJ Tradução de Brutus Pedreira e Eugênio
Direção de Martim Gonçalves Figurinos Kusnet
Tablado - RJ Tablado – RJ
Atriz e Figurinos 1957 Figurinos
1955
O tempo e os Conways
O baile dos ladrões
Todo mundo e ninguém J. B. Priestley O matrimônio
Jean Anouilh
Gil Vicente Direção de Geraldo Queiroz Nikolai Gogol
Direção de Geraldo Queiroz
Direção de Maria Clara Machado Tradução de Daniel Rocha Direção de Maria Clara Machado
Tradução de Antônio Cândido Mello e
Tablado - RJ Tablado – RJ Tradução de Aníbal Machado e Sônia
Souza, Abílio Pereira de Almeida
Chapéus Atriz e Figurinos Cavalcanti
Tablado – RJ
Tablado - RJ
Atriz e Figurinos
Sganarello O embarque de Noé Figurinos
ou O engano pelas aparências Autoria e Direção de Maria Clara Machado
Molière Tablado –RJ O chapéu de palha de Itália
Pluft, o fantasminha
Direção de Brutus Pedreira Atriz e Figurinos Labiche
Autoria e Direção de Maria Clara Machado
Tablado - RJ Direção de Geraldo Queiroz
Tablado – RJ
Chapéus O telescópio Teatro da Praça – RJ
Atriz e Figurinos
Jorge Andrade Atriz
1953 Direção de Paulo Francis
Via-Sacra Teatro Nacional de Comédia (TNC) – RJ A fábula do Brooklin
Henri Ghéon Figurinos Irwin Shaw
Direção de Martim Gonçalves Direção de Geraldo Queiroz
Tablado – AL Jogo de crianças Tradução de Millôr Fernandes
Atriz Autoria e Direção de João Bethencourt Teatro da Praça – RJ
Teatro Nacional de Comédia (TNC) – RJ Figurinos
A sapateira prodigiosa Figurinos
Federico Garcia Lorca O rapto das cebolinhas
Direção de Maria Clara Machado Pedro Mico Autoria e Direção de Maria Clara Machado
Tradução de João Cabral de Melo Neto Antônio Callado Tablado -RJ
Tablado – RJ Direção de Paulo Francis Cenário e Figurinos
Atriz e Figurinos Teatro Nacional de Comédia (TNC) – RJ
Figurinos 1959
O boi e o burro a caminho de Belém Tempestade em água benta
1956
Autoria e Direção de Maria Clara Machado J. C. Cavalcanti Borges
A sombra do desfiladeiro
Tablado - RJ Direção de José Maria Monteiro
John Millington Synge
Cenário e Figurinos Teatro Maison de France – RJ
Direção de Maria Clara Machado
Figurinos
Tradução de Oswaldinho Marques
1954 Tablado – RJ
O rapto das cebolinhas Nossa cidade
Figurinos
Autoria e Direção de Maria Clara Machado Thornton Wilder
Tablado - RJ Direção de Geraldo Queiroz
O macaco da vizinha
Cenário e Figurinos Tradução de Elsie Lessa
Joaquim Manuel de Macedo
Teatro da Praça – RJ
Direção de Alfredo Souto de Almeida
Nossa cidade Atriz e Figurinos
Tablado – RJ
Thornton Wilder Atriz e Figurinos
Direção de João Bethencourt 1958
Tradução de Elsie Lessa Gigi
Chapeuzinho vermelho
Tablado - RJ Collette
Autoria e Direção de Maria Clara Machado
Atriz e Figurinos Direção de Mme. Morineaux/Cayetano
Tablado – RJ
Luca de Tena
Atriz e Figurinos
Cia. Artistas Unidos
Figurinos
Nossa vida com papai
Howard Lindsay e Russel Crouse
A bruxinha que era boa
Direção de Gianni Ratto
Autoria e Direção de Maria Clara Machado
Tradução de R. Magalhães Jr.
Tablado – RJ
Teatro Brasileiro de Comédia (TBC) –
Figurinos
RJ/SP
Figurinos

