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HÍDRICOS DA UNIDADE DE
PLANEJAMENTO E GESTÃO DO6
PARH MANHUAÇU
JUNHO/2010
CONSÓRCIO ECOPLAN-LUME
-- Contrato Nº 043/2008 - IGAM--
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio Doce e Planos de Ações para as Unidades de Planejamento e
Gestão de Recursos Hídricos no Âmbito da Bacia do Rio Doce
JUNHO 2010
ÍNDICE
LISTA DE QUADROS............................................................................................................. 2
LISTA DE FIGURAS............................................................................................................... 3
LISTA DE SIGLAS .................................................................................................................. 4
1. APRESENTAÇÃO ............................................................................................................... 5
2. DIAGNÓSTICO SUMÁRIO DA UPGRH DO6 ................................................................ 8
2.1. Caracterização Geral da UPGRH DO6 ...................................................................... 8
2.2. Caracterização Físico-Biótica da UPGRH DO6....................................................... 10
2.2.1. Situação e Acesso ............................................................................................. 10
2.2.2. Rede Hidrográfica ............................................................................................ 10
2.2.3. Solos ................................................................................................................. 12
2.2.4. Geologia e Recursos Minerais .......................................................................... 14
2.2.5. Hidrogeologia ................................................................................................... 17
2.2.6. Uso e Ocupação dos Solos ............................................................................... 19
2.2.7. Adequação do Uso do Solo .............................................................................. 20
2.2.8. Produção de Sedimentos e Contaminantes ....................................................... 23
2.2.9. Unidades de Conservação e Áreas Legalmente Protegidas .............................. 25
2.3. Caracterização Sócio-Econômica e Cultural da UPGRH DO6 ................................ 30
2.4. 2.4. Saneamento e Saúde Pública da UPGRH DO6 ................................................. 34
2.5. Situação Atual dos Recursos Hídricos na UPGRH DO6 ......................................... 39
2.5.1. Disponibilidade Hídrica.................................................................................... 39
2.5.2. Usos das Águas................................................................................................. 42
2.5.3. Quantidade de Água - Balanços Hídricos......................................................... 50
2.5.4. Qualidade de Água ........................................................................................... 52
2.5.5. Suscetibilidade a Enchentes.............................................................................. 55
2.6. Prognóstico ............................................................................................................... 55
3. O COMITÊ DE BACIA HIDROGRÁFICA ÁGUAS DO RIO MANHUAÇU ............ 58
3.1. O CBH e Disposições Legais ........................................................................................ 58
3.2. Composição e Estrutura do CBH Manhuaçu ................................................................. 58
3.3. Situação de Funcionamento do CBH Manhuaçu (infraestrutura) ................................. 60
4. OBJETIVOS E METAS .................................................................................................... 61
4.1. Metas para a Bacia do rio Doce ..................................................................................... 61
4.2. Metas Específicas para a UPGRH DO6 ................................................................... 67
5. INTERVENÇÕES RECOMENDADAS E INVESTIMENTOS PREVISTOS ............ 77
6. CONCLUSÕES E DIRETRIZES GERAIS PARA A IMPLEMENTAÇÃO DO PARH
.......................................................................................................................................... 88
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................. 91
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 – Detalhamento das áreas dos componentes da UPGRH DO6 ................................ 10
Quadro 2 – Suscetibilidade erosiva e produção de sedimentos ................................................ 13
Quadro 3 – UPGRH DO6: classes de uso e cobertura do solo ................................................. 20
Quadro 4 – Percentagem do uso do solo nas classes de suscetibilidade à erosão .................... 23
Quadro 5 – Uso de agrotóxicos por estabelecimentos na UPGRH DO6 ................................. 24
Quadro 6 – Relação de Unidades de Conservação da UPGRH DO6 ....................................... 25
Quadro 7 – Porcentagem de estabelecimentos com fontes de água e conservação da área de
preservação permanente correspondente .................................................................................. 27
Quadro 8 – Preservação das encostas na UPGRH Manhuaçu .................................................. 28
Quadro 9 – Dados de população da UPGRH DO6................................................................... 30
Quadro 10 – Distribuição da população na UPGRH DO6 ....................................................... 31
Quadro 11 – Análise comparativa entre os indicadores de crescimento dos municípios ......... 33
Quadro 12 – Perdas de água nos sistemas de abastecimento público ..................................... 35
Quadro 13 – Indicadores de vida e doenças nos municípios da UPGRH DO6 ........................ 36
Quadro 14 – Situação do saneamento na UPGRH DO6 .......................................................... 38
Quadro 15 – Estação fluviométrica de referência usada para estimativa de disponibilidade
hídrica superficial – UPGRH DO6 ........................................................................................... 39
Quadro 16 – Disponibilidade hídrica superficial...................................................................... 39
Quadro 17 – Reservas explotáveis na UPGRH DO6 ............................................................... 42
Quadro 18 – Participação da irrigação (estabelecimentos e de área) ....................................... 47
Quadro 19 – Usinas Hidrelétricas e PCH'S na UPGRH DO6 .................................................. 49
Quadro 20 – Uso de água subterrânea na UPGRH DO6 .......................................................... 49
Quadro 21 – Estimativas de demanda de uso da água na UPGRH DO6 (m³/s) ....................... 51
Quadro 22 – Balanço hídrico na UPGRH DO6........................................................................ 51
Quadro 23 – Projeções de demandas (total) para a UPGRH DO6 – cenário tendencial (m3/s)
.................................................................................................................................................. 56
Quadro 24 – Saldos hídricos para a bacia do rio Manhuaçu, considerando cenário atual e
tendencial (m³/s) ....................................................................................................................... 57
Quadro 25 – Referencial dos desejos manifestos da bacia ....................................................... 61
Quadro 26 – Questões referenciais da bacia hidrográfica do rio Doce .................................... 64
Quadro 27 – Classificação das metas quanto a sua relevância e urgência ............................... 66
Quadro 28 – Índice de cobertura dos serviços de abastecimento urbano de água e esgoto ..... 74
Quadro 29 – Classificação dos programas, sub-programas e projetos quanto a sua hierarquia,
com base na relevância e urgência das metas relacionadas ...................................................... 77
Quadro 30 – Espacialização territorial das ações ..................................................................... 80
Quadro 31 – Investimentos em rede de esgotamento sanitário e implantação de estações de
tratamento de esgotos na UPGRH DO6 ................................................................................... 82
Quadro 32 – Investimentos na elaboração dos Planos Municipais de Saneamento na UPGRH
DO6 .......................................................................................................................................... 83
Quadro 33 – Investimentos na implantação de aterros sanitários e unidades de triagem e
compostagem na UPGRH DO6 ................................................................................................ 83
Quadro 34 – Índice de perdas e investimentos na redução de perdas de abastecimento público
na UPGRH DO6 ....................................................................................................................... 84
Quadro 35 - Intervenções previstas para a UPGRH DO6 e bacia do rio Doce ........................ 86
Quadro 36 – Cronograma de execução dos programas ............................................................ 87
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE SIGLAS
1. APRESENTAÇÃO
A etapa mais robusta de elaboração do PIRH Doce, no que diz respeito ao volume de
informação processado, corresponde ao diagnóstico da bacia, finalizado e entregue aos órgãos
gestores no final de 2008. As informações aqui contidas refletem, portanto, a realidade da
época, tendo sido utilizadas, predominantemente, informações secundárias plenamente
consolidadas constantes de fontes oficiais. Algumas complementações foram realizadas entre
a entrega do diagnóstico e a montagem do PIRH e dos PARHs, como, por exemplo, as
relacionadas com o setor primário a partir da publicação do Censo Agropecuário ano base
2006.
