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CENTRO DE ENSINO A DISTÂNCIA


Universidade Católica de Moçambique
Rua Correia de Brito, 613 Ponta-Gêa
C.P 90-Beira-Moçambique
Telf: (+258) 23 32 64 05 Fax : (+258) 23 32 64 06
Cell (+258) 825 018 440
E-mail: ced@ucm.ac.mz

Curso de Licenciatura em Ensino de História

Ano: 4º

Projecto de Pesquisa

TEMA:
A valorização dos locais históricos no Processo de Ensino e Aprendizagem

Estudo do caso na Secundária de Manjague

Nome do Estudante: Morgado Milagre Rubão

Codigo:708160908

Centro de Recurso: Maputo

Data de Entrega: 07-08-2019

Supervisor: Professor Doutor Dionísio Calisto Recama


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CENTRO DE ENSINO A DISTÂNCIA


Universidade Católica de Moçambique
Rua Correia de Brito, 613 Ponta-Gêa
C.P 90-Beira-Moçambique
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Cell (+258) 825 018 440
E-mail: ced@ucm.ac.mz

Curso de Licenciatura em Ensino de História

Ano: 4º

TEMA:

A valorização dos locais históricos no Processo de Ensino e Aprendizagem

Nome do Estudante: Morgado Milagre Rubão

Codigo:708160908

Centro de Recurso: Maputo

Data de Entrega: 07-08-2019

Supervisor: Professor Doutor. Dionísio Calisto Recama


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Índice
1.0. Introdução.........................................................................................................................................4
2.0. Delimitação do Tema........................................................................................................................5
2.1. Formulação do Problema..................................................................................................................5
3.0. Objectivo Geral................................................................................................................................6
3.1. Objectivos Específicos......................................................................................................................6
4.1.Variáveis............................................................................................................................................7
4.2. Variável independente......................................................................................................................7
4.3. Variável dependente.........................................................................................................................7
5. Justificativa:.........................................................................................................................................8
Capítulo II.............................................................................................................................................10
1.2.Reconstituição dos factos históricos................................................................................................11
1.3.1.Processo de Comunicação no ensino de História e difusão dos locais históricos..........................12
1.4. Visitas do estudo nos locais históricos............................................................................................13
1.4.1. O usa das fontes históricas em sala de aula..................................................................................13
1.4.2. Relação dos locais históricos com o PEA em História.................................................................14
1.1. Cultura.......................................................................................................................................19
Capítulo III............................................................................................................................................22
1.0. Metodologia...............................................................................................................................22
1.1. Tipo de pesquisa.............................................................................................................................22
2.1. Tipo de Estudo................................................................................................................................22
2.2. Quanto aos objectivos.....................................................................................................................22
2.2.1. Quanto à natureza........................................................................................................................23
3.0. Método de abordagem....................................................................................................................23
3.1. Quanto aos Procedimentos..............................................................................................................23
3.2 . Localização Geografica da Área do Estudo...................................................................................24
3.2.2. Entrevistas.......................................................................................................................................24
4.0. Cronograma de Actividades............................................................................................................25
4.1.Orçamento.......................................................................................................................................26
5.0. Bibliografia.....................................................................................................................................27
6.0. Apêndices:......................................................................................................................................29
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1.0. Introdução
O nosso país está a perder grandes oportunidades de valorizar o seu património, elevando-o, através
de mecanismos apropriados, a um patamar mundial. Temos uma grande riqueza histórica e cultural
espalhada pelo país, caracterizado por locais históricos por onde passaram outros povos e
civilizações que se cruzaram com os nativos, como também locais naturais, florestas sagradas cuja
beleza transcende aquilo que é normal em qualquer parte do mundo.

O presente trabalho tem como tema: A valorização dos locais históricos no Processo do Ensino e
Aprendizagem, caso da Escola Secundária de Manjangue 8ª classe, após a Luta de Libertação
Nacional Moçambique registou vasta gama de locais e factos históricos que merecem o uso
patrimonial de todas gerações.

No continente Africano ocorreu varias civilizações, combates imperiais que foram fundadas e
desenvolvidas, muita das vezes uma fusão pacífica de povos emigrantes, autóctones e estrangeiros,
oriundos de vários outros cantos do mundo, usando como base a Escravidão.

No caso de Moçambique sofreu a penetração mercantil Árabe-persa na Zona Norte e Centro do País
e procedeu invasão dos europeus através da colonização Portuguesa, tendo marcado a nível da
história universal, portanto importa nos referir que o processo do ensino e aprendizagem deve
protagonizar a divulgação deste legado histórico, tendo em conta a Didáctica e história.

E para a satisfação dos interesses da nossa pesquisa, o presente projecto divide-se em três partes
fundamentais que vão orientar para a pesquisa:

(i) A parte teórica de concepção dos procedimentos da pesquisa: nesta parte organizam-se todas as
ferramentas e pressupostos teóricos da pesquisa (delimitação e a formulação do problema, a
definição dos objectivos, a determinação das hipóteses, variáveis e a justificativa da pesquisa).

(ii) A concepção da metodologia que permitiu a recolha e interpretação de dados da pesquisa para
elaboração de conclusões gerais.

(ii) A parte da fundamentação teórica: compreende a revisão bibliográfica que fundamenta os


fenómenos em estudo.
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2.0. Delimitação do Tema


A valorização dos locais históricos no Processo de Ensino e Aprendizagem, caso da Escola
Secundária de Manjague 8ª classe.

2.1. Formulação do Problema


O problema é uma questão não resolvida, algo para o qual vai-se buscar uma resposta, através de
pesquisa. Pode estar referido a alguma lacuna epistemológica ou metodológica percebida, a alguma
dúvida quanto à sustentação de uma afirmação geralmente aceita, à necessidade de pôr à prova uma
suposição, a interesses práticos ou à vontade de compreender e explicar uma situação do cotidiano
(VERGARA, 1997).

Os alunos da Escola Secundária de Manjague apresentam pouco conhecimento sobre locais


históricos sempre que se aproxima datas históricas há dificuldades no que tange ao significado e
importância sociocultural dos monumentos históricos do nosso território nacional.

O problema da generalização do significado histórico das datas aliadas a locais históricos e dos
Heróis Nacionais é preocupante nesta camada, porque alguns alunos da escola secundária de
Manjague não conhecem locais históricos, embora o currículo nacional evoca a valorização do
património sociocultural de Moçambique portanto constitui problema para a concretização dos
objectivos pedagógicos preconizados no processo do ensino e aprendizagem.

