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Flor do Pântano
Patrícia Potter
Resumo:
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Flor do Pântano Patrícia Potter
Digitalizado por
Projeto_romances
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Flor do Pântano Patrícia Potter
Projeto_romances@yahoo.com.b
r
NOTA DA AUTORA
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jovens soldados.
Embora fosse um mestre da
guerra, ele a desprezava, nã o
hesitando em desligar de seu
regimento qualquer soldado que
cometesse atrocidades contra uma
família tory ou um militar inimigo,
jamais aceitando desculpas por
atos de crueldade.
Muitas das aventuras narradas
neste livro realmente aconteceram,
como, por exemplo, a captura do
general O'Mara, o incêndio do forte
Motte, o ataque a Georgetown e
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vá rias outras.
Algumas pessoas também
existiram. Peter Horry e Billy James
foram companheiros de Marion na
vida real.
Para finalizar, devo dizer que
procurei ao má ximo ser fiel nas
descriçõ es do cará ter de Francis
Marion e dos costumes da época.
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PRÓLOGO
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Afastando as sensaçõ es
desagradáveis experimentadas na
escuridã o, deixou que cada parte
de seu corpo fosse devagar
recebendo energia. Sorriu,
pensando que aquele seria o dia de
seu casamento.
Saiu da cama e correu para a
janela, abrindo as cortinas verdes.
Tudo o que acontecesse nas horas
seguintes teria importâ ncia
decisiva: as condiçõ es de tempo, as
entradas e saídas do pai, as tarefas
dos escravos.
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mã os de Samantha.
— Seu pai sabe que a menina e o
sinhô Brendan... — Interrompeu-se
para engolir o bolo que se formara
na garganta. — Os dois vã o ter um
duelo agora de manhã .
Um grito involuntá rio, carregado
da mais profunda dor, escapou dos
Sá bios de Samantha.
— Nã o! Papai o matará ! Brendan
nã o tem a habilidade dele!
Antes que qualquer das duas
escravas pudesse abrir a boca para
dizer alguma coisa, Samantha saiu
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CAPÍTULO I
Completamente desanimada,
Samantha permanecia sentada
perto da janela de seu quarto
trancado, olhando para as á rvores
que pareciam chorar grossas
lá grimas de musco cinzento-
prateado. Os velhos carvalhos
tinham uma aparência lú gubre e
ela imaginou como um dia pudera
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Respeitar e obedecer.
— Respeito! — ela cuspira a
palavra. — Nunca!
Levantara-se do chã o e saíra da
sala olhando para o vestido que o
sangue de Brendan enodoara. Só ao
chegar ao quarto abandonara-se
completamente à dor, jogando-se
na cama e gritando com a boca
apertada no travesseiro.
Permanecera reclusa durante três
semanas, sobrevivendo apenas a
pã o e á gua, conforme as ordens do
pai que desejava obrigá -la a pedir
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apareceu em cena.
Ela passava por uma porta,
quando ouviu alguém com sotaque
inglês falando com o pai. Ia
continuar seu caminho, mas parou
ao ouvir o nome da família O'Neill.
— O senhor será generosamente
recompensado por esta informaçã o
— o inglês prometeu.
— Eu quero que eles morram. Os
dois — Robert Chatham respondeu.
— Serã o enviados para um navio-
prisã o. Muitos dos prisioneiros
morrem logo. E é o que acontecerá
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— Eu nã o o receberei. Nã o
receberei nenhum invasor
assassino.
— Receberá , sim, ou...
— Ou, o quê? Já fez o má ximo de
mal que podia me fazer, pai.
— Aí é que você se engana.
Ela sentiu um arrepio de medo
subir-lhe pelo corpo. Subitamente,
soube que o homem que chamava
de pai seria capaz de qualquer
coisa se fosse contrariado.
— Você receberá o coronel — ele
decidiu. – E o tratará com gentileza,
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ouviu bem?
Samantha mordeu o lá bio,
frustrada.
— Sim — murmurou, finalmente.
— Vai ficar neste quarto durante
três dias, por causa do atrevimento
de hoje. — Balançou o livro no ar.
— E sem nada que a distraia. Quero
que pense no modo como vem
agindo e que se decida a mudar de
atitude.
Aquilo acontecera dois dias antes.
Teria de suportar mais um antes de
ser libertada, antes de poder
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mã os no ombro dele,
demonstrando compreensã o.
— Ajudarei em tudo que puder
para que isso se torne realidade,
Hector. Juntarei informaçõ es e as
passarei para você.
Na hora do jantar, Robert
Chatham estava irritado.
— O coronel Foxworth me disse
que você nã o aceitou seu convite
para o baile.
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CAPÍTULO II
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rebelde contumaz.
Pai e filho haviam sido separados
dos outros prisioneiros e postos
sob vigilâ ncia especial, depois de
receberem argolas de metal nos
tornozelos e serem amarrados
juntos pelos pés. Uma corrente
pesada ligava-os a outros
prisioneiros considerados
perigosos e recalcitrantes.
Deitado no porã o mais profundo
do navio, Connor ainda podia ouvir
o som humilhante do martelo
fechando a argola à volta de sua
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que restava.
Connor à s vezes se perguntava
por que tentava continuar vivo.
Outros se rendiam à morte ou até a
procuravam para fugir ao
sofrimento desumano.
Mas o jovem 0'Neill tinha metas a
atingir. Soubera por intermédio de
outros prisioneiros que fora Robert
Chatham quem os denunciara aos
tories, recebendo em troca Glen
Woods, a propriedade que lhes fora
confiscada. Mas o infame pagaria
por todos os segundos de
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pela brutalidade.
E foi entã o que a varíola infestou o
navio.
O mau cheiro tornou-se pior que
nunca quando o odor
horrivelmente adocicado da
moléstia misturou-se aos outros.
Os presos gritavam pedindo
médicos, mas nenhum tinha
permissã o para entrar. A morte
começou sua sinistra colheita e
apenas os mais fortes resistiram
aos golpes de sua foice.
Connor já ficara imunizado
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praia.
O inglês estudou o prisioneiro
demoradamente. As roupas
achavam-se em frangalhos, o rosto
imundo e barbudo, mas havia
dignidade no porte do infeliz. Ele
odiava trabalhar naqueles navios-
prisõ es, mas fora mandado para
um deles quando sua embarcaçã o
afundara deixando-o sem um posto
por algum tempo. Fazia três meses
que estava ali e rezava todas as
noites para ir embora. Virou-se
para os guardas.
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orgulho.
— Sim, e sua mã e também é uma
mulher bonita. Diga a ela que eu
disse isso. E diga-lhe que serei
eternamente grato a vocês dois.
Johnny desceu para a margem e
ajudou Connor a entrar no barco.
Colocando o mosquete e o saco de
pó lvora perto da bolsa de comida
que o garoto trouxera na pequena
embarcaçã o, Connor pegou o remo.
— Adeus, senhor — o menino
sussurrou.
Era uma boa coisa que a noite
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antes de desembarcar e
desaparecer no mato rasteiro.
Sentiu-se como um animal caçado,
mas o mosquete infundia-lhe
alguma confiança. Nã o hesitaria em
atirar para defender-se.
Ele caçara nas margens do Pee
Dee durante toda a sua vida e
aquele bosque nã o apresentava
mistérios. Conhecia cada á rvore
daquele trecho, que se estendia a
menos de um quilometro e meio de
Glen Woods.
Ouviu passos correndo nas trilhas
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muito tempo?
Animou-se quando pensou nas
valiosas informaçõ es que tinha
para passar ao coronel Francis
Marion, porque Hector ainda nã o
tivera oportunidade de passar
adiante tudo o que ela conseguira
saber no baile. Seria um bom
passaporte.
Suspirou pensando nos cabelos
longos e brilhantes. Teria de cortá -
lo e, tendo crescido numa fazenda
de índigo, sabia que usando um
pouco da planta para tingi-los, eles
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"Papai,
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Samantha."
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— Connor?
Sua pergunta ansiosa caiu no
silêncio e ela percebeu que ele
estava inconsciente. O rosto era
gelado ao tato, apesar da
temperatura razoavelmente quente
daquele final de outubro.
— Oh, Connor, o que devo fazer?
Ela procurou lembrar-se dos
textos dos livros de medicina.
Como a maioria das senhoras das
fazendas, muitas vezes fora
chamada para dar assistência aos
escravos doentes, mas seu
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conhecimento nã o passava de
simples noçõ es sobre o uso de
ervas para a febre e de compressas
para curar cortes. O pai sempre
chamara o médico para tratar de
ferimentos e doenças mais sérias.
Ela sabia, porém, que a queda de
temperatura do corpo advinha
depois de grande perda de sangue
e que geralmente prenunciava a
morte.
Calor. Era de calor que ele
precisava. Derramando um pouco
de cera derretida no chã o, fixou a
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mais um O’Neill.
O jovem escravo estendeu as mã os
para ela, ajudando-a a se levantar.
— Nã o se desespere, senhorita.
Vou buscar remédios com Maudie.
Fique aqui, quietinha.
Dentro de minutos, o rapaz
retornava com um pacote nas
mã os.
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— E melhor a senhorita ir
embora. Quando seu pai acordar
vai mandar todos os escravos
saírem à sua procura. Vou mandar
o recado ao coronel Marion. Nã o se
preocupe. Hoje à noite alguém irá à
caverna ajudá -la.
Ela olhou para o rosto escuro,
onde se via preocupaçã o
verdadeira. Sorriu, sabendo que
podia confiar nele. Explicou com
precisã o como se chegava à
caverna.
— Hector — ela finalizou —,
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CAPÍTULO IV
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com preocupaçã o.
O ferido quis virar-se e mordeu os
lá bios para nã o gritar de dor. Todo
o seu lado esquerdo ardia como
fogo. Fechou os olhos agoniados e
quando a dor diminuiu, tornou a
olhar para o rapazinho.
