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21/12/2014 Como entender o livro de Nietzsche: Assim Falou Zaratustra (Pronto para Impressão)

Como entender o livro de Nietzsche: Assim Falou Zaratustra
Por: Edjar Dias de Vasconcelos | Publicado em : 01/07/2012

Como entender o livro, Assim falou Zaratustra de Nietzsche,

Nietzsche decreta a morte de Deus, não existe significado para viver a vida, o homem é o responsável
pelas criações de tudo, de todas as formas  de valores, não se deve mais ser submisso, acabou­se o
conceito que se refere, tu deves, para dizer eu quero e posso querer.

 Porque o homem é o criador de tudo.  Portanto, a mentalidade cristã de homem, precisa ser superada.
 Essa é grande proposta de Zaratustra.

Nietzsche cria uma metáfora a respeito de Zaratustra, como se ele fosse procurar seus companheiros.
Com objetivo de fazer um grande esclarecimento a respeito do próprio homem.

  O livro  mostra Zaratustra  despedindo da cada um dos seus amigos. Pede a todos que reneguem ele
próprio,  pois pode ser um vigarista, alguém que deseja enganar, quando o grande objetivo  seria levar
ao homem a liberdade.

Por fim mostra que seguir Zaratustra é o único grande objetivo da vida, mas não se segue Zaratustra,
seguindo os seus próprios ensinamentos, quem desejar aprender sua sabedoria, tem que renunciar a si
mesmo, essa é a  condição para ser seguidor de Zaratustra.

 Zaratustra percebe que sua doutrina está sendo destruída, por outra filosofia religiosa, trata­se do
cristianismo. Ele vai novamente à montanha, para ensinar o grande significado do amor, como o
grande sentido da vida. Afirma que os tipos de sofrimentos fazem parte dessa vida.

 Mas que nenhum sofrimento tem razão de ser, é da natureza da mecanicidade da vida sofrer, não tem
como não sofrer, ensina sabiamente Zaratustra, ele diz o sofrimento não leva a priori nenhuma
recompensa, sofremos porque é da lógica da natureza a sua própria degeneração.

 Tudo que nasce pelo processo de evolução surge para mudar, para deixar de ser o que era antes, o
mundo é um eterno deixar de ser, só não deixar de ser, aquilo que antes nunca fora, não tivera a
oportunidade de existir, explica essa lógica aos seus discípulos.

Ele pregava a sua doutrina na montanha, porque o mundo urbano não teria sabedoria, para entender o
significado dos seus ensinamentos, a vida é o momento, dizia o sábio filósofo, o aqui agora, nada vai
além dessa possibilidade.

 Buscar algo, além disso, explicava Zaratustra, é desejar construir a ilusão pela imaginação.  Qualquer
coisa que vai além da realidade presente, é apenas o nada, é triste saber que a existência não tem
sentido, mas devemos buscar a verdade, mesmo que ela seja dura.  

Continuava, com efeito, o grande profeta, dizia ele, a humanidade precisa me escutar, sobretudo,
assimilar a minha doutrina, que na sua essência é muito simples, consiste no seguinte aspecto, na vida
nada é definitivo, seu caráter fundamental é a transitoriedade, nada é fixo.

 Não  é possível dar significado a existência, isso aqui, dizia Zaratustra aos seus discípulos, a vida é
apenas um momento temerário, que causa medo e espanto, mas devermos encarar tudo isso, com
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sabedoria e desprezo.

Ele procurava destruir os sacerdotes, por serem inimigos da sabedoria, são mentirosos de plantão,
aqueles que envenenam a vida, destroem  a liberdade, o único Deus, é aquele que veio para deixar o
homem, ser o próprio Homem.

 Ataca a ideia daqueles que dizem ser aqui um vale de lágrimas, como se a recompensa viesse depois
da vida, esses mentirosos do verdadeiro espírito, que não é a alma, mas um conceito de liberdade, são
os inimigos de Zaratustra, proíbe o surgimento  do super­homem.

Então o grande profeta, que é a figura do próprio filósofo, o senhor Nietzsche. A profecia vem mostrar
que o homem deve vencer a si mesmo e que este combate não tem fim nem mesmo descanso, é
interminável.

 O grande inimigo que deve ser vencido em primeiro lugar é a filosofia de Platão, as ideias de Santo
Agostinho, posteriormente a exegese tomista aristotélica, como também o iluminismo cartesiano, pelo
menos em parte.

  A superação da filosofia, de  certo tipo de filosofia, é a condição prévia para o surgimento do super
homem, desse modo refletia Zaratustra, que dizia ser o novo Deus, mas que não teria nenhum poder,
a  não ser mostrar esse grande significado ao homem.

O cristianismo é uma doutrina oportunista, do mesmo modo os ensinamentos da filosofia de Platão, as
elaborações dos santos padres, são manipulações da mentira, como se fossem verdades. Aproveita da
fraqueza humana, do desespero do homem, por entender que está sozinho, que não é possível
encontrar nada que possibilite sustentação na própria existência.

