Você está na página 1de 18

1’

PROTOCOLO
NÚCLEO DE PROTOCOLOS ASSISTENCIAIS
MAIO/2020

PEP – PROFILAXIA
PÓS EXPOSIÇÃO
Versão 1.0

2020
PROTOCOLOS
NÚCLEO DE PROTOCOLOS ASSISTENCIAIS
MAIO/2020

PEP – PROFILA PÓS EXPOSIÇÃO

VERSÃO 1.0

PAM/NPM/05/2020 PEP
Versão 1.0 Página 2 de 18
PEP – PROFILAXIA PÓS
EXPOSIÇÃO

PAM/NPM/05/2020 PEP
Versão 1.0 Página 3 de 18
Versão 1.0

® 20Ebserh. Todos os direitos reservados


Emp resa Brasileira de Serviços Hospitalares – Ebserh
www.Ebserh.gov.br

Material produzido pelo Serviço de Residência Médica do Hospital Universitário João de Barros
Barreto. Permitida a reprodução parcial ou total, desde que indicada a fonte e sem fins
comerciais.

Hospital Universitário João de Barros Barreto (HUJBB), administrado pela Empresa


Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) – Ministério da Educação 
 

PROTOCOLO ASSISTENCIAL. PEP – PROFILAXIA PÓS EXPOSIÇÃO. BELÉM-


PA: HUJBB/Ebserh, 2020. 20p.

 
Descritores: 1. PROTOCOLO

PAM/NPM/05/2020 PEP
Versão 1.0 Página 4 de 18
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO JOÃO DE BARROS BARRETO
ADMINISTRADO PELA EMPRESA BRASILEIRA DE SERVIÇOS HOSPITALARES
R. dos Mundurucus, 4487 - Guamá, Belém - PA, 66073-000

Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
Ministro de Estado da Educação
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
Presidente da Ebserh
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
Superintendente do HUJBB

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
Gerente Administrativo do HUJBB

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
Gerente de Atenção à Saúde do HUJBB

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
Gerente de Ensino e Pesquisa do HUJBB

PAM/NPM/05/2020 PEP
Versão 1.0 Página 5 de 18
HISTÓRICO DE REVISÕES

Elaborado por

Andreia Paes Médica Infectologista

Médico Residente de
José Eudes de Carvalho Neri
Infectologia

Versã Validação por especialistas


Data Coordenador do protocolo
o

01/05/202
1.0
0 Andreia Paes
Infectologista

01/05/202
1.0
0 José Eudes de Carvalho Neri Médico Residente de Infectologia

PAM/NPM/05/2020 PEP
Versão 1.0 Página 6 de 18
PAM/NPM/05/2020 PEP
Versão 1.0 Página 7 de 18
ÂMBITO DE APLICAÇÃO:

Unidade de internação do Hospital João de Barros Barreto

LISTA DE ABREVIATURAS:

ALT – Alanino Transferase

AST – Aspartato Transferase

EV – Endovenosa

FA –Fosfatase Alcalina

GT – Glutamil transpeptidase

HIV- Vírus da Imunodeficiência Humana

IM- Intramuscular

MS – Ministério de Saúde

PVHA- Pessoa que vive com HIV/AIDS

TR – Teste Rápido

TTPA – Tempo de tromboplastina parcialmente ativada

TAP –Tempo de protombina

PAM/NPM/05/2020 PEP
Versão 1.0 Página 8 de 18
SUMÁRIO

1– INTRUDUÇÃO............................................................................................................... XX
2 – PREVENÇÃO COMBINADA......................................................................................... XX
3 – PROFILAXIA HIV........................................................................................................... XX
4 – PROFILAXIA INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSIVEIS............................ XX
5 – PROFILAXIA HEPATITES VIRAIS............................................................................... XX

6 – VIOLÊNCIA SEXUAL..................................................................................................... XX

ANEXOS.................................................................................................................................... 16
REFERÊNCIAS.......................................................................................................................... 20

1– INTRODUÇÃO

PAM/NPM/05/2020 PEP
Versão 1.0 Página 9 de 18
A Profilaxia Pós-Exposição (PEP) de risco à infecção pelo HIV, hepatites virais
e outras IST consiste no uso de medicamentos para reduzir o risco de adquirir essas
infecções. A PEP para HIV está disponível no SUS desde 1999; atualmente, é uma
tecnologia inserida no conjunto de estratégias da Prevenção Combinada, cujo principal
objetivo é ampliar as formas de intervenção para evitar novas infecções pelo HIV.
A avaliação inicial deve incluir perguntas objetivas, que abordem prática sexual,
uso de drogas lícitas e ilícitas, troca de dinheiro por sexo, situação de violência, entre
outras. Em relação à exposição sexual, avaliar se a pessoa tem indicação para PrEP..