— Quem é você? Como encontrou
este lugar?
— Minha égua o encontrou —
Samantha improvisou. — Veio para
estes lados e escutei seus gritos.
Encontrei-o quase morto.
— Você... você cuidou de mim?
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ensombreceu ao reconhecer as
roupas do irmã o. Entã o, seu olhar
captou a expressã o prestativa e
satisfeita do rosto do rapaz e sorriu
aquecido.
— Você vive fazendo milagres? —
brincou. — Como se chama?
— Sam... Sam Taylor — ela
gaguejou.
— Tem família?
— Estã o todos mortos. Os
ingleses mataram minha família e
agora vou me reunir ao coronel
Marion.
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começou a lavar-se
desajeitadamente, depois de tirar a
camisa em farrapos. Quando tentou
tirar a calça, fez uma careta de dor
e gemeu, percebendo que nã o seria
possível curvar-se.
— Sam — ele chamou.
O "rapaz" lhe dera as costas e ao
ser chamado virou o rosto
levemente, sem encará -lo.
— Pode me ajudar a tirar a calça,
Sam?
— Eu?
— Nã o vejo mais ninguém aqui —
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ajudasse no banho.
Ansiosa por acabar logo com a
tarefa, ela tornou-se bastante
diligente e mais rude do que
pretendera. O doente resmungou
vá rias vezes, quando esfregou com
força demais a pele machucada e
picada de mosquitos. Cada minuto
foi uma agonia. A despeito da
magreza, o corpo refletia a
disciplina de vá rios anos de
trabalho á rduo. Os mú sculos
continuavam rijos e quando se
recuperasse dos horrores por que
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cheio de ó dio.
Ela ergueu-se do chã o e pegou o
pã o com carne que trouxera na
bolsa. Ofereceu a maior parte do
simples jantar ao ferido, sabendo
que ele precisava de alimento
muito mais que ela. Ele resistiu,
exigindo que tudo fosse dividido
em partes iguais.
— Você precisa engordar um
pouco se deseja lutar ao lado de
Marion. Ele nã o gosta de
magricelas — Connor brincou.
Percebendo que ele se recusaria a
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reconhecendo o animal
imediatamente.
— Onde você conseguiu essa
égua? — perguntara, ríspido.
— Num pasto, nã o muito longe
daqui. E roubei as rédeas de uma
cocheira, mas nã o achei nenhuma
sela. E nem preciso de uma. Monto
muito bem.
Naquele momento, Sundance
esticara o pescoço para roçar o
focinho nas costas da moça e ele
franzira a testa.
— Parece amigo e acostumado
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nã o é, Sam?
Ela nã o respondeu e os dois
ficaram em silêncio até que a noite
caiu de todo. Samantha, entã o, saiu
para esperar.
Chegaram tã o silenciosamente
que Samantha apenas os viu
quando já estavam na frente dela.
Hector, ao lado de dois homens,
fitou-a com indiferença, nã o dando
o mínimo sinal de reconhecê-la e a
moça abençoou por ser tã o bom
ator.
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— Nada me deterá .
Peter sabia quando devia mudar
de assunto.
— Davey está comigo — explicou.
— E trouxemos um médico
também, que ficou perto do rio
enquanto vínhamos saber o que
realmente se passava por aqui.
Connor sorriu para o outro
homem que se aproximava: nada
disseram, mas o forte aperto de
mã o que trocaram expressou a
forte amizade que nutriam.
Peter desapareceu para voltar
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estranho.
Connor olhou para o rosto de Sam,
iluminado pela luz da vela, e viu
profundo desespero nos olhos
azuis. O garoto lhe salvara a vida e
chegara o momento de retribuir o
favor.
— Ele vai comigo — disse
simplesmente. — Além de ser meu
amigo, é um endiabrado ladrã o de
cavalos. Roubou a égua favorita dos
Chatham. É um talento que
podemos aproveitar.
Peter tornou a examinar o vulto
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cochilou.
Connor também sofria
desconforto. Ainda estava muito
fraco e com dor, mas reanimava-se
pensando que cada passo o levava
para mais longe do perigo de ser
novamente aprisionado. Olhou
para o céu e achou que nunca vira
noite mais bela. A lua brilhava
serena, um pouco velada por
nuvens brancas que lembravam
retalhos de renda. A brisa soprava
murmurando na folhagem dos
ciprestes enormes, trazendo o
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CAPÍTULO V
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inimigo.
Marion olhou de Samantha para
Connor e um leve sorriso crispou
os lá bios finos, enquanto ele pegava
o amigo pelos ombros.
— Seja bem-vindo, Connor.
Percorreu o recém-chegado com
seu olhar agudo e franziu a testa ao
notar a argola de ferro presa a um
dos tornozelos.
— Vamos tirar isso daí e logo —
disse. — Depois, teremos de
engordá -lo.
Marion voltou a sorrir, mas aquela
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depressa,
Entã o, o violinista começou a
tocar mú sica de dança e vá rios
homens nã o resistiram, pondo-se a
rodopiar e a bater com os pés no
chã o, em animada quadrilha. No
meio da alegria e do clima de
camaradagem, Samantha pensou
que nunca se sentira tã o só .
Connor chegou perto de Sam,
atravessando o tumulto do baile
improvisado, e ficou atô nito com a
hostilidade que viu nos grandes
olhos azuis. Chegara a pensar que
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reprimiu um sorriso.
— Entã o, amanhã , vou lhe ensinar.
— Ó timo — o garoto respondeu
sem sorrir. — Você está com boa
aparência — comentou, ainda
distante.
— Graças a você, meu amigo.
— Nã o sou seu amigo!
Nã o foi mais possível refrear a
vontade de sorrir. A voz beligerante
nã o combinava com a expressã o
solene dos olhos que o fitavam sem
pestanejar.
— Mas eu sou amigo, Sam. Até
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CAPÍTULO VI
O acampamento fervilhava de
atividade na noite fechada. As
fogueiras haviam sido extintas e os
homens ocupavam-se em verificar
os rifles, espadas e sacos de
pó lvora, à luz de lampiõ es. Os
novos companheiros de Samantha
moviam-se em silêncio e com
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homens armados.
— Fique aqui, Sam, e cuide de
Connor para nó s — ele disse. —
Billy James o ajudará se for preciso.
Ela quis objetar. Nã o queria ficar
sozinha com Connor temendo
encorajar uma familiaridade que
nã o desejava entre eles. Mas os
olhos de Marion estavam sérios e,
temerosa, ela baixou a cabeça em
obediência.
— Estaremos de volta ao
amanhecer — o coronel prometeu.
Tã o repentinamente como surgira,
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de conhecimento.
Parou de rir quando pensou em
como lidaria com aquela situaçã o.
Um garoto envolvido nas
conseqü ências de uma longa
guerra e ainda por cima ficando
ó rfã o, logicamente nã o teria
freqü entado a escola. O raciocínio
de Connor fora correto. Mas como
faria para fingir estar aprendendo,
sem parecer inteligente demais?
— Inferno! — exclamou sem
pensar.
Assustou-se com a palavra,
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transportado e resolvera-se a
conseguir o tempero indispensável
que tanta falta fazia no
acampamento. Connor gostou da
idéia de entrar imediatamente em
atividade. Seus pensamentos
ficariam longe da família perdida e
da decepçã o que tivera com Sam.
Os homens saíram assim que a
noite caiu completamente.
Samantha e Billy James foram
deixados no acampamento, para
cuidarem dos cavalos que nã o
haviam sido usados para a
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informaçã o a respeito do
carregamento de sal. Vocês têm de
ir atrá s deles.
Sem perda de tempo, evitando
perguntas inú teis, Billy
desapareceu no meio das á rvores
para ir avisar os sentinelas. Voltou
pouco depois e olhou para Sam.
— É você quem vai, Sam. Sua
égua é o animal mais rá pido de
todos e como nã o deixa que
ninguém a monte a nã o ser você,
nã o temos escolha. Eu o levarei
para fora do pâ ntano e de lá você
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CAPÍTULO VII
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perseguiçã o de Marion.
Connor assistia a tudo do seu
posto de observaçã o. Recarregara o
rifle e achava-se pronto para agir.
Sentia a impaciência dos homens
atrá s dele, mas era necessá rio que
Tarleton caísse na armadilha de
Marion antes que ele entrasse em
açã o. Observou o movimento
existente atrá s das janelas da casa,
percebendo que Tarleton deixara
uma guarda. Desejou poder saber
quantos homens havia lá dentro
para poder decidir a melhor forma
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completamente só , cavalgando na
margem arenosa, sabia que as
sentinelas de Marion já haviam
percebido sua presença. Parou num
certo ponto para contemplar um
salgueiro cujos ramos longos e
pendentes caíam na superfície da
á gua que começava a cintilar com a
claridade da manhã . Na quietude
do amanhecer ela ouviu
enternecida o trinado dos pá ssaros
que esvoaçavam em busca de
alimento. A atmosfera de pureza
daquele lugar contrastava
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a lado.
— Você foi brilhante, ontem, Sam.
Agiu como qualquer um dos outros
homens agiria. Viu o perigo que
ameaçava um companheiro e nã o
hesitou em atirar. Nã o há motivo
para tristeza ou remorso.
Os olhos azuis pousaram no rosto
do homem, mas desviaram-se
depressa. Era como se aquele
soldado calejado tivesse o poder de
ler sua mente e ela nã o desejava
correr o risco de ver seus segredos
devassados.
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haja afeiçã o.
— Acho que nã o é tã o simples
assim. Connor disse que você tem
um jeito especial para lidar com
cavalos e vejo que é verdade. Olhe,
Sam, pode ficar no acampamento
cuidando dos animais quando
sairmos em missã o, ou ir junto, o
que achar melhor.
Ela olhou para ele, sabendo que
sua perturbaçã o fora
compreendida e que Marion
desejava dizer que a aceitava
incondicionalmente e que
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CAPÍTULO VIII
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perguntas!
