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Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra

É considerado um dos movimentos sociais mais importantes no Brasil. Tendo como principal
objetivo a reforma agrária para melhor distribuição das terras.

Iniciou-se na década de 70 a partir da mobilização pela conquista de terras dos trabalhadores


da região sul. O MST surge oficialmente em 1984 por conta das lutas ocorridas em diversos
estados como Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Mato Grosso do Sul.

Lutando contra a concentração das terras e pela falta de respostas impõem a realização de
uma política de assentamentos rurais.

O movimento também foi uma abertura política para discussão e debates, em vista de que o
regime militar havia se instalado.

O movimento é dividido em diversos setores:

 Frente de Massa

Onde acontece a travessia das pessoas de fora para dentro do MST, que no processo da luta
popular, vão se constituinte e criando a identidade Sem Terra.

 Formação

O Setor de Formação tem a tarefa de organizar cursos de formação política.

 Educação

O Setor de Educação busca dar repostas às necessidades educacionais nos acampamentos e


assentamentos (erradicação do analfabetismo nas áreas, a conquista de condições reais para
que toda criança e adolescente esteja na escola, a capacitação dos professores).

 Produção

Conquistados os primeiros assentamentos, o MST viu-se diante do desafio de estabelecer


novas relações de produção. Os desafios enfrentados, as discussões e os estudos referentes ao
desenvolvimento da agricultura no capitalismo levaram a uma nova concepção de realidade.
Diante disso, três princípios fundamentais foram estabelecidos para dar origem ao modelo de
cooperação agrícola do Movimento. Não separar, nas lutas pela terra e pela reforma agrária, a
dimensão econômica da dimensão política; entender que a luta não termina na conquista da
terra, ela continua na organização simultânea da cooperação agrícola das ocupações; priorizar
o investimento na formação dos Sem Terra e dos assentados para sua qualificação profissional,
tendo em vista as transformações da estrutura produtiva.

 Comunicação
O MST criou o Setor de Comunicação, que tem o papel de construir os próprios meios de
comunicação do Movimento, tanto com caráter mais interno quanto mais externo, assim
como se relacionar e fazer a ponta entre a organização com os demais meios de comunicação.

 Projetos

O Setor de Projetos tem como tarefa central a busca permanente da auto-sustentação do


Movimento, dentro de uma estratégia de captação de recursos que se fundamente na busca
permanente por essa autonomia.

 Gênero

O Setor de Gênero tem a tarefa de estimular tal debate nas instâncias e espaços de formação,
de produzir materiais, propor atividades, ações e lutas que contribuem para a construção de
condições objetivas para participação igualitária de homens e mulheres, fortalecendo o
próprio MST.

 Direitos Humanos

O Setor de Direitos Humanos tem o papel de defender juridicamente os militantes do


Movimento, resistindo ao processo de luta contra a criminalização e a violência que atingi os
movimentos sociais. Além disso, tem a tarefa de interceder juridicamente nos processos
ligados às políticas de Reforma Agrária junto aos setores do Estado.

 Saúde

O Setor de Saúde tem o papel de pressionar o Estado para este que cumpra com sua função
nas áreas de assentamentos e acampamentos, e que implemente políticas públicas de
soberania, segurança alimentar, de condições de vida dignas, como medidas preventivas às
doenças.

 Finanças

O Setor de Finanças, responsável por arrecadar recursos para a realização de atividades, sejam
elas culturais, encontros, projetos, etc

 Relações internacionais

O Coletivo de Relações Internacionais (CRI) do MST tem o papel de articular a solidariedade às


nossa lutas, contribuir com as lutas de todos os povos e despertar e aprimorar, junto à nossa
base social, os valores que nos fazem mais humanos e solidários, construtores de uma
sociedade socialista.
 Ocupação de terras

A ocupação de terras é a forma de luta mais importante do MST. É a partir dela que o
Movimento denuncia terras griladas ou improdutivas. A ocupação gera o fato político, que
demanda uma resposta do governo em relação à concentração de terras no Brasil.

