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BIOMECÂNICA E ANÁLISE DA POSTURA
Trabalho estático
O trabalho estático é aquele que exige contração contínua de alguns músculos para
manter o corpo ou parte do corpo em uma determinada posição. O trabalho estático
é altamente fatigante e, sempre que possível, deve ser evitado. Na impossibilidade
de se evitar o trabalho estático, a fatiga pode ser aliviada através de mudanças
freqüentes da postura, melhorando-se o posicionamento de peças e ferramentas ou
utensílios ou ainda providenciando-se apoio para partes do corpo com o objetivo de
reduzir as contrações estáticas dos músculos. Também se podem programar
pausas de curta duração com elevada freqüência permitindo o relaxamento
muscular e o alívio da fadiga.
Trabalho dinâmico
Posturas do corpo
O corpo, trabalhando ou em repouso, assume três posturas básicas: deitada,
sentada e de pé. Em cada uma dessas posturas estão envolvidos esforços
musculares para manter a posição relativa de partes do corpo, distribuída da
seguinte forma conforme o tipo físico e o sexo:
Posição deitada
Posição sentada
Posição de pé
Posturas inadequadas mantidas por um longo tempo podem provocar fortes dores
localizadas nos conjuntos de músculos solicitados na conservação dessas
posturas:
Muitas vezes é necessário inclinar a cabeça para frente para se ter uma visão
melhor em determinada tarefas. Esta postura provoca fadiga rápida nos músculos
do pescoço e do ombro para manter o peso da cabeça (4 a 4.5Kg). Esta
necessidade de inclinar a cabeça geralmente ocorre quando:
Aplicação de forças
DESCONFORTO DESCONFORTO
PARTES DO PARTES DO
CORPO CORPO
1 2 3 4 5 6 7 Nº Nº 1 2 3 4 5 6 7
1 Pescoço Pescoço 1
5 Bacia Bacia 5
11 Ombros Ombros 6
12 Braços Braços 7
13 Antebraços Antebraços 8
14 Punhos Punhos 9
15 Mãos Mãos 10
19 Coxas Coxas 16
20 Pernas Pernas 17
MULHERES HOMEM
Empurrar Puxar Empurrar Puxar
FORÇA (N)
Médi D.P. Média D.P. Média D.P. Média D.P.
a
Altura da 152 150 48 143 34 284 83 174 14
pega em 109 176 68 171 33 342 98 258 26
cm 68 158 61 179 73 399 95 376 73
Média 161 58 164 51 242 101 269 95
Alcance vertical
Quando o braço é mantido na posição elevada, acima dos ombros, os músculos dos
ombros e do bíceps se fatigam rapidamente, e podem aparecer dores provocadas
por uma tendinite dos bíceps, especialmente nas pessoas mais idosos, que tem
menos mobilidade nas juntas.
Alcance horizontal
Resistência da coluna
A musculatura das costas é a que mais sofre com o levantamento de pesos. Devido
à estrutura da coluna vertebral, composta de discos superpostos, ela tem pouca
resistência a forças que não tenham a direção de seu eixo. Portanto, na medida do
possível, a carga sobre a coluna vertebral deve ser feita no sentido vertical,
evitando-se as cargas com as costas curvadas.
Análise da postura
Na prática, numa atividade qualquer, o corpo pode assumir centenas de posturas
diferentes. Em cada tipo de postura, um diferente conjunto da musculatura é
acionado. Uma simples observação visual não é suficiente para analisar essas
posturas detalhadamente. Existem diversas técnicas para registros de posturas,
porém, devido às limitações de recursos utilizaremos apenas os registros de
observações diretas.
A técnica utilizada consiste na observação direta do sujeito durante a realização de
tarefas, registrando-se as posturas conforme um conjunto de posturas pré-definidas
nos planos sagital, coronal e transversal, conforme for o caso, registrando-se a
freqüência, duração média e sentida da força quando se tratar de esforço e os
sintomas provocados pela postura assumida.
O alcance dos membros pode ser registrado nestes planos triortogonais, sagital,
coronal e transversal. A conjugação destes três registros fornece um traçado
volumétrico de alcance. Estes registros podem representar dois tipos de alcances,
um para área preferencial e outro para alcance máximo. O primeiro corresponde ao
movimento realizado mais facilmente com movimentos dos braços, enquanto que os
alcances máximos envolvem movimentos simultâneos de tronco e ombros.
A faixa entre os círculos indica a zona de tolerância para conforto. Fora deste limite
grande desconforto ou danos fisiológicos é encontrado.
Fontes consultadas
IIDA, Itiro. Ergonomia: projeto e produção. São Paulo: Edgrad Blücher, 1990.
MORAES, Anamaria; MONT´ALVÃO, Cláudia. Ergonomia: conceitos aplicações. Rio
de Janeiro: 2AB, 1998. (Série Design).
SANTOS, Néri; FIALHO, Francisco. Manual de análise ergonômica do trabalho.
Curitiba: Gênesis, 1995.
RASCH, J. Phillip e all. Cinesiologia e anatomia aplicada. Rio de Janeiro:
Guanabara, 1989.
1
DREYFUSS, Henry. The measure of man. New York, 1976