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Caro aluno,

Ter se formado em uma faculdade reconhecida e possuir boas


experiências em diferentes estágios não é mais garantia para
uma carreira de sucesso. Hoje, o mercado está muito concorrido
em várias áreas da saúde. Isso acontece pela grande disponibili-
dade de profissionais com diplomas, porém com pouca experiên-
cia prática.
As residências tem sido uma excelente alternativa para capaci-
tação profissional e inserção no mercado de trabalho, disponibili-
zando uma remuneração mensal, maior que a média do mercado
além de possibilitar um intenso domínio da prática clínica.
Neste material, vamos detalhar como é o processo de seleção
para se tornar um residente, quais as atividades e como é o dia
a dia deste profissional, além de quais são os reconhecimentos
3 e diferenciais de ter tido a experiência de uma residência. Abor-
daremos também sobre as áreas de atuação e suas respectivas
concorrências, e como alcançar os melhores resultados na prova
e se tornar um residente de sucesso!

PRONTO PARA COMEÇAR?

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O que é Residência
Multiprofissional?

Vamos começar pelo conceito básico. A residência multiprofis-


sional é um programa de cooperação intersetorial, oferecida nor-
malmente por Hospitais Universitários (apesar de não se restrin-
gir à essa área), com o objetivo de capacitar estudantes da área de
saúde através de atividades práticas, prestando serviços para um
órgão de saúde, priorizando o Sistema Único de Saúde (SUS).
Ela foi criada em 2005 através da promulgação da Lei nº 11.129,
orientada pelos princípios e diretrizes do Sistema Único de Saú-
de (SUS), a partir das necessidades e realidades locais e regionais.
Elas abrangem, dentro da saúde, as áreas de Psicologia, Enferma-
4 gem, Nutrição, Fisioterapia, Medicina Veterinária, Odontologia,
Medicina, Farmácia, Biomedicina, Ciências Biológicas, Educação
Física, Serviço Social e Terapia Ocupacional.
A Comissão Nacional de Residência Multiprofissional em Saú-
de – CNRMS, coordenada pelo Ministério da Saúde e Ministério
da Educação, é o órgão responsável por gerir as principais ações
e atribuições das residências. Isso inclui avaliar e creditar os pro-
gramas de Residência Multiprofissional de acordo com as neces-
sidades socioepidemiológicas da população brasileira, credenciar
os programas e registrar certificados dos programas. Essas me-
didas garantem que todas as instituições que oferecem vagas se-
guirão um mesmo padrão educacional e qualitativo, apesar das
diferentes áreas oferecidas em cada tipo de residência.

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Por que Fazer
Residência?

A decisão de fazer ou não uma residência está diretamente li-


gada aos seus objetivos profissionais. Alguns dos seus colegas de
profissão vão optar por fazer cursos de especialização em parale-
lo a trabalhos em Farmácia. Outros vão preferir seguir a carreira
acadêmica, dedicando-se ao Mestrado e Doutorado.

Fazer residência não é melhor nem pior que as demais


opções. São apenas caminhos diferentes que, consequen-
temente, proporcionam desafios e aprendizados distintos
em cada uma das escolhas.
5
A escolha pela residência, além de exigir dedicação exclusiva,
é composta por treinamentos em serviço que, através da vivên-
cia prática associada a atividades teóricas, te proporciona grande
aprendizado profissional. Uma vez que o currículo de Farmácia
é formado, quase que em sua totalidade, por aulas teóricas, é re-
presentativa a carência de experiência prática dos profissionais
antes de assumir seus primeiros empregos.
Você é supervisionado por profissionais habilitados durante
todo o seu processo de residente. Isso faz você trabalhar de for-
ma adequada ao lidar com os desafios e dificuldades diárias. Essa
experiência promove não apenas o contato entre o mundo do
trabalho e o mundo da formação, mas também um processo de
educação permanente na Farmácia. Logo você percebe seu ama-

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durecimento profissional e os inúmeros conhecimentos práticos
que te tornam um farmacêutico mais maduro, qualificado e reco-
nhecido no mercado de trabalho.

Você recebe o título de especialista da área, reconhecido


pelo MEC, que pode ser utilizado em concursos públicos
como pontuação para a prova de título!

Ao final da residência, você recebe o título de pós-graduado e


especialista da área em que quer atuar. Só que a grande diferença
das convencionais pós-graduações é que a residência é caracteri-
zada pelo treinamento direto no campo de trabalho, além de ser
regida pelas diretrizes e os princípios do Sistema Único de Saú-
de. Outra diferença importante é a carga horária. As residências
têm uma carga horária bastante superior à uma pós-graduação

6 comum, podendo chegar a 16 vezes mais. Em compensação, além


de ser remunerado, você não precisa pagar pelo programa.

A ROTINA DO RESIDENTE
Por seguirem padrões definidos pelo MEC, os programas de
residências em Farmácia possuem carga horária e remuneração
fixas e invariáveis, independente de qual seja a instituição e espe-
cialização que você vá realizar na residência.
As residências têm duração de 2 anos, com carga horária de
5.760 horas (60 horas semanais), distribuídas em atividades teó-
ricas e práticas, das quais 1152 horas (20%) são destinadas às ati-
vidades teóricas e 4608 horas (80%) às atividades práticas. Das 60
horas semanais, o residente cumpre 48 horas de atividades práti-
cas e 12 horas de atividades teóricas, independente de feriados ou
recessos.

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Seu trabalho teórico é desenvolvido através de aulas, apresen-
tações de trabalhos, discussões de casos clínicos e participações
em eventos durante a semana. Você deve cumprir uma carga ho-
rária mínima de 75% desses trabalhos, independente de atestado
médico, pois este apenas justifica a ausência. Já a parte prática
refere-se ao trabalho em campo, incluindo plantões, quando ne-
cessário (conforme escala pré-estabelecida).
O residente será aprovado se obtiver nota igual ou superior a 70
dos 100 pontos distribuídos anualmente, em todas as atividades
do curso. O processo de avaliação é realizado pelos preceptores
com participação dos tutores (mais adiante você saberá quem são
eles). Essa avaliação ocorre todo mês ou ao final das atividades de
cada campo de prática. Em caso de reprovação o residente será
desligado do programa.
Você tem direito todos os dias a 1 hora de almoço, e não pode
fazer “banco de horas”. Caso você, enquanto residente, fique al-
7 gumas horas a mais do que o acordado (60 horas semanais), é in-
dicado tirar para descanso a quantidade de horas excedidas, de
preferência, no mesmo mês. Em situações como essas, é preciso
que o coordenador do programa e o preceptor estejam de acordo
com o ocorrido.
Além de folgar uma vez na semana, você pode tirar 30 dias de
férias remuneradas por ano, nas quais podem ser consecutivas
ou fracionadas em dois períodos de 15 dias. Normalmente é libe-
rado um cronograma especificando o período de férias de cada
um, para que residentes da mesma especialização não fiquem
ausentes no mesmo período. Após a liberação do calendário de
férias e recessos, você pode solicitar alterações, que poderão ser
admitidas ou não pelo coordenador do programa.

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REMUNERAÇÃO
Os residentes do Programa de Residência Multiprofissional em
Saúde recebem uma bolsa auxílio de R$ 3.330,43 no primeiro dia
útil de cada mês, segundo cronograma do MEC - bolsa esta que
era de R$ 2.976,26 e sofreu aumento em 2016.

Bolsa de R$3.330,43!!

Esse valor é padrão para qualquer que seja a profissão do residente.

Ao optar por cursar a residência, você precisa estar ciente da


impossibilidade de assumir qualquer outro vínculo profissional
remunerado no período vigente da bolsa (2 anos). Apesar disso,
por possibilitar a vivência com diversos profissionais – inclusive
de diferentes profissões -, e por realizar intercâmbios em diversas
equipes interdisciplinares, seu leque de contatos estará enorme
8 no final da residência, aumentando suas oportunidades de em-
prego.

COMO INGRESSAR EM UMA RESIDÊNCIA EM FARMÁCIA?


Para ingressar em uma Residência em Farmácia, você precisa
ser aprovado no processo de seleção realizado por instituições de
ensino superior que oferecem essa modalidade de especialização.
A estrutura de cada um desses processos irá variar de acordo
com os editais apresentados pelas instituições. Mas, independen-
temente disso, o processo seletivo começa a partir do momento
de inscrição que, além de exigir seu diploma ou comprovante de
graduação em Farmácia, caso você não consiga a isenção, te cobra
uma taxa entre R$ 100,00 a R$ 400,00. Os processos seletivos po-
dem conter:

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PROVA OBJETIVA E DISCURSIVA
AVALIAÇÃO E ANÁLISE CURRICULAR
ENTREVISTA

As provas possuem, em média, de 20 a 50 questões objetivas e


cerca de 02 a 05 questões discursivas. No edital divulgado especi-
fica o número de questões e quais serão os assuntos cobrados nos
exames. Vale ressaltar, que nem sempre todos os assuntos citados
no edital serão realmente contemplados na prova. No entanto,
você, como candidato precavido, está preparado para absoluta-
mente todos os conteúdos contemplados no edital.
Após você ser aprovado na prova, a banca examinadora irá
avaliar as suas experiências profissionais e acadêmicas. Neste
momento você percebe quão valiosas são as atividades extras
realizadas durante e após a sua graduação. Mas, para pontuar
9 na avaliação do currículo, é necessário que todas essas experiên-
cias estejam devidamente certificadas. Além de mestrado e dou-
torado, iniciação científica, monitoria, publicação de trabalho e
projetos de extensão são as atividades que mais pontuam. Por
isso, você que almeja ingressar em uma residência em Farmácia, e
ainda tem oportunidade de realizar atividades extracurriculares,
não perca tempo e vá enriquecer o seu currículo!
No momento da entrevista, o seu currículo ainda serve de pau-
ta para as perguntas. Então, sempre vale a pena revisá-lo e relem-
brar os seus acertos e erros, o que você já realizou, já aprendeu e
as grandes lições que obteve em vivências passadas. Isso é bom
para que você possa narrar suas experiências da melhor maneira
possível.

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Eles te questionam sobre aptidões e práticas na área, expectativas
sobre a vaga que está sendo pleiteada, bem como sobre ambições
pessoais e perspectivas de trabalhos futuros. Vão querer saber tam-
bém como é o seu comportamento lidando em equipe e com pessoas
desconhecidas. Saber como você reage em ambientes de pressão ou
nunca conhecido antes, também será do interesse deles.
Caso você, anteriormente, não tenha tido muitas ou nenhuma ex-
periência profissional, não se preocupe! Você pode utilizar de apren-
dizados e desafios, vivenciados na sua vida pessoal, que te agregam e
enriquecem como profissional. Motivação e interesse são pontos bas-
tante observados durante a entrevista. Então, essa é a hora de você
externalizar, sem exagero, o quão a vaga de residente é importante
para você e como isso irá te realizar quanto farmacêutico. Falar com o
coração e brilho nos olhos sempre será a sua melhor opção!
O cenário atual brasileiro é composto por programas de Resi-
dência Multiprofissional em todas as regiões, dando oportunidade
10 para todos aqueles que querem um aperfeiçoamento profissional
e a garantia de uma melhor inserção no mercado de trabalho. O
gráfico abaixo representa a distribuição das residências pelo Brasil.

Gráfico 1. Cenário de Residências Multiprofissionais do Brasil com vagas para


farmacêuticos:

Fonte: Sanar, 2019.

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Além disso, podemos analisar quais são as principais áreas de
atuação que mais oferecem vagas para Residência em Farmácia,
para isso, temos o gráfico abaixo:

Gráfico 2. Áreas de concentração de Residências que mais ofertam vagas para


farmacêuticos:

11 Fonte: Sanar, 2019.

Uma das principais residências com vaga para área de Farmá-


cia encontra-se na Universidade de São Paulo (USP) e é sobre ela
que falaremos agora!

RESIDÊNCIA USP PARA FARMACÊUTICOS


O Programa de Residência Multiprofissional da Universidade
de São Paulo (USP) dispõe de vagas para as áreas de Farmácia,
Fisioterapia, Biomedicina, Educação Física, Enfermagem, Física
Médica, Fonoaudiologia, Medicina Veterinária, Nutrição, Odon-
tologia, Psicologia, Serviço Social e Terapia Ocupacional. Desde
2018, o processo seletivo tem sido realizado pela Fundação Uni-
versitária para o Vestibular (FUVEST).

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Esse processo seletivo consta de duas fases: a primeira fase,
presencial, constituída por uma prova com questões objetivas
e dissertativas, e a segunda, não presencial, é a etapa de análise
curricular, a partir do Currículo Lattes do candidato e seus res-
pectivos documentos comprobatórios, que devem ser anexados
no site da FUVEST. Importante estudar o Barema de avaliação
curricular contido no edital, no qual há a apresentação de quais
as atividades avaliadas e suas respectivas pontuações.
Para você começar a se programar para as próximas seleções,
montamos um quadro com as principais datas de cada uma das
etapas dos processos seletivos de 2017 a 2020.

Quadro 1. Datas importantes dos editais de seleção USP de 2017 a 2020.

ANO DE DATA DATA PROVA ANÁLISE


PROVA QUESTÕES PROVA
INGRESSO EDITAL INSCRIÇÃO 2ª FASE CURRICULAR
2017 01/08/2016 15/08 A 11/09 25/09 26 A 28/09 TOTAL: 30 QUESTÕES
29/08 SUS: 15
ESPECÍFICO: 15

12 DISSERTATIVA: 5
2018 04/07/2017 20/07 A 03/09 08/10 09 A 11/10 TOTAL: 30 QUESTÕES
17/08 SUS: 15
ESPECÍFICA: 15
DISSERTATIVA: 5
2019 14/07/2018 23/07 A 02/09 30/09 ANÁLISE TOTAL: 50 QUESTÕES
17/08 DOCUMENTOS INTERPRETAÇÃO DE
ONLINE TEXTO: 10
SUS: 10
ESPECÍFICA: 30
2020 12/07/2019 22/07 A 01/09 JUNTO ANÁLISE TOTAL: 40 QUESTÕES
07/08 COM OB- DOCUMENTOS INTERPRETAÇÃO DE
JETIVA ONLINE TEXTO: 07
SUS: 08
ESPECÍFICA: 25

Ok, agora que você já tem noção do calendário que a USP cos-
tuma adotar, que tal analisarmos as estatísticas dos processos
seletivos anteriores em relação ao programa de residência para
farmacêuticos?

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Quadro 2. Quantidade de vagas e inscritos nos Programas de Residência
Multiprofissional USP com vagas para farmacêuticos, no período de 2017 à 2019.

