Você está na página 1de 34

Escola Técnica Vale dos Carajás.........................................................................................

Higiene e Profilaxia

Higiene e Profilaxia
Escola Técnica Vale dos Carajás.........................................................................................Higiene e Profilaxia

FICHA DO ALUNO

Nome:
Endereço:
Bairro: Fone:
Cidade: Estado:
Email:
Curso: Turma:

APRESENTAÇÃO

Caro(a) aluno(a),

Você está recebendo um material inovador e atualizado, elaborado com carinho e propósito de
fornecer subsídios que o auxilie a completar seus estudos. Todo material didático fornecido possui
conteúdos importantes e necessários para o seu curso, permitindo que você desenvolva competências que
o conduzam a:

 ser capaz de continuar aprendendo;


 preparar-se para o mercado de trabalho;
 desenvolver o senso crítico e estético;
 inferir a teoria a partir da prática.

Abra, leia, aproveite e vença todos os obstáculos, pois o sucesso vai depender de seu esforço pessoal,
logo:

 Você precisa ler todo material de ensino;


 Você deve realizar todas as atividades propostas;
 Você precisa organiza-se e ter disciplina para estudar.

Nesse contexto, Goethe recomenda: “Qualquer coisa que você possa fazer ou sonhar, você pode
começar. A coragem contém em si mesma o poder, o gênio e a magia.”

Bom estudo e sucesso!

Equipe da Escola Técnica Vale dos Carajás.


Escola Técnica Vale dos Carajás.........................................................................................Higiene e Profilaxia

Mensagem ao Aluno!
Ser Estudante

Se quiseres ser um verdadeiro estudante,

não aprenda só o superficial,

pois o difícil pode se tornar barreira vencida.

Para aquele cujo momento chegou agora, nunca é tarde demais!

Aprender o ABC não basta, mas aprenda-o.

Procura na escola o que deseja para tua vida,

pois ela te recolherá, orientará, dirigirá.

Confia nos teus mestres: eles não te decepcionarão.

Se não tens teto, cobre-te de saber,

de vontade, de garra.

Se tens frio, se tens fome,

agarra-te ao livro: ele é uma boa arma para lutar.

Se te faltar coragem,

não tenha vergonha de pedir ajuda.

Certamente haverá alguém para te estender a mão.

Sê leal, fraterno, amigo, forte!

Nunca te deixes ser fraco, desleal, covarde.

Pois tu, jovem estudante,

tens que assumir o comando do teu país.

Respeita para ser respeitado.

Valoriza para ser valorizado.

Espalha amor para seres amado.

Não tenhas medo de fazer perguntas:

toda a resposta terá sentido.

Não te deixes influenciar por pensamentos alheios ou palavras bonitas.

Tenha a sua própria linguagem (aperfeiçoa-te).

Quando te deparares com a injustiça, a impunidade, a corrupção,

a falta de limites, o abuso de poder,

pensa na existência de tudo o que o cerca.

Busca o teu ideal e lembra: um valor não se impõe, se constrói.


Escola Técnica Vale dos Carajás.........................................................................................Higiene e Profilaxia
Escola Técnica Vale dos Carajás Técnico em Enfermagem
Higiene e Profilaxia

ÍNDICE

PRECEITO BÁSICO ........................................................................................................................................................ 3


HOSPEDEIRO................................................................................................................................................................. 3
Vacinação ........................................................................................................................................................... 3
AFECÇÕES DAS M ÃOS E DAS UNHAS .......................................................................................................................... 5
MEDIDAS DE HIGIENE E PREVENÇÃO ............................................................................................................. 8
8. HIGIENE PRÉ-NATAL....................................................................................................................................... 19
10. HIGIENE DA PRIMEIRA INFÂNCIA ............................................................................................................ 20
12. HIGIENE DO TRABALHO .............................................................................................................................. 22
15. O QUE É O CÂNCER? ...................................................................................................................................... 24
16. DICAS PARA SE PROTEGER DO CÂNCER ................................................................................................ 24
17. TÉCNICA PARA REALIZAR O AUTO-EXAME DE MAMAS: ................................................................. 25
18. MAMOGRAFIA ................................................................................................................................................. 26
19. CÂNCER DE PULMÃO .................................................................................................................................... 27
20. QUESTIONÁRIO ............................................................................................................................................... 30
21. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................................................. 31

2
Escola Técnica Vale dos Carajás Técnico em Enfermagem
Higiene e Profilaxia

1. INTRODUÇÃO

Higiene:(Saúde) é um conjunto de conhecimentos e técnicas para evitar doenças infecciosas


usando desinfecção, esterilização e outros métodos de limpeza com o objetivo de conservar e
fortificar a saúde. De origem grega que significa hygeinos, ou o que é saudável. É derivada da
deusa grega da saúde, limpeza e sanitariedade, Hígia.

Preceito básico

Consiste na prática do uso constante de elementos ou atos que causem benefícios para os
seres humanos. Em seu sentido mais comum, podemos dizer que significa limpeza
acompanhada do asseio. Mais amplo, compreende de todos os hábitos e condutas que nos
auxiliem a prevenir doenças e a manter a saúde e o nosso bem-estar, inclusive o coletivo.

Com o aumento dos padrões de higiene e estudos socio-epidemiológicos têm demonstrado


que as medidas de maior impacto na promoção da saúde de uma população estão
relacionadas à melhoria dos padrões de higiene e nutrição da mesma.

Muitas das doenças infecto-contagiosas existentes que são encontradas, em locais


inadequados decorrentes dos baixos padrões de higiene, por vezes relacionados com o baixo
padrão cultural e social local, atualmente, são de certa forma contidas com a implementação de
padrões de higiene, através da conscientização da população e instrução de novas
metodologias que ensinam como a sociedade deve comportar-se nesses momentos em
relação à sua Higiene.

Profilaxia: (Prevenção contra as doenças) na área da saúde, profilaxia, do grego prophýlaxis


(cautela), é a aplicação de meios tendentes a evitar as doenças ou a sua propagação.
Uma doença tem um ou mais agentes causadores. Estes necessitam de alguma maneira
interagir com o organismo para gerar a doença. Toda e qualquer medida que procure impedir
esta interação pode ser chamada de medida profilática.

Hospedeiro

O hospedeiro da doença é o homem. Medidas que visem a tornar o organismo mais resistente
a agressão dos patógenos, também são exemplos de medidas profiláticas de doenças.

Vacinação

Varíola
Doença erradicada por vacinação profilática.

Um exemplo desta situação é a utilização de vacinas.

• O sistema imune humano reconhece alguns elementos externos e desencadeia uma


reação defesa contra eles. Isto é estudado pela imunologia. No primeiro contato com
um destes elementos, uma série de reações orgânicas ocorrem em seqüência,
demorando em geral alguns dias, até a eliminação ou neutralização do agente agressor.

3
Escola Técnica Vale dos Carajás Técnico em Enfermagem
Higiene e Profilaxia

Num eventual segundo contato, o tempo de resposta é muito diminuido, sendo as vezes
de horas.
o Doenças como o Sarampo e a Varicela ocorrem apenas uma vez na vida do
indivíduo, já que esta resposta imunológica se mantem por tempo indeterminado.
o Outras doenças, como uma infecção urinária por certas bactérias, ou a malária,
não desencadeiam uma resposta definitiva, podendo se repetir várias vezes na
vida do indivíduo.
o Em outras doenças ocorre uma resposta prolongada, mas não definitiva. Difteria
e tétano, são exemplos de doenças deste grupo.
• Quando o organismo é artificalmente exposto a uma patógeno enfraquecido ou morto,
ou ainda a partes do patógeno morto, com a finalidade de preparar o organismo para o
contato futuro com o agente agressor selvagem, tem-se a vacinação. Só são passíveis
de vacinação as doenças que desencadeiam resposta imune prolongada ou definitiva.
o Uma doença que não mais existe graças a vacinação, embora seu vírus ainda
exista, é a varíola.
o Uma doença que diminui drasticamente foi a Poliomielite, graças a uma
campanha de vacinação contínua em praticamente todos os países do mundo.

2. HIGIENE DAS MÃOS


As mãos devem ser lavadas com água e sabão, empregando-se escova para escovar as
unhas. A cutícula não deve ser cortada, mas afastada.
Nas pregas cutâneas e ungueais e debaixo das unhas abrigam-se germes, ovos de
parasitas intestinais, fonte de contaminação, quando mal cuidadas.
As unhas devem ser cortadas e lixadas, não roídas. Este mau hábito leva contaminação à
boca, causam aspecto desagradável e má aparência às unhas.
O esmalte, embora possua vantagens a estética, é perfeitamente dispensável. Seu uso
implica em cuidados especiais, necessitando ser removido com acetona, quando gasto ou
quebrado, sob o qual também se abrigam germes.

Cada pessoa deve ter sua toalha de Mão individual, pois uma série de doenças são
transmitidas pelas mãos, pelos olhos, pela boca, e podem permanecer até 24 horas nas
toalhas usadas.
Ao lavarmos as mãos utilizando água da torneira, devemos tomar os seguintes cuidados:
 Abrir a torneira;
 Lavar as mãos e ensaboar a torneira;
 Lavar as mãos com sabonete ou sabão;
 Enxaguar a rosca da torneira;
 Fechar a torneira.

