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TRABALHO COMPLETO

Tecnologias e Gamificação

POSSIBILIDADES DE USO DAS TDICs NO ENSINO SUPERIOR: docente é só imigrante


digital e estudante é só nativo digital? 1

Liliane Gonçalves Fernandes de Lima


Faculdade de Educação (UFMG)
liliane.g.f@hotmail.com
Shirley Torres de Lima Otoni
Faculdade de Educação (UEMG)
shirley.tlima@yahoo.com.br
Simone Torres de Lima Bernardino
Escola de Belas Artes (UFMG)
sissatorreslima@yahoo.com.br
Maria José Batista Pinto Flores
Faculdade de Educação (UFMG)
mariafloresufmg@gmail.com

Resumo: Incorporar as tecnologias e mídias digitais no meio educacional tem se tornado


um desafio complexo para os profissionais da educação. A problematização que orienta a
produção deste texto parte deste desafio, que se relaciona com a maneira como as
ferramentas digitais são incorporadas no espaço acadêmico. Este tipo de discussão se
atrela a questão de que os jovens estudantes, principalmente, os "nativos digitais",
apresentam uma concepção e uma relação muito diferente sobre o uso das mídias digitais
em relação aos professores e o ambiente acadêmico. Este trabalho tem como objetivo
discorrer sobre as tecnologias digitais de informação e comunicação e o seu uso como
possibilidade de construção de conhecimento por meio da prática docente. Autores como
Kenski, Lévy, Pretto, Araújo e Pillotto e Barriga foram utilizados para a produção deste
ensaio.
Palavras-chave: TDICs. Educação. Aprendizagem.

1 INTRODUÇÃO

Em uma sociedade em que as mídias digitais vêm acarretando em novas formas de


comunicação e influências sobre esta, novas configurações de relações sociais e novos
aspectos de individualidades surgem. A diversidade de ferramentas, mídias e redes sociais
digitais produzem uma diversidade de informações e conhecimentos, trazendo como um dos
principais aspectos as interações que difundem estes produtos. Neste sentido, trazer este
plano das tecnologias e mídias digitais no meio educacional tem se tornado um desafio
complexo para os profissionais da educação. Pesquisas recentes trazem questões sobre a
ação do professor mediante o uso destas ferramentas no âmbito educacional, onde se
busca a vinculação de alguma mídia ou rede social com a sala de aula.

Contudo, a problematização que orienta a produção deste texto parte do desafio que aqui se
relaciona com a maneira como as ferramentas digitais são incorporadas no espaço
acadêmico, as quais, muitas vezes, são consideradas como apoio para um trabalho que
ainda preserva modelos tradicionais de ensino e, em consequência, perde-se aspectos
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didáticos proporcionados por estas, como a produção de conhecimento colaborativo e
coletivo. Para isto, é preciso entender o conceito de mudança atrelada ao ambiente
educacional para que não ocorra generalizações, no sentido de que novas concepções
nesse contexto estejam vinculadas somente à questão da tecnologia.

A inovação educacional vem sendo discutida há muito tempo e, muitas vezes, relaciona-se o
seu conceito à mudanças que ocorrem naturalmente na forma de organização e práticas de
ensino. No entanto, o seu conceito efetivo está muito mais atrelado com a ideia de
mudanças intencionais e planejadas que visam aperfeiçoamentos no processo de ensino.
Assim, este trabalho tem como objetivo discorrer sobre as tecnologias digitais de informação
e comunicação (TDICs) e o seu uso como possibilidade de construção de conhecimento por
meio da prática docente.

A importância de trazer este tipo de discussão se atrela a questão de que os jovens


estudantes, principalmente, os "nativos digitais", apresentam uma concepção e uma relação
muito diferente sobre o uso das mídias digitais em relação aos professores e o ambiente
acadêmico. Apesar da dificuldade em estabelecer um uso crítico e reflexivo das tecnologias
digitais de informação e comunicação, estes jovens percebem tais recursos como novas
possibilidades de enxergar o mundo e aprender. Para os professores, que não estão
habituados com estas ferramentas, há uma constante luta para ensiná-los em uma
linguagem diferente da sua.