O uso de informações secundárias consolidadas permite identificar precisamente
fontes e resultados, conferindo maior solidez ao processo analítico e a própria discussão e
avaliação dos resultados obtidos. Por outro lado, os mesmos dados podem não permitir uma
identificação das peculiaridades dos municípios da bacia por serem apresentados de forma
agrupada. Portanto, as ações propostas no PARH necessitam de uma análise mais detalhada
quando da aplicação dos recursos do Plano.
É importante destacar, no processo de desenvolvimento do PIRH Doce e Planos de
Ação de Recursos Hídricos, a ação do Grupo de Acompanhamento Técnico – GAT, grupo
formado por representantes das nove Unidades de Análise e dos órgãos gestores deste
processo, estes últimos representados pelo Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM,
Agência Nacional de Águas – ANA e Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos
Hídricos – IEMA/ES.
A UPGRH DO6 é composta pela bacia hidrográfica do rio Manhuaçu, que ocupa
uma área de 8.826,37 km², e por uma pequena área incremental (362,68 km²) que inclui um
trecho com pequenos córregos (Barroso, Barrosinho, Sossego, Natividade, Santana, da Barata
e Lorena), os quais drenam diretamente para o rio Doce (Figura 3).
As áreas ocupadas pelos componentes da UPGRH DO6 foram somadas, gerando
assim a área de drenagem total da unidade (Quadro 1).
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Elaboração: Consórcio
Bacia do Rio Manhuaçu Ecoplan - Lume
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-- Contrato Nº 043/2008 - IGAM--
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio Doce e Planos de Ações para as Unidades de Planejamento e
Gestão de Recursos Hídricos no Âmbito da Bacia do Rio Doce
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Figura 4 - Hidrografia
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da UPGRH
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2.2.3. Solos
Os solos são apresentados de forma sucinta a seguir, pela relação entre os processos
erosivos e a qualidade e a quantidade de água superficial. Na UPGRH Manhuaçu predominam
os solos das classes Latossolos, Argilossolos e Cambissolos (Figura 5). Destas classes, ao
Argilossolos são os de maior erodibilidade e os Latossolos, os de menor.
2.2.5. Hidrogeologia
A maior parte da UPGRH DO6 (96%) situa-se sobre os sistemas aqüíferos
fissurados, restando apenas 4% da unidade sobre sistemas aqüíferos granulares (Figura 9).
Os sistemas aqüíferos fissurados na UPGRH DO6 distribuem-se conforme as
litologias subjacentes:
• 81% sobre os sistemas aqüíferos em rochas cristalinas, composto de rochas
granitóides de composições diversas;
• 3% sobre os sistemas aqüíferos fissurados xistosos;
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3%
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d’água e sistema antropizado e áreas não classificadas. Os resultados em termos percentuais
estão apresentados no Quadro 4 e na Figura 14.
Percebe-se uma concentração de áreas mais preservadas próximas das nascentes dos
principais rios da UPGRH DO6, denotada pela presença de alguns fragmentos florestais
relevantes. Apesar da ocorrência de sistemas naturais ao longo da unidade, nota-se que os
sistemas antropizados ocupam a maior área, correspondendo a 68% da UPGRH.
CONSÓ
ÓRCIO ECOPLA
AN - LUME
233
-- Contrato Nº 043/2008 - IGAM--
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio Doce e Planos de Ações para as Unidades de Planejamento e
Gestão de Recursos Hídricos no Âmbito da Bacia do Rio Doce
uma área prioritária de classificação “extrema”. Trechos dos rios Manhuaçu, do rio São Luís e
José Pedro configuram-se como áreas de alta prioridade para a conservação, assim como a
região da foz no rio Doce.
Em relação às áreas legalmente protegidas, foram levantadas as informações sobre
duas categorias: as áreas de preservação permanente associadas às nascentes, margens de
cursos d’água e de lagos e açudes e as áreas de encostas. O Censo Agropecuário de 2006
apresenta, por município, o número de nascentes, rios e lagos protegidos e não protegidos
(Quadro 7), mas deve-se destacar o caráter eminentemente pessoal da resposta. Por isso, os
dados apresentados na sequência devem ser entendidos como norteadores do processo de
decisão.
Dos 24 municípios que possuem suas sedes inclusas na UPGRH DO6, 17 estão
totalmente inseridos na Unidade, sendo que a grande maioria dos municípios situa-se na faixa
de menos de 10 mil habitantes (74%). Cerca de 22% dos municípios que a compõem estão na
faixa entre 10 e 20 mil habitantes. Sobre a distribuição da população, verifica-se o predomínio
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O Quaddro 11 apresenta uma análise
a com
mparativa enntre os indiccadores de crescimento
c o
dos municípios
m e o indicaddor médio da
d UPGRH DO6, perm mitindo avalliar o desen
nvolvimentoo
relatiivo de cada unidade addministrativa em relaçãão ao conjunnto.
Qu
uadro 11 – Análise
A com
mparativa entre os indicadores de
d crescimeento dos municípios
m
Municípioo Urbanaa Rural
R Total
Aimoréss -22% -33% -11%
Alto Jeqquitibá -17% -22% -18%
Alvarengga 2% -54% -36%
Chalé -10% -13% -11%
Conceição de Ipanema -25% 2
29% 1%
Durandéé 1% -
-7% -4%
Ipanemaa -6% 1
19% 17%
Itueta 44% -16% 11%
Lajinha -36% -32% -29%
CONSÓ
ÓRCIO ECOPLA
AN - LUME
333
-- Contrato Nº 043/2008 - IGAM--
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio Doce e Planos de Ações para as Unidades de Planejamento e
Gestão de Recursos Hídricos no Âmbito da Bacia do Rio Doce
A UPGRH DO6 contava, no ano de 2006, com 104.664 hectares de área plantada
com lavouras permanentes e 35.274 hectares de lavouras temporárias. Cerca de 65% da área
da unidade é ocupada pela agropecuária, ao passo que 23% são ocupados por Floresta
Estacional Semi-Decidual e 7% por Floresta Ombrófila Mista.