Chatham ficava mais furioso à
medida que Foxworth insistia sem
cessar em interrogá -lo com
arrogâ ncia. Nã o tinha a mínima
idéia de onde sua filha estava.
Fizera tudo o que fora possível para
descobrir seu paradeiro, sem
resultado.
— Você me disse, Chatham, que
ela foi para a casa de parentes
cuidar de uma tia doente, mas nã o
estou acreditando nessa histó ria.
Por que Samantha nã o dá notícias?
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galope.
Depois daquele dia, a vida de
Chatham terminou. Ele apenas
vegetava, indiferente a tudo o que
acontecia a sua volta. Samantha
cresceu sob a tutela de estranhos,
pouco vendo o pai, que nã o gostava
de sua presença e nem dava por
sua falta quando ela escapava para
encontrar-se com Brendan O’Neill,
ou para brincar com Hector.
Entã o, espantado com o passar do
tempo, ele descobriu que a filha
estava com dezessete anos.
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CAPÍTULO IX
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Connor perdia-se em
pensamentos variados ao adentrar
o territó rio do novo acampamento.
Ficara surpreso ao constatar a
facilidade com que Sam adaptara-
se à quela vida difícil sem queixas,
apesar da dieta alimentar muitas
vezes inadequada e das
acomodaçõ es desconfortáveis. Na
verdade, sua calma resignaçã o o
distinguira dos outros homens, que
viviam resmungando contra tudo.
O rapazinho fora aceito
rapidamente pelos companheiros,
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ninguém, principalmente de
Connor, a quem nã o perdia
oportunidade de auxiliar de todas
as formas. Seus cuidados eram tã o
constantes que Connor o
comparava a um anjo da guarda. Ao
imaginar o rapazinho sujo e de
rosto fechado envergando um par
de asas e camisola imaculada,
sorriu divertido.
A necessidade de privacidade
alimentada por Sam tornara-se
ó bvia. Ele nunca se banhava
juntamente com os outros e
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completamente.
Afastando os pensamentos
desencontrados, Connor colocou o
cavalo no curral recém-construído
e dirigiu-se para as fogueiras onde
o alimento era preparado. Viu
postas de peixe: assando em cima
das brasas e cortou um pedaço da
carne branca e cheirosa. Comeu
rapidamente, aceitando uma
caneca de vinho seco para
acompanhar a refeiçã o simples. A
seguir, saiu à procura de Sam, a
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dolorosamente. Lembrava-se da
cor dos olhos de Brendan, o irmã o
a quem tanta amara.
O sentimento nã o passou
despercebido de Sam, que viu a
nuvem de dor que toldou os olhos
cinzentos. Compreendeu o motivo,
lembrando-se de que ela e Brendan
muitas vezes haviam brincado a
respeito de terem a mesma cor de
olhos, profunda e brilhante. Quase
involuntariamente sua mã o pousou
no braço do homem num gesto de
conforto e compreensã o.
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Connor levantou-se.
— Partiremos ao alvorecer.
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companheiro endireitava os
ombros e que os olhos azuis
absorviam todas as cenas, cheios
de embevecimento e entusiasmo.
Poucas pessoas eram capazes de
sentir o doce mistério dos
pâ ntanos e de reconhecer a beleza
empolgante da natureza majestosa.
Moviam-se em quase completo
silêncio, acompanhando o curso do
Pee Dee a alguma distâ ncia. Os
ingleses usavam o rio como rota de
transporte apesar das constantes
arremetidas de Francis Marion, de
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coisa dele.
Um pouco mais tarde, Sam
sentou-se e ficou beliscando o
prato de comida que o amigo
colocou à sua frente. Connor
observou-o em silêncio, resolvido a
falar com Annabelle sobre o
problema do rapazinho.
A pouca atençã o que Samantha
dispensava ao alimento dispersou-
se totalmente quando a cozinha foi
invadida por uma horda de jovens
mulheres vestidas
espalhafatosamente. Os vestidos ou
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sagacidade do rapaz.
— Annabelle e eu sempre temos
negó cios a tratar e eu fico aqui
quando venho à cidade. É bastante
seguro.
— Todas aquelas mulheres sabem
que você é um rebelde? Suspeito
que recebem muitos casacas-
vermelhas aqui.
O sorriso dele aumentou.
— E recebem mesmo. O que é
muito bom para Francis Marion.
Quanto mais entrarem em contato
com os ingleses, melhor para nó s.
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primeiro.
Ele riu do comentá rio picante.
Annabelle gostava do som daquele
riso franco e honesto. Ao vê-lo,
sempre sentia uma ponta de
tristeza por nã o serem mais
amantes, mas a amizade entre eles
era muito importante para que se
arriscassem a perdê-la por algum
desentendimento no terreno
sentimental e por um acordo tá cito
haviam cessado suas relaçõ es
íntimas. Connor fora o ú nico
homem a tratá -la com respeito e a
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ninguém.
— Nã o se preocupe. Farei tudo de
acordo.
— Mais uma coisa. Preciso de um
rifle para dar de presente.
— Está certo. Amanhã de manhã
já estará tudo aqui. O que vai fazer
depois?
— Preciso visitar algumas pessoas
aqui em Georgetown. Ela sabia que
nã o devia questioná -lo mais.
Quanto menos soubesse das
atividades do amigo, melhor para
todos.
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insolência.
Annabelle tossiu para disfarçar o
riso. Realmente aquela era uma
criatura estranha.
— Nã o gostaria de tomar um
banho? — perguntou cautelosa,
afastando-se para um lado para o
escravo entrar com a banheira de
metal de pés torneados. Logo em
seguida, entraram mais dois negros
carregando fumegantes baldes de
á gua.
Samantha observava o
movimento, achando que nunca
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CAPÍTULO XI
Samantha desligou-se tã o
completamente de tudo que nã o
ouviu a porta abrir-se.
— Trouxe toalhas — Annabelle
anunciou entrando no aposento.
Deu alguns passos em direçã o à
banheira e parou espantada.
Debatendo-se, tentando ficar de pé,
a mocinha procurava algo com que
cobrir-se, sem nada encontrar. Os
maravilhosos olhos azuis estavam
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cheios de medo.
— Connor nã o costuma cometer
erros — a mulher disse começando
a rir. — Mas você o enganou
direitinho.
Pensara que Sam fosse um
pequeno traidor, quando na
verdade nã o passava de uma garota
fingindo-se de rapaz.
Querendo dar à moça apavorada
algum tempo para se recompor,
Annabelle virou-se e trancou a
porta. Sam nã o sairia dali até que
lhe desse algumas respostas
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convincentes.
Samantha afundara novamente na
á gua e mantinha os braços
cruzados sobre os seios com uma
expressã o mortificada e ansiosa.
— Está tudo bem, garota. Nã o vou
magoar você. Só quero ter certeza
de que nã o está com Connor para
traí-lo.
— Traí-lo?
O espanto na voz da moça era tã o
genuíno que Annabelle nã o podia
duvidar de sua sinceridade. Os
olhos verdes estudaram a figura da
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confiar nela.
Annabelle perguntava-se por que
artimanhas do destino assumira
um papel naquele assunto trá gico.
Amava Connor, mas sabia que seu
amor jamais seria correspondido.
Ele amaria apenas uma vez na vida
e sua intuiçã o lhe dizia que
Samantha era a mulher destinada a
ele. Mas era Samantha Chatham, a
filha de um inimigo odiado.
— Você vai contar a ele? —
Samantha perguntou, suplicante.
— Descobrirá sozinho, minha
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mulher.
— Juro que tentei ficar longe dele,
mas nã o consegui. Talvez... ele
venha a me amar tanto que a
verdade nã o importe.
Annabelle olhou-a em dú vida.
Connor era teimoso, como todos os
homens que conhecia. Era
carinhoso, tolerante e geralmente
bem-humorado, mas os céus
tivessem piedade daqueles que o
traíam ou a quem ele amasse.
Desejava saber mais sobre
Samantha Chatham. Pelo que
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os homens.
As duas sorriram em perfeita
compreensã o.
Samantha aconchegou-se na
enorme cama de colchã o de penas,
deliciando-se com a maciez dos
lençó is de cetim e do fofo
acolchoado cor-de-rosa.
Aquele fora um dia incomum. A
manhã havia sido maravilhosa,
mais gratificante que qualquer
outra desde a morte de Brendan.
Recordou os sorrisos de Connor,
suas descriçõ es das aventuras ao
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disponível?
— Acabou de ficar livre.
Annabelle olhou para o inglês,
esperando que ele demonstrasse
ter aceitado a sugestã o. Ele olhou-a
desejoso e sorriu melancó lico.
— Se nã o posso ficar com o
diamante, contento-me com a
pérola.
Ela nã o reprimiu um sorriso
diante do elogio extravagante e por
um momento desejou que ele nã o
fosse o homem cruel que era.
— Quanto tempo pretende ficar
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em nossa cidade?
— Estarei indo para o norte ao
amanhecer.
— Visite-nos sempre que passar
por Georgetown, coronel. Será
bem-vindo.
Observou o homem subir a escada
seguindo Mary Jo e cobriu o rosto
com o leque para esconder seu
sorriso.
No quarto do terceiro andar,
Samantha nã o conseguia dormir.
Seu corpo parecia repousar numa
nuvem, mas sua mente nã o
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manteiga e mel.
Enquanto ela comia, Annabelle
conversava.
— Disse a Connor que você
passou a noite com Tiffany.
— Mas a moça...
— Ela nã o vai dizer nada. Disse-
lhe que você era um rapaz muito
tímido e que preferia dormir
sozinho, mas que nã o queria que
Connor soubesse para nã o
desapontá -lo.
— Connor fará perguntas.
— Tive uma conversinha com ele.
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apressada.
— Connor estará esperando por
você, lá embaixo. A propó sito,
tivemos um visitante importante,
ontem. O coronel Tarleton.
