1. OBJETIVOS
2. METODOLOGIA
Aulas prático-discursivas;
Estudos dirigidos;
Apresentação de seminários;
Auto-avaliação.
4. AVALIAÇÃO
Definição
É a ciência que tem como objeto de estudo o homem através do seu corpo em
movimento e em relação ao seu mundo interno e externo.
Está relacionada ao processo de maturação, onde o corpo é a origem das aquisições
cognitivas, afetivas e orgânicas. É sustentada por três conhecimentos básicos: o movimento, o
intelecto e o afeto.
Psicomotricidade, portanto, é um termo empregado para uma concepção de
movimento organizado e integrado, em função das experiências vividas pelo sujeito cuja ação
é resultante de sua individualidade, sua linguagem e sua socialização.
O Psicomotricista
§ Educação Psicomotora:
§ Reeducação Psicomotora:
Abrange sujeitos desde a infância a idade adulta. Pode ser desenvolvida tanto em
caráter profilático quanto terapêutico.
§ Terapia Psicomotora:
MOVIMENTOS REFLEXOS
MOVIMENTO PERCEPTIVO-MOTOR
HABILIDADES FÍSICAS
MOVIMENTOS CRIATIVOS
A criança de 3 (três) anos deve ter um ambiente humano beneficiado, e graças a este
tem-se confrontado com objetos com sucesso pois não é superprotegido, ao contrário bem
livre e sua motricidade espontânea e harmoniosa.
Seus deslocamentos (braços e pernas) tem-se adquirido, o equilíbrio está assegurado e a
motricidade é perfeita e ritimica, e, além disso, adquire muitas habilidades.
ESPONTANEIDADE E MOVIMENTO
EXPRESSÃO E MOVIMENTO
GRAFISMO E TONO
DOMINÂNCIA LATERAL
A educação psicomotora na idade escolar deve ser antes de tudo uma experiência ativa
de confrontação com o meio. A ajuda educativa dos pais e do meio escolar, tem a finalidade
não de ensinar a criança comportamentos motores, mais sim permitir-lhe mediante o jogo,
exercer uma função de ajustamento, individualmente ou com outras crianças. No estágio
escolar, a primeira prioridade constitui a atividade motora lúdica, fonte de prazer, permitindo
a criança prosseguir a organização de sua "imagem do corpo" ao nível do vivido e de servir de
ponto de partida na sua organização práxica em relação com os desenvolvimentos das atitudes
de análise perceptiva.
Embora numerosos autores tenham desenvolvido este tema, a maioria dos educadores
e muitos pais não têm compreendido que se poderá tolher a criança e travar seu
desenvolvimento e seus progressos escolares se abandonando este aspecto essencial do
comportamento.
Os mais audaciosos dos professores concedem certo lugar, sempre insuficiente à
atividade de explorar o ambiente, à atividade lúdica e ao que eles chamam de "expressão
livre", mas estas atividades com muita frequência são associadas a exercícios "educativos" de
tipo analítico, que correm o risco, para aquelas crianças menos desenvolvidas, de questionar
os benefícios deste exercícios, aumentando sua insegurança e sua inibição. Esta formulação é
atenuada se todas as crianças que entram na escola maternal tenham alcançado a idade
psicomotora de 3 anos, estando ávidas de explorar o ambiente e inquietas de exercer sua
influência no ambiente.
Entretanto, os problemas afetivos que a criança encontra no seu meio familiar, ou
simplesmente uma inabilidade educativa, ou o pouco tempo consagrado pelos pais a
participarem com os jogos da criança, a exiguidade do meio da criança, podem conjugar-se
diminuindo a espontaneidade criadora que se traduz com um empobrecimento gestual e
mímico.
A repercussão desta experiência desvalorizante do corpo no equilíbrio afetivo da
criança é de tal magnitude que se traduz por dificuldades de estabelecer um contato com os
adultos e outras crianças. A expressão gestual, como a expressão verbal, mantém-se pobre e
limitada. Conclui-se a necessidade de uma reeducação psicomotora ou ortofônica.
Tememos que as tendências atuais da escola onde a ansiedade da inadaptação
potencial de quase a metade das crianças leve a diagnosticar precocemente as pseudo
inadaptações, que são só simples retardos do desenvolvimento, a maioria das vezes educáveis.
É necessária uma atitude educativa apoiando-se no conhecimento dos ritmos do
desenvolvimento da criança mais do que uma medicalização ou uma psiquiatrização da
escola, criando as condições do progresso real no plano da prevenção das inadaptações
escolares. Esta observação condena uma política escolar que consiste em separar
precocemente o bom grão do ruim, os superdotados dos inadaptados, apoiando-se na
convicção de que o peso da bagagem hereditária é tal que já tem a sorte marcada desde a
escola maternal.
É necessário propiciar a cada criança a chance de poder desenvolver da melhor forma
suas próprias potencialidades. Isto é possível num ambiente onde se beneficiará no contato
com as crianças da mesma idade e com a possibilidade de crescer junto a elas através das
atividades coletivas alternadas com tarefas mais individuais, neste estágio, a atividade motora,
em relação com o adulto ou com outras crianças, traduz a expressão de uma necessidade
fundamental do movimento, de investigação e de expressão que deve ser satisfeita. Esta
experiência expressiva do corpo vivido, carregada de todo um conteúdo emocional, organiza-
se a um nível de comportamento sensório-motor global favorável à emergência da função de
ajustamento.
Esta concepção confere uma importância capital ao equilíbrio da pessoa, do exercício
de uma motricidade espontânea de domínio subcortical.
