Este livro foi criado a partir de diversas solicitações de alunos nos cursos que ministro sobre gerenciamento de projetos, mais
especificamente na área de elaboração e controle de cronogramas. Assim, tentei retratar todo o conteúdo do curso de elaboração
e controle de cronogramas, utilizando como ferramenta de apoio o software MS-Project.
Com o surgimento nos últimos anos do BIM, a última parte do livro dedica-se a mostrar como elaborar o BIM-4D, a partir do
momento que você dispõe de um modelo 3D e um cronograma.
Embora o mercado editorial esteja repleto de livros sobre gerenciamento de projetos e também para a operação do MS-Project,
alguns com conteúdo muito bom como os de Ricardo Viana Vargas, os alunos sentem falta de algo mais prático e resumido, que
mostre de maneira bem direta como poderemos elaborar bons cronogramas, amparado nas melhores práticas de gerenciamento
de projetos difundido pelo PMI.
O livro poderá ser utilizado como fonte de consulta para assuntos específicos ou também ser lido de forma integral, pois segue
uma lógica de construção de cronograma desde seu início até a fase de controle. Mesma lógica que utilizo nos cursos desta
ferramenta.
Aproveito para agradecer a ajuda de todas as pessoas que colaboraram com ajustes e correções e em especial a Giovanni Maciel
e Adriana Santos
DURANTE A REALIZAÇÃO DOS CURSOS DISPONIBILIZO AOS ALUNOS UMA COLEÇÃO DE VÍDEOS, COMO MATERIAL
COMPLEMENTAR DO MESMO. PARA RECEBER OS VÍDEOS E OUTROS MATÉRIAS COMPLEMENTARES A ESTE LIVRO, ENVIAR EMAIL
PARA LIVROPROJECT@HERONSANTOS.COM.BR
O Microsoft Project é um poderoso programa de gerenciamento de projetos que você pode usar para planejar e controlar o
cronograma de seu projeto.
Este livro tem o objetivo de servir de apoio a utilização do MS-Project e é dirigido aqueles que querem entender e utilizar de
maneira inteligente e produtiva este aplicativo.
O formato deste livro está organizado de maneira que você poderá seguir o passo a passo para criar, editar e controlar um projeto.
Assim como qualquer outro aplicativo voltado para o gerenciamento de projetos, a utilização do MS-Project só poderá ser realizada
de maneira satisfatória se o usuário tiver conhecimento, pelo menos básico, das melhores práticas de elaboração e controle de
cronogramas de projetos. Sem estes conhecimentos, o MS-Project deixará o usuário operá-lo de maneira totalmente equivocada
e as informações obtidas poderão não ser uteis ao gerente de projetos. Um exemplo de como a falta de conhecimento das melhores
práticas poderá provocar uma operação equivocada do aplicativo, é a tendência que muitos tem em querer digitar nas colunas de
Início e Término e aí, já antecipamos, que caso isto ocorra, estaremos colocando em risco o cálculo do caminho crítico, umas das
informações mais importantes do cronograma.
Para piorar a situação, muitas organizações ainda pensam que tendo a relação de atividades, suas durações e seus
sequenciamentos já se tem um cronograma ou pior, já se conseguiu introduzir o gerenciamento de projetos em seus processos
organizacionais. Durante a apresentação do conteúdo deste livro veremos teorias de gerenciamento de projetos que mostram a
necessidade de termos outros documentos, tais como o histograma de matérias e recursos humanos, para que o cronograma seja
válido e útil ao empreendimento. Sem estes documentos, o cronograma passa a ser somente um desenho do Gráfico de Gantt
sem embasamento prático.
Também escuto algumas pessoas falarem que os cronogramas não servem para muita coisa e que historicamente este documento
não tem agregado muito valor a seus projetos. Antecipo que até concordo com estas colocações, concordo que um cronograma
pode até, de nada vai servir como apoio a execução de um projeto, a partir do momento que este não venha a ser atualizado
sistematicamente, o que ocorre de maneira muito acentuada e acredito que isto se deve ao fato que os livros e cursos têm um
foco relativamente grande no planejamento e relegam a segundo plano os processos de como os documentos do projeto, em
especial o cronograma deve ser atualizado. Quando alguém afirma que, após algum tempo o cronograma elaborado não serve
mais para a execução da obra, eu concordo e, digo mais, chego a afirmar que depois de 1 semana, o cronograma original (baseline)
só deverá ser utilizado para descobrir se o projeto está ou não cumprindo o planejamento inicialmente pensado, pois
obrigatoriamente deveremos ter o que chamamos de cronograma corrente, que seria o cronograma original atualizado com as
ocorrências de execução do projeto. Logo, fica fácil imaginar que os processos de controle do projeto têm que conduzir para a
existência de um novo cronograma (corrente), toda semana. Veremos na parte de controle como conseguir isto de maneira
relativamente simples.
A utilização eficaz do MS Project, ou qualquer outro aplicativo que dê suporte a elaboração e controle de cronogramas, envolve
muito mais do que o simples entendimento de como funciona o programa. Diferentemente de outros softwares, tais como o Word,
o MS-Project está interligado com as disciplinas ou as práticas a que ele vem auxiliar – o Gerenciamento de Projetos- e em especial
às melhores práticas de construção e controle de cronogramas. Portanto, não basta apenas entender como é o funcionamento
desse software, faz-se necessário aliá-lo ao conhecimento das melhores práticas de gestão de projetos, para que assim ele possa
ser operado de maneira correta e as informações dadas por ele, também possam ser entendidas e interpretadas corretamente.
Um exemplo da importância do conhecimento das melhores práticas preconizadas pelo PMI é o simples fato, como já falamos
anteriormente, de que nunca deveremos digitar nas colunas Início e Término, quando isto ocorre, estaremos colocando em risco
a saúde de nosso cronograma e tornando o mesmo uma simples planilha de dados.