Destaca-se a produção de café, que no período 2000 – 2006 teve um incremento
significativo de 169,02% do valor da produção, e a cana-de-açúcar, com taxa de crescimento
de 64,80% no referido período. A produção de milho teve decréscimo de 36,92%.
A análise dos dados de 2000 a 2006 na pecuária indicaram crescimento na criação de
bovinos (18,78%), o principal rebanho pecuário na região.
Com relação ao extrativismo, no período de 2000 a 2006, as produções que tiveram
decréscimo foram: carvão vegetal (-59,56%) e madeira para papel e celulose (-92,22%). A
produção de madeiras para outros fins que não celulose teve incremento no período analisado
de 77,76%.
O perfil das indústrias na UPGRH DO6 indica que, de 2000 a 2005, as indústrias
extrativistas cresceram 38,18% e as indústrias de transformação 19,51%. No período entre
2005 e 2007 a exportação municipal cresceu 118,20% e a importação municipal cresceu
67,07%.
As cidades com sede na UPGRH DO6 apresentam volumes de perda nos sistemas de
abastecimento considerados dentro dos padrões aceitáveis, uma vez que muitas companhias
de saneamento estipularam o teto de 200 litros/ligação x dia como meta a ser atingida na
redução de perdas. A perda máxima observada na unidade ocorre na cidade de São João do
Manhuaçu, com de perda de 230,53 litros/ligação x dia (Quadro 12).
O rio Manhuaçu apresenta uma vazão média de longo termo (QMLT) da ordem de
98,70 m³/s, sendo que as vazões Q95 e Q7,10, representam, respectivamente, 32,8 % e 23,3% da
vazão QMLT (Quadro 16).
Há uma variação considerável entre a Qmlt e a Q7,10, da ordem de 400%. Isto significa
uma oscilação razoável entre as vazões mínimas e as médias, indicando a possibilidade de
ocorrência de períodos com menor disponibilidade hídrica e recrudescimento de conflitos,
tanto qualitativos como quantitativos.
Existe uma sazonalidade bastante marcante entre o período de inverno (menos
chuvoso) e verão (mais chuvoso), o que se reflete nas vazões observadas. As maiores vazões
médias ocorrem a partir do mês de novembro, atingindo um pico de 198,7 m³/s, no mês de
janeiro, praticamente o dobro da vazão média de longo termo (Figura 20).
A análise das séries de vazões dos últimos 40 anos demonstra que a bacia registrou
anos de precipitações muito superiores a media anual (Figura 21). O ano de 1979 registrou
pico de vazão superior a 175 m³/s, sendo que a vazão média registrada para o mesmo ano é
menor do que 100 m³/s. Em 1985 também foi registrado um significativo pico de vazão,
superior a 180 m³/s. Em 1992 e 1997, foram registrados picos de vazão um pouco menores,
mas ainda acima da média.
O ano de 1990 registrou vazão muito abaixo da vazão média, com valores próximos
da vazão mínima. Situação semelhante pode ser observada nos anos de 1995 e 2001, porém
com vazões um pouco mais altas.
250
vazão média mensal
vazão MLT
vazões mínimas
198,7
200
165,6
150
141,1
133,0
vazão (m³/s)
108,1
99,4
100
74,6
62,1
54,0 55,2
47,2 45,0
50
0
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
200
vazão média anual
vazão MLT
180 vazão mínima anual
Linear (vazão média anual)
Linear (vazão mínima anual)
160
140
120
vazão (m³/s)
100
80
60
40
20
0
1972
1973
1974
1975
1976
1977
1978
1979
1980
1981
1982
1983
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
ano
Figura 24 – Comp
posição perrcentual da retirada de
d água na U
UPGRH DO6
CONSÓ
ÓRCIO ECOPLA
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Gestão de Recursos Hídricos no Âmbito da Bacia do Rio Doce
3,6%
Abastecimento público
26,8% Consumo agroindustrial
26,8% Consumo humano
Consumo industrial
Desassoreamento ou limpeza
Extração mineral
10,7% Geração de energia
5,4%
Irrigação
5,4% Transposição de corpo de água
1,8%
17,9%
1,8%
5,0%
25,0% 15,0%
Abastecimento público
Consumo humano
Consumo industrial
5,0% Dessedentação de animais
Irrigação
10,0% Lavagem de veículos
40,0%
Quanto às outirgas de água subterrânea, estas são dominadas por dois usos: consumo
industrial e lavagem de veículos, coerente com baixas vazões específicas.
Com relação à espacialização dos usos outorgados (Figura 27) as outorgas na
UPGRH DO6 indica o predomínio das outorgas para irrigação e abastecimento humano. As
outorgas do IGAM foram obtidas do relatório do IGAM, com data de 18/08/2008. As
informações sobre as outorgas da ANA datam de setembro de 2008.
consumo
consumo
consumo
consumo
consumo
consumo
consumo
retirada
retirada
retirada
retirada
retirada
retirada
retirada
retorno
retorno
retorno
retorno
retorno
retorno
retorno
Rio Manhuaçu 0,354 0,071 0,283 0,015 0,008 0,008 0,148 0,074 0,074 0,189 0,151 0,038 0,062 0,050 0,012 1,215 0,243 0,972 1,982 0,596 1,387
Incremental D06 0,093 0,019 0,074 0,001 0,000 0,000 0,015 0,007 0,007 0,003 0,002 0,001 0,030 0,024 0,006 0,077 0,015 0,061 0,218 0,068 0,150
Total 0,447 0,016 0,163 0,192 0,092 1,292 2,200
As total
Nitrato
OD
Ni total
Hg total
Sulfeto
Cd total
Amônia
Zn total
DBO
Pb total RD059
Cu total
Al dissolvido
Fenóis totais
Turbidez
Fe dissolvido
Cor
P total
Mn total
Coliformes termotolerantes
Coliformes totais
monitoramento específico para determinação das fontes dos elementos tóxicos, que podem ser
resultados de despejos específicos da atividade industrial, depósito e manejo irregular ou
indevido de embalagens de agrotóxicos ou lavagem de equipamentos pulverizadores junto aos
corpos d’água. Há que ser considerado, ainda, a possibilidade de toxicidade por metabólitos
dos defensivos agrícolas, o que mascararia os resultados e as relações de nexo comentadas.
