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1.EMENTA
Bioclimatologia humana e percepção ambiental do ambiente higrotérmico,
luminoso, sonoro e da qualidade do ar, métodos e técnicas de coleta e tratamento
dos dados climáticos visando o projeto.
2. PROGRAMAÇÃO
2.1 Apresentação
O tratamento que é dispensado ao espaço construído não contempla todas
suas dimensões, privilegiando, a maioria das vezes, unicamente os aspectos
funcionais, negligenciando os elementos próprios do lugar, especialmente os
ambientais, que devido a sua especificidade lhe outorgam caráter e o definem nas
suas feições fundamentais.
Para caracterizar uma abordagem que leve em conta o meio onde está
inserido o espaço objeto de intervenção é necessário recuperar a influência do lugar
nas decisões de desenho, principalmente os aspectos climáticos, culturais,
tecnológicos e históricos do mesmo. Em outras palavras recuperar o que o genius
loci representava para outras gerações e culturas, pois a obra de arquitetura é
inseparável de seu entorno, não apenas na sua dimensão física, mas também
conceitualmente: a arquitetura pode ser concebida somente a partir de sua
localização num sítio concreto.
Apresentamos uma concepção que leva em conta os elementos do meio onde
o espaço construído está inserido, procuramos o acondicionamento natural do
espaço, utilizando para tanto a avaliação integrada dos elementos térmicos, da luz,
do som e da cor. Assim constitui-se a concepção Bioclimática, que pode ser definida
como aquela que abriga princípios de desenho que utilizam a adequação ao lugar e
à cultura do lugar como parâmetro fundamental. Os elementos de desenho
bioclimático compreenderão os elementos condicionantes do espaço em si, por um
lado e os elementos condicionantes do espaço marco por outro, criando assim os
parâmetros de desenho ambiental integrado. Daí afirmarmos que o desenho
resultante da aplicação destes princípios inevitavelmente deverá demonstrar
domínio histórico, cultural, ambiental e tecnológico.
Estes elementos condicionantes contribuem diretamente para a prática do
desenho urbano e para o processo formal de materialização da forma urbana. A
base tecnológica é necessária para que o espaço urbano seja tratado como espaço
arquitetônico, obtendo assim o projeto arquitetônico do espaço público.
Propomos, então o tratamento do espaço público a partir de uma visão
arquitetônica, embora se trate de uma temática que tradicionalmente é concebida a
partir de uma perspectiva urbanística. Mediante a nossa proposta, queremos
introduzir a concepção sensorial1, assim como a possibilidade de modelar o espaço,
incorporando os materiais do espaço, os espaços do som, a estética da luz e os
atributos da cor.
O desencanto crescente (as vezes eterno) que nos proporcionam os espaços
urbanos em geral nos leva a procurar formas de aproximação de um desenho
pautado por outros princípios que não sejam as experimentações conduzidas pela
arquitetura moderna, e que visam uma ordenação diferente do espaço aberto e que
têm se caracterizado por uma intervenção pública puramente defensiva: ao não
saber intercalar as áreas verdes nos espaços abertos, aquelas têm reduzido estes a
um simples fato quantitativo fragmentário. Para reverter em alguma medida este
quadro, precisamos nos aproximarmos da cidade, e olhar seus desacertos
minuciosamente, para assim extrair de sua descarnada realidade elementos que
venham compor, recompor, remendar, costurar o tecido urbano.
O relativo fracasso do urbanismo moderno motivaram a busca de soluções
para melhorar a qualidade do tecido urbano central e para, nas palavras de
Bohigas, monumentalizar a periferia. A periferia para as cidades européias é
somente uma parte do quadro construído; ao contrário, para nossas cidades ela
representa, cada vez mais, o quadro urbano consolidado, sem aparente alternativa.
Assistimos à construção de nossas cidades com um perfil descaracterizado, alheio,
feio, desajeitado, que induz, muito antes de ele envelhecer, ao abandono e ao
destrato.
Acreditamos que a cidade precisa de um tratamento diferente, um
tratamento que alie uma série de elementos sensoriais, que irão se perfilar somente
a partir de um olhar muito próximo, aquele que permitiria visualizar os resquícios
de beleza que nela ainda subsistem.
Precisamos desenhar e pensar a cidade com tanta intenção como se tratasse
de um edifício, não podemos cobri-la de remendos de concreto e asfalto
barbaramente lançados desde a carretilha de um pedreiro. Precisamos a
intencionalidade do meio-fio, da sarjeta, da calcada, da rua, da fachada, dos
elementos que emolduram os espaços e os espaços públicos em particular. E
consideramos que um tratamento arquitetônico de espaço público é um passo nessa
direção.
O espaço público não deve ser tratado como um objeto acabado. Os modelos
e movimentos uniformizantes se mostram desnecessários se objetivamos que o
espaço público reflita as manifestações espaciais da sociedade, e adequação ao
lugar. Conseqüentemente, as necessidades ambientais dos diferentes espaços
públicos não são as mesmas; estas devem ser pesquisadas a partir da aplicação de
métodos de análise e tratamento como o que aqui propomos, que contemplem, em
sua totalidade, variáveis que são constitutivas deste objeto urbano.
Essas características constroem a processualidade do Bioclimatismo2 e
demandam metodologia de aplicação muito flexível. Métodos e procedimentos para
obter soluções bioclimáticas devem reger-se pela integração dos aspectos
climáticos, históricos e culturais em suas diversas etapas, assim como tais etapas
1
Próxima de uma arquitetura objeto de prazer dos sentidos, onde a água, a luz, a cor, o som e os aromas sejam elementos que
entrem a ordenar o espaço como estímulos dimensionais.
2
Consideramos que o Bioclimatismo representa, de alguma forma, uma superação e, como uma etapa atual do movimento
climático-energético, a conceituamos, então, como uma forma lógica de desenho que reconhece a persistência do existente,
culturalmente adequada ao lugar e aos materiais locais e que utiliza a própria concepção arquitetural como mediadora entre o
homem e o meio. Por tal motivo, adotamos seus princípios para fazer a análise do desempenho das constantes morfológicas.
devem retroalimentar-se continuamente. Substitui-se, assim, o modelo tradicional
analítico, atomizado e temporalmente estático, por atividades com revisão periódica
e adaptação às características da realidade.
3 OBJETIVOS
3.1 Objetivos Gerais
4. PROCEDIMENTOS E AVALIAÇÃO
A disciplina será desenvolvida através de aulas expositivas e de seminários sobre as
leituras obrigatórias. Está prevista a leitura e discussão de textos diversos e a
realização de tarefas individuais, e/ou em grupo, a serem debatidas de forma a
preencher um quadro de referência. Os temas dos trabalhos individuais ou em
grupos serão selecionados junto com os alunos. A avaliação dos alunos será feita a
partir de sua participação nos seminários e dos trabalhos realizados, tendo como
critério a qualidade e as contribuições individuais.
5. CRONOGRAMA DAS ATIVIDADES
1. BIBLIOGRAFIA