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1960 Mirandolina 1968
Está lá fora um inspetor Carlos Goldoni O jardim das cerejeiras
J. B. Priestley Direção de Gianni Ratto Anton Tchekhov
Direção de Geraldo Queiroz Teatro Ginástico – RJ Direção de Ivan Albuquerque
Teatro da Praça - RJ Figurinos Teatro Ipanema – RJ
Atriz Figurinos
1962
Cândida A gata borralheira 1970
Living-room Bernard Shaw Autoria e Direção de Maria Clara Machado Maroquinhas Fru-Fru (2ª versão)
Graham Greene Direção de Cláudio Correa e Castro Tablado – RJ Autoria e Direção de Maria Clara Machado
Direção de Alfredo Souto de Almeida Teatro da Praça – RJ Figurinos Tablado - RJ
Tradução de Helena Pessoa Atriz Figurinos
Tablado – RJ 1964
Figurinos O cavalinho azul Pluft, o fantasminha (2ª versão) Plaza suíte
Autoria e Direção de Maria Clara Machado Autoria e Direção de Maria Clara Machado Neil Simon
O anjo de pedra Tablado - RJ Tablado - RJ Direção de João Bethencourt
Tennessee Williams Figurinos Figurinos Teatro Copacabana – RJ
Direção de Geraldo Queiroz Figurinos
Tradução de R. Magalhães Jr. Um elefante no caos 1965
Teatro Brasileiro de Comédia (TBC) –RJ Millôr Fernandes A dama do Maxim’s 1971
Figurinos Direção de João Bethencourt Georges Feydeau Um violinista no telhado
Teatro da Praça -RJ Direção de Gianni Ratto Joseph Stein
Do mundo nada se leva Figurinos e Produção Tradução de Barbara Heliodora e Millôr Direção de Wilfredo Ferrán
George S. Kaufman e Moss Hart Fernandes Teatro João Caetano – RJ
Direção de Maria Clara Machado Dona Rosita, a solteira Teatro Maison de France – RJ Supervisão e Coordenação de Figurinos
Tradução de Maria de Lourdes Lima Federico García Lorca Figurinos
Tablado - RJ Direção de Sérgio Viotti O camarada Mioussov
Figurinos Tradução de Carlos Drummont de Andrade 1966 Valentim Kataiev
Tablado -RJ O cavalinho azul (2ª versão) Direção de Fábio Sabag
A volta do camaleão alface Figurinos Autoria e Direção de Maria Clara Machado Tradução de Renato Alvim
Autoria e Direção de Maria Clara Machado Tablado – RJ Teatro Copacabana - RJ
Teatro da Praça - RJ Com a pulga atrás da orelha Figurinos Figurinos
Figurinos Georges Feydeau
Direção de Gianni Ratto O piquenique no front 1972
Oscar Teatro Ginástico - RJ Fernando Arrabal A flor e o fruto
Claude Magnier Figurinos Direção de Ivan Albuquerque Cavalcanti Borges
Direção de Ivan de Albuquerque Tablado - RJ (adaptação de Dom Casmurro, de Machado
Teatro do Rio - RJ Figurinos de Assis)
Figurinos Direção de Ziembinski
Memórias de um sargento de milícias Cia Ziembinski – SC
Tia Mame Manuel Antônio de Almeida Figurinos
Jerome Lawrence e Robert E. Lee Direção de Geraldo Queiroz
Direção de Dulcina de Morais e Henriette Largo do Boticário – RJ 1973
Morineau Figurinos O amante de madame Vidal
Tradução de Odilon Azevedo Louis Verneuil
Teatro Dulcina – RJ As colunas da sociedade Direção de Fernando Torres
Figurinos Henrik Ibsen Teatro Maison de France – RJ
Direção de Cláudio Corrêa e Castro Figurinos
Teatro Guaíra - PR
Figurinos 1974
Pluft, o fantasminha (3ª versão)
1967 Autoria e Direção de Maria Clara Machado
1961 A úlcera de ouro Tablado - RJ
Carlota Hélio Bloch Figurinos
Miguel Mihura Direção de Leo Jusi
Direção de Geraldo Queiroz Teatro Santa Rosa - RJ Pippin
Teatro da Praça – RJ Figurinos Roger O. Hirson e Stephen Schwartz
Figurinos Direção de Flávio Rangel
A volta ao lar Teatro Bloch – RJ
Maroquinhas Fru-Fru Harold Pinter Supervisão de Figurinos
Autoria e Direção de Maria Clara Machado Direção de Fernando Torres
Tablado – RJ Teatro Gláucio Gill – RJ
Figurinos Figurinos

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Vivaldino, criado de dois patrões
Carlos Goldoni
Direção de José Renato
Teatro Casa Grande – RJ
Figurinos

