Você está na página 1de 9

PGR-00420799/2019

MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL


PROCURADORIA GERAL DA REPÚBLICA
SECRETARIA DE PERÍCIA, PESQUISA E ANÁLISE
Centro Nacional de Perícia

PARECER TÉCNICO Nº 1672/2019 – CNP/SPPEA

REFERÊNCIA Ação Civil Pública nº 0015300-15.2015.4.01.3200


UNIDADE SOLICITANTE Procuradoria da República no Amazonas – PR/AM
AUTORIDADE REQUERENTE Leonardo de Faria Galiano
EMENTA Meio Ambiente. Flora. Supressão de vegetação. Mineração.
Valoração de danos ambientais decorrentes da extração de areia
em um terreno próximo à BR 174. Rio Preto da Eva/AM.
TEMÁTICA Meio Ambiente e Patrimônio Cultural
GUIA DO SISTEMA PERICIAL Sppea/PGR - 002428/2018
COORDENADAS GEOGRÁFICAS Feição considerada: (x)pontual ( )linear ( )poligonal
Lat/Long dec.: -2.486325° Lat. -60.027831° Long.

1 INTRODUÇÃO
O presente parecer visa ao atendimento de demanda do Dr. Leonardo de Faria
Galiano (Titular do 2º Ofício da PR/AM), que, por meio da guia Sppea/PGR - 002428/2018,
solicitou estimativa do valor dos danos residuais e intermediários decorrentes da extração de
areia em um terreno próximo à rodovia BR 174, objeto da Ação Civil Pública (ACP) nº
0015300-15.2015.4.01.3200.
A exploração dessa área foi autorizada pelo Instituto de Proteção Ambiental do
Amazonas (Ipaam), por meio da Licença de Operação (LO) nº 124/2010. Entretanto, ao
vistoriar o local em 21/10/12, uma equipe técnica da autarquia constatou que o responsável
pela atividade (Veudison da Costa Rodrigues) ainda não havia executado as medidas de
recomposição previstas no Plano de Recuperação de Área Degradada (Prad) apresentado
durante o licenciamento1.
Posteriormente, em 13/5/15, esta signatária também compareceu ao local da
extração, verificando que a área permanecia degradada e que o Prad submetido ao Ipaam
ainda não havia sido executado a contento, conforme descrito no Parecer Técnico nº
6/2015/2OFCIVEL/PR-AM2.
1 Ver fls. 18-22 dos autos (Relatório Técnico de Fiscalização nº 086/12 - GRHM).
2 Etiqueta no Sistema Único: PR-AM-00017045/2015.

PGR – Anexo III – SAS Quadra 3 Bloco J – CEP 70.070-925 – Brasília-DF


Tel. (61) 3213-2881 – PGR-Pericial@mpf.mp.br
MPF – PGR – SPPEA – CNP – ANPMA

2 ANÁLISE
2.1 Caracterização da área
Devido ao tempo transcorrido desde a última vistoria in loco, entendeu-se
como necessário reavaliar a situação da área degradada com base em imagens de satélite de
alta resolução, disponíveis no Google Earth Pro.
Dessa forma, verificou-se que, até 13/7/19, a área permanecia sem cobertura
vegetal em nível satisfatório, com exceção de algumas porções isoladas, que apresentam
vegetação secundária oriunda de regeneração natural (Figuras 1-3). Antes da exploração, a
área encontrava-se quase que inteiramente coberta por vegetação nativa de porte arbustivo-
arbóreo, enquadrada como Campinarana Florestada e/ou Arborizada, de acordo com o sistema
de classificação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) 3. As campinaranas
são condicionadas pela presença de solos arenosos (Espodossolos e/ou Neossolos
Quartzarênicos) e pela baixa profundidade do lençol freático, características que foram
observadas in loco por esta signatária (Figuras 4-7).

FIGURA 1 – Situação da área de extração mineral em 25/7/2007 (antes do início da atividade).

3 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Manual técnico da vegetação brasileira:


sistema fitogeográfico, inventário das formações florestais e campestres, técnicas e manejo de coleções
botânicas, procedimentos para mapeamentos. 2ª edição. Rio de Janeiro, 2012. Disponível em:
<https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv63011.pdf>. Acesso em: 10 set. 2019.

Página 2/9
MPF – PGR – SPPEA – CNP – ANPMA

FIGURA 2 – Situação da área de extração mineral em 29/1/2016 (após o término da atividade).

FIGURA 3 – Situação da área de extração mineral em 13/7/2019 (tempos recentes).