O educando carece de conhecimentos aliados ao historial de Moçambique desde a época dos


Reinos, Estados, locais de batalhas, combates, Colonização e após independência Nacional. Este
fenómeno gera discursos escritos, orais totalmente, desviantes quando se confronta os factos
históricos, local histórico e significado, influência no insucesso escolar dos alunos.

É através desta preocupação que surgiu as seguintes questões:

- O que desmotiva os alunos da 8ª classe na Escola Secundária de Manjague a ter dificuldades no


significado de factos históricos e respectivas data?

-Qual é a pedagógica modelo para difundir correctamente competências aos alunos sobre os locais
histórico do Território Nacional?

- Que dificuldades os alunos enfrentam para não visitarem locais históricos na companhia dos
professores de história.
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3.0. Objectivo Geral


Na generalidade, com esta pesquisa pretende-se:

- Analisar a valorização dos locais históricos e sua importância na Escola Secundária de Manjague
8ª classe.

3.1. Objectivos Específicos


Na especificidade, com esta pesquisa pretende-se:

-Identificar os locais históricos como património cultural de Moçambique;

-Descrever a importância sociocultural e político dos locais históricos;

-Explicar as razões da divulgação dos locais históricos;

4. Hipóteses

Para Rudio (1978) hipótese é uma suposição que se faz na tentativa de explicar o que se desconhece.
Esta suposição tem por característica o fato de ser provisória, devendo, portanto, ser testada para a
verificação de sua validade. Trata-se de antecipar um conhecimento na expectativa de que possa ser
comprovado.

Hipótese é uma proposição que pode ser colocada à prova para determinar sua validade. Neste
sentido, hipótese é uma suposta resposta ao problema a ser investigado. A origem das hipóteses
poderia estar na observação assistemática dos fatos, nos resultados de outras pesquisas, nas teorias
existentes, ou na simples intuição (GIL, 1991).

1. Provavelmente os professores da 8ª classe na Escola Secundária de Manjague não tem condições


suficientes para visitar os locais históricos circunvizinha limitam se apenas na transmissão de
conteúdos na sala de aulas e não contacto com os monumentos.

2. Presume- se que os alunos da escola em causa não têm conhecimentos suficiente sobre os factos
históricos nem contacto físico com locais históricos de Moçambique.
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Hipóteses é um enunciado geral de ralações entre variáveis (fenómenos factos) formulando como
solução provisoria para determinado problema apresentando caracter explicativo ou preditivo
compatível com o conhecimento cientifico (coerência externa) e relevando consistência logica
(coerência interna) sendo passível a verificação empírica em suas consequências, Gil (1994,p.161)

4.1.Variáveis
Variável independente: exerce efeito sobre a outra dependente, a relação assimétrica e o cerne da
análise nas ciências sociais: deve se sempre procurar uma relação assimétrica, mesmo que a maioria
das hipóteses prediga relações de reciprocidade.

Em outras palavras deve se buscar uma ralação causal entre variáveis independentes e dependentes.
LAKATOS E MARKONI (1992,p.105)

Uma variável pode ser considerada uma classificação ou medida, uma quantidade de que varia, um
conceito construtivo operacional que contem ou apresenta valores, aspecto, propriedade ou factor
discernível em um objecto de estudo e passível de mensuração. Por sua vez o conceito operacional
pode ser objecto de estudo, processo, agente, fenómeno e problema.

4.2. Variável independente


- Locais Históricos

4.3. Variável dependente


- Ensino e aprendizagem dos locais históricos.
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5. Justificativa:
A escolha do presente tema deve-se à constatação crescente de fraca produção dos resultados
satisfatório no sector pedagógico aliadas a disciplina de história, falta do domínio dos factos
históricos Nacionais, e às reprovações generalizadas que se verificam na Escola Secundária de
Manjague.

Ultimamente é vergonha nas Mídias e sociedade, porque maior parte dos alunos não conhecem a
nossa história e muito menos os locais históricos, limitam se apenas numa aprendizagem teórica não
memorizada, então achamos que o contacto do aluno com os locais históricos vai ditar o domínio
dos factos históricos socio- culturais e políticos.

Por exemplo as canções populares aliadas a luta de libertação nacional que descreve de forma
sublime, os locais históricos alguns alunos desconhecem, a visita a locais históricos durante o PEA
aponta também para a necessidade de preservação do Património Cultural da humanidade em todas
as suas formas.

Apesar de todas as vantagens dos locais históricos para o ensino de história, não devemos eximir
esses locais as bibliotecas e outras fontes Didácticas são influentes para criar o gosto pela história
Nacional.
Na nossa realidade Moçambicana, olhemos para alguns programas que passam na nossa Rádio
Moçambique, isto é, a Antena Nacional, como por exemplo, os programas, Panorama Politico, Ecos
da Nossa História, uma data na história, digamos que são programas de grande interesse no PEA em
história que possam ainda contribuir para a compreensão dos fenómenos sociais Nacionais.

O contacto físico após abordagem destes conteúdos vai transformar o aluno da competência para
performance intelectual em história nacional Porém chama-se atenção ao professor na interpretação
destes programas aos seus alunos para evitar as ambiguidades e conhecer o seu verdadeiro
significado, daí que há necessidade da capacidade do professor e decifra-los.

O professor age como um mediador e através do diálogo, ou seja, do entrelaçamento entre sua fala e
a fala do aluno de forma dinâmica propicia a atribuição de novos significados sobre a história, sobre
conceitos históricos. Este pode utilizar mediadores culturais (fontes históricas) tentando circular
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assim uma interação entre um objeto da história e as representações que os alunos irão formar sobre
a história.

Dessa forma, as fontes históricas quando assumem também uma função pedagógica mediada pelo
professor, deve ser entendida como capaz de construir significados específicos que vão auxiliar o
aluno a fazer abstrações, diferenciações o que levará este a constituir determinados conceitos sobre a
história.

É importante no processo de significação que o aluno fará dos locais históricos como fontes
verídicas que vão ajudar perceber através de outros textos, da ampliação do sentido destas fontes,
que se trata de artefactos culturais, repletos de historicidade.

