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IUPERJ
Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro
Cadernos de Sociologia
e Política
8
Cadernos de Sociologia
e Política
8
Novembro de 2005
ISSN 1809-1814
CADERNOS DE
SOCIOLOGIA E POLÍTICA
IUPERJ
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APRESENTAÇÃO
5
FLAVIO GAITÁN
Gramsci y las Lecciones de la Historia.
Reflexiones sobre el Volumen 5 de los
Cuadernos de la Cárcel
27
HENRI CARRIÈRES
Uma Apresentação Concisa da História
Conceitual
55
Comissão Editorial
Cristina Buarque de Hollanda
Luzia Costa
Tatiana Bukowitz
Resumo
I. Preâmbulo
Mas a grande questão que intrigava era: por que jovens brancos
universitários de classe média queriam se aproximar desses saberes
tradicionais? Por que tocar tambores raros e artefatos até certo ponto
rústicos e exóticos, e não instrumentos elétricos e eletrônicos? Por
“[...] o que a gente faz é buscar a cultura do outro, que tem uma
outra forma de vida, que não é a que a gente está inserida, nesse
meio que a gente vive. A gente não está vivendo aquilo, mas aos
nossos olhos nos agrada, nos fascina, e a gente quer conhecer, quer
vivenciar, acha bom, acha gostoso. É assim esta questão, mas enfim,
interior mesmo. Então, acho que tem essa busca do diferente, não
que isso seja popular ou não [...]” (A).
A várzea principal por onde corre este rio é a da busca. Buscar substratos
concretos e simbólicos que pudessem dar vazão à constituição de
padrões de sociabilidade distintivos concreta e simbolicamente.
Nessa mesma direção, essa era também uma busca por produção de
sentido. Em uma sociedade urbana, moderna e secularizada, as grandes
instituições tradicionalmente produtoras de sentido (as religiões) foram
de algum modo esvaziadas, atingidas pela crítica racional sobre as
dimensões do espaço moral que ocupava na vida das pessoas. O que
não significou que os modernos abandonaram qualquer idéia geral
sobre a espiritualidade, pelo contrário, apontaram-na para outros
caminhos, mobilizada prioritariamente para satisfação das
idiossincrasias individuais 9. Assim em certos setores sociais a
construção de sentido passa pela busca dessa satisfação, e para tanto se
assume a possibilidade de remodelagens a partir de enxertos oriundos
de várias crenças e filosofias de vida. A cultura popular, através de sua
dimensão espiritual ligada aos cultos afro-brasileiros e ao catolicismo
popular, oferece assim também matéria-prima para a edificação de
uma visão de mundo, e principalmente está conectada às aspirações
distintivas desses agentes. Este aporte de sentido que esses jovens
encontram na cultura popular, muitas vezes aprofundado pela utilização
de elementos religiosos para algum tipo de upgrade espiritual, constitui-
se em um dos elementos primários para a constituição da illusio nesse
campo.
“[...] eu estou nesse conflito [...] mas acredito que pode-se fazer
uma ponte entre estes dois universos através das relações pessoais
[...] ter uma relação mesmo de intimidade, de troca, em que você
pode ajudar ele [o artista popular] e ele pode te ajudar, até de
maneiras diferentes. Principalmente de maneiras diferentes [...]”
(C).
“[...] através do Maracatu que a gente faz aqui, que não é o Maracatu
de Recife, que é branqueado sim — porque são as pessoas brancas
que o fazem, e daí? [...] mas esse Maracatu do jeito que é ele está
construindo uma ponte. Ele está fazendo que essas pessoas brancas
vão para lá, e sentem no mesmo bar, e tomem cerveja com o carinha
da comunidade, troquem idéias e se gostem, e se falem o ano inteiro
[...]” (D).
Não existe de modo algum uma visão da cultura popular como resistência
cultural, não havendo assim claramente nenhum projeto político em
jogo. A música, a dança, as artes populares performáticas, enfim, são
diretivas apenas paras as dimensões estética e lúdica desse campo. A
apropriação não se resume também aos seus aspectos instrumentais.