O quarteto
Antônio Bivar
Direção de Ziembinski
1975 Teatro Márcia De Windsor – SP
L’ Architruc Figurinos
Pinget
Direção de Bernard Schnerb 1977 Amadeus
Teatro Maison de France – RJ A princesa do mar sem fim Peter Shaffer
Cenário e Figurinos Autoria e Direção de Benjamim Santos Direção de Flávio Rangel
Teatro da Lagoa – RJ Teatro Adolfo Bloch – RJ
A cantada infalível Cenário e Figurinos Figurinos
Georges Feydeau e M. Hennequin Quem casa quer casa e outras coisas
Direção de João Bethencourt Pluft, o fantasminha (4ª versão) mais Pó de guaraná
Teatro Maison de France - RJ Autoria e Direção de Maria Clara Machado Martins Pena Bill Russel e Ronald Melrose
Figurinos Tablado - RJ Direção de Wolf Maya Direção de Wolf Maya
Figurinos Teatro Gláucio Gill – RJ Pagagaio Café Cabaret – RJ
Bric-a-brac Figurinos Figurinos
Jean Tardieu 1978
Direção de Etinne Le Meur A bruxinha que era boa O diamante Grão-Mongol A eterna luta entre o homem e a
Teatro Maison de France - RJ Maria Clara Machado Maria Clara Machado mulher
Cenário e Figurinos Direção de Jorge Botelho Direção de Wolf Maya Millôr Fernandes
Teatro da Lagoa – RJ Lupe Gigliotti Produções – RJ Direção de Gianni Ratto
Bonifácio Bilhões Cenário e Figurinos Figurinos Teatro Clara Nunes – RJ
Autoria e Direção de João Bethencourt Figurinos
Cia de João Bethencourt – RJ 1979 Longa jornada noite adentro
Cenário e Figurinos O cavalinho azul (3ª versão) Eugene O’Neill O rapto das cebolinhas
Autoria e Direção de Maria Clara Machado Direção de Roberto Vignati Autoria e Direção de Maria Clara Machado
Mumu, a vaca metafísica Tablado - RJ Teatro Copacabana - RJ Tablado - RJ
Marcílio Moraes Figurinos Figurinos Cenário e figurinos
Direção de Flávio Rangel
Teatro Nacional de Comédia (TNC) – RJ Maria gente fina 1981 Quero
Figurinos Autores Lupi Gigliotti e Cininha de Paula Ensina-me a viver Manuel Puig
Direção Wolf Maya Colin Higgins Direção de Ivan de Albuquerque
A mulher de todos nós Teatro Vanucci – RJ Direção de Domingos Oliveira Teatro Ipanema – RJ
Henri Becque Cenário e Figurinos Teatro Villa Lobos – RJ Figurinos
Direção de Fernando Torres Figurinos
Cia Fernando Torres Diversões – RJ O rei de ramos Hedda Gabler
Cenário e Figurinos Dias Gomes Os cigarras e os formigas Henrik Ibsen
Direção de Flávio Rangel Autoria e Direção de Maria Clara Machado Direção de Gilles Gwizdek
O tempo e os Conways Teatro João Caetano – RJ Tablado - RJ Tradução de Millôr Fernandes
J. B. Priestley Figurinos Figurinos Teatro Gláucio Gill - RJ (1983) e Teatro
Direção de Aderbal Freire Filho Guaírinha – PR (1982)
Teatro de Bolso – RJ 1980 1982 Figurinos
Cenário e Figurinos Platonov O jardim das cerejeiras
Anton Tchekhov Anton Tchekhov Leonce e Lena
1976 Direção de Maria Clara Machado Direção de Jorge Takla Georg Buchner
A cinderela do petróleo Tablado - RJ Tradução Millôr Fernandes Direção de Luís Antônio Martinez Correa
Autoria e Direção de João Bethencourt Figurinos Teatro Anchieta - SP Tablado – RJ
Teatro Ginástico – RJ Figurinos Figurinos
Cenário e Figurinos
As lágrimas amargas de Petra Von Testemunha de acusação
O rendez-vous Kant Agatha Christie
Robert Thomas R. M. Fassbinder Direção de Domingos Oliveira e Luiz Carlos
Direção de Antônio Pedro Borges Direção de Celso Nunes Maciel
Cia Eva Todor – RJ Teatro dos Quatro – RJ Teatro BNH – RJ
Figurinos Figurinos Figurinos

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Freud - no distante país das almas Quatro meninas Creme da lua
Henry Denker Louise May Alcott Eduardo Martins
Direção de Flávio Rangel Direção de Carlos Wilson Direção de Anselmo Vasconcellos
Teatro Clara Nunes – RJ Teatro Vanucci – RJ Teatro Copacabana – RJ
Figurinos Figurinos Figurinos

Negócios de Estado Drácula (1ª versão) Drácula (2ª versão)


