1. Introdução 1
2.1. Tema 2
2.2. Problematização 2
3. Hipótese 5
4. Objetivos 6
5. Justificativa 6
6. Metodologia da pesquisa 7
7. Referências Bibliográficas 9
1. INTRODUÇÃO
A cada dia vemos inovações nas áreas de Inteligência Artificial, Robótica e Big
Data sendo utilizadas para realizar tarefas antes consideradas impossíveis. As
descobertas nessas áreas estão mudando o mundo em que vivemos em todos os
aspectos. E qual será o impacto disso no mundo do trabalho?
Manyika (2017), em pesquisa extensiva sobre o mundo do trabalho chegou a
seguinte conclusão.
We find that about 60 percent of all occupations have at least 30
percent of activities that are technically automatable, based on
currently demonstrated technologies. This means that most
occupations will change, and more people will have to work with
technology1 (MANYIKA, 2017, s.p.).
Isso implica que diversas profissões irão mudar nos próximos anos ao passar a
utilizar não só as tecnologias que já existem, mas também as que estão em
desenvolvimento. Dentre essas tecnologias a Inteligência Artificial assume lugar de
destaque e tem enorme potencial para modificar o mundo do trabalho.
Aqui é que inserimos a necessidade de pensar também o trabalho do
profissional da contabilidade dentro desse cenário em que a Inteligência Artificial
poderá ser amplamente utilizada dentro das empresas para os mais diversos fins.
Independente do que imaginemos que será a sociedade permeada por
máquinas desenvolvidas com inteligência artificial, e dos juízos de valor que
tenhamos com relação a sua existência e modo de ação, o que resta de sólido é que
a Inteligência Artificial tem suprido todos os requisitos para ser considerada uma
tecnologia de propósito geral, ou seja, deve atingir nos próximos anos todos as
áreas e setores da vida econômica, social e pessoal da população. Precisamos estar
preparados!
1
Nós descobrimos que, com base nas tecnologias do presente, aproximadamente 60 porcento de todas as
ocupações têm pelo menos 30 porcento de suas atividades tecnicamente passíveis de automatização. Isso
significa que a maioria das ocupações deve mudar, e ais pessoas terão que trabalhar com tecnologia. (Tradução
da autora)
1
2.1 TEMA
2.2 PROBLEMATIZAÇÃO
2
preliminar de grandes bancos de dados, deixando os seres humanos livres para a
resolução de problemas mais complexos e aumentando a sua capacidade de ação.
Essa interação entre homens e máquinas é vista com otimismo por
Brynjolffson e McAfee (2014), para os autores as transformações que serão trazidas
pela tecnologia digital em desenvolvimento serão profundamente benéficas para os
seres humanos na medida em que devem aumentar o volume e a variedade do
nosso consumo e nos trazer mais possibilidades de escolha e liberdade para viver e
trabalhar.
Embora o autor chame também atenção para o fato de que a digitalização
rápida e acelerada possa trazer a disrupção ecconômica antes da ambiental e
social, o que poderia significar períodos de dificuldade, ele acredita que esses
desafios possam ser superados se soubermos quais eles são e discutirmos suas
prováveis consequências e como superá-las.
Miailhe e Hodes, em “Making the AI revolution work for everyone”, de 2017
analisam essa questão a partir do conceito de creative destruction2. Para os autores
podemos ter, com o advento da Inteligência Artificial, duas situações:
a) Uma situação de creative destruction, onde a Inteligência Artificial trará
alterações da mesma natureza das que houveram antes (como a trazida
pelas máquinas a vapor) e que resultaram em maiores rendas médias e
geraram empregos antes inimagináveis para ocupar o lugar das funções que
foram automatizadas; ou
b) Uma situação de destructive creation, o que levaria ao desemprego em
massa e a perda de controle sobre o processo de tomada de decisão.
Os autores tem, entretanto, conclusões muito parecidas com as de Brynjolffson e
McAfee . Para eles as consequências da revolução que vem com o desenvolvimento
da Inteligência Artificial dependeraão da velocidade e da magnitude do
2
“Creative destruction (sometimes known as Schumpeter's gale) is a term in economics which has since the
1940s become most readily identified with the Austrian American economist Joseph Schumpeter. He derived it
from the work of Karl Marx and popularized it as a theory of economic innovation and the business cycle.