Esses jovens urbanos são performes modernos que querem exibir o
que fazem e recriam, e derivar desses processos âncoras de sentido
para a vida que escolheram.
Notas
11. Para mais informações sobre os movimentos estruturais que estão por
trás de fenômenos como este, ver Sanchez (2002).
FLAVIO GAITÁN**
Resumo
El presente artículo es una reformulación de la reseña del Volumen V
de los Cuadernos de la Cárcel. A partir del estudio de Gramsci sobre
el resurgimiento italiano, se analizan los conceptos de hegemonía y
dirección política, el papel que los intelectuales están llamados a
cumplir en un proyecto político y los fenómenos de voluntariado,
transformismo y revolución pasiva. Asimismo se presta fundamental
importancia a la centralidad de la historia para un estudio fructífero
de las Ciencias Sociales.
Revelar que cada clase social posee sus intelectuales que cumplen una
función organizativa y proclamar que también el proletariado debe
tener la suya es otro aporte significativo que se vuelve hoy
absolutamente actual. De este modo, Gramsci nos hace reflexionar
sobre el papel de los intelectuales, en especial de aquellos que buscan
(buscamos) ser hombres de ciencia social. Esta cuestión es central,
siendo que, en nuestros días, bajo el manto del fín de la historia, cada
vez más los intelectuales son cooptados y dirigidos por las grandes
corporaciones (ya Gramsci había advertido que los intelectuales
“exercem muitas vezes uma direção de segundo grau, uma vez que
eles propios estão sob a influência dos grandes propietários da terra
[...] dirigidos pela grande burguesia, especialmente financeira”)
(2002:205), volviendo el pensamiento crítico, acallado, silenciado.
Referencia Bibliográfica
Resumo
Este artigo aborda a visão de umdos mais importantes autores do
começo do século XX, Francisco José de Oliveira Vianna, a respeito
das instituições políticas brasileiras. O autor em questão critica a
fundação da então incipiente república brasileira, apontando o abismo
existente entre direito-lei e direito-costume.
Esta é uma questão pertinente e atual: sob que condições (ou substrato
histórico) pode ser arquitetado um arranjo institucional otimizador
Pela história do brasileiro, mudar esse estado de coisas pela via liberal
seria insensato e impossível, justamente pela utopia desse idealismo
despregado de nossa realidade. Assim sendo, alguma coação seria
necessária, assumindo a idéia de “autoridade”, um valor superior ao
de “liberdade”: a liberdade representada pelo liberalismo seria
desagregadora da sociedade e do território brasileiros, fortalecendo
os poderes dos mandões locais, enquanto o princípio da autoridade
manteria unidos país e sociedade, povo e nação. O Estado Autoritário5
seria o agente de uma política nacional que eliminaria qualquer tipo
de dispersão ou fragmentação que pudesse dissolver o país.
Conclusão
Com Oliveira Vianna, temos uma ênfase no papel condutor das elites
esclarecidas, na incapacidade do povo-massa de exercer esse papel e
na necessidade da construção de um sistema de freios e contrafreios
que aprimorasse uns e contivesse outros. Ao longo da leitura de Casa
Grande & Senzala, observei que Gilberto Freyre trabalha com uma
perspectiva bem distinta, partindo do princípio que, apesar de
institucionalmente o poder político estar nas mãos de uma elite
empedernida, o dia-a-dia das relações sociais brasileiras constituiu
um mundo no qual os costumes e usos da senzala – símbolo de
submissão – teriam invadido e conquistado, sutilmente, o mundo da
Casa Grande – símbolo de domínio. Segundo Gilberto Freyre, a família
colonial formada na Casa Grande foi o centro por excelência da coesão
social e o símbolo de todo um sistema político e econômico, assumindo
funções que chegaram ao Estado.