O professor deve considerar que os alunos possuem preconceitos (no sentido de não terem
conceitos formados) sobre a história quando se defrontam com o aprendizado em história.

Esta pesquisa é importante porque vai ajudar os intervenientes do PEA, a melhorar as estratégias e
metodológicas adequadas para a divulgação do nosso património cultural- histórico, por um lado e
por outro, ela vai contribuir….

Esta pesquisa é um contributo para o sector pedagógico porque coloca sugestões de modelos de
aprimoramento de competências de forma a exercer com inovações as modalidades de
acompanhamento da evolução da profissional dos professores.

Ao conhecer a influência do domínio dos factos históricos (no Território Nacional) a pesquisa
apresentará alternativas racionais para a sua melhoria das acções internas da Escola Secundária
Manjague, facto que decerto modo contribuirá para a melhoria do aproveitamento e reservação do
património sociocultural de Moçambique no contexto sala de aula e comunidade escolar.

Porém, reafirmamos que as fontes históricas não devem ser simplificadas a uma mera ilustração de
conteúdos, uma vez que se traduzem em arte fatos culturais repletos de intencionalidades.

As fontes devem assumir um papel fundamental de significação na estrutura cognitiva do aluno:


demonstrar as representações que determinados grupos forjaram sobre a sociedade em que viviam
como pensavam ou sentiam, como se estabeleceram no tempo e no espaço; como servir para que o
aluno seja capaz de fazer diferenciações, abstrações que o permitam fazer a leitura das distintas
temporalidades as quais estamos submetidos.
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Capítulo II
Revisão da literatura:

A revisão da literatura é uma etapa crucial para qualquer pesquisa científica.

Marconi E Lakatos (2009:68) afirmam que “a selecção criteriosa de uma revisão da literatura
pertinente ao problema significa familiarizar-se com textos e, por eles, reconhecer os autores e o que
eles estudaram anteriormente sobre o problema a ser estudado”.

Estas leituras feitas subdividem- se em três (3) categorias principais: (I) abordagem geral onde de
forma detalhada far-se-ia a descrição: (a) locais históricos, (b) processo do ensino e aprendizagem
na aula de historia, ( c) descrição do local do estudo do estudo ou escola em causa, (d) visão geral do
programa da 8ª classe na unidade Didáctica que versa sobre a valorização dos factos históricos .

(II) definição dos conceitos e (III) teorias sobre a valorização dos factos históricos

I. Abordagem geral

1.Local histórico

Segundo Proença (1996,p.132)   é a designação que uma determinada área possui em razão do seu
significado histórico nacional. Ela pode conferir estatuto de área protegida no site, mas não
necessariamente. Esses sítios podem variar em tamanho de pequenos a complexos, e poderão incluir
provas físicas do assunto relacionado com a história a ser comemorada.

As denominações são um aviso de que o que aconteceu em um determinado local é digno da


lembrança de pessoas de todo um povo e esses locais são muitas vezes conservados pelas
autoridades nacionais.

1.1. Património cultural histórico

A concepção de preservação patrimonial foi historicamente construída desde o século XVIII, com a
formação dos Estados Nações, quando se gerou a necessidade de reconhecer uma identidade para
definir a unicidade nacional cultural legítima que valorizaria o sentimento de pertencimento de uma
população a uma nação CUCH (2002,p.308).

Provenientes da Revolução Francesa, a preservação como política de Estado se encarregava de


resguardar a história e a memória dos grupos sociais param as gerações futuras. Com a extinção da
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monarquia, a subordinação do clero ao Estado e os emigrados aristocratas, - que partiram por conta
da revolução – os bens deixados passaram ao poder do Estado, sendo denominados de “Bens
Nacionais”, que deveriam ser resguardados do vandalismo dos revolucionários. CAMARGO
(2002,p. 144).

Posteriormente, na segunda metade do século XX, nasce uma nova etapa para a compreensão do
patrimônio cultural. Com a revisão do conceito de cultura, insere-se à concepção de patrimônio
cultural uma nova categoria: o patrimônio intangível.

Nessa nova categoria, encontram-se processos e práticas culturais expressas nos costumes, danças,
culinária, vestuário, música, ofícios, crenças, enfim, em formas da vida cotidiana da sociedade e sua
memória. Porém essas categorias (intangível e pedra e cal) não se encontram separadas: “Quando se
fala em patrimônio imaterial ou intangível, não se está referindo propriamente a meras abstrações,
em contraposição a bem materiais, mesmo porque, para que haja qualquer tipo de comunicação, é
imprescindível um suporte físico” (SAUSSURE, 1969 apud FONSECA, 2003, p.65).

1.2. Reconstituição dos factos históricos


É possível apontar como ideias basilares que reúnem concordância praticamente geral as seguintes:
a) Os factos históricos são realidades objetivas

b) O seu conhecimento pode conseguir-se através dos sinais por eles deixados, os quais constituem
as fontes históricas.

c) O tratamento adequado das fontes históricas exige a utilização de técnicas, designadas por
ciências auxiliares da história. Convém acrescentar algumas observações sobre cada uma destas
ideias. PROENÇA (1990,p.167)

1.2.1. As fontes históricas

Uma fonte histórica pode ser considerada um facto histórico directamente observável pelo
historiador, que lhe permite conhecer indirectamente outro facto histórico que lhe não é
directamente acessível. Esta noção pretende ter a maior generalidade possível, abrangendo todos os
sinais deixados pelos factos qualquer que seja o seu tipo. Isto não impede que dois tipos de fontes
históricas se distingam geralmente pela sua abundância e conteúdo de informação. Trata-se dos
documentos escritos e dos restos materiais. PROENÇA (1990,p.168
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1.2.2. Os factos históricos:

São realidades objectivas significam afirmar:

1. Que eles são independentes dos observadores, embora possam ser percebidos de modo diferente
por razões de acesso à informação ou de disposição subjectiva dos observadores.

2. Que é possível os historiadores chegarem a acordo sobre a descrição dos factos, desde que
utilizem as fontes históricas disponíveis e as ciências auxiliares da história apropriadas.

3. Que a qualidade fundamental dos resultados do trabalho do historiador é a adequação à realidade,


podendo os resultados obtidos por um historiador ser verificados pelos restantes.