Não serão abordadas aqui todas as técnicas e ferramentas em torno da prática de gerenciamento de projetos nas suas 10 áreas
de competências, pois o MS-Project consegue atuar de maneira satisfatória em apenas 3 delas (Escopo, Tempo e Custo).
Como complemento, aconselho a você leituras complementares sobre as técnicas de gerenciamento de projeto, mesmo não
estando relacionadas a elaboração de cronogramas e utilização do MS-Project.
A organização deste livro traz inicialmente uma apresentação das definições básicas e necessárias para que o programa possa ser
utilizado, e nos capítulos seguintes serão apresentados os diversos processos presentes nos capítulos do gerenciamento do escopo,
tempo e custos do PMBOK e como poderemos utilizar o MS-Project com base nestas melhores práticas. Também serão
apresentadas técnicas presentes em livros complementares ao PMBOK, do próprio PMI ou não.
O que é um Projeto?
Segundo Ricardo Vianna Vargas, projeto pode ser definido como:
“Um empreendimento não repetitivo, caracterizado por uma sequência clara e lógica de eventos, com início, meio e
fim, que se destina a atingir um objetivo claro e definido, sendo conduzido por pessoas dentro de parâmetros pré-
definidos de tempo, custo, recursos envolvidos e qualidade. ”
Portanto, todo projeto possui, por definição, algumas características básicas relacionadas. Como por exemplo:
Empreendimento não repetitivo
A palavra projeto, que vem do Latim, que resulta da união de “pro” que significa algo que procede a uma ação e o verbo
“iacere” que significa: levar, arremessar, lançar. Significa então “lançar algo novo”, isto já deixa claro que todo projeto é
criado para produzir algo novo. Logo, as técnicas de Projeto e, consequentemente, o MS-Project não pode, ou terão
dificuldades de serem utilizadas em processos contínuos.
Sequência clara e lógica de eventos
Todo projeto tem uma sequência lógica a ser seguida para que o mesmo venha a ser concluído.
Início e fim bem definidos
Esta definição é clássica de projeto e direciona para que todo ele tenha uma data de início e uma data de término bem
definida, porém hoje sabemos que os projetos voltados para inovação nem sempre tem um fim bem definido e mesmo
assim podemos aplicar técnicas de planejamento e elaborar um cronograma para eles.
Objetivo específico claro, único e bem definido.
Todo projeto tem um objetivo para o qual ele foi elaborado. Não vamos confundir objetivo com escopo, pois são conceitos
diferentes.
Conduzido por pessoas
Todo projeto para ser executado necessita de pessoas trabalhando no mesmo. Assim uma área de grande importância
está relacionada à análise e tratamento dos relacionamentos entre estas pessoas.
Parâmetros pré-definidos de tempo, custo, recursos humanos, qualidade, etc.
A maioria dos projetos sempre está sujeito a limitações de custo, prazo, qualidade, etc. Como exemplo destas limitações
teríamos o caso onde o projeto não poderia custar mais que R$ 1.000.000,00 ou outro caso onde o projeto deveria
terminar no máximo em uma determinada data. Em gerenciamento de projetos, definimos estes parâmetros como
Restrições. Não podemos confundir Restrição com Premissa, pois são conceitos diferentes.
Também podemos afirmar que o foco de um projeto é alcançar objetivos previamente definidos, sendo responsabilidade do gerente
do projeto conduzi-lo na direção da concretização destes objetivos, com base nos parâmetros estabelecidos, como por exemplo, o
tempo, o custo e os recursos; enquanto se mantém dentro de um padrão de qualidade previamente definido.
Onde:
Custo: O projeto deve ser executado de acordo com o orçamento definido.
Escopo: O projeto deve entregar/executar todos os produtos e serviços necessários a entrega do seu produto principal.
De maneira um pouco simplificada poderíamos dizer que escopo é a coleção de todos os produtos e serviços acertados
com o cliente. Existem técnicas para se definir com maior qualidade o escopo do projeto, tais como uma EAP ou maquete
do projeto, que não fazem parte do conteúdo deste livro, porém seu conhecimento é vital para a construção de bons
cronogramas e deveriam ser estudadas de maneira a melhorar a qualidade de nossos cronogramas. Atualmente por
exemplo, as ferramentas de elaboração de projetos, relacionadas ao BIM, tem ganhado um espaço muito grande no
mercado de trabalho, e deveriam ser incorporadas aos processos de gerenciamento de projetos.
Tempo: O projeto deve ser executado no tempo previsto, e aqui vamos gastar um pouco mais de tempo tentando
entender melhor este conceito. Ocorre normalmente uma certa confusão entre os conceitos de tempo e prazo dos projetos
e atividades, então vamos entender melhor a diferença pois não podemos confundir tempo com prazo. Antes de mais
nada, o prazo sempre se refere a uma data acertada, enquanto que o tempo se refere a quantidade de horas necessárias
à execução de uma tarefa. Poderemos ter, por exemplo, uma determinada atividades de 5 dias (40h) executada em um
determinado prazo ou com um prazo maior, e como isto seria possível?
Estes fatores são interdependentes e sujeitos a alterações no decorrer do planejamento e/ou execução do projeto. A gerência
dessas variáveis é feita sob o ponto de vista sistêmico, onde se admite que a modificação do valor de uma delas terá um impacto
previsível em todas as demais. Isto significa que muitas vezes a redução, por exemplo, da variável “tempo” acarretará em um
incremento na variável “custo” ou implicará na alteração de alguma especificação do produto (escopo).
Além disso, qualquer que seja a mudança ocorrida em uma das variáveis, o gerente deve ter um modelo que permita uma rápida
tomada de decisão que corrija a mudança de curso, garantindo a continuidade do processo.
Também é importante lembrar que toda e qualquer modificação no conteúdo das variáveis acima deve ser negociada, em geral,
com o cliente e os fornecedores internos e externos ao projeto.
O Planejamento em Projetos
Em qualquer atividade de uma organização o planejamento deve sempre ser encarado como uma rotina essencial. Entretanto, em
grande parte dos projetos existentes, pouco se planeja, muito se executa e muito, mas muito mesmo, se gasta refazendo um
trabalho que, com um devido planejamento, poderia ter sido evitado.
