PCC 3222
2019
Ligantes: sólidos a partir de pó solúvel
Ligantes
Ligante Hidráulico
• O endurecimento ocorre pela reação com a água
(reação de hidratação).
• Depois de endurecidos, tornam-se menos solúveis e
resistem bem a água.
Cimento
Ligantes Aéreos
▪ O endurecimento ocorre
pela reação com a água
(gesso) ou com o contato
com o ar (cal).
• Depois de endurecidos,
não resistem bem à ação
Gesso Cal aérea da água (gesso).
Objetivos
• Descrever os processos de obtenção dos ligantes
aéreos, suas principais características e usos na
construção
GESSO
usos na construção
Gesso na construção
• Forros e paredes divisórias
• Elementos decorativos
• Revestimentos
• Blocos....
Gesso
acartonado
Gesso recoberto com Papel kraft
- maior resistência à tração (placa esbelta)
- modularidade, praticidade (corte)
- menos susceptível a água (se hidrofugado)
http://www.cliquearquitetura.com.br/artigo/gesso-acartonado-resistencia-mecanica.html
Elementos
decorativos
Executados com pastas
de gesso. Podem conter
reforço (fibras)
http://plastereng.wixsite.com/plaster
Revestimento
Execução manual (muito usado
no setor imobiliário da
construção) ou Projetado
(maior produtividade, bastante
usado na Europa)
Mercado Brasileiro
• Reservas nacionais
• ~ 650 M t
• Produção (Araripe) Araripina - PE
• ~2,8 M t em
(95% produção
nacional)
Mineração de Gesso – Trindade PE
Produção do gesso
150~350 °C
Extração
Gipsita
CaSO4.2H2O
CaSO4.0,5H2O
Calcinação heterogênea
150 oC Hemihidrato
CaSO4.0,5H2O (gesso de pega normal)
1.5
1.36
CO2 (t/t)
1.0 0.91
0.5
0.21 0.16
0.0
Lenha Nativa Lenha Nativa Oleo Comb Oleo Comb
Panela Marmita Rotativo
Granulometria laser
Densidade aparente de gesso
• Funil utilizado
para ensaio
de densidade
(de massa)
aparente de
gesso.
Tempo de pega: NBR 12128
• Aparelho de Vicat
modificado
• Temp. padrão
Tempo de pega simplificado
• Água para trabalhabilidade
• “Bolacha” de 0,5cm de
espessura
• Corte com a espátula
• Separação
Tempo de pega
(ABNT NBR 13207:2017)
Ensaios Tempo de pega
(minutos)
Início Fim
Gesso para fundição ≤ 10 ≤ 20
Gesso para revestimento ≤ 10 ≤ 35
(sem aditivos)
Gesso para revestimento ≤4 ≤ 50
(sem aditivos)
Resistência à compressão
• NBR 1218 • Desmoldagem com 3 h
• Cubos 5 x 5 cm • Cura
• Pasta • 40 oC até secagem
• Consistência normal
Propriedades mecânicas
CaSO4.0,5 H2O
1,5 H2O
CaSO4.2H2O
dissolução
precipitação
Calor de hidratação
O mecanismo de hidratação é exotérmico
120
100
Calor (kJ/kg)
80
a/g 0,70
máxima 57,09 W/kg (1,1h)
60 calor total 111,0 kJ/kg
40
20
0
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0
Tempo (h)
Expansão
D L / L (%)
Expansão
0,00
total
Retração
-0,05
inicial
-0,10
-0,15
Retração
0 10 20 30 40 50 60 70
Tempo (minutos)
Tempo de pega
Tempo disponível para
Depende de: moldagem.
• Composição
• Fases anidrita e gipsita
• Contaminantes Muito variável
• Aditivos no gesso
• Água/gesso
• Finura do gesso
brasileiro!
• Temperatura
• Mistura
Tempo de pega x relação água/gesso
Aditivos retardadores de pega
• Citrato de sódio
• Boráx
• Fosfatos
• Caseína
• Sabão
• Gelatina...
http://pubs.acs.org/doi/full/10.1021/jp510114j
Aditivos retardadores de pega
• Influência no estado fresco
• Hidratação e tempo de pega
• Efeito na consistência
• Influência sobre o gesso endurecido
• Expansão
• Porosidade
Aditivos retardadores de pega
• Alteram não só a pega como também algumas outras
propriedades do material como a resistência.
doi:10.1016/j.cemconres.2009.01.008
doi:10.1016/j.cemconres.2009.01.008
+ água
30 a 80 % + poros
Resistência x relação água/gesso
Resistência (MPa)
12
material depende
da umidade do ar
10
• Solubilização parcial
• Pulverulência por 8
recristalização
6
• Baixa aderência de 0 2 4 6 8
pintura Umidade no gesso (%)
DOI: 10.1007/BF02473176,
DOI: 10.1002/jctb.5000650501
Patologias do gesso
• Superfície pulverulenta.