1.3. História Local e Identidade Histórica:

No movimento crescente de especialização das investigações no campo do ensino de História, os


estudos específicos em Educação Histórica vêm sendo desenvolvidos, com certa intensidade, desde
a década de 70 do século XX, em países como a Inglaterra, Canadá, Estados Unidos. No Brasil,
Espanha e Portugal esta perspectiva de pesquisa surgiu recentemente e busca consolidar-se no
diálogo com a comunidade internacional.

1.3.1.Processo de Comunicação no ensino de História e difusão dos locais históricos


A comunicação, pode ser considerado como um procedimento que exige, os agentes interativos nele,
nesse caso, de acordo Fonseca (2003, p. 123), o processo de comunicação em história deve
compreender os elementos agentes do processo de ensino e aprendizagem nesta área do
conhecimento (que possam ser o aluno, o professor e outros agentes intervenientes no conhecimento
da ciência histórica), são os meio de comunicação que expandem o significado dos locais históricos,
mostrando deste modo os valores culturais de uma sociedade Entretanto, em história, os meios de
comunicação podem-se agrupar em:

 Sonoro: rádio;
 Escrita: jornais, diários e revistas, bíblia, manuais de ensino.
 Audiovisual: televisão, cinema;
 Multimédia: diversos meios simultaneamente.
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 Hipermédia: TIC’s.

Processo do ensino e aprendizagem na aula de história

1.4. Visitas do estudo nos locais históricos


A componente lúdica, normalmente associada às visitas de estudo, é outro aspeto que estimula e
motiva os alunos, propiciando um maior comprometimento e empenhamento por parte dos alunos
Oliveira (2012.p.456).

Trata- se de uma estratégia muito produtiva para o aluno porque permite ultrapassar uma situação de
aprendizagem mais abstrata levando-o à realidade “in loco” (Leal, 2010). Kulas (2014) considera
que as visitas de estudo proporcionam aos alunos experiências fora do seu ambiente escolar onde
podem tocar, sentir e ter contacto direto com o local a explorar. As visitas de estudo promovem a
interdisciplinaridade, a troca de saberes e experiências. São mais uma estratégia utilizada pelo
docente no processo ensino aprendizagem.

Reis (2010,p.24) defende que “cabe ao professor promover a aprendizagem do aluno, para que ele
possa construir o seu conhecimento num ambiente que o desafie e o motive para a exploração, a
reflexão e a descoberta de conceitos relacionados com os problemas que desenvolve”.

Com a globalização da informação que ocorre nas escolas, as visitas de estudo podem já socorrer-se
de soluções interativas inovadoras, bem como plataformas de pesquisa, com o intuito de levar os
alunos à descoberta com índices de aprendizagem significativa

1.4.1. O usa das fontes históricas em sala de aula


Os alunos quando adentram o universo escolar, possuem ideias praticas sobre os acontecimentos ou
instituições históricas e essas ideias funcionam como fonte de hipóteses explicativas na senda de
compreender o passado, as instituições, as pessoas, os valores, as crenças e os comportamentos
(MELLO, 2001, p.45).

As fontes históricas assumem um papel fundamental na prática do ensino de história, uma vez que
são capazes de ajudar o aluno a fazer diferenciações, abstrações que entre outros aspectos é uma
dificuldade quando tratamos de crianças e jovens em desenvolvimento cognitivo.

No entanto, diversificar as fontes utilizadas em sala de aula tem sido o maior desafio dos
professores na atualidade (FONSECA, 2005, p.56)
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1.4.2. Relação dos locais históricos com o PEA em História


A relação entre os locais históricos com o ensino de história, aparece frequentemente de duas
maneiras: as aulas de história através de fontes documentação histórica e meios de representação da
história com a possibilidade de utilizá-los em conjunto com outras fontes

Cabe sim buscarmos a aproximação da história com a realidade de cada um, portanto, nada melhor
que utilizar o locais históricas, introduzindo, assim, os conteúdos históricos – sempre com certo
rigor crítico, SEFFENER, (2000) adverte que:

“Como manifestação cultural, a visita de um local histórico, permite


desvendar a realidade nos seus factos menos percetíveis. Para tanto, exige
uma articulação com a vivência e a motivação de alunos e professores, com a
bibliografia seleccionada, além de demandar uma adequação à temática em
estudo”. (p. 185)

Quando o historiador trabalha com as fontes históricas, este, como se pode observar tece
determinadas interpretações, influenciado pelo seu presente. No entanto, o historiador, a partir de
outros textos, de elementos diversos inscritos em uma historicidade específica, contextualizada,
busca a compreensão do significado de tal fonte, busca qual representação de mundo esta inserida o
grupo que a forjou.
As fontes são nesse sentido, artefactos culturalmente construídos e repletos de intencionalidade
pelos grupos que a originaram. Assim para Bloch: “Tudo que o homem diz ou escreve, tudo que
fabrica tudo o que toca pode e deve informar sobre ele”. (BLOCH, 2001, p.79.).

As fontes enquanto ferramentas psicopedagógicas assumem uma posição favorável no imaginário


histórico do aluno. Elas demonstram as evidências do passado e como os grupos que a forjaram
idealizavam a sociedade em que viviam.

Essa possibilidade de aproximação com o fazer do historiador permitiu o desenvolvimento de uma


nova postura frente ao conhecimento histórico, o qual deixa de ser um saber pronto, acabado e
cristalizado, e passa a ser compreendido como fruto de uma construção social (DUTRA, 2005,
p.785).
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3.0. Carga horária do I Trimestre 8ª classe na unidade temática da pesquisa

Trimestr Unidade Temática Carga


e Horária
Unidade 1: A História como ciência 10
1.1 História como Ciência: sua importância
1º 1.2 As fontes da história
Trimestr 1.3 A História e outras ciências. O tempo e a História
e Unidade 2: A Origem e Evolução do Homem 4
2.1 A origem do Homem
2.2 A África - Berço da Humanidade
Avaliação 6

Fonte: programa Nacional de Educação pág. 13

Assim, o ensino da História na 8ª classe vai continuar a desenvolver e aprofundar as competências


adquiridas durante o Ensino Básico, versando, por um lado, a História Universal, a História do
Continente Africano e de Moçambicana. Isto deverá ser conseguido através da análise de fenómenos
históricos concretos de África e de Moçambique "encaixados" nas abordagens teóricas sobre a
História Universal que deve ser feita em cada unidade Didáctica.