Costumeiramente, acredita-se que não é preciso dizer que, com um enfoque em projetos para uma organização, é extremamente
necessário um planejamento criterioso de todas as possíveis nuances de um projeto. Normalmente, parte-se do princípio que todos
os participantes de um projeto têm como princípio um claro entendimento de que planejar é essencial. A realidade é bem distante
desta visão.
Em Projetos, Planejar é FUNDAMENTAL!!!
O Controle em Projetos
Se você analisar com cuidado, verá que muito se fala em planejamento. Cursos e treinamentos são constantemente oferecidos
com este escopo e a literatura é farta, porém quando falamos de controle de projetos, encontramos pouca coisa. Estas ações
também devem ser bem pensadas e trabalhadas. Os procedimentos de como o cronograma, por exemplo, será atualizado devem
também ser planejados de forma a garantir uma maior probabilidade de sucesso do projeto.
Uma parte deste livro será destinada a este fim, pois entendo que um bom planejamento pode não ajudar muito na execução dos
projetos, casos estes não venham a ser controlados e atualizados sistematicamente e periodicamente.
Visão Geral:
O MS Project é uma ferramenta automatizada de apoio à Gerência de Projetos, onde é possível planejar e acompanhar as
atividades, recursos e outras variáveis de um projeto. Ele é uma ferramenta pertencente à família Office da Microsoft e, portanto,
utiliza os padrões conhecidos dessa interface com o usuário.
A figura abaixo apresenta esta interface.
Uma boa notícia para quem está iniciando com a operação deste aplicativo é que ele poderia ser pensado como uma planilha Excel.
Ambos os aplicativos trabalham com linhas e colunas e muitos dos seus comandos são similares.
Guias de Menus
O Guia de Menus do MS Project tem as seguintes opções:
1. ARQUIVO: Trata das operações com arquivos.
2. TAREFAS: Cuida das operações ligadas as tarefas.
3. RECURSOS: Cuida das operações ligadas aos Recursos.
4. RELATÓRIOS: Apresenta relatórios pré-prontos para serem utilizados.
5. PROJETO: Cuida das operações ligadas aos projetos.
6. EXIBIÇÃO: Cuida da formatação de textos, tabelas, fontes, etc.
7. FORMATO: Disponibiliza ferramentas para formatação do projeto.
Principais Visões:
Inicialmente, verificamos que o MS Project possui três formatos básicos para exibir as informações. São eles:
Os Gráficos – Que representam graficamente as informações. São gráficos os modos de exibição Gráficos de Gantt,
Gantt de Controle, Diagrama de Rede, Gráfico de Recursos e Calendário.
As Planilhas - Que representam informações em linhas e colunas. Cada linha contém informações sobre uma tarefa ou
recurso individual. Cada coluna contém um campo onde você insere informações específicas sobre tarefas ou recursos.
(As colunas no Microsoft Project são, em geral, chamadas de campos.) Como exemplo de planilhas poderíamos relacionar;
Planilha de Recursos, Uso de cursos, etc.
Planilha de Recursos:
O modo de exibição Planilha de Recursos exibe as informações sobre cada recurso do Projeto.
O Gráfico de Recursos:
O modo de exibição Gráfico de recursos exibe graficamente as informações sobre a alocação, o trabalho ou o custo dos recursos
ao longo do tempo. Você poderá analisar as informações sobre um recurso de cada vez, sobre recursos selecionados ou sobre um
recurso.
O Diagrama de Rede:
O Diagrama de Rede é um modo de visualização que mostra as dependências entre as tarefas do projeto como um gráfico de
fluxo de rede. As tarefas são representadas por caixas ou nós e as dependências de tarefa são representadas por linhas que
conectam as caixas.
Calendários do projeto.
Antes de trabalharmos os calendários no MS-Project, é necessário termos uma consciência do que é um calendário e
principalmente, a sua finalidade. De maneira simplificada podemos dizer que calendário tem a função de nos mostrar em quais
dias devemos trabalhar e em quais outros dias não, e nos dias que devemos trabalhar quantas horas serão de trabalho. Assim
sendo, com relação às tarefas, os calendários determinam como elas serão agendadas, considerando o tempo da sua duração.
Podemos também definir calendário como sendo a nossa jornada de trabalho.
Para alterar o calendário padrão ou qualquer outro calendário que venha ser criado, utilizaremos a guia “Exceções”, onde
colocaremos um nome para a exceção, sua data de início e sua data de termino. As exceções vão determinar por exemplo os dias
de feriados ou jornadas de trabalho diferentes para um dia ou intervalo de dias.
Para o registro das exceções devemos dar um nome a ela, informar a data de início da exceção e a data de término, por exemplo.
Logo depois deveremos selecionar a opção de Detalhes.
Intervalo de dias a ser impactado pela exceção, podendo alterar as informações registradas anteriormente na
criação da exceção.
Caso se queira criar um novo calendário, deve-se selecionar a opção “Criar Novo calendário”, em “Projeto / Alterar período de
trabalho”,
A mudança do calendário de determinada atividade promove alteração dos prazos do cronograma sem, no entanto, modificar o
esforço para sua execução, ou seja, a coluna duração não modifica seus valores.
Uma prática comum de chamarmos um item que não tem detalhamento (subitem) de pacote de trabalho. Um modelo de EAP
tradicional é dado pela Figura 1, que mostra o exemplo da construção de uma casa.