Se não usarmos essa técnica e abrirmos a torneira com a mão suja, ela ficará contaminada
pela sujeira das mãos.
As bacias são contra indicadas, pois a água não se renova; porém, se não houver
possibilidade do uso de água corrente, devemos usar a seguinte técnica:
 Colocar água na bacia limpa;
 Ensaboar as mãos;
 Trocar a água;
 Ensaboar mais uma vez as mãos;

4
Escola Técnica Vale dos Carajás Técnico em Enfermagem
Higiene e Profilaxia

 Trocar a água;
 Enxaguar as mãos.

Devemos lavar as mãos:


 Antes de cada refeição;
 Ao sair do sanitário;
 Cada vez que a sujamos;
 Antes e após prestarmos cuidados a uma pessoa doente;
 Ao chegarmos em casa;
 Sempre que mexermos em alimentos.

Afecções das Mãos e das Unhas

Paroníquia (unheiro) – infecção comum, latejante e dolorosa, provocada por germes ou


monília. Instala-se entre os tecidos moles e a unha, na região dorsal da ponta dos dedos.
A melhor forma de prevenção é a higiene correta das mãos e unhas. Quando ocorrer a
inflamação, procede-se à drenagem do pus, aplicações quentes e úmidas.
Geralmente a cura só se dá pela administração de antibiótico específico.
Se a infecção é devida à monília, o resultado é obtido com a “Anfotericina B” (antifúngico).

Abscessos (Acumulo de pus) – infecções das pontas dos dedos e mãos provocadas por
ferimentos com agulhas e instrumentos cortantes. Podem surgir abscessos nas calosidades
das mãos.
Os abscessos tornam-se perigosos nas pessoas portadores de diabetes, dada a
dificuldade no controle da infecção.
Tratamento – drenagem, higiene correta das mãos e antibioticoterapia.

5
Escola Técnica Vale dos Carajás Técnico em Enfermagem
Higiene e Profilaxia

Panarício – infecção grave da ponta dos dedos com tendência a progredir, podendo
comprometer até o osso.
Agente causador – estreptococo.
Inicialmente há sensação de ‘picadas de agulha’ durante vários dias. Surge depois dor
latejante intensa, a ponto de impedir o sono. O edema pode danificar a circulação, instalando-
se a necrose que evolui, não raro para a invasão óssea.
Tratamento – drenagem, higiene das mãos e uso de antibióticos.
Profilaxia – higiene das mãos. Evitar traumatismos com agulhas e outros materiais pérfuro-
cortantes.

Tinha das unhas (onicomicose) – infecção micótica crônica das unhas das mãos ou pés.
Em geral é causada por ‘tricófitos’, como ‘cândida albincans’. Em geral está associada com
infecções micóticas de longa duração: as unhas tornam-se grossas e fracas, facilmente
quebradiças e opacas.
Com o tempo, fragmentos se acumulam sob a borda livre da unha; por fim, a placa ungueal
separa-se. A unha pode ser destruída.
Tratamento – os mesmos cuidados anteriormente citados. Antibióticos específicos,
micostáticos ou fungicidas: Nistatina, Micostatin, Griseofulvin (uso tópico e por voa oral).

3. HIGIENE DA PELE
O banho diário é importante por que:
- Limpa a pele;
- Permite que a pele respire livremente;
- Remove o suor da pele;
- Remove gordura, poeira e germes da pele;
- Proporciona sensação de bem estar;
- Confere aspecto agradável;
- Ajuda a evitar doenças da pele.
O revestimento cutâneo é provido de glândulas sudoríparas e sebáceas que eliminam produtos
de desassimilação do organismo: sais, ácidos, proteínas, gorduras e água (É o suor).
Forma-se uma camada protetora, “verniz” que favorece e aumenta a resistência da pele.
Ao suor aderem células de descamação, poeiras, germes e parasitas.
Ocorre a fermentação, originando maus odores, pruridos e sensação de desconforto.
Para que se processe adequada higiene da pele é necessário o banho diário de aspersão ou
imersão. Os banhos constituem-se em excelentes processos de limpeza corporal e estímulo
das funções orgânicas.

(A) Banhos de chuveiro – difundidos quase universalmente, são a melhor opção para a
higiene corporal e estímulo das funções orgânicas. São mais econômicos, exigindo entre 10 a

6
Escola Técnica Vale dos Carajás Técnico em Enfermagem
Higiene e Profilaxia

20 litros de água, quando em banheiras, nos banhos de imersão gastam-se até 200 litros,
com grande dispêndio de energia elétrica e gasto de tempo.

Devem ser tomados mornos, de preferência.

Sugestão de chuveiro para lugares onde não há canalização de água.

(B) Banhos de imersão – indicados para bebês e crianças pequenas ou doentes, bem
como para abaixar a temperatura em caso de febre. Empregam-se também banhos
terapêuticos no tratamento de doenças da pele; adicionam-se substancias
medicamentosas à água.
No combate ao estresse, fadiga e depressão há quem indique a “talassoterapia” –
imersão do corpo em água misturada a sais marinhos, iodo e algumas algas.
A “underwassermassage” – imersão em água tépida acompanhada de jatos fortes
de água que massageiam o corpo ajuda a combater a flacidez, celulite e gorduras.
São excelentes condicionadores físicos e meios terapêuticos, em muitos casos de
problemas articulares, musculares e respiratórios, a hidromassagem e natação.
“Se por longos nove meses nosso habitat foi a bolsa de água (líquido aminoótico)
da barriga da mamãe, nada mais naturas e gostoso que a água seja, sempre cada vez
mais, uma poderosa fonte de prazer, saúde e beleza”.

Classificação dos Banhos segundo a temperatura da água

Banhos frios: Atuam estimulando a circulação, respiração, sistema nervoso e muscular. São
indicados quando há necessidade de remover calor do corpo. Úteis no verão em climas
quentes. Devem ser rápidos tomados em cerca de 5 minutos. Para algumas pessoas contra-
indicados á hora de dormir, por serem estimulantes, dificultam o sono.
Não são indicados para higiene, eles não favorecem a dilatação dos poros cutâneos.

Banhos mornos: Ótimos para a higiene corporal diária. Possuem ação sedativa e repousante.
Indicados à hora de dormir. Úteis às pessoas nervosas, doentes e após o trabalho. Os banhos
mornos podem ser demorados.
Após as refeições devem ser rápidos, sem fricção.
Nos casos de febre, os banhos mornos são altamente benéficos. No início emprega-se água à
temperatura da pele e depois frios, não demorados.

7
Escola Técnica Vale dos Carajás Técnico em Enfermagem
Higiene e Profilaxia

Banhos quentes: Ressecam a pele, aceleram o pulso, aumentam a temperatura corporal,


diminuem a pressão arterial; chegam a provocar sonolência, prostração, até vertigens e
congestão. São contra-indicados principalmente no inverno.

Higiene feminina: No período menstrual e puerpério a mulher necessita, tanto para sua
higiene, como bem estar físico, mais atenção relativamente aos banhos. Não há contra-
indicação. Os banhos auxiliam as nutrizes na prevenção da mastite e flacidez das mamas.
O hábito da higiene adequada dos órgãos genitais desde a infância previne doenças, como
câncer genital, infecções, vulvovaginites na menina, corrimentos e pruridos.
Evitem-se duchas vaginais. Elas têm indicação especifica, devendo seguir prescrição médica.
Desodorantes e talcos são os mais prejudiciais que úteis.
Em pessoas idosas com irritação da pele, insistir na higiene adequada, empregando-se sabões
neutros de preferência. Fazer uso de roupas íntimas à base de algodão ou malha. Os tecidos
sintéticos causam irritação e não raro, alergias. A troca diária, lavagem com água e sabão,
muito bem enxaguado e secado ao sol ou ar é regra fundamental na higiene do vestuário que
deve acompanhar a higiene da pele.
No menino, a limpeza da glande, expondo-o pelo afastamento do prepúcio, previne infecções e,
reduz a fimose quando presente. Ela regride normalmente até o terceiro ano de vida. Esse
cuidado deve ser orientado por profissional competente, pois o ato de afastar o prepúcio,
origina fissuras que cicatrizam, prejudicando sua elasticidade, tornando o tecido fibroso. Em
certos casos, faz-se necessária a correção cirúrgica.

Sabão e sabonetes: Para que a limpeza da pele se processe adequadamente, necessitam-se


fazer uso de sabões ou sabonetes. Por sua natureza química alcalina, o sabão neutraliza os
ácidos, dissolve e impulsiona as gorduras e, auxiliado pela ação mecânica do ato de lavar,
elimina a sujidade.
Alguns sabões têm propriedades germicidas contra afecções cutâneas: infecções, escabiose
ou sarna, micose cutânea.

Medidas de higiene e prevenção


 A prevenção através da correta higiene das partes íntimas é muito importante para
a mulher;
 No banho, procure usar sabonete neutro na região genital, evitando atrito
excessivo, que pode provocar irritação ou lesões;
 Evite o contato direto das unhas com os tecidos vaginais;
 Evite o acúmulo de secreções entre os grandes e pequenos lábios vaginais;
 Use sempre papel higiênico macio para retirar secreções vulvares acumuladas
entre os lábios;
 Faça a limpeza sempre no sentido da vulva para o ânus. Nunca no sentido
contrário;
 Evite o uso de roupas justas ou de material sintético;
 O uso de chamados desodorantes íntimos é desaconselhável;
 Dê preferência a dormir sem calcinhas;
 Fique atenta a eventuais aumentos da secreção que flui através da vagina;
 Aos primeiros sinais de corrimento ou coceira, procure seu ginecologista para uma
consulta.