No que refere as fontes da história, nesta unidade temática é colocar o aluno perante a realidade de
várias formas que facilitam informação sobre a história como património cultural, através de
monumentos, praças dos heróis, locais de batalhas e museus.

A referência aos Estados localizados no território actual de Moçambique tem como principal
finalidade mostrar a existência de estrutura política, económica e social antes mesmo de qualquer
influência estrangeira. Assim, sugere-se que o professor conduza a aprendizagem no sentido de se
chegar a esta importante conclusão. O que se pretende é que se faça a ligação entre a teoria e a
prática em toda a actividade educativa.
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3.1. Plano Temático, Unidade Temática: 1. a história como ciência

Objectivos específicos Conteúdos Competências Básicas O aluno Carga


Horária
Definir História; 1.A História como Ciência Recolhe informações sobre a
4.2 Definição de História sua escola, bairro ou
- Explicar a função e 4.3 Importância da História comunidade usando a língua
importância da História, 1.3. As fontes da História
local ou portuguesa e elabora
1.3.1. Definição de fonte
textos na língua de ensino.
- Explicar a primazia das Histórica
fontes orais na reconstrução 13.2. Os tipos de fontes
Valoriza e conserva o
da História da África e de 1.3.3. As fontes da História da
África e de Moçambique: o
património histórico e
Moçambique.
- Valorizar os locais de papel das fontes orais. cultural

interesse histórico nacionais. 1.3.4. Os locais de interesse 10


histórico Utiliza conhecimentos de
1.4 A História e outras outras ciências para ajudar a
- Relacionar a História com Ciências (Geografia, reconstruir o passado
as outras ciências. Economia, Arqueologia,
Antropologia, Sociologias e
Cronologia).
Constrói barras e frisos
1.5. O tempo e a História
cronológicos
- Situar acontecimentos no 1.5.1. A contagem do tempo
tempo em História 1.5.2. A
periodização em História
1.5.3. A periodização da
História da África e de
Moçambique

Fonte: programa Nacional de Educação pág. 13


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Conforme ilustra o plano temático da 8ª classe do sistema nacional de educação vigente, os alunos
da 8ª classe tem esta unidade temática no I trimestre que aborda conteúdos sobre os locais de
interesse histórico, a sua valorização e conservação como património histórico-cultural.

Olhando para o plano temático e possível perceber que esta unidade temática tem pouca carga
horaria, mas tendo melhores condições para efectuar visitas de estudo, seria bom para o professor de
história e seus alunos planificar viagens a locais históricos com um plano didáctico aliado aos
objectivos e competências do aluno preconizados no programa do ensino plasmado pelo S.NE.

É preocupante o não conhecimento de datas e locais históricos de Moçambique pelos alunos da 8ª


classe na escola em causa, porque o programa do ensino tem esta unidade temática: 1.3.4. Os locais
de interesse histórico. Portanto quando os alunos transitam de classe sem conhecer locais históricos
constitui desperdício pedagógico nesta área de conhecimento.

O plano analítico Deixa evidente que, não há nada contra a utilização dos locais históricos como
património cultural do nosso país a Unidade Didáctica 1: A História como ciência na sua unidade
temática 1.3.4 locais de interesse histórico do programa do ensino, prioriza estes locais não como
fim único do saber histórico, mas muito pelo contrário, que seus atrativos turísticos sejam os meios
para promover a conscientização dos visitantes durante aprendizagem.

Talvez este seja um dos maiores problemas desta unidade temática porque os objectivos
comportamentais vincam apenas a conservação e utilização e as visitas do estudo estão integrados
de forma subjectiva no programa do ensino, isto é a conservação e utilização locais históricas
implica visita-los

O distanciamento existente entre as fontes históricas, locais históricos e os alunos influencia


negativamente no PEA, parte do programa vinca o uso e conservação do património cultural.

Existe também as ruínas “locais históricos”, utilizado durante o período colonial e da guerra civil
que encontra-se perto da escola. Afinal, meio ambiente não é apenas a área “natural”, que deve ser
contemplada, mas faz parte do meio social, interagindo com ele.

Daí a importância da unidade temática da nossa pesquisa nos seus objectivos vinca “ uso e
conservação Público dos locais históricos como património cultural”, levado acabo pelos
académicos e estudantes, que deveria desenvolver esse caráter e ressaltar essa interação na produção
do conhecimento histórico.
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II. Conceitualização

1.0.Aprendizagem: é quando ocorrem aquisição de conhecimento, tendo como intervenientes


professor e aluno com objectivos comportamentais traçados para a efectivação do Ensino “ é um
processo de aquisição e assimilação, mais ou menos consciente; de novos padrões e novas formas de
perceber, pensar agir”. PILLET (1988,p.28).

Escola -“é uma instituição pública ou privada onde se ministra o ensino tendo como finalidade a
formação profissional sociopolítico cultural, não se esquecendo da globalização e as exigências o
mundo do emprego. A Escola é o espaço onde os alunos constroem saberes, partilham
conhecimentos, adquirem valores e cultura, descobrem e desenvolvem competências. PILLET
(1998,p.16).

Professor “é o orientador do ensino, é a fonte de estímulo que leva o aluno a reagir para que se
processe a aprendizagem” por isso para este autor professor e um mestre na sala de aula tem como
papel fundamental conduzir os alunos através das técnicas didáticas, colocando o aluno no centro do
saber. NERCI, (1991,p.27).

Papel do professor: A prática correcta do professor em sala de aula para deve está assentada sobre
três pontos principais: o conteúdo da área na qual é um especialista, sua visão de educação, de
homem e de mundo, as habilidades e conhecimentos que lhe permitem uma efetiva ação pedagógica
em sala de aula, existindo uma total interação recíproca entre esses diferentes polos.

1.1. Cultura
Conforme explica Duarte e Martins (2012,p.234), cultura é a atividade humana acumulada, envolve
a ação do ser humano e sua relação com a natureza, para produzir sua existência. Definindo
etimologicamente, cultura significa: lavoura, cultivo, ou seja, é um elemento que deriva da natureza,
de sua transformação pela ação humana.

