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INTRODUÇÃO
O futuro nos seguros começa com o conhecimento que cada um de nós tem sobre os
mesmos.
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ENQUADRAMENTO GERAL DA
ACTIVIDADE SEGURADORA
MERCADO DE SEGUROS
A entrada em vigor do Decreto Executivo nº 7/03 de 24 de Janeiro, revoga todas as
disposições legais e orientações que o contrariem.
Seguradoras
A actividade de cada Seguradora fica sujeita ao regime de “Autorização” que a habilita
ao exercício da sua actividade.
Esta autorização é concedida pelo Estado Angolano.
Na prática, os Seguradores ficam sujeitos a uma supervisão, nomeadamente no que diz
respeito às suas margens de solvência e provisões técnicas.
Mediação de Seguros
A actividade de Mediação de Seguros pode ser exercida em regime de Prestação de
Serviços por pessoas singulares ou colectivas, estabelecidas no estado Angolano e que
reunião as condições estabelecidas pelos Decreto Executivo nº 7/2003.
Basta para tal, após comprovação de que o Mediador está devidamente habilitado a
exercer a actividade celebrar um contrato de prestação de serviços escrito com uma
Seguradora que rege as relações decorrentes da mediação entre as partes ,
nomeadamente os valores percentuais das comissões acordadas, os montantes
mínimos de carteira e demais direitos e obrigações entre as partes, sem prejuízo das
bases consagradas no decreto executivo nº 7/2003.
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ORGANIZAÇÃO INSTITUCIONAL DA
ACTIVIDADE SEGURADORA
ARSEG
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ASAN - Associação das Seguradoras de Angola
SEGURADORAS
- Sociedades Anónimas
- Agências de Seguradoras com sede fora do território Angolano, desde que
autorizadas.
- Seguradoras Públicas ou de Capitais Públicos
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Os Mediadores dividem-se em três categorias: Angariador de Seguros, Agente de
Seguros e Corretor de Seguros.
Angariador de Seguros
É o Mediador de seguros, pessoa singular, trabalhador de uma seguradora, autorizado,
o qual exerce as mesmas acções que o agente de seguros,
O Angariador de Seguros apenas pode exercer a sua actividade junta da seguradora
onde exerce a sua profissão de trabalhador de seguros, salvo em relação aos ramos que
aquela não explora.
Agente de Seguros
É o Mediador pessoa singular ou colectiva que exerce a actividade de Mediação do
Seguros em nome e por conta de uma ou mais Seguradoras, nos termos do ou dos
contratos que celebre com essas entidades.
Corretor de Seguros
É o Mediador que exerce a Actividade de Mediação de Seguros de forma independente
face ás Seguradoras, baseando a sua actividade numa análise imparcial de um número
suficiente de contratos de seguro disponíveis no mercado que lhe permita aconselhar o
cliente tendo em conta as suas necessidades específicas, prestar serviços de
consultadoria, realizar estudos ou emitir pareceres técnicos sobre seguros.
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BASES TÉCNICAS GERAIS
2º - O Seguro pode ser visto sob o conceito de contraprestação, ou seja, uma das partes,
o Tomador de Seguro, através de um pagamento (Prémio) torna-se credor de uma
prestação que a outra parte, Seguradora, terá de satisfazer se se verificarem as
condições estabelecidas no contrato.
3º - Também tem sido considerado sob o ponto de vista social, como associação de
massas para o apoio de interesses individuais.
É esta ainda a técnica utilizada pelas Seguradoras para a distribuição equitativa dos
riscos. Agrupam-se os riscos de vidas ou patrimónios semelhantes, aplicando-se-lhes
idênticos prémios.
Cobra-se dos Segurados o valor necessário para garantir os sinistros que se sabe,
estatisticamente, que vão ocorrer, em determinado espaço de tempo.
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4º - Pode ser ainda entendido como uma actividade económico-financeira, dado que
através de uma importância facilmente suportável (Prémio) são garantidos patrimónios
de valor elevado.
Na base da ideia de Seguro está a consciência que desde muito cedo o homem teve das
repercussões social e economicamente negativas despoletadas por certos eventos
desastrosos.
