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NOEMIA BENTO DE OLIVEIRA

PEDAGOGIA DO BRINCAR :
QUAL É A SUA CONTRIBUIÇÃO PARA EDUCAÇÃO
INFANTIL?

São Paulo
2020
NOEMIA BENTO DE OLIVEIRA

PEDAGOGIA DO BRINCAR :
QUAL É A SUA CONTRIBUIÇÃO PARA EDUCAÇÃO
INFANTIL?

Projeto apresentado ao Curso de Pedagogia da


Instituição Anhanguera

Orientador: Ana Massambani

São Paulo
2020
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO...........................................................................................................5

1.1 O PROBLEMA........................................................................................................5

2.1 OBJETIVO GERAL OU PRIMÁRIO.......................................................................5

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS OU SECUNDÁRIOS................................................5

3 JUSTIFICATIVA.........................................................................................................5

4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.................................................................................6

5 METODOLOGIA........................................................................................................7

6 CRONOGRAMA DE DESENVOLVIMENTO.............................................................7

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS……………………………………………………….………8
1 INTRODUÇÃO

A formação acadêmica em um curso universitário nos apresenta uma


multiplicidade de caminhos a serem seguidos, inúmeros temas e objetos de
discussão para serem aprofundados, distribuídos entre as mais diversas disciplinas
em todo o curso. Dessa forma, o discente navega por muitos rios, fazendo com que
ele tenha um mínimo conhecimento sobre cada parte do mapa geográfico do curso
escolhido, que no caso, é a Licenciatura em Pedagogia.

Porém, quando saímos do curso universitário e buscamos construir o nosso


próprio caminho, forjando o nosso currículum vitae (o caminho da vida) na procura
por um ofício que melhor nos atenda, tanto economicamente quanto culturalmente,
desenvolvendo assim as nossas capacidades em todos os sentidos possíveis,
sofremos ao tentar afunilar esse caminho. A multiplicidade ao mesmo tempo que
enriquece também pode confundir, não permitindo que um profissional tenha
condições de exercer um papel diferencial, e para isso entra em campo a pesquisa
acadêmica.

Dentro da perspectiva científica fornecida pela pesquisa, podemos construir


um caminho próprio, elaborado por meio de nossas reflexões, perguntas e críticas,
pavimentando um percurso que dialogue com as nossas expectativas profissionais.
Em muitas faculdades existem iniciações científicas e outras formas de elaboração
acadêmica, mas uma das principais é o Trabalho de Conclusão de Curso, que nos
permite produzir um material que explicite as vísceras de nosso aprendizado e o
coração de nosso caminho.

A educação torna-se um tema gigantesco do curso de Pedagogia, e ao


mesmo tempo também é um ponto principal que faz bater o coração daqueles que
seguem esse curso, e a infância tem um local privilegiado nessa lógica,
principalmente por se tratar do princípio do caminho de aprendizado. A pesquisa
objetiva encontrar as discussões com um maior potencial e diferencial, e também
onde moram os grandes questionamentos a serem desenvolvidos, no caso, a
Educação Infantil explicita todos esses potenciais, por ser ter um percurso histórico
que explicita seu potencial crítico a educação tradicional e também por trazer
elementos próprios do aprendizado que são abandonados ao longo da formação
clássica.
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Um dos maiores exemplos para explicitar e debater esse assunto é a


brincadeira. O lúdico, que é o conceito utilizado para nomear o aprendizado pelo
brincar, se manifesta como uma das principais ferramentas da criança que busca
aprender no e com o mundo, mas que tragicamente é perdido ao longo do percurso
escolar que entende que a escola deve ensinar a criança a ser um adulto, mas será
que não deveríamos observar a criança e reaprender com ela como é ser humano?

Para além disso, o TCC também pode tornar-se um material de trabalho de


diversos outros colegas, em formação ou formados, que buscam um
aprofundamento no assunto, e por conta disso, definiu-se por discutir o lúdico na
Educação Infantil.

