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CONCEITOS SOBRE
O BRINCAR
APRESEN TAÇÃO
Caro(a) acadêmico(a)!
FIGURA 1 – BRINCAR
Uma das coisas que caracteriza o brincar é o mistério que permeia este
fazer, tanto na pessoa que observa alguém brincando quanto no próprio
brincante. Há, também, uma magia no ato de brincar. Esta magia está presente
desde o início até o fim da experiência lúdica.
Curiosidade
2 ANTECEDENTES
No brincar, quando se tornou objeto de interesse científico, se depositaram
os mais diversos olhares com o intuito de desvendar as características que
fazem desta atividade um dos pilares não somente do desenvolvimento
humano, senão também do que podemos chamar da condição humana.
Estes olhares abarcam um amplo leque de campos de conhecimento, entre
os quais podemos destacar: a psicologia, a pedagogia, a neurologia, pediatria,
antropologia e a filosofia.
3 A ORIGEM DO TERMO
Normalmente, uma das primeiras ações quando se aborda um tema ou
questão é a de definir o objeto de estudo a ser tratado. No nosso caso não
se trata de um único objeto ou de um único fenômeno.
FIGURA 3 – VÍNCULO
4 O HOMO LUDENS
Homo ludens é uma expressão utilizada por Huizinga (2001) e que dá
titulo a seu livro “Homo ludens. O jogo como elemento da cultura”.
Este livro é uma obra de consulta obrigatória para todo pesquisador que
pretenda compreender a temática do brincar e o lugar deste na cultura e na
sociedade.
- atividade livre;
- tomada como “não séria” e exterior à vida habitual;
- capaz de absorver o jogador de maneira intensa e total;
- desligada de todo e qualquer interesse material;
- Promove a formação de grupos sociais.
5 O JOGAR/BRINCAR E A LIBERDADE
Huizinga (2001) define a ludicidade como sendo uma atividade voluntária.
7 O JOGAR/BRINCAR E O TEMPO
Os gregos, pais da nossa civilização, utilizavam dois termos para o tempo:
Cronos e Kairos.
Por outro lado, quando estamos inseridos em uma situação por demais
prazerosa, parece que o tempo passa voando. A este tempo, ao tempo da
experiência vivida, é que os gregos chamavam de Kairos.
O que temos aprendido é que o tempo para brincar é o tempo que sobra
após termos feito e terminado com nossas obrigações. É depois de termos
produzido o exigido que temos direito ao lazer, ao brincar.
Este é o modelo que reproduzimos uma e outra vez nas escolas, nas
fábricas, no cotidiano. Este é o modelo apreendido e do qual fica muito difícil
nos afastarmos. Por momentos parece até impensável outra lógica capaz de
colocar pelo avesso esse ditado.
- cada vez foi mais restrito o tempo disponível para atividades lúdicas;
- menosprezo ao valor do lazer;
- menor interesse por parte da cultura nas atividades ligadas ao divertimento;
- criação de uma representação social associando brincar com “ não
produtividade”.
Isto que hoje nos parece por demais natural, há uns poucos anos
era pelo menos impensável e objeto de fortes críticas e resistências pela
tradição hospitalar. Foi necessário percorrer um longo caminho para vencer
as resistências à ordem instituída para que o brincar conquistasse um lugar
dentro dos recursos terapêuticos.
Com a dialética como pano de fundo, Benjamin (2002) elabora uma série
de reflexões, nas quais apresenta a relação adulto-criança no que se refere
ao brincar e os brinquedos.
Para Benjamin (2002, p. 87), há uma coisa que não pode ser esquecida:
Jamais são os adultos que executam a correção mais eficaz dos brinquedos
– sejam eles pedagogos, fabricantes ou literatos -, mas as crianças mesmas,
no próprio ato de brincar. Uma vez extraviada, quebrada e consertada, mesmo
a boneca mais principesca transforma-se numa eficiente camarada proletária
na comuna lúdica das crianças.