A espontaneidade criadora e a disponibilidade traduzem a possibilidade que o
organismo assim educado tem de reagir globalmente a uma situação de urgência em função de
sua vivência anterior. Se esta criatividade se expressa inicialmente a um nível dos
comportamentos motores e afetivos, ela se traduzirá mais tarde pela afetividade do organismo
de efetuar sínteses novas e explorar no plano mental o que tem experimentado na vivência
corporal.
DA EXPRESSÃO NO GESTO À EXPRESSÃO VERBAL
Graças à solicitação de um meio rico mobilizado sua vigilância difusa, a criança pode
satisfazer plenamente sua necessidade de movimento e investir na atividade de exploração. A
passagem da necessidade do prazer provocado pela satisfação a faz oscilar entre um estado de
tensão orgânica e um estado de relaxação, sendo necessário para uma forma de atenção eficaz.
A capacidade de inibir permite a criança diferir momentaneamente seu desejo de apropriação,
pondo em jogo uma forma de exploração mais centrada nas qualidades do objeto.
Esta forma de atenção perceptiva exerce-se, primeiro, definindo melhor as condições
exteriores do espaço nas quais se desenvolve a ação. Ela permite a criança passar de uma
geometria topológica acolada à ação, a uma geometria projetiva que lhe permite estabelecer
uma coerência no universo vivido e ter acesso progressivamente ao espaço euclidiano das
formas e das dimensões. Este trabalho de "estruturação do espaço" põe em jogo uma forma de
atenção exterior, que se alterna com a "estruturação do esquema corporal", a qual depende de
uma forma de atenção interiorizada, isto é, voltada o seu próprio corpo. Ajudada por suas
tendências narcisistas e guiadas pelo prazer que a criança sente quando brinca com seu corpo,
ela vai descobrir as características corporais e estabelecer relações coerentes entre as
diferentes partes de seu corpo. Enfim, a flutuação entre as duas formas de atenção perceptiva
vai lhe permitir tomar consciência das relações que unem seu corpo próprio e o ambiente,
realizando assim, uma estruturação de organização espacial, da qual depende o progresso da
criança na resolução dos problemas de orientação.
Da relação vivida no espaço, a criança tem acesso a um espaço percebido e
representado que vai lhe permitir ir mais longe ao desempenho de sua função de ajustamento.
Salientamos que o exercício da função simbólica é o suporte da função perceptiva. Os
progressos da criança são função da possibilidade de prolongar a experiência sensorial e
perceptiva, através da verbalização, permitindo-lhe associar um símbolo verbal a cada atributo
perceptivo, assim como no domínio do espaço e no domínio do espaço de seu próprio corpo.
A função simbólica é usada não só na verbalização, mas também no grafismo, que
permite traduzir os dados perceptivos do espaço e do corpo, no desenho da figura humana.
Quando a evolução da criança se efetua segundo esta cronologia, o conjunto destas
funções chega à maturidade. Uma ação educativa adequada ajuda a evolução destas funções.
Pode-se afirmar que as dificuldades escolares serão atenuadas e que os problemas decorrentes
do aprendizado da leitura, da escrita e do cálculo não terão conseqüências dramáticas.
Se apesar dos esforços educativos, o desenvolvimento não se efetua harmoniosamente,
as indicações para uma reeducação eventual ou uma terapia poderão ser tratadas com muito
mais precisão.
Em torno dos três anos, logo que a criança tenha descoberto sua própria personalidade
e teve acesso ao conhecimento de seu Ego, vai entrar no período narcisista, no qual, além de
se interessar pelos objetos e o mundo exterior, vai, também interessar-se pelo seu próprio
corpo. É importante aproveitar este período a fim de passar da experiência vivida do corpo à
tomada de consciência global e segmentar do corpo, associada à verbalização. O adulto muito
pragmático, fixando a atenção da criança exclusivamente no resultado objetivo de uma ação,
pode prejudicar o exercício da função de interiorização.
Para brincar, seja só, ou com várias crianças, de forma espontânea ou organizada, é
preciso espaço. No apartamento, na cidade, na escola, a criança cada vez mais é limitada nos
seus movimentos; é difícil encontrar um lugar para brincar. A primeira necessidade é criar
espaços mais numerosos para o jogo das crianças.
O espaço reservado ao brinquedo - sala de jogo, canto das crianças - é tão necessário
quanto o dormitório ou a sala de jantar. Estes espaços devem permitir às crianças ter um
máximo de liberdade nos seus movimentos e possibilidades variadas de "fazer de tudo" e
pintar.
As áreas de jogos exteriores. Devem ser anexadas ao apartamento ou a salas de
atividade na escola maternal. O espaço de vida da criança deve obedecer a dois critérios. Por
um lado, uma organização funcional dos locais, impondo uma certa estrutura geométrica,
favorecendo a passagem da criança no universo topológico ao universo euclidiano do adulto;
este aspecto não deve descuidar a criação de um espaço estético que influenciará
favoravelmente a sensibilidade da criança. Por outro lado é preciso que as crianças disponham
de espaços pouco estruturados, arrumados de forma sumária, ocupados por espaços brutos, a
fim de permitir alcançar uma organização de seu próprio espaço e criar seus instrumentos de
jogo. Este tipo de espaço é necessário para o desenvolvimento dos jogos livres.
Os espaços livres das escolas: áreas de jogo, pátio de recreação podem ser organizados
tendo em conta este conceito. Sua disposição não deve perturbar o aprendizado nem a
circulação fácil entre esses espaços e as salas de atividades. Pode torná-los mais ricos,
colocando: troncos de árvores, pranchas, bancos, aparelhos para trepar.
A utilização da água e da areia nos espaços livres. Estes elementos revestem uma
importância grande para a criança, mas, no nosso país, essa sugestão pode ser considerada
como utopia e ter muita resistência. As crianças apreciam muito brinquedo de água e areia
associadas.
O material móvel variado. Depende das dificuldades decorrentes das descrições
precedentes, da organização dos espaços livres e da utilização de um pequeno material para
permitir certas realizações.