ANO PROGRAMA VAGAS INSCRITOS CONCORRÊNCIA


2017 PROGRAMA DE RESIDÊNCIA EM ÁREA 8 184 23
PROFISSIONAL DA SAÚDE EM FARMÁCIA CLÍNICA
E ATENÇÃO FARMACÊUTICA (FCF-USP)
2017 PROGRAMA DE RESIDÊNCIA EM ÁREA 10 183 18,3
PROFISSIONAL DA SAÚDE: ASSISTÊNCIA
FARMACÊUTICA HOSPITALAR E CLÍNICA (FMUSP)
2017 PROGRAMA DE RESIDÊNCIA 1 23 23
MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE COLETIVA E
ATENÇÃO PRIMÁRIA (FMUSP)
2017 PROGRAMA DE RESIDÊNCIA 3 23 7,6
MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE: ATENÇÃO
INTEGRAL À SAÚDE (FMRP)
2017 PROGRAMA DE RESIDÊNCIA 1 4 4
MULTIPROFISSIONAL: PREVENÇÃO E
TERAPÊUTICA CARDIOVASCULAR
(FMUSP/INCOR)
2018 PROGRAMA DE RESIDÊNCIA EM ÁREA 8 208 26
PROFISSIONAL DA SAÚDE EM FARMÁCIA CLÍNICA
E ATENÇÃO FARMACÊUTICA (FCF-USP)
2018 PROGRAMA DE RESIDÊNCIA EM ÁREA 10 206 20,6
PROFISSIONAL DA SAÚDE: ASSISTÊNCIA
FARMACÊUTICA HOSPITALAR E CLÍNICA (FMUSP)
2018 PROGRAMA DE RESIDÊNCIA 1 19 19
13 MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE COLETIVA E
ATENÇÃO PRIMÁRIA (FMUSP)
2018 PROGRAMA DE RESIDÊNCIA 3 22 7,3
MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE: ATENÇÃO
INTEGRAL À SAÚDE (FMRP)
2018 PROGRAMA DE RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL: 1 4 4
PREVENÇÃO E TERAPÊUTICA CARDIOVASCULAR
(FMUSP/INCOR)
2019 ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA HOSPITALAR E 16 174 10,8
CLÍNICA: ÁREA PROFISSIONAL DA SAÚDE
2019 PREVENÇÃO E TERAPÊUTICA CARDIOVASCULAR: 01 23 23
MULTIPROFISSIONAL
2019 SAÚDE COLETIVA E ATENÇÃO PRIMÁRIA: 01 7 7
MULTIPROFISSIONAL
2019 FARMÁCIA CLÍNICA E ATENÇÃO FARMACÊUTICA: 08 164 20,5
ÁREA PROFISSIONAL DA SAÚDE
2019 ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE: 03 23 7,6
MULTIPROFISSIONAL

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A Residência Multiprofissional da USP é uma das mais concor-
ridas do Brasil. O edital desse programa de Residências é lançado
anualmente, geralmente entre os meses de junho e agosto, como
vimos anteriormente no quadro 1. Isso significa que é um dos pri-
meiros do Brasil a ser divulgado.

14

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LÍNGUA PORTUGUESA
TEXTO PARA AS QUESTÕES DE 01 A 03

A proposta do trabalho em equipe tem sido veiculada como estratégia


para enfrentar o intenso processo de especialização na área da saúde.
Esse processo tende a aprofundar verticalmente o conhecimento e a in-
tervenção em aspectos individualizados das necessidades de saúde, sem
contemplar simultaneamente a articulação das ações e dos saberes.
Na literatura consultada sobre equipe de saúde, observou–se que
são relativamente raras as definições de equipe. O levantamento bi-
bliográfico (bases de dados Medline e Lilacs) mostrou predominância
da abordagem estritamente técnica, em que o trabalho de cada área
profissional é apreendido como conjunto de atribuições, tarefas ou
atividades. Nesse enfoque, a noção de equipe multiprofissional é to-
mada como uma realidade dada, uma vez que existem profissionais
de diferentes áreas atuando conjuntamente, e a articulação dos tra-
balhos especializados não é problematizada.
16
Fortuna & Mishima apud Fortuna (1999) identificam três concep-
ções distintas sobre trabalho em equipe, cada uma delas destacando
os resultados, as relações e a interdisciplinaridade. Nos estudos que
ressaltam os resultados, a equipe é concebida como recurso para au-
mento da produtividade e da racionalização dos serviços. Os estudos
que destacam as relações tomam como referência conceitos da psi-
cologia, analisando as equipes principalmente com base nas relações
interpessoais e nos processos psíquicos. Na vertente da interdiscipli-
naridade estão os trabalhos que trazem para discussão a articulação
dos saberes e a divisão do trabalho, ou seja, a especialização do traba-
lho em saúde. Nessa linha encontram–se, entre outros, os estudos de
Campos, que vêm produzindo reflexão acerca das equipes de saúde
como base principal de organização dos serviços de saúde.

[...] Peduzzi M. “Equipe multiprofissional de saúde: conceito e tipologia”.


Revista Saúde Pública. 2001. 35 (1): 103-109. ISSN 0034‐8910.

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1. (FUVEST – USP – 2020) De acordo com o texto, o intenso processo de
especialização na área da saúde tem como tendência a:

🅐G
 eneralização do conhecimento de uma área e a possibilidade de
atuação em conjunto com outras áreas na saúde.
🅑 Individualização da ação dos profissionais e a discussão sobre a arti-
culação entre ações e saberes de diversas áreas da equipe.
🅒 Diferenciação das ações entre as áreas de conhecimento e o detalha-
mento das possibilidades de elo entre os profissionais.
🅓 Particularização de atividades na área da saúde e a consolidação de
conhecimentos individualizados no trabalho.
🅔 Discriminação de aspectos individualizados de profissionais da saú-
de e a relação de conhecimentos de diferentes áreas envolvidas na
equipe.

GRAU DE DIFICULDADE: DIFÍCIL

DICA DO AUTOR: Em questões de interpretação de texto, o candidato


deve buscar, na leitura, as relações de sentido entre as sentenças. Ele-
mentos de coesão são uma pista para identificar as ideias defendidas
17 pelo articulista. Fique atento, principalmente, aos elementos que reto-
mam ideias e/ou expressões.
Alternativa A: INCORRETA. Ao contrário do que propõe a alternativa, se-
gundo o texto, o trabalho em equipe é uma tendência contra a especiali-
zação, ou seja, a especialização não facilita o trabalho em equipe.
Alternativa B: INCORRETA. A alternativa está incorreta porque a espe-
cialização, segundo o texto – 1º parágrafo – não contempla a articulação
de ações e de saberes, portanto não há discussão sobre a articulação
entre ações e saberes.
Alternativa C: INCORRETA. Outra vez, a alternativa é falsa por colocar
“possibilidades de elo entre os profissionais”. Basta reler o primeiro pa-
rágrafo, principalmente o final dele, para que haja a percepção de que
não há interação entre saberes e ações.
Alternativa D: CORRETA. Segundo o texto, o processo de especialização
tende a “aprofundar verticalmente o conhecimento e a intervenção em
aspectos individualizados das necessidades de saúde”. Desse modo, fica
clara a assertiva, pois há particularização de atividades e consolidação
de conhecimentos individualizados.

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Alternativa E: INCORRETA. A alternativa está incorreta, pois não haverá,
com a especialização, relação de conhecimentos de diferentes áreas, já
que o referido processo tende a particularizar tanto atividades quanto
o próprio conhecimento.

2. (FUVEST – USP – 2020) O levantamento bibliográfico, sobre equipe


de saúde, referido no texto:
🅐 Aborda a equipe multiprofissional e as relações entre as especiali-
dades, observando a articulação entre os trabalhos especializados e
suas tarefas e atividades dos profissionais.
🅑 Evidencia uma abordagem que não problematiza a articulação entre
as especialidades, privilegiando a concepção tecnicista de aglomera-
do de atribuições, tarefas ou atividades.
🅒 Expõe uma noção a ser construída sobre a equipe multiprofissional,
problematizando a atuação dos profissionais de diferentes áreas
que atuam conjuntamente.
🅓 Expressa os achados de um conjunto numeroso de definições de
equipe, em que prevalecem concepções dialógicas sobre a atuação
dos profissionais especializados.
18
🅔 Manifesta a predominância de uma abordagem que discute a articu-
lação entre as áreas profissionais, observando suas atuações para
além da coexistência dessas áreas na equipe.

GRAU DE DIFICULDADE: INTERMEDIÁRIO

DICA DO AUTOR: Algumas questões de interpretação de texto fazem


alusão a determinado parágrafo ou determinado trecho. Isso facilita a
feitura da questão, pois o candidato não precisa focar no todo, e sim na
parte do todo.
Alternativa A: INCORRETA. No segundo parágrafo, fica evidente que a arti-
culação entre os trabalhos especializados não é problematizada. Perce-
be-se, portanto, que não há observação da referida articulação e nem das
relações entre as especialidades. Isso torna a alternativa incorreta.

Alternativa B: CORRETA. A alternativa está correta, pois, segundo o 2º


parágrafo, as definições de equipe de saúde trazem uma abordagem es-
tritamente técnica, resumindo trabalho em equipe a existência de pro-
fissionais de diferentes áreas, atuando conjuntamente. No final do pará

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grafo, há a referência à falta de problematização acerca da articulação
dos trabalhos especializados.

Alternativa C: INCORRETA. A alternativa é incorreta porque o texto não


traz uma noção a ser construída sobre a equipe multiprofissional; ele
traz a noção que existe, de certa forma, criticando-a.

Alternativa D: INCORRETA. A alternativa é incorreta, haja vista que o tex-


to diz que “são relativamente raras as definições de equipe”. Não há, por-
tanto, “um conjunto numeroso de definições”.

Alternativa E: INCORRETA. A alternativa é incorreta porque o texto colo-


ca exatamente o oposto do que está colocado. Segundo o texto, não há
problematização da articulação entre as áreas.

3. (FUVEST – USP – 2020) Sobre as concepções de trabalho em equipe


citadas no texto, é correto afirmar que:
🅐 As concepções sobre o trabalho em equipe exploram os resultados, as
relações e a interdisciplinaridade de forma conjunta.
🅑 As visões sobre o trabalho em equipe possuem focos diferentes, dis-
19 tinguindo–se pela observação dos resultados, das relações e da inter-
disciplinaridade.
🅒 A noção de trabalho em equipe como base da organização dos serviços
de saúde tem como foco conceitos da psicologia e análises interpessoais.
🅓 O conceito de equipe como recurso para a produtividade e racionaliza-
ção apoia–se na discussão sobre a articulação de saberes e divisão do
trabalho.
🅔 A abordagem interdisciplinar de equipe traz para a discussão o apro-
fundamento vertical do conhecimento e a especialização das áreas
de saúde.

GRAU DE DIFICULDADE: INTERMEDIÁRIO

DICA DO AUTOR: Fique atento ao enunciado: ele traz pistas importan-


tes para a busca da alternativa VERDADEIRA. Observe que esta questão
faz referência às “concepções de trabalho em equipe citadas no texto”.
Cuidado com as alternativas que extrapolam ou limitam o texto.

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Alternativa A: INCORRETA. A alternativa está incorreta porque, segundo
o 3º parágrafo, as concepções sobre o trabalho em equipe destacam os
resultados, as relações e a interdisciplinaridade. Há equívoco no empre-
go do termo “exploram” e na expressão “de forma conjunta”.
Alternativa B: CORRETA. A alternativa está correta, pois o 3º parágrafo
traz três concepções distintas de trabalho em equipe, ou seja, focos di-
ferentes, focando em resultados, relações e interdisciplinaridade.

Alternativa C: INCORRETA. A alternativa está incorreta porque faz uma


restrição. Segundo o texto, o trabalho em equipe destaca resultados,
relações e interdisciplinaridade. Os conceitos de psicologia e análises
interpessoais estão atrelados ao item “relações”, mas não se relacionam
com resultados e interdisciplinaridade.

Alternativa D: INCORRETA. A alternativa está incorreta porque não está


pautada nas ideias do texto. Observe que a discussão sobre a articula-
ção dos saberes e divisão do trabalho está atrelada à vertente da inter-
disciplinaridade, e não ao conceito de equipe como recurso para a pro-
dutividade.

Alternativa E: INCORRETA. A alternativa é falsa porque o texto não faz


conexão entre a abordagem interdisciplinar e a discussão do aprofunda-
20 mento vertical do conhecimento e a especialização das áreas de saúde,
quando faz referência às três concepções distintas sobre trabalho em
equipe.

4. (FUVEST – USP – 2020) A prestação de serviços especializados no


SUS é problemática, pois a oferta é limitada e o setor privado contratado
muitas vezes dá preferência aos portadores de planos de saúde privados.
A atenção secundária é pouco regulamentada e os procedimentos de
média complexidade frequentemente são preteridos, em favor dos pro-
cedimentos de alto custo. O SUS é altamente dependente de contratos
com o setor privado, sobretudo no caso de serviços de apoio diagnóstico
e terapêutico; apenas 24,1% dos tomógrafos e 13,4% dos aparelhos de
ressonância magnética são públicos e o acesso é desigual.
Paim J, et al. “O sistema de saúde brasileiro: história, avanços e desafios”.
The Lancet [online], 09/05/2011.

Ao tratar da prestação de serviços especializados no SUS, o texto enfoca,


de modo mais evidente:

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🅐 O acesso.
🅑 A qualidade.
🅒 O custo.
🅓 A técnica.
🅔 A precarização.

GRAU DE DIFICULDADE: DIFÍCIL

DICA DO AUTOR: Algumas questões trazem alternativas que confun-


dem o candidato, por serem muito próximas das colocações feitas no
texto. Uma leitura criteriosa e a descoberta da intenção de quem es-
creve o texto podem ajudar bastante.
Alternativa A: CORRETA. A alternativa está correta, pois os diferentes
aspectos trazidos no texto direcionam para o último ponto: dificuldade
de acesso. Observe que há uma enumeração de questões: oferta limi-
tada, setor privado muitas vezes dá preferência aos planos de saúde,
atenção secundária pouco regulamentada, procedimentos de média
complexidade preteridos, dependência de contratos com o setor priva-
do, poucos aparelhos de ressonância são públicos, acesso desigual. Não
há enfoque a um único ponto.
21
Alternativa B: INCORRETA. A alternativa está incorreta, pois não há ênfa-
se à questão da qualidade, e sim do acesso. Perceba que o texto não fala
sobre a qualidade dos procedimentos do SUS.

Alternativa C: INCORRETA. A alternativa está incorreta, pois a ênfase


dada não está nos custos. Fala-se, por exemplo, em limitação de oferta
e em pouca disponibilidade para o público.

Alternativa D: INCORRETA. A alternativa está incorreta, pois há uma aná-


lise da questão técnica. Vale ressaltar, inclusive, que o texto traz uma
abordagem mais geral.

Alternativa E: INCORRETA. Apesar de gerar dúvidas, a alternativa é incor-


reta, pois o texto não enfoca na precarização, já que o centro da questão
não é a ineficiência, a insegurança ou a falta de qualidade. Caso o candi-
dato optasse por essa alternativa, indiretamente estaria dizendo que a
letra “B” também estaria correta.

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5. (FUVEST – USP – 2020) Na PNAD realizada em 1981, antes da criação
do SUS, 8% da população (9,2 milhões de pessoas) afirmavam ter usado
serviço de saúde nos últimos trinta dias, enquanto em 2008 14,2% da
população (26,9 milhões de pessoas) relatavam uso de serviços de saúde
nos últimos quinze dias, o que representa um aumento de 174% no uso
de serviços de saúde. O número de pessoas que busca a atenção básica
aumentou cerca de 450%, entre 1981 e 2008. Esse aumento pode ser
atribuído a um crescimento vultoso no tamanho da força de trabalho do
setor da saúde e do número de unidades de atenção básica. Em 1998, 55%
da população consultou um médico, e esse número cresceu para 68% em
2008. Porém, esse número ainda é baixo, quando comparado ao dos países
mais desenvolvidos, que varia de 68% nos EUA a mais de 80% em países
como Alemanha, França e Canadá. Em 2008, 76% das pessoas no grupo
de renda mais alta afirmaram ter consultado um médico, em comparação
com 59% das pessoas no grupo de renda mais baixa, o que mostra a exis-
tência de desigualdade socioeconômica no acesso à assistência médica. A
desigualdade não existe, todavia, entre pessoas que autoclassificam seu
estado de saúde como ruim, o que indica que indivíduos com transtornos
de saúde graves conseguem buscar o cuidado e receber tratamento, inde-
pendentemente de sua situação socioeconômica.
Paim J, et al. “O sistema de saúde brasileiro: história, avanços e desafios”.
22 The Lancet [online], 09/05/2011. Adaptado.