2.6.Prognóstico
A etapa de prognóstico consiste basicamente na projeção de um cenário tendencial
futuro, utilizando-se a extrapolação dos parâmetros atuais conforme a tendência de evolução
dos indicadores utilizados na cenarização. Para tanto, considera-se sua variação em um
período recente para o qual se dispõe de mensuração. Dentre os principais planos
estruturadores dos cenários tem-se o comportamento demográfico e o econômico.
O cenário tendencial configura-se, portanto, numa ferramenta de projeção da
tendência atual para o futuro, não devendo ser tomado como uma previsão, mas como um
instrumento de prospecção e planejamento.
Neste sentido, foram utilizados dados demográficos e econômicos para a elaboração
do cenário tendencial da UPGRH DO6. O Quadro 23 apresenta as projeções de demandas
hídricas (total) para este cenário tendencial.
Qu
uadro 23 – Projeções de
d demand
das (total) para
p a UPG
GRH DO6 – cenário teendencial
(m3/ss)
UP
PGRH 2006 20100 2015 20220 2025 20330
Su
ub-bacia Retirr. Retor. Conss. Retir. Retoor. Cons. Retir. Retor. Con
ns. Retir. Retoor. Cons. Retir. Retor. Con
ns. Retir. Rettor. Cons.
Maanhuaçu 1,9822 0,596 1,3887 1,982 0,5997 1,385 1,9884 0,599 1,38
85 1,989 0,6602 1,386 1,995 0,606 1,3
389 2,003 0
0,61 1,393
Inccremental
0,218 0,068 0,15 0,227 0,008 0,147 0,2339 0,096 0,14
43 0,251 0,111 0,14 0,263 0,126 0,137 0,274 0,1141 0,133
D006
D006 2,22 0,664 1,5336 2,21 0,6777 1,532 2,2223 0,695 1,52
28 2,239 0,7713 1,526 2,257 0,732 1,5
526 2,277 0,7751 1,526
F
Figura 32 – Projeções de demand
da (Q ret) no
n cenário tendenciall para cada
a uso da
UPGRH DO6
Observva-se o preddomínio daa demanda de água para irrigaçãão, sobrepo ondo-se aoss
demaais usos connsuntivos. Entretanto,
E verifica-see que no ceenário tendeencial a dem
manda paraa
irrigaação diminuui, ao passo que a demaanda para ab bastecimentto humano aponta crescimento.
A dem manda de ággua para dessedentaçã
d ão animal praticamennte se manttém estávell
dentrro do cenárrio tendenccial. Já a demanda
d ind
dustrial, appesar de poouco representativa naa
UPGGRH DO6, aponta cresscimento atté 2030, deevido ao creescimento ddo uso indu ustrial e doo
abasttecimento humano,
h A redução
r do consumo da irrigação é um fator iimportante na pequenaa
elevaação da vazão de retiraada.
No quee diz respeiito aos balaanços hídriccos, a baciaa do rio Maanhuaçu, qu
ue pode serr
tomaada como reepresentativva da condiçção da UPGGRH, não appresenta dééficits hídriccos globais,,
mesmmo considerrando períoddos de escaassez.
Os salddos hídricos da bacia, mesmos com c as dem
mandas projjetadas paraa o cenárioo
tendeencial do anno de 2030, são positivos, conform
me demonstrra o Quadroo 24.
CONSÓ
ÓRCIO ECOPLA
AN - LUME
566
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Gestão de Recursos Hídricos no Âmbito da Bacia do Rio Doce
Quadro 24 – Saldos hídricos para a bacia do rio Manhuaçu, considerando cenário atual
e tendencial (m³/s)
Cenário Atual Cenário Tendencial (2030)
Sub-bacia
Q 7,10 Q out Q ret Saldo Q ret Saldo
Rio Manhuaçu 23,1 6,93 1,98 4,95 2 4,93
Usuários
Associação dos Pequenos Produtores de Hortifrutigranjeiros
Associação dos Pequenos Produtores de Caracol e Região
COPASA – Companhia de Saneamento de Minas Gerais
SAAE – Serviço Autônomo de Água e Esgoto - Reduto
ENERGISA Soluções S/A – Ex Cat Leo
FIEMG – Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais
CAPIL – Cooperativa Agropecuária de Ipanema Ltda
Hidrelétrica Areias Brancas S/A
Areal Santa Cruz
Mineração Corimbaba
Sindicato dos Produtores Rurais de Pocrane
Sindicato dos Produtores Rurais de Mutum
Sindicato dos Produtores Rurais de Manhuaçu
Sindicato dos Produtores Rurais de Lajinha
SAAE – Serviço Autônomo de Água e Esgoto Manhuaçu
SAAE – Serviço Autônomo de Água e Esgoto Lajinha
Sindicato dos Produtores Rurais de Ipanema
SAAE – Serviço Autônomo de Água e Esgoto Ipanema
Sociedade Civil
Estação Ecológica de Ipanema
Sindicato dos Trabalhadores de Lajinha
UNOPAR – Centro Educacional Manhuaçu
Faculdade do Futuro
AMA – Associação dos Amigos do Meio Ambiente
Associação de Moradores dos Barcelos
AMARS – Associação de Moradores e Amigos de Santa Rita
Instituto Terra
Associação Comunitária dos Carroceiros de Ipanema
CONSÓRCIO ECOPLAN - LUME
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Gestão de Recursos Hídricos no Âmbito da Bacia do Rio Doce
Sociedade Civil
DOCTUM – Faculdade de Ciência Jurídicas e Gerenciais de Manhuaçu
ASFABAPCRI – Associação das Famílias do Bairro da Pastoral da Criança
Conselho Municipal de Saúde de Pocrane
ONG Pró-Rio Manhuaçu
FACIG – Faculdade de Ciências Gerenciais de Manhuaçu
ASCOMVVICENTINA – Associação Comunitária do Bairro Vila Vicentina
Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Ipanema
Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Pocrane
Fonte: Portal dos Comitês de Bacia/ Instituto Mineiro de Gestão das Águas - IGAM
4. OBJETIVOS E METAS
Santa
Santo São
Desejo Piranga Piracicaba Suaçuí Caratinga Manhuaçu Maria do Guandu
Antônio* José
Doce
Apoio ao uso de
X
tecnologias limpas
Avaliação criteriosa da
implantação de X X
hidrelétricas
Avaliação criteriosa da
X X X
atividade de mineração
Avaliação criteriosa da
X X
silvicultura
Avaliação criteriosa da
X
cafeicultura
Avaliação criteriosa da
X
siderurgia
Programa de educação
X X X X X
ambiental
Programa de mobilização
X X X X
ambiental
Plano de desenvolvimento
X X
da bacia
* Não houve manifestação do CBH Santo Antônio no momento da consolidação do TDR, não sendo computados os desejos
neste quadro. Para esta UPGRH, foram consideradas as manifestações dos membros do GAT, bem como os resultados das
reuniões públicas
compatibilize a gestão das bacias afluentes com o curso d’água principal, com plena
utilização dos instrumentos previstos na legislação sobre recursos hídricos: outorga,
enquadramento, cobrança, sistema de informações e planos de bacia.