Prevenção
Umas vezes as acções exercem-se sobre as prováveis causas: por exemplo, colocando-
se em depósitos subterrâneos os produtos inflamáveis.
Outras vezes, as acções são dirigidas em função dos prováveis efeitos: como por
exemplo, quando se procede à instalação de um posto de primeiros socorros.
No entanto, e por mais eficazes que possam ser as medidas tomadas, há sempre uma
probabilidade residual de ocorrência de sinistros. É aqui que surge uma medida
também preventiva mas complementar - a transferência do risco para um Segurador.
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O Seguro deverá pois desempenhar uma função essencialmente residual,
compensando os sinistros que, mesmo após todo o esforço despendido na prevenção,
persistem em ocorrer.
Noção de Risco
Por um lado, para referir o objecto do seguro, uma casa, uma fábrica, um automóvel,
etc.
O prejuízo que pode ocorrer ao nível individual ou empresarial, traduz-se pela perda,
total ou parcial, de bens ou valores existentes, ou pela impossibilidade da obtenção de
futuros rendimentos ou sua redução.
Os prejuízos e no que se refere a pessoas, poderão implicar a limitação das capacidades
destas e, como caso limite, a própria morte.
Inerente à definição de Risco, podemos considerar quatro condições:
Possibilidade - Para que haja risco, o acontecimento tem de ter hipóteses de ocorrer.
Por exemplo, alguém que transita num sítio plano não está sujeito a sofrer as
consequências do desmoronamento de um talude. Este é um risco inexistente.
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Incerteza - O acontecimento terá de ser de ocorrência incerta ou em momento incerto,
não pode haver a certeza da sua manifestação ou consequências. Por exemplo, se
alguém que estando só e não sabendo nadar, se atira ao mar, não se pode dizer que
corra algum risco já que se trata da certeza de morrer.
O Preço do Risco
Um Risco segurável é um Risco avaliado, ou seja, deve permitir determinar o seu grau
de incerteza (probabilidade de ocorrência) e a dimensão de uma possível
indemnização.
Se tomarmos como exemplo a possibilidade de um acidente, acontece que não só é
incerta a sua ocorrência como se desconhece o eventual prejuízo que daí advirá.
No entanto, o negócio do seguro é uma actividade calculada, onde o Segurador procura
medir a sua capacidade de resposta aos riscos. Recorrendo aos métodos estatísticos
estuda o comportamento do risco no passado, (quantos acidentes? quanto se pagou?)
aferindo assim do preço (Prémio) a estabelecer para garantir a sua cobertura no
presente.
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Anti-Selecção
Ora, como os Prémios futuros teriam então tendência para aumentar, tal iria penalizar
todos, bons e maus clientes, pelo que os bons clientes poderiam perder o interesse em
manter o seguro.
É este mecanismo onde os maus riscos tendem a excluir os bons, desmutualizando o
seguro, que é conhecido por Anti-Selecção ou Selecção Adversa.
Reparemos que esta é uma situação que não ocorre nos seguros obrigatórios, também
ditos sociais, dado que aqui todos os riscos, bons e maus são, obrigatoriamente seguros.
Nos seguros facultativos, as Seguradoras têm diversas formas de controlar a Anti-
Selecção, quer através de um controle na aceitação de riscos utilizando questionários
clínicos, exames médicos, etc, (Selecção Médica) quer através da própria construção de
tarifas onde incluem riscos com aceitação condicionada ou com agravamento de
Prémio para situações específicas (Selecção Técnica).
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DEFINIÇÕES GERAIS
Passamos a abordar de um modo sucinto as definições gerais dos termos técnicos mais
utilizados em seguros e comuns aos Ramos Vida e Não Vida.
Acidente
É o acontecimento do qual normalmente resultam prejuízos para as pessoas ou coisas.
Poderá ser definido como o acontecimento súbito, fortuito, imprevisto e anormal,
devido à acção de uma causa exterior e estranho à vontade da Pessoa Segura.