Página 3/9
MPF – PGR – SPPEA – CNP – ANPMA

FIGURAS 4-7 – Fotografias obtidas in loco no dia 13/5/2015, evidenciando o caráter arenoso do solo e a
pequena profundidade do lençol freático, que aflora na porção oeste do terreno.
Fonte: Parecer Técnico nº 6/2015/2OFCIVEL/PR-AM, p. 4-5.

As imagens de satélite analisadas não esclarecem sobre a dinâmica dos taludes


de corte deixados pela atividade minerária, pois não possibilitam uma visualização adequada
de suas superfícies. Na ocasião da última vistoria, a condição desses taludes era preocupante,
pois a maior parte deles não possuía nenhum tipo de revestimento e encontrava-se altamente
suscetível a processos erosivos e a movimentos de massa. É bem provável que esses
problemas continuem até os dias atuais, pois as características dos taludes (grande
declividade, substrato arenoso com baixos teores de nutrientes e reduzida capacidade de
retenção de água) dificultam o estabelecimento da maioria das espécies de plantas.

2.2 Estimativa do valor do danos ambientais


O valor monetário dos danos ambientais na área minerada foi calculado
segundo o método conhecido como Custos de Reposição (CR), descrito na norma NBR
14653-64 (Avaliação de bens, Parte 6: Recursos naturais e ambientais), da Associação
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Trata-se de abordagem comumente utilizada por
peritos e profissionais da área ambiental de diversas instituições públicas, tanto federais

4 Disponível em: <https://www.abntcatalogo.com.br/norma.aspx?ID=38644>. Acesso em: 10 set. 2019.

Página 4/9
MPF – PGR – SPPEA – CNP – ANPMA

quanto estaduais (CORDIOLI, 20135; CORRÊA e SOUZA, 20136), em razão da simplicidade,


rapidez e baixo custo de sua aplicação.
No método CR, o valor dos danos ambientais é estimado a partir dos gastos
necessários para a recuperação da capacidade produtiva e das funções ecossistêmicas do
recurso ambiental degradado, acrescidos de uma quantia compensatória pelos serviços
ambientais que deixaram de ser prestados no período compreendido entre o início dos danos e
a sua completa reparação. Tal quantia, que corresponde ao valor dos danos ambientais
intermediários, é calculada por meio da multiplicação dos gastos com a recuperação por uma
taxa social de retorno do capital, aplicada ao longo do tempo de reparação.
Portanto, a utilização dessa metodologia requer, de início, a definição dos
seguintes parâmetros: (i) extensão da área degradada; (ii) custos de recomposição da área
degradada; (iii) data de início dos danos; (iv) data de início da recomposição da área
degradada; (v) tempo necessário à recomposição da área degradada; (vi) taxa social de retorno
do capital.
A extensão total da área danificada pela extração mineral, mensurada com o
auxílio do Google Earth Pro, é de, aproximadamente, 10 hectares (ha). Porém, como existem
partes do terreno ocupadas por corpos d'água e por vegetação nativa secundária, considerou-se
a necessidade de medidas de recomposição apenas sobre a fração da área que permanecia com
o solo predominantemente exposto em 13/7/19, cujo tamanho foi estimado em 7,15 ha.
Os custos para a recomposição de uma área natural degradada variam em
função da abordagem técnica considerada, do nível de degradação do solo, do tipo de mão-de-
obra empregada, da distância em relação aos fornecedores de insumos, das características
topográficas locais, dentre outros fatores. Geralmente, os custos descritos para o
reflorestamento de áreas mineradas por meio da técnica mais comum (plantio de mudas em
área total) ficam acima dos R$ 30.000,00/ha, em valores atualizados (Tabela 1), e são
superiores aos custos de aplicação dessa mesma técnica em áreas rurais, da ordem de R$
13.000,00 a R$ 16.000,00/ha7. Tal discrepância justifica-se pela degradação mais intensa nos