Não existe uma regra definida para construir uma EAP. Duas pessoas diferentes podem construir duas EAP´s diferentes para um
mesmo projeto. A diferença ocorre devido ao critério de decomposição utilizado. Contudo, independente de qual critério de
decomposição utilizado, todos os “trabalhos” constituintes do projeto precisam estar listados no final, representando a totalidade
do escopo, ou seja, a EAP deve conter 100% do trabalho definido no escopo do projeto e ainda, deve capturar todas as entregas
sejam elas internas, externas ou intermediárias. Em todos os níveis da hierarquia essa regra deve ser utilizada de modo que a
soma dos trabalhos em um nível inferior deve se igualar a 100% do trabalho representado pelo nível superior. De maneira análoga,
a EAP não deve conter nenhum trabalho que não esteja no escopo do projeto, ou seja, não pode haver mais de 100% do trabalho
a ser entregue no projeto. Algumas boas práticas para a construção de uma EAP, incluem-se:
O MS-Project não faz distinção entre um produto (pacote de trabalho) e uma atividade. Esta tarefa terá que ser executada pelo
Gerente do Projeto durante a fase de planejamento. Normalmente o último item da EAP, chamada de pacote de trabalho, deverá
ser executado através de diversas atividades.
Para se registrar os itens da EAP no MS-Project, deverá ser fornecida a descrição de cada item na coluna “Nome da Tarefa” e a
sua organização hierárquica deverá ser definida através de recuos para direita/esquerda, cuja ação poderá ser realizada pelos
botões presentes no menu do MS-Project, como mostrado abaixo.
B – Em formato de texto
C- No MS-Project
Durante muito tempo os orçamentos, principalmente os elaborados em engenharia seguiram uma estrutura chamada EAC
(Estrutura Analítica de Custo). Esta estrutura tem como base não os produtos/serviços a serem entregues e sim o agrupamento
de composições de serviços, como poderíamos verificar no quadro comparativo abaixo. Hoje sabemos que a EAC não pode ser
utilizada para elaboração de cronogramas, pois o cronograma tem como base a estrutura EAP, logo se torna necessário que as
empresas comecem a elaborar seus orçamentos de maneira compatível com a estrutura EAP que será posteriormente detalhada
em atividades. De maneira ideal, deveremos até ter a mesma estrutura nos orçamentos e cronogramas, o que facilitará em muito
o planejamento/controle financeiro do projeto, além de evitar retrabalho entre as equipes orçamentárias e de planejamento.
Registrando as atividades
A criação das atividades de um projeto é decorrente da decomposição dos pacotes de trabalho da EAP. Para cada item de menor
nível da EAP, chamado de pacote de trabalho, deve-se relacionar todas as atividades necessárias para executar a sua entrega.
Neste momento ainda não devemos nos preocupar com os recursos necessários à execução das tarefas, nem com o tempo
necessário à sua execução. Estas ações serão trabalhadas posteriormente.
No MS-Project, o registro das atividades é realizado com a inserção de tarefas abaixo de cada item da EAP (pacote de trabalho).
De maneira similar a como registramos a EAP, porem uma regra deverá ser seguida; O nome das tarefas deve sempre iniciar com
um verbo no infinitivo.
Este detalhamento normalmente é feito na elaboração do planejamento de médio prazo, considerando um horizonte de 2 a 3
meses.
Exemplo de registro de atividades:
Uma dúvida surge quando comparamos o trabalho de uma atividade com a sua duração. O trabalho de
uma atividade sempre vai se referir a quantidade de horas de trabalho necessárias à execução da mesma
e que está diretamente relacionada a quantidade de recursos do tipo trabalho (estudaremos este item
mais adiante). Por exemplo, se temos uma tarefa de 10 dias (80horas) e temos dois recursos tipo
trabalho alocados a tarefa e considerando que os recursos irão trabalhar 8 horas por dia, o valor do
trabalho será de 160horas.
Criar um novo calendário com apenas 4 horas de trabalho diárias de segunda a sexta.
Quanto digitamos no MS-Project o número da predecessora e o tipo da ligação como sendo TI, nota-se que a informação de TI
será “apagada”. Na verdade, o MS-Project suprime esta informação por considerar este tipo de ligação a padrão do software, não
sendo assim necessário a sua digitação. No exemplo acima bastaria digitar o numero 3 na coluna de predecessora.
A tarefa de sequenciamento de execução das tarefas poderá ser feita através do preenchimento da coluna “Predecessora” na tabela
“Entrada”. O tipo de relacionamento padrão utilizado é o TI, se quisermos alterar este tipo relacionamento deveremos digitar o
tipo com o qual queremos relacionar as tarefas (II ou TT, não aconselhável o tipo IT). Caso você tenha dúvidas, poderá trabalhar
com as propriedades da tarefa (duplo clique na linha da tarefa), na guia “Predecessoras”.
Para executarmos isto no MS-Project utilizaremos o recurso de “Latência” presente na guia “Predecessores”, nas propriedades da
tarefa.
Restrições do projeto.
Todo e qualquer projeto pode estar sujeito a restrições no seu acompanhamento. Normalmente estas restrições estão relacionadas
ao prazo necessário à execução do projeto, ao custo do projeto, ou até mesmo em relação à qualidade do projeto.
O MS-Project permite o registro e consequente avaliação do impacto das restrições relativas à variável prazo, que tanto podem
estar associadas ao projeto como um todo como também a algumas atividades do projeto.
Para registrarmos as restrições no MS-Project utilizaremos a guia “Avançado”, nas propriedades da tarefa.
Atividades Recorrentes.
Na decomposição da EAP podem surgir atividades que vão se repetir várias vezes durante a execução do projeto. Um exemplo
deste tipo de atividades são as relacionadas a reuniões de acompanhamento necessárias à entrega dos produtos pré-programados.
Para registrarmos atividades recorrentes no MS-Project utilizaremos a opção “Tarefa / Tarefa Periódica”
Na segunda situação o tempo da primeira foi reduzido devido ao deslocamento de mais pessoas para a sua execução e então
teríamos a seguinte situação.
Poderá isto realmente ocorrer? Poderá a atividade B iniciar antes da atividade A iniciar? Uma saída para este tipo de problema é
informarmos as antecipações em percentuais.
Porém o que o software está entendendo é que depois de decorridos 50% do tempo da tarefa Levantar Muro deveremos iniciação
a tarefa Rebocar Muro, o que não necessariamente significará que estaremos com 50% do muro levantado. Para resolver este tipo
de problema o melhor seria dividirmos as tarefas predecessoras em duas como mostrada a seguir.