Com base no texto, assinale a alternativa correta:

🅐 As informações demonstram que a desigualdade socioeconômica


no acesso à assistência médica está presente mesmo nos casos de
transtornos graves de saúde.
🅑 Os dados apresentados no texto indicam que o acesso aos serviços
de saúde no Brasil melhorou de forma considerável após a criação do
Sistema Único de Saúde.
🅒 Observa–se aumento de 174% no uso de serviços de saúde, com a cria-
ção do SUS, superando países mais desenvolvidos, que apresentam
taxas de 68% (EUA) e de 80% (Alemanha, França e Canadá).
🅓 Em 2008, 59% das pessoas de renda mais alta e 76% das pessoas de
renda mais baixa afirmaram ter consultado um médico, o que mostra
favorecimento aos usuários do SUS.
🅔 A desigualdade socioeconômica não existe no acesso à assistência
médica, já que o SUS proporcionou um aumento de 174% no uso de
serviços de saúde.

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GRAU DE DIFICULDADE: FÁCIL

DICA DO AUTOR: Textos de linguagem denotativa (objetiva) e com da-


dos estatísticos são mais acessíveis no que diz respeito à interpreta-
ção de texto, pois são menos opinativos.
Alternativa A: INCORRETA. A alternativa está incorreta, pois, no final do
texto, fica claro que “indivíduos com transtornos de saúde graves con-
seguem buscar o cuidado e receber tratamento, independentemente de
sua situação socioeconômica”.

Alternativa B: CORRETA. A alternativa está correta, pois, já no primeiro


período do texto, coloca-se que “antes da criação do SUS, 8% da popu-
lação” haviam usado serviço de saúde nos últimos 30 dias, enquanto em
2008 esse percentual sobe para 14,2%.

Alternativa C: INCORRETA. A alternativa está incorreta, pois, segundo o


texto, o percentual da população brasileira que consultou um médico,
em 1998, é de 55%. O número aumentou, mas ainda é baixo, quando se
compara ao dos países mais desenvolvidos, que varia de 68% (EUA) a
80% (Alemanha, França e Canadá).

Alternativa D: INCORRETA. A alternativa está incorreta porque os percen-


23 tuais estão invertidos: 59% se referem às pessoas de renda mais baixa
e 76% se referem às pessoas de renda mais alta. Além disso, o texto não
relaciona esses percentuais ao SUS, e sim à questão socioeconômica.

Alternativa E: INCORRETA. A alternativa está incorreta, pois o texto colo-


ca a desigualdade socioeconômica como um fato que interfere na saúde
e no acesso a ela.

6. (FUVEST – USP – 2020) O início da Bioética se deu no começo da década


de 1970, com a publicação de duas obras muito importantes de um pesqui-
sador e professor norte–americano da área de oncologia, Van Rensselaer
Potter.
Van Potter estava preocupado com a dimensão que os avanços da ciên-
cia, principalmente no âmbito da biotecnologia, estavam adquirindo. Assim,
propôs um novo ramo do conhecimento que ajudasse as pessoas a pensar
nas possíveis implicações (positivas ou negativas) dos avanços da ciência so-
bre a vida (humana ou, de maneira mais ampla, de todos os seres vivos). Ele

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sugeriu que se estabelecesse uma “ponte” entre duas culturas, a científica
e a humanística, guiado pela seguinte frase: “Nem tudo que é cientificamen-
te possível é eticamente aceitável”.
Um dos conceitos que definem a Bioética (“ética da vida”) é que esta é a
ciência “que tem como objetivo indicar os limites e as finalidades da inter-
venção do homem sobre a vida, identificar os valores de referência racio-
nalmente proponíveis, denunciar os riscos das possíveis aplicações”. (Leone;
Privitera; Cunha, 2001)
Junqueira CR. Bioética: conceito, fundamentação e princípios. Especialização em Saúde da Família. Unasus,
Universidade Federal de São Paulo. Pró‐Reitoria de Extensão, 2010.

A proposição de Van Potter anunciada no texto tem como base:

🅐 A possibilidade de potencializar o desenvolvimento tecnológico.


🅑 O monitoramento do uso de material biológico em pesquisas científicas.
🅒 A discussão da relação entre o desenvolvimento científico e a vida.
🅓 O controle do desenvolvimento tecnológico e científico da humanidade.
🅔 A proibição de procedimentos invasivos em pesquisas com seres
humanos.
24 GRAU DE DIFICULDADE: FÁCIL

DICA DO AUTOR: Algumas questões cobram apenas a leitura atenta


do texto e a coleta de informações contidas nele. Esta questão se tor-
na fácil na medida em que propõe o seu entendimento do que foi dito/
escrito.
Alternativa A: INCORRETA. Van Potter não defende a potencialização do
desenvolvimento tecnológico, portanto não é a base do texto.

Alternativa B: INCORRETA. Não há, no texto, correlação entre “Nem tudo


que é cientificamente possível é eticamente aceitável” (proposição de
Van Potter) e monitoramento do uso de material biológico em pesquisas
científicas.

Alternativa C: CORRETA. A alternativa está correta e é autoexplicativa.


Há uma conexão direta, no texto, entre a proposição “Nem tudo que é
cientificamente possível é eticamente aceitável” e a discussão da rela-
ção entre desenvolvimento científico e a vida. Esta é a defesa de todo o
texto.

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Alternativa D: INCORRETA. A alternativa está incorreta porque o texto
não traz a ideia de Van Potter atrelada a “controle”, e sim a ajudar as pes-
soas a pensarem nas possíveis implicações dos avanços da ciência so-
bre a vida.

Alternativa E: INCORRETA. A alternativa se constitui em uma extrapola-


ção, haja vista não haver qualquer alusão ao termo “proibição”; propõe-
-se uma reflexão.

7. (FUVEST – USP – 2020) De modo geral, quando se pensa em clínica,


imagina–se um médico prescrevendo um remédio ou solicitando um exa-
me para comprovar ou não a hipótese de o usuário ter uma determinada
doença. No entanto, a clínica precisa ser muito mais do que isso, pois todos
sabemos que as pessoas não se limitam às expressões das doenças de que
são portadoras. Alguns problemas como a baixa adesão a tratamentos, os
pacientes refratários (ou “poliqueixosos”) e a dependência dos usuários dos
serviços de saúde, entre outros, evidenciam a complexidade dos sujeitos
que utilizam serviços de saúde e os limites da prática clínica centrada na
doença. É certo que o diagnóstico de uma doença sempre parte de um prin-
cípio universalizante, generalizável para todos, ou seja, ele supõe alguma
25 regularidade e produz uma igualdade que é apenas parcialmente verdadeira,
por exemplo: um alcoolista é um alcoolista e um hipertenso é um hipertenso.
Brasil. Ministério da Saúde. “Clínica ampliada, equipe de referência e projeto
terapêutico singular”. Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Núcleo
Técnico da Política Nacional de Humanização. 2. Ed. Série B ‐ Textos Básicos de Saúde.
Brasília: Ministério da Saúde; 2007.

Deduz–se corretamente do texto que a clínica deve:

🅐 Possuir diagnósticos e intervenções com base em informações gene-


ralizáveis.
🅑 Centrar–se na saúde para o alcance do tratamento dos pacientes.
🅒 Considerar a multiplicidade de características dos usuários para a
resolubilidade de seus casos.
🅓 Observar os sujeitos tendo como referência as expressões das doenças
de que são portadores.
🅔 Interferir na baixa adesão a tratamentos e na dependência dos pacien-
tes dos serviços de saúde.

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GRAU DE DIFICULDADE: INTERMEDIÁRIO

DICA DO AUTOR: Em algumas leituras, o candidato pode perder a ideia


defendida no texto por conta de suas opiniões em relação ao tema tra-
tado. Vale ficar ligado para diferenciar o que o texto defende e o que o
leitor pensa a respeito do assunto.
Alternativa A: INCORRETA. A alternativa está incorreta, pois o texto coloca
que a clínica precisa ser mais do que prescrever, solicitar exame ou com-
provar hipótese. Afirma ainda que o diagnóstico de uma doença sempre
parte de um princípio universalizante. Há, entretanto, a demonstração de
que é preciso observar “os limites da prática clínica centrada na doença”.

Alternativa B: INCORRETA. A alternativa está incorreta, pois o texto re-


mete a um cuidado com o paciente em sua diversidade e complexidade.

Alternativa C: CORRETA. A alternativa está correta, pois o texto foca


exatamente nesse aspecto: considerar a multiplicidade de característi-
cas de que usa os serviços de saúde como facilitador da resolubilidade
de casos.

Alternativa D: INCORRETA. A alternativa está incorreta, pois o texto


propõe a observação das características do usuário/paciente em suas
26 vastas dimensões (não apenas as expressões das doenças) para, então,
construir as hipóteses e os diagnósticos.

Alternativa E: INCORRETA. A alternativa está incorreta, pois a baixa ade-


são a tratamentos e a dependência dos pacientes dos serviços de saúde
são colocados no texto para caracterização de alguns tipos de usuários.
Não há, entretanto, a ideia de que a clínica deve interferir nisso. Associa-
-se isso ao modo como o clínico pode/deve atuar.

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CONHECIMENTOS GERAIS

8. (FUVEST-COREMU-USP-2020) Na organização do Sistema Único de


Saúde (SUS), a Região de Saúde é um espaço geográfico contínuo, consti-
tuído por grupos de municípios limítrofes, delimitado a partir de identidades
culturais, econômicas e sociais, com redes de comunicação e infraestrutura
de transportes compartilhados, com a finalidade de integrar a organização, o
planejamento e a execução de ações e serviços de saúde. Para ser instituída,
uma Região de Saúde deve conter, no mínimo, as seguintes ações e serviços:
🅐A  tenção primária; urgência e emergência; atenção ambulatorial es-
pecializada; atenção hospitalar; vigilância epidemiológica; vigilância
sanitária.
🅑 A tenção primária; atenção ambulatorial especializada; atenção hos-
pitalar; programa de imunização; atenção psicossocial; unidade coro-
nariana.
🅒 Atenção primária; vigilância em saúde; atenção psicossocial; atenção
ambulatorial especializada; urgência e emergência; atenção hospitalar.
🅓 Urgência e emergência; atenção primária; vigilância em saúde; atenção
psicossocial; sistema de informação em saúde; atenção hospitalar.
27 🅔 Prevenção e promoção da saúde; atenção primária; atenção ambula-
torial especializada; urgência e emergência; atenção hospitalar; cen-
tral de regulação de vagas.

GRAU DE DIFICULDADE: FÁCIL

DICA DO AUTOR: Ver Decreto nº 7.508, de 28 de junho de 2011.

Alternativa A: INCORRETA. A região deve ter ações e serviços de vigilân-


cia em saúde, que englobem: vigilância epidemiológica, ambiental, sani-
tária e saúde do trabalhador.

Alternativa B: INCORRETA. O Programa de imunização é vinculado à aten-


ção primária em saúde; assim como as unidades coronarianas estão re-
lacionadas à atenção hospitalar.

Alternativa C: CORRETA. A alternativa apresenta os incisos I a V, do art.


5º, do decreto nº 7.508, de 28 de junho de 2011.

Alternativa D: INCORRETA. Os sistemas de informação em saúde são

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instrumentos (da vigilância em saúde), que têm como objetivo o forne-
cimento de informações para análise e melhor compreensão de impor-
tantes problemas de saúde da população, subsidiando a tomada de de-
cisões nos níveis municipal, estadual e federal.

Alternativa E: INCORRETA. As ações de prevenção e promoção da saúde


estão relacionadas à atenção primária, e central de regulação de vagas e
objetiva gerenciar o acesso às áreas hospitalar e ambulatorial, de forma
a ajudar a oferta às necessidades imediatas da população.

9. (FUVEST-COREMU-USP-2020) Antônio tem um plano de saúde pri-


vado, benefício fornecido pela empresa na qual trabalha. A caminho
do trabalho, Antônio é atropelado, sofrendo um grave acidente. Ele é
resgatado pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e
atendido no pronto–socorro de um hospital público mais próximo. Esse
atendimento é respaldado por qual princípio constitucional do Sistema
Único de Saúde (SUS)?

🅐 Equidade.
28 🅑 Integralidade.
🅒 Reciprocidade.
🅓 Universalidade.
🅔 Ressarcimento.

GRAU DE DIFICULDADE: FÁCIL

DICA DO AUTOR: Ver Lei 8.080/90.

Alternativa A: INCORRETA. A equidade é um princípio que visa a diminuir


as desigualdades, considerando as necessidades do cidadão aplicáveis
em cada caso, investindo onde há mais necessidade.

Alternativa B: INCORRETA. O princípio da integralidade, considera que as


pessoas devem ser tratadas como um todo indivisível e como tal, devem
ser atendidas em suas necessidades, de modo que esse princípio esteja
relacionado a um conjunto articulado e contínuo de ações e serviços de
promoção, prevenção, tratamento e reabilitação, para que seja assegu-
rada a atuação em diferentes áreas e níveis de complexidade.

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Alternativa C: INCORRETA. Não se refere a um princípio do SUS.

Alternativa D: CORRETA. O acesso aos serviços de saúde é universal a


todo cidadão em todos os níveis de assistência.

Alternativa E: INCORRETA. Não é princípio do SUS.

10. (FUVEST-COREMU-USP-2020) Atualizada em 2017, a Política Nacional


de Atenção Básica (PNAB), no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS),
estabelece parâmetros mínimos de alcance, infraestrutura e funciona-
mento dos serviços. Acerca da PNAB, é correto afirmar:

🅐 A Equipe de Saúde da Família é composta, no mínimo, por enfermeiro,


auxiliar e/ou técnico de enfermagem e agente comunitário de saúde.
🅑 Em áreas de grande dispersão territorial, áreas de risco e vulnerabili-
dade social, recomenda–se a cobertura de 100% da população, com
número máximo de 750 pessoas por agente comunitário de saúde.
🅒 As Unidades Básicas de Saúde devem funcionar com carga horária
mínima de 30 horas semanais, no mínimo cinco dias da semana.
🅓 A população adscrita por equipe de Atenção Básica/Saúde da Famí-
29 lia deve ser de 3.000 a 4.500 pessoas.
🅔 Os Núcleos Ampliados de Saúde da Família e Atenção Básica (Nasf–
AB) são serviços com unidades físicas independentes e especiais, de
livre acesso para atendimento individual ou coletivo.

GRAU DE DIFICULDADE: INTERMEDIÁRIO

DICA DO AUTOR: Ver PNAB (2017).

Alternativa A: INCORRETA. A ESF deve ser composta, no mínimo, por médi-


co, preferencialmente da especialidade medicina de família e comunida-
de, enfermeiro, preferencialmente​especialista em saúde da família; au-
xiliar e/ou​técnico de enfermagem e agente​comunitári​o ​de saúde (ACS).
Podendo fazer parte da equipe, o agente de combate às endemias (ACE)​
e os profissionais de saúde bucal: cirurgião-dentista, preferencialmente
especialista em saúde da família, e auxiliar ou técnico em saúde bucal.

Alternativa B: CORRETA. O número de ACS, por equipe, deverá ser defini-


do de acordo com base populacional, critérios demográficos, epidemio-
lógicos e socioeconômicos, de acordo com definição local.

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Alternativa C: INCORRETA. Há a obrigatoriedade de carga horária de 40
(quarenta) horas semanais para todos os profissionais de saúde mem-
bros da ESF​.

Alternativa D: INCORRETA. A população adscrita por equipe de Atenção Bá-


sica (eAB) e de Saúde da Família (eSF) deve ser de 2.000 a 3.500 pessoas.

Alternativa E: INCORRETA. Os Nasf-AB configuram-se como equipes


multiprofissionais que atuam de forma integrada com os demais servi-
ços da rede. Essa atuação integrada permite realizar discussões de ca-
sos clínicos; o atendimento compartilhado entre profissionais, tanto na
Unidade de Saúde quanto nas visitas domiciliares e possibilita a cons-
trução conjunta de projetos terapêuticos de forma a ampliar e qualificar
as intervenções no território e na saúde de grupos populacionais. Essas
ações de saúde também podem ser intersetoriais, com foco prioritário
nas ações de prevenção e promoção da saúde. 