5 CORDIOLI, M. L. A. Aplicação de diferentes métodos de valoração econômica do dano ambiental em um


estudo de caso da perícia criminal do estado de Santa Catarina. Dissertação (Mestrado Profissional) –
Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2013. Disponível em:
<https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/123022>. Acesso em: 20 ago. 2019.
6 CORRÊA, R. S.; SOUZA, A. N. Valoração de danos indiretos em perícias ambientais. Revista Brasileira de
Criminalística, v. 2 (1), p. 7-15. 2013. Disponível em: <http://rbc.org.br/ojs/index.php/rbc/article/view/23>.
Acesso em: 20 ago. 2019.
7 Referências:
SILVA, D.; NUNES, S. Avaliação e modelagem da restauração florestal no Estado do Pará. Belém: Imazon,
jan./2017. 92 p. Disponível em: <https://imazon.org.br/publicacoes/avaliacao-e-modelagem-economica-da-
restauracao-florestal-no-estado-do-para/ >. Acesso em: 3 set. 2019.
PREISKORN, G. M. et al. Metodologias de restauração para fins de aproveitamento econômico (Reserva Legal
e áreas agrícolas). In: RODRIGUES, R. R; BRANCALION, P. H. S.; ISERNHAGEN, I. (Eds). Pacto pela

Página 5/9
MPF – PGR – SPPEA – CNP – ANPMA

solos de áreas mineradas (devido à remoção das camadas superficiais e à compactação gerada
por máquinas), que implica na utilização de grandes quantidades de adubos e em covas de
maiores dimensões para as plantas, por exemplo.
Diante da ausência de informações sobre os custos específicos para a
recuperação de campinaranas degradadas por extração mineral, optou-se por considerar o
menor valor corrigido dentre os constantes da Tabela 1, de R$ 29.482,81/ha, que corresponde
ao indicado por Corrêa (2007)8 para a restauração florestal de áreas mineradas no bioma
Cerrado, incluindo medidas de preparo do solo, plantio de mudas, manutenção e
monitoramento por um período de dois anos.
Tabela 1
Custos para o reflorestamento de áreas degradadas pela mineração
Título do trabalho Custo indicado Custo corrigido*
Manejo do solo e recomposição da vegetação com vistas à R$ 15.521,50 a R$ 35.223,54 a
recuperação de áreas degradadas pela extração de bauxita, Poços R$ 16.704,00/ha R$ 37.907,03/ha
de Caldas, MG (MOREIRA, 20049)
Recuperação de áreas degradadas pela mineração no Cerrado: R$ 15.000,00/ha R$ 29.482,81/ha
manual para revegetação (CORRÊA, 2007)
Custeio baseado em atividades das técnicas de restauração de R$ 38.531,93/ha R$ 68.279,42/ha
áreas degradadas na Amazônia Central (BENTO, 201010)
Parecer Complementar nº 736 – 04/2013 – CGCIT/DIREX11 R$ 38.028,17/ha R$ 54.365,69/ha
(DNIT, 2013)
Custo para recuperar uma área degradada: um projeto para a R$ 50.501,59/ha R$ 56.821,77/ha
cascalheira do Parque Sucupira12 (GEBRIM, 2016)
*Correções realizadas por meio da ferramenta “Calculadora do cidadão” (<https://www3.bcb.gov.br/CALCIDADAO/jsp/index.jsp>), com
base no índice IGP-M.

Também não foram encontradas informações sobre o tempo necessário para a


completa recomposição de campinaranas degradadas por mineração. Assim, fixou-se um
prazo de 30 anos a partir da data de início da recomposição, igual ao considerado por Corrêa e
Souza (2013) para o retorno hipotético de uma área minerada ao status quo ante, via
restauração florestal.

restauração da Mata Atlântica: referencial dos conceitos e ações de restauração florestal. São Paulo:
Lerf/Esalq: Instituto Bioatlântica, fev./2019. Disponível em:
<https://www.pactomataatlantica.org.br/publicacoes>. Acesso em: 3 set. 2019.
8 CORRÊA, R. S. Recuperação de áreas degradadas pela mineração no Cerrado: manual para revegetação.
Brasília, 2007. Disponível em: <http://files.pereiraim.webnode.com.br/200000040-d2964d3903/LIVRO
%20%20PRADCurso2007.pdf >. Acesso em: 3 set. 2019.
9 Disponível em: <https://repositorio.unesp.br/handle/11449/100645>. Acesso em: 10 set. 2019.
10 Disponível em: <https://bdtd.inpa.gov.br/handle/tede/1124>. Acesso em: 10 set. 2019.
11 Disponível em: <http://www1.dnit.gov.br/anexo/Anexo/Anexo_edital0348_13-01_0.pdf>. Acesso em: 10 set.
2019.
12 Disponível em: <http://bdm.unb.br/handle/10483/14342>. Acesso em: 10 set. 2019.