Acta Adicional
É o documento comprobatório de qualquer alteração efectuada no contrato (Ex:
Alteração de capital, morada, beneficiário, etc).
Apólice
Apólice Aberta
Apólice de Seguro de Grupo de Ramos Pessoais em que o número de pessoas a segurar
não é conhecido à partida.
Inicia-se com o mínimo de adesões estabelecido, incluindo-se novas entradas e
excluindo-se as saídas, se as houver, continuando o contrato em vigor enquanto o
número de adesões justificar a sua existência.
Nesta Apólice, habitualmente, o valor dos Prémios (no todo ou em parte) fica a cargo
dos Segurados, tomando a designação de Seguro Contributivo.
Apólice Fechada
Apólice de Seguro de Grupo de Ramos Pessoais em que o número de pessoas a segurar,
respectivas idades e capitais são conhecidos à partida, procedendo-se a acertos no caso
do grupo se alterar.
Nesta Apólice, habitualmente, o valor dos Prémios fica a cargo do Tomador do Seguro,
tomando a designação de Seguro Não Contributivo.
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Apólices - Recibo / Apólice - Cupão / Talonário
Beneficiário
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Vejamos alguns exemplos:
A esposa, Maria Antónia Anjos Silva e na falta desta os filhos João Francisco e
Maria Cristina Anjos Silva em partes iguais.
Se os filhos tiverem o mesmo apelido bastará indicar o nome completo no último
deles.
O marido, António Silva (25%) , os filhos Maria Cristina e João Francisco Anjos
Silva (30 %, cada) e a mãe, Catarina Anjos (15 %) .
Como podemos observar o Tomador do Seguro poderá designar quem desejar
e nas percentagens que entender.
Ainda:
O cônjuge da Pessoa Segura à data de início do contrato;
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Na falta de designação de Beneficiários, o capital seguro será atribuído pela ordem
estabelecida
a) Cônjuge e descendentes;
b) Cônjuge e ascendentes;
c) Irmãos e seus descendentes;
d) Outros colaterais até ao quarto grau;
e) Estado.
Capital
Salvo se determinado por lei, cabe ao tomador indicar, no inicio, e durante a vigência
do contrato, o valor da coisa, direito ou património, para efeito da determinação do
capital seguro.
Cargas
São acréscimos ao Prémio Comercial e/ao Prémio Bruto. Alguns, aplicados ao Prémio
Comercial, constituem receita da Seguradora, relacionadas com a emissão do contrato,
tais como Fraccionamento, Apólice, Actas Adicionais e Certificados de Seguro; outros
são estabelecidos para pagamento de impostos ao Estado, como é o caso das cargas
fiscais e parafiscais.
Selo da Apólice
Diversas, conforme as Modalidades (entre 0 % e 0,03%)
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Certificado de Seguro.
Este documento nos Seguros de Grupo é entregue a cada uma das Pessoas Seguras e
comprova a sua inclusão no grupo.
Condições Especiais
Condições Gerais
Condições Particulares
Co-Seguro
Partilha do risco, por mais do que uma Seguradora, de entre os quais um é o líder, a
quem compete emitir a Apólice (uma única Apólice com as mesmas garantias, período
de duração e prémio global) onde deve figurar a parte percentual ou quota-parte do
capital assumido por cada um dos Seguradores.
Ao líder cabe-lhe ainda cobrar Prémios e regularizar Sinistros. Os sinistros podem ser
regularizados em seu próprio nome e em nome das restantes Seguradoras, ou poderá
cada um destes, proceder à liquidação da sua parte relativa ao sinistro.
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O Co-Seguro é admitido em todos os Ramos, relativamente a contratos que, pela sua
natureza e importância justifiquem a intervenção de várias Seguradoras.
Minuta
Documento onde são reduzidos a escrito os pontos essenciais acordados para o
funcionamento de determinado contrato. Legalmente equivale à Apólice.
Prazo
Período de tempo acordado para a vigência de um contrato. Existem contratos a prazo
longo e outros a prazo curto.
