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UNIDADE: “Me conheça melhor” / Brasil

SITUAÇÃO DE USO
Discussão crítica sobre estereótipos.
MARCADORES

Comportamento; Cultura; Relações Sociais.

EXPECTATIVAS DE APRENDIZAGEM

- Identificar e descrever características físicas e comportamentais.


- Apontar e discutir estereótipos comuns às culturas.
- Expressar opiniões sobre diferentes gêneros textuais.
- Produzir texto do gênero carta do leitor.

ATIVIDADE DE PREPARAÇÃO
Leia a descrição apresentada e associe-a com uma das mulheres das
fotos:

Formada em Direito pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, Mylene


Pereira Ramos tem mestrados pela Universidade de Stanford, na Califórnia, e
pela Universidade de Columbia, em Nova Iorque, onde se aprofundou em
Direito Internacional do Trabalho. Juíza do trabalho desde 1994, atualmente,
Mylene é diretora do Fórum Trabalhista da Zona Sul e substitui um
desembargador no Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região.

Disponível em: https://goo.gl/SbknPY (texto adaptado). Acesso em 30 de Agosto de 2017

a) Qual foi a sua escolha? O que influenciou na sua tomada de decisão?


b) Em sua opinião, há alguma característica física que possa ser associada às
mulheres na magistratura?
c) A resposta correta lhe causou alguma surpresa? Por quê?

Unidade Didática elaborada por: Camila Azevedo, Lucas Chagas e Sandra de Jesus. LET B12, UFBA.
BLOCO DE ATIVIDADES
Atividade 1: Ouça a música Me Conheça Melhor e responda:

a) Que ritmo é esse?


b) Qual a sua opinião sobre esse tipo de música?
c) Em sua opinião, qual é a mensagem principal da música?

Atividade 2: Assista ao vídeo Me Conheça Melhor, compare com a letra da


música e responda: (https://www.youtube.com/watch?v=FiYhvu5wanc)

Só porque você me olha não quer dizer que me vê

Olhe bem, chegue mais perto, não julgue sem conhecer

Vai dizer que sou drogado só porque sou tatuado?

Se vivo conectado, diz que sou alienado

Acha que não fiz sucesso, só por eu não ter carrão

Pensa que escolhi ser gay por falta de educação

Sou negão com muito orgulho e você chama a polícia

Só porque minha saia é curta acha que eu tô de malícia

Eu sou vegetariano e não como só salada

Se domingo vou à igreja, sabadão vou pra balada

Uso brinco mas não brinco de boneca

Tenho implante, mas no fundo sou careca

Tenho filhos, mas não quero me casar

Viciei em jogo online, mas paro pra namorar

Só porque você me olha não quer dizer que me vê,

Olhe bem, chegue mais perto, não julgue sem conhecer.

Tenho código de barras, mas também tenho beleza,

Só porque sou fabricado, não venho da natureza?

Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=FiYhvu5wanc>


Acesso em: 21 de agosto de 2017 [Transcrição nossa]

a) Que tipo de vídeo é esse? Que elementos ajudaram na sua interpretação?


b) Qual a relação entre a mensagem da música e o propósito principal do
vídeo?

Atividade 3: Discuta, em pequenos grupos, quais os principais


estereótipos existentes no seu país. Em que eles se baseiam?

Unidade Didática elaborada por: Camila Azevedo, Lucas Chagas e Sandra de Jesus. LET B12, UFBA.
Atividade 4: Faça a leitura do texto a seguir:

“Advogado pediu para cliente ser julgado por juiz branco”

Juíza trabalhista Mylene Pereira Ramos fala sobre preconceito racial na Justiça

“Nossa, mas a senhora não tem cara de juíza” é uma frase que a juíza Mylene
Pereira Ramos está muito acostumada a ouvir. Para muitos de seus
interlocutores, Mylene não tem cara de juíza por uma razão específica: ela é
negra.

Juíza do trabalho desde 1994, há alguns anos ela teve de ler um recurso que a
deixou ultrajada. O advogado de um skinhead que requeria vínculo trabalhista
com uma gravadora musical e teve o pedido negado por ela, ajuizou um
recurso em que pedia que seu cliente fosse julgado por um juiz branco. “Foi
muito aviltante ler aquilo. Nunca tinha visto uma coisa como aquela”, afirma.

Atualmente, Mylene é diretora do Fórum Trabalhista da Zona Sul e substitui um


desembargador no Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região. A juíza
recebeu a reportagem do JOTA em seu gabinete e falou sobre preconceito,
falta de diversidade nos tribunais e reforma trabalhista.
Leia a entrevista:
Por que a senhora quis ser uma juíza do trabalho?
Quando comecei a pensar em prestar concurso, pensei na Justiça do Trabalho
porque imaginei que com minha experiência de vida poderia contribuir – não
defendendo os trabalhadores, mas tendo o conhecimento de uma insider, de
quem já viu algumas situações por dentro. Quis ser juíza do trabalho porque
uma das experiências que mais me marcou na vida, foi ver o meu pai perdendo
a saúde dele em função do remédio que ele tomava para não dormir e
trabalhar. Sempre que ando de metrô lembro do momento em que um amigo
dele chegou em casa para nos dizer que ele estava no hospital entre a vida e a
morte.