Samantha empalideceu.
— Tarleton?
— Nã o se preocupe. Já partiu. Mas
tomem cuidado da mesma forma.
Acredito que ele esteja nos
arredores da cidade tramando
alguma perversidade.
Samantha levantou-se e abraçou a
mulher, beijando-lhe o rosto.
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CAPÍTULO XII
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manhã .
Voltou-se e olhou diretamente
para Sam, que estava um pouco
atrá s dele.
— Sim, é muito bonita.
— Gentil, também.
— Sim — foi a resposta lacô nica.
Samantha mordeu o lá bio,
frustrada. Queria saber mais sobre
Connor e Annabelle, descobrir que
tipo de relacionamento
mantinham, mas nã o via jeito de
abordar o assunto. E Connor nã o
estava colaborando em nada.
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meu irmã o.
Samantha levantou-se e começou
a correr sem destino. Precisava de
um refugio, qualquer que fosse. A
aventura que começara sem medir
as conseqü ências estava se
transformando num pesadelo. Cada
palavra tornava-se uma mentira,
uma traiçã o.
Ouviu passos atrá s dela e correu
com mais desespero,
embrenhando-se na floresta.
Connor gritou seu nome e os
passos aproximaram-se. Entã o ela
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emoçõ es.
— Foi o que eu disse a respeito
do seu pai?
Viu-a lutar para controlar-se e
admirou-se da coragem. que ela
demonstrou ao erguer o queixo
desafiadoramente, sufocando a
má goa. Uma garota! Uma frá gil
mocinha que o enganara
completamente, portando-se com
teimosia e nunca reclamando de
nada na vida dura nos pâ ntanos.
Ele sorriu ligeiramente,
analisando os traços finos.
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corpos enlaçados.
A barreira da virgindade caiu em
meio a um suspiro suave. Um fluxo
de sensaçõ es os envolvia como
á guas de um mar revolto. Guiados
pelo prazer, deixaram-se levar pelo
ritmo selvagem, ate atingirem o
êxtase.
Abraçado a ela, Connor
abandonou-se à sensaçã o de bem-
estar apó s a uniã o intensa.
Rememorou os momentos
maravilhosos daquela entrega,
sorrindo ao pensar que ela nã o
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muito. Eu nã o devia...
— Nã o! — ela gritou. — Nã o se
arrependa. Eu queria você. Ele
olhava para ela como se a visse pela
primeira vez e como se a odiasse.
Percebeu a cor clara do corpo em
contraste com a pele escurecida do
rosto e das mã os. Desejava fazer
perguntas, mas permanecia mudo,
aniquilado pela raiva que sentia de
si mesmo.
— Connor, nã o fique aborrecido.
Eu sabia o que estava fazendo.
— Você estava sob os meus
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lembrados. Nã o se arrependia de
ter pertencido a Connor, amava-o.
Connor pensava apenas no que
fizera, achando que traíra a
confiança de uma jovem inocente.
Sam era quase uma criança, que se
entregara como deveria fazer dali a
alguns anos, com seu marido.
Nã o fazia idéia da idade da moça,
mas obviamente tinha mais do que
os catorze anos que ele lhe
atribuíra. De qualquer forma, ainda
era jovem demais e fora virgem até
uma hora atrá s. Ele destruíra sua
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evidentemente atormentavam
Connor. Ele ainda nã o estava
preparado para conhecer sua
verdadeira identidade, o que
significaria mais mentiras. Fechou
os olhos, desanimada. Amava
Connor como jamais amaria outro
homem e desejava ardentemente
que ele a compreendesse, o que era
sonhar demais.
Aproximaram-se cautelosamente
da pequena fazenda. As cercas
mostravam-se quebradas e os
campos cheios de mato, com
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a convenceram.
— Consegui, entã o — ela disse. —
Rezei para que se salvasse, mas...
— Johnny está bem?
— Sim. Está no bosque, colocando
armadilhas. — O rosto sofrido
abriu-se num sorriso. — Ele nunca
duvidou de que enganaria as
lagostas e nã o passa um dia sem
falar no senhor.
Ellie olhou para o rapaz que
permanecia montado. Os olhos de
Connor voltaram-se para Sam e
nublaram-se, tornando-se frios.
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— Nã o. Está me acompanhando
nesta viagem. Samantha notou que
ele pretendera dizer que nã o
haveria outras viagens. Precisou de
todo o seu autocontrole para
segurar as lá grimas.
Naquele momento, a porta abriu-
se e um garoto entrou correndo.
Vira os cavalos na frente da cabana
e nã o sabia se a mã e estava
precisando de proteçã o. Encarou o
homem alto, estudando-o
cautelosamente, até que o rostinho
ansioso perdeu a expressã o aflita e
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ele sorriu.
— Senhor! Eu sabia que voltaria.
— Sim — Connor respondeu
contente. — Tinha algo para lhe
entregar. — Apontou para o rifle
sobre a mesa.
Johnny correu e apanhou a arma
maravilhado. Connor
pacientemente explicou como lidar
com o rifle, contando que era do
mesmo tipo que haviam ajudado os
patriotas vencerem a batalha em
Kings Mountain, no começo
daquele ano. O tory de nome
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nã o se arriscaram em vã o.
Ellie tornou a sorrir.
— Que Deus os acompanhe.
Um pouco mais tarde, mã e e filho
olhavam da porta enquanto os dois
cavaleiros desapareciam na estrada
poeirenta.
CAPÍTULO XIII
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endireitou o corpo.
— Esqueça, Sam. Vou ver se pesco
alguma coisa para o nosso almoço.
Fique aqui e descanse.
Contente por nã o ser obrigada à
confissã o, sorriu agradecida.
— Obrigada.
Ele nã o respondeu e saiu da
cabana batendo a porta com força.
Ela o irritava por deixá -lo tã o
confuso e quase tímido. Sentia-se
como um garoto que acabara de
beijar pela primeira vez uma
menina, uma sensaçã o
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verdadeiramente perturbadora.
Sam lhe dera tudo, mas nã o
conseguia confiar nele, e o que ele
mais desejava era ser merecedor de
sua confiança.
Ele acendeu uma pequena
fogueira antes de procurar um
galho que servisse de vara de
pescar. Improvisou um anzol com
um pedaço de metal encontrado no
embornal, em meio a outras
miudezas, e facilmente encontrou
gordas minhocas, cavando a terra
mole embaixo de um carvalho-
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em momentos compartilhados.
Cada vez que a tocava era como se
uma chama iluminasse
sentimentos antes ocultos.
Desejava dizer que a amava, mas
nã o podia, enquanto ela nã o
demonstrasse confiar plenamente
nele. Nã o, enquanto o mistério que
a envolvia permanecesse como um
fantasma entre eles.
Samantha interpretou mal a
expressã o que via nos olhos
cinzentos. Apesar do que ele
dissera, sabia que sua aparência
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— Valeu a intençã o.
— Quer dizer que você sabe ler?
— Um pouco.
— Suspeito de que nã o é tã o
pouco assim — ele disse sério, mas
nã o havia acusaçã o em suas
palavras.
Ela tornou a rir e ele beijou-lhe os
lá bios rosados, perdendo-se em sua
doçura. Contudo, afastou-se
bruscamente. Lembrou-se de como
perdera o controle três dias antes.
Estudou-a detidamente. Apesar
do riso alegre, a expressã o de
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continuar.
— Meu nome é Samara —
improvisou.
— Samara — ele repetiu com ar
sonhador. — É um nome lindo! Eu
precisava conhecê-lo porque nã o
podia ignorar o nome verdadeiro
da mulher com quem vou me casar.
Ele estava preparado para tudo,
menos para a expressã o de
desespero no rosto dela. Abraçou-a
sabendo instintivamente que ela
estava pronta para fugir. Samantha
lutou um pouco para livrar-se, mas
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percebendo a inutilidade da
tentativa, ficou imó vel e cabisbaixa
incapaz de encará -lo.
— Sam... Samara... eu a amo e
quero que seja minha esposa. Sei
que nã o tenho muito a lhe oferecer
agora, mas... quando a guerra
acabar teremos um lar. Eu a amo
mais do que imaginei possível
alguém amar. Tom Edwards é
pastor e poderá nos casar em Snow
Island. Francis pode ser meu
padrinho e... — ele interrompeu-se,
admirado com a infelicidade da
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companheira.
Sentiu-se vazio e confuso. Sam
nã o queria casar-se com ele! — O
que é, Sam? Nã o vai me aceitar
como seu marido?
— Nã o posso. Você nã o sabe nada
a meu respeito, sobre minha
família ou minha origem.
— Porque nunca me contou, meu
bem. Mas sei tudo o que desejo
saber: nã o quero perdê-la.
Os olhos azuis, ficaram
escurecidos pela dor. Os lá bios dela
tremiam, mas corajosamente Sam
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amor?
Quando voltasse ao
acampamento, teriam de conversar.
Forçaria uma explicaçã o e
descobriria a verdade. Talvez sua
intuiçã o estivesse correta. Talvez
Sam o amasse, mas estivesse
impedida de entregar-se ao amor
por algum amargo segredo que a
deixava temerosa e confusa.
Esporeou o cavalo e desviou o
pensamento para o seu encontro
com Francis.
Francis Marion e sua tropa de
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do outro. De um lado, os
americanos, em seus trajes
comuns, de tecido barato. Do outro,
os ingleses, envergando seus
uniformes vermelhos e elegantes.
Marion, que sempre percebia tudo,
estava tã o distraído na observaçã o
dos grupos que demorou a notar
que as fileiras britâ nicas ficavam
desfalcadas à medida que se
aproximava do ponto de encontro.
No momento em que o primeiro
tiro deveria ser disparado, o resto
dos quinze casacas-vermelhas
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risada de Connor.
— Em má companhia. Estive sob o
mesmo teto com Tarleton, quatro
dias atrá s.