Notas
HENRI CARRIÈRES* *
Resumo
Metodologia voltada para o estudo em perspectiva histórica dos conceitos
políticos e sociais, a Begriffsgeschichte, ou história conceitual, nasceu na Ale-
manha na primeira metade do século passado. Além de comentar resumida-
mente a trajetória intelectual de seus fundadores, o presente artigo faz uma
breve exposição do programa dessa corrente historiográfica e a compara ao
contextualismo lingüístico. A conclusão indica algumas linhas de pesquisa em
que a história conceitual pode mostrar-se particularmente útil.
Palavras-chave: história conceitual; contextualismo lingüístico; historiografia
das idéias
*
Versão preliminar deste artigo foi apresentada como trabalho final no curso “His-
tória Intelectual e História dos Conceitos Políticos e Sociais”, ministrado pelo prof.
Marcelo Gantus Jasmin no 1º semestre de 2004. Agradeço a ele e aos pareceristas
anônimos pelos úteis comentários. As imperfeições ficam exclusivamente por conta
do autor.
**
Mestrando em ciência política do Iuperj e bolsista da Capes. E-mail:
hcarrieres@gmail.com.
A GG, com efeito, é uma obra que investiga fraturas, e seus autores,
pessoas que provaram do sentimento de viver momentos em que a
história parece atingir níveis máximos de tensão. A colaboração de
Brunner e Conze com o nazismo é, por mais que se queira deplorá-la,
insuficiente para impugnar a contribuição dos dois à ciência
historiográfica. Se houve menção a esses fatos de sua biografia, é por-
que ajudam a mostrar que a Begriffsgeschichte decorre, em parte apre-
Como se pode ver, são estreitos os laços que unem a história conceitual
ao contextualismo – ou pelo menos assim pensam os praticantes da
primeira. Na GG, a atenção dispensada às idéias não ocorre em detri-
mento do relevo histórico. A relação entre o conceito e a configuração
social em que foi gerado é objeto de estudo cuidadoso, sem que se
precise cair na armadilha marxista de reduzir o mundo do espírito a
simples emanação de uma infra-estrutura. Se o mundo age sobre a
idéia, esta, por sua vez, reage sobre o mundo, sem que nenhum dos
dois pólos tenha prioridade. Talvez limitadas em um primeiro momen-
to, por causa de condicionantes socioeconômicos, as idéias podem, na
É possível uma síntese dos métodos dessas duas escolas, por assim
dizer? A pergunta tem dado margem a muitos debates. A semelhança
das críticas que ambas dispararam contra suas rivais faz crer que con-
vergem naturalmente para o mesmo ponto, e que seria espontâneo o
entendimento mútuo entre elas. No entanto, quando deixadas a sós, a
Begriffsgeschichte e o contextualismo não se põem automaticamente
de acordo. A resistência, pelo que posso entender, é maior por parte
desta. Há mais de uma razão para explicar o porquê disso. De acordo
com Pocock, sempre cético no que diz respeito à possibilidade de uma
história dos conceitos, pode ser que a Begriffsgeschichte alemã e o
contextualismo representem, no fundo, fórmulas adequadas a diferen-
tes “culturas históricas”, sem que faça sentido promover a união das
duas:
Agora, atente-se para a crítica sutil de Ferrater Mora à teoria dos jogos
de linguagem:
***
6. Richter (1987) lista todos os 115 conceitos, tal como aparecem na GG, em
ordem alfabética. Há um quê de irônico nisto, que uma obra concebida
para examinar criticamente o Século das Luzes se aproveite desta subversiva
inovação do enciclopedismo, a ordenação alfabética dos assuntos.
___. (1995), The History of Political and Social Concepts. New York/
Oxford, Oxford University Press.