11. (FUVEST-COREMU-USP-2020) A Bioética (“ética da vida”) é um cam-


po do conhecimento que aborda as possíveis implicações, positivas ou
negativas, dos avanços da ciência, assim como trata dos limites e das
finalidades da intervenção do homem sobre a vida. Qual das alternativas
30
a seguir NÃO apresenta um fundamento ou um princípio da Bioética?

🅐 Beneficência.
🅑 Justiça.
🅒 Confidencialidade.
🅓 Autonomia.
🅔 Respeito pela pessoa humana.

GRAU DE DIFICULDADE: FÁCIL

Alternativa A: CORRETA. O Princípio da Beneficência é o que estabelece


que o bem deve sempre ser realizado.

Alternativa B: INCORRETA. O princípio da justiça requer o agir com equi-


dade, isto é, com o reconhecimento das diferenças, das necessidades e
do direito de cada um. Normalmente, esse princípio é interpretado, por
meio da visão da justiça distributiva para o nivelamento das diferenças.

Alternativa C: CORRETA. A confidencialidade é um ramo da Bioética. É


um dos pilares fundamentais para a sustentação de uma relação profis

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sional de saúde-paciente/cliente produtiva e de confiança. A garantia da
preservação do segredo das informações, além de uma obrigação legal
contida no Código Penal e na maioria dos Códigos de Ética profissional
é um dever profissional e também das instituições.

Alternativa D: INCORRETA. O princípio da autonomia refere-se ao respei-


to à vontade do paciente. Segundo esse princípio, ao paciente deve ser
dado o poder de tomar as decisões relacionadas ao seu tratamento.

Alternativa E: INCORRETA. O Princípio do Respeito à Pessoa é composto


por algumas características, tais como a privacidade, a veracidade e a
autonomia.

12. (FUVEST-COREMU-USP-2020) Sobre o financiamento do sistema de


saúde brasileiro, é correto afirmar:

🅐 Dentre os principais itens que compõem os gastos em saúde, a maior des-


pesa pública federal com saúde refere-se à assistência farmacêutica.
🅑 Do total de gastos do sistema de saúde brasileiro, a soma de gastos púbi-
cos, considerando as três esferas do Sistema Único de Saúde – SUS (mu-
nicípios, Estados e União), é menor que a soma de gastos privados (gastos
31 com planos de saúde, compra de medicamentos e desembolso direto).
🅒 O financiamento do SUS melhorou, significativamente, a partir de 1997,
quando foi criado um tributo especificamente para financiar a saúde
(a Contribuição Provisória sobre a Movimentação Financeira – CPMF),
com destinação total para a expansão dos serviços públicos de saúde.
🅓 Os indivíduos e famílias são os maiores financiadores do mercado de
planos e seguros de saúde privados no Brasil.
🅔 Por lei, para a Saúde, os municípios devem disponibilizar, obrigatoria-
mente, 12% de suas receitas (arrecadação de impostos), os Estados
devem aplicar, no mínimo, 15% de suas receitas, e a União deve destinar,
no mínimo, 10% de sua Receita Corrente Bruta.

GRAU DE DIFICULDADE: FÁCIL

Alternativa A: INCORRETA. O principal gasto do governo com saúde ainda


é com a assistência ambulatorial e hospitalar.
Alternativa B: CORRETA. O Brasil, apesar de ter por mandato constitucio-
nal um sistema público de saúde de acesso universal, apresenta o gasto
privado em saúde superior ao gasto público.

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Alternativa C: INCORRETA. A CMPF foi criada pela Lei nº 9.311/1996, com
vigência entre 1997 e 2007, quando sua prorrogação foi vetada pelo
Congresso Nacional. Inicialmente, destinava-se integralmente à Saúde,
mas, posteriormente foi compartilhada com a Previdência e com outros
programas sociais.

Alternativa D: INCORRETA. Além dos indivíduos e famílias, empresas


também financiam o mercado de planos e seguros de saúde. Mas, são
os incentivos financeiros do Estado que mais chamam a atenção neste
contexto.

Alternativa E: INCORRETA. De acordo com a Lei complementar nº 141,


de 13 de janeiro de 2012, municípios e Distrito Federal devem aplicar
anualmente, no mínimo, 15% da arrecadação dos impostos em ações
e serviços públicos de saúde cabendo aos estados 12%. No caso da
União, o montante aplicado deve corresponder ao valor empenhado
no exercício financeiro anterior, acrescido do percentual relativo à
variação do Produto Interno Bruto (PIB) do ano antecedente ao da lei
orçamentária anual. 

13. (FUVEST-COREMU-USP-2020) No Brasil, as mudanças nas taxas


32 de mortalidade e morbidade estão relacionadas, entre outros fatores,
a transições demográficas, epidemiológicas e nutricionais. Quais são,
atualmente, as principais causas de morte no Brasil, considerando taxas
nacionais de mortalidade?
🅐 Doenças do aparelho circulatório, câncer e causas externas.
🅑 Câncer, doenças do aparelho circulatório e doenças infecciosas.
🅒 Doenças do aparelho circulatório, doenças infecciosas e homicídios.
🅓 Diabetes, hipertensão e câncer.
🅔 Doenças crônicas não transmissíveis, homicídios e Alzheimer e outras de-
mências.

GRAU DE DIFICULDADE: FÁCIL

Alternativa A: CORRETA. No Brasil, as principais causas de morte, já são


as doenças não transmissíveis, com destaque para as doenças do apa-
relho cardiovascular, os diversos tipos de câncer e as causas externas,
entre as quais, as mais significativas são a violência e os acidentes de
trânsito.

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Alternativa B: INCORRETA. Embora as doenças infecciosas sejam ainda
importantes, há no Brasil, um crescimento significativo e preocupante
em relação às doenças crônicas não transmissíveis (DCNT).

Alternativa C: INCORRETA. Apesar das altas taxas de mortalidade pelas


doenças citadas, não se pode esquecer da mortalidade por causas ex-
ternas, que apresentam um número impressionante.

Alternativa D: INCORRETA. O Brasil é considerado um país de renda mé-


dia alta, e apenas os países de baixa renda ainda têm um percentual
maior de mortes por doenças infecciosas.

Alternativa E: INCORRETA. Apesar do crescente aumento dos casos de


Alzheimer e outras demências no Brasil, estes ainda não configuram as
principais causas de morte no país, mas chamam a atenção pelo impacto
que causam ao sistema de saúde.

14. (FUVEST-COREMU-USP-2020) A Atenção Primária em Saúde (APS)


pressupõe:
1) o acompanhamento e a continuidade da relação de cuidado, com cons-
33 trução de vínculo entre profissionais e usuários ao longo do tempo, de
modo permanente e consistente;
2) o acompanhamento e a organização do fluxo dos usuários, entre os
diversos serviços, estruturas e pontos da rede de saúde, de forma contínua
e integrada.
Assinale as diretrizes/atributos da APS correspondentes às descrições
nos itens 1 e 2, respectivamente:

🅐 Horizontalidade (1) e Territorialização (2).


🅑 Resolutividade (1) e Ordenação da Rede (2).
🅒 Equidade (1) e Descentralização (2).
🅓 Longitudinalidade (1) e Coordenação do Cuidado (2).
🅔 Continuidade (1) e Integralidade (2).

GRAU DE DIFICULDADE: INTERMEDIÁRIO

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Alternativa A: INCORRETA. Horizontalidade consiste na articulação ou
fusão de unidades e serviços de saúde de mesma natureza ou especia-
lidade, é utilizada para otimizar a escala de atividades, ampliar a cober-
tura e a eficiência econômica na provisão de ações e serviços de saúde,
por meio de ganhos de escala (redução dos custos médios totais em re-
lação ao volume produzido) e escopo (aumento do rol de ações da uni-
dade).O processo de territorialização significa organizar os serviços de
acordo com o território, ou seja, conhecer o território e a partir das suas
necessidades organizar os serviços.  Envolve a compreensão sobre os
papéis das configurações territoriais na produção de vulnerabilidades
sociais que prejudicam ou potencializam a saúde e as condições de vida
sociais e individuais.

Alternativa B: INCORRETA. Resolutividade é a capacidade de dar uma so-


lução aos problemas do usuário do serviço de saúde de forma adequada,
no local mais próximo de sua residência ou encaminhando-o aonde suas
necessidades possam ser atendidas conforme o nível de complexida-
de. Em relação à ordenação das Redes de Atenção à Saúde pela APS,
pressupõe-se que o planejamento do uso dos recursos financeiros, da
necessidade de formação profissional e das ações e serviços que con-
formam as RAS seja programado, estruturado, disposto, organizado,
estabelecido, portanto, ordenado, a partir das necessidades de saúde
34 da população.

Alternativa C: INCORRETA. Por Equidade, entende-se o princípio da jus-


tiça social, que busca diminuir desigualdades. Por Descentralização
entende-se que, a partir do conceito constitucional do comando único,
cada esfera do governo é autônoma e soberana em suas decisões e ati-
vidades, respeitando os princípios gerais e a participação da sociedade.
Nesse sentido, a autoridade sanitária do SUS é exercida nos 3 níveis de
governo: na União, pelo ministro da saúde; nos estados, pelos secretá-
rios estaduais de saúde; e, nos municípios, pelos secretários municipais
de saúde.

Alternativa D: CORRETA. A longitudinalidade trata do acompanhamento


do paciente ao longo do tempo por profissionais da equipe de APS, e é
considerada característica central desse nível assistencial.  A coorde-
nação do cuidado significa estabelecer conexões de modo a alcançar o
objetivo maior de prover/atender às necessidades e preferências dos
usuários na oferta de cuidados em saúde, com elevado valor, qualidade
e continuidade. 

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Alternativa E: INCORRETA. O termo continuidade é, muitas vezes, utiliza-
do com significado semelhante ao de longitudinalidade. Já por Integra-
lidade têm-se a garantia do fornecimento de um conjunto articulado e
contínuo de ações e serviços (preventivos, curativos e coletivos), exigi-
dos em cada caso para todos os níveis de complexidade de assistência.

15. (FUVEST-COREMU-USP-2020) No início do século XX, a Saúde Pú-


blica no Brasil foi marcada pelo combate a doenças e epidemias, com
campanhas coercitivas que geravam descontentamento da população.
Isso levou à Revolta da Vacina, em 1904, episódio de resistência a uma
campanha de vacinação obrigatória liderada pelo sanitarista Oswaldo
Cruz, então Diretor Geral de Saúde Pública. Essa campanha contestada
era destinada a combater qual doença da época?
🅐 Peste bubônica.
🅑 Sarampo.
🅒 Varíola.
🅓 Rubéola.
🅔 Febre amarela.
35 GRAU DE DIFICULDADE: FÁCIL

Alternativa A: INCORRETA. A peste bubônica se deu no século XIV, e dizi-


mou um terço da população europeia.

Alternativa B: INCORRETA. A vacina contra o sarampo foi introduzida no


Brasil na década de 1960.

Alternativa C: CORRETA. A Revolta da vacina, foi uma rebelião popular,


ocorrida na cidade do Rio de Janeiro, em novembro de 1904. A população
contestava contra a vacina antivaríola.

Alternativa D: INCORRETA. A vacina tríplice viral (sarampo, caxumba e


rubéola) foi implantada gradativamente no Brasil entre os anos de 1992
até o ano 2000.

Alternativa E: INCORRETA. A vacina da febre amarela é produzida  no


Brasil desde 1937, pelo Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos Bio-
-Manguinhos.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

16. (FUVEST - USP - 2020) Um pai foi orientado a diluir 1 mL de ibuprofeno


(solução oral em gotas) em um volume de 5 mL de água antes de adminis-
trar o medicamento a seu filho. Sabendo que o ibuprofeno (solução oral
em gotas) possui uma concentração de 50 mg/mL, calcule a concentração
de ibuprofeno em mg/mL e em porcentagem.

🅐 10 mg/mL e 0,01%.
🅑 10 mg/mL e 0,1%.
🅒 10 mg/mL e 1%.
🅓 10 mg/mL e 5%.
🅔 10 mg/mL e 10%.

GRAU DE DIFICULDADE: FÁCIL

DICA DO AUTOR:Nessa questão a interpretação do texto pode nos in-


correr ao erro, pois a pode-se entender que ao diluir 1 mL em 5 mL de
água o volume final total seria de 6 mL o que caracterizaria uma dízima
36 periódica para a concentração final de 8,333... mg/mL. Uma vez que to-
das as alternativas apontam para o valor de 10 mg/mL podemos inferir
que os 5 mL se referem ao volume final após diluição em água.

RESOLUÇÃO: Cada 1 mL da solução oral de ibuprofeno contém 50


mg de princípio ativo. Sabendo-se que houve uma diluição 1:5, logo a
nova solução possui 5 vezes menos soluto por ml, correspondendo a
10 mg/ml. Sendo assim temos 0, 05 g de princípio ativo em 5 mL da
solução (ou 10gm a cada 1mL), em termos percentuais temos:

RESPOSTA 🅔

17. (FUVEST - USP - 2020) Um medicamento cuja apresentação é uma so-


lução injetável na concentração de 10 mcg/mL está disponível em ampolas
de 10 mL. Esse medicamento é administrado por via endovenosa em uma
dose de ataque de 50 mcg/kg, durante 10 minutos, seguido por uma infusão

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endovenosa contínua de 0,5 mcg/kg/minuto. Para um paciente com peso
igual a 50 kg, quantos microgramas do fármaco devem ser administrados
na primeira hora de tratamento e qual o número de ampolas necessário?

🅐 5.000 mcg e 38 ampolas.


🅑 3.750 mcg e 38 ampolas.
🅒 3.250 mcg e 30 ampolas.
🅓 2.500 mcg e 30 ampolas.
🅔 1.250 mcg e 38 ampolas.

GRAU DE DIFICULDADE: INTERMEDIÁRIA

RESOLUÇÃO: Para a dose de ataque devemos calcular o seguinte:


50mcg x peso do paciente, que nesse caso é de 50 quilogramas, totali-
zando assim 2500 mcg para a dose de ataque que corresponde aos 10
primeiros minutos.
Para os outros 50 minutos restantes da primeira hora de tratamento
calculares o seguinte:
0,5 mcg x peso do paciente x tempo em minutos, logo:
37 0,5 x 50 x 50 = 1250 mcg para os 50 minutos restantes
Totalizando 3750 mcg, como cada ampola contém 10 ml na concentra-
ção de 10 mcg/mL, cada ampola possui 100 mcg, dessa forma, dividin-
do-se a quantidade de microgramas pela quantidade contida em cada
ampola temos:
3.750 : 100 , igual a 37,5, ou seja, 38 ampolas.
RESPOSTA 🅑

18. (FUVEST - USP - 2020) Para a prescrição de uma solução de nutrição


parenteral a um prematuro com peso de 0,8 kg, são necessários 2 g/kg/24
horas de aminoácidos pediátricos. Dispondo de uma solução de aminoá-
cidos 10%, qual o volume, em mililitros, de aminoácidos pediátricos a ser
adicionado à mistura?

🅐 32 mL.
🅑 24 mL.

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🅒 16 mL.
🅓 8 mL.
🅔 4 mL.

GRAU DE DIFICULDADE: INTERMEDIÁRIA

RESOLUÇÃO: Sabendo-se que são necessários 2g de aminoácidos pe-


diátricos (A.A ped) por cada quilograma que o paciente apresentar a
cada 24 horas, então:
2 g de A.A ped ................... 1 kg do paciente, como nosso paciente tem 0,8 kg
X g de A.A ped ................. 0,8 kg
A partir dessa regra de 3 podemos inferir que a necessidade diária de
um paciente de 0,8 kg é de 1,6 g de A.A ped.
Dispondo de uma solução de aminoácidos 10%, ou seja, em cada 100 mL
de solução há 10 g de A.A ped. Temos, para 1,6 g:
10 g de A.A ped ................. 100 mL
1,6 g de A.A ped ................ X mL , logo, a partir dessa regra de 3 podemos
inferir que são necessários 16 mL de aminoácidos pediátricos.