Prémio
É a contrapartida da(s) cobertura(s) acordada(s)
Assim temos,
Prémio Agravado
Prémio acrescido de aumento devido à existência de um risco cuja perigosidade é
superior à normal (Por ex: Prática de Desportos Perigosos em Acidentes Pessoais).
Prémio Comercial
Prémio que resulta do somatório do custo das coberturas do contrato (custo teórico)
com os custos de aquisição, gestão, comissionamento e margem de segurança.
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Prémio Total
Também designado simplesmente por Prémio. É o Prémio e seus Adicionais acrescido
das cargas fiscais e parafiscais e que corresponde ao preço a pagar pelo Tomador do
Seguro.
Proponente
Entidade que propõe o contrato. Se o risco for aceite, passará a designar-se Tomador
do Seguro.
Proposta
Sob o ponto de vista legal, cabe ao Tomador do Seguro e à Pessoa Segura (se o contrato
admitir esta figura), o correcto preenchimento da proposta, devendo ser assinada por
estes.
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Segurado
Seguradora
Instituição Financeira que tem por objecto exclusivo o exercício da actividade de seguro
directo e/ou resseguro.
Seguros Individuais
Seguros de Combinações
Também conhecidos como seguros combinados, ou de multirriscos, em Não Vida. São
seguros em que num único contrato se agrupam diversos Ramos, Modalidades ou
Coberturas.
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Seguros Obrigatórios
Seguros de Danos
Seguros de Pessoas
Seguros de Responsabilidade
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Sinistro
Sobreprémio
Custo suplementar, devido ao alargamento de uma cobertura (Por ex. nos Seguros
Multi-Riscos, a inclusão da Cobertura de Riscos Eléctricos).
Taxa
Factor em percentagem (%) ou permilagem (%o ) que se multiplica pelo Capital para
obter o Prémio.
Taxa Agravada
Taxa acrescida quando o risco coberto pela Apólice adquire uma perigosidade superior
à normal, por factos alheios ou não à vontade do Tomador do Seguro.
Tomador do Seguro
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Usufrutuário
Aquele que possui o usufruto sobre uma coisa ou um direito de outrém, sem, todavia
poder afectar a substância do objecto seguro.
Vencimento do Contrato
O contrato pode apresentar uma duração muito variável, podendo ir de alguns dias ou
meses (Seguro Temporário) a um ano (Seguro Anual), ou por vários anos. Os seguros
anuais, habitualmente, envolvem renovação do contrato por igual período (Seguro por
um ano e seguintes)
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CONTRATO DE SEGURO
Negócio pelo qual uma entidade – SEGURADORA – assume, perante outra – TOMADOR
DO SEGURO – mediante uma contrapartida – PRÉMIO – o risco de um determinado
evento futuro e incerto – SINISTRO – efectuando, caso ele ocorra, a favor de
determinada pessoa – BENEFICIÁRIO OU SEGURADO – a prestação ou prestações
acordadas.
Natureza Jurídica
Aleatório
Porque contempla a possibilidade de um evento futuro e incerto estando a sua
realização dependente do acaso.
Bilateral
Porque envolve duas partes: a que transfere o risco - Tomador do Seguro - e a que
aceita dar-lhe cobertura, - a Seguradora.
De Adesão
Porque o Tomador do Seguro adere às condições elaboradas pela Seguradora , não
sendo estas, regra geral, livremente negociadas.
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Formal
Porque por lei é exigível a redução do contrato a escrito, devendo a proposta ser
assinada pelo Tomador. Se este não souber escrever ou estiver impossibilitado de
assinar, deverá ser assinado a rogo.
Oneroso
Porque as vantagens adquiridas têm a sua contrapartida no pagamento de um Prémio,
mesmo que nunca ocorra qualquer sinistro.
Sinalagmático
Porque implica obrigações recíprocas: o pagamento do Prémio por parte do Tomador
do Seguro e o pagamento do Sinistro, por parte da Seguradora.
Natureza Comercial
Causado
Porque nele existe a necessidade de existir um facto que desencadeie o seu
funcionamento.
Continuado
Porque a natureza das obrigações expressas no contrato implica que o mesmo se
prolongue no tempo. A validade do contrato só termina regra geral, com o pedido
expresso de alguma das partes.