Louis Verneuil H. Deane e J. L. Balderston H. Deane e J. L. Balderston
Vargas Direção de Flávio Rangel Direção de Gianni Ratto Direção de Gianni Ratto
Dias Gomes e Ferreira Gullar Teatro Hilton – SP Teatro Procópio Ferreira – SP Teatro Tereza Raquel – RJ
Direção de Flávio Rangel Figurinos Figurinos Figurinos
Teatro João Caetano – RJ
Figurinos 1985 O menino do Egito 1988
Cyrano de Bergerac Paulo César Coutinho O amante de Madame Vidal
Os desinibidos Edmond Rostand Direção de Carlos Wilson Louis Verneuil
Roberto Athayde Direção de Flávio Rangel Teatro Glauce Rocha – RJ Direção de Gianni Ratto
Direção de Aderbal Junior Tradução de Ferreira Gullar Figurinos Teatro Hilton – SP
Teatro Clara Nunes – RJ Teatro Cultura Artística – SP Figurinos
Figurinos Figurinos O boi e o burro a caminho de Belém
Autoria e Direção de Maria Clara Machado Os três mosqueteiros
Piaf O que o mordomo viu Tablado – RJ Alexandre Dumas
Pam Gens Joe Orton Figurinos Direção de Carlos Wilson
Direção de Flávio Rangel Direção de Flávio Rangel Teatro João Caetano – RJ
Teatro Ginástico - RJ Teatro Clara Nunes – RJ Van Gogh Figurinos
Figurinos Figurinos João Uchoa
Direção de Carlos Wilson O manifesto
Este mundo é um hospício Teatro dos Quatro – RJ Brian Clark
Joseph Kesselring Figurinos Direção de José Possi
Direção de Geraldo Queirós e Maria Clara Teatro Candido Mendes – RJ
Machado Figurinos
Teatro de Arena – RJ
Figurinos Obrigado pelo amor de vocês
Edgard Neville
Pluft, o fantasminha (5ª versão) Direção de Antônio Mercado
Autoria e Direção de Maria Clara Machado Teatro Senac Copacabana – RJ
Tablado - RJ Figurinos
Figurinos
O camaleão na lua
Madame Blavatsky Maria Clara Machado
1984 Plínio Marcos Direção de Cacá Mourthé
Com a pulga atrás da orelha Direção de Jorge Takla Teatro Planetário – RJ
Georges Feydeau Teatro Aliança Francesa – SP Figurinos
Direção de Gianni Ratto Figurinos 1987
Teatro Procópio Ferreira – SP Odisseia 1989
Figurinos O encontro entre Pascal e Descartes Homero Orlando
Jean Claude Brisville Direção de Carlos Wilson Virginia Wolf
Emily Direção de Jean Pierre Miquel Teatro dos Quatro – RJ Direção de Bia Lessa
William Luce Teatro Aliança Francesa – RJ Figurinos CCBB - RJ
Direção de Miguel Falabella Figurinos Figurinos
Teatro Candido Mendes – RJ Um piano à luz da lua
Figurinos 1986 Paulo César Coutinho Como se tornar uma supermãe em
Lembranças da China Direção Cecil Thiré 10 lições
O dragão verde Alcides Nogueira Teatro Villa Lobos – RJ Paul Fuks
Autoria e Direção de Maria Clara Machado Direção de Jorge Takla Figurinos Direção de Wolf Maya
Tablado - RJ Teatro Maria Della Costa – SP Teatro Princesa Isabel – RJ
Figurinos Figurinos Macbeth Figurinos
William Shakespeare
Foi bom, meu bem? Larga do meu pé Direção de Ricardo Kosovski Lílian
Luís Alberto de Abreu Georges Feydeau Tablado – RJ William Luce
Direção de Wolf Maya Direção de Luiz de Lima Figurinos Direção de José Possi
Teatro Planetário – RJ Teatro Villa Lobos – RJ Teatro Candido Mendes – RJ
Figurinos Figurinos Figurinos

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A vida de Galileu Galilei 1992 1994
Bertolt Brecht O retrato de Gertrudes Stein quando A chave do tesouro
Direção de Celso Nunes homem Heloísa Perissé
Teatro Guaíra - PR Alcides Nogueira Direção de André Mattos
Figurinos Direção de Antônio Abujamra Teatro do Planetário – RJ
CCBB - RJ Figurinos
O tempo das operetas Figurinos
Ana Maria Nunes Bastien & Bastienne A bela adormecida
Direção de Eduardo Wotzik As mulheres de 30 W. A . Mozart Maria Clara Machado
Teatro Laura Alvim e Teatro Glauce Rocha Autoria e Direção de Domingos Direção de Ricardo Prado e Inácio de Direção de Cacá Mourthé
– RJ Oliveira Nonno Tablado - RJ
Figurinos Teatro do Planetário – RJ CCBB - RJ Figurinos
Figurinos Figurinos
A bela do Alentejo
O rapto das cebolinhas Noel Florbela Espanca
Autoria e Direção de Maria Clara Machado Joaquim de Assis e Luiza Monteiro Direção de Miguel Falabella
Tablado – RJ Direção de Ricardo Kosovski Teatro Candido Mendes – RJ
Figurinos Teatro Sesc Tijuca – RJ Figurinos
Figurinos
1993 Black out
Viagem a Forli 1995 Frederick Knott
Autoria e Direção de Mauro Rasi Com o rio na barriga Direção de Eric Nielsen
Teatro Copacabana – RJ Rogério Blat Teatro Villa Lobos – RJ
Figurinos Direção de Ernesto Piccolo Figurinos
Teatro Gonzaguinha – RJ
A filha de Lúcifer Figurinos Um pedido de casamento
1990 William Luce Anton Tchekhov
A cor da rosa Direção de Miguel Falabella Vita e Virgínia Direção de Marcus Alvisi
Mônica Serpa e Shimom Nahmias Teatro Candido Mendes – RJ Eileen Atkins CCBB – RJ
Direção de Shimom Nahmias Figurinos Direção de Ítalo Rossi Figurinos
CCBB e Sesc Tijuca – RJ Teatro dos Quatro – RJ
Figurinos Desejo Figurinos É...
Eugene O’Neill Millôr Fernandes
1991 Direção de Ulysses Cruz Encontro no supermercado Direção de Camilo Átilla
O boi e o burro a caminho de Belém Teatro Copacabana – RJ Shula Melguido Teatro Bibi Ferreira - SP
Autoria e Direção de Maria Clara Machado Figurinos Direção de Cláudio Torres Gonzaga Figurinos
Tablado – RJ Teatro Tereza Raquel – RJ
Figurinos Anatol Figurinos O passado a limpo
Arthur Schnitzler Rogério Blat
O cavalinho azul Direção de Paulo Reis Papo de anjo Direção de Ernesto Piccolo
Autoria e Direção de Maria Clara Machado Teatro de Arena – RJ Autoria e Direção de João Bethencourt Teatro Gonzaguinha – RJ
Tablado – RJ Figurinos Teatro da Praia – RJ Figurinos
Figurinos Figurinos
A arca de Noé O futuro era hoje
Doppleganger - o duplo Maria Clara Machado Rogério Blat
Autoria e Direção de Domingos Oliveira Direção de Márcia Ítalo Direção de Ernesto Piccolo
Teatro dos Quatro – RJ Figurinos Teatro Gonzaguinha – RJ
Figurinos Figurinos
Mimi, uma adorável doidivanas
Ações ordinárias Camilo Átila 1997
Jerry Sterner Direção de Odavlas Petti DNA Brasil
Direção de Odavlas Petti Teatro Clara Nunes – RJ Rogério Blat
Teatro Copacabana – RJ Figurinos Direção de Ernesto Piccolo
Figurinos Teatro Gonzaguinha – RJ
Cantos e danças da Renascença Figurinos
Em nome do pai Concepção de Gaby Leib
Alcione Araújo Direção Artística de Helder Parente 1996 Diário de um louco
Direçao de Rubens Correa CCBB – RJ A gaivota Nikolai Gogol
CCBB - RJ Figurinos Anton Tchekhov Direção de Marcus Alvisi
Figurinos Direção de Jorge Takla Teatro Ipanema – RJ
Tradução de Barbara Heliodora Figurinos
Teatro Nelson Rodrigues – RJ
Figurinos