38 RESPOSTA: 🅒

19. (FUVEST - USP - 2020) Três fármacos A, B e C são considerados


equivalentes terapêuticos. Assumindo que os medicamentos possuem
igual estabilidade físico–química por 24 horas, serão preparados em uma
central de misturas intravenosas e poderão ser fracionados para vários
pacientes e, sem considerar os custos relativos a qualquer material para
administração e tempo de preparo e administração, assinale a alternativa
mais econômica, por dia de tratamento, para um paciente.

I. Fármaco A: Ampola com 5 mL, concentração 0,5 mg/mL;


dose preconizada 1 mg q6h; custo R$ 15,00/ampola.
II. Fármaco B: Ampola com 10 mL, concentração 1 mg/mL;
dose preconizada de 1 mg q8h; custo R$ 60,00/ ampola.
III. Fármaco C: Ampola com 1 mL, concentração 2 mg/mL;
dose preconizada 1 mg q12h; custo R$ 20,00/ ampola.

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🅐 Fármaco A R$24,00/dia/paciente.
🅑 Fármaco A R$15,00/dia/paciente.
🅒 Fármaco B R$18,00/dia/paciente.
🅓 Fármaco B R$ 6,00/dia/paciente.
🅔 Fármaco C R$ 20,00/dia/paciente.

GRAU DE DIFICULDADE: INTERMEDIÁRIA

RESOLUÇÃO: Para o Fármaco A temos a seguinte situação:


1 mg q6h, ou seja 4 mg por dia, sendo que cada ampola com 5 mL possui
concentração de 0,5 mg/mL, ou seja 2,5 mg por ampola, dessa forma ne-
cessitando de duas ampolas, sendo uma utilizada parcialmente, na pro-
porção de:
2,5 mg --------- 1 ampola
1,5 mg --------- X ampola , resultando em 0,6 (60% do volume da ampola)
Podendo o restante ser reaproveitado por outro paciente, custando 15,00
reais por uma ampola e 9,00 (15,00 x 0,6) pela segunda utilizada parcial-
mente totalizando 24,00 reais/dia/paciente.
Para o Fármaco B temos a seguinte situação:
39 1 mg q8h, ou seja 3 mg por dia, sendo que cada ampola com 10 mL possui
concentração de 1 mg/mL, ou seja 10 mg por ampola, dessa forma necessi-
tando parcialmente de uma ampola, na proporção de:
10 mg --------- 1 ampola
3 mg --------- X ampola , resultando em 0,3 (30% do volume da ampola)
Podendo o restante ser reaproveitado por outro paciente, custando
(60,00 x 0,3) 18,00 reais/dia/paciente.
Para o Fármaco C temos a seguinte situação:
1 mg q12h, ou seja 2 mg por dia, sendo que cada ampola com 1 mL possui
concentração de 2 mg/mL, ou seja 2 mg por ampola, dessa forma neces-
sitando de uma ampola por dia de tratamento, tendo custo unitário de
20,00 reais/dia/paciente
Como demonstrado acima o Fármaco B é a opção mais econômica, por dia
de tratamento, para um paciente. Tendo um custo de 18,00 reais/dia/pa-
ciente.

RESPOSTA: 🅒

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20. (FUVEST - USP - 2020) Uma solução contendo fentanila foi prescrita
para um bebê de 3 kg de peso. A apresentação disponível da fentanila
no serviço é de ampolas com 250 mcg em 5 mL. A dose prescrita foi de
Fentanila: 50 mcg Soro Fisiológico qsp: 4,8 mL Administrar 0,2 mL/hora
dessa solução durante 24 horas. Considerando o volume do equipo (prime)
de 13 mL, determine a velocidade de infusão, em mcg/kg/h, de fentanila
e a quantidade de ampolas necessárias para atender a esta prescrição.

🅐 Fentanil: velocidade 0,79 mcg/kg/h; 2 ampolas para 24 horas.


🅑 Fentanil: velocidade 0,83 mcg/kg/h; 2 ampolas para 24 horas.
🅒 Fentanil: velocidade 0,41 mcg/kg/h; 2 ampolas para 24 horas.
🅓 Fentanil: velocidade 0,69 mcg/kg/h; 1 ampola para 24 horas.
🅔 Fentanil: velocidade 0,87 mcg/kg/h; 1 ampola para 24 horas.

GRAU DE DIFICULDADE: FÁCIL

RESOLUÇÃO: A dose prescrita foi de Fentanila: 50 mcg Soro Fisiológico


qsp: 4,8 mL Administrar 0,2 mL/hora dessa solução durante 24 horas
40 Dividindo-se 50mcg / 24 h (que dá justamente o volume de 0,2 mL por
hora). Obtemos o resultado de uma dízima periódica 2,08333 mcg/h, que
dividido pelo peso de 3kg resulta em uma velocidade de 0,69 mcg/kg/h.
A utilização de 50 mcg correspondeu a 1/5 do conteúdo de uma ampola.
Mantendo-se o mesmo padrão de diluição, a utilização de mais 3/5 da
ampola (totalizando 4/5) seria o suficiente para a produção de 14,4 mL
da mesma solução sendo superior ao necessário para o enchimento do
equipo, dessa forma demonstrando que uma ampola seria o suficiente
para 24 horas.
RESPOSTA: 🅓

21. (FUVEST - USP - 2020) A respeito da Política Nacional de Medica-


mentos, pode–se afirmar:

🅐 A RENAME representa o conjunto dos medicamentos necessários ao


tratamento e controle da maioria das doenças prevalentes no país. Sua
atualização contínua é indispensável, com ênfase aos medicamentos
destinados à assistência intra–hospitalar.

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🅑 O
 cumprimento da regulação sanitária de registro de medicamentos
possui como objetivo precípuo a diminuição dos custos em saúde.
C A Assistência Farmacêutica está fundamentada na descentralização da
gestão e na promoção do uso racional de medicamentos.
D O uso racional de medicamentos é definido como o ato do usuário de
consumo nas doses indicadas, nos intervalos definidos e no período
de tempo indicado de medicamentos eficazes, seguros e de qualidade.
🅔 A promoção da produção de medicamentos com base em critérios epide-
miológicos, bem como a participação de grandes empresas na produção
de medicamentos essenciais, colabora com o monitoramento dos preços
do mercado, de acordo com a determinação das Secretarias de Saúde.

GRAU DE DIFICULDADE: FÁCIL

Alternativa A: INCORRETA. Uma das diretrizes do Plano Nacional de Me-


dicamentos descreve que o Ministério da Saúde estabelecerá mecanis-
mos que permitam a contínua atualização da Relação Nacional de Medi-
camentos Essenciais (RENAME), imprescindível instrumento de ação do
SUS, na medida em que contempla um elenco de produtos necessários
ao tratamento e controle da maioria das patologias prevalentes no País.
Entre outros aspectos, a aquisição de medicamentos a preços menores,
41 tanto por parte do consumidor em geral, quanto por parte dos gestores
do Sistema.
No processo de atualização contínua da RENAME, deverá ser dada ên-
fase ao conjunto dos medicamentos voltados para a assistência ambu-
latorial, ajustado, no nível local, às doenças mais comuns à população,
definidas segundo prévio critério epidemiológico.
Alternativa B: INCORRETA. A Regulamentação Sanitária de Medicamen-
tos trata de questões relativas ao registro de medicamentos e à auto-
rização para o funcionamento de empresas e estabelecimentos, bem
como as restrições e eliminações de produtos que venham a revelar-se
inadequados ao uso, na conformidade das informações decorrentes da
farmacovigilância. O mecanismo para a redução dos custos dos produ-
tos é a RENAME.
Alternativa C: CORRETA. Sobre a Assistência Farmacêutica a Política Na-
cional de Medicamentos preconiza que a reorientação do modelo de as-
sistência farmacêutica, coordenada e disciplinada em âmbito nacional
pelos três gestores do Sistema, deverá estar fundamentada:
a) na descentralização da gestão;
b) na promoção do uso racional dos medicamentos;

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c) na otimização e na eficácia do sistema de distribuição no setor público;
d) no desenvolvimento de iniciativas que possibilitem a redução nos
preços dos produtos, viabilizando, inclusive, o acesso da população
aos produtos no âmbito do setor privado.
Alternativa D: INCORRETA. A Política Nacional de Medicamentos define
o uso racional de medicamentos como o processo que compreende a
prescrição apropriada; a disponibilidade oportuna e a preços acessí-
veis; a dispensação em condições adequadas; e o consumo nas doses
indicadas, nos intervalos definidos e no período de tempo indicado de
medicamentos eficazes, seguros e de qualidade.
E não somente o ato do usuário de consumo nas doses indicadas, nos
intervalos definidos e no período de tempo indicado de medicamentos
eficazes, seguros e de qualidade.
Alternativa E: INCORRETA A Política Nacional de Medicamentos preconiza
que a capacidade instalada dos laboratórios oficiais – que configura um
verdadeiro patrimônio nacional – deverá ser utilizada, preferencialmente,
para atender as necessidades de medicamentos essenciais, especial-
mente os destinados à atenção básica, e estimulada para que supra as
demandas oriundas das esferas estadual e municipal do SUS. O papel
desses laboratórios é especialmente importante no que tange ao domí-
nio tecnológico de processos de produção de medicamentos de interes-
42 se em saúde pública. Esses laboratórios deverão, ainda, constituir-se em
uma das instâncias favorecedoras do monitoramento de preços no mer-
cado, bem como contribuir para a capacitação dos profissionais.
Dessa forma evidenciando que não ocorre a produção de medicamentos
essenciais por grandes empresas no Brasil, mas sim produção pública
de medicamentos por parte dos laboratórios oficiais.

22. (FUVEST - USP - 2020) Para a Organização Mundial de Saúde (OMS)


a Farmacovigilância é a ciência que contempla as atividades relativas à
detecção, avaliação, compreensão e prevenção de eventos adversos ou
quaisquer outros possíveis problemas relacionados a medicamentos.
Nesse contexto, consiste em ação de farmacovigilância a:

🅐 vigilância ativa, que é um método que busca determinar, completamente,


o número de suspeitas de reações adversas por meio da notificação
voluntária.
🅑 vigilância ativa por meio de identificação quantitativa interproduto,
que pode ser empregada somente quando é possível estimar a inci-

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dência de reações adversas diretamente de uma população usuária
de medicamentos.
C notificação voluntária que pode ser definida como as suspeitas de
reações adversas a um dado medicamento que são, por amostragem,
transmitidas pelos profissionais de saúde e usuários do SUS para as
empresas farmacêuticas e centros de farmacovigilância.
D notificação voluntária, que é o método preferível para se iniciar um
sistema de farmacovigilância, pois é de fácil implantação e fornece,
de forma acurada, a incidência das reações adversas.
🅔 detecção precoce de sinais, com relação ao risco de saúde pública, por
reações adversas novas ou pouco descritas em literatura.

GRAU DE DIFICULDADE: FÁCIL

Alternativa A: INCORRETA. O ato da notificação voluntária caracteriza a


vigilância passiva e não a ativa.
Alternativa B: INCORRETA. O guia de Farmacovigilância da Agência Na-
cional de Vigilância Sanitária bem como a resolução nº 4, de 10 de fe-
vereiro de 2009 não citam a vigilância ativa por meio de identificação
quantitativa interproduto.
43 Alternativa C: INCORRETA. O guia de Farmacovigilância da Agência Na-
cional de Vigilância Sanitária define notificação voluntária como toda e
qualquer suspeita de reação adversa a um determinado medicamento
que são, espontaneamente, transmitidas pelos profissionais de saúde
para as empresas farmacêuticas ou centros de farmacovigilância. Não
sendo a mesma realizada por amostragem.
Alternativa D: INCORRETA. Segundo o guia de Farmacovigilância da Agên-
cia Nacional de Vigilância Sanitária este é o método preferível para se
iniciar um sistema de farmacovigilância, independente se for local, re-
gional, nacional ou internacional. Entretanto, existem limitações na aná-
lise dos dados das notificações voluntárias, principalmente na compara-
ção dos dados entre os diversos medicamentos comercializados. Uma
das maiores limitações é decorrente da subnotificação, acompanhada
da dificuldade para detectar reações retardadas; número de pacientes
expostos desconhecido; apresentação de vieses e o fato de não testar
hipóteses de relacionamento causal. Sendo assim não fornece, de for-
ma acurada, a incidência das reações adversas.
Alternativa E: CORRETA. A Farmacovigilância tem como objetivo promo-
ver a identificação precoce de problemas relacionados com os medica-

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mentos distribuídos ou comercializados, com o objetivo de prevenir e
minimizar os danos à saúde dos usuários. E evidentemente engloba a
detecção de reações adversas novas ou pouco descritas em literatura
com a finalidade de reduzir/eliminar tais riscos.

23. (FUVEST - USP - 2020) A asma não controlada pode evoluir para
um estado agudo no qual há sintomas como, por exemplo, inflamação,
edema das vias aéreas, acúmulo excessivo de muco e broncoespasmo
que podem resultar em um estreitamento das vias aéreas. Nesse quadro,
há baixa resposta aos broncodilatadores, e a farmacoterapia empregada
consiste na administração de agentes beta – agonistas ou anticolinérgicos
inalatórios e corticoide intravenoso. A alternativa que contém apenas
exemplos dos fármacos utilizados para o tratamento da asma em suas
respectivas vias de administração é:

🅐 Salbutamol, brometo de ipratrópio e clobetasol.


🅑 Salbutamol, brometo de ipratrópio e metilprednisolona.
C Salbutamol, brometo de ipratrópio e prednisona.
D Salbutamol, terbutalina e prednisona.
44 🅔 Salbutamol, epinefrina e prednisona.

GRAU DE DIFICULDADE: FÁCIL

Alternativa A: INCORRETA. Salbutamol - agonista dos receptores adre-


nérgicos –2; brometo de ipratrópio - anticolinérgico inalatório; clobeta-
sol – clobetasol – corticoide de uso tópico.
Alternativa B: CORRETA. Salbutamol - agonista dos receptores adrenér-
gicos –2; brometo de ipratrópio - anticolinérgico inalatório; metilpredni-
solona - corticoide intravenoso.
Alternativa C: INCORRETA. Salbutamol - agonista dos receptores adre-
nérgicos –2; brometo de ipratrópio - anticolinérgico inalatório; predni-
sona – corticoide de uso oral.
Alternativa D: INCORRETA. Salbutamol - agonista dos receptores adre-
nérgicos –2; terbutalina - agonista dos receptores adrenérgicos –2;
prednisona – corticoide de uso oral.
Alternativa E: INCORRETA. Salbutamol - agonista dos receptores adre-
nérgicos –2; epinefrina - agonista adrenérgico; prednisona – corticoide
de uso oral.