• Crescimento de fungos.
• Material higroscópico e solúvel á água.
• Formação de eflorescências.
• “Peeling”.
• Corrosão do aço.
É possível reciclar o gesso na construção?
Explique como é feito.
Bibliografia (leitura obrigatória)
• JOHN, V. M.; CINCOTTO, M. A. Gesso de
Construção Civil. In: Materiais de Construção
Civil e Princípios de Ciência e Engenharia de
Materiais. 2. ed. Atualizada e ampliada. São
Paulo: Instituto Brasileiro do Concreto, 2010.
CAL
para construção civil
Empregos da cal
Outros
industriais
23
Construção
37
Tratamento
de água
3
Açucar
4
Industria
Quimica
7
Papel
4 Siderurgia
22
www.abpc.org.br, 2013
Aplicações da Cal
Na construção civil: • Concreto celular
• Argamassas • Lamas asfálticas
• simples
• mistas com cimento
• Blocos sílico-calcários
• quartzo + cal
• Pintura • Autoclave
• Estabilização de • Fabricação de materiais
solos • Aço
• pavimentação • Alumíno
• tijolos solo-cal • Saneamento:
• jet grouting • Tratamento de água
Argamassa de assentamento
Argamassa de cal
(revestimento)
Solo estabilizado com cal como base de
pavimentos
Estação de Tratamento de Água
http://www.sanasa.com.br/conteudo/conteudo2.aspx?f=I&par_nrod=1362&flag=P-A
No passado: Cimento romano
Cal hidratada + Pozolana natural
cinzas de vulcões (Pozzuoli – Nápoles)
3CH + 2S → 2C3S2H3
www.archeolog-home.com
O que é a cal ?
• Pó fino (branco) • Virgem
• pouco utilizada na
construção civil
• Sacos de 20 kg • Óxidos anidros
• CaO
• CaO.MgO
• Hidratada
• hidróxidos
• CaO.H2O
• CaO.MgO.2H2O
• 5 a 7 vezes mais fina
que o cimento
Produção da cal
CaO.CO2 (CaCO3)
Calcárioou CaO.MgO.2CO2
D olom ito
Britagem
>800 oC CO2
Calcinação
moagem CaO,MgO
calvirgem
Desagregação
química CaO.H2O, MgO.H2O
Hidratação
Forno de cal (Regenerativo)
Produção da cal
• Processo heterogêneo
• Calcinação da pedra
• Maior custo é energia
• Miolo é cru óxidos carbonatos
• < Temperatura interna
• Hidratação
• velocidade f (Temp)
• super-calcinada +lenta
óxidos
• Impurezas da matéria supercalcinados
prima
Temperatura X microestrutura
• Fases supercalcinadas
• hidratação lenta após aplicação
• desagregação/pulverulência do
revestimento
Como a cal endurece?
Como adquire resistência?
Ganho de resistência e estabilidade à
água no revestimento de cal
• Cal virgem (em desuso na construção)
• CaO + H2O → Ca(OH)2 (cal hidratada)
• Problemas: liberação excessiva de calor e fissuração dos
revestimentos.
• Cal hidratada (é a mais utilizada)
• Não tem mais a reação de hidratação. A cal hidratada é
solúvel em água. Forma íons na solução: Ca2+, H+, OH-
• Consolida (endurece) por simples evaporação da água.
• Adquire resistência e se torna menos solúvel a água pela
reação de carbonatação.
Reação de carbonatação da cal
• Reação de carbonatação
• Ca(OH)2 + CO2 → CaCO3 + H2O (simplificadamente)
CaO.CO2
CO2
Energia H2O
CO2
CaO
H2O
80
R2 = 0,9932
60
40
20
0
0 20 40 60 80 100
Resíduo insolúvel em ácido (%)
RI (%)
Baixo teor de aglomerantes
Pouco aglomerante,
muito argilominerais
Quais ensaios são usados
para avaliar a qualidade da
cal para argamassas?
• não aglomerante
700
• Massa unitária
600 • finura
• dosagem em
500 volume
Alto Cálcio Dolomitica • rendimento
400
0 5 10 15 20
Teor de CO2 (%)
Retenção de água
• Perda de • CH I e CH II - 80%
consistência • CH III - 70%
devida à perda
de água para
material poroso
Cal pode auxiliar no processo de cura da
argamassa. Pode ocasionar aumento na
demanda de água e de porosidade,
tornando-a mais deformável.
Bibliografia (leitura obrigatória)