O mundo é a mais absoluta ilusão prega o profeta, Deus mesmo se ele existisse seria um inútil, porque
o mundo obedece apenas suas leis, nada pode alterar uma lei natural, a matéria realiza o princípio da
degeneração, nenhum homem poderá alterar esse princípio que leva a morte.  

Por esse motivo que o homem fraco, percebe seu nada, e que ele em sua existência, sabe que não tem
futuro, desesperadamente aceita a falsa profecia dos sacerdotes, que justifica uma vida além.

 Buscam os fundamentos de Platão, para desenvolver a elaboração da ressurreição ou da reencarnação,
dando ao homem, um falso ponto fixo, no qual pode fugir da sua própria realidade, entendendo que a
vida é a outra vida.

Como se existisse de fato um Deus real e bom, com isso livra­se do seu desespero. Esse é o falso
homem, o homem verdadeiro é aquele que entende que o mundo não tem nenhum significado para sua
existência e que viver é a mais absoluta perda de tempo, explicava Zaratustra.

O  profeta verdadeiro,  formula a sua grande doutrina do eterno retorno de todas as coisas.  Tudo volta
ser exatamente como era, a matéria voltará, mas o espírito jamais, isso porque a alma é uma ideologia,
não tem existência real, é confundida com a linguagem, como se  o homem fosse diferente das demais
espécies do ponto de vista da biologia.

O tempo, nessa acepção, também não existe, o grande fundamento, tudo que existe não teve início,
como também logicamente não poderá ter fim, tudo é como um grande caminho, suas etapas
magníficas só poderão ser compreendidas na metáfora do instante.

 O tempo, com efeito, é apenas o momento, isso significa que o passado até pode existir, como
formulação do momento, mas o futuro é uma ilusão.

 O homem é apenas seu instante, a alienação desse tempo que é permanente, nessa compreensão
epistemológica, os verdadeiros sacerdotes são aqueles que admitem a grande profecia do
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zoroastrismo.

O único ponto fixo segue uma ideia infinita para trás e para frente, sendo o momento, onde tudo se
encontra  assim  dessa forma, tudo que já aconteceu, vai acontecer de novo, isso numa perspectiva 
infinita, o mundo é a eterna repetição, tudo isso refere­se ao campo da matéria, e não da alma.

O eterno retorno é um grande pesadelo, o profeta mostra sempre um aspecto, terrível que assusta o
homem frágil, a ideia de repetição, que é o princípio da vida, mas não a ideia da individuação, o
homem em particular não tem nenhuma razão de ser, apenas a espécie.

  Zaratustra apresenta o nada da alienação, aquilo que não tem razão de ser, o que é mortífero, mas
também por outro lado, prega a profecia, da suprema afirmação, a existência como é, sem finalidade, 
retornando para a realização do seu nada.

O homem tem que realizar sua liberdade, porque o retorno, ou seja, a replicação da matéria tem como
função e realização extrema do niilismo, o nada sem sentido também é eterno.

O homem retorna a essa terra, a esse sol, como também outras espécies, não com a finalidade de
realizar uma nova vida, diz o profeta, tudo é exatamente velho, todos nós retornaremos, mas não para
sermos nós, porque não somos a grande finalidade e realizar novamente a mesma vida, idêntica em
tudo.

Tudo o que existe diz a profecia, voltamos para ensinar outra vez, o eterno retorno, estamos aqui com
esse objetivo, compreendermos o significado da volta, para dizer outra vez ao homem, a única
finalidade da sua existência, é a busca continua da construção da sua liberdade na criação do super
homem, livre dos mecanismos de alienação e para tal tem que libertar imediatamente do cristianismo
e da filosofia de Platão.

Na ultima parte do livro os homens supostamente superiores vão a procura de Zaratustra, Todos
tinham pedido o sentido da existência, a procura de uma nova filosofia, o que Zaratustra apresenta é a
doutrina de Nietzsche, nela está a grande esperança para o surgimento do novo homem.

Eles não estavam preparados para a nova doutrina, entende que Deus estava de fato morto, mas busca
adorar em lugar de Deus, um jumento, como se fosse a encanação de Zaratustra.  Pois o jumento no
idioma alemão é aquele animal subserviente que sempre diz sim, vive uma vida totalmente renegada.
Esse é fundamento do cristianismo.

Nesse momento surge um leão, com toda sabedoria, dessa forma descreve a metáfora, coloca os
homens superiores em fuga, o que significa que o novo homem, jamais poderá renascer das cinzas da
cultura oficial.

 Naquele tempo, em que livro foi escrito por Nietzsche, significava que deveria ser superada a
doutrina do cristianismo com os fundamentos da filosofia grega do movimento platônico.

  Quem sabe o novo homem será apenas uma anunciação para o futuro, dessa forma imaginou
Zaratustra. A filosofia de Nietzsche a grande semente.

Edjar Dias de Vasconcelos.

Perfil do autor

Bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção ­
Arquidiocese de São Paulo com graduação máxima no Exame De Universa Theologia. Licenciado em
Filosofia e História pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais ­ PUC­MG. Experiência na
orientação de estudos em temas diversos. Professor convidado do Instituto Parthenon ­ Instituto
Brasileiro de Filosofia e Educação­www.institutoparthenon.com.br
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