Afecções da Pele

8
Escola Técnica Vale dos Carajás Técnico em Enfermagem
Higiene e Profilaxia

A pele está sujeita a doenças, dentre elas destacamos:

a) Dermatite de contato ou Eczema

Reação inflamatória da pele, pelo contato com uma substância do meio externo –
sensibilizadores alérgicos, agentes químicos usados na vida diária, tanto no lar como no
trabalho (desinfetantes, tintas, medicamentos).

b) Dermatite Seborréica

Doença inflamatória crônica da pele. Aparecem zonas descamadas e leve eritema em


determinadas regiões do corpo.
Quando a dermatite se instala no couro cabeludo, a descamação se acompanha de prurido.
Ela tem predisposição genética. São também responsáveis o estado nutricional, infecções, o
estresse e hábitos higiênicos incorretos.

c) Escabiose (Sarna)

Doença cutânea pruriginosa, causada por um parasita animal, “sarcoptes scabiei”.


Caracteriza-se por escoriações da pele acompanhadas de muita coceira nas regiões do corpo
onde a pele fica mais fina: espaços interdigitais. É comum estender-se ao longo do corpo,
axilas, cintura, nádegas, mamas, virilha, e entre os dedos dos pés.

9
Escola Técnica Vale dos Carajás Técnico em Enfermagem
Higiene e Profilaxia

É a fêmea do parasita que perfura a pele e no fundo dos túneis deposita seus ovos. Daí o
prurido que provoca ulcerações lineares nos pontos parasitados.
O contágio é direto e a propagação rápida. Atinge pessoas em todas as idades, inclusive
crianças.

Tratamento e Controle da Escabiose

Adotam-se medidas higiênicas da pele e das roupas. A aplicação de antiparasitários à base de


enxofre e benzoato de benzila têm demonstrado eficácia (acarsan, tetmosol, benzoato de
benzila), durante duas semanas seguidas, com aplicações diárias à noite após o banho.
O vestuário e roupas de cama devem ser trocados diariamente, lavadas com água bem quente,
fervê-las, de preferência ou colocá-las ensaboadas ao sol. Enxaguá-las muito bem, secá-las ao
sol ou ar e passar ferro quente antes do uso.

d) Impetigo

Infecção superficial da pele causada por estreptococos, estafilococos ou ambos.


A infecção difunde-se facilmente por contágio direto. Ocorre mais frequentemente em bebês
devido à fragilidade da pele.
O impetigo surge na ocorrência de traumatismo, como o simples roçar da pele, machucaduras
com as próprias fraldas e outras peças mal colocadas ou apertadas no corpo, arranhões.
Causas Predisponentes: anemia, diabetes, má nutrição, higiene precária.
Partes mais atingida: face, mãos, axilas, pescoço, outras regiões do corpo.
Manifestam-se por lesões cutâneas características, acompanhadas por febre, mal estar, perda
do apetite, gânglios intumescidos e doloridos, choro na criança.
Há risco de complicações, como glomerunefrite, infecções ósseas e hepáticas.
Prevenção: observância de normas higiênicas e alimentação correta.

10
Escola Técnica Vale dos Carajás Técnico em Enfermagem
Higiene e Profilaxia

e) Vitiligo
Afecção da pele caracterizada por manchas claras (não pigmentadas) cercadas de zonas mais
escuras que a pele normal. Essas manchas são de formas arredondadas, ovalada ou de
contorno irregular.
Aparecem no dorso das mãos, pescoço e órgãos genitais.

4. HIGIENE DO COURO CABELUDO


Cabelos sadios e limpos conferem boa aparência e sensação de bem estar à pessoa!

Em certas civilizações e aparência do cabelo é indicativo de nível cultural, econômico e


social. Tal a importância dada aos cuidados com os cabelos.
Aos três meses de idade, na vida intra-uterina do bebê manifesta-se o aparecimento dos
cabelos. A quantidade varia com a raça e o diâmetro. Possuímos em média 100.000 fios de
cabelo. Constituem-se de células vivas implantadas no folículo piloso. A raiz possui base
dilatada, o bulbo. Já a haste e o talo são formados por células mortas, queratinizadas (fig. 1, 2
e 3).

11
Escola Técnica Vale dos Carajás Técnico em Enfermagem
Higiene e Profilaxia

Quimicamente o cabelo é constituído de QUERATINA (proteína) e MELANINA (pigmentos).


Estes residem a nível da camada germinativa.

Propriedades Físicas do Cabelo

 Solidez – o cabelo é muito resistente, sendo necessários 50 a 100g de peso para rompê-lo,
quando forte;
 Elasticidade – quando seco seu comprimento se reduz em 30%. Cabelos molhados
aumentam em 100%;
 Eletricidade – isolante quando seco. Ele perde a eletrização com a umidade e gordura.

Biótipos Capilares

 Cabelos normais – regularmente lubrificados, apresentam-se macios e brilhantes;


 Cabelos secos – apresentam-se porosos, quebradiços, frágeis. São ásperos, sem brilhos,
desidratados. As pontas se rompem e o cabelo parte;
 Cabelos oleosos e seborréia – aspecto untuoso, aglomerado em mechas e não se conserva
penteado. Há excesso de produção sebácea.

Cuidados Higiênicos

Conferem limpeza, remoção de poeira e sujeiras, boa aparência e brilho


aos cabelos. Estimulam a circulação do couro cabeludo, aumentando
sua vitalidade.
Para tanto se observam os cuidados que seguem:

 Pentear os cabelos diariamente e vigorosamente. Preferir pentes


largos e de preferência os de madeira. Pentes finos, escovas de
nylon prejudicam o cabelo, arrancando-o e quebrando-o. Arrancam e
quebram o cabelo.
Pentes são objetos de uso individual para evitar a
transmissão de pediculose, caspa, seborréia, etc. guardá-
los sempre limpos
 Lavar a cabeça uma vez por semana quando os cabelos são normais.
Cabelos oleosos exigem maior freqüência, duas a três vezes por semana ou
mesmo em dias alternados.

Secá-los ao sol ou ar, portanto, sempre que possível lavar a cabeça durante o dia. A
secagem é demorada. A umidade dos cabelos propicia o desenvolvimento de fungos que dão
origem à caspa. Reduzir ao mínimo a secagem do cabelo com secadores elétricos.
Águas mornas e frias são ideais para a higiene correta da cabeça.
Massagear o couro cabeludo com a ponta dos dedos, sem arranhar, o couro
cabeludo ativa a circulação e suaviza a pele.
 Alimentação correta é fator preponderante à saúde do organismo em geral e dos cabelos
em particular;
 Tinturas à base de chumbo são perigosos à saúde.

Sabões e Shampoos

Preferir sabões neutros, nem muito fortes, nem muito alcalinos para não irritar o couro
cabeludo.
A composição dos shampoos inclui vitaminas, óleos e extratos vegetais, glicerina, lanolina,
vaselina, daí suas vantagens:
 Limpam suavemente, exalam perfume agradável e suave;
 Removem poeiras, caspa com um grau de espumação fácil de ser retirada;

12
Escola Técnica Vale dos Carajás Técnico em Enfermagem
Higiene e Profilaxia

 Limitam a proliferação de germes, eliminam o prurido por sua ação


descongestionante;
 Oferecem suavidade, brilho e maleabilidade aos cabelos. São benéficos à pele.
Corte dos cabelos – aconselha-se o corte de três em três semanas. O corte repetido
confere boa aparência, principalmente nas meninas e adolescentes em geral, nesta fase de
crescimento.
A moda e os critérios pessoais, os tipos de trabalho norteiam o tipo de corte: curtos,
longos...
Cabelos curtos e bem cuidados distingue o profissional de enfermagem e harmoniza-se
com seu uniforme.
Doenças do couro cabeludo e dos cabelos:

a) Caspa ou ‘tinha do couro cabeludo’ – causada por um fungo denominado


“Pytitosporum Ovale”. É um parasita inofensivo que vive em nossa pele. O
problema manifesta-se na ocorrência da proliferação do fungo. Ocorre inflamação
da raiz do cabelo com presença de pruridos ou coceira e descamação do couro
cabeludo. A quantidade e tamanho das películas variam com a intensidade do
processo.
A caspa é considerada pela maioria dos dermatologistas, uma forma de “dermatite
seborréica” e muitas vezes exigem tratamento especializado.
Há dois tipos de caspa: a seca e a oleosa.

 Caspa seca ou simples – pequenas escamas finas e brancas que se depositam


sobre os ombros;

 Caspa oleosa – as escamas aderem ao couro cabeludo, aos cabelos e vão se


soltando, acompanhadas de muito prurido.

b) Queda dos cabelos – é devido à calvície ou alopecia:

 Calvície – é comum nos homens, mesmo jovens, rara nas mulheres. Resulta da
atrofia do bulbo piloso. O cabelo morre e cai.
Fatores hereditários, seborréia, esgotamento, alcoolismo, sífilis são os maiores
responsáveis pela calvície. Hábitos higiênicos incorretos, a falta de asseio também
facilita o processo;

 Alopecia – é a perda total dos cabelos. Além dos cabelos caem os pêlos do corpo.
É comum em determinados tratamentos à base de quimioterápicos antineoplásicos,
como na leucemia. Cessado o tratamento os cabelos voltam a crescer.

c) Pediculose – causada por parasitas hematófagos “pedículus capitis”. Instalam-se


nos cabelos, raramente na barba, pêlos e sobrancelhas.
Os piolhos são de cor acinzentada. As fêmeas põem ovos (lêndeas) bem próximos
ao couro cabeludo. Forma-se um casulo aderente preso aos fios de cabelo. Não
confundir as lêndeas com a caspa seca.