Este material pode estar constituído por:
bolas e balões de diferentes tamanhos;
círculos e pneus;
pedaços de madeira ou de plástico;
troncos inteiros ou cortados pela metade;
bambus;
cordões de diferentes tamanhos;
cordas de pular, etc.
Exercícios Fonoarticulatórios:
• Fazer caretas que expressem tristeza, alegria, raiva, susto, etc.
• Jogar beijos.
• Fazer bochechos, com e sem água.
• Assoprar apitos e língua de sogra.
• Fazer bolhas de sabão.
Exercícios respiratórios:
• Inspirar pelo nariz e expirar pela boca.
• Inspirar e expirar pelo nariz.
• Inspirar e expirar pela boca.
• Inspirar, prender o ar por alguns momentos, expirar.
• Aprender a assuar o nariz, usando um lenço e tapando ora uma narina, ora outra.
Exercícios Gerais:
• Modelar com massa e barro.
• Grampear com grampeador.
• Folhear livros e revistas, folha por folha.
• Brincar com iô-iô.
• Martelar, parafusar.
Exercícios Específicos:
• Rasgar papel livremente utilizando, de início, papéis que não ofereçam muita
resistência ao serem rasgados.
• Rasgar papel em pedaços grandes, em tiras, em pedaços pequenos.
Colar:
• Colar recortes em folha de papel, livremente.
• Colar recortes em folha de papel, apenas numa área determinada.
• Colar recortes sobre apenas uma linha vertical.
• Colar recortes sobre apenas uma linha horizontal.
• Colar recortes sobre apenas uma linha diagonal.
Modelar:
• Modelar com massa e argila e formas circulares, esféricas, achatadas nos pólos
(como tomate), ovais, cônicas (como cenoura), cilíndricas (como pau de vassoura),
quadrangulares (como tijolo), etc.
Perfurar:
• Perfurar livremente uma folha de isopor com agulha de tricô ou caneta de ponta fina
sem carga.
• Perfurar folha de cartolina em seqüência semelhante à proposta para o trabalho com
isopor.
• Perfurar o contorno de figuras desenhadas em cartolina e procurar recortá-las apenas
perfurando.
Bordar:
• Enfiar macarrão e contas em fio de náilon ou de plástico.
• De início as contas e o macarrão terão orifícios graúdos e o fio será bem grosso e
firme. Numa segunda etapa, o material deverá ter orifícios menores e os fios deverão
ser mais finos e flexíveis.
• Bordar em talagarça.
• Alinhavar em cartões de cartolina.
• Pregar botões.
Manchar e traçar:
• Fazer os quatro exercícios seguintes usando inicialmente giz de cera e depois pincel
e tinta, lápis de cor e lápis preto.
• Fazer manchas em folha de papel, livremente.
• Fazer manchas dentro de figuras grandes.
• Fazer manchas sobre uma linha.
• Fazer manchas entre linhas paralelas, de início distantes e depois mais próximas.
• Passar andando por dentro de caminhos feitos com cordas estendidas no chão, como
pré-requisito para realizar os exercícios que se seguem.
• Com caneta hidrográfica passar um traço entre duas linhas paralelas.
• No papel sulfite, entre as linhas paralelas, traçar várias linhas com lápis de cor, cada
uma de uma cor (traço do arco-íris).
• Traçar linhas sobre desenhos e letras pontilhadas em papel sulfite.
Pintar:
• Pintar áreas delimitadas por formas geométricas e partes de desenhos de objetos.
Dobrar:
• Dobrar folha de papel ao meio, na altura de linhas pontilhadas (horizontais e
verticais) marcadas na folha.
• Dobrar guardanapos de papel e de pano em retas perpendiculares e diagonais em
relação às bordas.
• Dobrar papel e montar figuras (cachorro, chapéu, sapo, flor, etc.)
Exercícios grafo motores:
• Passar o dedo indicador da mão dominante sobre uma reta horizontal traçada pelo
educador, com giz, no quadro. Seguir a orientação da esquerda para a direita.
• Com o dedo indicador, traçar uma mesma reta no ar, de olhos abertos. Repetir o
exercício de olhos fechados.
• Passar giz sobre o traço feito pelo educador. Fazer outros traços iguais ao lado.
• Pintar o mesmo traço em papel, com pincel grosso e tinta.
Exercícios de Lateralidade:
• Colocar fitas vermelhas no pulso e tornozelo do lado direito e realizar exercícios que
peçam movimentos como: erguer a mão direita, abaixar a mão esquerda, erguer o
braço direito e abaixar o esquerdo, etc.
• Colocar a mão sobre contornos de mãos desenhados no quadro, rapidamente, como
se estivesse dando um tapa. Colocar a mão na mesma posição da mão desenhada.
• Seguindo a solicitação do professor, desenhar ou colocar objetos no lado direito ou
esquerdo de uma folha de papel dividida ao meio verticalmente, e marcada com as
inscrições direita e esquerda nos lados correspondentes.
• Colocar os pés sobre os contornos de pés desenhados no chão, direito sobre direito,
esquerdo sobre esquerdo.
ÁREAS PSICOMOTORAS
COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
PERCEPÇÃO
ORIENTAÇÃO
A orientação ou estruturação espacial/temporal é importante no processo de adaptação
do indivíduo ao ambiente, já que todo corpo, animado ou inanimado, ocupa necessariamente
um espaço em um dado momento.
A orientação espacial e temporal corresponde à organização intelectual do meio e está
ligada à consciência, à memória a às experiências vivenciadas pelo indivíduo.