Resumo
Paul Virilio apresenta-se como uma criança da guerra, que viu o que
ela pode fazer e qual o seu alcance. O autor fala da Blitz Krieg6 alemã
utilizada durante a Segunda Guerra Mundial e nos diz de forma clara
como essa experiência representou para ele a forma pela qual a guerra
entrou em seu quintal. A guerra da surpresa, da mídia, no mesmo
período as informações não possuíam fronteiras e nem tampouco
limites. De maneira fragmentada, muitas vezes Virilio apresenta suas
análises sobre a técnica moderna. “O avião toca o solo, o solo abre o
avião em quatro, mais delicadamente que o gourmet descasca seu
figo [...]. Com essa lentidão de câmera lenta, o choque mais violento,
o acidente mais mortífero nos parecem tão suaves quanto uma sucessão
de carícias”, assim o autor cita Paul Morand7 e expõe a ambigüidade
da técnica cinematográfica, que é capaz de decompor um desastre
em uma série de movimentos suaves. A questão que desperta o
interesse acerca deste exemplo é que a noção de desastre fica ligada a
velocidade da ação. Pode-se considerar o mesmo exemplo ao
imaginarmos uma carícia e um tapa no rosto; excluída a intenção, o
que resta é a velocidade.
“PASSADO, PRESENTE, FUTURO – essa antiga tripartição da
duração cede lugar a imediatez de uma telepresença que se assemelha
a um novo tipo de RELEVO [...]. Relevo do acontecimento e não de
uma coisa, em que a quarta dimensão temporal muitas vezes toma o
lugar da terceira dimensão: esse volume material que perde, assim,
seu valor geométrico de ‘presença efetiva’ em proveito de um volume
audiovisual cuja evidente ‘telepresença’ leva de vencida a natureza
dos fatos” (Virilio, 1999:115).
Notas
7. Blitz Krieg, era uma das táticas de combate alemãs mais eficazes
durante a Segunda Guerra Mundial.
Referências Bibliográficas
BAUMAN, Zygmunt. (2002), Reconnaissance Wars of the Planetary
Frontierland. Theory, Culture & Society, vol. 19, nº 4, p. 81-90.
MAURÍCIO SANTORO**
Resumo
Nesse caso, por que a Europa aceita a hegemonia americana? Por que
a UE não se utiliza de seus vastos recursos econômicos para construir
o poder militar necessário para se tornar uma superpotência e exercer
maior influência internacional? Essa possibilidade foi levantada por
diversos analistas e chegou a figurar como discurso oficial da
diplomacia francesa. O ex-chanceler Hubert Védrine, crítico constante
do que chamava de “hiperpotência americana”, afirmou que o objetivo
da política externa da França era o estabelecimento de um mundo
multipolar.
A crise detonada pela guerra ao Iraque, que teve seu ponto alto nas
disputas do Conselho de Segurança da ONU, repetiu o padrão de
4) Conclusões
O fim da URSS e da Guerra Fria não acabou com a OTAN, mas
provocou grandes transformações na aliança, que incorporou os países
da Europa Oriental e, em lugar de uma coalizão defensiva contra o
Pacto de Varsóvia, se tornou uma força intervencionista, entrando
em ação na guerra do Kosovo. Contudo, alguns de seus objetivos
foram mantidos, como a contenção à Alemanha e à Rússia, impedindo
que esses países desenvolvessem políticas externas expansionistas na
Europa.
Resumo
Max Weber
No caso de Max Weber, não se pode falar de uma sociologia do
conhecimento em sentido estrito. O que existe em sua obra são
reflexões dispersas sobre a determinação social do conhecimento em
escritos metodológicos e sobre religião, que não constituem um corpo
unificado e sistemático de teoria acerca do assunto. A reconstituição
que se segue busca construir artificialmente este corpo a partir de seis
textos clássicos: “A Psicologia Social das Religiões Universais”,
“Rejeições Religiosas do Mundo e suas Direções”, “A Ciência como
Vocação”, “A ‘Objetividade’ do Conhecimento na Ciência Social e na
Ciência Política” e “O Sentido da ‘Neutralidade Axiológica’ nas
Ciências Sociais e Econômicas”.