De Boa-Fé
Porque assenta no pressuposto de que as partes envolvidas actuam de acordo com
princípios de lealdade e correcção, nomeadamente no que se refere à descrição
correcta das características do risco, sem omissões ou incorrecções voluntárias, sendo
esperado que, por outro lado, as indemnizações sejam correctamente liquidadas, em
caso de sinistro.
Específico
Porque diz respeito a acontecimentos, coisas e pessoas identificadas ou expressas no
contrato.
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Indemnizatório
Porque se destina exclusivamente à reparação de um dano, não sendo lucrativo para o
Tomador do Seguro. Esta característica abrange apenas os contratos dos Ramos
Patrimoniais.
Pessoal
Porque os elementos pessoais são fundamentais e condicionantes no contrato.
Condicionam a aceitação, a forma de pagamento, a nulidade, a anulabilidade, etc.
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Formas de intervenção no Contrato de
Seguro
Alteração
O Tomador do Seguro deve comunicar á Seguradora todas as circunstâncias que
diminuam ou agravem o risco, sempre que estas variações impliquem diferente
formulação do contrato.
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Resolução (com justa causa): O contrato de seguro pode ser resolvido por qualquer das
partes a todo o tempo, havendo justa causa.
O Contrato de Seguro cessa os seus efeitos às 24 horas do próprio dia ( por exemplo
data da alienação do veículo).
Nulidade
O contrato considera-se ferido de nulidade desde a sua celebração se ocorrerem
circunstâncias que o invalidem. É como se este nunca tivesse existido.
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Estorno do Prémio por Cessação Antecipada
Suspensão
Transmissão
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REGIME JURIDICO DO CONTRATO DE SEGURO
Exames Médicos
1- Quando haja lugar à realização de exames médicos, A Seguradora deve entregar ao
candidato, antes da realização dos referidos exames:
3 - O resultado dos exames médicos deve ser comunicado, quando solicitado, à Pessoa
Segura ou a quem esta expressamente indique.
4 – A comunicação a que se refere o número anterior deve ser feita por um médico,
salvo se as circunstâncias forem já do conhecimento da Pessoa Segura ou se o médico
puder supor, à luz da experiência comum, que a pessoa segura já as conhecia.
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6 – O Segurador não pode recusar-se a fornecer à Pessoa Segura todas as informações
de que disponha sobre a sua saúde, devendo, quando instado, disponibilizar tal
informação por meios adequados do ponto de vista ético e humano.
Celebração do Contrato
Seguros de Grupo
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O Contrato de Seguro poderá prever que a obrigação de informar as Pessoas Seguras
seja assumida pelo Segurador.
Nos Seguros de Grupo o Segurador deve facultar, a pedido dos Segurados, todas as
informações necessárias para a efectiva compreensão do contrato.
O pagamento do Prémio impende sobre o Tomador do Seguro, salvo quando tenha sido
acordado que o Segurado pague directamente o Prémio ao Segurador.
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Tarifa
Conjunto de Tabelas de Taxas e/ou de Prémios, bem assim como disposições referentes
a determinado Ramo ou a Modalidade de Seguro.
Princípios Tarifários
A construção das Tarifas Não Uniformes deve atender à experiência obtida pelo
Segurador na exploração do Ramo em causa, devendo ser acompanhada de uma
adequada fundamentação estatística.
Há no entanto alguns critérios genéricos que devem ser levados em conta. São eles:
Adequação
Os valores das Taxas/ Prémios têm de ser adequados ao interesse das Seguradoras e
dos Tomadores dos Seguros.
Equidade
Designa a igualdade na correspondência entre riscos e Prémios. Aos mesmos riscos
devem corresponder Taxas iguais, a riscos desiguais, Taxas diferentes.
Este princípio estabelece, por exemplo, que uma fábrica deverá ter uma taxa diferente
daquela que é aplicada a uma habitação.
Estabilidade
A Tarifa deverá permanecer em vigor durante um período de tempo suficientemente
alargado, de modo que os dados estatísticos confirmem ou invalidem as Taxas ou
Disposições.