A criança percebe seu próprio corpo por meio de todos os sentidos. Seu corpo ocupa
um espaço no ambiente em função do tempo, capta imagens, recebe sons, sente cheiros e
sabores, dor e calor, movimenta-se. A entidade corpo é centro, o referencial. A noção do
corpo está no centro do sentimento de mais ou menos disponibilidade e adaptação que temos
de nosso corpo e está no centro da relação entre o vivido e o universo. É nosso espelho
afetivo-somático ante uma imagem de nós mesmos, do outro e dos objetos.
O esquema corporal, da maneira como se constrói e se elabora no decorrer da evolução
da criança, não tem nada a ver com uma tomada de consciência sucessiva de elementos
distintos, os quais, como num quebra-cabeça, iriam pouco a pouco encaixar-se uns aos outros
para compor um corpo completo a partir de um corpo desmembrado. O esquema corporal
revela-se gradativamente à criança da mesma forma que uma fotografia revelada na câmara
escura mostra-se pouco a pouco para o observador, tomando contorno, forma e coloração cada
vez mais nítidos. A elaboração e o estabelecimento deste esquema parecem ocorrer
relativamente cedo, uma vez que a evolução está praticamente terminada por volta dos quatro
ou cinco anos. Isto é, ao lado da construção de um corpo 'objetivo', estruturado e representado
como um objeto físico, cujos limites podem ser traçados a qualquer momento, existe uma
experiência precoce, global e inconsciente do esquema corporal, que vai pesar muito no
desenvolvimento ulterior da imagem e da representação de si.
O conceito corporal, que é o conhecimento intelectual sobre partes e funções; e o
esquema corporal, que em nossa mente regula a posição dos músculos e partes do corpo. O
esquema corporal é inconsciente e se modifica com o tempo.
Quando tratamos de conhecimento corporal, inserimos a lateralidade, já que é a
bússola de nosso corpo e assim possibilita nossa situação no ambiente. A lateralidade diz
respeito à percepção dos lados direito e esquerdo e da atividade desigual de cada um desses
lados visto que sua distinção será manifestada ao longo do desenvolvimento da experiência.
Perceber que o corpo possui dois lados e que um é mais utilizado do que o outro é o
início da discriminação entre a esquerda e direita. De início, a criança não distingue os dois
lados do corpo; num segundo momento, ela compreende que os dois braços encontram-se um
em cada lado de seu corpo, embora ignore que sejam "direito" e "esquerdo". Aos cinco anos,
aprende a diferenciar uma mão da outra e um pé do outro. Em seguida, passa a distinguir um
olho do outro. Aos seis anos, a criança tem noção de suas extremidades direita e esquerda e
noção dos órgãos pares, apontando sua localização em cada lado de seu corpo (ouvidos,
sobrancelhas, mamilos, etc.). Aos sete anos, sabe com precisão quais são as partes direita e
esquerda de seu corpo.
As atividades psicomotoras auxiliam a criança a adquirir boa noção de espaço e
lateralidade e boa orientação com relação a seu corpo, aos objetos, às pessoas e aos sinais
gráficos.
Alguns estudiosos preferem tratar a questão da lateralidade como parte da orientação
espacial e não como parte do conhecimento corporal.
HABILIDADES CONCEITUAIS
A matemática pode ser considerada uma linguagem cuja função é expressar relações
de quantidade, espaço, tamanho, ordem, distância, etc.
A medida em que brinca com formas, quebra-cabeças, caixas ou panelas, a criança
adquire uma visão dos conceitos pré-simbólicos de tamanho, número e forma. Ela enfia
contas no barbante ou coloca figuras em quadros e aprende sobre seqüência e ordem; aprende
frases: acabou, não mais, muito, o que amplia suas idéias de quantidade.
A criança progride na medida do conhecimento lógico-matemático, pela coordenação
das relações que anteriormente estabeleceu entre os objetos. Para que se construa o
conhecimento físico (referente a cor, peso, etc.), a criança necessita ter um sistema de
referência lógico-matemático que lhe possibilite relacionar novas observações com o
conhecimento já existente; por exemplo: para perceber que um peixe é vermelho, ela necessita
um esquema classificatório para distinguir o vermelho de todas as outras cores e outro
esquema classificatório para distinguir o peixe de todos os demais objetos que conhece.
ESQUEMA CORPORAL
Exercício 2: A criança deverá reconhecer também as partes do rosto: nariz, olhos, boca,
queixo, sombrancelhas, cílios, trabalhar também com os dedos com a mão apoiada sobre a
mesa a criança deverá apresentar o pulso, o dedo maior e o dedo menor, os nomes dos dedos
são ensinados a criança pedindo que ela levante um a um dizendo os respectivos nomes dos
dedos.
Exercício 4: Sentir os rins - Deitada com as pernas estendidas e as mãos sobre os rins a
criança dobra os joelhos e encosta-os no peito. Comentar com a criança que a parte do corpo
que se apoia com força sobre suas mãos chama-se rins.
Exercício 6: Localizando elementos na sala de aula. A criança deverá dizer de que lado está a
porta, a janela, a mesa da sala de aula, etc. em relação a si mesma. Durante a realização do
exercício, não deixar a criança cruzar os braços, pois isso dificulta sua orientação espacial.
COORDENAÇÃO ÓCULO-MANUAL
AMASSANDO A MASSA
DISTÚRBIOS PSICOMOTORES
"O que não percebeu, negais que exista; o que não calculastes, é mentira; o que vós
não pensastes, não tem peso, metal que não cunhais, dizeis que é falso." (Goethe)
Que há com ela? O que acontece com essa criança desajeitada? Porque, apesar de sua
aparência cheia de torpor e inabilidade, quando consegue aproximar-se, mostra-se com
encanto e interesse?