 Sintomas – coceira produzida pela picada do inseto. Seguem-se as lesões do


couro cabeludo por causa do constante coçar. O piolho propaga-se rapidamente
em virtude da alta produção de lêndeas. É comum entre escolares e grupos
comunitários onde as pessoas vivem próximas e com higiene deficitária, asilados,
prisioneiros, deficientes visuais, etc.

13
Escola Técnica Vale dos Carajás Técnico em Enfermagem
Higiene e Profilaxia

Combate a Pediculose:

1) Preparar uma solução antiparasitária: Tetmosol ou


Acarsan;
2) Dividir o cabelo em partes, friccionar o couro
cabeludo com algodão, pano ou toalha, prendendo-
o bem;
3) Lavar a cabeça pela manhã, se a solução tiver sido
aplicada à noite ou 2 a 3 horas após, se a
aplicação foi feita durante o dia;
4) Remover as lêndeas:

• Preparar uma solução de ácido acético a 5% ou vinagre e sal e aquecer;


• Passar ao longo do cabelo algodão embebido na solução, desprendendo a cápsula
gelatinosa da lêndea;
• Completar a remoção das lêndeas com pente fino.

5. HIGIENE DAS FOSSAS NASAIS


A limpeza das fossas nasais é feita pela remoção das secreções que se tornam
abundantes em presença de coriza ou gripe e poeiras. As crianças e pessoas incapazes de
cuidar de si próprios devem ser auxiliadas no cuidado com as fossas nasais propiciando a
respiração e olfação normais.
Assoar o nariz, usar cotonetes. Aspirar água morna cautelosamente, operando uma ducha
nasal, em presença da inalação de poeiras ou substancias agressivas. Não arrancar os pêlos.
Eles são protetores da mucosa nasal.

Afecções da mucosa nasal

 Infecções (furúnculos, herpes);


 Hemorragias por traumatismos, pressão arterial elevada, corpos estranhos;
 Pólipos, vegetações adenóides, desvio de septo.
Tudo o que dificulta ou impede a passagem livre do ar pelas fossas nasais obriga a pessoa
a respirar pela boca. Isso provoca sensação de desconforto e ressecamento da mucosa bucal.

6. HIGIENE DOS OUVIDOS


Todo processo que dificultar ou interromper a passagem do som no ouvido externo ou
médio determina uma “surdez de transmissão”.
O excesso de cerúmen pode diminuir a audição ou
O órgão da audição nos permite ouvir
provocar zumbidos e traumatismos. e estabelecer o equilíbrio com o meio
ambiente.
Método para Remover o Cerúmen

Empregar água morna ou alcalinizada por bicarbonato de


sódio para lavagem de ouvido por profissional habilitado.
Limpar com cotonete embebido em álcool, superficialmente,
evitando ferir o tímpano.
Não empregar grampos ou palitos para limpar o ouvido.
Há quem empregue o cerúmen em gotas duas ou três aplicações à noite, antes de se
proceder à lavagem do ouvido.

Corpos Estranhos

14
Escola Técnica Vale dos Carajás Técnico em Enfermagem
Higiene e Profilaxia

Quando houver penetração de grãos de cereais, insetos, outros, não tentar removê-los.
Procurar assistência médica.
Se o corpo estranho for insetos, instilar uma gota de azeite a fim de impedir cefaléia,
tonturas, náuseas pelos movimentos do mesmo.

Dor de Ouvido (otalgia)

Na criança a dor de ouvido ocorre nos resfriados ou gripe forte.


Quando está com febre, chora muito, meneando a cabeça para os lados, esfregando a
orelha, está com dor de ouvido. Observar se a orelha está avermelhada e se há pus no ouvido.
Pode também ocorrer diarréia ao mesmo tempo.

Cuidados e Tratamento

☺ Aplicar calor seco para aliviar a dor. O calor seco pode ser obtido com aplicação de
bolsa com água morna ou panos quentes, aquecidos com ferro de passar roupa ou
sobre a chapa do fogão;
☺ Procurar em seguida a assistência médica;
☺ Não colocar nada no ouvido;
☺ Colocar bolinha de algodão para não deixar penetrar água durante o banho;
☺ Limpar delicadamente o ouvido para não machucá-lo;
☺ Dar chás doces e suaves, que são calmantes e hidratam a criança.
No adulto também podem ocorrer dores de ouvido, surdez, traumatismos e penetração de
corpos estranhos e insetos.
Adotem-se os cuidados e medidas indicadas anteriormente.

O Problema na Audição

A perda auditiva reduz os estímulos sonoros ao cérebro, podendo causar retardo na


aprendizagem da criança se não dor detectada a tempo.

Como o Professor da Escola Pode Ajudar na Identificação do Problema?

São condutas ou reações esperadas de uma criança de audição normal:

Entender rapidamente as instruções recebidas sem solicitar que essas sejam


repetidas com muita freqüência;
Reagir prontamente ao som provocado por um objeto, conseguindo localizar com
precisão a procedência deste;
Compreender as ordens verbais sem dificuldade mesmo em ambientes ruidosos;
Conseguir compreender o que a professora está falando mesmo que de costas
para ela;
Falar com uma intensidade de voz adequada ao ambiente que a circunda, ou seja,
não falar mais alto ou mais baixo que a maioria das crianças;
Manter-se tranqüila mesmo quando o ambiente é ruidoso ou quando as demais
crianças falam alto, ou seja, não ter reações de tampar os ouvidos como se isso a
irritasse, ou solicitar aos outros que falem mais baixo ou façam menos barulho,
porque ao contrário do que pode parecer o ouvido lesado pode apresentar maior
sensibilidade aos sons altos do que um ouvido normal;
Pronunciar com clareza palavras que tenham sons sibilantes, como sapato, cinco,
etc;
Não confundir palavras semelhantes que se diferenciem pelas consoantes surdas
ou sonoras, como por exemplo: pato e bato, tia e dia, cola e gola, faca e vaca, zelo
e selo, queijo e queixo;
Falar com uma voz clara sem nasalizações;

15
Escola Técnica Vale dos Carajás Técnico em Enfermagem
Higiene e Profilaxia

É evidente que uma observação criteriosa dessas reações auxilia muito na identificação de
crianças que potencialmente possam apresentar perdas auditivas, porém é necessário
salientar que muitas perdas não podem ser detectadas dessa forma.
O correto seria que todas as crianças na fase pré-escolar tivessem a sua audição testada
através de técnicas de triagem auditiva realizada por fonoaudiólogos utilizando equipamentos
audiólogos apropriados.
O objetivo dessa triagem seria inicialmente o de identificar os escolares com alterações
auditivas passíveis ou não de interferir no processo de aprendizagem e encaminhá-los para um
diagnostico audiológico e otológico completo.
No Brasil, infelizmente, apesar dos vários trabalhos de pesquisa na área, não existem
ainda programas oficiais de avaliação auditiva que envolva desde a prevenção, detecção até o
diagnostico e orientação de crianças portadoras de distúrbios de audição e fala.

Poucas são as escolas particulares que orientam os pais de pré-escola para que
submetam seus filhos a uma “audiometria”, um teste simples e indolor que utiliza sons puros
emitidos pelo audiômetro a intensidades e freqüências variáveis e que tem por finalidade medir
a capacidade ou sensibilidade auditiva.
Com certeza, medidas eficazes como essas, se adotadas, poderiam amenizar muitas das
dificuldades de aprendizagem decorrentes dos distúrbios de audição.

7. HIGIENE DOS PÉS

Os pés sustentam nosso corpo durante a maior parte do dia.


A transpiração nos pés é abundante (4ª parte da transpiração do corpo). A grande
quantidade de glândulas sudoríparas e da significativa atividade muscular durante a
movimentação justificam a acentuada transpiração cutânea.

Medidas Higiênicas

⌦ Lavar os pés na hora do banho. Nos intervalos do trabalho, a imersão dos pés em
água morna proporciona higiene e alívio do cansaço dos pés. Lavar e enxugar bem
os espaços interdigitais.
⌦ Andar a pé fortalece, pela massagem, os músculos e articulações;
⌦ Expor os pés ao sol e proporcionar-lhes arejamento;
⌦ Caminhar descalço sobre o piso, areia, grama, etc. na criança esses hábitos
previnem deformidades;
⌦ Unhas – apará-las horizontalmente (retas) para que não se encravem;
⌦ Problemas circulatórios – preveni-los com banhos quentes e mornos alternados dos
pés;
⌦ Ginástica dos dedos ativa a circulação e alivia os pés;
⌦ Trocar com freqüência o calçado. Não usar o mesmo durante o dia inteiro. Lavá-lo
uma vez por semana, enxaguá-lo e enxugar. Colocá-lo ao sol ou ar para secar e
ventilar.
Sapatos úmidos provocam desconforto, maus odores e propiciam o
desenvolvimento de germes e fungos causadores da micose ou frieiras.
⌦ Meias – dar preferência às de fios naturais (algodão), pois absorvem melhor a
umidade. Lavá-las diariamente e calçá-las secas. Elas protegem os pés prevenindo
a calosidade, bolhas e traumatismos;

16
Escola Técnica Vale dos Carajás Técnico em Enfermagem
Higiene e Profilaxia

⌦ Calçado – sapato anatômico é aquele que se adapta aos pés, quanto à idade,
forma e tipo de atividade que o indivíduo desempenha. Para crianças, protetores e
macios.
Sapatos de frente muito estreitos (bico fino) são perigosos. Se a direção dos
artelhos é modificada pelo contorno do sapato, este contribui para as deformações.
O pé tende a assumir a forma triangular em que o grande artelho encavala ou inclina
demais os dedos.