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1999 2001 Credores
Praça Onze, o musical Conduzindo Miss Daisy August Strindberg
Rogério Blat Alfred Uhry Direção de Antonio Gilberto
Direção de Ernesto Piccolo Direção de Bibi Ferreira CCBB – RJ
Teatro Gonzaguinha – RJ Teatro Ginástico – RJ Figurinos
Figurinos Figurinos
Julieta de Freud 2004
Cláudia Jimenez e Fátima Valença Pimpinone O boi e o burro na caminho de Belém A primeira noite de um homem
Direção de Antônio Abujamra Autores Carol McDauit e Inácio de Nonno Maria Clara Machado Terry Johnson
Teatro Leblon – RJ Direção de Marcelo Fagerlande Direção de Bernardo Jablonski Direção de Miguel Falabella
Figurinos CCBB – RJ Tablado – RJ Teatro Clara Nunes – RJ
Figurinos Cenário / Figurinos Figurinos
Gata em teto de zinco quente
Tennessee Williams As guerreiras do amor Cócegas Orlando
Direção de Moacyr Góes Domingos Oliveira Autores Ingrid Guimarães e Heloisa Perissé Virginia Wolf
Teatro Princesa Isabel – RJ Direção de Jayme Periard Vários diretores Direção de Bia Lessa
Figurinos Teatro Sesc Copacabana – RJ Teatro Candido Mendes – RJ Teatro Dulcina – RJ
Figurinos Figurino Figurinos
1998
O dinheiro é o terror Um sopro de ar Boeing, Boeing 2005
Rogério Blat Autoria e Direção de Eric Nielsen Marc Camoletti Triunfo silencioso
Direção de Ernesto Piccolo Teatro Gláucio Gill – RJ Direção de Darson Ribeiro Kathrine Kressmann
Teatro Gonzaguinha – RJ Figurinos Teatro dos Grandes Atores – RJ Direção de Bernardo Jablonski e Fabiana
Figurinos Figurinos Valor
Tango bolero e cha-cha-cha Teatro Sesc Copacabana – RJ
A profissão da senhora Warren Eloy Araújo Figurinos
Bernard Shaw Direção de Bibi Ferreira
Direção de Eric Nielsen Teatro Ginástico – RJ 2006
Teatro Copacabana – RJ Figurinos Porcelana fina
Figurinos Georges Feydeau
2000 Direção de Antônio Pedro Borges
Meu querido mentiroso Dona ninguém Teatro Leblon – RJ
Jerome Kilty Heloneida Studart Figurinos
Direção de Wolf Maya Direção de Jesus Chediak
Teatro Delfim – RJ Teatro Vanucci – RJ A ratoeira
Figurinos Figurinos Agatha Christie
Direção de João Fonseca
As três irmãs A serpente Teatro Leblon – RJ
Anton Tchekhov Nelson Rodrigues 2002 Figurinos
Direção de Bia Lessa Direçao de Luiz Arthur Nunes Com a pulga atrás da orelha
CCBB – RJ Teatro Vanucci – RJ Georges Feydeau 2007
Figurinos Figurinos Direção de Gracindo Jr. Um marido ideal
Teatro Procópio Ferreira - SP Oscar Wilde
A resistível ascensão de Arturo Ui Diário secreto de Adão e Eva Figurinos Direção de Victor Garcia Peralta
Bertolt Brecht Mark Twain Teatro Leblon – RJ
Direção de Antônio Abujamra e João Direção de Antônio Abujamra Música na belle époque - Paris-Rio Figurinos
Fonseca Teatro Leblon – RJ 1900
Teatro Dulcina – RJ Figurinos Concepção Gaby Leib 2008
Figurinos CCBB – RJ Doce deleite
O amigo oculto Figurinos Criação Coletiva
Noel, feitiço da vila Augusto Boal Direção de Marília Pêra
Autoria e Direção Andreia Fernandes Direção de Marília Pêra O ateneu Teatro das Artes – RJ
Teatro Carlos Gomes – RJ Teatro Sesi - RJ Raul Pompeia Figurinos
Figurinos Figurinos Direção de Leonardo Brício e Gaspar Filho
Teatro Villa Lobos – RJ Yolanda
Michelangelo Figurinos Lelê Garnier
Doc Comparato Direção de Ernesto Piccolo
Direção de Antônio Abujamra 2003 Teatro de Arena – RJ
Teatro João Caetano – RJ Pluft, o fantasminha Figurinos
Figurino Maria Clara Machado
Direção de Cacá Mourthé
Tablado – RJ
Figurinos