Esta reflexão nos obriga a repensar algumas das nossas práticas. Até que
ponto aceitamos, quando convidamos alguém a participar de uma brincadeira,
que o uso que faça esse sujeito do brinquedo seja diferente do esperado por
nós? Quando dizemos para ele que o objeto que disponibilizamos para ele
brincar deve retornar da mesma forma em que é oferecido, condicionamos
de tal forma o brincar que este pode acabar sendo inibido e simplesmente
transformado em um fazer de conta que se brinca.
Uma das coisas mais importantes não é o que se faz, senão a atitude e
o espírito com que é encarada a tarefa. Também damos suma importância à
leitura que fazemos sobre o que durante os jogos e brincadeiras é desenvolvido
por todos os sujeitos que participam.
“é u m e s p a ç o p re p a ra d o p a ra e s t i m u l a r a c r i a n ç a a b r i n c a r,
possibilitando o acesso a uma grande variedade de brinquedos, dentro
de um ambiente especialmente lúdico. É um lugar onde tudo convida a
explorar, a sentir, a experimentar” (CUNHA, 1998, p. 40).
Espaço é, para os fins que nos ocupa, o que a criança vê, sente, e o que
faz nele. É comum que nós, adultos, quando não estamos mergulhados em
uma situação de jogo ou brincar, fiquemos preocupados com a dimensão das
características físicas e/ou institucionais de tais espaços. Identificamos espaço
FIGURA 5 – BRINCAR
FIGURA 6 – DOMINÓ
Não há uma resposta certa para cada uma destas perguntas. A resposta
vai depender de qual seja seu posicionamento em relação ao jogar, ao brincar
e à função do lúdico na vida das pessoas, em particular, de você e das pessoas
com as quais você é responsável por cuidar do brincar.
Uma das coisas mais importantes que podem acontecer durante uma
brincadeira é justamente essa metamorfose, que faz com que um objeto seja
transformado em brinquedo.
É importante destacar que isto que falamos com relação ao bebê também
se aplica a crianças e adultos nas mais variadas situações. Perante qualquer
experiência de crise, retornamos ou tentamos retornar para esses objetos ou
situações com os quais nos sentimos seguros, aconchegados e protegidos.
Este lugar está composto por pessoas, cheiros, texturas, sons, vozes e
objetos. Esta previsibilidade leva a marca do RITMO e do RITO.
Vejamos.
A troca desses olhares, a emissão dessa voz são duas das formas em que
o vínculo vai se estabelecendo, um vínculo que é brincar. Onde reconhecemos
o brincar nessas trocas? No brilho presente no olhar, no brilho presente na voz.
FIGURA 7 – O CORPO
- Rolar;
- engatinhar;
- tirar e por;
- abrir e fechar;
- abaixar e levantar;
- esconder e achar (OLIVEIRA, 2010);
- emitir sons;
- levar objetos à boca;
- lamber;
- se lambuzar;
- executar movimentos rítmicos;
- morder;
- chupar (WINNICOTT, 1975).
- no colo;
- no berço;
- no bebê-conforto;
- no chão;
- na banheira;
- no carrinho.
- durante as refeições;
- no momento do banho e da higienização;
- na hora de dormir;
- durante a troca de roupas;
- nos passeios;
- e em qualquer outra situação do cotidiano familiar ou institucional.
14 BRINCAR E AGRESSIVIDADE
A agressividade é um dos componentes da vida psíquica que resulta
indispensável para poder sobreviver. Cada cultura cria mecanismos para a
canalização dos impulsos e estabelece o umbral de tolerância para esses
impulsos. O tolerável e os caminhos onde devem ser derivados esses impulsos
vão mudando no decorrer do tempo. E nos diferentes momentos históricos
e conforme as necessidades de cada sociedade e tipo de organização social,
são criados dispositivos normativos, jurídicos e científicos.