1.2. O património cultural é o conjunto de bens tangíveis e intangíveis, que constituem a herança
de um grupo de pessoas e que reforçam, emocionalmente, o seu sentido de comunidade com uma
identidade própria, sendo percebidos por outros como característicos. Por outro lado, o património
cultural é definido, pela Lei no 10/88 de 22 de Dezembro, como sendo o “conjunto de bens materiais
e imateriais criados ou integrados pelo povo moçambicano ao longo da sua história, com relevância
para a definição da sua identidade cultural” (Lei no 10/88, 1988:13-14).
19

1.3. Fonte histórica: é tudo aquilo que, é produzido pelo homem ou trazendo vestígios de sua
interferência, pode nos proporcionar um acesso a compreensão do processo humano. Neste sentido é
fonte histórica tento os já tradicionais documentais textuais (cronicas, memorias registros cartoriais,
processos criminais, cartas legislativas, obras literatura, monumentos) Silva, silva 2009,p.158)

Fonte histórica, documento, registo, vestígio são todos termos correlatos para definir tudo aquilo que
é produzido pela humanidade no tempo e espaço, herança material e imaterial deixada pelos nossos
antepassados que serve de basse para a construção do conhecimento histórico. Para este autor o
termo mais clássico para conceituar a fonte histórica é documento.

1.3.1. Facto histórico: é estudado através de vestígios e documentos. As fontes históricas são
constituídas por elementos das quais o homem fez e deixou no passado. os factos históricos
influenciam o futuro, ou seja, o actual é composto dos acontecimentos e feitos anteriores, os
monumentos, templos, esculturas, pinturas, e outros objectos em geral considerados vestígios as
tradições (orais) são lendas , canções e narrativas.

1.4. Monumento histórico: provem do latim monumentum, derivado de monere “ lembrar” é título
usado em certos países para definir um local histórico, objecto, construção, ou representação
artística, que recebe um estatuto jurídico destinado a protege-lo divido a sua contribuição histórica.

1.4.1. Fontes horais: é um conjunto de acontecimentos transmitidos de geração em geração através


lendas, canções e narrativas com valor histórico factual. Ex: dança canções, contos e lenda. Ki-zerbo
(1999) citado por Lazaro (2013,p.13)

1.4.2. Fontes escritas: são registos de acontecimentos que começam a aparecer com invenção da
escrita e foram se desenvolvendo ao longo dos tempos. Ex: escrita cuneiforme e hieroglífica.

1.4.3.Fontes materiais ou arqueológicas: são vestígios ou restos materiais deixados pelo homem
que podem ser encontrados em estacoes arqueológicas ou outros espaços. Ex: Ruínas de
construções, instrumentos de trabalho, utensílios domésticos, ossadas pinturas rupestres. Ki-Zerbo
(1999) citado por Lazaro (2013,p.12)
20

III. Vários teorizadores sobre Factos históricos e locais históricos.

1.Concepção providencialista

Afirma que os factos históricos ou acontecimentos estão ligados a determinação de Deus. Tudo a
partir da origem da terra, deve ser explicado pela divina providência. Defensor Santo Agostinho. No
passado mais remoto, a religião justificava a guerra e o poder dos governantes. Na idade media
ocidental a igreja católica era a única detentora da informação e, naturalmente fortificou a
concepção teológica da história. Santo agostinho SEC,XVII

1.1.Teoria Idealista

Defende que os factos históricos são o produto do instinto de evolução inato do homem,
disciplinado pela razão. Representante: Friedrich Hegel, Desse modo para este teorizador os
acontecimentos são primordialmente regidos por ideias em qualquer ocorrência de ordem
económica, politica, intelectual ou religiosa, deve-se observar em primeiro plano o papel
desempenhado pela ideia como geradora da realidade. Para os defensores dessa corrente, toda a
evolução construtiva da humanidade tem razão idealista. GOMES (1998,p. 111)

1.2. Concepção psicológica-social:

Apoia-se na teoria de que os acontecimentos históricos são resultantes, especialmente de


manifestações espirituais produzidas pela vida em comunidade. Defensor Wihelm Wundt: elementos
de psicologia das multidões, os factos históricos são sempre o reflexo do estado psicológico reinante
em determinado agrupamento social (historia das mentalidade e das ideia) GOMES (1998,p.111)

1.3.Teoria materialista:

Os teorizadores Lançam bases do materialismo histórico, onde argumentavam que a história viveu
vivera fora e será determinada, pelo factor económico e pelas condições de vida material dominantes
na sociedade a que estão ligadas. Representante: Karl Marx E Friedrich Engels.

A preocupação primeira do homem não são os problemas do nível espiritual, mas os meios
essências da vida: alimentação, Habitação, vestimenta e instrumentos da produção. GOMES
(1998,p.114).
21

Capítulo III
1.0. Metodologia
Segundo GALLIANO (1986) citado por GOLDENBERG (1997,p.189) as acepções da palavra
“método” registradas nos dicionários estão ligadas à origem grega methodos - que significa
“caminho para chegar a um fim”.

Os mesmos autores definem o método como a observação sistemática dos fenômenos da realidade
através de uma sucessão de passos, orientados por conhecimentos teóricos, buscando explicar a
causa desses fenômenos, suas correlações e aspectos não-revela.

1.1. Tipo de pesquisa


Segundo LAKATOS & MARCONI (2009,p.40), a metodologia é “a explicação minuciosa,
detalhada, rigorosa e exacta de toda acção desenvolvida no método de trabalho da pesquisa.”

Conforme a abordagem acima, nesta parte do projecto de pesquisa apresentamos o delineamento da


metodologia que vai orientar a prossecução da pesquisa, explicitando, especificamente, as técnicas
de recolha de dados, os procedimentos a seguir no âmbito da recolha dos dados, o universo e a
amostra.

2.1. Tipo de Estudo


Para realização de uma pesquisa é necessário apresentar os procedimentos metodológicos, as
técnicas e os instrumentos de colecta de dados, assim como o universo e a amostra usados para a
presente pesquisa. Assim, temos as seguintes designações:

2.2. Quanto aos objectivos


Na tentativa de obter explicações, compreensão e interpretação do tema, a nossa pesquisa é do tipo
explicativa. Importa-nos dizer que a sua escolha deveu-se a natureza do nosso trabalho e dos
objectivos traçados para o seu desenvolvimento e concretização.
Para SILVA e MENEZES (2001,p.24), pesquisa explicativa “é aquela que tem como preocupação
central identificar os factores que determinam ou que contribuem para a ocorrência dos fenómenos”
ou seja, este tipo de pesquisa busca conhecer as causas, as razões que estão no surgimento de um
dado problema.
22

2.2.1. Quanto à natureza


Quanto à natureza, a pesquisa será aplicada ao ensino. Conforme dissemos anteriormente, o nosso
fim último, é encontrar possíveis estratégias para solucionar o problema levantado através das
hipóteses colocadas. GIL (1994,p.207), afirma que este tipo de pesquisa objectiva gerar
conhecimentos para a aplicação prática, dirigidos às soluções de problemas específicos.