Fig.1 – posição anatômica do pé – tipos de calçados que favorecem e prejudicam os


pés

O solado deve permitir a movimentação normal do pé. Quando ele é muito duro, o
tornozelo fica sobrecarregado, imobilizado. Os joelhos e quadris passam a desempenhar o
trabalho. Surgem dores musculares, articulares, cansaço dos membros inferiores e plantas dos
pés.
Um salto muito alto significa o deslocamento de esforço para a parte dianteira do pé. Desta
forma suporta um peso excessivamente elevado porque está mal distribuído. O pé deforma-se:
tende a se espalhar e perder a elasticidade. As pontas dos dedos tornam-se sensíveis,
formam-se calos duros e dolorosos. Os maléolos dilatam-se, e instala-se a artrose (fig.2).
Não raro evidenciam-se sinais de hiperlordose.

Fig. 2 – Artrose de Artelhos Fig.3 –Pé chato ou triangular

17
Escola Técnica Vale dos Carajás Técnico em Enfermagem
Higiene e Profilaxia

Micose | Pé-de-atleta | Frieiras | ‘Tinea Pedis’

É a infecção micótica mais comum. Localiza-se entre os artelhos. O epitélio superficial


macerado tende a descamar. Há prurido moderados e intensos, fissuras ou ‘rachaduras’
cruentas, com freqüência vesículas (bolhas), mau odor.
Dentre as causas da micose, a umidade dos pés e o uso prolongado de sapatos fechados
são as principais. A umidade e o aquecimento propiciam o desenvolvimento do fungo.

Cuidados e Tratamento

Manter os pés e espaços interdigitais limpos, arejados e secos;


Colocar algodão ou papel absorvente entre os dedos para absorver a umidade
(especialmente à noite);
Usar calçados abertos ou porosos para arejar os pés e facilitar a evaporação da umidade;
Usar talco 2 vezes ao dia para manter os pés secos;
As pessoas que freqüentam clubes ou piscinas usem tamancos;
Quem tem diabetes necessita de maiores cuidados e orientação precisa para prevenir-se
contra os problemas do ‘pé-diabético’;

Uso Prolongado de Sapatos


Com os pés no passo certo é mais saúde para os pés...

Lave diariamente os pés com sabonete neutro e água morna. Sinta a temperatura da água
com o cotovelo do braço, para verificar se não está quente demais, evitando queimaduras.
No caso de haver dificuldade de sentir a temperatura da água, peça para alguém fazê-lo.
Procure lavar os espaços entre os dedos e lembre-se de enxaguá-los bem, massageando-
os, examinando-os e secando-os minuciosamente;
Ao fazer o exame diário dos pés, utilize um espelho. Peça também a alguém da família ou a
um amigo para auxiliar;
Verifique a cor, temperatura e sinais de pressão nos pés;
Passe um creme hidratante, à base de lanolina, nas pernas e nos pés após enxaguá-los.
Nunca aplique o creme entre os dedos;
Corte as unhas sempre em ângulo reto e não em curva, lixando-as adequadamente. Se
tiver dificuldades procure um especialista;
Nunca retire ou corte os calos nem use calicidas. Procure os serviços em diabetes da
equipe de saúde para removê-los;
Nunca utilize esparadrapos, fitas adesivas e produtos similares na pele dos pés e das
pernas. Não use bolsas de água quente;
Nunca ande descalço nem mesmo dentro de casa. Proteja sempre os pés;
As meias devem ser folgadas, de preferência de algodão e sem costuras nas pontas. As
meias devem ser bem lavadas, enxaguadas, enxutas e trocadas diariamente;
Os sapatos merecem atenção especial. Use sempre calçados confortáveis. Antes de
comprá-los, verifique o tamanho de seus pés. Você pode fazer a forma do pé cortando um

18
Escola Técnica Vale dos Carajás Técnico em Enfermagem
Higiene e Profilaxia

molde em uma folha de papel. Compre-os de preferência no período da tarde, pois é


quando os pés ficam mais inchados;
Consulte um especialista caso você precise de sapatos especiais;
Examine seus sapatos antes de calçá-los. A presença de objetos estranhos pode ferir os
pés;
Mova todos os dedos dentro dos sapatos para verificar se estão confortáveis;
Mulheres diabéticas não devem usar sapatos de salto alto.

8. HIGIENE PRÉ-NATAL

É a higiene antes do nascimento da criança, que cuida da mãe e do produto da concepção


durante os nove meses de vida intra-uterina.
As unidades higiênicas podem ser divididas em duas partes: as que devem ser tomadas
desde o inicio da gestação e as que deverão ser tomadas antes do parto.
É importante considerar antes de mais nada a alimentação, porque deve satisfazer a mãe
e ainda o feto.
A alimentação deve ser abundante, rica em vitaminas e cálcio à base de leite, legumes,
frutas, carnes, etc.
O calendário de consulta pré-natal deve ser programado em função do período de
gestação da primeira consulta; dos momentos mais adequados para a coleta de dados clínicos,
dos períodos nos quais se necessita intensificar a vigilância; a e dos recursos disponíveis nos
serviços de saúde.
É importante que, pelo menos 2 consultas sejam realizadas pelo médico, uma no início do
pré-natal e outra entre a 29ª e 32ª semana de gestação, desde que não haja fatores de risco
detectados.
A primeira consulta pré-natal (que não precisa ser necessariamente realizada por um
médico) é precedida por história clínica, com atenção especial para os antecedentes
obstétricos, exame físico, detalhado e solicitado de exames laboratoriais de rotina.
Em geral, são os seguintes os exames laboratoriais de rotina pré-natal:
 Tipagem sanguínea: fator Rh, quando não realizado anteriormente;
 Sorologia para sífilis (VDRL);
 Urina tipo I (proteinúria, piúria, hematúria, cillodrúria, outros elementos);
 Hemoglobina;
 HIV.

Outros exames complementares podem ser solicitados em casos específicos, segundo


indicação clínica:
 Colpocitologia onótica (Papanicolau ou ‘preventino’);
 Hemograma;
 Coombs indireto (compatibilidade sanguínea);
 Cultura de urina com antibiograma;
 Exame parasitológico de fezes;
 Exames bacteriológicos a fresco do conteúdo vaginal;
 Teste de tolerância à glicose – de preferência entre a 24ª e 28ª semanas.
Para o exame físico detalhado é importante ausculta do BCF, determinação de P.A.,
exame das mamas (para identificação precoce de fatores que possam interferir ou mesmo
invadir o aleitamento materno) educação individual, respondendo às dúvidas, preconceito e
inquietudes da gestante.
Ocorrem grandes transformações morfológicas sobre o organismo materno durante a
gravidez, um verdadeiro estado de reajustamento ou adaptação, de acordo com suas aflições

19
Escola Técnica Vale dos Carajás Técnico em Enfermagem
Higiene e Profilaxia

fisiológicas: gradativa hipertrofia do útero e das mamas, distensão das paredes abdominais,
pausa da menstruação, aumento do peso e do metabolismo construtivo e energético.
O parto não é nada patológico, é um simples fenômeno natural, porém apresenta seu risco
e exige, para que seja natural, que os dois organismos estejam em perfeitas condições.
Qualquer perturbação de saúde deve receber o máximo de cuidados.

9. PUERICULTURA

Conjunto de técnicas e medidas preventivas dedicadas à preservação e promoção da


saúde da criança desde a gestação, até a puberdade, a fim de alcançar o máximo de
desenvolvimento com excelente constituição física e boas condições psicológicas.
Um dos mais eficientes indicadores do estado de saúde de uma população é de
mortalidade infantil que, para melhor ser analisado, dividi-se em dois grupos:
1. Mortalidade neonatal – compreende os óbitos até 28ª dia de idade;
2. Mortalidade infantil tardia – óbito do 28ª dia de idade.
Os óbitos no período neonatal devem-se às causas chamadas pré-natais e neonatais, com
infecções adquiridas durante o período de gravidez (sífilis, toxoplasmose, etc), más formações
congênitas, doenças hemolíticas do recém-nascido e às lesões atribuídas a traumas de parto e
asfixia. É claro que a assistência deficiente no pré-natal e no parto são os responsáveis pela
mortalidade neonatal, razão pela qual os especialistas insistem na importância de um trabalho
conjunto visando a uma assistência abrangente, ou seja, assistência materno-infantil, de forma
racional e qualitativa.
A mortalidade infantil tardia só será reduzida mediante uma assistência médica de bom
nível. As estatísticas mostram que um grande número de óbitos neste grupo etário deve-se às
doenças infecciosas respiratórias as que se destacam, à falta de higiene refletindo, a falta de
instrução de seu povo e seu baixo nível sócio-econômico, como também à não observância de
medidas preventivas, como a vacinação nos indivíduos suscetíveis às doenças, e ainda, à
ausência da prática do isolamento dos enfermos com doenças infecciosas.
Quando uma criança morre de difteria, localiza-se apenas a causa direta ou imediata da morte
e negligenciam-se as causas que determinam a moléstia. Não foi o agente causador
(microorganismo) que determinou o óbito da criança, ele foi apenas o elemento desencadeador
que revelou como era precário o equilíbrio mantido pela saúde, em meio as condições as mais
diversas.