O que há com ela? Andou tarde, caiu quantas vezes... precipitava-se pelas escadas ao
invés de descê-las, ou morria de medo como se fosse um grande empreendimento... escalá-las
e não apenas subi-las. E vestir-se... O que seria a manga, onde estariam os braços, as pernas
das calças? Enfiam-se pela cabeça? Por que existem laços de sapato? Para atormentar
crianças? Ou talvez, a sua mãe que, desoladamente, contempla sua dificuldade? E um
caderno? Começa-se de que lado? Por que as coisas são assim? Que estranho é este mundo de
lados que não tem lados... O que há com esta criança?
Seus movimentos são desajeitados, lentos e pesados. Quando andam, apoiam
duramente o calcanhar no solo. Quando crianças custam a aprender a subir e descer escadas,
nas escolas, evitam participar de jogos, nas quais geralmente são ridicularizadas e afastadas:
tê-las como parceiras é perder na certa.
Tal ser é uma questão e uma dificuldade para seus pais, para seus mestres, para todos
nós. Como entendê-lo. Como ajudá-lo?
1- intenção ou propósito- inclinações e tendência que fazem com que surja interesse em
determinado objeto;
2- deliberação- onde ponderamos os motivos (razões intelectuais) e os móveis (atração ou
repulsão, vindas do plano afetivo);
3- decisão- demarca o começo da ação, inibindo os móveis e motivos vencidos;
4- execução- há os movimentos físicos;
Vamos, adiante, citar alguns dos quadros encontrados no campo das alterações de
psicomotricidade:
Da civilização oriental à civilização ocidental, passando pela Idade Média, até aos
nossos dias, a significação do corpo sofreu inúmeras transformações. Porém, apenas no século
XIX o corpo começou a ser estudado. No Brasil, nos anos 60, com o advento da
psicomotricidade, era utilizada em forma de recursos coadjuvantes à outras especialidades.
Em nível de graduação “latu sensu”, a psicomotricidade surgiu em 1990 no IBMR (currículo
adaptado da formação na França).
“Ciência que tem como objeto de estudo o homem através do seu corpo em
movimento e em relação ao seu mundo interno e externo, bem como suas possibilidades de
perceber, atuar, agir com o outro, com os objetos e consigo mesmo. Portanto, é um termo
empregado para uma concepção de movimento organizado e integrado, em função das
experiências vividas pelo sujeito cuja ação é resultante de sua individualidade, sua linguagem
e sua socialização.”
“Muitos professores, preocupados com o ensino das primeiras letras, e não sabendo
como resolver as dificuldades apresentadas por seus alunos, várias vezes os encaminham para
as diversas clínicas especializadas que os rotulam como “doentes”, incapazes ou preguiçosos.
Na realidade, muitas dessas dificuldades poderiam ser resolvidas dentro da própria escola.”
(OLIVEIRA, 1997)
Deve-se notar, no entanto, que não se pretende que o professor faça sessões de
psicoterapia com o aluno. Uma ação pedagógica faz-se necessária enfocando uma educação
global, respeitando as potencialidades e limitações do grupo.
Desde o início da vida, a criança passa pela fase de vivência corporal. Ela trabalha seu
corpo em busca de respostas. Nesse período, a criança – através dessa movimentação – vai
enriquecendo a experiência subjetiva de seu corpo, ampliando assim as potencialidades
motoras espontâneas e coordenadas.
Considerando a criança como ser integral desse processo, cabe à escola criar o
máximo de situações onde ela interaja de maneira atrativa e prazerosa, com atividades que
favoreçam o seu amadurecimento psicomotor.
Segundo LAPIERRE (1986), a educação psicomotora tem por objetivo não só a
descoberta do seu próprio corpo e capacidade de execução do movimento, mas ainda a
descoberta do outro e do meio ambiente, utilizando melhor suas capacidades psíquicas,
facilitando a aquisição de aprendizagens posteriores.
É através da atividade psicomotora, principalmente nos jogos e atividades lúdicas que
a criança irá explorar o mundo que a cerca, diferenciando aspectos espaciais, reelaborando o
seu espaço psíquico, ligações afetivas e domínio do seu corpo.
Se o professor desenvolve sua prática tendo por referência teórica a idéia de que o
conhecimento é construído pelo aluno em situações de interação, precisará dispor de
estratégias que ajudem a compreender o que cada um já traz consigo, elevando suas
potencialidades.
Daí, também, a importância da escolha das atividades curriculares. Elas devem
contemplar a psicomotricidade a partir de uma relação entre o conhecimento prévio do
professor frente às etapas do desenvolvimento motor infantil.
Piaget trata das fases motoras da criança desde seu nascimento. Um bebê sente o meio
ambiente como fazendo parte dele mesmo. À medida que cresce, com um maior
amadurecimento de seu sistema nervoso, vai ampliando suas experiências e passa, pouco a
pouco, a se diferenciar de seu meio ambiente. Chega, pois, à representação dos elementos do
espaço, descobrindo formas e dimensões e com isto passa a aperfeiçoar e refinar seus
movimentos adquirindo uma maior coordenação dentro de um espaço e tempo determinado.
A psicomotricidade surgiu, enfim, como um meio de combater a inadaptação
psicomotora pois apresenta uma finalidade reorganizadora nos processos de aprendizagem de
gestos motores. É um alicerce sensório-perceptivo-motor indispensável na contribuição do
processo de educação e reeducação psicomotoras, pois atua diretamente na organização das
sensações, das percepções e nas cognições, visando a sua utilização em respostas adaptativas
previamente planificadas e programadas.
Acreditamos que o educador não deve se preocupar só com a aprendizagem específica
de determinada tarefa. Existem dificuldades que resistem a uma pedagogia normal. É por isto
que acreditamos que é melhor “prevenir que remediar”, isto é, ele deve – antes de mais nada –
promover condições para esta aprendizagem se torne satisfatória. O professor deve ser sempre
aberto às indagações e dúvidas, tratar os alunos com respeito e consideração, respeitar o ritmo
de cada um.