2– PREVENÇÃO COMBINADA

A conjugação de diferentes ações de prevenção às IST, ao HIV e às hepatites


virais e seus fatores associados.

- PEP - Usar preservativo masculino, feminino


e gel lubrificante
- PrEP
- Tratar tidas as PVHA
- Prevenir transmissão vertical
- Testagem regular para HIV e outras
- Imunização HBV e HCV ISTs
- Diagnosticar e tratar pessoas com

HIV e ISTs

O melhor método de prevenção é aquele que o indivíduo escolhe e que atende suas necessid
intervenção de prevenção isolada é suficiente para reduzir novas infecções.

3 – PROFILAXIA HIV:

Avaliação inicial após exposição ao HIV:


1. O tipo de material biológico é de risco para transmissão do HIV?
Exposição COM Risco de Exposição SEM Risco de
transmissão do HIV transmissão do HIV
Sangue Suor
Sêmem Lagrimas
Fluidos Vaginais Fezes
Liquidos Serosos Urina
Líquor Vômitos
Liquido Articular Saliva
Leite Materno Secreções Nasais

PAM/NPM/05/2020 PEP
Versão 1.0 Página 10 de 18
2. O tipo de exposição é de risco para transmissão do HIV?
Exposição COM Risco de Exposição SEM Risco de
transmissão do HIV transmissão do HIV
Percutânea Cutânea pele integra
Mucosa Mordedura sem presença de
sangue
Cutânea pele não integra
Mordedura com presença de
sangue

3. O tempo transcorrido entre a exposição e o atendimento é menor que 72 horas?

O primeiro atendimento após a exposição ao HIV é uma urgência. A PEP deve ser
iniciada o mais precocemente possível, tendo como limite as 72 horas subsequentes à
exposição

4. A pessoa exposta é não reagente para o HIV no momento do atendimento?

Se TR reagente: a PEP não está indicada. A infecção pelo HIV ocorreu antes da
exposição que motivou o atendimento e a pessoa deve ser encaminhada para
acompanhamento clínico e início da TARV.

Se TR não reagente: a PEP está indicada

Se resultado discordante ou TR inválido: não é possível confirmar o status


sorológico da pessoa exposta. Recomenda-se iniciar o fluxo laboratorial para
elucidação diagnóstica

Se a resposta for SIM para todas essas perguntas, a PEP para HIV está indicada.

Esquema preferencial PEP: Tenofovir 300 =mg + Lamivudina 300mg + Dolutegravir 50mg, por
28 dias. ( esquema com menor efeito toxico e maior barreira genética atualmente disponível pelos
Ministério da Saúde)

Esquemas alternativos:

Impossibilidade TDF AZT+3TC+DTG


Impossibilidade DTG TDF+3TC+ATV/r
Impossibilidade ATV TDF+3TC+DRV/r
A duração da PEP é 28 dias

Adesão a PEP: Observar rigorosamente intervalos de doses, duração da profilaxia, e orientar


acompanhamento pós profilaxia no ambulatório SAE HUJBB.

PAM/NPM/05/2020 PEP
Versão 1.0 Página 11 de 18
Acompanhamento clínico-laboratorial: identificar toxicidade de ARV, testagem do HIV em 30 e
90 dias após a exposição, manter prevenção combinada. Solicitar hemograma, ureia, creatinina,
TGO, TGP, amilase, e lipase nas primeiras consultas.

Sinais e sintomas de HIV agudo: realizar imediatamente testagem de HIV se presença de


sintomas sem outras etiologias possíveis.