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O dragão verde 2012 1976
Maria Clara Machado Os datilógrafos Duas vidas
Direção de Cacá Mourthé Murray Schisgal Novela de Janete Clair
Tablado – RJ Direção de Celso Nunes TV Globo
Figurinos Teatro Solar de Botafogo – RJ Direção de Marco Aurélio Bagno, Gonzaga
Figurinos Blota, Daniel Filho, Jardel Mello e José
2009 Carlos Pieri
Gloriosa, a vida Florence Foster O pirata Barba Ruiva Figurinos
Peter Quilter Manoel Antonio Villaboim
SHOWS
1962
Direção de Charles Moeller Direção de Susana Kruger Saramandaia
Doze bikinis
Teatro Fashion Mall – RJ Teatro Oi Ipanema – RJ Novela de Dias Gomes
Autoria e Direção de Abelardo Figueiredo
Figurinos Figurinos TV Globo
Night and Day - RJ
Direção de Walter Avancini, Gonzaga Blota
Cenários
Teatro musical brasileiro e Roberto Talma
Antônio Martinez Correa CARNAVAL Direção de Arte e Figurinos
1980
Direção de Fabio Pillar 1978
Saudades do Brasil - Elis Regina
CCBB – RJ Mangueira
Direção de Ademar Guerra
Figurinos Fantasias
Canecão - RJ
Figurinoss

BALLET
1987
1964
Show Beth Carvalho
A Yara
Direção de Túlio Feliciano
Coreografia Harald Lander
Rival – RJ
Direção de Harald Lander
Figurinos
Theatro Municipal – RJ
Figurinos

1998
PRÊMIOS
1955
Les présages 1977
O baile dos ladrões
Coreografia Leonid Massine Espelho mágico
Prêmio Revelação da Associação de
Direção Tatiana Leskova Novela de Lauro César Muniz
Críticos Teatrais do Rio de Janeiro
2010 Theatro Municipal – RJ TV Globo
Suite brasileira Figurinos Direção de Gonzaga Blota e Daniel Filho
1956
Concepção e Direção de Hélio Eichbauer Figurinos
Diploma de Medalha de Ouro de Melhor
Teatro Tom Jobim - RJ
Figurinista - pela Associação Brasileira de
Figurinos ÓPERA O astro
Críticos Teatrais
1983 Novela de Janete Clair
Biquíni vermelho Yerma TV Globo
1957
Artur Xexéo Villa Lobos Direção de Gonzaga Blota, Daniel Filho e
Nossa vida com papai
Direção de Marília Pêra Direção de Adolpho Celli Marco Aurélio Bagno
Prêmio Saci de Teatro - Estado de São
Teatro Ginástico – RJ Theatro Municipal – RJ Figurinos
Paulo
Figurinos Figurinos
CINEMA
Diploma de Revelação de Figurino -
A carpa 2010 1974
Associação Paulista de Críticos Teatrais
Denise Crispum e Melaine Dimantas O trovador Um homem célebre
Direção de Ary Coslov Giuseppe Verdi Direção de Miguel Faria Jr.
1958
Teatro Leblon – RJ Direção Bia Lessa Figurinos
Nossa vida com papai
Figurinos Theatro Municipal – RJ
Prêmio Governador do Estado de São Paulo,
Figurinos 1991/1993
Melhor Figurinista Profissional, Teatro
Conversando com mamãe Moças de fino trato
Brasileiro de Comédia. (São Paulo, 9 de
Santiago Carlos Oves Direção de Paulo Thiago
julho de 1958)
Direção de Susana Garcia e Herson Capri TELEVISÃO Figurinos
Teatro do Leblon – RJ 1973
1959
Figurinos Chico city 1999/2001
O anjo de pedra e Tia Mame
Programa Semanal da TV Globo Amélia
Melhor Figurinista/Prêmio Padre Ventura
2011 Direção de Augusto César Vanucci Roteiro e Direção de Ana Carolina
dos Críticos Teatrais Independentes do Rio
O pacto das três meninas Figurinos Figurinos
de Janeiro
Lulu Silva Telles e Rosane Svartman
Direção de Ernesto Piccolo
Teatro Clara Nunes – RJ
Figurinos