10. HIGIENE DA PRIMEIRA INFÂNCIA

A puericultura é o marco referencial para o exercício da Medicina Preventiva, tendo por


objetivo a saúde da criança.
A higiene da primeira infância compreende desde o final da época neonatal, ou seja, desde
o primeiro mês de vida até aos dois anos de idade, sendo que toda ação é dirigida com
eficiência para a esfera preventiva.
A higiene infantil engloba o conjunto de cuidados e medidas de natureza sanitária que, em
consonância com outras, econômico-sociais, visam a proteger a vida e saúde da criança nos
seus dois primeiros anos de vida. Com estas e outras providências entrosadas entre si,
ampara-se a criança no período mais crítico de sua existência, dão-se rigidez, vigor e
resistência ao seu organismo, impulsiona-se o desenvolvimento integrado e harmônico. E
também com o combate a causas nocivas que a cercam, restringem-se afinal a morbidade e a
mortalidade infantil.
É importante frisar que, no Brasil, em cada 1.000 crianças nascidas vivas, 87 morrem
antes de completar o 1º ano de vida.

20
Escola Técnica Vale dos Carajás Técnico em Enfermagem
Higiene e Profilaxia

As infecções respiratórias agudas, as doenças diarréicas, a desnutrição e as doenças


imunopreveníveis são responsáveis por grande parte dos óbitos em crianças de 0 a 5 anos.
Sem falar dos quadros mórbidos que acarretam seqüelas importantes e comprometedoras do
pleno desenvolvimento e crescimento sadio dessas crianças (como as seqüelas da poliomielite,
da desnutrição, etc).
Podemos sistematizar três grandes perigos que ameaça a vida dos infantis:
1) Congênitos – ligados à vida intra-uterina (sífilis, rubéola, etc);
2) Infecções agudas ou crônicas – locais ou genitais (infecções respiratórias, diarréias
de origem infecciosa, etc);
3) Alimentar – ligado de perto e agindo sinergicamente com as infecções (distúrbios
digestivos agudos ou crônicos, subnutrição, desnutrição, etc).

11. HIGIENE DO PRÉ-ESCOLAR


Segunda infância, a clássica pré-escolar, compreende o espaço de tempo entre os dois
anos, início da idade escolar, quando começa o seu verdadeiro desenvolvimento psíquico e da
vida de produção.
As características mais acentuadas deste período são:
☺ Um rápido aumento de atividades físicas;
☺ Acentuada evolução nas funções motoras;
☺ Crescimento progressivo;
☺ Excelente capacidade de aprendizado.
Nestes anos ou neste período, o caráter psicológico e social, da criança vai sendo definido.
No que diz respeito à capacidade de aprendizado da criança, este aspecto está muito
ligado à presença constante e aos ensinamentos da mãe. Todavia, é importante ressaltar que a
protetora não beneficia a criança, contribui com hábitos viciosos que só prejudicam a criança.
Os jogos e exercícios estimulam o desenvolvimento psíquico e social da criança e
contribuem em todos os aspectos educativos e formadores.
As atividades esportivas devem ser orientadas e supervisionadas a fim de evitar excessos
não os prejudiquem.
Quanto à alimentação, deve ser completa, variada e equilibrada. A mastigação deve ser
realizada progressivamente.
É importante educar a criança quanto aos hábitos de higiene dos dentes a partir dos três
anos de idade.
A assistência médica preventiva exige nesta fase um controle periódico de consulta de
pelo menos duas vezes ao ano, a fim de acompanhar o desenvolvimento ponderal, estrutura,
psiquismo e linguagem, incluindo as imunizações, assistência odontológica e
otorrinolaringologia.
Para o desenvolvimento psicomotor a partir dos três anos é importante o uso de triciclo ou
bicicleta.
Aos quatros anos, a criança já desenvolve atividades compatíveis com sua idade, como:

☺ Sabe identificar a numeração;


☺ Distingue o sexo;
☺ Contesta o que não lhe agrada;
☺ Controla o esfíncter;
☺ Sabe lavar as mãos;
☺ Alimenta-se sem auxílio.
Aos cinco anos, distingue as cores, reconhece objetos, fixa a sua atenção sobre o
nascimento.
Na fase pré-escolar a criança tolera a separação da mãe e sabe controlar os impulsos.
O jardim de infância significa um marco para as mudanças positivas no mundo infantil.

21
Escola Técnica Vale dos Carajás Técnico em Enfermagem
Higiene e Profilaxia

12. HIGIENE DO TRABALHO

Riscos de Trabalho – cabe à Higiene no Trabalho o estudo do problema, examinando as


condições do meio, a natureza do trabalho e a adequação do trabalhador ao mesmo, e
determinando as medidas necessárias para evitar os chamados riscos de trabalho, entre os
quais podem ser destacados:
a) As deformações profissionais – que afetam especialmente o esqueleto, o sistema
muscular, ocasionando calosidades dolorosas e varizes;
b) As nosoconioses – são doenças profissionais resultantes da inalação de poeira de
origem animal, vegetal ou mineral, que provocam, entre outras, dermatomicoses
(afecções da pele), enteroconioses (afecções do trato intestinal) e pneumoconioses
(afecções pulmonares das quais as mais graves são: a silicose e a sidorese,
causadas pelas partículas de sílica ou ferro, que predispõe à tuberculose). Os usos
de máscaras, o borrifamento do solo e das poeiras, por meio de exaustores e
coletores, conseguem minimizar esses riscos;
c) As intoxicações profissionais – comuns nos que trabalham em minas de chumbo,
ou no manuseio de substâncias como alvaiade ou secantes para tintas de paredes,
bem como nos que manipulam compostos de arsênico, de fósforo e de outras
substâncias tóxicas; anemias, desarranjo digestivo, ulcerações intestinais, paralisia,
nefrites são algumas das conseqüências dessas intoxicações; a orientação do
empregado quanto a cuidados pessoais, o uso de luvas e máscaras, o exame
médico periódico são medidas capazes de reduzir os riscos de intoxicação.
d) Os acidentes de trabalho – provocados por manejo inadequado de maquinaria por
falta de proteção e segurança em andaime e petrechos, pelas más condições do
solo quanto ao revestimento e à limpeza, por iluminação e arejamento precários,
por excesso de ruído ou de calor, por orientação insuficiente dada ao trabalhador
sobre os riscos que rodeiam, sem contar os descuidos e a inobservância das
ordens e prescrições existentes.
O trabalho, sob os mais variados aspectos e formas, é elemento de interesse no estudo da
Higiene do meio ambiente, por se tratar de setor dos mais importantes da vida, dadas as
condições que o envolvam e o relacionamento com o homem.
A moderna medicina tem a preocupação de promover condições para que o trabalho,
qualquer que seja, possa desenvolver sem prejuízos para a saúde, individual e coletiva,
proporcionando segurança e satisfação, mantendo o elemento humano saudável e seguro de
suas responsabilidades, mais lúcido e produtivo.
O objetivo básico da Higiene do trabalho é a prevenção em todos os níveis, protegendo o
trabalhador contra os agentes externos maléficos, empregando os esforços coordenados de
um grupo de especialistas.

Acidente de Trabalho – a legislação brasileira, bem avançada em relação a outros países,


prevê assistência e aposentadoria para trabalhadores em caso de incapacidade total ou parcial
e indenizações e pensões de trabalho. A insalubridade do trabalho garante ao trabalhador,
direito e remuneração especial. Infelizmente na prática o analfabetismo e o despreparo do
trabalhador para as funções que tem de exercer, desconhecimento dos riscos que ocorrem e a
necessidade de aceitar qualquer atividade para garantir sua subsistência, facilitam os abusos e
aumentam os riscos. Só pela educação o trabalhador brasileiro conseguirá, realmente, a
proteção e defesa de sua vida e saúde, colaborando de maneira consciente e eficaz para a
observância dos preceitos ditados pela Higiene do Trabalho.