1.1 O PROBLEMA
De acordo com a literatura sobre educação infantil, uma das discussões mais
frequentes dentro de algumas correntes pedagógicas é a ludicidade enquanto meio
de aprendizagem da criança, podendo serem explorados diversos caminhos e
sentidos, de acordo com as pesquisas sobre escolas, pré-escolas e outros espaços
de aprendizagem com crianças. Porém, por conta da multiplicidade de caminhos em
meio a formação universitária, não torna-se possível construir um percurso de
aprofundamento em uma temática como a ludicidade ou em uma etapa da
escolarização como a Educação Infantil (EI), por isso, para possibilitar esse
afunilameto questiona-se: quais seriam os caminhos possíveis para abordar a
ludicidade na prática docente dentro da EI?
Portanto, objetiva-se aqui fazer um estado da arte da brincadeira enquanto
exercício pedagógico e suas significações para crianças e para os educadores
envolvidos

2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL OU PRIMÁRIO


Discutir o papel da ludicidade por meio do brincar e seu exercício na
educação infantil.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS OU SECUNDÁRIOS


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1) Discutir sobre o brincar como uma prática pedagógica nas escolas de


Educação Infantil
2) relacionar o lúdico com a prática docente na Educação Infantil.
3) Elencar as práticas lúdicas que podem ser exercidas na educação infantil e
seus benefícios para a educação da criança.

3 JUSTIFICATIVA

Ao longo de um processo formativo da educadora, percebe-se que é na


prática da sala de aula que são realçadas as discrepâncias entre teoria e prática.
Portanto, o objetivo de investigar as pesquisas feitas sobre a prática docente no
trabalho com o lúdico é de construir uma ferramenta de uso prático para as
educadoras da educação infantil, onde torna-se possível identificar com facilidade
um aglomerado de práticas lúdicas cientificamente trabalhadas e testadas por
acadêmicos de todo o país.

4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Conforme Bacelar (2012), a educação infantil é uma área recente e de


constante transformação, e consequentemente a formação do educador infantil
também está em constante processo de elaboração teórica e prática. Por isso,
resolvemos por dedicar os esforços desse trabalho em sondar dentro dos principais
repositórios de artigos, dissertações e teses, todos os trabalhos que dialoguem com
a nossa discussão: a formação do professor de educação infantil no exercício
pedagógico da ludicidade.
O processo histórico que produz a atual situação educacional brasileira
também produziu os desdobramentos da educação infantil, que antes de ser tratada
como uma política educacional era concebida como uma política assistencialista
necessária para as mães trabalhadoras deixarem seus filhos, algo que foi
materializado inicialmente nas creches. A Educação Infantil propriamente dita só foi
concebida na Constituição Federal do Brasil de 1988, apontando ser dever do
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Estado fornecer educação inicial para todas as crianças do país, porém, não foi
concebida como uma obrigação do Estado. De acordo com Bacelar(2012), apenas a
partir desse ponto que os cursos de Pedagogia começaram a colocar as creches e
pré-escolas em seu currículo formativo, pois anteriormente a CF/88, as profissionais
que trabalhavam nessas instituições eram de formação leiga, não sendo
especializada com uma formação adequada ao trabalho pedagógico.
Porém, os debates em torno da importância social da educação infantil teve
sua enfase nos anos 1970, momento em que as creches passaram por uma ampla
expansão, muito derivado do aumento de empregos no período, tal como as
migrações para os grandes centros industriais, ou seja, é a partir dessas mudanças
estruturais na educação e no capitalismo brasileiro que os debates acadêmicos
passaram a dar enfase a essa questão, e por conta disso, tornou-se possível pautar
a educação de crianças de 0 a 6 anos como uma questão relevante as políticas
públicas no Brasil. A partir da CF/88, as mobilizações em torno da EI fizeram como
que o Estatuto da Criança e do Adolescente fosse criado em 1990, e também
fizeram parte da elaboração da Lei de Diretrizes e Bases de 1996.
Após esse rápido panorama histórico da Educação Infantil no Brasil e suas
implicações históricas, podemos perceber que a formação de educadores para a
área é extremamente recente, assim como os estudos relacionados a essa mesma
formação.
A formação de professores na Educação Infantil, assim como a formação de
professores em geral, inicia sua trajetória como política pública a partir do momento
em que a educação para crianças tomou uma característica dissonante do
assistencialismo, apesar de continuar a carregar tal estigma na opinião pública.
Porém, para que essa transformação fosse possível, foram feitas amplas
pesquisas no campo das ciências humanas nas Universidades brasileiras em
dialogo com o poder público que buscaram evidenciar a formação social da criança
e que a infância era também um período de aprendizagem que deveria ter um
enfoque pedagógico e científico.
De acordo com Áries (1978), a criança é um sujeito em formação social e a
infância também é um produto histórico, portanto as relações sociais experienciadas
pela criança ocorrem como forma de aprendizado e constituem as condições para a
formação das estruturas sociais dentro desse sujeito, tendo a família e a Igreja como
principais instituições da formação da criança. Portanto, a escola teria um papel de
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tornar a instituição que oferece a criança as múltiplas percepções existentes sobre o