-Febre -Mialgias
-Linfoadenopatias -Artralgia
-Faringite -Fadiga
-Exantema -Hepatoesplenomegalia
-Ulcerações mucocutâneas

4 – PROFILAXIA IST:

Toda exposição de risco ao HIV também deve ser avaliada quanto ao risco de outras
ISTs.
Sífilis: A infecciosidade da sífilis por transmissão sexual ocorre principalmente nos
estágios iniciais da doença (sífilis primária e secundária).
Diagnóstico: clínica (atentar exposição de risco) + VDRL + Teste treponêminco
Tratamento:
Se testes positivos: tratar conforme estágio clínico da doença
Se gestante, violência sexual ou risco de perda de seguimento: tratar com 3
doses de penicilina benzatina 2,400 milhões UI, IM, de 7/7 dias, mesmo sem
resultados de exames ou somente teste rápido treponêmico reagente. Suspender se
VDRL for não reagentes durante o curso do tratamento.
Se resultados negativos, continuar monitorizando com teste rápido
treponêmico até final de seguimento. Se durante esse período, o teste rápido se
tornar reagente, iniciar tratamento com penicilina benzatina 2,400 milhoes UI, IM,
dose única.
Corrimento Vaginal: causas transmissíveis são Clamidia trachomatis, Neisseiria
gonorrhoneae e Trichomonas vaginalis.
Diagnóstico: clínico + Exame a fresco(Papanicolau)
Tratamento:
Gonorreia Ceftrixona 500mg, IM, dose única
Clamídea Azitromicina 1g, VO, dose única
PAM/NPM/05/2020 PEP
Versão 1.0 Página 12 de 18
Tricomoniase Metronidazol 2g, VO, dose única
HPV: O HPV é transmitido preferencialmente por via sexual, sendo responsável por
verrugas na região anogenital e até em áreas extragenitais como conjuntivas e
mucosa nasal, oral e laríngea.
Diagnóstico: Papanicolau, biopsias de verrugas.
Tratamento: encaminhar para ginecologia ou dermatologia
Vacinação de acordo com calendário vacinal, em duas doses, com intervalo de 6
meses. PVHA tem indicação de vacinação por três doses(0, 2 e 6 meses) dos 9 aos 26 anos.

5 – PROFILAXIA HEPATITES VIRAIS:

Toda exposição de risco, deve ser avaliada para Hepatites Virais.


Hepatite A: Infecção com maioria da sua transmissão por via fecal-oral, porém estudo
recentes mostram aumento pela via sexual. Grande parte dos pacientes são assintomáticos.
Diagnóstico: Verificar situação vacinal, e sorologias IgM( infecção recente),
IgG( vacinação ou contato prévio).
Tratamento: suporte
Vacinação de acordo com esquema vacinal

Hepatite B: A hepatite B é uma infecção de transmissão parenteral, sexual e vertical. A


transmissão desse vírus pode ocorrer por solução de continuidade (pele e mucosas), via
parenteral (compartilhamento de agulhas, seringas, material de manicure e pedicure, lâminas de
barbear e depilar, tatuagens, piercings, procedimentos odontológicos ou cirúrgicos que não
atendam às normas de biossegurança, entre outros) e relação sexual desprotegida.
Diagnóstico: Testar caso fonte + HBsAg do caso exposto
Se teste rápido reagente: infecção anterior ao contato
Se teste rápido não reagente: avaliar Anti-HBs
Tratamento: Seguir manual de tratamento Hepatite B do Ministério da saúde se
HbsAg reagente.
Indicar vacinação ou complementação de calendário vacinal se Anti-
HBs<10UI/ml e HbsAg não reagente.
Indicação da IGHAHB irá depender do tipo de exposição: vítimas de acidentes
com material biológico infectado ou fortemente suspeito de infecção por HBV; comunicantes

PAM/NPM/05/2020 PEP
Versão 1.0 Página 13 de 18
sexuais de casos agudos de hepatite B; vítimas de violência sexual; imunodeprimidos após
exposição de risco, mesmo que previamente vacinados, gestantes em qualquer idade gestacional,
conforme indicação do Manual dos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais
(Crie). DOSE: 0,06ml/kg, IM, no máximo 14 dias após exposição sexual, e 7 dias para exposição
percutânea.
Hepatite C: O risco de transmissão do HCV estar mais relacionado às exposições
percutâneas, a transmissão sexual desse vírus é possível, principalmente em se tratando de
práticas sexuais traumáticas, presença de doença ulcerativa genital e proctites relacionadas a IST.
Grupos específicos, como as PVHIV, e portadores de outras imunodeficiências também têm
risco acrescido de contágio pela via sexual
Diagnóstico: Testar paciente ponte + Anti-HCV do paciente exposto. A janela
diagnóstica para detecção de anticorpos, que varia de 33 a 129 dias. Necessário
acompanhamento ambulatorial por até 6 meses, se paciente fonte positivo.
Tratamento: Se teste reagente, socilitar PCR-HCV, e encaminhar a serviço de
referência.