Estes diriam “de que”, “para que” e “como se pode” ser salvo. Ditariam
uma “metodização racional da vida” que parte de pressupostos
irracionais tomados como dados. A determinação de tais pressupostos
Karl Mannheim
Minha exposição baseia-se na obra mais famosa de Mannheim (1956),
Ideologia e Utopia. De acordo com Mannheim, o homem só pensa
Uma visão totalizante viria a suprir aquilo que, para Mannheim, seria
a maior deficiência intelectual da época: a falta de uma Ciência da
Política. Disciplinas como a História, a Estatística, a Teoria Política, a
Sociologia, a Psicologia Social teriam utilidade para o político, mas
seriam insuficientes para orientá-lo na ação, porque tratam a sociedade
e o Estado como produtos acabados, ao passo que a vida política lida
com eles em desenvolvimento, exige que se saiba agir de acordo com
a situação única do momento. Mannheim recoloca a distinção em
termos mais teóricos: toda situação social abrigaria uma esfera
racionalizada, com processos estabelecidos e rotineiros para a solução
de problemas que se repetem ordenados, havendo também uma esfera
Conclusão
Apesar do papel central da “perspectiva” para ambos, persistiriam
diferenças significativas entre os autores: em Weber o matiz diferente
das idéias diz respeito a valores, ao passo que, para Mannheim, toca
mais aos quadros conceituais e categóricos. As “visões de mundo”
que Weber analisa são religiões, cujo surgimento não seria estritamente
determinado por interesses. Sua seleção e conformação estariam
sujeitos a tal influência, mas também seriam verificáveis movimentos
no sentido inverso. Os intelectuais constituiriam uma camada à parte
Referências Bibliográficas
Resumo
*
Aluna do curso de doutorado em sociologia do Iuperj. E-mails: trotondaro@iuperj.br;
tagoro@uol.com.br.
Antecedentes Marxistas
De acordo com bibliografia, entre os três sociólogos estruturadores da
disciplina, Marx foi o que mais se dedicou ao estudo da relação ho-
mem-natureza.
Ainda nesse capítulo, Marx enumera três elementos que julga serem
constituintes do processo de trabalho, são eles: i) a atividade adequada
a um fim, isto é o próprio trabalho; ii) a matéria a que se aplica o
trabalho, ou seja, o objeto de trabalho; iii) os meios de trabalho, o
instrumento de trabalho (ibidem). Assim, recorrendo à afirmação ini-
cial de Marx de que o trabalho seria um processo entre o homem e a
natureza, pode-se identificar pelo menos esses três momentos nos quais
encontramos essa relação.
Essa citação é utilizada por Schmidt para afirmar que Marx considera
que o mundo só é cognoscível na medida em que se torna artefato
humano. Schmidt afirma que somente podemos saber o que uma coisa
natural é na medida em que conhecemos a totalidade dos procedimen-
tos industriais e científico-experimentais que permitiram fabricá-la. A
esta afirmação contrapõe-se Schmied-Kowarzik, apontando para o fato
de que Marx reconhece a situação presente na qual a natureza se tor-
nou inteiramente objeto para o homem, porém não a exalta; ao contrá-
rio, Marx deixaria indícios de como a natureza viva também é subjugada
pela ciência natural e técnica enquanto agente das forças produtivas4.
A história recente mostra-nos que ainda era possível levar a cabo uma
maior e mais significativa dominação da natureza para além do que
Adorno e Horkheimer haviam imaginado.
Notas
1. Estou aqui recuperando apenas um ramo através do qual este tema foi
desenvolvido. Além disso, é importante ter em mente que os aspectos que
estão presentes na obra de Marx já são produto da incorporação e
reelaboração de uma linha de discussão que se inicia com Aristóteles e
Platão chegando até Hegel – passando por Bacon, Descartes, Schelling,
dentre outros.
3. Embora o processo que foi até agora descrito em O Capital ainda não
tenha chegado à extração de mais-valia, é interessante notarmos que já
seu princípio se baseia na exploração da natureza.