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Oficina de Formação

Flexibilidade e Integração
Curricular

Formadora: Louise Lima

Formando: Luis Manuel Mesquita dos Santos


Agrupamento/Escola: Agrupamento de Escolas Diogo Cão – Vila Real
Grupo disciplinar: 230 Matemática e Ciências Naturais 2º ciclo
Ano letivo: 2019/20
Vila Real, ___ de Agosto de 2020

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Introdução
A minha vinda a esta formação foi ocasional. Por motivos administrativos só recentemente soube que progrediria na carreira, pelo
que necessitaria com urgência de formação creditada, não podendo por isso escolhê-la. Apesar disso, vi nesta formação, uma
oportunidade de aquisição de competências numa área que poucas ou nenhumas competências possuía.
Nesta fase da carreira não tenho à partida muitas espetativas, sejam elas sobre que temas sejam. Entro em todos os projetos com
serenidade e vou-me adaptando às exigências necessárias, para me ir tornando cada vez mais capacitado e melhor formado, nesta
profissão que adoro.
Antes da publicação do decreto-lei 55/2018, o meu agrupamento de escolas participou no projeto piloto de Autonomia e
Flexibilidade Curricular, mas não fui destacado para as equipas pedagógicas que o colocaram em prática. Contudo fui acompanhando
o trabalho árduo dos docentes para colocar em prática uma nova realidade que consideravam até muito difícil de interpretar pois o
alcance da reforma era, segundo eles, de sentido muito lato. Apesar disso o projeto foi implementado, mas a partilha de experiências
entre os colegas do projeto-piloto e os restantes foi quase nula. Surgiu depois o Decreto-lei 55/2018 e tornou-se uma imposição nacional
a lecionar em todas as escolas, mas apesar deste fato a autonomia e flexibilidade curricular pouco evoluiu e neste momento está muito
pouco consolidada. Desta forma chego a esta formação com muito poucos conhecimentos e carente de formação.

