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Tecnologias e Gamificação
1 INTRODUÇÃO
Contudo, a problematização que orienta a produção deste texto parte do desafio que aqui se
relaciona com a maneira como as ferramentas digitais são incorporadas no espaço
acadêmico, as quais, muitas vezes, são consideradas como apoio para um trabalho que
ainda preserva modelos tradicionais de ensino e, em consequência, perde-se aspectos
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didáticos proporcionados por estas, como a produção de conhecimento colaborativo e
coletivo. Para isto, é preciso entender o conceito de mudança atrelada ao ambiente
educacional para que não ocorra generalizações, no sentido de que novas concepções
nesse contexto estejam vinculadas somente à questão da tecnologia.
A inovação educacional vem sendo discutida há muito tempo e, muitas vezes, relaciona-se o
seu conceito à mudanças que ocorrem naturalmente na forma de organização e práticas de
ensino. No entanto, o seu conceito efetivo está muito mais atrelado com a ideia de
mudanças intencionais e planejadas que visam aperfeiçoamentos no processo de ensino.
Assim, este trabalho tem como objetivo discorrer sobre as tecnologias digitais de informação
e comunicação (TDICs) e o seu uso como possibilidade de construção de conhecimento por
meio da prática docente.
Na sociedade atual, as crianças têm acesso às mídias muito antes da entrada formal na
escola, constituindo uma geração socializada com aspectos oriundos do mundo midiático.
Araújo e Pillotto (2013) colocam que antes de aprender a ler e escrever as crianças já têm
capacidade de reconhecer ícones de consumo em massa, o que se relaciona com a
formação identitária destas com o mundo. Da mesma maneira, os jovens se relacionam com
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os meios de comunicação e as mídias em geral de uma forma que possibilita o
desenvolvimento de características dinâmicas e interativas. Questão que também é
colocada por Kenski (2003), a qual afirma que “as tecnologias existentes em cada época,
disponíveis para utilização por determinado grupo social, transformaram radicalmente as
suas formas de organização social, a comunicação, a cultura e a própria aprendizagem”
(KENSKI, 2003, p. 2). Para Kenski (2003), as tecnologias existentes em cada época são
mediadoras da aprendizagem e encaminham os indivíduos à novas aprendizagens pelo fato
de estas estarem atreladas à superação de obstáculos e à sobrevivência com uma
qualidade de vida.
Neste contexto, o uso da internet e das ferramentas disponíveis através da Web 2.0 trazem
para o campo educacional perspectivas de um ensino e aprendizagem a partir do caráter
colaborativo e coletivo na produção do conhecimento, onde “novos elementos são lançados
e socializados, dando lugar para a interatividade e aprendizagem colaborativa, diminuindo a
„distância‟ entre os participantes” (ARAÚJO e PILLOTTO, 2013, p. 26). Dentro desta
concepção, as ferramentas e mídias digitais representam grandes possibilidades de
mediação pedagógica, Araújo e Pillotto (2013) citam Ribeiro e Schons (2008) e Alexander
(2006) ao enfatizarem que estas ferramentas permitem uma liberdade do uso e reedição dos
conteúdos, descentraliza a relação de autoridade no espaço escolar, favorecendo a escrita e
dinamização da comunicação.
Os conteúdos trabalhados e propostos pelo professor podem ser abordados por meio de
recursos de multimídias, como o hipertexto, fotografia, blog, podcast, sites, Facebook,
Instagram, entre outros. Nas palavras de Gadotti citado por Alves (2015, p. 6), o professor
“deixará de ser um lecionador, para ser um organizador do conhecimento e da
aprendizagem (...)”. A partir deste pensamento, é importante apresentar as diferentes
ferramentas digitais e midiáticas disponíveis, que podem contribuir para construção de
habilidades e competências importantes no contexto de uma sociedade marcada pelo
acesso à informação e construção do conhecimento em ambientes interativos e
colaborativos.
O blog é um diário Web, pessoal ou coletivo, que integra outros sites e proporciona
publicações conteúdos de diversas naturezas e interesses, além de permitir comentários
dos leitores. A utilização desta ferramenta tem como uma de suas vantagens, além de se
atrelar à aplicação do hipertexto, a sua própria facilidade de criação, uso e organização de
conteúdo, que permitem um grande acesso à trocas de experiências e informações. Cruz
(2008) cita Carvalho et al. (2006: 637) ao afirmar que o blog pode “funcionar como caderno,
portfólio, fórum, apoio à disciplina, também pode ser usado para disponibilizar pequenos
sites como WebQuest e Caça ao Tesouro, que são atividades orientadas para a pesquisa na
Web”. A utilização de sites também proporciona ações com estas práticas e finalidades. Em
conjunto com o site e o blog, a fotografia permite uma produção a partir da subjetividade e
que, ao mesmo tempo, pode contemplar conteúdos, por ser um meio de expressão e de
reflexão muito presente no cotidiano dos indivíduos da contemporaneidade. Souza e Silva
(2014) enfatizam
Souza e Silva (2014) apontam que as redes sociais, principalmente aquelas voltadas para a
produção e compartilhamento de imagens, como o Instagram e Facebook, trazem uma
estrutura para que se crie narrativas cada vez mais íntimas. Braga (2014) também coloca
sobre o lugar importante que a fotografia se colocou com o advento dos dispositivos móveis
de comunicação. Para o autor, a fotografia passou a ser um mecanismo que evidencia as
práticas sociais importantes para uma cultura visual. O autor traz, ainda, reflexões para se
compreender como as imagens compartilhadas nas redes sociais assumem uma função de
registrar o presente, que é cada vez mais rápido.
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O podcast é um recurso que permite a criação e publicação on line de material em áudio e
seu caráter atrativo e de colocar o discente como produtor de material, pode ser utilizado
como forma de “transpor para discurso verbal determinadas situações próprias da
linguagem visual” (Souza e Bessa, 2008). O professor pode atribuir ao podcast uma
dimensão motivadora para a abordagem de conteúdos, para a leitura de material ou até
mesmo como instrumento constituinte de um processo avaliativo.
4 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS