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O que dizem as leis voltadas para pessoas em sofrimento mental?

A Reforma Psiquiátrica, implantada no Brasil a partir de 2001, estabeleceu


princípios importantes para garantir o atendimento, a proteção e a dignidade
das pessoas em sofrimento mental, conferindo lhes cidadania. Tais princípios
são:

» Desinstitucionalização (tirar a pessoa da condição permanente de interno em


alguma instituição);

» Desospitalização (oferecer atendimento em centro de referência, evitando a


internação hospitalar);

» Criação de redes de serviços que substituam o modelo centrado no hospital


psiquiátrico;

» Compromisso de realização de ações por parte dos diferentes atores sociais.

O Brasil permaneceu durante 67 anos com uma legislação psiquiátrica (criada


em 1934) que não garantia nenhum direito às pessoas em sofrimento mental.
Essa situação só foi alterada a partir de 2001, com a criação da Lei 10.216, que
trata da proteção e dos direitos das pessoas em sofrimento mental e modifica o
modelo de assistência em saúde mental. Vejam o que diz a lei (parágrafo
único, artigo 2º):

I – ter acesso ao melhor tratamento do sistema de saúde, consentâneo às suas


necessidades;

II – ser tratada com humanidade e respeito e no interesse exclusivo de


beneficiar sua saúde, visando alcançar sua recuperação pela inserção na
família, no trabalho e na comunidade;

III – ser protegida contra qualquer forma de abuso e exploração;

IV – ter garantia de sigilo nas informações prestadas;

V – ter direito à presença médica, em qualquer tempo, para esclarecer a


necessidade ou não de sua hospitalização involuntária;

VI – ter livre acesso aos meios de comunicação disponíveis;

VII – receber o maior número de informações a respeito de sua doença e de


seu tratamento;

VIII – ser tratada em ambiente terapêutico pelos meios menos invasivos


possíveis;

IX – ser tratada, preferencialmente, em serviços comunitários de saúde mental.

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