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24. (FUVEST - USP - 2020) A padronização de medicamentos constitui
uma estratégia que busca eleger uma relação básica de produtos que
atendam aos critérios propostos pelo Ministério da Saúde. Nas farmácias
hospitalares, a padronização de medicamentos objetiva o atendimento
médico–hospitalar de acordo com as necessidades e peculiaridades de
cada instituição. A padronização acarreta a utilização racional do arsenal
terapêutico, a fim de:

🅐 burocratizar e tornar menos céleres e eficazes as atividades de pla-


nejamento, aquisição, armazenamento, distribuição e controle dos
medicamentos.
🅑 constituir estoques de medicamentos que possuam o maior número
de fármacos em cada classe terapêutica e em todas as formas farma-
cêuticas disponíveis no país.
C dificultar a inclusão e a exclusão de medicamentos quando necessário.
D racionalizar o número de prescrições de medicamentos, com conse-
quente redução dos custos de aquisição do arsenal terapêutico.
🅔 reduzir o custo da terapêutica sem prejuízos para a segurança e a
eficácia dos medicamentos.
45
GRAU DE DIFICULDADE: INTERMEDIÁRIO

Alternativa A: INCORRETA. A padronização de medicamentos facilita to-


das as etapas do ciclo da assistência farmacêutica a partir do momento
em que essa etapa já engloba a etapa de seleção que é a chave de todas
as outras etapas e o primeiro passo para a promoção do uso racional de
medicamentos e não complicar todas as posteriores etapas do ciclo.
Alternativa B: INCORRETA. A padronização de medicamentos racionaliza
custos de aquisição e otimiza recursos buscando a racionalização do es-
toque facilitando medidas como: negociação das melhores condições de
compra, estoque máximo e ponto de ressuprimento, visando aquisições
conscientes apenas das especialidades farmacêuticas necessárias ao
proposto ao serviço. O que vai contra tudo que foi proposto pela assertiva.
Alternativa C: INCORRETA. Na realidade tem a função de facilitar a exclu-
são de medicamentos já padronizados e a inclusão de novos fármacos
essenciais ao tratamento dos pacientes.
Alternativa D: INCORRETA. A padronização de medicamentos racionaliza
custos de aquisição, não sendo um dos objetivos racionalizar o número

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de prescrições de medicamentos, na realidade o objetivo é atender da
melhor forma possível a demanda dos pacientes sempre observando as
suas necessidades terapêuticas.
Alternativa E: CORRETA. São princípios da RENAME, a efetividade que é
a garantia de medicamentos eficazes e/ou efetivos e seguros, cuja rela-
ção risco-benefício seja favorável e comprovada a partir das melhores
evidências científicas disponíveis na literatura, e com registro aprovado
na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). E a eficiência, que
é a garantia de medicamentos que proporcionem a melhor resposta te-
rapêutica aos usuários com os menores custos para o SUS.

25. (FUVEST - USP - 2020) Considerando o código de Ética da profissão


Farmacêutica (Resolução 596 de 21 de fevereiro de 2014), é correto afirmar:

🅐 O farmacêutico pode efetuar o recebimento de mercadorias ou produtos


sem rastreabilidade de sua origem, sem nota fiscal ou em desacordo
com a legislação vigente, mas deve comunicar o fato ao respectivo
Conselho Regional de Farmácia.
🅑 O farmacêutico, para garantir a segurança e a eficácia da terapêutica
46 e promover uso racional de medicamentos, deve interagir continuada-
mente com o profissional prescritor, mas não negar a dispensação de
medicamentos prescrito.
C O farmacêutico empregado, se incorrer em atos farmacêuticos que
sejam contrários aos ditames da ciência, da ética e da técnica, deve
imediatamente comunicar o fato, quando for o caso, ao usuário e a
outros profissionais envolvidos.
D O farmacêutico deve respeitar o direito de decisão do usuário sobre
seu tratamento, sua própria saúde e bem-estar, excetuando–se aquele
que, mediante laudo médico ou determinação judicial, for considerado
incapaz de discernir sobre opções de tratamento ou decidir sobre sua
própria saúde e bem–estar.
🅔 O farmacêutico não deve violar o sigilo de fatos e informações de que
tenha tomado conhecimento no exercício da profissão, excetuando–se
os amparados pela legislação vigente, cujo dever legal exija comunica-
ção, denuncia ou relato a quem de direito. A violação desse preceito
caracteriza infração ética leve.

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GRAU DE DIFICULDADE: INTERMEDIÁRIO

Alternativa A: INCORRETA. De acordo com o código de Ética da profissão


Farmacêutica Capitulo III, Art. 12, XIV - O farmacêutico deve recusar o
recebimento de mercadorias ou produtos sem rastreabilidade de sua
origem, sem nota fiscal ou em desacordo com a legislação vigente;
Alternativa B: INCORRETA. De acordo com o código de Ética da profissão
Farmacêutica Capitulo III, Art. 11, II – É direito do farmacêutico interagir
com o profissional prescritor, quando necessário, para garantir a se-
gurança e a eficácia da terapêutica, observado o uso racional de medi-
camentos. Ou seja, o contato com o prescritor não deve ser contínuo e
sim esporádico, mediante necessidade real. A respeito da última oração
“mas não negar a dispensação de medicamentos prescrito”, contanto
que a prescrição esteja conforme o preconizado em lei, é dever do far-
macêutico atender àquela demanda de saúde.
Alternativa C: INCORRETA. De acordo com o código de Ética da profissão
Farmacêutica Capitulo III, Art. 11, VI - É direito do farmacêutico negar-se a
realizar atos farmacêuticos que sejam contrários aos ditames da ciência,
da ética e da técnica, comunicando o fato, quando for o caso, ao usuário,
a outros profissionais envolvidos e ao respectivo Conselho Regional de
Farmácia; VIII - exercer sua profissão com autonomia, não sendo obrigado
47 a prestar serviços que contrariem os ditames da legislação vigente.
Alternativa D: CORRETA. De acordo com o código de Ética da profissão
Farmacêutica Capitulo III, Art. 12, IV - O farmacêutico deve respeitar o
direito de decisão do usuário sobre seu tratamento, sua própria saúde e
bem-estar, excetuando-se aquele que, mediante laudo médico ou deter-
minação judicial, for considerado incapaz de discernir sobre opções de
tratamento ou decidir sobre sua própria saúde e bem-estar.
Alternativa E: INCORRETA. De acordo com o código de Ética da profissão
Farmacêutica Anexo III, Art. 9, I – constitui infração ética e disciplinar
grave violar o sigilo de fatos e informações de que tenha tomado conhe-
cimento no exercício da profissão, excetuando-se os amparados pela le-
gislação vigente, cujo dever legal exija comunicação, denúncia ou relato
a quem de direito.

26. (FUVEST - USP - 2020) O principal objetivo da nutrição parenteral


é melhorar o estado nutricional dos pacientes. No entanto, por não ser
isenta de riscos, a terapia com nutrição parenteral demanda certos cui-

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dados farmacêuticos. Considerando o enunciado, qual das alternativas
a seguir está correta?

🅐 A nutrição parenteral é indicada apenas quando a alimentação oral


não é possível.
🅑 As soluções completas de nutrição parenteral com vitaminas podem
ser rotineiramente armazenadas a temperatura ambiente por um
período de 72 horas.
C Levando em consideração a relação custo/benefício para o hospital
e paciente, o farmacêutico pode optar pela terceirização do serviço
de preparo das nutrições parenterais escolhendo fornecedores que
realizem a manipulação de modo idôneo e correto e verificar como será
realizado o transporte das nutrições, a fim de manter sua qualidade
e segurança.
D O componente físico de maior relevância no preparo das nutrições
parenterais é a cabine de fluxo laminar vertical.
🅔 Os rótulos das nutrições parenterais devem conter o menor número
de informações de modo a não confundir a equipe de saúde, portanto,
devem conter somente a identificação do paciente e o dia de preparo,
além do volume final da preparação.
48
GRAU DE DIFICULDADE: DIFÍCIL

Alternativa A: INCORRETA. A nutrição parenteral é indicada quando há


uma alteração parcial ou total do trato gastrointestinal (há exemplo de
diversas complicações intestinais), sendo indicada também em outros
casos como de pacientes pediátricos neonatos, pré-operatório, subnu-
trição, além disso, pode ser e não somente deve ser utilizada como com-
plemento quando a dieta enteral ou oral não alcançarem as necessida-
des nutricionais do paciente ou não forem viáveis.
Alternativa B: INCORRETA. De acordo com a portaria nº 272, de 8 de abril de
1998 6.4.1 Toda NP deve ser mantida sob refrigeração em geladeira exclu-
siva para medicamentos, mantendo-se a temperatura entre 2ºC e 8ºC. 6.5.1
Retirar a NP da geladeira com antecedência necessária para que a mesma
atinja a temperatura ambiente, recomendada para a sua administração.
Evidenciando assim, que solução só deve se encontrar em temperatura am-
biente no momento da administração.
Alternativa C: CORRETA. De acordo com a portaria nº 272, de 8 de abril de
1998 4.5. As Unidades Hospitalares que não possuem as condições pre-
vistas no item anterior podem contratar os serviços de terceiros, devi-

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damente licenciadas, para a operacionalização total ou parcial, da TNP,
devendo, nestes casos, formalizar um contrato por escrito.
Evidentemente todo o processo deve obedecer as Boas Práticas de
Preparação da Nutrição Parenteral (BPPNP) que estabelecem as orien-
tações gerais para aplicação nas operações de preparação (avaliação
farmacêutica, manipulação, controle de qualidade, conservação e trans-
porte) das NP, bem como os critérios para aquisição de produtos farma-
cêuticos, correlatos e materiais de embalagem.
Alternativa D: INCORRETA. De acordo com a portaria nº 272, de 8 de abril
de 1998 4.2.4.1 A sala destinada à manipulação de NP deve ser independen-
te e exclusiva, dotada de filtros de ar para retenção de partículas e mi-
croorganismos, garantindo os graus recomendados (área limpa grau A
ou B - classe 100 ou sob fluxo laminar em área grau C - classe 10.000) e
possuir pressão positiva.
A legislação é indiferente quanto ao direcionamento do ar (vertical ou
horizontal), contanto que todas as exigências sejam cumpridas.
Alternativa E: INCORRETA. De acordo com a portaria nº 272, de 8 de abril
de 1998 4.5.4.2 Toda NP deve apresentar rótulo com as seguintes informa-
ções: nome do paciente, n.º do leito e registro hospitalar, composição
qualitativa e quantitativa de todos os componentes, osmolaridade, vo-
lume total, velocidade da infusão, via de acesso, data e hora da manipu-
49 lação, prazo de validade, número seqüencial de controle e condições de
temperatura para conservação e transporte, nome e CRF do farmacêu-
tico responsável.

27. (FUVEST - USP - 2020) Contemporaneamente muito se publica sobre


efeitos adversos de AINEs não seletivos e seletivos de COX–2. Quanto a
esses eventos adversos, pode–se afirmar:

🅐 A decisão de iniciar tratamento com AINEs pode prescindir de avaliação


individual do risco cardiovascular do paciente.
🅑 A prevenção de úlceras gástricas e duodenais em usuários crônicos
de AINEs sem possibilidade de suspendê–los pode ser obtida com
inibidores da bomba de prótons (IBP) e antagonistas H2.
C A inibição da produção de prostanoides vasodilatadores pelos AINEs
não é suficiente para comprometer o fluxo sanguíneo renal e exacerbar
lesões isquêmicas.
D Após 30 semanas de gestação, o uso de AINEs é seguro e não apresenta
eventos adversos ao feto.

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🅔 Pacientes em tratamento anti–hipertensivo com diuréticos de alça,
antagonistas de receptores de angiotensina II (ARA–II) e inibidores
da enzima de conversão da angiotensina (IECA) e betabloqueadores
alfa podem receber AINEs, dado o baixo risco de interações medica-
mentosas.

GRAU DE DIFICULDADE: INTERMEDIÁRIO

Alternativa A: INCORRETA. A decisão de iniciar tratamento com AINE


deve sempre ser precedida de avaliação individual do risco cardiovas-
cular do paciente, considerando cuidadosamente o balanço entre bene-
fícios e riscos. 1
Alternativa B: CORRETA. Segundo o Ministério da Saúde e a Organização
Pan-Americana de Saúde a prevenção de úlceras gástricas e duodenais
em usuários crônicos de AINE sem possibilidade de suspendê-los pode
ser obtida com misoprostol, inibidores da bomba de prótons (IBP) e do-
ses duplas de antagonistas H2.
Alternativa C: INCORRETA. Na realidade a inibição da produção de pros-
tanoides vasodilatadores pelos AINE pode comprometer o fluxo sanguí-
neo renal e exacerbar lesões isquêmicas.
Alternativa D: INCORRETA. Após 30 semanas de gestação o uso de AI-
50 NES apresenta risco de fechamento prematuro do ducto arterial e dimi-
nuição do líquido amniótico, sendo evidentemente contraindicado.2
Alternativa E: INCORRETA. Segundo o Ministério da Saúde e a Organiza-
ção Pan-Americana de Saúde pacientes em tratamento antihipertensi-
vo com diuréticos de alça, antagonistas de receptores de angiotensina
II (ARA-II) e inibidores da enzima de conversão da angiotensina (IECA) e
betabloqueadores alfa não devem receber AINE pelas interações medi-
camentosas desvantajosas (reversão do efeito antihipertensivo) que se
estabelecem.

28. (FUVEST - USP - 2020) Para pacientes hipertensos não responsivos


a intervenções não medicamentosas e aqueles com pré–hipertensão e
diabetes melito ou doença cardiovascular prévia, indica–se tratamento
medicamentoso. O tratamento medicamentoso consiste no emprego de
agentes anti–hipertensivos, entre eles os diuréticos, agonistas adrenér-
gicos, bloqueadores de canal de cálcio antangonistas do sistema renina
angiotensina e vasodilatadores. Assinale a alternativa que contém um

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fármaco diurético tiazídico e um antagonista do sistema renina angio-
tensina, nessa ordem, respectivamente.

🅐 Metildopa e enalapril.
🅑 Clortalidona e losartana.
C Metildopa e losartana.
D Losartana e hidralazina.
🅔 Captopril e losartana.

GRAU DE DIFICULDADE: INTERMEDIÁRIO

Alternativa A: INCORRETA. A Metildopa é um agonista adrenérgico alfa-2


seletivo; O enalapril é um inibidor da enzima conversora da angiostensina.
Alternativa B: CORRETA. A Clortalidona é um diurético tiazídico; A losar-
tana é um antagonista do receptor da angiotensina II.
Alternativa C: INCORRETA. A Metildopa é um agonista adrenérgico alfa-2
seletivo; A losartana é um antagonista do receptor da angiotensina II.
Alternativa D: INCORRETA. A losartana é um antagonista do receptor da
angiotensina II; A hidralazina é um vasodilatador direto.
51 Alternativa E: INCORRETA. O Captopril é inibidor da enzima de converso-
ra da angiotensina; A losartana é um antagonista do receptor da angio-
tensina II.

29. (FUVEST - USP - 2020) No tratamento do diabetes de tipo 1, de-


corrente da deficiência absoluta de insulina pancreática, a reposição é
feita com insulina exógena. O uso de insulinas objetiva controlar níveis
glicêmicos, mantendo valores de fração específica de hemoglobina gli-
cosilada (HbA1c) em faixa que permita retardar a progressão da doença;
maximizar a qualidade de vida; prevenir emergências diabéticas; reduzir
o risco de complicações micro e macrovasculares; e minimizar os efeitos
adversos do tratamento, principalmente os episódios de hipoglicemia. O
elenco atual desse antidiabético engloba as clássicas insulinas humanas
e os análogos sintéticos de insulinas. Constituem exemplo de insulinas de
ação rápida, intermediária e prolongada, nessa ordem especificamente.

🅐 insulinas Regular, Lispro e Aspartat.


🅑 insulinas Lispro, Aspartat e Detemir.

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C insulinas Lispro, Aspartat e IPZ.
D insulinas Regular, Lispro e IPZ.
🅔 insulinas Regular, NPH e IPZ.

Alternativa A: INCORRETA. A insulina Regular é de ação rápida, Lispro e


Aspartat são de ação ultra-rápida.
Alternativa B: INCORRETA. As insulinas Lispro e Aspartat são de ação ul-
tra-rápida, a Determir é de ação lenta ou prolongada.
Alternativa C: INCORRETA. As insulinas Lispro e Aspartat são de ação ul-
tra-rápida, a IPZ é de ação lenta ou prolongada.
Alternativa D: INCORRETA. A insulina Regular é de ação rápida, a Lispro
de ação ultra-rápida e a IPZ é de ação lenta ou prolongada.
Alternativa E: CORRETA. A insulina Regular é de ação rápida, a NPH de
ação intermediária e a IPZ é de ação lenta ou prolongada.