Flexibilidade
A Tarifa deve ser construída de forma a admitir alguma variabilidade da Taxa para casos
previamente definidos.
Dinamismo
A Tarifa deve ser periodicamente revista de forma a poder adaptar-se ao mercado,
devendo reflectir igualmente a evolução da sinistralidade.
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Acção Preventiva
A Tarifa deve incluir disposições que possam incentivar uma acção preventiva por parte
do Tomador.
Isto poderá ser conseguido, por exemplo, através da adopção de franquias, de
descontos pela adopção de medidas de prevenção, de bónus por ausência de
sinistralidade, etc.
As Tarifas são compostas por duas partes: uma dispositiva, com definições,
regulamentos e preceitos e uma outra formada por Tabelas de Prémios.
Âmbito do Contrato;
Início do Seguro;
Riscos Cobertos;
Alterações;
Transferências;
Anulações e Estornos;
Seguros Temporários;
Alterações da Cobertura;
Exclusões;
Prémios Mínimos;
Agravamentos;
Descontos;
Etc.
A segunda parte, compreende as Tabelas de Taxas ou Prémios.
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No que se refere a estes Ramos ou Modalidades, a ARSEG pode impor Apólices
Uniformes, com um Clausulado único ou cláusulas de cumprimento obrigatório por
parte de todos os Seguradores.
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GARANTIAS FINANCEIRAS
Margens de Solvência e Provisões Técnicas
Esta actividade complexa deve ser orientada por medidas de gestão cautelares e
precisas, dado que a estabilidade económica das Seguradoras constitui requisito
fundamental para poder fazer face a obrigações futuras.
A Gestão dos Ramos Vida e Não Vida têm de ser separadas (a fim de apurar lucros e
prejuízos). Poderá haver transferência da Margem de Solvência de um Ramo para outro
(com autorização do ISS e desde que as garantias financeiras sejam respeitadas).
Provisões Técnicas
O Segurador tem de demonstrar, em qualquer altura, que possui meios para satisfazer
os compromissos emergentes dos riscos assumidos, devendo, para o efeito, constituir
um tipo de Reservas, denominadas Provisões Técnicas. Estão previstos os seguintes
tipos de Provisões Técnicas1:
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Os activos devem ser aplicados de forma a garantir a segurança, o rendimento e a
liquidez necessárias, assegurando ainda uma diversificação e dispersão prudentes.
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OS SEGUROS DE BENS E PATRIMÓNIO /
RESPONSABILIDADE CIVIL
Por uma extensão da ideia de protecção do património, as formas mais recentes destes
seguros passaram a cobrir igualmente as perdas pecuniárias (ex.: Seguro de Cauções,
Perdas de Exploração, etc.). São seguros que apresentam como característica comum o
facto de serem seguros indemnizatórios.
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Ramos de Seguros
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IV. Seguros de combinações entre os diversos tipos (I+II+III).
1. Seguros de vida:
a) em caso de vida:
- reforma;
- capitalização.
b) em caso de morte;
c) outros;
a) em caso de acidente:
- acidentes de trabalho;
- acidentes pessoais;
- prestações convencionadas;
- prestações indemnizatórias;
- combinação de ambas;
- pessoas transportadas.
b) em caso de doença:
- prestações convencionadas;
- prestações indemnizatórias;
- combinação de ambas.
c) viagens;
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II. Seguros referentes a bens e património:
1. Seguros de coisas:
- seguro de incêndio;
- incêndio e elementos da natureza;
- riscos simples;
- riscos múltiplos;
- cristais;
- seguro de roubo;
- seguro de cataclismos naturais;
- seguro de riscos políticos;
-seguro de construções e montagens;
- seguro de informática e leasing;
- combinação dos riscos precedentes.
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- cultivo de solos;
- pecuária;
- silvicultura.
a) Seguro de crédito:
- interno;
- externo;
- insolvência geral;
- crédito à exportação;
- crédito hipotecário;
- crédito agrícola;
- vendas a prestações.
b) Seguro de caução:
- Caução directa;
- Caução indirecta.