13. HIGIENE MENTAL

22
Escola Técnica Vale dos Carajás Técnico em Enfermagem
Higiene e Profilaxia

Através da medida preventiva procura-se evitar o aparecimento de distúrbios psicológicos


e psicossomáticos no adulto, principalmente a criança, estabelecendo-se padrões de
comportamento e filosofia de vida.
A formação da personalidade é o resultado de um amadurecimento global do indivíduo,
que acontece em todas as fases de desenvolvimento.
A família, entre as inúmeras funções, soma mais uma de extremas responsabilidades,
socializar as novas gerações. Nos primeiros anos de vida a criança tem necessidades de afeto
para sentir-se protegida. É importante que o desenvolvimento da personalidade da criança não
seja encarado de forma isolada, pois ocorre ao mesmo tempo, em esferas diversas e
intimamente interligadas, com constantes e contínuos progressos, no decorrer da infância. Por
exemplo: a criança é capaz de locomover-se pelos próprios esforços, desenvolve a linguagem
falada, sabe identificar o que se passa com ela e escolhe os brinquedos de seu agrado.
É através da atuação dos adultos que se processa a educação dos jovens, cujos objetivos
são o seu ajustamento e amadurecimento.
Cabe à escola e à família a responsabilidade na observação das crianças, para que sejam
detectados os problemas emocionais ainda no início. É necessário que a escola e o lar tenham
ambientes adequados para não permitir o aparecimento de fatores condicionadores de
desequilíbrios. Como também, é importante que o professor possua conhecimento teórico e
prático de psicologia infantil, a fim de melhor desempenhar o papel, com a criança normal, com
a criança com distúrbios de conduta (delinquente infanto-juvenil), na dinâmica das relações
interfamiliares, no, relacionamento pais e filhos, nos problemas gerais como:
Audição, visão e fonação;
Dificuldade de aprendizagem: leitura e linguagem;
Educação sexual;
Criança excepcional;
Criança com doença psicossomática como: alteração no sôo, no apetite, a
defecação, na micção;
Criança com distúrbios psicológicos como: neurose, medo, angústia, convulsões e
tiques.
Na pré-escola é preciso ter em mente que brincar é para a criança, nessa época, seu
trabalho, sua educação, sua realidade. É brincando com outras crianças que seu
desenvolvimento psíquico se faz regularmente.
A verdadeira socialização comunal, envolvendo tanto cooperação como competição, só se
inicia na fase pré-escolar.
A fase é uma época de latência; nesta fase surgem novos desvios de comportamento,
apenas confirmam-se os já existentes.
Aos sete anos, a criança está apta para o aprendizado da leitura e manipulação da
operação concreta.
Toda experiência escolar é bastante significativa para a formação da personalidade. E
através da realização na escola que a criança passa a experimentar e a visualizar o seu mundo.

14. HIGIENE DO SONO


Sono – estado de repouso normal e periódico, que o homem e nos animais superiores se
caracteriza especialmente pela suspensão de consciência, pelo relaxamento dos sentidos e
dos músculos, pela diminuição do ritmo circulatório e respiratório, e pela atividade onírica.
O sono traduz uma diminuição de atividade do córtex cerebral; à noite a temperatura do
corpo se reduz e o ritmo cardíaco é mais lento e regular.
O sono contribui consideravelmente para refazer as condições de vitalidade do organismo
no final de cada jornada diária. A irritabilidade, o mau-humor e a fadiga neuromuscular são
agravados pela falta de sono.
O crescimento dos animais e vegetais torna-se mais acentuados durante o sono.
O homem adulto necessita de 8 horas de sono e 24 horas, e as crianças de 10 horas
aproximadamente.
Os narcóticos e hipnóticos são nocivos à saúde; o sono natural não deve ser substituído
por drogas como boa higiene do sono é importante:

23
Escola Técnica Vale dos Carajás Técnico em Enfermagem
Higiene e Profilaxia

Dormir em ambiente limpo e arejado;


Proteger-se dos ruídos;
Roupa de cama e pessoal limpa, de acordo com a temperatura;
Banho de chuveiro na temperatura tépida, antes de dormir;
Cama individual, com colchão e travesseiro adequado às condições de saúde.

15. O QUE É O CÂNCER?

Câncer é o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o
crescimento desordenado (maligno) de células que invadem os tecidos e órgãos, podendo
espalhar-se (metástase) para outras regiões do corpo.

Dividindo-se rapidamente, estas células tendem a ser muito agressivas e incontroláveis,


determinando a formação de tumores (acúmulo de células cancerosas) ou neoplasias
malignas. Por outro lado, um tumor benigno significa simplesmente uma massa localizada de
células que se multiplicam vagarosamente e se assemelham ao seu tecido original, raramente
constituindo um risco de vida.

Os diferentes tipos de câncer correspondem aos vários tipos de células do corpo. Por
exemplo, existem diversos tipos de câncer de pele porque a pele é formada de mais de
um tipo de célula. Se o câncer tem início em tecidos epiteliais como pele ou mucosas
ele é denominado carcinoma. Se começa em tecidos conjuntivos como osso, músculo
ou cartilagem é chamado de sarcoma.

Outras características que diferenciam os diversos tipos de câncer entre si são a


velocidade de multiplicação das células e a capacidade de invadir tecidos e órgãos
vizinhos ou distantes (metástases).

16. DICAS PARA SE PROTEGER DO CÂNCER


1. Pare de fumar! Esta é a regra mais importante para prevenir o câncer.
2. Uma dieta alimentar saudável pode reduzir as chances de câncer em pelo menos
40%. Coma mais frutas, legumes, cereais e menos carnes e alimentos gordurosos.
Prefira alimentos frescos aos em conserva. A obesidade é responsável por cerca de
1/3 dos cânceres.
3. Procure abrir mão totalmente ou limitar a ingestão de bebidas alcoólicas.
4. Além disso, incorpore a prática de exercícios físicos à sua rotina diária - andar,
subir escadas, fazer caminhadas.
5. A mulher deve fazer um auto-exame das mamas todo mês. Com 35 anos de idade
a mulher deverá submeter-se a sua primeira mamografia que será usada para
comparações com os futuros exames.
6. A mulher a partir dos 20 anos deverá submeter-se anualmente a um exame
preventivo do colo do útero (Papanicolaou).
7. O homem deverá fazer um auto-exame dos testículos todo mês e fazer avaliação
da próstata a partir dos 40 anos.

24
Escola Técnica Vale dos Carajás Técnico em Enfermagem
Higiene e Profilaxia

8. Não tome sol das 10:00H às 16:00H e evite exposição prolongada ao mesmo.
Utilize protetor solar.
9. Faça regularmente um auto-exame da boca e da pele.
10. Faça avaliação médica anual e participe de programa de oncologia preventiva.

17. TÉCNICA PARA REALIZAR O AUTO-EXAME DE MAMAS:


1° - Observação em frente do espelho:

Antes do banho, posicione-se em frente ao espelho. Observe os dois seios, primeiro com os
braços caídos, depois com as mãos na cintura fazendo força nas mãos e, por fim, com elas
atrás da cabeça, observe tamanho, posição, forma da pele, aréola e mamilo. Faça o mesmo
controle com os braços levantados e mantidos atrás da cabeça.

Qualquer alteração na superfície (depressão ou saliência) ou rugosidade é importante.

Pressione o mamilo suavemente e veja se dá saída a qualquer líquido. Se o mamilo está


umbilicado (metido para dentro como o umbigo) e não era assim, essa é uma alteração
importante também.

2° - Palpação de pé:

Durante o banho, com as mamas ensaboadas, deslize as mãos sobre as mamas. Com os
dedos unidos, use a mão direita para apalpar a mama esquerda e a mão esquerda para a
direita. Procure caroços, alterações de consistência, secreções, ou saliências.

Divida o seio em faixas verticais e horizontais e com os dedos estendidos e em pequenos


movimentos circulares, faça a palpação de cada faixa, de cima para baixo.

25
Escola Técnica Vale dos Carajás Técnico em Enfermagem
Higiene e Profilaxia

Palpe também a axila e o pescoço. Não se esqueça, todo o seio deve ser palpado, mas dê
particular atenção ao quadrante superior-externo.

Repita as mesmas manobras para a mama direita.

3° - Palpação deitada:

Deitada, coloque uma toalha dobrada sob o ombro direito para examinar a mama direita.
Inverta o procedimento para examinar o outro lado.

Apalpe toda a mama através de suave pressão sobre a pele com movimentos circulares.

Apalpe a metade externa da mama que, em geral, é mais consistente.

Apalpe, agora, as axilas.

Lembre-se que o auto-exame da mama deve ser realizado regularmente. Caso note alguma
alteração antes da menstruação, não se precipite e volte a repetir o exame depois da
menstruação. Se a alteração persistir procure o seu Médico. Esclareça com ele todas as
dúvidas que tem sobre os seus seios e sobre o auto-exame. Se o auto-exame é normal, o
exame Médico deve ser anual.

18. MAMOGRAFIA

A mamografia é uma radiografia das mamas em várias incidências.

26
Escola Técnica Vale dos Carajás Técnico em Enfermagem
Higiene e Profilaxia

Não tenha qualquer receio em fazer uma mamografia. As doses de radiações que são usadas
atualmente são muito pequenas e o exame anual não representa qualquer risco.
A mamografia é um exame insubstituível na prevenção do câncer de mama. Só a mamografia
permite detectar alterações mínimas e revelar nódulos que não são perceptíveis à palpação.

O câncer de mama é curável, mas a possibilidade de cura é tanto maior quanto menor for a
lesão.

A mamografia é um exame muito importante na prevenção do câncer de mama e, por isso,


deve ser indicada com critério:

1. Se o exame clínico for negativo raramente está indicada antes dos 40 anos, salvo se
houver fatores de risco.
2. Dos 40 aos 50 anos, deve ser feita de 2 em 2 anos. A partir dos 50 poder-se-á manter
de 2 em 2 anos ou passar a anual (caso se justifique).

3. Só para esclarecimento de casos duvidosos, é necessário repetir a mamografia com


intervalos inferiores há 1 ano.

19. CÂNCER DE PULMÃO


O que é?

O câncer de pulmão é o mais comum dos tumores malignos, apresentando um aumento por
ano de 2% na sua incidência mundial. A mortalidade por esse tumor é muito elevada e o
prognóstico dessa doença está relacionado à fase em que é diagnosticada.

Como se desenvolve?

O tabagismo é o principal fator de risco para o desenvolvimento do câncer de pulmão. Ele é


responsável por 90% dos casos desse tumor. Mais homens que mulheres desenvolvem o
câncer de pulmão, mas o número de casos em mulheres está aumentando, enquanto que o
número de casos em homens está caindo. O risco de morte por câncer de pulmão é 22 vezes
maior entre os fumantes do que entre os não fumantes.