GRAU DE DIFICULDADE: INTERMEDIÁRIO

30. (FUVEST - USP - 2020) O sistema de dispensação de medicamentos


52 que permite maior contato do farmacêutico com a prescrição e com toda
a equipe multiprofissional, bem como melhor controle da farmácia no
que se refere ao uso de medicamentos, mas que exige, pelo menos para
implantação, um investimento financeiro em infraestrutura e equipamen-
tos de acordo com as legislações específicas, além de uma adequação no
quadro de colaboradores da farmácia, para atender as necessidades das
atividades a serem implantadas, é o sistema:

🅐 coletivo.
🅑 coletivo misto.
C tradicional.
D individualizado.
🅔 por dose unitária.

GRAU DE DIFICULDADE: FÁCIL

Alternativa A: INCORRETA. O sistema coletivo caracteriza-se, principal-


mente, pelo fato dos medicamentos serem distribuídos por unidade de

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internação e/ou serviço, a partir de uma solicitação da enfermagem, im-
plicando a formação de vários estoques nas unidades assistenciais.
Alternativa B: INCORRETA. No sistema de dispensação combinado ou
misto, a farmácia distribui alguns medicamentos, mediante solicitação,
e outros por cópia da prescrição médica. Portanto, parte do sistema é
coletivo e parte individualizado. Geralmente, as unidades de internação,
de forma parcial ou integral, são atendidas pelo sistema individualizado
e os serviços (radiologia, endoscopia, ambulatórios, serviços de urgên-
cias e outros) são atendidos pelo sistema coletivo. ³
Alternativa C: INCORRETA. Os sistemas de dispensação de medicamen-
tos tradicionais são o coletivo e o individualizado. ⁴
Alternativa D: INCORRETA. O sistema de dispensação individualizado
caracteriza-se pelo fato do medicamento ser dispensado por paciente,
geralmente, para um período de 24 horas.³
Alternativa E: CORRETA. No sistema de dispensação de medicamentos
por dose unitária, a medicação é preparada em dose e concentração de-
terminadas na prescrição médica, sendo administrada ao paciente dire-
tamente de sua embalagem “unitarizada”, ou seja, “dose prescrita como
dose de tratamento a um paciente em particular, cujo envase deve per-
mitir administrar o medicamento diretamente ao paciente”.⁵
Contudo, para esta implantação, faz-se necessário, pelo menos inicial-
53
mente, um investimento financeiro em infra-estrutura e equipamentos
de acordo com as legislações específicas, além de uma adequação do
quadro de colaboradores da farmácia atendendo as necessidades das
atividades a serem implantadas.

31. (FUVEST - USP - 2020) Entre as medidas que devem ser considera-
das para a prevenção de infecções hospitalares, cabe ao farmacêutico
colaborar, nas devidas comissões, com a elaboração de estratégias para
a racionalização do uso de antimicrobianos. Uma medida que colabora
para a racionalização do uso de antimicrobianos é:

A Calcular a dose diária definida (DDD), o que permite a realização de


estudos comparativos de utilização de medicamentos e serve como
subsídio para as ações da CCIH em relação ao controle de estoque de
antimicrobianos.
B Adotar, em acordo com a instituição, medidas restritivas em detrimento
de medidas educacionais, que raramente fornecem resultados eficazes.

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C Realizar o controle do uso de antimicrobianos, que é uma atividade
exclusiva do farmacêutico em suas atuações dentro da CCIH e farmácia
hospitalar.
D Estabelecer critérios para prescrição, dispensação, embalagem e ro-
tulagem de antimicrobianos conforme a RDC nº 20/2011, que define o
controle do uso de antimicrobianos em unidades hospitalares.
E Definir, em conjunto com o laboratório clínico, a apresentação do perfil
de sensibilidade das bactérias aos antimicrobianos, apresentando
primeiro aqueles para os quais há sensibilidade, mas que são de amplo
espectro e mais novos.

GRAU DE DIFICULDADE: FÁCIL

Alternativa A: INCORRETA. Segundo a Agencia Nacional de Vigilância Sa-


nitária estatísticas de consumo de medicamentos fornecem uma base
para avaliações da racionalidade e aspectos econômicos do uso dos
medicamentos no sistema de saúde. Para uniformizar os dados sobre
o consumo de antimicrobianos, utiliza-se a dose definida diária (DDD),
conceituada como “a dose média diária de manutenção, usada, habi-
tualmente, por um indivíduo adulto, para a principal indicação terapêu-
tica daquele antimicrobiano”. Dessa forma não sendo útil para a realiza-
54 ção de estudos comparativos de utilização de medicamentos
Alternativa B: INCORRETA. Medidas restritivas podem ser tomadas em ca-
sos necessários porém as medidas educativas tem uma importância mui-
to maior na prevenção e na aplicação da racionalização de medicamentos
antimicrobianos. A educação permanente dos profissionais de saúde visa
aumentar a conscientização sobre a importância da prescrição seguindo
protocolos definidos previamente, com o objetivo de garantir o efeito fár-
maco-terapêutico máximo dos antimicrobianos, reduzindo a ocorrência
de eventos adversos nos pacientes atendidos e prevenindo a seleção e a
disseminação de microrganismos multirresistentes.
Alternativa C: INCORRETA. É uma atividade multidisciplinar tendo como
principais atores o farmacêutico e o médico prescritor.
Alternativa D: CORRETA. No capítulo I a RDC nº 20/2011 preconiza atra-
vés do Art. 1º o estabelecimento dos critérios para a prescrição, dispen-
sação, controle, embalagem e rotulagem de medicamentos à base de
substâncias classificadas como antimicrobianos de uso sob prescrição,
isoladas ou em associação. E sobre a abrangência Art.3° as unidades de
dispensação municipais, estaduais e federais, bem como as farmácias
de unidades hospitalares ou de quaisquer outras unidades equivalentes
de assistência médica, públicas ou privadas.

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Alternativa E: INCORRETA. Segundo a Diretriz Nacional para Elaboração
de Programa de Gerenciamento do Uso de Antimicrobianos em Servi-
ços de Saúde da Agência Nacional de Vigilância Sanitária o setor de mi-
crobiologia deve reportar a identificação e o perfil de sensibilidade aos
antimicrobianos; a CCIH deve fornecer dados relacionados à etiologia
das infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS) e vigilância de
microrganismos multirresistentes. O que, em geral, leva ao uso de anti-
microbianos de amplo espectro e alto custo, tornando imprescindível a
implementação de um programa de gerenciamento do uso desses me-
dicamentos de forma a minimizar os danos decorrentes da resistência
microbiana e melhorar os desfechos clínicos.

32. (FUVEST - USP - 2020) Para a realização de determinado procedi-


mento cirúrgico, um paciente recebeu os medicamentos a seguir:

• Fentanil 5 mcg/kg endovenoso;


• Propofol 3 mg/kg endovenoso;
• Atracúrio 0,5 mg/kg endovenoso.

55 Ao término do procedimento, para a reversão do bloqueio neuromuscu-


lar, foram administrados 1,5 mg (25 mcg/kg) IV de neostigmina + atropina
0,75 mg (12,5 mcg/kg) IV.

Considerando as informações descritas, assinale a alternativa correta.

A O atracúrio é um agente bloqueador neuromuscular, de longa duração.


B A atropina bloqueia os receptores muscarínicos e, consequentemente,
reverte o bloqueio neuromuscular.
C A neostigmina, um agente colinérgico de ação indireta, atua de forma
efetiva na reversão do bloqueio neuromuscular.
D A fentanila é um agonista colinérgico e demandaria a administração
de naloxona ao término do procedimento.
E O propofol é um agente anestésico do grupo dos agonistas adrenérgicos
α2, usado apenas para a sedação e indução da anestesia.

GRAU DE DIFICULDADE: DIFÍCIL

Alternativa A: INCORRETA. O atracúrio é um agente bloqueador neuro-


muscular de curta duração e não de longa duração.

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Alternativa B: INCORRETA. A atropina é um antagonista muscarínico que
age nas terminações nervosas parassimpáticas, inibindo-as, sendo ela
um antagonista competitivo das ações da acetilcolina e outros agonis-
tas muscarínicos competindo por um local de ligação comum no recep-
tor muscarínico. Não causando a reversão pois a mesma é um antagonis-
ta da acetilcolina.
Alternativa C: CORRETA. A neostigmina é um agente anticolinesterásico
e por isso reverte o bloqueio determinado por bloqueadores competi-
tivos não-despolarizantes, controlando a paralisia respiratória que ad-
vém de alta dose desses agentes. Sendo está um agente colinérgico de
ação indireta. As drogas da ação indireta provocam a potencialização da
transmissão colinérgica nas sinapses autônomas colinérgicas e na jun-
ção neuromuscular revertendo o quadro de bloqueio neuromuscular.
Alternativa D: INCORRETA. O fentanil é um opioide que é utilizado como
uma medicação para a dor e também pode ser usado juntamente com
outros medicamentos para a anestesia. O naloxone é um antagonista
opióide puro que reverte os efeitos nos receptores e é a droga de esco-
lha no tratamento da depressão respiratória induzida por opióides.
Alternativa E: INCORRETA. O propofol é um anestésico parenteral geral
de curta duração com rápido início de ação de aproximadamente 30 se-
gundos. Por conta e sua meia-vida de eliminação razoavelmente curta, o
56 propofol é frequentemente usado para manutenção da anestesia, bem
como para indução.

33. (FUVEST - USP - 2020) Um farmacêutico, devidamente inscrito no


CRF–SP, assumiu responsabilidade técnica por uma Farmácia Hospitalar
em 20 de março de 2018, tendo declarado como horário de assistência, de
segunda a sexta–feira das 07 horas às 13 horas e das 14 horas às 16 horas.
Em 10 de setembro de 2018, o profissional solicitou baixa de responsabi-
lidade técnica, informando que seu afastamento do estabelecimento se
deu em 08 de agosto de 2018. Com base no relato e no Código de ética
da Profissão Farmacêutica, assinale a alternativa correta.

A O profissional infringiu o Código de Ética Farmacêutica (Resolução


596/2014), pois, segundo o diploma vigente, deve comunicar ao Con-
selho Regional de Farmácia, em 5 (cinco) dias, o encerramento de seu
vínculo profissional.
B O profissional infringiu o Código de Ética Farmacêutica (Resolução
596/2014), pois deve comunicar ao Conselho Regional de Farmácia,

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em 30 (trinta) dias, o encerramento de seu vínculo profissional de
qualquer natureza.
C O profissional não infringiu o Código de Ética Farmacêutica (Resolução
596/2014), pois deve comunicar ao Conselho Regional de Farmácia,
em 60 (sessenta) dias, o encerramento de seu vínculo profissional de
qualquer natureza.
D O profissional em questão não infringiu o Código de Ética Farmacêutica
(Resolução 596/2014), uma vez que a comunicação de encerramento
de vínculo profissional é de responsabilidade da empresa.
E O profissional não infringiu o Código de Ética Farmacêutica (Resolução
596/2014), pois não há necessidade de comunicar o encerramento de
vínculo profissional ao Conselho Regional de Farmácia.

GRAU DE DIFICULDADE: FÁCIL

Alternativa A: CORRETA. De acordo com o código de Ética da profissão


Farmacêutica Capitulo III, Art. 12, XIII – o farmacêutico deve comunicar
ao Conselho Regional de Farmácia, em 5 (cinco) dias, o encerramento de
seu vínculo profissional de qualquer natureza, independentemente de
retenção de documentos pelo empregador.
Alternativa B: INCORRETA. De acordo com o código de Ética da profissão
57
Farmacêutica Capitulo III, Art. 12, XIII – o farmacêutico deve comunicar
ao Conselho Regional de Farmácia, em 5 (cinco) dias, o encerramento de
seu vínculo profissional de qualquer natureza, independentemente de
retenção de documentos pelo empregador.
Alternativa C: INCORRETA. De acordo com o código de Ética da profissão
Farmacêutica Capitulo III, Art. 12, XIII – o farmacêutico deve comunicar
ao Conselho Regional de Farmácia, em 5 (cinco) dias, o encerramento de
seu vínculo profissional de qualquer natureza, indepen dentemente de
retenção de documentos pelo empregador.
Alternativa D: INCORRETA. De acordo com o código de Ética da profissão
Farmacêutica Capitulo III, Art. 12, XIII – o farmacêutico deve comunicar
ao Conselho Regional de Farmácia, em 5 (cinco) dias, o encerramento de
seu vínculo profissional de qualquer natureza, indepen dentemente de
retenção de documentos pelo empregador.
Alternativa E: INCORRETA. De acordo com o código de Ética da profissão
Farmacêutica Capitulo III, Art. 12, XIII – o farmacêutico deve comunicar
ao Conselho Regional de Farmácia, em 5 (cinco) dias, o encerramento de
seu vínculo profissional de qualquer natureza, indepen dentemente de
retenção de documentos pelo empregador.

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GRAU DE DIFICULDADE: FÁCIL

34. (FUVEST - USP - 2020) A lei federal 6431 de 6 de janeiro de 1997,


regulamentada pela Portaria do Ministério da Saúde n° 2616/2018, de-
termina a obrigatoriedade da constituição da Comissão de Controle de
Infecção Hospitalar (CCIH) e respectivo programa de Controle de Infecção
Hospitalar em todos os ambientes hospitalares no Brasil, para redução
máxima possível da incidência e gravidade das infecções nosocomiais.
Nesse sentido, as atividades relacionadas ao funcionamento da CCIH são:

A Normativas e técnico–operacionais, dependendo do número de leitos


hospitalares, da existência de ambulatórios especiais (infantil e idoso)
e do atendimento a pacientes com comprometimento imunológico se-
vero, envolvendo profissionais executores e consultores dos diversos
serviços e da administração.
B Associadas à Vigilância Epidemiológica e à gestão de processos de
trabalho, dependendo do tamanho da instituição e da profissão dos
componentes da comissão, sendo obrigatório um médico ou enfermeiro
e pelo menos um representante de outra categoria profissional com
dedicação diária de 6h para cada duas centenas de leitos.
58
C Normativas, educativas e de supervisão do consumo de antibióticos,
dependentes da presença de pacientes críticos, do número de leitos
hospitalares e da capacitação de profissionais consultores para ser-
viços de limpeza, desinfecção e esterilização.
D Normativas e associadas a procedimentos de Vigilância Epidemioló-
gica e Educação permanente, realizadas por profissionais técnicos
de nível superior, sendo obrigatório um enfermeiro e pelo menos um
representante de outra categoria profissional, com dedicação diária
dependente da presença de pacientes críticos e do número de leitos
hospitalares.
E Educativas e técnico operacionais, sendo dependentes do tamanho
da instituição e da presença de comissões complementares, com
profissionais consultores de Vigilância Epidemiológica e de Garantia
de Qualidade.

GRAU DE DIFICULDADE: FÁCIL

Alternativa A: INCORRETA. Tais informações não constam na Portaria do


Ministério da Saúde n° 2616/2018.

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Alternativa B: INCORRETA. Segundo a Portaria do Ministério da Saúde n°
2616/2018 os membros executores da CCIH serão, no mínimo, 2 (dois)
técnicos de nível superior da área de saúde para cada 200 (duzentos) lei-
tos ou fração deste número com carga horária diária, mínima, de 6 (seis)
horas para o enfermeiro e 4 (quatro) horas para os demais profissionais.
Alternativa C: INCORRETA. Tais informações não constam na Portaria do
Ministério da Saúde n° 2616/2018.
Alternativa D: CORRETA. Segundo a Portaria do Ministério da Saúde n°
2616/2018 os membros executores da CCIH serão, no mínimo, 2 (dois)
técnicos de nível superior da área de saúde para cada 200 (duzentos) lei-
tos ou fração deste número com carga horária diária, mínima, de 6 (seis)
horas para o enfermeiro e 4 (quatro) horas para os demais profissionais.
Alternativa E: INCORRETA. Tais informações não constam na Portaria do
Ministério da Saúde n° 2616/2018.