2.2.2. Quanto a abordagem


A nossa pesquisa, quanto à abordagem, é do tipo quantitativo, pois ao longo do desenvolvimento da
pesquisa, usaremos, em algum momento na análise de dados, os dados estatísticos, algumas
representações gráficas. De acordo com Meneses e Silva (2001,p.20), considera-se pesquisa
quantitativa “tudo o que pode ser quantificável, o que significa traduzir em números opiniões e
informações para classificá-las e analisá-las.

3.0. Método de abordagem


Nesta pesquisa, usamos o método hipotético-dedutivo, através do qual procurámos aferir a validade
das hipóteses ilustradas de acordo com a questão de partida que colocámos. Concordando com
LAKATOS E MARCONI (2003,p.106), este método “inicia pela percepção de uma lacuna nos
conhecimentos, acerca da qual se formulam hipóteses e, pelo processo de inferência dedutiva, se
testa a predição da ocorrência de fenómenos abrangidos pela hipótese.” Conforme se pode
depreender, a nossa pesquisa inicia por uma percepção da A valorização dos locais históricos no
Processo de Ensino e Aprendizagem caso da Escola secundária de Manjangue 8ª classe. E na
tentativa de confirmarmos a nossa percepção, formulamos duas hipóteses, que podem causar a
origem do problema que levantámos. De igual modo, usaremos o método de observação, a partir do
qual poderemos o manual do aluno e do programa do ensino secundário geral para verificar a forma
de exposição dos conteúdos sobre os locais historicos e factos historicos sob a orientacao da
MINEDH.
3.1. Quanto aos Procedimentos
No que diz respeito aos procedimentos, a pesquisa é um estudo de caso.
Segundo FONSECA (2002,p.39), “um estudo de caso pode ser caracterizado como um estudo de
uma unidade bem definida como um grupo, uma instituição, um sistema educativo, uma pessoa, ou
uma unidade social.” Este tipo de estudo visa conhecer em profundidade o como e o porquê de uma
determinada situação de que se supõe ser única em muitos aspectos, procurando descobrir o que há
nela de mais essencial e característico.
23

3.2 . Localização Geografica da Área do Estudo


País: Moçambique
Província : Gaza
Distrito : Chókwè- Manjague
Posto Administrativo: Macarrentane
Escola: Secundária de Manjague

3.2.1. Técnicas de recolha de dados

Neste trabalho de investigação, vamos utilizar um (1) inquérito destinado aos alunos com com o
intuito de colher informações sobre o conhecimentos que eles ostentam no que refere aos locais
historicos e seu significado.

3.2.2. Entrevistas
Nesta pesquisa, os dados foram recolhidos mediante a administração da entrevista; Antes de
administração das entrevistas, a pesquisador apresentou-se à direcção da Escola e aos outros
informantes integrantes da pesquisa.

3.2.3. Método de análise de dados

Para a análise do conteúdo, foi feita uma grelha de análise dos questionários que abarcou toda a
informação sobre factos históricos e processos do ensino e aprendizagem na aula de história na
unidade temática em causa.

Todo o material recolhido numa pesquisa qualitativa será geralmente sujeito a uma análise de
conteúdo, que constitui um procedimento neutro, decorrendo na forma de tratamento de material
paradigmático de referência. Esta análise far-se-ia através de gráficos percentuais elaborados em
Micro soft e Excel.

3.2.4.Universo e Amostra

Segundo Lakatos & Marconi (1992,p.108) o universo ou população “é o conjunto de seres animados
ou inanimados que apresentam pelo menos uma característica em comum”. Nesta pesquisa, o
universo será constituído por 300 indivíduos (300 alunos) Deste universo escolher-se-á uma amostra
não probabilística de 60 alunos escolhidos aleatoriamente. Tendo em conta os seguintes critérios: I.
frequentar 8ª classe na escola em causa, II. Ambos os sexos.
24

4.0. Cronograma de Actividades

Especificação/Ano 2019
Abri Maio Junho Julh Agosto Set. Out Nov. Dez.
l o .
Levantamento x
bibliográfico
Leitura e fichamento x
de obras
Revisão bibliográfica x x

Coleta e seleção de x
dados
Análise crítica do x
material
Elaboração preliminar x
do texto
Redação provisória x

Entrega ao supervisor x

Revisão e correção x

Revisão e redação final x

Entrega ao x
departamento
Defesa da Monografia x

4.1.Orçamento
A concretização das actividades de pesquisa patentes neste projecto compreenderá um arrolamento
de despesas descritas na tabela a seguir:
25

Materiais Quantidade Valor unitário (Mt) Valor total (Mt)

Lanches Indeterminada Indeterminada 1500.00

Esferográficas 20 10 200. 00

Resma de papel de A4 1 250.00 250. 00

Digitação do trabalho Indeterminada 1.050.00 2000.00

Impressão do trabalho Indeterminada 1000.00 1000.00

Transporte Indeterminada ------------------------- 2500. 00

Outros materiais Indeterminada ----------------------- 1000.00

Total ------------------ ----------------------- 8450.00

5.0. Bibliografia
FERREIRA, Carlos Augusto Lima. “A importância das novas tecnologias no ensino de História” In
Universa, Brasília 1999, p.135.

PROENÇA, Maria Cândida. Didáctica de História, Lisboa, Universidade Aberta, 1992, 227p.
PROENÇA, Maria Cândida. Ensinar/Aprender História: Questões de Didáctica Aplicada,Livros
Horizonte, 1990, 167 p.
26

SILVA, Marcos A. da. História: o prazer em ensino e pesquisa. Brasiliense, São Paulo, 1995.

CAMARGO, H. L. Patrimônio histórico e cultural. São Paulo: Aleph, 2002

CUCHE, D. A noção de cultura nas ciências sociais. Bauru: Edusc, 2002

FONSECA, M. C. L. Para além da pedra e cal: por uma concepção ampla de patrimônio cultural. In:
ABREU, R.; CHAGAS, M. Memória e Patrimônio: ensaios contemporâneos. Rio de Janeiro:
DP&A, 2003.