According to Schumpeter, creative destruction describes the ‘process of industrial mutation that incessantly
revolutionizes the economic structure from within, incessantly destroying the old one, incessantly creating a new
one’" (TÜLÜCE; YURTKUR, 2015, p. 721).
“Destruição criativa (ás vezes conhecido como o vendaval de Schumpeter) é um termo da economia que vêm
desde 1940 sendo rapidamente identificado com o ecomista Austro-americano Joseph Schumpeter. Ele derivou o
conceito do trablahode karl Marx e o popularizou como teroria da inovação econômica e dos ciclos de negócios.
De acordo com Schumpeter, a destruição criativa descreve ‘o processo de mutação industrial que revolucionaliza
incessantemente a estrutura econômica de dentro, incessantemente destruindo o antigo, encessantemente criando
o novo’”). (Tradução própria).
3
desenvolvimento e difusão dessas tecnologias. Vão, entretanto, além, ao atribuir aos
governos a responsabilidade de agir colaborativamente entre si e de investir mais
recursos para desenvolver um melhor entendimento da dinâmica desse processo,
dada a situação econômica de interdependência entre os países (MIAILHE; HODES,
2017).
Brian Arthur nos provoca nesse sentido em “The nature of technology” (2009) ao
pensar a relação entre as inovações tecnológicas e a economia. Para ele a
tecnologia cria a estrutura da economia e a economia media a criação de novas
tecnologias, ou seja, são interdependentes e, somente quando analisamos esse
processo com algum distanciamento é que conseguimos observar os processor
pelos quais a economia se formou e a relação que ela desenvolve com a tecnologia.
Transferindo a discussão para um ponto de vista mais prático, Daugherty e
Wilson (2018) afirmam haver um espaço de pesquisa e ação ainda pouco explorado,
que chamam de missing middle, (meio perdido), que é o espaço onde homens e
máquinas trabalham de forma colaborativa. Os autores afirmam que poucas
empresas estão trabalhando para preencher esse vazio. É exatamente nesse
espaço de ação que estarão as grandes inovações no mundo da administração de
empresas, e onde a pesquisa aqui proposta se insere.
Um dos principais pontos que entram nessa discussão não envolve questões
econômicas nem sociais, mas uma questão técnica fundamental. Trata-se de
entender como funciona a Inteligência Artificial e como ela se desenvolve. Dentro
disso nos deparamos com o paradoxo de Moravec , que diz que
(…) the discover by artificial intelligence and robotics researchers
that, contrary to traditional assumptions, high-level reasoning requires
very little computation, but low-level sensorymotor skill requires
enourmous computational resources3 (BRYNJOLFSON; MCFEE,
2014, s.p.).
Isso quer dizer que a Inteligência artificial tem extrema dificuldade de resolver
problemas simples que envolvam habilidades socio-motoras, onde o trabalho
humano ainda deve ser requerido independetemente do estágio de seu
desenvolvimento. O que se entende da observação desse fenômeno amplamente
estudado quando se pensa a evolução das tecnologias que usam inteligência
3
“(…) a descoberta pelos pesquisadores da Inteligência Artificial e da robotica de que, ao contrário das crenças
tradicionais, questionamentos de alto nível requerem muito pouca computação, mas habilidades sociomotoras de
baixo nível requerem enormes recursos computacionais”. (Tradução própria)
4
artificial é que homens e máquinas tem trabalhos distintos e se completam, com um
expandindo o poder de ação do outro, mas sem tomar seu lugar.
Voltemos então a questão central dessa proposta de trabalho: como será a
atuação do contador dentro do processo administrativo das empresas com a
implementação da Inteligência Artificial?
3. HIPÓTESE
5
4. OBJETIVOS
5. JUSTIFICATIVA
Em “Life is digital” Débora Lupton fala da, cada vez maior, interferência do
digital na experiência humana. Para a autora, chegou-se a um ponto – nos países
desenvolvidos – em que a ubiquidade e a penetração das tecnologias digitais na
vida cotidiana é tamanha que elas se tornaram invisíveis, impedindo que a
população esteja ciente da sua mediação em suas interações rotineiras.