A BACIA QUE PODEMOS
A definição da bacia que podemos considera os limitantes existentes na região, no
arranjo institucional vigente e no tempo necessário para a implantação efetiva de todas as
medidas necessárias ou desejáveis. Conflitando com a bacia que queremos, verifica-se, além
do quadro de contaminação dos recursos hídricos, de redução drástica das áreas de
preservação permanente, dos intensos processos erosivos, da ocupação desordenada do
território e da falta de tratamento de esgotos e dos resíduos sólidos, a existência de três
arcabouços legais e institucionais (dois estados e um rio federal), que limitam a obtenção
direta de critérios únicos para a gestão dos recursos hídricos da bacia.
A bacia do rio Doce que podemos pode ser assim descrita:
A bacia que podemos ter em um horizonte de vinte anos apresenta uma melhora
significativa na qualidade dos recursos hídricos superficiais, graças a um processo de
implantação da outorga e do enquadramento em todos os trechos da bacia. A partir disto,
uma estrutura eficaz e com reconhecimento social e institucional, composta pelos comitês de
bacia dos rios afluentes, pelos órgãos estaduais – IEMA e IGAM – e pela Agência Nacional
de Águas, estabeleceu uma sistemática de orientação, normatização e fiscalização quanto ao
uso e a preservação dos recursos hídricos, reduzindo os conflitos pelo uso a um número
insignificante de casos, sendo estes rapidamente resolvidos no âmbito dos respectivos
Comitês. Como resultado da implantação desta estrutura de gerenciamento e de seu efetivo
funcionamento, os corpos de água doce da bacia apresentam parâmetros evolutivos em
direção ao enquadramento, respeitando as metas intermediárias fixadas por cada comitê. Os
recursos oriundos da cobrança são aplicados de acordo com os planos de bacia, sendo que
estes foram harmonizados com o plano do rio principal. Todos estes planos estabelecem uma
aplicação de recursos que promovem, parcial ou totalmente, ações de educação ambiental,
comunicação e mobilização social, como forma a garantir uma participação efetiva e
crescente da população da bacia na tomada de decisão sobre o gerenciamento dos recursos
hídricos. Outra parte dos recursos tem sua aplicação destinada a manter e ampliar uma base
de dados e informações sobre os recursos hídricos, aumentando a capacidade futura de
decisão sobre novos processos de outorga, revisão do enquadramento ou dos critérios de
cobrança. A estrutura de gestão implantada também é capaz de dialogar com outras
instituições, tendo por foco a gestão compartilhada ou exercer um papel de controle social
organizado em temas como coleta e tratamento de efluentes industriais, urbanos e rurais,
gestão de resíduos sólidos, ordenamento territorial urbano e rural, recuperação de áreas
degradadas, planos de desenvolvimento econômico e políticas públicas das mais diversas
áreas, como educação, saúde, extensão rural, turismo, geração de energia, tecnologias
limpas, entre outras.
A partir da bacia do rio Doce que podemos, é possível definir os grandes temas de
interesse da bacia:
I. Qualidade da Água
II. Quantidade de Água - Balanços Hídricos
III. Suscetibilidade a Enchentes
IV. Universalização do Saneamento
A partir das questões referenciais, foram estabelecidas as metas para o PIRH Doce.
Na definição e organização das metas, adotou-se a metodologia do Marco Lógico (logical
framework), na qual a meta é o objetivo superior, que pode ou não ser atingido no horizonte
do plano, mas o PIRH contribuirá inegavelmente para a obtenção deste resultado. O PIRH e
os PARHs devem estabelecer objetivos mais imediatos, dentro de seu horizonte de
planejamento, que contribuam efetivamente com o atendimento da meta, mas cuja obtenção
está ou podem estar sob a gestão do arranjo institucional proposto. .
Assim, as metas apresentadas dividem-se em metas superiores, que não depende
apenas da atuação do arranjo institucional, e metas atingíveis no âmbito do plano, sendo que
para estas serão apresentados os programas necessários, sendo que estes apresentam as
informações básicas necessárias para a sua implantação, como responsáveis, cronogramas e
custos, dentre outras. Em alguns casos, foram propostos subprogramas e projetos, quando a
meta a ser atingida necessitaria de ações subordinadas ou prévias, de maior ou menor
complexidade e médios ou curtos prazos de execução, respectivamente. Os subprogramas e
projetos estão sempre vinculados a um programa, e, embora possam ser executados de forma
isolada, a sua realização integrada visa obter melhores condições de implementação dos
programas, bem como a elevação de sua eficácia.
O Quadro 27 apresenta as metas e sua hierarquia, definida a partir de sua relevância,
quanto à solução da questão referencial, e urgência, para permitir o atingimento das metas no
menor prazo possível. No Quadro 27, as metas superiores são apresentadas no início de cada
grupo das sete questões referenciais, sendo seguidas das metas atingíveis no horizonte do
PIRH e dos PARHs.
coliforme termotolerantes
fósforo
cobre
arsênio
chumbo
zinco
mercúrio
Ca c
h a i
Firm n rr
R renga
lv
Có e a
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C
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d o rreg
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rr e g
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r
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Có
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C re i s a R ib eirão
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Cr
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Có o
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Có ov te Córre o M o ó rre Ba Có a rego
rr
M C ó rr La ra B u
d
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go
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l g a r
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! Irrigação
! Mineração
Hidrografia - Proposta Enquadramento
Classe 1
Classe 2 Figura 33 - Enquadramento no âmbito do
41°45'0"W
Como meta de longo prazo, inserida fora do âmbito de controle direto do Sistema de
Gestão de Recursos Hídricos, pode-se colocar:
¾ Em 20 anos (ou no ano de 2030), não são observados conflitos pelo uso da
água, sendo que a demanda atual e futura projetada é atendida pela vazão de
referência atual ou suplementada pela implantação de medidas estruturais e
não estruturais que elevem este valor de referência até o mínimo suficiente
para atender àquelas demandas.