DUARTE, Newton & MARTINS, Ligia Márcia. As contribuições de Aleksei Nikolaevich Leontiev
param o entendimento da relação entre educação e cultura em tempos de relativismo pós-moderno.
Texto inédito, 2012.

LAKATOS, Eva Maria & MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia Cientifica. 5ª Edição, São
Paulo: Editora Atlas, Revista e Ampliada, 2009..

SILVA, Edna Lúcia e MENEZES, Estela Muskat; Métodos de Pesquisa e Elaboração de


Dissertação; Rer. Actual. 3ª ed. Florianópolis – 2001.
PILLETI, Claudino. Didática geral. São Paulo. 6 Edição. Ática editora.1988.

NERICI, Imideog. Introdução á didática geral. 16 Edição. São Paulo. Atlas editora. 1991.

KI-ZERBO, Joseph. História da África Negra vol 1 Portugal, Publicações Europa América 1999.

DUTRA, Soraia Freitas. As crianças e o desenvolvimento da temporalidade Histórica. IN: Dez anos
de pesquisas em ensino de História. VI Encontro Nacional de Pesquisadores de Ensino de História.
José Miguel Arias Neto (ORG). Londrina: Atrito Art, 2005.

GOLDENBERG, Mirian. A arte de pesquisar: como fazer pesquisa qualitativa em ciências sociais.
Rio de Janeiro: Record, 1997.

QUIVY, R. & CAMPENHOUDT, L. Manual de Investigação em Ciências Sociais. 5ª Ed. Lisboa:


Gradiva. 2008

GOMES, Raul, historiografia universal e a visão contemporânea da história.3ª Ed. Lisboa. 1998.
IMPUIA, Lázaro. História da 8ª classe. H.8. texto Editores.Lda. 2ª Ed. Maputo.2008.
27

KI-ZERBO, Joseph. História da África Negra vol. 1 Portugal, Publicações Europa América 1999.

MELLO, Maria do Céu de. O conhecimento tácito substantivo histórico dos alunos-no rastro da
escravatura. IN: Barca, Isabel (org). Perspectiva em Educação Histórica. Centro de Estudos em
Educação e Psicologia: Universidade do Ninho, 2001.

6.0. Apêndices:
Chamo-me Morgado Milagre Rubão, Estudante do, 4o ano, Codigo:708160908 na UCM-Centro
de Recurso de Maputo. Estou neste momento a desenvolver um projecto de pesquisa na área de
história para a conclusão do nível de licenciatura, e para a efectivacão deste trabalho devo contar
com a vossa colaboração no entanto que o meu público em estudo.
28

Importa realçar que o nosso objectivo com este trabalho é colher a maior simpatia dos intervenientes
do PEA no que reflecte a valorização dos locais históricos e divulgação dos factos históricos em
Moçambique como património cultural integrado e legitimado pela UNESCO.

Vos lembrar que a vossa sinceridade, objetividade, criatividade e precisão a medida em que forem
dando as vossas respostas serão do nosso maior agrado, porque as mesmas vão servir de suporte
para as possíveis soluções da nossa investigação.

Questionário: Depois de ler, responda as perguntas, `a lucidez do seu raciocínio e evitar borrões.
Marque com X nas perguntas do sim ou não na opção escolhida
1.Nas aulas de história já falaram alguma vez sobre locais históricos e factos históricos, marque

a) Sim_____ b) Não____

1.1 Os Locais históricos contribuem para :

a) Compreender o dia-a-dia ( ) c) perceber os factos e datas comemorativas( )

b) Conhecer o homem ( ) d) saber das noticias.( )

1.2. Além da Escola nas aulas de história, em que fonte ou meio de comunicação, já escutou, leu ou
ver algo sobre locais históricos:

a) Fontes escritas ( ) b) Fontes orais ( )

c) Fontes materiais ou arqueológica ( ) d) Radio ou jornal ( )

1.3. Alguma vez já visitou local/ locais históricos no contexto Escolar? Se sim mencione - os

a) Sim _______ b) Não_________


________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

Nas perguntas (1, 1.1 e 1.2 e 1.3) quero colher a sensibilidade dos alunos sobre os meios de acesso a
informação ou conhecimentos da nossa história, tendo em conta que o professor não é detentor do
saber mas sim mediador do PEA.

3. Dos locais históricos abaixo Marque com X os que conheces:

A. Gwaza – Muthine ( ) B. Chilembene ( )


29

C. Nwadjahane ( ) D. Chaimite /Tchaimite ( )

3.1. Marca com x apenas dois (2) locais históricos, província ou distrito mais próximo da sua escola
que gostaria de visitar com seu professor e colegas da turma.

1.Chibuto A. Chai
2. Manjacaze B. Gwaza-Mutine
3 Cabo delgado C. Nwadjhane
4. Chókwè D. Chaimite (Tchaimite)
5. Maputo E. Chilembene

3.2 Assinale com x as datas comemorativas aliadas a factos históricos de Moçambique:

A. 04 de outubro 1992 ( ) B. 19 de outubro de 1986 ( )

C. 25 de junho de 1975 ( ) D. 22 de dezembro ( )

3.3. Apresenta outras datas não apresentadas no número 2.3 comemorativas relacionadas com factos
históricos de Moçambique:________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

Nas perguntas (3,3.1.3.2 e 3.3) tem como objectivo entender o nível de assimilação dos conteúdos
relacionados com os factos históricos e as respectivas datas comemorativas, tendo em conta os
objectivos comportamentais do aluno a atingir nesta unidade temática

4. Achas importante fazer-se visitas escolares a locais históricos do território nacional, junto do
senhor professor de histórias e colegas, se sim, justifique:______________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________.

5. Na sua comunidade/ bairro existe um local histórico? Como se chama.

A. Não ( ) B. Sim ( )

________________________________________________________________________________

6. Qual é a importância de aprender factos históricos/ locais históricos na aula de história:


30

________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

Nas questões ( 4,5 e 6) o objectivo primordial é perceber se os alunos valorizam os locais históricos
e conhecem a sua importância, além disso a partir das questões acima podemos saber se o aluno tem
domínios do currículo local ou nacional no tange ao património cultural histórico.

Obrigado pela atenção

Fim

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