Nos países subdesenvolvidos, como o Brasil, as interações também estão
mediadas pelo digital, embora em menor escala, e acontecem principalmente por
meio de serviços oferecidos por empresas multinacionais sediadas fora desses
países e que não respondem a seus governos.
6
Esse cenário faz com que precisemos repensar as relações entre o trabalho e
a tecnologia, levando em consideração a iminência da Revolução Tecnológica
trazida pelo desenvolvimento das tecnologias de informação, da robótica e da
Inteligência Artificial.
Miailhe e Hodes (2017) apresentam dados e tendências que podem apontar
caminhos para pensar os impactos que essas mudanças terão no futuro próximo. Os
autores apresentam no texto preocupação com os impactos políticos e sociais da
Revolução da IA. Para eles o aperfeiçoamento da tecnologia produzirá fortes
impactos políticos, sociais e econômicos alteradndo de forma irrevogável também o
mundo do trabalho.
O cenário desenhado pelos autores citados revelam a importância de estudar
os impactos da introdução da Inteligência Artificial nos modos de trabalho dos
contadores dentro das empresas neste momento em que estamos no meio de uma
revolução tecnológica que tem Inteligência Artificial, robótica e Big Data no cerne do
seu desenvolvimento. Somente assim podemos nos preparar para o futuro da
profissão, formando profissionais capazes de lidar com as novas ferramentas e
imaginando onde a utilização de Inteligência artificial pode ser benéfica para o
desenvolvimento das Ciências Contábeis.
O debate sobre a utilidade e alcance da Inteligência Artificial está aberto e as
Ciências Contábeis podem se beneficiar muito com a maior capacidade de análise
de dados que essa tecnologia pode oferecer, estando o contador em posição
estratégica para se aproveitar desse momento de mudanças para se colocar no
centro da administração moderna.
6. METODOLOGIA
7
cotidiana, incluindo a administração de empresas onde afetará também o trabalho
do profissional de Ciências Contábeis.
Partimos da questão geral e amplamente reconhecida de que a tecnologia
evolui a passos largos em nosso tempo e, dentro desse contexto, a Inteligência
Artificial como provável próxima tecnologia de propósito geral, também continuará
evoluindo e tomará cada vez maior espaço dentro da administraçao das empresas
alterando de modo definitivo o trabalho dos profissionais das Ciências Contábeis.
Para comprovar nossas hipóteses o que se propõe aqui é a realização de
uma pesquisa em duas partes. A primeira parte inclui pesquisa bibliográfica que
buscará comprovar as tendências aqui apresentadas pela análise de trabalhos
realizados por pesquisadores que estudam o desenvolvimento da Inteligência
Artificial e sua inserção na sociedade. Partindo então para a literatura específica
sobre a inserção da Inteligência Artificial no cotidiano das empresas, focando no
trabalho dentro do ramo da contabilidade.
A nossa abordagem nessa primeira parte do trabalho será descritiva,
começando da situação mais ampla – desenvolvimento e popularização do uso da
Inteligência Artificial como um todo – até a mais específica, buscando as
ferramentas utilizadas pelos contadores hoje que já utilizam Inteligência Artificial, e
para que caminhos esse uso presente da Inteligência Artificial na contabilidade
apontam.
As fontes de pesquisa aqui serão secundárias, ou seja, livros, artigos e
relatórios de pesquisas que abordam um tema, por meio dos quais se pretende
realizar uma revisão de literatura e posterior coleta de dados sobre a atuação do
profissional da contabilidade em meio aos avanços a Inteligência Artificial.
A segunda parte prevista para esse trabalho inclui fontes primárias de
pesquisa, ou seja, coleta de dados realizada pela própria pesquisadora por meio de
questionários pré-elaborados, enviados virtualmente para contadores que trabalham
para empresas específicas sobre a utilização das ferramentas proporcionadas pelo
desenvolvimento da Inteligência Artificial no seu dia-a-dia.
Para essa parte da pesquisa a pesquisadora pretende utilizar a sua rede de
contatos, e sua experiência como contadora de uma grande empresa no Brasil, para
selecionar os profissionais que serão entrevistados. A amostra deve se restringir a
8
empresas brasileiras, e o seu resultado demonstrará a situação atual da inserção
das tecnologias de Inteligência Artificial na área contábil no Brasil.