35. (FUVEST - USP - 2020) Segundo a Organização Mundial da Saúde


(OMS), mais de 50% de todos os medicamentos são incorretamente
prescritos, dispensados e vendidos e mais de 50% dos pacientes os usam
incorretamente. Mais de 50% de todos os países não implementam polí-
59 ticas básicas para promover uso racional de medicamentos. A situação é
pior em países em desenvolvimento, com menos de 40% dos pacientes no
setor público e menos de 30% no privado sendo tratados de acordo com
diretrizes clínicas. Qual das alternativas a seguir contempla duas causas
frequentes de uso incorreto de medicamentos no Brasil?

A Polifarmácia e uso indiscriminado de antibióticos.


B Polifarmácia e prescrição orientada por diretrizes.
C Polifarmácia e medicação segundo prescrição médica.
D Automedicação inapropriada e prescrição orientada por diretrizes.
E Automedicação apropriada e prescrição não orientada por diretrizes.

GRAU DE DIFICULDADE: INTERMEDIÁRIO

Alternativa A: CORRETA. Polifarmácia e uso indiscriminado de antibióti-


cos são ambos exemplos de uso incorreto de medicamento. Sendo as-
sertiva a única que atende ao que foi pedido pela questão.
Alternativa B: INCORRETA. A prescrição orientada por diretrizes não ca-
racteriza uso incorreto de medicamento.

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Alternativa C: INCORRETA. A medicação segundo prescrição médica não
caracteriza uso incorreto de medicamento.
Alternativa D: INCORRETA. A prescrição orientada por diretrizes não ca-
racteriza uso incorreto de medicamento.
Alternativa E: INCORRETA. A não prescrição orientada por diretrizes não
caracteriza uso incorreto de medicamento uma vez que o prescritor pos-
sa ter se baseado por outras referências validadas para esta finalidade.

36. (FUVEST - USP - 2020) A escolha da via de administração de medi-


camentos deve ser realizada considerando aspectos como a absorção
e a biodisponibilidade. Assinale a alternativa correta quanto à via de
administração.

A Quando os medicamentos são administrados pela via intravenosa, seus


efeitos são potencialmente imediatos. Além disso, essa via de adminis-
tração permite a titulação da dose e administração de grandes volumes.
B A via subcutânea somente pode ser utilizada para a administração de
soluções aquosas ou substâncias irritantes.
C Medicamentos administrados por via oral apresentam absorção comple-
60 ta e regular, mas dependente da capacidade de deglutição do paciente.
D A via oral é ideal para administração de medicamentos devido à faci-
lidade de administração, absorção completa e regular.
E O emprego da via intramuscular está indicado para pacientes sob risco
de hemorragia com necessidade de administração de grandes volumes.

GRAU DE DIFICULDADE: FÁCIL

Alternativa A: CORRETA. A via intravenosa tem como vantagens, pre-


cisão, grande velocidade de ação medicamentosa, biodisponibilidade
completa, administração de grandes volumes e permite a titulação da
dose.
Alternativa B: INCORRETA. A via subcutânea não deve ser utilizada para
substâncias irritantes.
Alternativa C: INCORRETA. A via oral apresenta absorção variável e bio-
disponibilidade incompleta.
Alternativa D: INCORRETA. A via oral apresenta facilidade de administra-
ção, porém apresentam também absorção variável e biodisponibilidade
incompleta.

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Alternativa E: INCORRETA. A via intramuscular é uma via para administra-
ção de pequenos volumes, além do risco de hemorragia ser intrínseco a
essa via.

37. (FUVEST - USP - 2020) O tratamento das intoxicações agudas deve


ser realizado prontamente e visa prevenir a absorção ou aumentar a eli-
minação do agente. Qual alternativa racional é usada para impedir que o
agente toxicante atinja níveis tóxicos ou letais?

A O vômito pode ser provocado pela administração de xarope de ipeca


e não possui contraindicações.
B A lavagem gástrica imediata à administração do agente toxicante pode
ser uma medida útil para impedir que o agente toxicante atinja níveis
tóxicos ou letais e não possui contraindicações.
C O emprego da adsorção química pelo carvão ativado é útil, pois previne
a absorção do agente toxicante.
D O mecanismo de ação dos antídotos é a ligação e complexação, con-
sequentemente impedindo a absorção do agente toxicante.
E A alcalinação urinária pela administração endovenosa de solução de
61 bicarbonato de sódio promove aceleração da eliminação de compostos
ácidos e básicos.

GRAU DE DIFICULDADE: INTERMEDIÁRIO

Alternativa A: INCORRETA. Provocar vômito não é indicado em diversos


casos de intoxicação como a exemplo de substâncias corrosivas e deri-
vados do petróleo. Provocar êmese em intoxicação aguda por descon-
gestionantes nasais tópicos por exemplo apresenta um risco de depres-
são do SNC.
Alternativa B: INCORRETA. A lavagem gástrica é contra-indicada quando
a substância responsável pela intoxicação é de natureza cáustica ou o
paciente evidencie convulsões.
Alternativa C: CORRETA. Devido a suas propriedades químicas e poro-
sidade bastante desenvolvida o carvão ativado possui um grande po-
tencial de adsorção, sendo utilizado em diversos casos de intoxicação
impedindo a absorção de agente intoxicantes.
Alternativa D: INCORRETA. Antídotos são produtos químicos que podem
diminuir e neutralizar a ação de um agente tóxico ou se opor a seus efei-

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tos. Não somente por complexação, mas por exemplo por antagonismo,
por exemplo um antídoto que age por competição, pelo mesmo receptor
no sítio de ação, com o agente tóxico.
Alternativa E: INCORRETA. A alcalinação urinária pela administração en-
dovenosa de solução de bicarbonato de sódio favorece apenas a elimi-
nação de compostos ácidos.

38. (FUVEST - USP - 2020) Medicamentos não licenciados e sem indica-


ções são utilizados em diferentes populações, sendo que vários estudos
indicam que há maior frequência na sua utilização em crianças. Uma das
razões para isso é que a realização de ensaios clínicos em pediatria en-
volve aspectos éticos e legais, além da grande dificuldade da inclusão de
pacientes, estratificação e logística. Assim, para a população pediátrica,
são escassas as especialidades farmacêuticas. Com base na farmaco-
ténica hospitalar e na legislação vigente, assinale a alternativa correta.

A Podem ser manipuladas formulações líquidas na forma de suspen-


sões ou cápsulas e sachês para abertura e dissolução do conteúdo
no momento da administração, de acordo com as características dos
pacientes e os padrões de estabilidade das formulações.
62
B No Brasil, a Resolução da Diretoria Colegiada 33/2000 da ANVISA
não permite ao farmacêutico a transformação de especialidade far-
macêutica.
C A modificação de formas farmacêuticas, como comprimidos ou cáp-
sulas, para o preparo de líquidos orais referidos como formulações
extemporâneas não apresenta problemas, possibilitando o tratamento
dos pacientes.
D Deve–se evitar a dispersão de comprimidos em água, mesmo para aque-
les que sejam facilmente dispersos e cujo fármaco seja hidrossolúvel.
E A administração oral de injetáveis constitui uma alternativa para admi-
nistração de medicamentos sem especialidade pediátrica adequada,
pois a formulação injetável é idêntica à oral, apenas estéril.

GRAU DE DIFICULDADE: INTERMEDIÁRIO

Alternativa A: CORRETA. Segundo a Sociedade Brasileira de Farmácia


Hospitalar atualmente, na prática neonatal e pediátrica, quando ocor-
re o uso de produtos em termos diferentes do licenciado (“off-label”)

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ou inexistem formulações adequadas, profissionais de saúde precisam
manipular medicamentos para atendimento da dose desejada. Embora
esta seja percebida como uma prática estabelecida, a extensão dessa
prática e os métodos precisos utilizados para manipular medicamentos
não foram definidos. Evidentemente obedecendo uma série de reco-
mendações com a finalidade de manter os padrões de estabilidade das
formulações e de acordo com as preferências do paciente.
Alternativa B: INCORRETA. De acordo com a Resolução da Diretoria Co-
legiada 33/2000 da ANVISA a farmácia pode transformar especialida-
de farmacêutica, em caráter excepcional ou quando da indisponibilida-
de da matéria prima no mercado e ausência da especialidade na dose e
concentra/ão e ou forma farmacêutica compatíveis com as condições
clinicas do paciente, de forma a adequá-la à prescrição.
Alternativa C: INCORRETA. Os comprimidos recebem revestimentos por
diversas razões. Alguns comprimidos são revestidos no intuito de forne-
cer algum tipo de proteção ao principio ativo, como a proteção de subs-
tância fotossensíveis ou higroscópicas; para aumentar a adesão ao tra-
tamento, por mascarar o sabor desagradável do fármaco, ou ainda para
proteção do organismo contra fármacos irritantes da mucosa. A ruptu-
ra do revestimento, independente de sua finalidade, leva a diminuição
da eficácia do medicamento, seja por degradação do principio ativo ou
63 pela interrupção do tratamento pelo paciente. As formas farmacêuticas
sólidas de liberação retardada, repetida ou prolongada quando são tri-
turados terão o revestimento ou sistemas de revestimento rompidos,
disponibilizando toda dose do fármaco, liberada de uma só vez, para a
absorção, podendo ocorrer o aumento da toxicidade e dos efeitos ad-
versos. No caso de comprimidos cujo princípio ativo seja teratogênico
ou citotóxico, sua maceração pode trazer riscos para o manipulador.⁶
Quanto às capsulas apesar de apresentarem seu conteúdo interno já
fracionado, seja em pós ou pellets apresentam algumas complicações
iguais como revestimento para absorção lenta ou citotoxicidade, além
de defeitos provenientes da granulometria (floculação, defloculação e
consequentemente caking) e características físico-químicas que po-
dem interferir na estabilidade.
Alternativa D: INCORRETA. Os veículos também são componentes bási-
cos de qualquer suspensão. Eles podem ser compostos por água purifi-
cada, veículos edulcorados (xarope simples, sorbitol) e veículos conten-
do agentes suspensores. 7 Não existe contra indicação contanto que o
fármaco seja hidrofílico.

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Alternativa E: INCORRETA. A via de administração é a maneira como o
medicamento entra em contato com o organismo; é sua porta de entra-
da. Podemos administrar medicamentos pelas vias: via oral, retal, sublin-
gual, injetável, dermatológica, nasal e oftálmica, dentre outras. Cada via
de administração tem suas peculiaridades e apesar do uso off-label de
algumas especialidades farmacêuticas por outras vias, em geral as suas
peculiaridades devem ser respeitadas. Excipientes, diluentes e adju-
vantes são utilizados a fim de adequar cada formulação farmacêutica a
sua via de administração com diversas etapas de testes de segurança,
eficiência e eficácia, utilizar medicamentos injetáveis pela via oral pode
ser perigoso e ineficaz.

39. (FUVEST - USP - 2020) A farmacoeconomia é uma área da economia


da saúde que estuda a relação entre medicamentos e aspectos econô-
micos. A análise farmacoeconômica implica, necessariamente, o estudo
do custo total e da qualidade do tratamento. A respeito da análise far-
macoeconômica, é correto afirmar:

A A análise da minimização de custo pode ser realizada na comparação


de duas ou mais opções terapêuticas que tenham o mesmo impacto
64 sobre a saúde, ou seja, em ambas, as eficácias ou as efetividades são
iguais, portanto, somente os custos são confrontados.
B A análise do custo–benefício pode ser realizada na comparação de duas
ou mais opções terapêuticas que tenham o mesmo impacto sobre a
saúde, ou seja, em ambas, as eficácias ou as efetividades são iguais,
portanto, somente os custos são confrontados.
C A análise da minimização de custo expressa os custos reais ou poten-
ciais da aplicação de um programa ou tratamento exclusivamente em
unidades monetárias.
D A análise do custo–efetividade pode ser realizada na comparação de
duas ou mais opções terapêuticas que tenham o mesmo impacto sobre
a saúde, ou seja, em ambas, as eficácias ou as efetividades são iguais,
portanto, somente os custos são confrontados.
E A análise do custo–efetividade expressa os custos reais ou potenciais
da aplicação de um programa ou tratamento exclusivamente em uni-
dades monetárias.

GRAU DE DIFICULDADE: FÁCIL

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Alternativa A: CORRETA. A farmacoeconomia é a aplicação da economia
ao estudo dos medicamentos otimizando os gastos financeiros sem
prejuízo ao tratamento do paciente. Portanto a assertiva atende perfei-
tamente a definição.
Alternativa B: INCORRETA. A minimização de custos é a forma mais sim-
ples de avaliação econômica em que somente os custos são submetidos
às comparações, pois as eficácias ou as efetividades das alternativas
comparáveis são iguais.⁸
Alternativa C: INCORRETA. Análise de custo-benefício é realizada para
determinar a aplicabilidade de uma opção terapêutica em termos de
suas vantagens ou desvantagens econômicas; nessa análise avaliam
se os custos e as consequências, em valores monetários. Sua aplicação
torna possível identificar a opção de tratamento que permite reduzir
custos ou aumentar lucros.⁹,¹⁰
Alternativa D: INCORRETA. As análises de custo-efetividade levam em
conta, em sua avassaladora maioria, apenas os desfechos maiores de
mortalidade, desprezando desfechos de qualidade de vida.⁹,¹⁰
Alternativa E: INCORRETA. As análises de custo-efetividade levam em
conta, em sua avassaladora maioria, apenas os desfechos maiores de
mortalidade, desprezando desfechos de qualidade de vida. ⁹,¹⁰
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REFERÊNCIAS

1. FOSBØL, E. L. et al. Cardiovascular safety of non-steroidal anti-in-


flammatory drugs among healthy individuals. Expert. Opin. Drug. Saf.,
[S. l.], v. 9, n. 6, p. 893- 903, 2010.
2. SCHAEFER, C.; PETERS, P.; MILLER, R. K. (Eds.). Drugs during pregnancy
and lactation: treatment options and risk assessment. 2. ed. Oxford:
Academic Press, 2007.
3. GOMES, M.J.V.M.;REIS,A.M.M. Farmácia hospitalar: histórico, objeti-
vos e funções. In: Gomes MJVM, Reis AMM, organizadores. Ciências
farmacêuticas: uma abordagem em farmácia hospitalar. São Paulo:
Ed. Atheneu; 2000. p. 275-362.
4. CASSIANI, S.H.B; MIASSO A.I.; SILVA A.E.B.C, FAKIN, F.T, OLIVEIRA,
R.C. Aspectos gerais e número de etapas do sistema de medicação
de quatro hospitais brasileiros. Rev Latino-am Enfermagem. v.12, n.5,
p:781-9, 2004
5. AGUILAR, N.G.; D’ALESSIO, R. Guia para el desarrollo de servicios far-
macêuticos hospitalarios: sistema de distribución de medicamentos
por dosis unitárias. Washington, DC: 1997. Organización Panamericana
66 de la Salud. Disponível em , acessado em 19/03/2020.
6. NISSEN, L. M.; HAYWOOD, A.; STEADMAN, K. J. Solid medication dosage
form modification at the bedside and in the pharmacy of Queensland
Hospital. Journal of Pharmacy Practice and Research, Australia: v. 39,
n. 2, p. 129-134, 2009.
7. FERREIRA, Anderson de Oliveira. Guia prático da farmácia magistral.
2ª ed. São Paulo: Pharmabooks, 2002. 890 p. cap. 10, p. 479-491.
8. Eisenberg JM 1989. Clinical economics: a guide to economic analy-
sis of clinical practices. Journal of the American Medical Associa-
tion 262(20):2879-2886.

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