mundo social e seu processo histórico de elaboração, ampliando as percepções da
criança sobre o mundo, para além do seu núcleo de sociabilidade.
Na discussão feita pelo historiador no livro A Formação Social da Infância e
da Família (ÁRIES, 1978), a infância por ser um produto histórico acaba por dever
seus traços as instituições que a fizeram, no caso, a burguesia europeia e a
formulação de um período onde a criança não tem necessidade de acessar as
questões primordiais do mundo adulto, tal como o trabalho. Nos períodos anteriores,
a criança não tinha esse aspecto diferencial dos demais adultos, sendo inclusive
considerado como um adulto em menores proporções, algo que deve-se as
condições de sobrevivência dos pobres no período, que diminui o tempo de vida e
fazia com que a maturidade chegasse mais rápido as pessoas, muito derivada da
necessidade do trabalho familiar. A infância por ser um luxo próprio dos estratos da
burguesia, derivaria de múltiplas condições para ser democratizado a todas as
pessoas, pois muitas famílias necessitavam do trabalho da criança para manter a
reprodução da vida do núcleo familiar. A História do Brasil é flagrante nesse sentido,
onde o trabalho infantil foi abolido apenas em 1917 após uma ampla greve operária
em São Paulo, mas que teve seus efeitos exclusivos aos trabalhadores fabris; as
crianças de extratos mais pobres e de origem negra na recente pós-escravidão,
ainda seriam submetidas por muito tempo ao trabalho semi-escravo e outras
condições análogas a escravidão (LOPREATO, 2000).
Portanto, para democratizar a infância como um espaço de amplo
aprendizado, eram necessárias condições materiais para que as famílias pudessem
permitir-se descartar a mão-de-obra da criança. Ao longo da História da Educação
percebe-se que as instituições escolares foram democratizadas a partir do momento
em que o letramento tornou-se fundamental para a formação da massa de
trabalhadores para as novas tecnologias emergentes na indústria, e que essa
alavanca da educação, impulsionada pelo sistema capitalista e seu modo de
produção em constante transformação e complexificação, foi compreendendo todo o
processo de socialização e desenvolvimento do ser humano como um objeto de
extrema importância para a manutenção do trabalho na sociedade contemporânea.
Dentro disso, as universidades iniciam o intenso debruçamento sobre as
questões educacionais e suas constantes crises, incentivadas pelo trabalho
acadêmico e pelas demandas sociais feitas pelo poder político, elencando múltiplas
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facetas do processo de aprendizagem no foco da lente do microscópio intelectual,


sendo uma delas a infância e seu processo de aprendizado e formação social. Esse
movimento intelectual formulou as condições para uma formação de profissionais da
educação orientada para ter a infância como centro do seu objeto de discussão,
para que o trabalho pedagógico fosse orientado para alcançar a excelência no
desenvolvimento da criança.
A infância é observada por múltiplas lentes, como é o caso da Psicologia da
Educação, a Sociologia da Educação e etc., e um fator preponderante em todas as
áreas é a importância do brincar na formação social da criança, tal como Vygotsky
(1984) acentua em seu debate sobre as representações constituídas pelas crianças
no fazer da brincadeira.
Por isso, o lúdico se tornou um importante objeto das discussões no campo
da Didática, sendo alimentada pelas outras áreas, teve condições de construir
experiências concretas que explicitam a brincadeira como ferramente de
aprendizado, fazendo com que o lúdico se tornar-se uma ferramente obrigatória para
todo educador infantil em formação inicial ou continuada.
Dessa forma, percebemos a importância de localizarmos os debates
relacionados a ludicidade e docência na educação infantil, para que possamos nos
localizar nesses estudos e fazer um uso prático dos acúmulos acadêmicos dos
últimos dez anos.
Além das pesquisas que analisam a realidade da sala de aula, também
objetivamos correlacioná-los com os debates teóricos de grande relevância, tais
como os feitos por Vygotsky(ROLIM, 2008), Montessori e Freinet (NUNES, 2012)
para analisar o aprendizado da criança por meio do brincar, e também com Áries
para discutir historicamente a formação social da infância.
Para fazer tal levantamento, serão utilizados os repositórios de artigos,
dissertações e teses amplamente reconhecidos, utilizando as seguintes palavra-
chave: educação infantil, lúdico, ludicidade, brincadeiras e pedagogia do
brincar.