As metas de gestão deverão incluir:
Verifica-se que esta é uma meta cujo atendimento está próximo. Com exceção de
Durandé, Luisburgo, Martins Soares e Simonésia, que tem um atendimento entre 63% e 85%
da população urbana, os demais municípios estão mais próximos de 100%.
O índice médio de atendimento por esgoto também é elevado, com 79,2% dos
domicílios. No entanto, o tratamento dá-se parcialmente e apenas na cidade de Aimorés.
Dentro de uma visão de gestão integrada de recursos hídricos, as metas podem ser
reescritas, trazendo para o âmbito de ação dos comitês de gerenciamento de bacias
hidrográficas:
¾ Até o ano 2030, a bacia do rio Doce apresenta uma elevação do número de
unidades de conservação efetivamente implantadas e manejadas, atingindo um
patamar de 10% de seu território com restrição de uso, para conservação e
preservação ambiental, em cada UPGRH/UA. O grau de conservação das
Unidades de Conservação (UCs) e Áreas de Preservação Permanente (APPs) é
suficiente para contemplar a totalidade dos biomas de interesse, bem como
buscar a formação de corredores ecológicos eficientes para a dispersão e
conservação das espécies de fauna e flora identificadas como de importância e
relevância para a bacia.
Verifica-se, porém, que não há um detalhamento suficiente das áreas de interesse, nem
uma avaliação adequada da viabilidade técnica, econômica, financeira, social e ambiental para
a implantação de tais unidades de conservação ou corredores ecológicos. O nível de detalhe
dos dados existentes é insuficiente para o mapeamento e o início dos processos legais
necessários para a formalização destas unidades de conservação ou dos corredores ecológicos.
São necessárias ações prévias, diretamente focadas neste objetivo, que permita a correta
delimitação das áreas de interesse, os entraves possíveis, os valores e os recursos humanos e
materiais necessários, entre outras informações.
Entre as ações prévias, está a identificação do atual estágio de implantação das
Unidades de Conservação já definidas. Segundo o diagnóstico, a UPGRH DO6 conta com 11
unidades de conservação, sendo 07 de Uso Sustentável, 03 de Proteção Integral e uma Terra
Indígena.
As metas possíveis em termos de gestão são:
É preciso destacar, neste momento, que o Plano de Ação não pode ser assumido
como um plano autônomo, independente da execução físico-financeira do Plano de
Investimentos do PIRH propriamente dito. O Plano de Ação nada mais é que o
desdobramento do PIRH, com uma interface de alocação de recursos e execução de serviços
vinculada aos limites geográficos da UA. Ou seja, o acompanhamento da execução do Plano
de Ação, aqui descrito, não prescinde do acompanhamento do PIRH, que contém,
efetivamente, o plano de execução financeira do Plano Integrado de Recursos Hídricos,
considerando a bacia do rio Doce como um todo.
Os Planos de Ação da Bacia do rio Doce, na sua concepção geral, foram
contemplados como ações e programas para toda a bacia. Isto se faz, num primeiro momento,
pela constatação de que muitos dos problemas constatados na bacia possuem abrangência
regional, embora alguns fatores que causam comprometimento da qualidade ambiental
possam apresentar um componente localizado bastante intenso. Cita-se, como exemplo, o fato
das retiradas para irrigação se concentrarem predominantemente na porção capixaba da bacia.
Embora o programa que trata deste tema deva centrar sua ação neste local, todas as outras
porções da bacia devem, não obstante, ser impactados positivamente por este programa.
Outro motivo importante para se conceber os Planos de Ação como desdobramentos
do PIRH diz respeito ao seu aspecto gerencial. A estrutura de coordenação, acompanhamento
e fiscalização dos planos deverá estar apta a abarcar todo o esforço físico financeiro das ações
concebidas, independente das particularidades regionais.
Os comitês das bacias afluentes, por sua vez, possuem um papel importante no
acompanhamento e viabilização das demandas regionais, embora não devam, por si só,
considerar o gerenciamento como atividade singular no âmbito de cada sub-bacia.
Dentro desta visão, existem muitos dos programas do PIRH que, por força de seu
escopo, são essencialmente ações de ampla abrangência na bacia.
As ações na bacia foram propostas com base em sete questões referenciais:
I. Qualidade da Água
II. Quantidade de Água - Balanços Hídricos
III. Suscetibilidade a Enchentes
IV. Universalização do Saneamento
V. Incremento de Áreas Legalmente Protegidas
VI. Implementação dos Instrumentos de Gestão de Recursos Hídricos
VII. Implementação das Ações do PIRH Doce
Dentro destas questões referenciais, os itens VI - Implementação dos Instrumentos de
Gestão de Recursos Hídricos; e VII. Implementação das Ações do PIRH Doce, possuem um
nítido caráter hierárquico superior, na medida em que organizam, consistem, implementam e
coordenam vários esforços de gestão dos recursos hídricos, com abrangência sobre toda a
bacia do Doce. Os programas que atendem a estas questões referenciais são:
• P 61 - Programa de Monitoramento e Acompanhamento da Implementação da
Gestão Integrada dos Recursos Hídricos na Bacia do Rio Doce
• P 62 - Programa de Monitoramento RH - Qualidade e Quantidade;
• P71 - Programa Comunicação do Programa de Ações
• P 72 - Programa Educação Ambiental
• P 73 - Programa Treinamento e Capacitação
Dito isto, pode-se considerar que todas as outras ações (programas, sub-programas e
projetos) em maior ou menor grau, são passíveis de terem ações específicas em cada bacia
afluente. Estas ações foram, posteriormente, espacializadas de acordo com a peculiaridade de
cada Unidade de Análise, conforme o Quadro 30.