Francis nã o reprimiu outro
sorriso. — Deve ter sido
emocionante.
— Annabelle disse que ele andou
se gabando de ter algumas
surpresas reservadas para a
Raposa dos Pâ ntanos.
O general riu bem-humorado.
— Fico imaginando a surpresa
dele se soubesse que você estava lá .
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amigo.
Sem esperar pela resposta,
Francis cavalgou para a frente da
coluna.
Connor dormiu durante o resto do
dia e a noite toda. A exaustã o nã o
evitou que a imagem de Sam
invadisse seus sonhos, torturando-
o. Quando despertou, com os
primeiros raios de sol, sentia-se
triste e deprimido.
Encontrou Marion sentado perto
de uma das fogueiras e aceitou uma
caneca de chá , um luxo que viera
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renunciar.
Ela estudou o rosto sério voltado
para ela e leu a seriedade nos olhos
cinzentos. Clamavam para que ela o
aceitasse como marido, para que
lhe contasse toda a verdade.
Lembrou-se porém do ó dio que ele
demonstrara e o impulso morreu.
— Nã o posso — murmurou.
— Nã o pode me dizer por que?
— Nã o.
Ele ficou de pé, olhando-a
pensativo e novamente magoado.
— Falei com Marion e ele
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cuidado. Eu te amo.
Era véspera de Natal e sons
alegres enchiam a floresta. As notas
de violinos e flautas juntavam-se
aos risos e cançõ es. As fogueiras
fagulhavam no crepú sculo e a
primeira estrela surgiu, clara e
brilhante. O cheiro de carne assada
enchia o ar, enquanto porcos
selvagens, patos, perdizes e coelhos
tostavam em espetos acima dos
braseiros. Contudo, apesar da
atmosfera festiva, uma corrente de
melancolia pairava sobre aqueles
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nã o conseguira. Sentia
dolorosamente a falta do homem
maravilhoso a quem pertencia de
corpo e alma, a quem se entregara
sem nada exigir.
Marion mudara novamente o
acampamento, daquela vez para a
parte da floresta que ficava nas
terras de William Goddard, no
outro lado da ilha. Lá havia
casinhas rú sticas que se prestavam
perfeitamente bem ao
armazenamento de víveres e
armas, e para o confinamento de
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CAPÍTULO XVI
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nos pâ ntanos.
— Prefiro ficar com Morgan —
declarou rindo. — Gosto de
conforto, mesmo escasso, que
temos no acampamento. E sempre
que posso escapo para a fazenda do
meu tio.
Connor riu de verdade pela
primeira vez em muitos dias.
— Diga-me, você tem parentes
espalhados por todas as Carolinas?
— Quase. Existem mais Demerest
que raposas por aqui.
— Como é que uma fazenda de
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ver sofrendo.
— Sua prima.
— Minha prima, infelizmente.
Connor percebeu a tristeza na voz
do amigo e fitou-o, intrigado.
— O casamento entre primos nã o
é proibido, Denney.
— Na minha família é.
Depois da resposta seca, o moço
passou a falar de outras coisas e
logo chegaram à fazenda Demerest.
Os dois desmontaram e entregaram
os cavalos a um escravo, subindo
em seguida os degraus da varanda.
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demais.
Caroline Demerest estava
fascinada pelo estranho que seu
primo convidara para a festa.
Parecia solitá rio, evitando a
companhia dos outros e os olhos
cinzentos percorriam o ambiente
como se ele fosse mero expectador
da reuniã o barulhenta e nã o um
participante dela. Era bonito e seu
rosto bronzeado, de feiçõ es fortes,
refletia virilidade e energia. E os
cabelos, castanho-claros,
mostravam-se rebeldes, escapando
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doce e melodiosa.
— Está precisando de mim,
priminha?
— Quero que me apresente ao
seu amigo.
— Já nã o quebrou coraçõ es
demais esta noite? Quer mais aos
seus pés? — ele provocou para
esconder a sú bita dor que o
invadiu.
Caroline era linda. Alta e esguia,
possuía cabelos cor de avelã e
olhos castanhos e grandes que
expressavam todos os seus
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de lá grimas.
— Agora, se deseja que eu o
apresente faça uma carinha alegre.
Connor nã o vai gostar de ver
lá grimas.
Ela obedeceu prontamente,
enxugando os olhos no lencinho de
cambraia e rendas que trazia
amarrado no pulso. Em seguida,
caminhou na direçã o do estranho,
sabendo que o primo a
acompanhava.
Connor divagava, imaginando
como seria bom dançar com Sam
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evidentemente nã o o aceitariam
como genro e nã o perdiam
nenhuma oportunidade de colocar
a filha em contato com outros
possíveis candidatos à sua mã o.
Durante a semana seguinte, os
três, Connor, Caroline e Denney,
passaram muito tempo juntos e
nã o demorou para que os rumores
começassem a correr e os oficiais
de Morgan se pusessem a fazer
apostas sobre quem seria o noivo
da moça muito em breve.
Connor e Caroline desenvolveram
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Greene.
CAPÍTULO XVII
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suplicou.
Francis Marion sorriu de leve.
— Você assume a
responsabilidade?
— Sim, senhor.
Marion chamou um sargento e
ordenou-lhe que acompanhasse
Sam até a cabana do prisioneiro e
removesse as cordas dos
tornozelos e dos pulsos para que os
ferimentos fossem tratados. O
general rebelde gostava dos
sentimentos humanitá rios que Sam
vinha demonstrando e nã o queria
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destruí-los.
Um pouco mais tarde 0'Mara
sentia-se bem melhor. Os pulsos
estavam enfaixados e embora as
cordas continuassem a prendê-lo
com firmeza, nã o se achavam mais
tã o cruelmente apertadas. Entre os
pés fora deixada uma folga na
corda que ligava um ao outro e o
homem podia ficar em pé e até
andar. Quando Samantha ia sair
atrá s do sargento, ouviu o general
chamá -la.
— Sam!
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CAPÍTULO XVIII
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procurando o de Connor.
— O major O’Neill veio com eles?
— perguntou nã o dominando a
ansiedade.
— Eu nã o o vi — o outro
respondeu. — Também nã o posso
imaginá -lo no meio desses
soldadinhos de chumbo.
Inquieta, deixou o companheiro
resmungando sozinho e correu
para a cabana de Francis Marion.
Viu-o cumprimentando um jovem e
bem vestido oficial. Marion a viu e
fez um gesto para que se
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agoniados.
Quando as lá grimas secaram,
sentiu um enorme vazio no peito.
Tudo se acabara. Nã o tinha lar, nem
família, ninguém para amar.
Lentamente, sua dor transformou-
se em raiva. Connor dissera que a
amava e semanas depois
apaixonava-se por outra. Que amor
era aquele? Da frustraçã o que a
dominava nasceu entã o uma idéia
resoluta. Podia nã o ser uma dama,
mas mostraria a ele que podia ser
um soldado endiabrado. Apertou as
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mã os nervosamente. Prometera
que ficaria no acampamento, mas a
promessa nada mais significava.
Seu braço já nã o a incomodava e
ela iria com os companheiros na
pró xima missã o, qualquer que
fosse.
Os trezentos homens de Lee
reforçaram o regimento de Marion
de forma extraordiná ria.
Tecnicamente, como soldado do
Exército Continental, Lee deveria
assumir o comando das tropas de
Marion, mas os dois homens
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inesperada.
— Nã o sei se devo permitir, Sam.
— Depois daquele ataque atrá s de
sal o senhor me prometeu que eu
escolheria o que mais me
agradasse.
— De fato — concordou Marion
com relutâ ncia.
Nã o podia quebrar uma promessa,
mas Connor nã o gostaria nada
daquilo.
— Além disso — Samantha
persistiu —, estive em Georgetown
há pouco mais de um mês atrá s e
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se constantemente procurando
alívio, mas todos os outros também
pareciam cansados. Os homens já
nem conversavam e o ú nico ruído
era o de centenas de cascos
batendo no chã o.
Samantha estava quase dormindo
na sela quando seu cavalo começou
a andar mais devagar. Ouviu o
barulho que os homens faziam
saltando para o chã o e tirando os
rifles dos suportes presos à s selas.
Ela também desmontou, satisfeita
por poder esticar as pernas e
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movimentar os mú sculos
entorpecidos.
Exceto pelo ruído dos cavalos
bufando, o silêncio os rodeava e a
tensã o que dominava os homens
era quase tangível. Ainda faltava
muito para o amanhecer e a noite
estava excepcionalmente escura,
sem a luz de uma ú nica estrela.
Ela estremeceu embaixo do
casaco fino, reconhecendo que o
arrepio era mais de medo que de
frio. Billy aproximou-se dela
prestativo, notando seu receio.
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a cabeça.
— Nã o pode manter esse segredo
para sempre. Connor já sabe quem
você é?
— Já descobriu que nã o sou um
rapaz.
— Mas nã o sabe que você é
Samantha Chatham, nã o é? Fique
tranqü ila. Nã o pretendo fazer
perguntas por enquanto. Vou pegar
á gua e sabã o e depois terei de
desinfetar a ferida com á lcool.
Samantha concordou com um
aceno e fechou os olhos.
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— Antes assim.
Marion refletiu por um momento,
lembrando-se de que vira Sam
atirando no meio do fogo cerrado.
Depois ouvira um tiro de canhã o
perto do lugar onde o rapaz estava.
Talvez Sam houvesse ficado ferido e
procurado socorro numa das casas
das redondezas. Chamou um
sargento e disse-lhe para formar
um grupo e vistoriar a á rea. Aquilo
era imperdoável. Se algo
acontecesse ao rapaz estaria em
maus lençó is perante Connor e
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perante si mesmo.
Uma longa fila de soldados e
oficiais esperava ordens e,
preocupado, Marion forçou-se a
desviar os pensamentos para
outros assuntos.