O universo acadêmico ainda mantém suas características tradicionais sobre o processo de


ensino-aprendizagem, negligenciando as transformações na sociedade e sua
contemporaneidade, ocasionado em uma dificuldade docente em alinhar sua didática e
metodologia aos recursos atuais que podem compor o processo de ensino-aprendizagem.
Ao serem abordadas de maneira adequada, como recurso didático e pedagógico, estas
ferramentas podem proporcionar um rico processo de ensino-aprendizagem, que contemple
situações diversificadas e complexas, permitindo, ao mesmo tempo, uma formação crítica e
autônoma sobre o uso destas ferramentas.
2 FERRAMENTAS E MÍDIAS DIGITAIS NA EDUCAÇÃO

Na sociedade atual, as crianças têm acesso às mídias muito antes da entrada formal na
escola, constituindo uma geração socializada com aspectos oriundos do mundo midiático.
Araújo e Pillotto (2013) colocam que antes de aprender a ler e escrever as crianças já têm
capacidade de reconhecer ícones de consumo em massa, o que se relaciona com a
formação identitária destas com o mundo. Da mesma maneira, os jovens se relacionam com
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os meios de comunicação e as mídias em geral de uma forma que possibilita o
desenvolvimento de características dinâmicas e interativas. Questão que também é
colocada por Kenski (2003), a qual afirma que “as tecnologias existentes em cada época,
disponíveis para utilização por determinado grupo social, transformaram radicalmente as
suas formas de organização social, a comunicação, a cultura e a própria aprendizagem”
(KENSKI, 2003, p. 2). Para Kenski (2003), as tecnologias existentes em cada época são
mediadoras da aprendizagem e encaminham os indivíduos à novas aprendizagens pelo fato
de estas estarem atreladas à superação de obstáculos e à sobrevivência com uma
qualidade de vida.

Com o advento da internet, as informações são veiculadas mais rapidamente e as pessoas


passaram a ter um acesso de possibilidades infinitas aos meios de comunicação e
informação em termos globais. Entretanto, muitos autores afirmam que foi através da Web
2.0 que a troca de informações e a colaboração se reforçam. Com a Web 2.0 surge uma
facilidade de publicação online e de interação, neste sentido, os usuários da internet deixam
de ser consumidores de informações e tomam um papel mais ativo, passando a produzir e
compartilhar informação e conhecimento. Araújo e Pillotto (2013) citam Dias e Leite (2010)
ao destacarem que “assim como a energia elétrica reconfigurou a vida das cidades a ponto
de pensarmos ser inconcebível viver sem ela, o computador e a internet reconfiguram hoje,
a sociedade como um todo”. (ARAÚJO e PILLOTTO, 2013, apud DIAS e LEITE, 2010, p.
32).

Neste contexto, o uso da internet e das ferramentas disponíveis através da Web 2.0 trazem
para o campo educacional perspectivas de um ensino e aprendizagem a partir do caráter
colaborativo e coletivo na produção do conhecimento, onde “novos elementos são lançados
e socializados, dando lugar para a interatividade e aprendizagem colaborativa, diminuindo a
„distância‟ entre os participantes” (ARAÚJO e PILLOTTO, 2013, p. 26). Dentro desta
concepção, as ferramentas e mídias digitais representam grandes possibilidades de
mediação pedagógica, Araújo e Pillotto (2013) citam Ribeiro e Schons (2008) e Alexander
(2006) ao enfatizarem que estas ferramentas permitem uma liberdade do uso e reedição dos
conteúdos, descentraliza a relação de autoridade no espaço escolar, favorecendo a escrita e
dinamização da comunicação.