6 – PROFILAXIA VIOLÊNCIA SEXUAL:

A violência sexual, crime previsto no art. 213 do Código Penal Brasileiro, pode ser
definida como qualquer tipo de atividade de natureza erótica ou sexual que desrespeite o direito
de escolha de um dos envolvidos.
Sinais e sintomas sugestivos de violência sexual em crianças e adolescentes:
Edema ou lesões em área genital, sem outras Lesões de palato ou de dentes anteriores,
doenças que os justifiquem (como infecções ou decorrentes de sexo oral;
traumas acidentais evidenciáveis);
Sangramento vaginal em pré-púberes, Sangramento, fissuras ou cicatrizes anais,
excluindo a introdução de corpo estranho pela dilatação ou flacidez de esfíncter anal sem
própria presença
criança de doença que os justifiquem (como
constipação intestinal grave e crônica);
Rompimento himenal;( em crianças e IST
adolescentes)
Gravidez( não plenajada) Aborto

PAM/NPM/05/2020 PEP
Versão 1.0 Página 14 de 18
Preencher ficha de notificação de violência sexual, Orientar realização de Boletim de
Ocorrência( não obrigatório para o atendimento), Anticoncepção de emergência e profilaxia das
IST não virais e do HIV; Vacinação e imunização passiva para HBV, Realização de testagem
rápida para HIV, sífilis, hepatites virais B e C ou coleta de material para avaliação do status
sorológico, para seguimento e conduta específica, Agendamento de retorno para seguimento
sorológico após 30 dias e acompanhamento clínico - laboratorial, psicológico e social, quando
indicado.
Profilaxias: HIV, IST não virais, levonorgestrel( se teste de gravidez negativo).

XXXXXX:

PAM/NPM/05/2020 PEP
Versão 1.0 Página 15 de 18
PAM/NPM/05/2020 PEP
Versão 1.0 Página 16 de 18
REFERÊNCIAS

World Health Organization. Working to overcome the global impact of neglected tropical diseases: First
WHO report on neglected tropical diseases. [Acessado em out. 2018]. Disponível em
http://www.who.int/neglected_ diseases/2010report/NTD_2010report_embargoed.pdf.

PAM/NPM/05/2020 PEP
Versão 1.0 Página 17 de 18
Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Programa Nacional de DST e AIDS. Manual de
recomendaçõespara diagnóstico, tratamento e acompanhamento da co-infecção Leishmania-HIV.
Brasília: Ministério da Saúde; 2004. [Monografia na internet] Disponível em
http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/manual_leish_hiv.pdf

Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica.


Leishmaniose
visceral grave: normas e condutas. Brasília: Ministério da Saúde; 2006. [Monografia na internet]
Disponível em http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/manual_lv_grave_nc.pdf

Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Guia de Vigilância Epidemiológica. Brasília:


Ministério da Saúde; 2009.

Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica.


Atlas de Leishmaniose Tegumentar Americana: diagnósticos clínicos e diferenciais. Brasília: Ministério
da Saúde; 2006. [Monografia na internet] Disponível em
http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/atlas_lta.pdf

Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Manual de Vigilância da Leishmaniose


Tegumentar Americana. 2ª ed. Brasília: Ministério da Saúde; 2007. [Monografia na internet] Disponível
em http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/manual2_lta_2ed.pdf

Kassi M, et al. Marring leishmaniasis: the stigmatization and the impact of cutaneous leishmaniasis in
Pakistan and
Afghanistan. São Francisco (USA): PLos Neglected Tropical Diseases, 2008; 2(10): e259.

SECRETARIA ESTADUAL DE SAUDE. 10 perguntas e respostas sobre leishmaniose


visceral. Belo Horizonte, 2012.

MARY MARCONDES1 ; CLAUDIO NAZARETIAN ROSSI2. Leishmaniose visceral no


brasil. S?o Paulo, 2013. 12 p.

PAM/NPM/05/2020 PEP
Versão 1.0 Página 18 de 18

Você também pode gostar