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1.1.1 Introdução
1 Coríntios 13 é muito mais que um belo poema. É componente impreescindível aos
contextos imediato (cap. 12-14) e maior (a carta toda e situação em Corinto). Para
absover o impacto original do capítulo 13 é necessário compreender corretamente
este “amor.” Definição deficiente produzirá deturpações subjetivas além de
desorientar da mensagem original (veja apêndice). WIERSBE reclama—“Poucos
capítulos da Bíblia sofreram tantas distorções em sua interpretação quanto 1 Coríntios
13. Fora de seu contexto, eloe se torna um ‘canção de amor’ ou um sermão
sentimental sobre a fraternidade cristã. Muita gente não entende que, ao escrever
essas palavras, Paulo está tratando dos problemas dos coríntios... (WIERSBE, 2001,
p. 799)
1.1.3 Estrutura
Mais importante que a estrutura literária é o reconhecimento do gênero literário do
capítulo. Este capítulo tem características poéticas, portanto os comentaristas
denominas um “cântico” ou “hino.” Devido a distinguivel e elevada forma literária,
alguns até sugerem que fazia parte de outro texto composto ou aproveitado por Paulo
e inserido neste lugar. Porém, não precisamos exagerar uma “hipótese de fontes”,
pelo contrário o autor corrobora literariamente o que ele faz intelectualmente—a
suprema importância elevada do amor na culto público, na igreja geral e na carta
inteira é enfatizada até pelo próprio estilo elevado do texto. Quando se trata do amor,
o autor ascende de prosa didática a poesia. Ele propõe mostrar um caminho
sobremodo excelente e o faz de forma literária sobremodo excelente.
TMF. Natal, SIBB. Análise de 1 Coríntios: cap. 13, v. 2008.1 p. 1
1.1.4 Esboço
Esboço (divisões literários):
O Amor é sobremodo excelente (12:31.b.)
1. Tem valor excepcional (v. 1-3)
exaltado sobre todas as outras atividades
“Ainda que...”
2. Tem valor enriquecente (v. 4-7)
enriquece a qualidade de vida, algo muito ausente na vida moderna
“O amor é...”
3. Tem valor eterno (v. 8-13)
O dons passam, mas o amor permanece.
“O amor jamais...”
“quando...quando”
“agora... agora”
BKN:
I. A Preeminência do Amor (v. 1-3)
II. As Perfeições do Amor (v. 4-7)
III. A Permanência do Amor (v. 8-13)
WIERSBE
I. O amor enriquece (v. 1-3)
sem o amor, os cinco dons mencionados não são nada
II. O amor edifica (v. 4-7)
III. O amor permanece (v. 8-13)
1.1.5 Mensagem
Argumento Geral
O amor é superior pois é eterno.
“O amor jamais acaba no sentido que nunca chegará ao fim. Positivamente dito,
ele é eterno. Isso não é verdadeiro em respeito aos dons espirituais. Alguns
destes eram fundamentais (e.g. profecia e ciência; cf. Ef 2:20) e confirmatórios
(e.g. línguas; cf. 2 Cor. 12:12; Heb. 2:4). Todo dom é vinculado de alguma
forma à edificação da igreja levando à maturidade—alguns (profecia, ciência,
línguas) funcionavam nos primeiros anos da Era da Igreja e outros continuam até
a igreja é aperfeiçoada. Quando a perfeição for atingida, os dons terão servido os
propósitos e serão feitos obsoletos. Mas isto não acontecerá com o amor” (BKN,
II:535-536).
O Amor vale mais do que “espiritualidade” (v. 1-3). “Ainda que... se não tiver...”
13:1 “língua... de anjos”
não afirma nem implica que realmente exista um idioma angelical.
é comparação por meio de extremos imagináveis.
em todos os exemplos bíblicos, os anjos falam no idioma do ouvinte (comp.
Apoc 21:17)
O próprio significada da palvra “anjo” comprova seu papel de “mensageiro,”
i.e. trazer comunicação. Mensagem sem compreensão não é comunicação
alguma.
O Amor vale mais do que auto-abnegação (v. 3)
v. 8 “cessarão”—(veja os comentários)
MACARTHUR representa uma linha de argumento apoiada por muitos
eruditos. Este verbo se acha em forma gramática distinta dos outros. O
efeito do desaparecimento de línguas seria diferente dos outros dons, sendo
um efeito interno. Como uma bateria, tem um prazo de validade interno que
se esgota e acaba. Por outro lado, nota-se que a profecia e a ciência vão
parar por força externa. O “quando?” e o “como?” é descrito no vs. 10.