No entanto, ao apenas considerarmos os jovens da sociedade contemporânea como


“nativos digitais” e os professores como “imigrantes digitais” e, por conseguinte, os primeiros
como usuários que dominam estas tecnologias de comunicação e interação e os outros
como aqueles com dificuldades de se adequarem a esta realidade e estarem ultrapassados,
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cria-se uma disposição dicotômica entre estes atores, que distancia as possibilidades para a
construção de uma relação efetiva entre escola e tecnologias e mídias digitais. Alves (2014)
cita Laje e Dias (2011) e Demo (2011) ao colocar que apesar do manuseio e familiaridade
desta nova geração com as TDICs, o uso de modo crítico das informações disponibilizadas
na rede se demonstra ainda frágil, “as pessoas passaram utilizar a Web de forma natural,
pois foram alfabetizadas digitalmente, mas não sabem organizar as pesquisas e utilizar as
informações obtidas” (ALVES, 2014, apud LAJE e DIAS, 2011, p. 6). Questão também
enfatizada por Barriga (2008) ao afirmar que o problema não está no processo de encontrar
informações, mas em como selecionar informações pertinentes ao conhecimento e que
respondam uma problemática específica em um mundo amplo de dados e publicações.
Neste sentido, os professores possuem um importante papel para que tais ferramentas
sejam incorporadas como meios de construção de conhecimento, assim, Araújo e Pillotto
(2013) utilizam da perspectiva de Demo (2009) ao trazer a questão da ação do professor
neste contexto que é “trazer para o estudante o que há de melhor no mundo do
conhecimento e da tecnologia”. A partir desta concepção é possível que o professor tome
posição ao lado do aluno para construírem um compartilhamento de aprendizagens, Demo
(2009) coloca o professor como

O profissional comprometido com o seu contínuo aprendizado e com o


aprendizado do outro, preocupado em fazer com que os outros aprendam
também. Neste processo educativo, professores e crianças são cúmplices
na socialização de conhecimentos e construções identitárias na busca pelo
aprendizado. (ARAÚJO e PILLOTTO, 2014, p. 30, apud DEMO, 2009)
Kenski (2008) coloca o papel destes novos professores voltado para uma ação mediadora,
que tem a capacidade de orientar o grupo para o foco, mas sem dirigir o processo, dando
espaço para o diálogo, interpretação e comunicação entre todos os participantes do
processo de ensino-aprendizagem. A autora ainda destaca habilidades que devem ser
desenvolvidas pelo professor: mediador, que cria estímulo e cria possibilidades para que
todos sejam participantes; educador, que fornece o caminho mais confiável, que estimula a
reflexão crítica e criação. e conciliador, que trabalha a questão dos conflitos gerados. Kenski
(2008) ainda afirma
As convergências comunicativas on-line vão além, portanto, das
possibilidades das mídias e dos conteúdos dispersos na web. São
convergências e interconexões entre pessoas que buscam utilizar essas
funcionalidades em proveito pessoal e grupal para aprender. Diante da
impossibilidade de lidar isoladamente com o excesso de informações
disponíveis e mutantes, a integração com outras pessoas com a mesma
finalidade garantem o sucesso do empreendimento e os resultados
favoráveis da ação. (KENSKI, 2008, p. 654)
As ferramentas e mídias digitais possuem funcionalidades que permitem que este professor
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mediador promova este trabalho de interação e, ao mesmo tempo, a construção de uma
formação crítica e reflexiva. Pretto (2010) ressalta que as possibilidades em relação à estas
ferramentas muitas vezes são ignoradas e o seu uso se restringe como instrumento de
auxílio no processo educacional, não possibilitando “o caminhar mais solto e mais amplo,
característico da hipertextualidade e da cibercultura” (PRETTO, 2010, p. 307). Kenski (2003)
afirma que há especificidades dos diferenciados usos das tecnologias e os múltiplos
produtos gerados a partir destas, a facilidade de aprendizagem nem sempre ocorre devido a
diferença no uso e na forma como ocorre a apropriação pedagógica das ferramentas, para a
autora “muitas vezes o mau uso dos suportes tecnológicos pelo professor põe a perder todo
o trabalho pedagógico e a própria credibilidade do uso das tecnologias em atividades
educacionais” (KENSKI, 2003, p. 4). Com as suas especificidades, as tecnologias digitais de
informação e comunicação precisam ser aliadas aos objetivos educacionais e os
professores necessitam conhecer estas especificidades, conforme coloca Kenski (2003),
não basta pensar que conhecendo o suporte que a aplicação deste terá eficiência
pedagógica.