- Instrutores auto;
- Mediadores;
- Caçadores;
- Outros.
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3. Seguros de responsabilidade civil-produtos:
- Exploração (fabrico);
- Vendas;
- Outros.
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DEFINIÇÕES ESPECÍFICAS
Nos Seguros de Danos – Quando um mesmo risco relativo ao mesmo interesse e por
idêntico período esteja seguro por vários seguradores, o tomador do seguro ou o
segurado deve informar, dessa circunstância o segurador, logo que tome conhecimento
da sua verificação, bem como aquando da participação do sinistro. A omissão
fraudulenta da informação referida no parágrafo anterior exonera o segurador da
respectiva prestação. O sinistro verificado no âmbito dos seguros de danos é
indemnizado de acordo com o princípio da antiguidade do contrato.
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Nos Seguros de Pessoas – Salvo convenção em contrário, as prestações de valor
predeterminado são cumuláveis com outras da mesma natureza ou com prestações de
natureza indemnizatória, ainda que dependentes da verificação de um mesmo evento.
Credor Hipotecário
Entidade que surge como “Beneficiária” nos casos em que o Seguro é feito para
caucionamento de uma dívida (hipoteca).
Prejuízo que, não sendo susceptível de avaliação pecuniária, deve, no entanto, ser
compensado através do cumprimento de uma obrigação pecuniária (Ex. Dor Física,
Prejuízo Estético, Direito à Vida, Dano Moral, etc.).
Dano Patrimonial
Estorno
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Franquia
Tipos de Franquias
Classificação Franquias
Quanto à Contratação Obrigatórias
Facultativas
Quanto à Dedução Fixas
Variáveis
Quanto ao Funcionamento Absolutas
Relativas
Quanto à Aplicação Em:
Numerário
Tempo
Incapacidade
Quanto à Contratação:
Quanto à Dedução
Fixas - Quando o seu valor é constante independentemente do montante do sinistro ou
capital seguro.
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Variáveis - Quando o seu valor resulta da aplicação de uma percentagem, a aplicar ao
montante dos danos ou ao do capital em risco.
Quanto ao Funcionamento:
Absolutas - Quando são sempre dedutíveis, seja qual for o montante de indemnização
ou período indemnizável.
Quanto à Aplicação:
Em Numerário - Quando o que deduz são valores monetários, função dos capitais
seguros ou dos prejuízos.
Prémio Fraccionado
Nos Ramos Não Vida as Cargas de Fraccionamento usualmente aplicáveis são de 2%,
4% e 6%, conforme o pagamento do Prémio seja respectivamente, semestral, trimestral
e mensal.
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Prémio Único
Prémio cobrado de uma só vez (aplicado, por exemplo, nos Seguros Temporários).
Situação que, nos seguros de bens, surge na sequência de um sinistro parcial, em que a
importância paga como indemnização é abatida ao capital seguro.
O capital seguro fica reduzido até à próxima data de vencimento do contrato, altura em
que é reposto automaticamente contra o pagamento do prémio da anuidade. Pode
também ser reposto mediante o pagamento de um prémio suplementar - Ver Reposição
de Capital.
Regra Proporcional
Valor Seguro
Indemnização = Prejuízo
Valor Real
Exemplo:
Aplicando a Fórmula:
$ 4.000,00
Indemnização = $ 3.000,00
$ 6.000,00
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Reposição de Capital
Responsabilidade Civil
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A culpa é pois a atribuição a alguém de um facto ilícito, estabelecendo-se entre
facto ilícito e o sujeito um nexo de imputação.
São situações que, nalguns casos, são abrangidas pelos Seguros Obrigatórios, tais como:
- Responsabilidade Civil Automóvel
- Acidentes de Trabalho
Sub-Rogação
Não Aplicável:
Contra o Segurado se este responde pelo terceiro responsável;
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Usufruto
Valor de Aquisição
Valor de Reconstrução
Deverá também tomar em conta o valor proporcional das partes comuns, bem como
todos os elementos incorporados pelo proprietário, à excepção do valor dos terrenos.
Valor de Substituição
Valor Venal
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