Acompanhar a criança num processo psicomotor, possibilita-lhe a uma melhor
estruturação tanto mental quanto corporal. De posse a uma pedagogia que dê lugar a
criatividade, a espontaneidade, conseqüentemente, a criança fortalecerá sua auto-estima,
realizará novas descobertas, construirá relações de confiança consigo mesma e com os outros,
e avançará nos demais aspectos, tanto cognitivos quanto motores.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GADOTTI, Moacir. História das Idéias Pedagógicas. São Paulo: Ática, 2002. 8ª edição.
LA TAILLE, Yves de. Piaget, Vygotsky, Wallon: teorias psicogenéticas em discussão. / Yves
de La Taille, Marta Kohl de Oliveira, Heloysa Dantas. São Paulo: Summus, 1992.
PSICOMOTRICIDADE
Atribui-se à educação psicomotora uma formação de base, indispensável a toda
criança (normal ou com problemas), que responde a uma dupla finalidade: assegurar o
desenvolvimento funcional, tendo em conta as possibilidades da criança, e ajudar sua
afetividade a se expandir e equilibrar-se através do intercâmbio com o ambiente humano.
Seriam tantos os conceitos ligados a esta área do conhecimento quantas são as
correntes teórico-práticas existentes. Tais conceitos, contudo, deixam-se enfeixar pela ênfase
dada ao corpo – lugar do ato voluntário ou, se quisermos, do agir intencional. É possível,
através de uma ação educativa a partir dos movimentos espontâneos da criança e das atitudes
corporais, favorecer o início da formação de sua imagem corporal, o núcleo da personalidade.
Segundo Le Boulch, a educação psicomotora é um meio prático de ajudar a criança a
dispor de uma imagem do "corpo operatório", a partir da qual poderá exercer sua
disponibilidade. Esta conquista passa por vários estágios de equilíbrio, que correspondem aos
estágios da evolução psicomotora.
Segundo Quirós, motricidade é a faculdade de realizar movimentos, e
psicomotricidade , a educação de movimentos ou através de movimentos que procura melhor
utilização das capacidades psíquicas.
Desta forma, podemos definir psicomotricidade como a educação do movimento com
atuação sobre o intelecto*, numa relação entre pensamento e ação, englobando funções
neurofisiológicas e psíquicas.
Como o comportamento físico da criança expressa, uma a uma, sua dificuldades
intelectuais e emocionais, pode-se dizer que a psicomotricidade é a ciência do corpo e da
mente. Ao vermos o corpo em movimento, percebemos a ação dos braços, pernas e músculos
gerada pela ação da mente. É necessário, portanto, educar o movimento pela mente.
A psicomotricidade integra várias técnicas com as quais se pode trabalhar o corpo
(todas as suas partes), relacionando-o com afetividade, o pensamento e o nível de inteligência.
Ela enfoca a unidade da educação dos movimentos, ao mesmo tempo que põe em jogo as
funções intelectuais. As primeiras evidências de um desenvolvimento mental normal são
manifestações puramente motoras.
A psicomotricidade vai permitir que se estabeleça a noção de vazio ou ocupado. São
os gestos do corpo que vão levar o indivíduo à consciência de seus limites e possibilidades. A
coordenação psicomotora é uma qualidade diretamente ligada à expressão do corpo, porque
todo movimento tem uma conotação psicológica de sensações. Nos movimentos, serão
expressos sentimentos de prazer, frustração, desagrado, euforia, como dimensão de um estado
emocional, reconstruindo, assim, uma memória afetiva desde os gestos iniciais da criança.
O PAPEL DO PROFESSOR
Cabe ao professor conhecer as etapas do desenvolvimento psicomotor da criança,
características das faixas etárias, necessidades e interesses, para melhor planejar a ação
docente. Por isso, é de fundamental importância o professor desenvolver atividades sabendo a
que servem, e não aleatoriamente, arrolando-as como necessárias ao domínio do esquema
corporal, como se esta expressão significasse apenas uma coisa.
O desenvolvimento psicomotor tanto de crianças normais quanto de criança portadoras
de distúrbios requer o auxilio constante do professor, através da estimulação em sala de aula e
do encaminhamento, quando se fizer necessário.
O professor pode ajudar e muito, em todos os níveis, na estimulação do
desenvolvimento cognitivo e para o desenvolvimento de aptidões e habilidades, na formação
de atitudes através de uma relação afetiva saudável e estável (que crie uma atmosfera de
segurança e bem-estar para a criança) e, sobretudo, respeitando e aceitando a criança do jeito
que ela é.
A reeducação psicomotora é um processo, uma terapia programada que visa modificar
o comportamento. Parte dessa atuação é privativa do técnico em psicomotricidade. No
entanto, as atitudes do professor têm de estar relacionadas com a orientação especifica do
profissional habilitado. É preciso mais do que vontade e boas intenções: é necessário intervir
de forma adequada, no momento oportuno, com técnicas apropriadas.
Na área da educação, a psicomotricidade abrange um campo preventivo e ideal seria que
todos os professores tivessem conhecimentos básicos do assunto.O educador tem que estar
atento, para detectar quando o aluno têm dificuldade na aprendizagem e se esta disperso para
então estimulá-lo.
O professor antes de alfabetizar terá que mostrar a criança que ele precisa executar
movimentos amplos, transportar objetos, exercitar movimentos de pinça com o polegar e o
indicador. Ela necessita movimentar ao máximo os dedos, as articulações do braço, do pulso e
das mãos, para perceber os tipos de pressão, de resistência, de temperatura e as formas dos
objetos.