Há pouca diversidade nos tribunais em geral. Quantos desembargadores


são negros aqui no TRT-2?
Aqui no TRT-2 temos apenas uma desembargadora negra, a doutora Rilma
Hermetério [entre 93 desembargadores], e no primeiro grau conheço apenas
outro juiz de primeiro grau que se identifica como negro [entre 415 juízes]. Eu
falei sobre essa questão no TEDx São Paulo, sobre a necessidade de haver
mais diversidade racial na magistratura. Aqui não tem diversidade racial. E falta
diversidade de gênero, de transgêneros ou mesmo em relação à questão de
opção sexual nós não vemos juízes se posicionando. A Justiça precisa de
diversidade. Cada um de nós é diferente. Somos na essência iguais, mas cada
um tem uma experiência diferente de vida. A minha mãe ter sido doméstica me
moldou no que sou hoje. Eu não sou como alguém que nasceu nos Jardins ou

Unidade Didática elaborada por: Camila Azevedo, Lucas Chagas e Sandra de Jesus. LET B12, UFBA.
que o pai é fazendeiro. Eu sou eu, a Mylene, que teve esta determinada
experiência de vida. É isso que faz com que o juiz estabeleça determinados
critérios de avaliação na vida, crenças e valores. Quando você tem juízes
diversos, vai ter pessoas diversas avaliando os casos. Por exemplo, um
reclamante diz que era discriminado porque era chamado de “negão” ou que
ouvia dos colegas “samba aí”. Mas a testemunha diz: “era brincadeira, a gente
pedia para ele sambar porque achava bonito. Meu melhor amigo é preto, não
era preconceito”. Um determinado juiz pode se perguntar: “onde está o
racismo? Não tem problema nenhum”. Eu, por causa da minha história, vou
analisar de outra forma.

A senhora já sofreu preconceito como juíza?


Sim.

De que forma?
Acho que um dos grandes preconceitos é você não ser reconhecida pelo que
você realmente é. Nesta semana, uma advogada veio me entregar memoriais.
Eu estava na sala junto com os funcionários. Falei: “sim?”. Ela ficou meio assim
e disse: “a senhora que é a juíza? Nossa, a senhora é tão jovem, nem pensei
que pudesse ser a juíza. Não tem cara de juíza”. Não tem cara de juíza é uma
frase que sempre ouço. Quando a pessoa se assusta e não consegue
reconhecer num negro a figura de um juiz, a culpa não é dela; é da sociedade.
Isto é um reflexo da falta de diversidade no Judiciário. Minha mãe às vezes
vinha ao fórum para me ver atuando. Isso aconteceu pouquíssimas vezes.
Mas, nessas pouquíssimas vezes, minha mãe ouviu comentários, como por
exemplo: “olha que absurdo: essa mulher é juíza. Há um tempo atrás ela
estaria na cozinha da minha casa lavando o chão”. Às vezes acontecem casos
muito extremos. Julguei improcedente uma reclamação trabalhista de um
skinhead que, de fato, não tinha cabimento algum. Depois de ter sido preso em
flagrante por ter agredido um homossexual negro na Avenida Paulista, ele foi
desligado do trabalho. O advogado entrou com um recurso dizendo que queria
que o processo de seu cliente fosse julgado por um juiz branco, não por mim.
Eu estou tendo preconceito porque sou negra? A pessoa de fato escreveu isso,
estamos numa sociedade doente.

Disponível em: https://goo.gl/SbknPY (Adaptado). Acesso em 30 de Agosto de 2017

Responda às seguintes questões acerca do texto lido:

a) Qual a ideia principal do texto?


b) Qual o gênero do texto? Justifique.
c) Em seu país, ocorrem situações semelhantes a do texto? Dê um exemplo.

Unidade Didática elaborada por: Camila Azevedo, Lucas Chagas e Sandra de Jesus. LET B12, UFBA.
Atividade 5: Escreva para a seção “carta do leitor” do jornal JOTA e
manifeste sua opinião sobre o tema tratado na entrevista.

EXTENSÂO DA UNIDADE
Atividade 1: Analise as imagens a seguir:

Disponível em: <http://www.psdb.org.br/acompanhe/charges/percepcao/>.


Acesso em: 23 ago, 2017.

Unidade Didática elaborada por: Camila Azevedo, Lucas Chagas e Sandra de Jesus. LET B12, UFBA.
Disponível em: <http://piadasdegosto.blogspot.com.br/2010/11/xd.html>.
Acesso em: 26 ago, 2017.

A partir da análise, discuta com um colega:

a) Que gênero textual é esse? Justifique.


b) Quais estereótipos estão presentes nas charges apresentadas?
c) Na sua opinião, de que modo podemos discutir e problematizar a visão
estereotipada que temos sobre o outro?

ATIVIDADE DE AVALIAÇÃO

Escreva um pequeno texto sobre os principais estereótipos relacionados


ao seu país, explorando as possíveis motivações desses.

Unidade Didática elaborada por: Camila Azevedo, Lucas Chagas e Sandra de Jesus. LET B12, UFBA.

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