A informação que o MS-Project nos dá nesta coluna, refere-se a quantidade de horas necessárias a execução do projeto, porém
o cálculo é efetuado considerando a diferença dos dias de trabalho presentes no calendário entre a data de início e a data de
término do projeto, o que sinceramente significa muito pouco para um usuário leigo no MS-Project. Para falar a verdade, até
para os usuários de MS-Project esta informação é um pouco equivocada.
Logo, cuidado ao informar que a duração total do projeto se refere a duração total presente na coluna”duração” do MS-Project,
mesmo que se diga que é a duração em dias úteis, pois caso o calendário esteja com alguns dias com um trabalho diferente de 8
horas, esta informação estará errada.
Como presente na definição de Projetos, para a execução das tarefas definidas, sempre necessitará de recursos, sejam eles
humanos, materiais ou financeiros. Assim temos que fazer o planejamento da utilização destes recursos para todo o projeto.
De maneira direta, podemos afirmar que na verdade toda atividade presente no projeto necessitará de recursos para ser executada.
Exceção se faz as atividades do tipo Marco.
As melhores práticas de gerenciamento de projetos sugerem que as condições consideradas no planejamento do esforço sejam
registradas. Para isto pode-se utilizar o campo “observações” presente nas propriedades das tarefas.
Registrando os Recursos
O MS-Project, na versão 2013, trabalha com três tipos de recursos:
Recursos Trabalho
Referem-se a todos os recursos que tem como base o tempo como fator de custo, tais como mão de obra e aluguel
de equipamentos.
Para este tipo de recurso, o MS-Project pode controlar a sua disponibilidade e, posteriormente, indicar as
superalocações correspondentes.
Pode-se também associar calendários diferentes dos calendários do projeto e da atividade.
Recursos Materiais
Não utilizam hora extra e grupo de trabalho,
Não se pode especificar disponibilidade,
Não utilizam calendários.
Recursos Custos
Podem ser utilizados para associar serviços com custos fixos, porém podem prejudicar o cálculo do valor agregado.
Antes de relacionarmos todos os recursos necessários à execução de cada tarefa, teremos que registrá-los no MS-Project. Isto é
feito através do modo de visão “Planilha de recursos”, que pode ser acessado através de “Tarefas/Gráfico de Gantt/Planilha de
recursos”.
Para evitarmos este transtorno, deveremos trabalhar somente com atividades do tipo Duração Fixa sem ser controlada pelo
empenho. Para fazermos isto, temos que abrir a tela de Informações da tarefa e na Guia Avançado mudar o tipo da tarefa.
Diante das opções de tipos de recursos, surge a dúvida sobre qual seria a melhor escolha para se trabalhar na elaboração dos
cronogramas.
Para decidir, vamos analisar o seguinte problema:
Para a realização de uma determinada tarefa foi orçado que a quantidade de horas necessárias à sua execução seria de
160horas de um determinado recurso, o recurso Ajudante, por exemplo. Diante destes dados podemos calcular que, se
alocarmos apenas um recurso para a execução da tarefa, a duração necessária para a execução será de 20 dias (20 vezes
8hs de trabalho diário que dará as 160hs) e se colocarmos 2 ajudantes será necessária a duração de 10 dias.
Olhando o cronograma do projeto abaixo verificamos que existem 3 atividades deste tipo em paralelo.
Olhando as restrições do projeto descobrimos que dispomos apenas de 4 ajudantes para a realização de todas as tarefas.
Surge a pergunta, como resolver este problema?
Se olharmos o projeto com todas as atividades em paralelo, vemos que necessitaríamos de 6 ajudantes, e como informado, só
temos a disponibilidade de 4 ajudantes diariamente. Uma primeira solução seria a colocação das atividades de forma sequencial,
o que resultaria na utilização de apenas 2 ajudantes diariamente (imaginando que a duração é de 10 dias para as tarefas).
Analisemos os cenários abaixo.
Trabalhando com os recursos como sendo do tipo trabalho.
Alocamos 200% do recurso ajudante para cada tarefa, simulando a existência de 2 recursos. Verificamos então que o
histograma apresenta uma necessidade de 600% deste recurso por dias (6 recursos), fato que não temos.
Podemos ver que poderíamos trabalhar com os recursos como sendo do tipo material e isto facilitaria nosso trabalho de
planejamento do histograma.
Um exemplo que sempre utilizo em meus treinamentos, para entender o que significa e para que serve uma linha de base, ou
baseline, é o que apresento a seguir.
Vamos imaginar que temos que cavar um buraco de 2m por 10 de profundidade como mostrado a seguir.
Para a execução desta tarefa nos foi apresentado um cronograma, que mostra a tarefa iniciando na segunda-feira e terminando
na sexta-feira. Nada mais foi dito sobre o planejamento desta tarefa a não ser que ela terá 5 dias de duração, iniciando na segunda-
feira e com termino previsto na sexta-feira da mesma semana.
Durante a execução da tarefa, foi verificado que ela realmente iniciou na segunda-feira, porém no final da quinta-feira fizemos
uma visita ao local e verificamos que havia sido escavado 4 (quatro) metros.
A pergunta que sempre faço é: para você agora, esta tarefa está atrasada no prazo ou adiantada. As respostas variam muito.
Um grupo de pessoas alegam que esta tarefa está no prazo sim, pois a mesma só tem data de conclusão no dia seguinte. Mostro
então que esta resposta, nunca poderia ser dada, pois alegar este fato e considerar que sempre estaremos no prazo até o prazo
se esgotar, isto não existe. A toda hora temos que ter uma informação de qual é nossa tendência do término do projeto e assim
podemos afirmar se estamos atrasados, adiantados ou até mesmo no prazo.
Na verdade, está faltando uma informação no nosso planejamento, que seria a apresentação do quantitativo de metros a serem
escavados por dia. Imaginemos os seguintes cenários e suas conclusões.