Santa Maria
Manhuaçu
Piracicaba
Caratinga
Programas, sub programas e projetos do PIRH Doce
São José
Guandu
Antônio
do Doce
Piranga
Suaçuí
Santo
P 11 - Programa de saneamento da bacia
P 12 – Programa de Controle das Atividades Geradoras de Sedimentos
P 13 – Programa de apoio ao controle de efluentes em pequenas e micro
empresas
P 21 - Programa de Incremento de Disponibilidade Hídrica
P 22 - Programa de Incentivo ao Uso Racional de Água na Agricultura
P 23 - Programa de Redução de Perdas no Abastecimento Público de Água
P 24 - Programa Produtor de Água
P 25 - Programa Convivência com a Seca;
P 25.a - Estudos para avaliação dos efeitos das possíveis mudanças
climáticas globais nas relações entre disponibilidades e demandas hídricas
e proposição de medidas adaptativas
P 31 - Programa Convivência com as Cheias
P 41 - Programa Universalização do Saneamento
P 42 - Programa de Expansão do Saneamento Rural
P 51 - Programa de Avaliação Ambiental para definição de áreas com
restrição de uso
P 51.a - Projeto Restrição de uso das áreas de entorno de aproveitamentos
hidrelétricos
P 52 - Programa de Recomposição de APPs e nascentes
P 52.a – Projeto de recuperação de lagoas assoreadas e degradadas
P 61 - Programa de Monitoramento e Acompanhamento da Implementação
da Gestão Integrada dos Recursos Hídricos na Bacia do Rio Doce
P 61.1 - Sub-programa Cadastramento e manutenção do cadastro dos
usuários de recursos hídricos da Bacia
P 61.2 - Sub-programa Fortalecimento dos Comitês na Bacia segundo o
arranjo institucional elaborado no âmbito do plano e objetivando a
consolidação dos Sistemas Estaduais de Gerenciamento de Recursos
Hídricos.
P 61.3 - Sub-programa Gestão das Águas subterrâneas
P 61.4 - Revisão e Harmonização dos Critérios de Outorga
P 61.a - Projeto Desenvolvimento de um Sistema de Informações sobre
Recursos Hídricos da Bacia do Rio Doce
P 61.b - Projeto Proposta de Enquadramento para os principais cursos
d’água da bacia
P 61.c - Projeto Diretrizes para a Gestão da Região do Delta do Rio Doce,
assim como da região da Planície Costeira do Espírito Santo na bacia do
Rio Doce
P 61.d - Projeto - Consolidação de mecanismos de articulação e integração
da fiscalização exercida pela ANA, IGAM e IEMA na bacia
P 61.e - Projeto Avaliação da aceitação da proposta de cobrança
P 62 - Programa de monitoramento dos Recursos Hídricos – qualidade e
quantidade
P 62.1 - Sub-programa de levantamentos de dados para preenchimento de
falhas ou lacunas de informações constatadas no Diagnóstico da Bacia
P 71 - Programa Comunicação do Programa de Ações
P 72 - Programa de Educação Ambiental
P 73 - Programa Treinamento e Capacitação
Legenda:
Ação acessória ou sem significado para a unidade de análise
Ação de pequena importância para a unidade de análise
Ação desejável para a unidade de análise
Ação importante para a unidade de análise
Ação essencial para a unidade de análise
O programa se dará pela implantação e/ou complementação das redes de coleta, para
atingir a universalização do atendimento; e implantação e/ou complementação das unidades
de tratamento de esgotos sanitários urbanas.
Ainda na questão do saneamento, o P 41 - Programa Universalização do
Saneamento, trata de questões mais abrangentes, envolvendo um conjunto de serviços,
infraestruturas e instalações operacionais de abastecimento de água potável, esgotamento
sanitário, manejo de resíduos sólidos e limpeza urbana e manejo das águas pluviais e
drenagem urbana. O P 42 - Programa de Expansão do Saneamento Rural atende a mesma
lógica.
A Política (art. 9º) e o Plano de Saneamento Básico (art. 19), instituídos pela Lei
11.445/2007, são os elementos centrais da gestão dos serviços municipais de saneamento.
Conforme essa lei, a boa gestão é objeto das definições da política de saneamento básico
formulada pelo titular dos serviços e engloba: o respectivo plano; o estabelecimento das
funções e normas de regulação, fiscalização e avaliação; a definição do modelo para a
prestação dos serviços; a fixação dos direitos e deveres dos usuários, inclusive quanto ao
atendimento essencial à saúde pública; o estabelecimento dos mecanismos de controle social e
do sistema de informação; dentre outras definições.
No presente momento, o que se deseja, como meta é implementar, na sua
integralidade, os planos municipais de saneamento na Bacia. Os investimentos foram
definidos com base em custos unitários, per capita, considerando a população do município
(Quadro 32).
CONSÓRCIO ECOPLAN - LUME
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-- Contrato Nº 043/2008 - IGAM--
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio Doce e Planos de Ações para as Unidades de Planejamento e
Gestão de Recursos Hídricos no Âmbito da Bacia do Rio Doce
Isto posto, os quadros a seguir apresentam o elenco das ações propostas para a
UPGRH DO6, discriminando, quando pertinente, os valores e o cronograma de implantação
das medidas (Quadro 35 e Quadro 36, respectivamente).
A divisão de valores entre as unidades de análise seguiu uma lógica onde foram
considerados quatro critérios distintos: (i) Critérios de população (onde o percentual de
população da UPGRH dentro da bacia do Doce determinou o montante de recursos destinados
à Unidade); (ii) Critério da população rural. (iii) Critério de área (onde o percentual da área da
UPGRH dentro da bacia do Doce determinou o montante de recursos destinados à Unidade);
(iv) Critério de área irrigada (onde o percentual da área irrigada da UPGRH dentro da bacia
do Doce determinou o montante de recursos destinados à Unidade; e (v) Critério de
deficiência hídrica, na qual para as cinco unidades de análise (entre elas, a DO6) que
apresentaram deficiência de quantidade de água no prognóstico foram contemplados com uma
verba para estudos e projetos.
Ainda com relação a este tema, é preciso destacar que, com exceção dos valores
alocados especificamente a intervenções orçadas individualmente (integrantes do grupo iv,
acima descrito, a distribuição de valores entre as unidades, utilizando critérios de área,
população ou área irrigada é meramente estimativo, devendo haver ajustes quando da efetiva
aplicação dos programas, considerando a evolução dos estudos diagnósticos, a elaboração de
projetos específicos, e a capacidade gerencial e de mobilização dos comitês locais.
Da mesma forma, a distribuição dos valores ao longo do horizonte das intervenções,
deverá sofrer ajustes conforme a execução das ações de planejamento e gestão, conforme o
cronograma em anexo, prevendo-se uma necessária flexibilidade em virtude das
peculiaridades de cada bacia e do avanço do arranjo institucional proposto.
A UPGRH DO6 pode ser caracterizada por alguns aspectos básicos que definem sua
relação de uso com os recursos hídricos, decorrente de aspectos fisiográficos e sócio-
econômicos da região.