Página 6/9
MPF – PGR – SPPEA – CNP – ANPMA

A taxa social de retorno do capital considerada foi de 6,4% ao ano (a.a.),


equivalente à taxa Selic atual, de 5,9% a.a.13, acrescida de 0,5% a.a.. Esse pequeno acréscimo
teve o intuito de neutralizar possíveis benefícios econômicos a favor do réu, caso este resolva
investir os recursos necessários à recomposição ambiental no mercado financeiro.
Após a definição dos cinco parâmetros básicos, passou-se ao cálculo
propriamente dito do valor dos danos ambientais, segundo o método CR. Os gastos com a
recomposição da área foram estimados a partir da multiplicação dos custos de recomposição
por hectare (R$ 29.482,81/ha) pela fração do terreno que permanece com o solo exposto (7,15
ha), chegando-se a um valor de R$ 210.802,09 (duzentos e dez mil, oitocentos e dois reais e
nove centavos).
A quantia compensatória pelos danos ambientais intermediários subdivide-se
em dois componentes: (I) valor dos danos relativos ao período entre a ocorrência da
degradação e o início da recomposição ambiental, que incidem de maneira plena, devido à
total ausência dos serviços ambientais originalmente prestados pela área; (II) valor dos danos
relativos ao período entre o início da recomposição da área e a sua completa recuperação, que
incidem de maneira parcial, devido ao gradual reestabelecimento dos serviços ambientais.
Para a valoração desses dois componentes, foram adotados os mesmos
procedimentos do Parecer Técnico nº 677/2019 – Sppea 14, elaborado pelo atual chefe da
Divisão de Pericia em Meio Ambiente. Então, o primeiro componente (I) foi estimado
mediante a aplicação da taxa social de retorno do capital (6,4% a.a.) aos gastos com a
recomposição da área degradada (R$ 210.802,09), em sistema de juros compostos,
considerando um período de 6,89 anos (ou 2.517 dias), compreendido entre a data da
constatação, pelo Ipaam, da situação degradada da área (21/10/12), assumida como data de
ocorrência da degradação, e a data presente, assumida como data de início da recomposição
ambiental. Obteve-se, desse modo, o valor de R$ 112.421,25 (cento e doze mil, quatrocentos
e vinte e um reais e vinte e cinco centavos), conforme a equação abaixo:
I = (R$ 210.802,09 x (1+0,064)6,89) – R$ 210.802,09
O segundo componente (II) do valor dos danos intermediários foi estimado a
partir de um sistema de amortização constante (SAC), utilizado para representar o gradativo
reestabelecimento dos serviços ambientais durante o tempo necessário à recomposição da área
(30 anos). Nesse sistema (semelhante ao utilizado em financiamentos de imóveis), o valor
atual dos danos intermediários correspondeu ao somatório dos juros anuais (6,4% a.a.),
calculados sobre os gastos com a recomposição (que foram reduzidos em 1/30 avos a cada
ano da série temporal) e corrigidos para o tempo presente pela taxa social de retorno do
capital (6,4% a.a) Dessarte, chegou-se a um valor de R$ 118.082,92 (cento e dezoito mil,
13 Fonte: <https://www.bcb.gov.br/estabilidadefinanceira/selicdadosdiarios>. Acesso em: 11 set. 2019.
14 Etiqueta no Sistema Único: PGR-00199902/2019.