Esta informação do planejamento inicial, que deveríamos estar comparando com as informações da execução de nossos projetos,
é o que definimos como linha de base ou baseline.
No exemplo acima falamos sobre a linha de base do cronograma do projeto, porém temos outras linhas de base em nosso projeto.
Basicamente ao término da fase de planejamento teremos em mãos várias linhas de base, tais como :
Documento de detalhamento do escopo do projeto;
Cronogramas;
Orçamentos;
Planos de trabalho;
Detalhamento dos Recursos;
Riscos;
Plano de Comunicação;
etc;
Todos estes documentos irão compor o que denominamos “Plano de Projeto”, ou a baseline do nosso projeto. O plano de Projeto
nada mais é que a reunião de todos os documentos gerados durante a fase de planejamento e que irão servir de base, na fase de
controle, para avaliação do quanto estamos executando o projeto conforme o planejado e assim tomarmos ações corretivas ou
preditivas no sentido de ajustar a execução do projeto e trazê-lo de volta a linha de base prevista.
Como o mundo não é perfeito, dificilmente existirá um planejamento que não sofrerá ajustes, seja de custos, cronogramas, etc,
durante a fase de execução do projeto. Quando isto ocorrer, os documentos deverão ser atualizados em uma nova versão e um
novo plano de projeto, ou linha de base, deverá ser criada.
Estas linhas de base servirão como ponto de referência para o acompanhamento do andamento da execução do projeto em relação
ao seu planejamento.
Uma dúvida que sempre surge é quando poderemos criar uma nova linha de base? Pois se, semanalmente poderemos estar
atualizando o cronograma, então semanalmente poderemos ter uma linha de base? A resposta é que só poderemos ter uma nova
linha de base quando ocorrer um acerto com o cliente e este aceitar um novo cronograma, por exemplo, ou um novo orçamento,
e isto é algo que deve ser negociado e algumas vezes, não aceito pelo cliente.
A gravação das Linhas de Base se realiza na opção “Projeto / Gravar Linhas de Base” e o MS-Project permite a gravação de
até 11 linhas de base.
Deveremos notar que após a primeira gravação da linha de base, a visão “Gantt de Controle” passa a mostrar a linha de base
(linhas cinzas) e o que denominamos de cronograma corrente do projeto, permitindo a realização de análises quanto a atrasos ou
adiantamentos de nossas atividades/projetos.
Lembrando que, como falamos anteriormente, não podemos confundir a atualização periódica do cronograma com a
criação de uma nova linha de base. Esta última só será realizada quando ocorrer acordos com as partes interessadas,
enquanto a atualização periódica tem a intenção de mostrar os desvios do cronograma corrente em comparação com
a linha de base vigente, no sentido de providenciarmos ações corretivas e eliminarmos os desvios.
O gráfico de Gantt sempre irá mostrar como linha de base, a linha de base 0 (zero), para que o gráfico passe a mostrar
outras linhas de base, teremos que fazer ajustes na configuração do gráfico de Gantt, que poderá ser realizada clicando
duas vezes na área branca do gráfico de Gantt, quando aparecerá a tela abaixo.
Uma das informações que deverá estar presente no plano do projeto, é o modo pelo qual será realizado o registro da execução do
projeto no cronograma, ou seja, como as tarefas serão atualizadas em relação a execução física das mesmas no cronograma, pois
o Gerente do projeto deverá saber exatamente como irá cobrar as informações dos recursos envolvidos no projeto, como por
exemplo:
Existem diversas maneiras pelas quais podemos realizar o acompanhamento da execução dos projetos e como poderemos fazer
esta atualização nos softwares de gerenciamento de cronogramas. Como exemplo podemos relacionar os métodos de:
O MS-Project permite o registro dos avanços do projeto através de qualquer metodologia de controle a ser adotada pelo projeto.
É claro que teremos, para algumas metodologias, uma facilidade de uso maior em relação a outras metodologias de controle de
execução dos projetos.
Neste livro vamos trabalhar com os dois métodos apresentados acima, ou seja, o Percentual Executado da tarefa e depois o de
Duração restante.
Após a gravação da linha de base do nosso projeto, como vimos na seção anterior, estaremos aptos a iniciar a atualização do
cronograma com relação a execução das tarefas.
Esta ação é normalmente realizada uma vez por semana e sempre teremos que informar em relação a qual data estaremos
fornecendo os dados de execução das nossas tarefas, pois sem esta informação o aplicativo não terá condições de comparar os
avanços realizados no cronograma com o que estava previsto. Por exemplo, se informamos que em uma determinada tarefa
tivemos um avanço de 27%, o MS-Project necessitará comparar este avanço com o que estava previsto em uma determinada
data, para poder informar se estamos atrasados/adiantados/ou no prazo na execução.
A data onde realizamos as medições e em relação a qual vamos atualizar nosso cronograma e chamada pelo MS-Project de Data
de Status, e para atualizarmos semanalmente a mesma, devemos abrir a janela de “Projetos / Informações”.
Para facilitar a visualização da data de status atualmente registrada no MS-Project na tela de gráfico de Gantt ou Gantt de Controle,
poderemos solicitar a visualização da linha de andamento, conforme tela abaixo.
A linha de andamento nos dá uma visualização gráfica do andamento do projeto. Neste momento podemos visualizar facilmente
as atividades que se encontram atrasadas ou adiantadas quanto ao seu planejamento. Se a linha de andamento de em uma
determinada tarefa se desloca para a esquerda, isto passa a indicar que a tarefa está atrasada, se ela passar reta, a tarefa poderá
estar no prazo ou adiantada.
Para solicitar ao MS-Project que mostre a visualização da linha de andamento, devemos clicar com o botão direito do mouse na
parte branca do gráfico de Gantt e depois solicitar a opção de Linhas de Andamento.
Nesta tela, selecionar a opção de “Exibir”.
Tarefa A – Está atrasada em relação a sua execução, pois deveria ter ocorrido 50% de sua execução e no momento temos 30%.