A Unidade apresenta uma situação confortável no tocante ao balanço hídrico quando
se pensa de forma global, uma vez que as demandas estimadas, atuais e futuras, são inferiores
às disponibilidades. De maneira geral, não se observam déficits hídricos, mesmo nos períodos
de escassez, sendo os volumes disponíveis suficientes para atender as demandas de
abastecimento humano e outros usos econômicos da água. Entretanto, este saldo hídrico
favorável deve ser entendido como uma condição que pode ser ameaçada no futuro, devendo
ser adotadas medidas adequadas de racionalização do consumo, já que os volumes retirados,
atualmente, são próximos dos volumes outorgáveis. Este saldo também resulta em não
atendimento da demanda para diluição de efluentes para manutenção do enquadramento
proposto. Assim, foram previstas ações que resultarão em aumento da disponibilidade hídrica
a longo prazo e principalmente no período de estiagem.
A existência de pontos localizados com escassez de água, em função de demandas
pontuais concentradas existentes na bacia, bem como a projeção de elevação das demandas no
cenário tendencial, ainda que pequenas, exigem cuidados e planejamento consistente na
questão da garantida da oferta hídrica.
Como forma de dar início a um processo de incremento de oferta hídrica, através de
regularização das vazões em microbacias que tiveram seu sistema natural alterado, é possível
introduzir ações de renaturalização, pela construção de “barraginhas” e outros dispositivos
que promovem a infiltração da água no solo. A recuperação de Áreas de Preservação
Permanente – APPs, como a recuperação de mata ciliar e vegetação de topo de morros,
também é um importante aliado neste processo.
No atual cenário, a qualidade da água é a principal questão a ser abordada pelo
presente Plano. A contaminação sanitária, principalmente na região metropolitana de Ipatinga,
mas também em outras pequenas cidades que se situam nas nascentes da bacia, impactam os
trecho de rios onde as vazões são menores, onde parâmetro coliforme fecais apresenta-se
como o que mais frequentemente ultrapassa os valores permitidos pela legislação.
Desta forma, as ações de controle de qualidade da água devem estar centradas em
duas ações distintas: (i) coleta e tratamento de esgotos, bem como disposição adequada dos
resíduos sólidos, e (ii) controle da erosão, no caso do aporte de contaminantes de origem
difusa no meio rural.
Em todas estas questões, também é necessário que se promova um processo de
discussão da regulação do saneamento nas cidades da bacia, como forma de tornar as ações de
saneamento propostas neste Plano, integrantes de um processo de planejamento maior,
envolvendo também o abastecimento de água e a drenagem pluvial nas cidades. Neste caso, a
adoção dos Planos Municipais de Saneamento pode contribuir sobremaneira para dotar a
cidades de um instrumento de planejamento que projete soluções para o futuro.
Especificamente quanto ao abastecimento de água, poucas cidades na bacia
apresentam volumes de perdas acima da meta de 200 L/lig. x dia. Entretanto, existem várias
cidades para as quais não se dispõe de uma informação precisa. O Plano de Ação, neste caso,
propõe a alocação de recursos para a verificação e adequação de sistemas, no tocante às
perdas.
A questão das enchentes também deve ser considerada como um ponto importante
sobre o qual o PIRH Doce deve abordar e propor soluções, uma vez que as cidades da região
sofrem com inundações periódicas, em períodos de precipitações intensas ou prolongadas,
como já ocorreu em períodos recentes. Tanto os Planos Municipais de Saneamento quanto as
iniciativas de planejamento constantes no Plano de Convivência com as Cheias podem dotar
as cidades de instrumentos para atenuar os danos com as cheias.
Neste ponto, há que se considerar que na Unidade o Plano de Ação correspondente se
vale de iniciativas governamentais que impulsionam as iniciativas propostas para um
ambiente de plena realização, como o programa de eliminação de lixões, em Minas Gerais.
Cabe ao CBH, neste momento, secundar estas iniciativas, incorporando-as aos esforços já
existentes na região.
Os resultados das ações de saneamento nas cidades, caso bem conduzidas,
apresentam resultados imediatos, diminuindo sobremaneira a contaminação por coliformes e
DBO sobre os rios e cursos d’água próximos às cidades da bacia.
O controle do aporte de sedimentos e contaminantes associados, oriundos das
atividades agrícolas, entretanto, costuma apresentar resultados somente a longo prazo, em
função da ampla área de origem e da dificuldade de se implantar práticas conservacionistas
baratas e eficientes no meio rural. Usualmente, os resultados são mais eficientes quando
tomados como integrantes de um processo de gestão de micro-bacias. Neste caso, haveria a
conjugação de esforços no sentido de se diminuir o processo de erosão do solo, associado à
recuperação de nascentes, áreas de preservação permanente e mesmo, em determinados casos,
implantação de Unidades de Conservação. O efeito, neste caso, da melhoria da qualidade
ambiental da micro-bacia, se daria não só sobre a qualidade da água, como também sobre o
aumento da vazão regularizada, diminuindo os efeitos da sazonalidade dos recursos hídricos.
Assim, pelo exposto acima, percebe-se que a UPGRH DO6, deve, neste primeiro
momento, fazer frente a alguns desafios claramente definidos em uma escala de tempo sobre o
qual o horizonte do Plano se detém. Inicialmente, é preciso resolver as questões de
saneamento da bacia, para o qual existem soluções tecnológicas viáveis e plenamente
difundidas na região.
Também se faz urgente dar início ao planejamento para a redução de déficits hídricos
localizados, em função de demandas pontuais sobre áreas de baixa disponibilidade hídrica.
Concomitantemente, mas com resultados a serem observados a longo prazo, é
necessário desenvolver ações demonstrativas de recuperação de micro-bacias, envolvendo
recuperação de áreas degradas e a renaturalização, objetivando não só a redução de
sedimentos e contaminantes, mas também com reflexos sobre a vazão regularizada.
Também se faz necessário dotar a bacia com instrumentos de planejamento, tais
como os Planos Municipais de Saneamento, agregando e coordenando as diversas ações
propostas.
Não estão listadas no rol de ações acima descritas as iniciativas de outros programas
do PIRH Doce que, apesar de terem ação específica na Unidade, são de caráter geral e
abrangente, não podendo, portanto, ser desmembradas em componentes individuais, tais como
o Programa de Comunicação do Programa de Ações, o Programa de Educação Ambiental e
o Programa de Treinamento e Capacitação. Esta diferenciação é muito importante para a
unidade do PIRH Doce, conforme já referido
Ao final do período de aplicação do PIRH Doce, portanto, o que se deseja para a
UPGRH, em grandes temas, é:
CONSÓRCIO ECOPLAN - LUME
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-- Contrato Nº 043/2008 - IGAM--
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio Doce e Planos de Ações para as Unidades de Planejamento e
Gestão de Recursos Hídricos no Âmbito da Bacia do Rio Doce
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