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1985 2006
Prêmio Governador do Estado - Melhor Prêmio Shell de Teatro
Figurino pelo Conjunto de Trabalhos Homenagem Especial
Realizados
2007
Arsênico e alfazema O dragão verde
Prêmio Ibeu, Melhor Figurino Prêmio Zilka Sallaberry de Teatro Infantil
Melhor Figurino
1989
Primeiro Prêmio Golden Metais Oscar Gay
Troféu Vianninha 2 Prêmios da APETESP
1960 Melhor Figurino
Medalha Machado de Assis - Medalha
comemorativa de inauguração da sala 1991 Cursos
Machado de Assis do Teatro Nacional de Ações ordinárias 2006
Comédia - pelo Ministério da Educação e Prêmio Ibeu, Melhor Figurino História, execução e colocação dos
Cultura, Serviço Nacional de Teatro chapéus
1993 6 aulas
1968 A filha de Lúcifer
O jardim das cerejeiras Prêmio Ibeu, Melhor Figurino 2008
Prêmio Molière, Melhor Figurino A cartola do Visconde - chapéus
1995 Teatro Poeira – agosto de 2008
1969 Vita e Virgínia 12 aulas
Prêmio Molière, Medalha Prêmio Cultura Inglesa
2011
1973 Placa em Homenagem e Agradecimentos Palestras sobre figurino no teatro
O amante de Madame Vidal dos Componentes da Oficina do Teatro Teatro Dulcina - reabertura
Prêmio Molière, Prêmio Especial CACG setembro de 2011
3 palestras
1974 1997
Prêmio Estadual de Teatro Categoria Troféu Mambembe de Melhor Figurinista
Melhor Figurinista - conferida pelo Governo – Adulto
de Estado da Guanabara, Secretaria de
Cultura, Desportos e Turismo. (Guanabara, 1998
28 de junho de 1974) Terceiro Prêmio Contigo de Teatro
Melhor Figurino
1981
Os cigarras e os formigas Troféu Mambembe, Melhor Figurinista pelo
Troféu Mambembe - Figurinista – Infantil conjunto de trabalhos já realizados

1982
Conjunto de trabalhos
Prêmio Molière
Melhor Figurinista 20 de outubro de 2013
Durante a finalização deste livro, Kalma
Hedda Gabler Murtinho faleceu, deixando, além de
Prêmio Mambembe saudade e do exemplo de uma vida alegre
Melhor Figurino – RJ e criativa, uma enorme contribuição para
a excelência da arte do figurino, no teatro
Prêmio Fernando Chinaglia -- Diploma de brasileiro, e para a formação de novos
Personalidade Cultural pela União Brasileira profissionais que, com ela, deram os
de Escritores primeiros passos em suas carreiras.

1984 2001
Com a pulga atrás da orelha Placa em homenagem à figurinista pelo
Prêmio Mambembe SP e RJ Centro de Moda, Beleza e Design do Senac
– RJ
Emily (The belle of amherst)
Prêmio Ibeu 2005
Prêmio APCA / categoria Figurino Orlando
Prêmio Shell de Teatro
Foi bom, meu bem? Melhor Figurino
Prêmio Mambembe

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Presidenta da República

créditos
Dilma Rousseff

Ministra da Cultura
Marta Suplicy

FUNDAÇÃO NACIONAL DE ARTES – Funarte

Presidente
Guti Fraga

Diretor Executivo
Reinaldo da Silva Verissimo

Diretora do Centro de Programas Integrados


Maria Ester Lopes Moreira

Diretor do Centro de Artes Cênicas


Antonio Gilberto

Gerente de Edições
Oswaldo Carvalho

Organização e Pesquisa Créditos dos desenhos: Nossa vida com papai


Rita Murtinho e Carlos Gregório Desenhos, 1956 | Acervo Kalma
Capa Murtinho
Coornenação Editorial Desenho para Tia Mame, 1959 | Acervo
Carlos Gregório Kalma Murtinho O tempo e os Conways
Desenhos, 1957 | Acervo Kalma
Assistentes de Pesquisa Quarta capa Murtinho
Luiza Moura Desenho para O baile dos ladrões, 1955 |
Glauce Guima Acervo Tablado A bruxinha que era boa
Montagem 1958
Textos Guardas Desenhos, 1958 | Acervo Tablado
Fernanda Montenegro Desenho para A dama do Maxim’s, 1965 | Montagem 1978
Barbara Heliodora Acervo Kalma Murtinho Desenhos, 1978 | Acervo Kalma
Paula Santomauro Murtinho
TEATRO
Entrevistas Escola de viúvas O matrimônio
Carlos Gregório Desenhos, 1952 | Acervo Tablado Desenhos, 1958 | Acervo Kalma
Andressa Camargo Murtinho
A sapateira prodigiosa
Design Gráfico e Produção Desenhos, 1953 | Acervo Tablado O anjo de pedra
Ruth Freihof | Passaredo Design Desenhos, 1959 | Acervo Kalma
O boi e o burro no caminho de Belém Murtinho
Designer Assistente Desenhos, 1953 | Acervo Tablado
Phil ValleR Tia Mame
Nossa cidade Montagem 1959 a 1962
Digitalização e Tratamento de Imagens Desenhos, 1954 | Acervo Tablado Desenhos | Acervo Kalma Murtinho
Trio Studio
O baile dos ladrões O cavalinho azul
Revisão e Padronização de Texto Desenhos, 1955 | Acervo Tablado Desenhos, 1960 | Acervo Kalma
Rosalina Gouveia e BR 75 Produções Murtinho
Pluft, o fantasminha
Liberação dos Direitos de Uso de Imagens Montagem 1955 Um elefante no caos
e textos Desenhos, 1955 | Acervo Kalma Murtinho Desenhos, 1958 | Acervo Kalma
Ileana Pradilla | Plural Montagem 1974 Murtinho
Desenhos, 1974 | Acervo Kalma Murtinho
Assessoria Jurídica Montagem 1985 Com a pulga atrás da orelha
Ana Luisa Chafir Desenho, 1985 | Acervo Kalma Murtinho Montagem 1960
Montagem 1995 Desenhos, 1960 | Acervo Kalma
Produção Gráfica Desenhos, 1995 | Acervo Kalma Murtinho Murtinho
Julio Fado Montagem 1984
O macaco da vizinha Desenhos, 1984| Acervo Kalma
Desenhos, 1956 | Acervo Tablado Murtinho