Tarefa B – Está no prazo em relação a sua execução, pois deveria ter ocorrido 50% de sua execução e no momento temos 50%.
Tarefa C - Está adianta em relação a sua execução, pois deveria ter ocorrido 50% de sua execução e no momento temos 80%.
A maneira mais prática e rápida para controlar a execução de um projeto é informar o percentual executado de cada tarefa nas
medições realizadas.
Para exemplificar a sua operação, vamos dar dois cliques em uma determinada tarefa do projeto, e quando aparecer a tela abaixo,
deveremos informar o percentual executado da tarefa no campo “Porcentagem Concluída”.
Embora esta seja a maneira mais comum de controle de execução de projetos no MS-Project ou em outros aplicativos, ela
apresenta diversas falhas, tais como:
O percentual informando, teoricamente visto como o percentual físico da atividade, é entendido pelo MS-
Project como o percentual de tempo já gasto na tarefa, e este percentual poderá ser modificado pelo próprio
aplicativo caso ocorra uma alteração na duração da tarefa. Ver exemplo abaixo:
O motivo é que inicialmente o MS-Project fez o registro de que o total de horas gastas na execução da
atividade até a data de status foi de 40h, resultado de termos informado o percentual de 50% da execução
da tarefa (o tempo total da tarefa é de 80hs), quando modificamos a duração para 15 dias, o total de horas
da tarefa passa a ser de 120h e como o MS-Project tem arquivado um total de 40hs já gasta em sua
execução, o percentual do tempo gasto ( que imaginamos incialmente ser o físico) passa a ser de 33,33%
O percentual de avanço mostrado para as atividades resumo e até mesmo para o projeto não pode ser
entendido como sendo o percentual de avanço do projeto, pois as atividades podem ter unidades (m3, m2,
kg, etc) diferentes entre se e, dessa forma nunca teremos o percentual de avanço físico de um projeto. Esta
informação não está ligada a utilização do MS-Project e sim ao conceito equivocado que sempre existe um
percentual físico executado de todo o projeto.
O percentual executado de uma tarefa até o dia da medição pode não expressar exatamente quanto de
esforço foi gasto na atividade.
Reprogramando as atividades
Para “corrigir” alguns dos problemas apresentados anteriormente, devido ao fornecimento do percentual executado das tarefas,
poderemos utilizar as colunas de Início real e Término Real das tarefas. Desta forma os cronogramas estarão sendo ajustados
a cada início ou término das tarefas.
Quando uma tarefa for iniciada, deveremos informar a data de início da mesma na coluna “Inicio real” e quando está forma
concluída deveremos informar a data de conclusão na coluna “Término real”.
E como último comando na atualização do projeto, deveremos pedir para o MS-Project reprogramar para que o início das tarefas
não iniciadas sejam colocadas como sendo no mínimo depois da data atual de status. Este comando está no menu
Projetos/Atualizar Projeto.
Após a execução deste comando o projeto não terá tarefas programas no passado.
Existe um método de controle de execução de projetos, que, com um pouco de prática, se torna tão fácil, ou até mais fácil, do que
o método percentual apresentado anteriormente. Chamaremos este método de Duração Restante.
Este método tem como premissa a utilização de tempos já gastos na realização das tarefas e quanto tempo ainda são necessários
para a conclusão destas. A informação de percentual executado não é considerada.
Informar a datas de Início Real e Término Real, se a atividade tiver sido concluída.
Este método, quando aplicado, já promove a reprogramação do cronograma e atualização do caminho crítico do projeto, caso os
resultados informados tenham provocado alguma alteração no mesmo.
Após a execução deste comando o projeto não terá tarefas programas no passado.
Um fato importante deste método é que devemos desconsiderar os percentuais apresentados pelo MS-Project, pois como vimos
anteriormente ele, para o MS-Project, não corresponde ao % físico executado.
O gerente de projetos tem que detectar durante o planejamento as necessidades de comunicação que deverão ser entregues
a todos os envolvidos com o projeto.
As informações que serão entregues aos recursos relacionados a execução das tarefas serão totalmente diferentes às
entregues aos patrocinadores do projeto.
O MS-Project tem configurado diversos tipos de relatórios relacionados a algumas necessidades específicas. Acessado através
da opção “Relatório”, além de permitir a construção de novos.
Muitas vezes é necessária a apresentação de apenas algumas partes do projeto, como por exemplo:
Atividades ainda não iniciadas.
Atividades de um determinado recurso.
Atividades com custo acima de determinado valor.
Atividades concluídas entre um determinado período de datas.
O MS-Project permite a utilização de filtros nas Visões, Tabelas e Relatórios através da aplicação de diversos filtros pré-
programados, além de permitir a construção de novos.
O MS-Project permite a visualização das Visões, Tabelas e Relatórios através da aplicação de diversos agrupamentos pré-
programadas além de permitir a construção de novos.
Embora ainda esteja sendo pouco utilizado, a utilização do Building Information Modeling (BIM) pelas construtoras brasileiras aos
poucos avança em sofisticação, indo além de funcionalidades de geração de modelos virtuais tridimensionais.
A possibilidade de verificação de interferências nos projetos (clash detection), criação de orçamentos mais realistas e a criação
de cenários de planejamento, pouco a pouco se tornam realidade e diversos órgãos governamentais começam a exigir a
utilização das ferramentas BIM.
A constante evolução desta nova metodologia de trabalho, que tem como base a cooperação entre as equipes do projeto
(Arquitetônica, estrutura, elétrica, etc) e a utilização de ferramentas computacionais específicas, aponta para a integração com
as ferramentas de gerenciamento de projetos e em especial com a de gestão de cronogramas, como por exemplo, a integração
do modelo 3D criado no Revit com um cronograma criado no MS-project, chegando ao que se denomina BIM 4D.
Nele, as três dimensões espaciais que compõem o modelo 3D, é acrescida à variável tempo, tornando-se possível a visualização
da execução do cronograma de forma tridimensional, com base nas sequencias e durações estabelecidas das atividades no
cronograma.