A ação educativa da escola consistirá em desenvolver a espontaneidade adaptada ao
ambiente. Para isso é necessário que o professor tenha conhecimento do ritmo de
desenvolvimento da criança e crie as condições para o seu progresso. O que só é possível num
ambiente em que ela pode se beneficiar do contato com outras crianças de mesma idade,
participando de atividades coletivas, alternadas com tarefas mais individuais.
O professor ao transmitir atividades lúdicas as crianças estará propiciando a mesma
que ela crie uma personalidade e a maturação da imagem do corpo. Essas atividades, aliás
adquirem um valor catártico* na medida em que permite à criança a liberação de certas
tensões.
Mediante uma atitude não diretiva, que garanta uma certa liberdade, o educador
permite à criança realizar sua experiência do corpo, indispensável no desenvolvimento das
funções mentais e sociais. Desenvolvendo-se nesse clima, a criança vai adquirindo pouco a
pouco confiança em si mesma e melhor conhecimento de suas possibilidades e limites,
condições necessárias para uma boa relação com o mundo.
Os intercâmbios orais suscitados pela ação representam uma verdadeira linguagem
social, muito importante de ser desenvolvida na fase pré-escolar. Tendo em conta as
condições práticas nas quais trabalha e o conhecimento que tem das crianças, o professor deve
imaginar situações que possibilitem esses intercâmbios orais.
É preciso também que o professor ajude a criança a afirmar sua própria lateralidade,
permitindo-lhe realizar livremente suas experiências motoras. Nas primeiras atividades
gráficas, não exercer nenhuma pressão na criança no sentido de incita-la a usar a mão direita,
a fim de que a coordenação óculo-manual (aspecto particular do ajustamento motor global)
corresponda, verdadeiramente, a uma auto-organização.
Na educação psicomotora o professor deve ter como inicial ensinar a criança a ficar
sentada, adquirir boa postura, ouvir. Só depois de atingir esse objetivo é que ela será capaz de
receber ordens, concentrar-se, usar a memória, executar tarefas do começo ao fim. O
progresso pode ser lento, mas como em todas as outras áreas, o grande e principal objetivo é o
de não deixar lacunas entre as etapas. Uma estimulação mal orientada confunde ainda mais,
daí a importância de o educador conhecer e perceber a graduação necessária das técnicas a
serem utilizadas.
A educação psicomotora na idade escolar deve ser antes de tudo uma experiência ativa
de confrontação com o meio. A ajuda educativa proveniente dos pais e do meio escolar tem a
finalidade não de ensinar a criança comportamentos motores, mas sim de permitir-lhe exercer
sua função de ajustamento, individualmente ou com outras crianças.
Na pré-escola o papel do professor não é alfabetizar, mas estimular funções
psicomotoras necessárias ao aprendizado formal. Através do seu conhecimento e
sensibilidade, ele pode dosar teoria e prática de maneira gradual, combinando os estímulos
adequados para cada tipo de aluno.
ESPAÇO TEMPORAL
Até os dois anos e meio, o espaço da criança é um espaço vivido dentro do qual ela se
ajusta desenvolvendo seus movimentos coordenados em função de um objetivo a ser atingido.
Entre os 3 e os 6 anos, a criança chega à representação dos elementos do espaço, descobrindo
formas e dimensões. No final do período pré-escolar, a evolução da relação corpo-espaço
resulta numa organização egocêntrica do universo. A criança descobriu sua dominância
verbalizou-a e chega assim a um corpo orientado que lhe servirá de padrão para situar os
objetos colocados no espaço circundante. A orientação dos objetos faz-se, então, em função
da posição atual do corpo da criança. Esta estabilização possibilita a interiorização, que é um
trampolim indispensável sem o qual a estruturação do espaço não se pode efetuar-se.
PERCEPÇÃO CORPORAL
Consciência do próprio corpo, de suas partes, com movimentos corporais, das posturas
e das atitudes. Habilidade de evocar e localizar as partes do corpo. Exemplo: localizar o
ombro do coleguinha.
Não é simplesmente uma percepção, uma representação mental do nosso corpo, mas
uma integração de vários gestalts, todos em contínua modificação. Formam o esquema
corporal, além da noção do próprio corpo, a integração das noções de relação com o exterior
em suas duas expressões de espaço e tempo, e a conexão com outras pessoas, através do
contato corporal, da evolução do gesto e da linguagem.
É a comunicação consigo mesmo e com o meio. Uma boa formação corporal
pressupõe boa evolução da motricidade, das percepções espaciais e temporais, bem como da
afetividade.
A construção do esquema corporal (imagem, uso e controle do seu próprio corpo) se
realiza normalmente de uma forma global no transcurso do desenvolvimento da criança,
graças a seus movimentos, deslocamentos, ações, jogos, etc.
EQUILIBRIO
LATERALIDADE
Predominância do uso de todos os órgãos pares. Pode ser direita ou esquerda. Deve ser
observado o pé, a mão e o olho. No primeiro ano de vida não há preferência por nenhum lado.
No segundo ano de vida ela continua usando ambas as mãos, mas gradativamente fixa a
preferência por uma delas. Com dois anos completos quase todas as crianças já definiram sua
lateralidade, mesmo que depois apareçam breves períodos de uso da outra mão. Finalmente,
com seis anos está completa a definição. Também há uma nítida preferência por um dos
olhos, por um dos pés, isto podendo ser no destro uma dominação dos três instintos.
Exercícios de lateralidade
• Com a mão dominante; pedir que a criança pegue um objeto qualquer. Observar a mão que
ela irá usar.
• Com o pé dominante; solicitar que a criança chute uma bola. Observar qual a lateralidade do
pé usado.
• Com o olho dominante; solicitar que a criança espie em um monóculo. Observar o olho
dominante.
• Andar pela sala jogando uma bola ou bexiga, de uma mão para a outra.