Por outro lado, especialmente entre tendências carismáticos, há quem diga
que este verbo é simplesmente por variação de estilo sem distinção técnica
(e.g. FEE, Gordon; e CARSON, D.A. citado em COMPTON 120, nota 61).
v. 8 “ciência” Aqui há divergência entre os comentaristas:
a. uma função natural
TMF. Natal, SIBB. Análise de 1 Coríntios: cap. 13, v. 2008.1 p. 3
o crescimento geral do conhecimento
“...o conhecimento penosamente adquirido das cousas terrenas” (MORRIS,
150).
b. um dom espiritual
Prefere-se esta idéia. cf 14:6
Parece tratar de um dom espiritual. Mesmo na eternidade haverá
crescimento no conhecimento humano
v. 10 “perfeito”—tradução adequado porém nem sempre se trata do absoluto perfeito
ou fim. Pode ser também o fim ou conclusão de um estágio entre outros—e.g.
“completar os estudos.”
RYRIE—“Uma referência à segunda vinda de Cristo” (RYRIE, rodapé)
BKN—“Os dons eram bençãos temporárias em uma era imperfeita. Um dia
se darão à perfeição, àquilo que todos os dons apontavam” (BKN, ad. loc.).
Em respeito à conclusão do cânon, ele argumenta que o vs. 12 faz esta
interpretação improvável. Ele sugere que se trata do estado de perfeição
quando o programa divino para a Igreja é consumada na segunda vinda de
Cristo.
GODET—a vinda do estado perfeito, sendo esta a segunda vinda de Cristo
que introduzirá esse estado.
MACARTHUR— aqui se trata de “Quando?” e “Como?” os dons de
profecia e ciência cessarão (p/ línguas veja. vs. 8). Ele argumenta que o
“perfeito” é o estado eterno (MACARTHUR, 366).
v. 13 “fé” e “esperança”
são expressões de amor
são qualidades elevadas acima dos dons
mas estas qualidades não alcançam o valor sobremodo do amor.
“É imporatante observar que as três graças cristãs permanecerão, mas a ‘fé
se tranformará em visão e a esperança se cumprirá’” (WEIRSBE, 2001, p.
800)
Quanto a fé veja DITNT s.v. “amor” (esp. p. 119-120).
1.1.6 Aplicação
“Infelizmente, parte da ênfase sobre o Espírito Santo hoje não é santa (pois ignora as
Escrituras) nem espiritual (pois apela para a natureza carnal).” (WIERSBE, 2001, p.
800).
1.2 Apêndice
Conclusão
Apesar que o grego tivesse rica variação no campo semântico de “amor/ amar”,
nenhuma servia para esse atributo Divino. Portanto, a LXX tomou uma palavra
neutra para que se infundisse as facetas do amor Divino-Bíblico. Os autores do N.T.
seguiram este exemplo ao usá-la em torno do cume da revelação do caráter divino,
Jesus Cristo. A primeira vinda de Jesus mostrou um largo aspecto da glória (i.e.
TMF. Natal, SIBB. Análise de 1 Coríntios: cap. 13, v. 2008.1 p. 7
caráter) de Deus (cf. Jo 1:14): a eleição, misericórdia, soberania, bondade, em fim,
amor de Deus. Este amor se torna a base e motivo para o homem reciprocar (mesmo
tão falho) ao amar a Deus e amar ao outro. Portanto, amor Bíblico-divino é “uma
escolha de buscar o bem do amado”.
uma escolha (eletivo)—racional
uma escolha—voluntário
uma escolha—imerecida . Duradoura, pois não se baseia nas circunstâncias
externas (merecimento) ou internas (apego emocional)
uma busca—sacrificial (cf. Ef 5:2, 25; Jo 3:16)
o bem—completa. Não parcial ou reservada, portanto para o ser humano,
continuamente crescente na execução.
Aplicação
O amor Divino é expresso pelo: dar, cuidar, proteger
O amor Divino é respondido pelo: confiar, obedecer, esperar, se submeter
Portanto, nosso amor a Deus é um estilo de vida confiante, dependente, esperançoso,
obediente a Ele, ou, para usar uma frase joanina, “permanecer em” Ele. Apesar que
haja emoções, este aspecto é secundário e inconsequente como termômetro do nivel
de amor (veja 13:13).
Bibliografia Suplementar
COENEN, Lothar e BROWN, Colin. Dicionário Internacional de Teologia do Novo
Testamento. 2ª Ed. trad. Gordon Chown (Vida Nova: São Paulo, 2004) (artigo
“amor” por BROWN, Colin) (DITNT).
COMPTON, R. Bruce. “1 Corinthians 13:8-13 and the Cessation of Miraculous
Gifts” (DBSJ 9 (2004): 97-144) disponivel no site do Detroit Baptist Theological
Seminary acessado em 30-06-2008.