3 QUE FERRAMENTAS UTILIZAR?

Com o crescente desenvolvimento e aprimoramento das tecnologias, faz-se necessário


desenvolver meios de aprendizagem que criem novas possibilidades e formas de se fazer e
pensar a prática docente, através da comunicação, produção e troca de informações. Assim,
conforme coloca Schweder e Moraes (2013), no processo de ensino-aprendizagem que
vivenciamos hoje, são utilizados diferentes ambientes para a construção do conhecimento.

Os conteúdos trabalhados e propostos pelo professor podem ser abordados por meio de
recursos de multimídias, como o hipertexto, fotografia, blog, podcast, sites, Facebook,
Instagram, entre outros. Nas palavras de Gadotti citado por Alves (2015, p. 6), o professor
“deixará de ser um lecionador, para ser um organizador do conhecimento e da
aprendizagem (...)”. A partir deste pensamento, é importante apresentar as diferentes
ferramentas digitais e midiáticas disponíveis, que podem contribuir para construção de
habilidades e competências importantes no contexto de uma sociedade marcada pelo
acesso à informação e construção do conhecimento em ambientes interativos e
colaborativos.

Um dos instrumentos transformadores da relação com leitura e escrita na era digital é


hipertexto. Lévy citado por Soares (2002) define hipertexto como “um texto móvel,
caleidoscópico, que apresenta suas facetas, gira, dobra-se e desdobra-se à vontade frente
ao leitor”. Neste sentido, o hipertexto proporciona uma leitura e escrita multilinear e não
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segue uma única sequência, justamente, por possibilitar o acesso à links ou nós que não
seguem uma ordem predefinida. O hipertexto pode ser introduzido ao meio educacional por
meio de estratégias desenvolvidas pelo docente para produção do conhecimento,
possibilitando construir aprendizados de forma não linear e por múltiplos caminhos. O uso
do hipertexto como recurso para a prática docente possibilita organizar diferentes materiais
de diferentes disciplinas ou mesmo reconstruir colaborações entre diferentes turmas e
alunos, coloca Carvalho e Villela (2009). Para as autoras, o hipertexto trouxe ao leitor
características advindas do escritor, uma vez que ele passa a escolher seus trajetos de
leitura e estabelecer links, ou interconexões, entre as diferentes leituras.

O blog é um diário Web, pessoal ou coletivo, que integra outros sites e proporciona
publicações conteúdos de diversas naturezas e interesses, além de permitir comentários
dos leitores. A utilização desta ferramenta tem como uma de suas vantagens, além de se
atrelar à aplicação do hipertexto, a sua própria facilidade de criação, uso e organização de
conteúdo, que permitem um grande acesso à trocas de experiências e informações. Cruz
(2008) cita Carvalho et al. (2006: 637) ao afirmar que o blog pode “funcionar como caderno,
portfólio, fórum, apoio à disciplina, também pode ser usado para disponibilizar pequenos
sites como WebQuest e Caça ao Tesouro, que são atividades orientadas para a pesquisa na
Web”. A utilização de sites também proporciona ações com estas práticas e finalidades. Em
conjunto com o site e o blog, a fotografia permite uma produção a partir da subjetividade e
que, ao mesmo tempo, pode contemplar conteúdos, por ser um meio de expressão e de
reflexão muito presente no cotidiano dos indivíduos da contemporaneidade. Souza e Silva
(2014) enfatizam

[...]que a fotografia seja encarada não só como um importante instrumento


filosófico capaz de mediar as possíveis relações, contraposições e
complementações presentes nas relações entre os afetos e a construção do
conhecimento mas também como um expressivo meio de comunica-ção
que se reforça a partir de sua inserção nas dinâmicas de trocas simbólicas
da cultura digital. (SOUZA e SILVA, 2014, p. 75)