Billy e mais cinco homens
procuraram por Sam a noite toda e
durante boa parte da manha, mas
nã o encontraram nem o mínimo
vestígio do jovem. Era como se ele
houvesse desaparecido da face da
terra.
Para Marion, a alegria da vitó ria
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CAPÍTULO XIX
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de alegria.
— Você tem razã o, homem! Você
tem toda a razã o! Fugiremos e nos
casaremos. Nosso primeiro filho vai
se chamar Connor.
— Calma, rapaz. Primeiro, precisa
perguntar a ela se aceita fugir com
você — disse Connor, rindo do
entusiasmo do outro.
— E você, amigo, nã o vai me falar
desse alguém que o espera?
— Vou lhe dizer apenas que ela
possui os olhos mais azuis e belos
do mundo. E que seu coraçã o é
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marejados.
— Foi maravilhoso. Nã o sabia que
era tã o lindo.
O coraçã o de Annabelle apertou-
se de compaixã o pela moça e por si
mesma. Como desejara possuir
aquela inocência quando se
apaixonara pela primeira vez!
— E depois?
— Connor ficou muito zangado,
mas depois eu quebrei o braço e ele
o imobilizou. Fizemos amor
novamente e foi mais bonito ainda.
— Ela fez uma pausa e suspirou. —
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perder a calma.
— Devem chegar a qualquer
momento — explicou, tentando
ajudar.
Connor esfregou as faces
barbadas. Nã o tivera tempo de
barbear-se nos ú ltimos dias, mas
aquilo teria de esperar. Seu corpo
cansado necessitava urgentemente
de repouso. Seu primeiro
pensamento fora pegar outro
cavalo e sair ao encontro de
Marion, mas aquilo só serviria para
deixá -lo ainda mais exausto. Sam
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— Diabos, Connor! Um
acampamento de guerra nã o é o
melhor lugar para namoricos e
brincadeiras. Conhece minhas
regras. Sabe que preciso confiar
nos meus oficiais e você fez uma
confusã o dos infernos!
O outro já estava mais calmo e
aceitou a repreensã o.
— Tem razã o, Francis, mas Sam
nã o tinha para onde ir e pensei que
aqui ficaria em segurança. Ela me
prometeu que nã o sairia do
acampamento.
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CAPÍTULO XX
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conversavam longamente.
Samantha falava do pai e de como
sempre desejara ser amada por ele
e jamais conseguira. Contava como
ela e Brendan haviam crescido
juntos, sob a tutela carinhosa de
Connor que os ensinava
brincadeiras novas e lhes contava
histó rias de floresta. Conseguiu
falar sobre a morte de Brendan e
sobre o que se passara entre ela e
Connor depois da primeira visita a
Georgetown, como ele fora
carinhoso, gentil, e depois como
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guardas.
Annabelle relutara em concordar
com sua partida, mas compreendia
a inquietaçã o que a atormentava.
Consolava-se pensando que,
vestida de rapaz, Samantha tinha
aparência bastante inofensiva.
Na manhã seguinte, Samantha
saiu da cama antes do amanhecer.
Tomou o desjejum e vestiu as
roupas de garoto que Annabelle
comprara para substituir as outras,
sujas e rotas que certamente
causariam curiosidade.
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Pat 0'Leary.
— Saiu há pouco. Deve estar
alcançado a saída da cidade. Vamos
atrá s dele, Pat!
O velho sentiu-se contagiado pela
impaciência do companheiro,
embora nã o pudesse compreendê-
lo muito bem. Ele também gostava
de Sam Taylor, mas as atitudes de
Connor pareciam um pouco
exageradas. Sacudiu a cabeça,
intrigado, e esporeou o cavalo para
alcançar seu major.
Samantha fazia o possível para
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as mã os na fortuna de Robert
Chatham foram morrendo aos
poucos.
O caso todo o enfurecera. Parecia
mentira que uma mulher, nascida
na colô nia, houvesse desprezado
nã o só suas atençõ es, como
também seu pedido de casamento,
pouco se importando por ele ser,
além de inglês, nobre e de
educaçã o impecável. Uma
verdadeira imbecil.
De qualquer maneira, nã o lhe saía
da cabeça a imagem daquele rapaz
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sentinela.
— Deixe o rapaz comigo.
Olhou para Samantha com o ar
malvado de um gato brincando com
um camundongo.
— Desça do cavalo — ordenou.
Ela hesitou e ele agarrou-a pelos
braços, largando-a no chã o sem
nenhuma delicadeza. A seguir,
prendendo-a por uma das mã os,
começou a andar, obrigando-a a
segui-lo pelas ruas, em direçã o aos
alojamentos.
Connor e O'Leary chegaram bem a
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companheiro.
— O que faremos agora, major?
— Vamos segui-los e esperar.
Foxworth levou Samantha para
seu alojamento, um quarto numa
casa que pertencera a uma família
whig e que fora confiscada. A
moradia fervilhava de soldados
comuns ingleses e dragõ es. Sem
nada explicar e ignorando os
olhares curiosos dos camaradas,
arrastou a moça pela escada acima
até chegarem a um grande quarto.
Empurrou-a para dentro e entrou
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desafiadoramente.
Foxworth tentou controlar a ira.
Nunca batera numa mulher antes,
mas ela o deixava maluco. Em vez
de medo via apenas um ó dio gelado
nos olhos azuis.
Virou-lhe as costas, tentado
ordenar os pensamentos. Ele
pretendera pedi-la novamente em
casamento, mas aquilo se tornara
impossível. Ela admitira estar
dormindo com os homens de
Marion, enquanto parecia ter nojo
deles. Pensou por um momento em
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desprezo.
Ele riu, tripudiando sobre o
sofrimento dela.
— Ainda vai reconsiderar essa
decisã o, Samantha. Isso eu posso
jurar.
Foxworth saiu da cabana,
deixando-a quase desesperada de
sede, mas pensando que afinal nã o
seria capaz de vender a alma em
troca de um gole de á gua.
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outro.
— Nã o posso! É para Marion!
— Bem, entã o nó s dois levaremos
a mensagem para ele, nã o é,
lagosta? — Pat declarou,
perversamente atormentando o
prisioneiro.
Com decisã o, tomou as rédeas do
cavalo do inglês numa das mã os e
partiu a galope, levando-o a
reboque, fazendo o outro agarrar-
se à cabeça da sela para nã o perder
o equilíbrio.
Quando chegaram ao Pee Dee, o
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— Apenas um prisioneiro.
— Se estiver mentindo, nunca
mais sairá desta ilha. O homem
estremeceu.
— Eu juro — balbuciou. — Nã o
há mais ninguém. Satisfeito,
Connor bateu-lhe na cabeça com a
coronha da pistola e o guarda caiu
desmaiado. Entã o, lentamente,
abriu a porta da cabana.
Seu coraçã o apertou-se. Sam
estava sentada num catre imundo e
tinha os olhos quase fechados no
meio do inchaço do rosto que os
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— Connor?
Ele afagou o rosto machucado.
— Sim, amor, sou eu.
Subitamente, ela voltou à razã o.
Connor caíra na cilada preparada
para ele.
— Vá embora — ela cochichou. —
É uma armadilha.
— Nó s sabemos, meu bem, mas
quem cairá na arapuca será
Foxworth. Eu vou matá -lo. Se
Marion nã o o fizer, terei o maior
prazer em eliminar aquele canalha.
— O general Marion? Ele está
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aqui também?
— Sim. Deve estar de tocaia para
cair sobre todos esses patifes. —
Ele fez uma pausa, estudando o
rosto maltratado. — Foxworth
abusou de você?
— Nã o... mas disse que ia me
entregar aos beakers, depois de me
usar — ela revelou estremecendo.
Sentiu que ele a beijava na testa,
com tanta ternura que seu coraçã o
se apertou. Saudosa dos beijos dele,
ergueu o rosto para que seus lá bios
se encontrassem numa suave
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carícia.
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la.
Ela suspirou desiludida. Ele nã o
sabia de nada, por isso mostrava-se
tã o carinhoso. A situaçã o
continuava a mesma, a nã o ser seu
amor por aquele homem
extraordiná rio, que aumentava a
cada segundo. Apoiou a cabeça no
peito largo e ficou em silêncio.
Momentos mais tarde, um dos
homens chegou correndo.
— Cavaleiros se aproximam,
senhor. Achamos que é o general
Marion com seus homens.
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Sam?
— Bem machucada, mas nada
muito grave. Aquele maldito
Foxworth prometeu dá -la aos
beakers se seu plano desse certo.
Infame!
— Ninguém vai sentir falta de
nenhum deles. Sou capaz de
apostar que aquele coronel
engendrou o plano sozinho, mas
gostaria de saber por quê. Sam
esclareceu alguma coisa?
— Ela falou muito pouco.
Uma expressã o estranha passou
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respondeu.
Samantha nã o pô de ignorar a
inflexã o severa que havia na voz de
Marion.
CAPÍTULO XXII
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admiraçã o e curiosidade nã o
conheciam limites. Apareciam na
cabana com flores, pedras
interessantes, penas coloridas e
outras coisas simples, tratando-a
por senhorita, madame, dona, ou
mocinha, o que a deixava muito
sem jeito.
— Sam — ela nã o parava de
repetir. — Continuo sendo Sam
para vocês.
Um dia Billy James apareceu para
visitá -la, parecendo embaraçado e
orgulhoso. Sam era sua amiga, daí o
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tristeza.
— Conhecia Foxworth?
— Sim. Meu pai queria que eu me
casasse com ele e foi por isso que
fugi de casa.
— Mas por que veio para cá ? Por
que nã o procurou amigos em
algum outro lugar?
— Nã o tinha amigos — ela
murmurou. — Nã o tinha para onde
ir. Depois da morte de Brendan, os
amigos dele passaram a me culpar
e meu pró prio pai me difamou,
afastando as pessoas que eu
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empreender a fuga.
Nã o tinha dinheiro para
desaparecer da regiã o, onde jamais
poderia ficar sem ser reconhecida.