5 METODOLOGIA

A proposta é utilizar a metodologia Revisão Bibliográfica, amplamente


utilizada para elencar os estudos desenvolvidos na área em questão, compreender
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as suas especificidades teóricas, correntes de pesquisa e vertentes de análise, para


podermos estabelecer em um trabalho um amplo leque de pesquisas que analisam e
discutem a prática docente na educação infantil e as multiplicidades práticas do
lúdico nos mais diversos contextos sociais e culturais.
Conforme Cardoso e Jacomeli (2010), o Estado da Arte é um método
fundamental para produzir levantamentos sobre um tema específico, e a partir disso
produzir análises e leituras que possibilitem uma intensa sistematização com um
objetivo em questão.
A partir desse ponto, objetivamos analisar todos os dados levantados,
organizá-los e fazer um trabalho de análise comparativa e crítica sobre os trabalhos
apresentados, suas vertentes teóricas e seus resultados, no período de publicação
entre 2010-2020. Os fatores a serem levados em consideração nesse levantamento
serão: a) publicações em revistas de relevância acadêmica; b) produções feitas em
universidades de relevância acadêmica; c) tenha como foco a prática e/ou formação
docente na educação infantil com ênfase na ludicidade.
6 CRONOGRAMA

2020 2020
ATIVIDADES JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
Escolha do tema.
Definição do problema X X X X
de pesquisa
Definição dos objetivos, X X X X
justificativa.
Definição da
metodologia. X X
Pesquisa bibliográfica e
elaboração da X X
fundamentação teórica.
Entrega da primeira
versão do projeto. X
Entrega da versão final
do projeto. X X
Revisão das
referências para
elaboração do TCC. X X
Elaboração do Capítulo
1. X X X
Revisão e
reestruturação do
Capítulo 1 e
elaboração do Capítulo X X X
2.
Revisão e
reestruturação dos
Capítulos 1 e 2.
Elaboração do Capítulo X X X X
3.
Elaboração das
considerações finais.
Revisão da Introdução. X X X X
Reestruturação e
revisão de todo o texto.
Verificação das X X X X X
referências utilizadas.
Elaboração de todos os
elementos pré e pós- X X X X X
textuais.
Entrega da monografia. X X X X X X
Defesa da monografia. X X X X X X
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARIÈS, P. História social da infância e da família. Tradução: D. Flaksman. Rio de


Janeiro: LCT, 1978.

BACELAR, Vera Lúcia da Encarnação. Professores de educação infantil:


ludicidade, história de vida e formação inicial. Doutorado – Universidade Federal
da Bahia. 2012.

CARDOSO, Maria Angélica. Jacomeli, Mara Regina Martins. Estado da Arte a


cerca das escolas multiseriadas. Revista HISTEDBR On-line Campinas, número
especial, p.174-193, mai.2010.

LOPREATO, Christina da Silva Roquette. O espírito da revolta, a greve geral


anarquista de 1917. São Paulo: Annablume, 2000.

NUNES, Cristine Manica. O Ensino e o brincar na prática pedagógica dos anos


iniciais: uma leitura através das teorias de Maria Montessori e Freinet.
Dissertação - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da
Educação. Programa de Pós-Graduação em Educação. 2012

ROLIM, Amanda Alencar Machado. GUERRA, Siena Sales Freitas. TASSIGNY,


Mônica Mota. Uma leitura de Vygotsky sobre o brincar na aprendizagem e no
desenvolvimento infantil. Rev. Humanidades, Fortaleza, v. 23, n. 2, p. 176-180,
jul./dez. 2008.

VYGOTSKY, L.S. Pensamento e linguagem. Trad. M. Resende, Lisboa, Antídoto,


1979. A formação social da mente. Trad. José Cipolla Neto et alii. São Paulo,
Livraria Martins Fontes, 1984.

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