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UM ÚNICO E NOVO HOMEM

 
"O primeiro homem, sendo da terra, é terreno;
O segundo homem é do céu”. I Coríntios 15.47.

Nós temos uma tendência natural de nos focar sempre nas coisas, nas circunstâncias ou em homens, e
sempre que fizermos isto ficaremos muito confundidos. Uma coisa que deve ficar muito clara a nós é que todo
o coração do Pai sempre esteve no seu Filho Amado; todo o seu prazer sempre foi para Jesus, mesmo antes
que o mundo existisse.
Tudo foi criado por ele e para ele, inclusive Adão e toda a raça humana. Não podemos ver a criação de
Adão de forma isolada, porque no projeto da criação de Deus sempre estiveram dois homens: Adão e Jesus. 
Adão veio primeiro, porque como nos ensina a Escritura, primeiro é o natural, depois o espiritual (I Coríntios
15.46). O primeiro homem foi Adão, e foi feito alma vivente, o segundo homem: Cristo -que é o último
Adão-, espírito vivificante (I Coríntios 15.45).
Este e os textos a seguir de I Coríntios 15, nos revelam coisas gloriosas. Mesmo Adão, mesmo sendo um
homem, o primeiro homem, e que foi formado por Deus do pó da terra, já era uma figura de Cristo: "No
entanto, a morte reinou desde Adão até Moisés, até sobre aqueles que não tinham pecado à semelhança
da transgressão de Adão, o qual é a figura daquele que havia de vir" Romanos 5.14.
Tudo o que aconteceu com Adão era uma figura daquele que havia de vir. O sono de Adão era um
prenuncio da crucificação de Jesus. A mulher que foi tirada do seu costado uma figura da ressurreição. Tudo
prefigurava o mistério de Cristo e a Igreja (Efésios 5.32).
O pecado pelo qual Jesus foi feito por nós, também se assemelha ao de Adão, porque Adão não foi
enganado, a sua transgressão foi consciente. A mulher, como a Igreja é que caiu em transgressão. Depois
Adão se deu ao pecado por causa da sua mulher (I Timóteo 2.14).
A Igreja sim, mas Jesus também não foi enganado. Ele não cometeu pecado, mas se entregou a si mesmo
por ela. Ele deu a sua vida por ela, e tomou sobre si o pecado de muitos: "Bem como o Filho do homem não
veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos" Mateus 20.28.
A Escritura também nos ensina pelo texto de I Coríntios 15, verso 45, que Jesus se tornou o último Adão.
Isto continua nos trazendo uma revelação preciosa de que a obra de Deus sempre foi em Cristo e não em
Adão. Mas Adão existia como criação, e para que tudo ficasse somente no seu Filho, Deus o fez pecado por
nós (II Coríntios 5.21). Naquela cruz Jesus se tornou o último Adão, para ali acabar com todo o primeiro
homem, com a raça adâmica, para que na ressurreição Deus iniciasse a sua grande obra de fazer-nos à imagem
do seu Filho (Romanos 8.30).
Como todo o coração do Pai estava somente no seu Filho Amado, Ele encerrou naquela cruz a primeira
criação, iniciando pela ressurreição de Jesus uma nova criação. Não mais almas viventes, mas espíritos
vivificantes, conforme à imagem do Seu Filho Jesus: "Porque o amor de Cristo nos constrange, julgando
nós assim: que, se um morreu por todos, logo todos morreram... Assim que, se alguém está em Cristo,
nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo" II Coríntios 5.14 e 17.
Na nossa regeneração é o mesmo processo. Primeiro é o natural, depois vem o espiritual. Primeiro
nascemos da carne e vivemos na carne, depois nascemos do espírito para sermos espirituais: "O que é
nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito" João 3.6.
Por isso, para cada homem e mulher nascido nesta terra, é necessário nascer de novo: "Jesus respondeu,
e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de
Deus" João 3.3. No nosso nascimento natural trazemos a imagem do que é terreno, mas quando nascemos de
novo, quando nascemos do Espírito, nos tornamos participantes da natureza divina (II Pedro 1.4), e trazemos a
imagem do que é celestial: "Qual o terreno, tais são também os terrestres; e, qual o celestial, tais também
os celestiais. E, assim como trouxemos a imagem do terreno, assim traremos também a imagem do
celestial" I Coríntios 15.48-49.
Esta obra está completa, consumada em Cristo, mas ainda não se completou em nós, na Sua Igreja. O
Espírito inicia esta obra em nós pela regeneração e irá completá-la até o dia de Cristo: "Não pelas obras de
justiça que houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração
e da renovação do Espírito Santo" Tito 3.5.
Esta renovação é feita de dia em dia: "Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem
exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova de dia em dia" II Coríntios 4.16. De dia em dia e de
glória em glória, pelo Espírito do Senhor (II Coríntios 3.18).
Quando a última trombeta soar, o Espírito que ressuscitou a Jesus dentre os mortos e que habita em nós
(Romanos 8.11), ressuscitará incorruptível primeiro os que dormem em Cristo, e depois num abrir e fechar de
olhos transformará o nosso corpo de humilhação em um corpo glorioso, semelhante ao corpo de glória do
nosso Senhor Jesus, e então estaremos para sempre com Ele (Filipenses 3.21).
Aí, e somente aí se consumará aquilo que desde o princípio foi dito por Deus: "Façamos o homem à
nossa imagem, conforme a nossa semelhança" Gênesis 1.28. E também o que continua dizendo em seguida:
"...e domine ele...", pois seremos reis e sacerdotes sobre a terra, e reinaremos com Ele pelos séculos dos
séculos. Amém.

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