Paralelamente surgem iniciativas que visam aproximar o BIM dos canteiros, para que informações obtidas junto às frentes de
trabalho, sejam de progresso ou de atraso de atividade, possam automaticamente ser atualizadas e assim, possibilitar uma nova
fonte de informações para as equipes de planejamento e execução do projeto, facilitando a tomada de decisão sobre as
intervenções necessárias, gerando assim a possibilidade de um mínimo impacto nos objetivos do projeto.
Também poderemos incorporar a esta simulação os custos (orçamento) previstos, mostrando assim a evolução econômica do
projeto, de acordo com o cronograma estabelecido.
A associação das informações dos componentes que representam o escopo do projeto definido no modelo 3D com as
informações de planejamento e custo, poderá nos dar com mais precisão as quantidades de cada serviço a ser executado, além
de permitir a simulação de cenários que nos auxiliará na definição do melhor “plano de ataque” para a nossa obra/projeto.
Assim, permitindo a visualização virtual de nossas obras, teremos mais facilmente a progressão do empreendimento. O BIM,
integrado ao planejamento, gera controles mais assertivos sobre os prazos de execução.
Além disso, decisões que provavelmente seriam tomadas num segundo momento são antecipadas para a etapa de projetos,
evitando-se a execução de retrabalhos e assim, custos extras.
A seguir será apresentado um passo-a-passo para a execução do modelo 4D do nosso projeto e como ferramenta computacional
utilizaremos um cronograma desenvolvido em MS-Project e o aplicativo NavisWorks na AutoDesk.
Criação do modelo 3D
Vários são os softwares que possibilitam a criação de modelos 3D de nossas obras, porém como estamos nos referindo ao BIM
devemos saber como identificar se a ferramenta a ser utilizada pertence ao que normalmente define-se como ferramenta BIM.
Para que um software de elaboração de modelos 3D seja caracterizado como BIM, antes de mais nada ele tem que prover
informações sobre os componentes a serem utilizados. No CAD, uma parede é representada por uma linha, ou no aplicativo
3DBuilder presente no Windows, poderemos ter uma parede em 3 dimensões, porem nestes dois aplicativos não temos como
colocar informações sobre a parede, tais como: valor, materiais que compõem a parede, índices térmicos, etc. Sendo assim estes
softwares não são classificados como pertencentes à família BIM.
Para um software ser caracterizado como tal, ele tem que disponibilizar informações sobre os objetos. Além disto tem que permitir
a utilização, do modelo construído, por outros softwares, exportando via IFC (protocolo especifico de comunicação dos softwares
da família BIM).
O modelo baixo, de uma casa simples, foi feito no Revit e servirá de base para a nossa simulação.
Criação do cronograma
Para a construção da casa apresentada, foi elaborado um cronograma em MS-Project mostrado a seguir.
Tendo sido concluído o modelo 3D e o cronograma da nossa obra, estamos prontos para elaborar a simulação da execução de
nossa obra, o nosso BIM-4D.
No nosso exemplo vamos utilizar o aplicativo NavisWorks da Autodesk. Este aplicativo também poderá ser baixado diretamente
do site da Autodesk, que tem uma versão de avaliação e caso você seja estudante, poderá utilizar a versão Student.
Após a abertura do aplicativo, deverá ser solicitado a abertura do arquivo da casa anteriormente feito em Revit.
O próximo passo será a importação do cronograma feito em MS-Project, e para fazer isto seguir os seguintes passos:
No TimeLiner selecionar a guia Data Sources e depois o botão Add.
Selecionar a opção de Microsoft Project 2007-2013 (o NavisWorks também ler a versão 2016) e quando aparecer a tela abaixo,
selecionar o OK. Esta tela permite que importemos também campos personalizados, o que será útil quando estamos importando
cronogramas com campos personalizados.
Aparecendo a tela abaixo, selecione a opção de Rebuild. Esta ação só deverá ser executada uma única vez, pois durante a
execução do projeto, você sempre deverá fazer a opção de Synchonize, não perdendo as informações construídas do
relacionamento do cronograma com o modelo 3D (veremos a seguir).
Devemos fazer isto para todas os objetos do modelo 3D. Podemos ter mais de um objeto relacionado a uma tarefa, porém nunca
duas tarefas relacionadas a um objeto.
Durante a criação dos Attach, devemos informar a que tipo de ação corresponde a linha do cronograma, podendo-se escolher entre
uma construção, demolição ou uma estrutura temporária. Esta escolha é feita na coluna de Task Type, presente no TimeLiner.
O exemplo apresentado, mostra apenas uma pequena parte do que se denomina do BIM-4D. Diversos outros recursos e
funcionalidades poderão ser utilizados, inclusive durante a execução do projeto, poderemos mostrar em cores diferentes o que
está atrasado, adiantado ou no prazo. Também poderíamos visualizar o caminho crítico do projeto no modelo 3D.
Engenheiro Civil, tem MBA em Gerenciamento de Projetos pela Gama Filho (RJ), certificação em gerenciamento de projetos pelo
Project Management Institute (PMP, PMI-SP e PMI-RMP) e também é reconhecido especialista em Gerenciamento de Projetos com
MS-Project pela Microsoft (MCTS).
Trabalhou como Gerente de Informática em diversas organizações. Atuou como Engenheiro de Planejamento, Coordenador e
gerente de Planejamento, em diversas áreas de engenharia como a área naval, construção pesada (refinaria) ou construção civil.
Ministra cursos e palestras sobre Gerenciamento de Projetos e Práticas de Construção de Cronogramas de Projetos com utilização
do MS-Project, Primavera P6 e Risk Analysis. É Coordenador e Professor de cursos de MBA para engenharia. Foi Diretor de educação
continuada do Chapter PMI-PE e atualmente atua como voluntário.
Para contato, sugestões e críticas sobre este material enviar e-mail para livroproject@heronsantos.com.br.