A ú nica soluçã o era ir para o Norte,
talvez para Boston, onde
desapareceria no meio dos
numerosos habitantes. Lá poderia
passar por uma das viú vas de
guerra e arrumar emprego como
governanta ou professora. Mas
precisava de dinheiro e só tinha
uma saída: vender Sundance
embora isso lhe fosse causar mais
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podia ouvi-la.
Apenas alguns homens
permaneceram no acampamento.
Billy felizmente acompanhara
Marion, do contrá rio seria mais
difícil Samantha sair sem ser
notada, pois o rapaz gostava de
passar o tempo livre em sua
companhia.
Ela ficou no curral durante algum
tempo, cuidando dos cavalos e
depois comeu, sem muito apetite, o
ensopado preparado para o jantar.
A lua cheia pairava no céu
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CAPÍTULO XXIII
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acampamento. Na realidade, nã o
tinha o que temer.
A idéia de procurar Annabelle
outra vez a desgostava. Nã o
desejava abusar da amizade que a
mulher generosamente lhe
dedicava. Mas precisava de
dinheiro e só teria coragem de
vender Sundance para alguém que
fosse cuidar muito bem do animal.
Pensara em ir para o Norte levando
Sundance, mas desistira. Era
impossível, sem dinheiro e sem
documentos. Ninguém acreditaria
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Samantha?
— Nã o posso dizer por quê.
Preciso de dinheiro, só isso, e
Sundance é o ú nico bem que
possuo. Quer vê-la?
— Se é de dinheiro que você
precisa, eu...
— Nã o, Annabelle, obrigada. Se
você nã o quiser comprá -la
procurarei outra pessoa. Vim aqui
primeiro porque acho que
Sundance será bem tratada, mas
estou decidida a vendê-la de
qualquer maneira.
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atençã o.
— É uma beleza de animal, srta.
Annabelle.
— É verdade.
Pouco depois, a mulher voltava a
entrar na cozinha e olhava para
Samantha com censura, notando
que a moça ainda nã o se desfizera
do casaco disforme e sujo.
— Venha ao meu escritó rio —
ordenou, mostrando o caminho.
Esperou que Samantha se sentasse,
olhando-a com severidade. — Quer
me dizer o que significa tudo isso?
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— Obrigada — limitou-se a
murmurar.
— Quer tomar o desjejum
comigo, Sam?
Ela hesitou, mas estava faminta e
sabia que a diligência para Boston
sairia bem mais tarde. Se deixasse a
casa de Annabelle tã o cedo
precisaria ficar perambulando pela
cidade até a hora da partida.
— Quero sim, obrigada.
— Espere um pouquinho aqui,
sim? — pediu a mulher saindo do
escritó rio.
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as passadas largas.
— Pare aí! — A ordem seca soou
perto deles. Connor parou no
mesmo instante.
— Sim, senhor — disse numa voz
obsequiosa que ela nã o conhecia.
— O que está fazendo com esse
garoto? — o soldado inglês
perguntou.
— É um empregado meu que
fugiu, senhor. E tem contas a
ajustar comigo. Ah, mas eu o peguei
de jeito, se peguei!
Ela teria rido se o momento nã o
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nó s?
Ela apertou os lá bios. Nã o havia
pensado naquilo.
— Eu nã o o trairia — respondeu
baixinho.
— Mas a mim sim, nã o é?
— Nã o! — ela gritou. — Nunca
trairia você!
— Entã o por que fez isso? Foi
uma espécie de traiçã o,
desaparecer sem deixar um bilhete.
Ele continuava a fitá -la com o
ú nico olho descoberto. O tapa-olho
de couro tornava o rosto zangado
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costumeira determinaçã o.
Ele ergueu as sobrancelhas e
fitou-a com espanto fingido.
— Pensei que você tivesse algo
contra o casamento. Quase desisti
de convencê-la a casar-se comigo.
Ela ignorou a provocaçã o e ele nã o
insistiu. O relacionamento deles
ainda era muito fraco para suportar
discussõ es.
Naquele momento, dois escravos,
um homem e uma mulher,
entraram com baldes de á gua, que
despejaram na banheira de cobre.
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murmurou, despertando-o do
enlevo.
Ele ajudou-a a despir-se, olhando
maravilhado para o corpo que se
livrava das roupas empoeiradas e
feias. Nã o se conteve e começou a
acariciá -la até que, ambos nus,
caíam sobre a cama abraçados,
rindo e murmurando palavras de
amor. Perderam-se na doaçã o de si
mesmos, sendo arrastados por
correntes poderosas demais para
serem vencidas. Nada mais no
mundo importava, a nã o ser a
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necessidade de mergulharem no
êxtase.
Mais tarde tomaram banho juntos,
brincando como crianças na á gua
quase fria. Connor ensaboou-a
carinhosamente, demorando as
mã os sobre o ventre que abrigava
seu filho, desejando sentir alguma
palpitaçã o de vida. Esqueceram-se
do jantar no entusiasmo de
estarem juntos, até que uma
discreta batida à porta os trouxe de
volta à realidade.
— Nem tive tempo de lavar você
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contemplaçã o um do outro,
enquanto as chamas das velas
dançavam, pondo sombras em seus
rostos.
Por fim, sem nenhuma palavra,
Connor ergueu-se e dando a mã o a
Sam ajudou-a a levantar-se da
cadeira. Juntos subiram para o
quarto e mais uma vez despiram-se
um para o outro, rejubilando-se
com a intimidade do ato. Ela
afundou-se nos braços dele, que
apertou-a possessivamente,
levando-a para a cama de alvos
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de maneira tã o vergonhosa.
Enquanto ele repetia as promessas
tã o lindas com voz firme e clara, ela
fazia seus votos de maneira quase
inaudível, desejando
desesperadamente que aqueles
momentos passassem depressa.
A felicidade que sentira até aquela
manhã se esvaíra, perdida na
convicçã o de que estava fazendo
algo imperdoável à ú nica pessoa
que ela amava no mundo. Quando
chegou o momento de assinar o
registro, com relutâ ncia escreveu o
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CAPÍTULO XXIV
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embora?
— Nã o exatamente — respondeu
o outro, ainda nã o querendo
revelar a gravidez da moça.
Francis ficou em silêncio durante
alguns segundos e depois estendeu
a mã o, que o amigo apertou com
força.
— Desejo-lhes boa sorte e muita
felicidade, Connor.
— Obrigado, Francis —
agradeceu o major, nã o notando
que o general se mantinha sério e
com expressã o preocupada.
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ir visitar a amiga.
Os olhos de Sam mostraram
alarme, mas Annabelle apressou-se
em acalmá -la.
— O acampamento estava vazio, a
nã o ser por alguns sentinelas, que
escaparam. Marion porém perdeu
os suprimentos e muniçã o.
Acredito que vai tomar isso como
um insulto pessoal e revidar à
altura. Olho por olho, dente por
dente. Acho que essa é também a
filosofia dos ingleses, porque
Marion e seus homens estavam
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Annabelle suportava as
reclamaçõ es com paciência. A
princípio, ao saber das condiçõ es
daquele casamento, ficara furiosa.
Connor passara em sua casa para
lhe pedir que cuidasse de sua
esposa, deixando-a estupefata e
imaginando se Samantha afinal
achara coragem para contar a
verdade. Nã o quisera tocar no
assunto com ele para nã o lançar
uma sombra na sua evidente
felicidade, mas assim que Connor
partira ela fora visitar Samantha,
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fazê-lo compreender.
— Eu sei.
— Esse casamento...
— Nã o é um casamento de
verdade, Annabelle.
— Pensa que ele vai encarar essa
farsa com calma e compreensã o?
Samantha suspirou desalentada.
— Nã o quero pensar nisso agora,
Annabelle. Tudo o que queria era
ter notícias de Connor.
A mulher sorriu e procurou em
um dos bolsos da capa, retirando
um papel dobrado e fechado com
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lacre.
— Deixei a surpresa para o fim
porque queria conversar com você
e sabia que depois de ler isto seria
impossível.
Entregou o papel à moça, que
ficou olhando para ele como se
estivesse em transe.
Samantha nem percebeu quando
Annabelle saiu da casa e desceu
para a rua, onde sua carruagem a
esperava. Agarrou a carta e subiu a
escada correndo. Trancou-se no
quarto e apertou o papel de
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cobertas de terra.
Quando tudo terminou, a casa
permanecia de pé, com sua
orgulhosa beleza maculada por
perfuraçõ es de balas e um enorme
buraco no telhado. Ingleses e
americanos apressaram-se a
consertar o teto sob o olhar
molhado de lá grimas da sra. Motte.
Mais tarde, enquanto Marion e
Lee supervisionavam o
desarmamento dos prisioneiros, a
mulher aproximou-se deles.
— Com sua permissã o, general
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emocionados.
Cuidadosamente, ele fez o cavalo
abrir caminho até alcançá -la. Nã o
desceu do animal, ficando a olhá -la
com indisfarçado prazer.
— Está engordando bastante,
madame — provocou, cheio de
satisfaçã o e orgulho.
— Por sua causa — ela replicou
prontamente.
Ele debruçou-se sobre ela e
beijou-a, pouco se incomodando
com a curiosidade das pessoas
mais pró ximas.
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ainda nã o terminara.
Para Sam e Connor aquele fora um
período de felicidade sem limites.
Cada dia era uma surpresa,
começado com entusiasmo e
encerrado com ternura e alegria.
Ele ainda tinha deveres a cumprir
junto ao regimento e ficava fora de
casa boa parte do dia, mas cada vez
que se reencontravam sua
felicidade se renovava.
Na terceira semana da pausa
abençoada, Connor anunciou que
teria de partir dentro de dois dias.
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abraçou-a.
— Esta é Sam — apresentou com
orgulho. — Sam, este é Denney
Demerest, cuja casa estamos
usando, e esta é Caroline.