Souza e Silva (2014) apontam que as redes sociais, principalmente aquelas voltadas para a
produção e compartilhamento de imagens, como o Instagram e Facebook, trazem uma
estrutura para que se crie narrativas cada vez mais íntimas. Braga (2014) também coloca
sobre o lugar importante que a fotografia se colocou com o advento dos dispositivos móveis
de comunicação. Para o autor, a fotografia passou a ser um mecanismo que evidencia as
práticas sociais importantes para uma cultura visual. O autor traz, ainda, reflexões para se
compreender como as imagens compartilhadas nas redes sociais assumem uma função de
registrar o presente, que é cada vez mais rápido.
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O podcast é um recurso que permite a criação e publicação on line de material em áudio e
seu caráter atrativo e de colocar o discente como produtor de material, pode ser utilizado
como forma de “transpor para discurso verbal determinadas situações próprias da
linguagem visual” (Souza e Bessa, 2008). O professor pode atribuir ao podcast uma
dimensão motivadora para a abordagem de conteúdos, para a leitura de material ou até
mesmo como instrumento constituinte de um processo avaliativo.

Diante da diversidade de ferramentas digitais e midiáticas, nota-se a importância de o


docente analisar quais são suas possíveis contribuições para o âmbito educacional e de que
forma estas podem contribuir para que ocorra diálogo no processo de ensino-aprendizagem.
As metodologias no ensino superior podem ser alicerçadas por ferramentas que contribuam
com o processo de criatividade e de interação entre os alunos, professores, comunidade
acadêmica e sociedade. Todos esses meios digitais proporcionam uma comunicação mais
rápida e efetiva entre alunos e professores e contribuem, cada um à sua maneira, para criar
relações significativas, buscando a integração do conhecimento num todo. Assim, a
tecnologia e seu uso em sala de aula deve ser visto sob todos os ângulos e acompanhar o
processo “evolutivo” dos alunos.

4 CONCLUSÃO

Entende-se, a partir do presente texto, que as tecnologias digitais de informação e


comunicação podem ser incorporadas no espaço acadêmico não apenas como ferramentas
de apoio para realização do trabalho docente, mas sim como possibilidade de construção do
conhecimento individual e coletivo, uma vez que diversos tipos de mídias podem contribuir
cada uma com suas especificidades, para que o aluno experiencie assuntos e situações
dentro de sala de aula, que realmente lhe interessam e desenvolva múltiplas experiências
de aprendizados.

O desafio dos professores é levar os alunos a reconhecerem o seu lugar e, se possível,


despertar neles o desejo de fruição e expressão através do uso das tecnologias digitais,
criando sentido para a aprendizagem. A construção colaborativa do conhecimento é o
caminho inicial para se trabalhar com hipertexto, mídias e ferramentas digitais no contexto
educacional. Este trabalho depende do objetivo e dos aspectos relacionados ao perfil dos
indivíduos envolvidos no processo de ensino e aprendizagem, e como as ferramentas
podem ser utilizadas como uma metodologia ou englobadas como elemento constituinte
desse processo.

O uso das tecnologias digitais de informação e comunicação na educação permitem que o


aluno construa reflexões críticas a partir daquilo que é compartilhado e seu conhecimento
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não se restringe a aprendizagem de conteúdo e conceitual, dimensões atitudinais e sociais
são também incorporadas neste processo. Contudo, o papel do professor como mediador é
essencial para que se desenvolva condições para que cada integrante ofereça e receba
contribuições em sua formação, gerando novas aprendizagens. Contudo, a abordagem
destas ferramentas de maneira desconexa com os objetivos de aprendizagem não
estabelece resultados que contribuem para a construção do conhecimento e podem assumir
um caráter negativo quanto ao seu uso no espaço escolar. Autores como Pretto (2010)
defendem que as tecnologias digitais introduzidas no espaço escolar promovem a interação
com os sujeitos e permite vivenciar múltiplos contextos e subjetividades, para tanto, a escola
necessita se mobilizar e se distanciar dos modelos padronizados.

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