 Acampamentos

No Brasil, existem mais de 120 mil Sem Terra acampados debaixo da lona preta. Próximos a
grandes latifúndios, essas famílias se organizam coletivamente, e muitas vezes vivem
acampadas durante anos.

 Marchas

As marchas chamam a atenção da população para os problemas dos Sem Terra e promovem a
discussão sobre a realidade brasileira. As marchas são uma forma de luta essencial para o MST:
a Marcha Nacional por Reforma Agrária, Emprego e Justiça, em 1997 foi responsável por
colocar a luta por Reforma Agrária na pauta da sociedade, além de denunciar o Massacre de
Eldorado dos Carajás.

 Greves de fome

É utilizada em situações extremas. Um grupo permanece, por tempo indeterminado, próximo


a algum órgão do governo, até que as autoridades se disponha a atender às reivindicações.
Uma ação dessa natureza se justifica quando há vidas em risco e nada está sendo feito pelo
governo, e para que a sociedade também pressione as autoridades.

 Ocupação de prédios públicos

O prédio ocupado é sempre a sede do órgão onde se reivindica algo. A intenção dessa
ocupação é expor ao público que esses órgãos não cumpriram os compromissos assumidos e
obrigar os responsáveis a negociar.

 Acampamentos nas cidades

Os acampamentos na cidade têm como objetivo mostrar para a população urbana as


condições de um acampamento no campo, por conta da paralisação da Reforma Agrária. Entre
os que mais repercutiram, destaca-se o que foi realizado no interior da Assembleia Legislativa
do Rio Grande do Sul, durante oito meses no ano de 1987, com a participação de 300 pessoas,
e, mais recentemente, o acampamento Hugo Chávez, em Brasília.

 Vigílias
As vigílias são manifestações massivas, programadas para um período menor, mas de forma
continua e permanente. Elas podem ser de protesto contra injustiças e são realizadas diante
de prefeituras, fóruns, presídios e delegacias, ou de solidariedade, como a que foi realizada no
Sindicato dos Metalúrgicos em São Bernardo do Campo, São Paulo. Nessa vigília, os sem terra
e os operários contaram com a participação de diversas personalidades e artistas
comprometidos com a luta pela Reforma Agrária e por justiça social no país.

 Manifestações nas grandes cidades

O MST conduz trabalhadores Sem Terra às grandes cidades para manifestações e passeatas, na
tentativa de chamar a atenção da população para os seus problemas.

 Luta pela reforma agrária

A luta pela Reforma Agrária consiste na distribuição massiva de terras a camponeses,


democratizando a propriedade da terra na sociedade e garantindo o seu acesso, distribuindo-a
a todos que a quiserem fazer produzir e dela usufruir.

 Transformação Social

É a luta por uma sociedade mais justa e fraterna, que solucione os graves problemas
estruturais do nosso país, como a desigualdade social e de renda, a discriminação de etnia e
gênero, a concentração da comunicação, a exploração do trabalhador urbano.

Além disso…

A solução para estes problemas só será possível por meio de um Projeto Popular para o Brasil
– fruto da organização e mobilização dos trabalhadores e trabalhadoras. A realização da
Reforma Agrária, democratizando o acesso à terra e produzindo alimentos, é a contribuição
mais efetiva para a realização de um Projeto Popular.

Tendo em vista que o número de famílias assentadas nestes últimos anos foi de 614.093,
segundo o INCRA, em contrapartida haviam cerca de 90.000 famílias acampadas pelo país.

Por isso, o MST participa também de articulações e organizações que buscam transformar a
realidade e garantir estes direitos sociais. Como o Fórum Nacional da Reforma Agrária, da
Coordenação dos Movimentos Sociais e de campanhas permanentes ou conjunturais.
Internacionalmente, a Via Campesina, que congrega os movimentos sociais do campo dos
cinco continentes.

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