7. REFERÊNCIAS
BRYNJOLFSSON, E.; MCAFEE, A. The second Machine Age. New York: W.W.
Norton & Company, 2014.
DAUGHERTY, P.; WILSON, J. Human + Machine. Reimagining work in the age of
AI. Boston: Harvard Business Review Press, 2018.
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas, 1999.
LUPTON, D. Life is digital. In: LUPTON, D. Digital sociology. New York: Routledge,
2015.
MANYIKA, J. Technology, jobs and the future of work. McKinsey Global Institute,
2017. Disponível em: https://www.mckinsey.com/featured-insights/employment-and-
growth/technology-jobs-and-the-future-of-work#. Acesso em: 30 jul. 2020.
MIAILHE, N.; HODES, C. Making the AI revolution work for everyone. AI
Iniciative: The future Society, 2017.
TÜLÜCE, A. S.; YURTKUR, A. K. Term of Strategic Entrepreneurship and
Schumpeter's Creative Destruction Theory. Procedia - Social and Behavioral
Sciences, Volume 207, 2015, pp. 720-728.
9
BESSEN, J. Automation & Jobs: when technology boosts employment. Paper, BU,
2017. Disponível em: https://voxeu.org/article/automation-and-jobs-when-technology-
boosts-employment. Acesso em: 30 jul. 2020.
FRANCO, D. Contabilidade artificial: além da informação contábil. Revista
Catarinense da Ciência Contábil, v. 3, n. 7, 2004. Disponível em:
http://revista.crcsc.org.br/index.php/CRCSC/article/view/1009. Acesso em: 30 jul.
2020.
IUDÍCIBUS, S. É a contabilidade estratégica ou é o contador que deve assumir uma
postura estratégica? I Congresso Brasileiro de Gestão Estratégica de Custos.
São Leopoldo-RS, 1994. Disponível em:
https://anaiscbc.emnuvens.com.br/anais/article/download/3505/3505. Acesso em: 30
jul. 2020.
KITCHIN, R. Big Data, new epistemologies and paradigm shifts. SAGE Journals,
v.1, 2014. Disponível em:
https://journals.sagepub.com/doi/10.1177/2053951714528481. Acesso em: 20 jul.
2020.
LIMA, E.P. et alli. A contabilidade na Era Digital: prospecção tecnológica para uma
análise de tendências. Cadernos de Prospecção, v. 12, n. 5, 2019. Disponível em:
https://portalseer.ufba.br/index.php/nit/article/view/33062. Acesso em: 30 jul. 2020.
PEREIRA, E.; ARIMA, C.H.; KOBAYASHI, A.K. A integração do sistema de
contabilidade de custos aos sistemas de apoio à decisão e de informação executiva.
BASE – Revista de Administração e Contabilidade da Unisinos, v.1, n.1, 2004.
Disponível em: https://core.ac.uk/reader/228889190. Acesso em: 30 jul. 2020.
RICCIO, E. L. Uma contribuição ao estudo da contabilidade como sistema de
informação. Tese (Doutorado em Administração). Universidade de São Paulo, São
Paulo, 1989.
SOUZA, A. A.; SANGSTER, A. Aplicações de Sistemas Especialistas na
Contabilidade Gerencial. Contabilidade Vista & Revista, v. 9, n. 1, 2009. Disponível
em: https://revistas.face.ufmg.br/index.php/contabilidadevistaerevista/article/view/.
Acesso em: 30 jul. 2020.
SOUZA, M. C. O uso de inteligência artificial no ensino de contabilidade. 2014.
Dissertação (Mestrado em Controladoria e Contabilidade: Contabilidade) -
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade, Universidade de São
Paulo, São Paulo, 2014.
TRAJTEMBERG, M. AI as the next GPT: a political-economy perspective. NBER,
Working paper # 24245. Disponível em: https://www.nber.org/papers/w24245.
Acesso em: 20 ju. 2020.
WUERGES, A. F. E.; BORBA, J. A.. Redes neurais, lógica nebulosa e algoritmos
genéticos: aplicações e possibilidades em finanças e contabilidade. JISTEM
J.Inf.Syst. Technol. Manag, São Paulo , v. 7, n. 1, 2010 . Disponível em:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1807-
17752010000100008&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 30 jul. 2020.
10