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R
Lignina em Espumas Fenólicas.
T
I Gil de Carvalho e Elisabete Frollini
G
O Resumo:: A lignina extraída do bagaço de cana de açúcar pode substituir parcialmente o fenol na prepa-
ração de resinas fenólicas. Este trabalho aborda a aplicação de pré-polímero resólico, sendo que o
fenol foi parcialmente substituído por lignina (25%, massa lignina/massa fenol ), visando a obtenção
T de material com características de plástico celular. No presente trabalho descreve-se a caracterização
das espumas obtidas por microscopia eletrônica de varredura, conteúdo de células fechadas, densidade
É aparente, resistência à compressão e dureza. A espuma lignina-fenol-formaldeído apresentou proprie-
dades mecânicas consideravelmente superiores àquelas da espuma fenólica convencional, caracteri-
C zando-se como uma espuma estrutural, com características de isolante térmico.
N Palavras-chave:: Lignina, espuma isolante térmica, espuma fenólica, espuma estrutural, resinas lignina-
fenol-formaldeído.
I
C
O Introdução com a possibilidade de se obter diferentes densidades
aparentes[2], ou como termorrígidas, nas quais as
macromoléculas são reticuladas durante o processo
Plásticos Celulares
C Pode-se definir espuma como um plástico cuja
de expansão. Neste aspecto reside uma das maiores
dificuldades da produção da espuma: o sincronismo
I densidade aparente sofreu uma redução significativa do processo químico da reticulação com a expansão[3].
pela presença de numerosas células, distribuídas ao A espumação ocorre pela volatilização do
E longo de sua massa[1]. As espumas são constituídas agente de expansão, como por exemplo, um lí-
por um sistema de duas fases, uma sólida e uma ga- quido de baixo ponto de ebulição, que acontece
N sosa, em que a fase sólida contínua é um plástico e a em função do calor produzido pela reação de
fase gasosa está distribuída em vazios, que são as reticulação do pré-polímero. Nesse caso tem-se um
T células. Essas células podem estar interconectadas processo físico de expansão e volatilização do lí-
(células abertas) ou distribuídas de forma discreta, quido de baixo ponto de ebulição. A expansão tam-
Í sendo a fase gasosa de cada célula totalmente inde- bém pode ser provocada por agentes químicos, os
pendente da outra (células fechadas). quais são sólidos que se decompõem a uma tem-
F Quanto ao tipo de polímero utilizado, as espumas peratura elevada formando um gás[4]. Ainda, os
podem ser classificadas como termoplásticas, nas quais agentes de expansão podem ser formados como
I utiliza-se um polímero termoplástico, extrudado jun- subproduto da reação, como ocorre com certas es-
C tamente com um gás, obtendo-se placas ou filmes, pumas de poliuretano e de PVC, onde o dióxido
O Gil de Carvalho e Elisabete Frollini, Instituto de Química de São Carlos, Universidade de São Paulo, C. P. 780, São Carlos, CEP:13560-970 , SP. E-mail:
elisabete@iqsc.sc.usp.br
Caracterização da Espuma
Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV)
O objetivo inicial de se utilizar a MEV foi o de
e portanto é importante se conhecer também sua molde (previamente resfriado), pois caso contrário a
densidade aparente, uma vez que essas duas pro- espumação ocorre de forma descontrolada, antes da
priedades estão correlacionadas. mistura ser vertida no molde.
A obtenção de espuma lignina-fenol-formaldeído
só foi possível com o pré-polímero obtido a partir da Resistência à Compressão
substituição do fenol por 25% de lignina (massa
Os resultados das medidas de resistência à com-
lignina/massa fenol). Com quantidades de lignina
pressão estão descritos na Tabela 4. A espuma
superiores a 25%, como utilizado na produção de
termorrígidos[18, 19], problemas ocorrereram já na etapa Tabela 4. Resistência à compressão das espumas, onde Χ é o valor
médio em kPa e s o desvio padrão.
de eliminação de água, após a preparação de pré-
polímeros. Parte da lignina pode ter permanecido na Espumas X s
forma de um sólido disperso no meio, modificando Poliuretano* 120 5%
a tensão superficial, dificultando a evaporação de Fenol-Formaldeído 800 5%
água sob pressão reduzida. A presença de água é Lignina-Fenol-Formaldeído 10.000 5%
incompatível com o objetivo de preparar uma espu- * A espuma de poliuretano foi utilizada para ajuste das condições de
ma com alto conteúdo de células fechadas. Por ou- ensaio