Desenvolvimento
Neste século, o sistema de ensino nacional, foi dos que mais evoluiu a nível mundial, conforme se pode comprovar pelos Estudos do
PISA, OCDE e outros. Todavia persistiam fragilidades, sendo a maior talvez a grande quantidade de alunos que ou não se inscreviam
para frequentar o secundário, ou desistiam e não o terminavam. Urgia tornar o ensino mais atraente e mais importante na perspetiva
de futuro dos jovens. Surge o Decreto-Lei n.º 55/2018 de 6 de julho, que no seu preambulo preconiza: “Uma escola inclusiva, promotora
de melhores aprendizagens para todos os alunos e a operacionalização do perfil de competências que se pretende que os mesmos
desenvolvam, para o exercício de uma cidadania ativa e informada ao longo da vida, implicam que seja dada às escolas autonomia para
um desenvolvimento curricular adequado a contextos específicos e às necessidades dos seus alunos” e além dos conteúdos curriculares,
já definidos “também o trabalho interdisciplinar, a diversificação de procedimentos e instrumentos de avaliação, a promoção de
capacidades de pesquisa, relação, análise, o domínio de técnicas de exposição e argumentação, a capacidade de trabalhar
cooperativamente e com autonomia”. Este decreto-lei surge após um ano de Projeto-piloto, em que participaram várias escolas a nível
nacional, que se voluntariaram para o efeito, e que serviu de influenciador desta legislação.
Temos agora uma nova perspetiva da forma de ensinar, não ficar apenas pelos saberes específicos de disciplinas, que não são
estanques, nem sempre são considerados por si só uteis pelos estudantes, mas basear um ensino em várias temáticas transversais,
mais motivadoras, facilitadoras de novas formas de aprendizagem, com formas de aprendizagem ativas e com novas metodologias de
avaliação. Esta evolução é determinada pelos novos desafios que a sociedade enfrenta, decorrentes da globalização e desenvolvimento
tecnológico acelerado, que “obriga” tendo a escola a preparar os alunos, que serão jovens e adultos nas próximas décadas, para
empregos ainda não criados, para tecnologias ainda não inventadas, para a resolução de problemas que ainda se desconhecem.
Nesta mesma linha pedagógica, surgiu o Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória, homologado pelo Despacho n.º
6478/2017, 26 de julho ,que como o próprio despacho diz “afirma-se como referencial para as decisões a adotar por decisores e atores
educativos ao nível dos estabelecimentos de educação e ensino e dos organismos responsáveis pelas políticas educativas, constituindo-
se como matriz comum para todas as escolas e ofertas educativas no âmbito da escolaridade obrigatória, designadamente ao nível
curricular, no planeamento, na realização e na avaliação interna e externa do ensino e da aprendizagem”. Temos, pois, um “protótipo
de cidadão”, talvez o termo não seja o mais adequado, que a escola no final dos doze anos entregará à sociedade que ainda nem sequer
sabemos como será, mas que será diferente da de hoje. Este perfil não visa cidadãos iguais, mas cidadãos competentes e adaptados
que forçosamente serão diferentes e não “cidadãos another brick on the Wall”. Neste perfil preconizam-se: princípios; visão; valores;
áreas de competência e implicações práticas. Como consequência nas disciplinas que leciono, Matemática e Ciências Naturais surgiu a
necessidade de planear, lecionar e avaliar de forma as promover as competências dos alunos. De acordo com os documentos
ministeriais:
Na disciplina de Ciências Naturais o papel central será despertar nos alunos a curiosidade acerca do mundo natural, o interesse
pela ciência, desenvolver uma compreensão geral e abrangente das principais ideias e estruturas explicativas das ciências da Terra e da
Vida, bem como dos procedimentos da investigação científica e, ainda, questionar o comportamento humano perante o mundo e o
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impacto da ciência e da tecnologia no nosso ambiente e na cultura em geral. As aprendizagens progridem de uma escala mais ampla
sobre a estrutura e o funcionamento da Terra e dos diversos subsistemas que o compõem, numa perspetiva de educação para a
sustentabilidade, para uma escala mais circunscrita, centrada nos processos vitais comuns aos seres vivos, nomeadamente ao ser
humano, numa perspetiva de educação para a saúde.
O ensino da Matemática, no ensino básico, deve apontar uma aprendizagem da Matemática com compreensão, bem como o
desenvolvimento da capacidade dos alunos em a usar em contextos matemáticos e não matemáticos ao longo da escolaridade, e nos
diversos domínios disciplinares, por forma a contribuir para a sua formação enquanto estudante, mas também na sua vida futura
pessoal, profissional e social. Deve proporcionar uma formação na disciplina centrada numa aprendizagem que contribua para o seu
desenvolvimento pessoal e lhe proporcione a aquisição de instrumentos conceptuais e técnicos necessários na aprendizagem de outras
disciplinas ao longo do seu percurso académico, qualquer que seja a área de prosseguimento de estudos escolhida. Deve contribuir
igualmente para a atividade profissional por que venha a optar e para o exercício de uma cidadania crítica e participação na sociedade,
com sentido de autonomia e colaboração, liberdade e responsabilidade. Deverá ainda promover uma relação positiva entre os alunos
e a disciplina, bem como uma visão da Matemática que corresponda à sua natureza enquanto ciência e integre o reconhecimento do
seu valor cultural e social, nomeadamente no que se refere ao seu papel no desenvolvimento das diversas ciências, da tecnologia e de
outras áreas da atividade humana.
Tendo em contas estas novas finalidades no ensino, urge o aparecimento de novas formas de planificar as atividades escolares.
Estas planificações não deverão ser “livrescas”, mas partir do perfil do grupo de alunos que vamos lecionar e de uma questão problemas
que os alunos manifestem, para que a partir daí os discentes sintam implicados no processo. Importante também ter uma noção dos
recursos que dispomos sejam eles materiais, humanos ou eletrónicos. A partir daí entram os objetivos e conteúdos curriculares e não
curriculares, incluindo os conhecimentos vindos de casa. Importante serão as metodologias e respetivas atividades a escolher para se
manter uma sala de aula dinâmica. Em comunhão com estas abordagens terá de estar as atividades e formas de avaliação. As tarefas
avaliativas terão de servir todo o propósito do ensino que pretendemos.
A integração e articulação curricular é importante porque pode permitir que as aprendizagens em cada disciplina se ampliem. Tal
como as aprendizagens em cada disciplina se complementem e, assim, beneficiem de uma articulação que poderá conferir significado
e/ou exponenciar as informações e os procedimentos que se disponibilizam; também permite a otimização do tempo disponível de
trabalho, evitando-se as atividades redundantes. Como corolário haverá uma aprendizagem escolar mais intrínseca e centrada não
apenas em conhecimentos, mas também em metodologias de trabalho, atitudes e valores.
Tendencialmente a integração e articulação curricular deverá ser realizada num espaço multidisciplinar como os de Autonomia e
Flexibilidade Pedagógica. Se for realizada nas atividades letivas de uma disciplina, ficará esta integração e articulação muito mais
limitada e com menos potencialidade de se obter aprendizagem consolidada. Os «Domínios de autonomia curricular» (DAC), áreas de
confluência de trabalho interdisciplinar e ou de articulação curricular, serão à partida o espaço ideal para usar esta
“interdisciplinaridade”. Cabe agora aos docentes encetar esta reforma e motivar colegas, alunos e encarregados de educação a
desenvolver as DAC com projetos motivadores partindo e questões problema propostos por alunos, para os quais estejam dispostos a
trabalhar e integrar as competências essenciais dos vários currículos disciplinares. Deverão ter, os DAC, quatro momentos distintos:
planificação; abordagens; concretização e avaliação. Em todas deverá haver muita colaboração entre os docentes implicados e também
entre docentes e alunos.

Conclusão
Se já frequentei Oficinas de formação de grande utilidade e urgência, esta é uma delas, apenas as abordei muito sucintamente,
pois as linhas que disponho para escrever são muito poucas. Em suma fiquei a conhecer com muito mais pormenor toda a problemática
da Autonomia e Flexibilidade Pedagógica e as formas como se pode colocar em prática todas as potencialidades do Decreto-lei 55/2018.
Também permitiu estar em contato com as novas metodologias educativas ativas como por exemplo: Sala de aula invertida;
Metodologia de projeto; Aprendizagem baseada na resolução de problemas; Aprendizagem por descoberta guiada; Aprendizagem por
genealogias; entre outras. Igualmente foram apontadas novas estratégias e metodologias de avaliação: Rubricas de avaliação;
Portefólio; Listas de Verificação, Listas de Verificação de Autorregulação; Grelhas de Observação …
Eu penso que a temática desta oficina não se esgotou deverá haver uma Flexibilidade e Integração Curricular 2, e até mais, onde
se explorarão de forma mais exaustiva a construção de DAC’s.

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