Denney juntou os calcanhares e
fez uma graciosa reverência.
— Tenho muito prazer em
conhecê-la, sra. O’Neill. Quando
soube que Connor havia se casado
logo adivinhei que devia ser
alguém muito especial. Vejo que
nã o me enganei.
Samantha corou lisonjeada e
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CAPÍTULO XXV
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encontravam-se envolvidos em
conflitos pelo mundo todo e já nã o
havia dinheiro nem forças para
manterem exércitos na América.
Vendo que o fim se aproximava
inexoravelmente, Robert Chatham
convocou uma reuniã o dos mais
proeminentes tories.
Foi um encontro tenso e
desagradável. Alguns agarravam-se
à ilusã o de que os ingleses jamais
se deixariam derrotar por uma
naçã o tã o jovem e sem recursos.
Outros, nã o muitos, já planejavam
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Sentou-se à escrivaninha e
escreveu o plano que apresentaria
aos quatro homens que o
acompanhariam na ú ltima luta
desesperada.
Francis Marion convencera o
governador da Carolina do Sul,
Rutíedge, a promulgar uma lei que
perdoava os tories. O governador,
prevendo a necessidade de paz
doméstica quando a guerra
acabasse, reconhecera o valor da
medida, com certas restriçõ es.
Assim, proclamara que todos os
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tonalidade. Os candelabros de
cristal que ele importara da
Inglaterra cintilavam ao sol,
lançando minú sculos arco-íris
sobre os mó veis e o chã o.
Mas era uma casa vazia. Seus
lá bios apertaram-se de amargura
quando ele pensou em Elizabeth,
cujo riso o alegrara mais que
milhares de raios de sol
atravessando os pingentes de
cristal dos lustres.
E Samantha. Ficara surpreso ao
sentir falta da filha. Nunca prestara
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O'Neill?
Chatham queria provocá -lo o mais
que pudesse. Dera ordens para que
os homens atirassem apenas
quando Connor erguesse a arma e
enquanto isso nã o acontecesse
pretendia divertir-se um pouco.
— Pensou em mim enquanto
estava preso, irlandês? Pensou em
mim quando seu pai morreu?
— Seu miserável! — gritou
Connor erguendo o rifle. Chatham
ainda nã o sacara a arma e Connor
sabia que o perigo maior vinha dos
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desesperada.
— O que pretendia, Samantha?
Brendan nã o foi suficiente? Por que
quis destruir dois O'Neill com esse
ar de criança inocente? Pensou que
eu acabaria como Brendan,
Samantha? Pensou?
As palavras a atingiam como
chicotadas e ela começou a afastar-
se, mas a mã o dele aprisionou-lhe o
pulso.
— Nã o, Samantha. Você nã o vai
fugir desta vez. Vai me dizer por
que fez isso comigo, por que
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analisando-a.
— Nã o está com boa aparência,
Samantha, Sam — comentou,
fazendo questã o de repetir o nome
dela como se fosse uma
obscenidade. — Nã o quer sentar-
se?
Empurrou-a, forçando-a sentar-se
na cadeira que ocupara momentos
antes. Momentos ou milênios
antes? A mente dela parara de
funcionar, presa à quele instante de
tortura em que via o homem
amado transformar-se num
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impiedoso.
— Sente-se para ouvir uma
notícia. Seu pai está morto,
Samantha. Foi ele quem morreu e
nã o eu. Seus planos nã o deram
certo, nã o é?
Dizendo aquelas palavras cruéis,
Connor nã o obteve a satisfaçã o que
esperava. Ela fechou os olhos por
um instante e tornou a abri-los,
encarando-o com firmeza.
— Foi você quem o matou?
— Nã o, embora fosse esse o meu
desejo. Francis roubou-me o prazer
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tempo.
Enquanto nã o encontrava Connor,
Caroline cuidava de Samantha
como de uma criança. Nã o havia
melhora no estado da amiga e Sam
apenas comia quando a outra lhe
falava no bebê. Mesmo assim,
alimentava-se pouco, aceitando
pequenos bocados que mastigava
por longo tempo. Caroline pensava
na alegria que parecia transbordar
dos olhos azuis, da energia que
dominava a amiga anteriormente, e
tinha vontade de chorar. Nunca se
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milicianos e colocou-se
rapidamente à disposiçã o de
Greene.
Num dia quente e ú mido de
setembro, dois mil soldados do rei
confrontaram-se com as tropas
americanas, formadas por dois mil
e quatrocentos homens.
Connor, no meio da poeira
sufocante e da fumaça, lutava para
manter sua milícia intacta
enquanto os ataques se repetiam.
Quase perdeu o controle da
situaçã o quando um bando de
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pergunta.
— Que diabos deu em você,
Francis, para me esconder a
verdade? Quando descobriu? Por
que nã o me contou?
— Como está Sam? — o outro
repetiu.
— Nã o sei e nã o quero saber!
— Você é um asno completo,
Connor. Nã o soube reconhecer o
amor sem restriçõ es que aquela
garota lhe devota.
Connor encarou-o,
completamente aturdido com o
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ataque violento.
— Que espécie de amigo é você?
— revidou.
— O melhor que você podia ter.
Todavia isso nã o modifica o fato de
eu achar que você agiu como um
asno.
— Você devia ter me contado,
Francis!
— Tem razã o. Devia. Errei nesse
ponto, mas só descobri a verdade
quando Sam foi capturada e ela me
prometeu que lhe contaria tudo.
Depois ela desapareceu e você foi
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"Connor,
Peço que me desculpe por tudo,
pela dor que lhe causei, pelas
mentiras e pela decepçã o. Sei que
nunca poderá me perdoar, mas por
favor acredite que menti apenas
porque o amava e temia perdê-lo.
Você era a minha vida, Connor. Esta
é minha ú nica desculpa.
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de um homem rico.
Colocou o bilhete dentro da bota e
voltou a montar.
Durante os dois dias seguintes,
Connor procurou-a sem descanso.
Chatham Oaks estava abandonada.
Muitos escravos haviam fugido ou
sido roubados. Os está bulos
estavam vazios. Dali ele foi até a
caverna e ficou longos minutos
recordando cenas do passado. O
balde que ela usara para lavá -lo tã o
furiosamente ainda permanecia lá .
Um leve sorriso distendeu os
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CAPÍTULO XXVII
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quisesse ver.
Ele fechou os olhos, atormentado
pela lembrança do que fizera com
Sam.
— Annabelle, por favor, diga-me,
Sam está com você?
— Está lá em cima, preparando-se
para por seu filho no mundo.
— No seu quarto?
— Onde mais?
No instante seguinte, ele voava
escada acima, deixando-a com um
sorriso satisfeito no rosto.
Ele parou à porta do quarto,
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Connor. Sempre.
Ele inclinou-se e beijou os lá bios
que sorriam docemente. Entã o,
tomado de alegria que nã o
conseguia dominar, começou a rir
extravasando sua alucinante
felicidade. E o riso contagiou
Samantha, que também se pô s a rir
de modo incontrolável.
No corredor, Annabelle e algumas
das moças esperavam
ansiosamente, tentando adivinhar
o que se passava lá dentro do
quarto. Ao ouvirem as risadas
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descontroladas entreolharam-se
assustadas e entraram no
aposento. Os dois riam sem parar,
segurando-se pelas mã os, sem se
preocuparem em enxugar as
lá grimas que escorriam por seus
rostos.
Annabelle balançou a cabeça,
sorrindo, e saiu, chamando as
garotas. No corredor, também
começaram a rir, participando da
felicidade que haviam presenciado.
De repente, Sam parou de rir.
Outra contraçã o levou-a a agarrar-
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pró ximas?
— Sim, acho que está na hora de
chamar o doutor.
Connor praticamente correu até
chegar à casa do reverendo Smith,
ao lado da igreja, dois quarteirõ es
abaixo. Os sinos repicavam, como
sempre ao meio-dia e Connor
imaginou que encontraria o pastor
na torre. Subiu a escada íngreme e
realmente lá estava o reverendo
com protetores nas orelhas,
puxando a longa corda do sino
maior. Nã o era possível conversar
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outra vez?
— Nã o tenho tempo para explicar.
Por favor, venha comigo!
— O senhor já é casado, major.
Perdeu o juízo?
— Nã o. Explicarei depois, mas
vamos logo, por favor. O ministro
esforçava-se por entender o que
estava acontecendo e um
pensamento horrível passou por
sua cabeça.
— Major, está tentando me dizer
que sua esposa morreu? Que vai
casar-se de novo?
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— o pastor terminou,
apressadamente.
Logo em seguida, todos desciam
para o salã o, onde tomariam
champanhe. Connor beijou
Samantha antes de acompanhar o
bizarro cortejo.
— Tenha coragem, meu amor.
Nosso filho logo estará aqui. Depois
de fazer as honras da casa e
convencer o ministro a tomar uma
taça de champanhe com os outros,
Annabelle subiu novamente para
ver se podia ajudar em alguma
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fundos.
Annabelle riu e ele ficou
horrorizado ao perceber que
gostara daquele riso solto e
sincero.
— A vontade, reverendo. Siga-me,
por favor. Atravessaram a cozinha e
alcançaram a porta de trá s.
O pastor começou a abri-la e
Annabelle enfiou um saquinho de
moedas em sua mã o. Ele quis
protestar, mas ela balançou a
cabeça, sorrindo.
— É para os pobres. Em nome do
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bebê.
Ele também sorriu e esgueirou-se
pela porta entreaberta, olhando
para os lados. Pouco depois,
alcançava a ruazinha traseira e
tomava o rumo de casa, resolvendo
que nada diria à esposa. Estava
alegre e nada disposto a ouvir
recriminaçõ es e perguntas sem fim.
Connor entrou no quarto,
passando pelo médico, que saía
vestindo a casaca.
— Aceite minhas congratulaçõ es
— disse com um sorriso. — Pelo
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FIM.
Digitalizado por
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