Página 7/9
MPF – PGR – SPPEA – CNP – ANPMA

oitenta e dois reais e noventa e dois centavos) para os danos intermediários incidentes no
período de recomposição da área, conforme mostrado na Tabela 2.
Tabela 2
Estimativa do valor dos danos ambientais intermediários durante o período de
recomposição da área degradada
Tempo em Dedução constante nos Gastos c/a recomposição Valor do dano Valor corrente do dano
anos (n) gastos c/a recomposição remanescentes intermediário anual intermediário anual
(R$ 210.802,09/30) (GRn = GRn-1 - DC) (DIn = GRn x 0,064) (DIc = DIn/(1+0,064)n)
0 R$ 0,00 R$ 210.802,09 R$ 0,00 R$ 0,00
1 R$ 7.026,74 R$ 210.802,09 R$ 13.491,33 R$ 12.679,82
2 R$ 7.026,74 R$ 203.775,35 R$ 13.041,62 R$ 11.519,89
3 R$ 7.026,74 R$ 196.748,62 R$ 12.591,91 R$ 10.453,62
4 R$ 7.026,74 R$ 189.721,88 R$ 12.142,20 R$ 9.473,95
5 R$ 7.026,74 R$ 182.695,14 R$ 11.692,49 R$ 8.574,30
6 R$ 7.026,74 R$ 175.668,41 R$ 11.242,78 R$ 7.748,61
7 R$ 7.026,74 R$ 168.641,67 R$ 10.793,07 R$ 6.991,23
8 R$ 7.026,74 R$ 161.614,94 R$ 10.343,36 R$ 6.296,92
9 R$ 7.026,74 R$ 154.588,20 R$ 9.893,64 R$ 5.660,85
10 R$ 7.026,74 R$ 147.561,46 R$ 9.443,93 R$ 5.078,51
11 R$ 7.026,74 R$ 140.534,73 R$ 8.994,22 R$ 4.545,75
12 R$ 7.026,74 R$ 133.507,99 R$ 8.544,51 R$ 4.058,71
13 R$ 7.026,74 R$ 126.481,25 R$ 8.094,80 R$ 3.613,81
14 R$ 7.026,74 R$ 119.454,52 R$ 7.645,09 R$ 3.207,74
15 R$ 7.026,74 R$ 112.427,78 R$ 7.195,38 R$ 2.837,46
16 R$ 7.026,74 R$ 105.401,05 R$ 6.745,67 R$ 2.500,11
17 R$ 7.026,74 R$ 98.374,31 R$ 6.295,96 R$ 2.193,08
18 R$ 7.026,74 R$ 91.347,57 R$ 5.846,24 R$ 1.913,94
19 R$ 7.026,74 R$ 84.320,84 R$ 5.396,53 R$ 1.660,44
20 R$ 7.026,74 R$ 77.294,10 R$ 4.946,82 R$ 1.430,52
21 R$ 7.026,74 R$ 70.267,36 R$ 4.497,11 R$ 1.222,25
22 R$ 7.026,74 R$ 63.240,63 R$ 4.047,40 R$ 1.033,86
23 R$ 7.026,74 R$ 56.213,89 R$ 3.597,69 R$ 863,71
24 R$ 7.026,74 R$ 49.187,15 R$ 3.147,98 R$ 710,28
25 R$ 7.026,74 R$ 42.160,42 R$ 2.698,27 R$ 572,20
26 R$ 7.026,74 R$ 35.133,68 R$ 2.248,56 R$ 448,15
27 R$ 7.026,74 R$ 28.106,95 R$ 1.798,84 R$ 336,95
28 R$ 7.026,74 R$ 21.080,21 R$ 1.349,13 R$ 237,51
29 R$ 7.026,74 R$ 14.053,47 R$ 899,42 R$ 148,82
30 R$ 7.026,74 R$ 7.026,74 R$ 449,71 R$ 69,93
TOTAL - - R$ 209.115,67 R$ 118.082,92

Portanto, o valor dos danos ambientais estimado para o caso em análise, por
meio do somatório entre os gastos necessários à recomposição florestal (R$ 210.802,09) e os
dois componentes da quantia compensatória pelos danos ambientais intermediários (R$
112.421,25 e R$ 118.082,92), corresponde a R$ 441.306,26 (quatrocentos e quarenta e um
mil, trezentos e seis reais e vinte e seis centavos).

Página 8/9
MPF – PGR – SPPEA – CNP – ANPMA

Cabe ressaltar que os cálculos consideraram apenas os gastos com a restauração


da cobertura florestal da área (tópico que se enquadra no rol de competências desta
subscritora) e, dessa maneira, não incluíram os custos das medidas para a estabilização dos
taludes arenosos deixados pela extração mineral. Por serem formados de sedimentos
inconsolidados, é bem provável que esses taludes necessitem de soluções de engenharia mais
complexas do que a simples revegetação, envolvendo dispositivos de drenagem e instalação
de materiais geossintéticos, por exemplo. Posto isso, sugere-se que os custos para a contenção
dos taludes e o valor dos danos intermediários associados a essas superfícies sejam estimados
por um profissional competente, da área de Engenharia Civil, e somados ao montante
indicado neste trabalho.

3 CONCLUSÃO

O valor dos danos ambientais na área degradada pela extração mineral foi
estimado em R$ 441.306,26, por meio do método conhecido como Custos de Reposição. Essa
quantia se refere apenas aos gastos com a recomposição da vegetação nativa e aos danos
intermediários relacionados à perda dos serviços ambientais, sem considerar os custos e os
danos intermediários associados às medidas de estabilização dos taludes, que são mais
concernentes à área de Engenharia Civil.
É o Parecer.

Manaus, 12 de setembro de 2019.

[Assinatura digital]
MARIANA PIACESI BATISTA CHAVES
Analista do MPU/Perícia/Engenharia Florestal
Assessoria Nacional de Perícia em Meio Ambiente

Página 9/9

Você também pode gostar