Essa neoplasia pulmonar pode também ser causada por químicos - arsênico, asbesto, berílio,
radônio, níquel, cromo, cádmio e cloreto de vinila, principalmente encontrados no ambiente
ocupacional. Outros fatores relacionados a este tumor são os dietéticos (baixo consumo de
frutas e verduras), genéticos, a doença pulmonar obstrutiva crônica (enfisema pulmonar e
bronquite crônica) e a história familiar de câncer de pulmão. Às vezes, essa doença se
desenvolve em indivíduos que nunca fumaram e a causa é desconhecida.

27
Escola Técnica Vale dos Carajás Técnico em Enfermagem
Higiene e Profilaxia

Tipos de câncer de pulmão

Existem, basicamente, dois tipos de câncer de pulmão, dependendo de como as células


aparecem ao exame no microscópio:

não pequenas células e

pequenas células.

Os cânceres de não pequenas células representam 80% de todos os casos. Esses incluem o
adenocarcinoma, o carcinoma de células escamosas (epidermóide) e o carcinoma de grandes
células. Os não pequenas células geralmente se disseminam lentamente para outros órgãos no
corpo e pode ser difícil detectá-los em estágios precoces.

Já os cânceres de pequenas células são responsáveis por 20% dos casos de câncer de
pulmão. Eles se disseminam muito rapidamente nos pulmões e para outros órgãos.

O que se sente?

Existem muitos sintomas de câncer de pulmão. Entretanto, algumas vezes, os sintomas


poderão se tornar óbvios apenas quando a doença estiver bem avançada.

Os sinais e sintomas de câncer de pulmão podem incluir:

tosse persistente ou mudança na tosse usual do fumante,

encurtamento da respiração,

escarro com sangue,

rouquidão,

dor torácica persistente ou aguda quando o indivíduo respira profundamente,

pneumonias de repetição,

sibilância.

Às vezes, as pessoas afetadas podem sentir mal-estar ou cansaço. Poderá haver também
perda de peso ou apetite. Os sintomas podem ser devido à doença no pulmão, sua
disseminação para os gânglios no tórax ou para outros órgãos como o cérebro, fígado,
glândulas adrenais (uma de cada lado, logo acima de cada rim) ou ossos.

Como o médico faz o diagnóstico?

O surgimento de algum sintoma ou sinal de doença respiratória poderá levar o paciente a


procurar um médico clínico-geral ou especialista. Esse poderá dar início a uma investigação
que, usualmente, inclui uma radiografia do tórax. Através dessa, o médico poderá detectar uma
lesão suspeita. Uma tomografia computadorizada ou ressonância magnética do tórax poderá
detalhar mais essa lesão.

28
Escola Técnica Vale dos Carajás Técnico em Enfermagem
Higiene e Profilaxia

Nesse momento, o exame cito - patológico do escarro poderá ser solicitado, visto que é um
exame simples que poderá confirmar a presença do câncer de pulmão. Contudo, a ausência de
células malignas no escarro certamente não exclui a doença. O exame é normalmente coletado
pela manhã, fazendo com que o paciente expectore num frasco de boca larga. O material é
logo enviado para exame microscópico no laboratório

Existem outros procedimentos que têm o objetivo de fazer o diagnóstico da doença ou


esclarecer a extensão dessa. Dentre eles estão:

a fibrobroncoscopia,

a punção pulmonar com agulha,

a toracocentese e

a toracotomia.

A fibrobroncoscopia é um exame em que um aparelho flexível dotado de fibras ópticas e


canal de instrumentação, por onde passam pinças e escovas, é introduzido pela boca ou pela
narina, chegando até o pulmão. Dentro do pulmão, é realizada uma lavagem da área da lesão
(lavado brônquico) e uma pequena escova é esfregada na lesão ou próxima dessa. São feitas
lâminas com o esfregaço desse material da escova. Através de pinças, são obtidos pequenos
pedaços da lesão. Todo esse material obtido (lavado, escovado e biópsia brônquica) é enviado
para exame no laboratório de patologia. O rendimento da fibrobroncoscopia é maior nos casos
de tumores centrais - que ficam mais ao alcance do aparelho.

Outra opção para obter substrato para o diagnóstico da doença é a punção pulmonar com
agulha através da parede torácica. O médico, com o auxílio de exames de imagem para guiar
a punção, aspira com uma seringa conectada a uma agulha, material da lesão tumoral ou retira
um pedaço de tecido da lesão através de uma agulha de corte. Esse método diagnóstico é
utilizado só nos casos em que o tumor tem uma localização bem periférica. Ou seja, quando a
lesão está bem próxima da parede do tórax.

A toracocentese é a retirada do líquido que fica na cavidade pleural (entre o pulmão e a


parede torácica). Aspira-se esse líquido com uma seringa conectada numa agulha após uma
anestesia (geralmente local). É uma alternativa para o diagnóstico, pois alguns tumores do
pulmão podem se apresentar dessa forma. O líquido é enviado para o exame laboratorial.

Freqüentemente há casos cujo diagnóstico vem através da retirada cirúrgica de gânglios


comprometidos pela doença - sejam eles no tórax, pescoço ou outras localizações menos
habituais.

A mediastinoscopia é um procedimento cirúrgico que aborda o mediastino (região situada


entre os dois pulmões) e que freqüentemente é sede para a progressão da doença. Os
tumores de pulmão, na maioria das vezes, se disseminam para os gânglios linfáticos do
mediastino e, depois, para outros órgãos como ossos, fígado, cérebro e glândulas adrenais.
Portanto, a mediastinoscopia pode, além de confirmar o carcinoma brônquico com seu tipo
histológico (tipo de tecido), auxiliar no estadiamento da doença - mostrando se já é uma
doença avançada ou não. Ajuda a definir o prognóstico do paciente.

Em alguns casos, a abertura cirúrgica do tórax (toracotomia) é necessária para a confirmação


do câncer de pulmão. São casos em que o paciente tem que ficar hospitalizado.

Como se trata?

29
Escola Técnica Vale dos Carajás Técnico em Enfermagem
Higiene e Profilaxia

Os tumores malignos do pulmão podem ser tratados com cirurgia, quimioterapia ou


radioterapia. Ou, então, essas modalidades terapêuticas podem ser combinadas.

A radioterapia é freqüentemente utilizada em conjunto com a cirurgia. Há vários casos em que,


ao invés de se fazer a cirurgia, a radioterapia é combinada com a quimioterapia.

A quimioterapia - tratamento com medicações que combatem os tumores - também é utilizada


em conjunto com a cirurgia, seja para tornar os tumores menores, facilitando a cirurgia, seja
para ajudar a destruir as células cancerosas no local do tumor.

Uma outra alternativa é a terapia fotodinâmica, em que medicações são injetadas no corpo e,
posteriormente, são ativadas com o uso do laser.

O médico decidirá o tratamento de acordo com o tipo celular do tumor, seu estágio e com as
condições do paciente.

Como se previne? A única


maneira eficaz de prevenir é a cessação do fumo. Uma pessoa que nunca fumou poderá, em
algum momento da vida, desenvolver um tumor maligno do pulmão. Contudo, esta situação é
bem menos freqüente.

20. QUESTIONÁRIO

1. O que é higiene e profilaxia?


2. Explique a higiene das mãos ?
3. Cite a afecções das mãos e das unhas?
4. Fale sobre higiene da pele?
5. Cite a classificação dos banhos?
6. Quais são afecções da pele?
7. Cite os cuidados higiênicos dos cabelos?
8. Como é feita a limpeza das fossas nasais?
9. Explique o método para remover o cerúmen do ouvido?
10. Cite quatro medidas higiênicas para os pés?
11. Descreva a higiene pré-natal?
12. O que é Puericultura?
13. Fale resumidamente sobre higiene do trabalho, mental e do sono?
14. Que partes compõe o corpo humano?

30
Escola Técnica Vale dos Carajás Técnico em Enfermagem
Higiene e Profilaxia

21. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quarto ciclos. Apresentação


dos temas transversais. Secretaria de Educação Fundamental/MEC, Brasília,
DF, MEC/SEF, 1998. p. 436.
Eduardo, MBP. Vigilância Sanitária. São Paulo: Faculdade de Saúde Pública da
Universidade de São Paulo, 1998.
Figueiredo, PJM. A sociedade do lixo: os resíduos, a questão energética e a crise ambiental.
Piracicaba: Editora UNIMEP, 1994.
França, ACL. Qualidade de vida no trabalho: conceitos, abordagens, inovações
e desafios nas empresas brasileiras. Revista Brasileira de Medicina Psicossomática, nº.
1(2):79-83, 1997.
Jacobi, P. Saúde e meio ambiente em uma realidade tão desigual. Debates socioambientais.
Centro de Estudos de Cultura Contemporânea. São Paulo, ano 3, nº
8, nov./dez./jan./fev. 1997/98.
Nightingale, F. Notas sobre enfermagem: o que é e o que não é Florence Nightingale. São
Paulo: Cortez; Ribeirão Preto, ABEn- CEPEn, 1989.
Rouquayrol, MZ, Almeida Filho, N. Epidemiologia & Saúde. Rio de Janeiro: MEDSI, 1999.
http://enfermagempa.blogspot.com/
http://enfermagempa.blogspot.com/search?q=higiene+e+profilaxia

31

Você também pode gostar