• Colocar uma criança no centro. Pedir a outra criança que fique à direita dela; outra atrás;
outra à frente e outra à esquerda. Batendo palmas, as crianças mudam de posição e dizem a
sua nova posição.
RITMO
Diz respeito à movimentação própria de cada um. Ritmo lento, moderado, acelerado,
cadenciado. Noção de duração e sucessão, no diz respeito à percepção dos sons no tempo. A
falta de habilidade rítmica pode causar uma leitura lenta, silabada, com pontuação e entonação
inadequadas.
Na parte gráfica, as dificuldades de ritmo contribuem para que a criança escreva duas
ou mais palavras unidas, adicione letras nas palavras ou omita letras e sílabas.
Exercícios de ritmo
• Os alunos trabalham em dupla e têm à sua disposição um aro para cada um e um quadrado
de linóleo. Uma bola grande, uma bolinha leve e uma bola pesada para dois.
• Posicionar os alunos dentro dos aros colocados no chão a pequena distância. Eles trocam
passes com bolas, de todas as maneiras possíveis, sem deixa-las cair. Se, numa duração
determinada, as bolas tiverem caído apenas 3 vezes, os alunos têm o direito de trabalhar em
distâncias maiores.
• Dois a dois, um ao lado do outro, caminhando ou correndo ao redor da quadra , as crianças
devem passar a bola umas às outras. Efetuar o exercício primeiro em um sentido; a seguir,
inverte-lo. Eles devem encontrar os diferentes modos de arremesso que já foram feitos sem
sair do lugar.
• Jogar a bola com uma das mãos; pegá-la de volta com a outra. Passá-la para a mão de
arremesso e executar um circuito contínuo e regular.
• Passes em toque de vôlei. Os alunos ficam frente a frente e passam a bola um ao outro sem
controle, apenas por toque.
FINA
AGILIDADE
São todas as atividades que exigem movimentos rápidos e precisos.
Exercícios de Agilidade:
• Fazer uma fila, colocar cones enfileirados e pedir que alunos corram em velocidade
esquivando, dos cones.
• Aula de queimada.
• Os alunos com bolas de plástico no meio da quadra, vão arremessar as bolas num aluno que
estará no gol, este deverá livrar-se das bolas que serão arremessadas.
TONICIDADE
DISTÚRBIOS DE APRENDIZAGEM
O processo de aprendizagem pode ser definido de forma sintética como o modo como
os seres adquirem novos conhecimentos, desenvolvem competências e mudam o
comportamento. Contudo, a complexidade desse processo dificilmente pode ser explicada
apenas através de recortes do todo. Por outro lado, qualquer definição está, invariavelmente,
impregnada de pressupostos politico-ideológicos, relacionados com a visão de homem,
sociedade e saber.
Histórico
Antiguidade
Do século XVII até o início do século XX, a doutrina central sobre a aprendizagem era
demonstrar cientificamente que determinados processos universais regiam os princípios da
aprendizagem tentando explicar as causas e formas de seu funcionamento, forçando uma
metodologia que visava enquadrar o comportamento de todos os organismos num sistema
unificado de leis, à exemplo da sistematização efetuada pelos cientistas para a explicação dos
demais fenômenos das ciências naturais.
Muitos acreditavam que a aprendizagem estava intimamente ligada somente ao
condicionamento. Um exemplo de experiência sobre o condicionamento foi realizada pelo
fisiólogo russo, Ivan Pavlov, que condicionou cães para salivarem ao som de campainhas.
A partir de 1930
As definições de aprendizagem
Segundo alguns estudiosos, a aprendizagem é um processo integrado que provoca uma
transformação qualitativa na estrutura mental daquele que aprende. Essa transformação se dá
através da alteração de conduta de um indivíduo, seja por Condicionamento operante,
experiência ou ambos,de uma forma razoavelmente permanente.
O papel da equilibração
Hiperassimilação
Hipoacomodação
Hiperacomodação
Hipoassimilação
Estes conceitos são regidos por mecanismos de memória onde as imagens dos sentidos
são fixadas e relembradas por associação a cada nova experiência. Os efeitos da
aprendizagem são retidos na memória, onde este processo é reversível até um certo tempo,
pois depende do estímulo ou necessidade de fixação, podendo depois ser sucedido por uma
mudança neural duradoura.
As influências e os processos
A motivação
Aprende-se melhor e mais depressa se houver interesse pelo assunto que se está a
estudar. Motivado, um indivíduo possui uma atitude activa e empenhada no processo de
aprendizagem e, por isso, aprende melhor. A relação entre a aprendizagem e a motivação é
dinâmica: é frequente o Homem interessar-se por um assunto, empenhar-se, quando começa a
aprender. A motivação pode ocorrer durante o processo de aprendizagem.
Os conhecimentos anteriores
A planificação e a organização
A cooperação
A forma como cada ser humano encara um problema e a forma como o soluciona é
diferente. Por isso, determinados tipos de problemas são mais bem resolvidos e a
aprendizagem é mais eficaz se existir trabalho de forma cooperativa com os outros. A
aprendizagem cooperativa, ao implicar a intercação e a ajuda mútua, possibilita a resolução
de problemas complexos de forma mais eficaz e elaborada.
Estilos de aprendizagem
Aprendizagem Associativa
Estes objetos de estudo para a aprendizagem podem ser por exemplo uma alavanca
que gera determinado impulso, que ao ser acionada gera o impulso tantas vezes quantas for
acionada. A associação ocorre quando o indivíduo em questão acionar outra alavanca similar
à primeira esperando o mesmo impulso da outra. O que levou ao indivíduo acionar a segunda
alavanca, foi a idéia gerada através da associação entre os objetos (alavancas).
Aprendizagem Condicionada
As lacunas do experimentalismo
FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. 17ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.