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Dona Rosita, a solteira Piaf Agradecimentos Especiais
Desenhos, 1960 | Acervo Kalma Murtinho Desenhos, 1983 | Acervo Kalma Murtinho
Aos fotógrafos que cederam graciosamente suas fotos:
Maroquingas Fru-Fru Negócios de estado Paulo Jabur, Márcio Pilot, Carlos Fernando Macedo/
Desenhos, 1970 | Acervo Kalma Murtinho Desenhos, 1984 | Acervo Kalma Murtinho Guanabaratejo, Chico Nogueira, João Caldas, Djalma Limogni
Batista, Linda Conde, Reginaldo Arcuri, Silvio Pozatto.
A gata borralheira Cyrano de Bergerac
Desenho, 1962 | Acervo Kalma Murtinho Desenhos, 1985 | Acervo Kalma Murtinho Às pessoas que contribuíram para o enriquecimento deste livro
concedendo entrevistas e produzindo textos:
Memórias de um sargento Orlando Fernanda Montenegro, Jacqueline Laurence, Nathalia Timberg,
de milícias Desenhos, 2004 | Acervo Kalma Murtinho Camilla Amado,Helio Eichbauer, Jorge Takla, Bia Lessa e
Desenhos, 1966 | Acervo Kalma Murtinho Carmen Silvia Murgel.
A vida de Galileu Galilei
A dama do Maxim’s Desenhos, 1989 | Acervo Kalma Murtinho As pessoas que ajudaram no processo de pesquisa:
Desenhos, 1965 | Acervo Kalma Murtinho Joelma Ismael (Funarte), Juliana Tillman (O Tablado), Neusa
A gaivota Maria de Oliveira Stefani, áldice Lopes, Patrícia Pires, Tatiana
A úlcera de ouro Desenhos, 1996 | Acervo Kalma Murtinho Leskova, Eddy Resende.
Desenhos, 1967 | Acervo Kalma Murtinho
CARNAVAL Ao Tablado
O jardim das cerejeiras Mangueira
Montagem 1968 Desenho, 1978 | Acervo Kalma Murtinho Aos amigos e parentes que participaram ou contribuíram de
Desenhos, 1968 | Acervo Kalma Murtinho alguma forma para a concretização deste livro.
Montagem 1982 BALLET
Desenhos, 1982 | Acervo Kalma Murtinho Les présages Muito obrigada a todos.
Desenhos, 1998 | Acervo Kalma Murtinho
O amante de Madame Vidal
Desenhos, 1973 | Acervo Kalma Murtinho CINEMA
Amélia
Quem casa quer casa e Desenhos, 2001 | Acervo Kalma Murtinho
Murtinho, Kalma.
outras coisas mais
Kalma Murtinho: figurinos / Kalma Murtinho;
Desenhos, 1980 | Acervo Kalma Murtinho OPERA
organizadores, Rita Murtinho, Carlos Gregório.
O trovador
Rio de Janeiro : Funarte, 2014.
Os cigarras e os formigas Desenhos, 2010 | Acervo Kalma Murtinho
244 p.; 28cm.
Desenhos, 1981 | Acervo Kalma Murtinho
A Funarte e os organizadores empreenderam
Hedda Gabler todos os esforços a seu alcance para identificar
ISBN 978-85-7507-158-8
Desenhos, 1982 | Acervo Kalma Murtinho as pessoas fotografadas e os autores das
imagens publicadas nesta obra, bem como seus
1. Murtinho, Kalma, 1920– . Figurinistas – Brasil.
As lágrimas amargas de herdeiros. A Funarte está à disposição de todos
Petra Von Kant os interessados em corrigir falhas e omissões
CDD 792.025092
Desenhos, 1982 | Acervo Kalma Murtinho que possam ter decorrido da impossibilidade de
encontrar os envolvidos, para então proceder
aos ajustes necessários.

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Este livro foi produzido na cidade do Rio de Janeiro e impresso pela Edigráfica,
no primeiro semestre de 2014 com arquivos fornecidos pela Funarte.

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