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Sumário
PONTO 1 - CONSTITUCIONALISMO E TEORIA DA CONSTITUIÇÃO. CONSTITUIÇÃO E NEOCONSTITUCIONALISMO. ........... 17
1. QUAL A DEFINIÇÃO DE CONSTITUCIONALISMO? ........................................................................................................................... 17
2. QUAIS SÃO AS FASES HISTÓRICAS DO CONSTITUCIONALISMO? CITE SUAS CARACTERÍSTICAS. ........................................ 18
3. QUAIS SÃO OS OBJETIVOS DO CONSTITUCIONALISMO? .................................................................................................................. 19
4. QUAIS AS MAIORES CONTRIBUIÇÕES DO CONSTITUCIONALISMO DO SÉC. XVIII (MOVIMENTO CONSTITUCIONAL NORTE-AMERICANO E
MOVIMENTO CONSTITUCIONAL FRANCÊS)? ....................................................................................................................................... 19
5. O QUE O CONSTITUCIONALISMO BRASILEIRO APROVEITOU DE CADA VERTENTE DO CONSTITUCIONALISMO ESTRANGEIRO? ........................ 19
6. SOB A PERSPECTIVA DO CONSTITUCIONALISMO, QUAIS AS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO? ............... 20
7. O QUE É O MOVIMENTO DO NEOCONSTITUCIONALISMO? .............................................................................................................. 20
8. QUAIS SÃO OS MARCOS HISTÓRICO, FILOSÓFICO E TEÓRICO DO NEOCONSTITUCIONALISMO? ................................................................ 22
9. QUAL A DIFERENÇA ENTRE AS CORRENTES SUBSTANCIALISTAS E PROCEDIMENTALISTAS? ...................................................................... 22
10. O QUE É O CONSTITUCIONALISMO DO FUTURO .............................................................................................................. 23
11. QUAIS SÃO AS FONTES DO DIREITO CONSTITUCIONAL?................................................................................................................. 23
12. QUAL O CONCEITO DE CONSTITUIÇÃO MATERIAL? ...................................................................................................................... 24
13. QUAL O CONCEITO DE CONSTITUIÇÃO FORMAL? ........................................................................................................................ 24
14. QUANTO À ESTABILIDADE, COMO SÃO CLASSIFICADAS AS CONSTITUIÇÕES? ..................................................................................... 25
15. QUANTO À FORMA, COMO SÃO CLASSIFICADAS AS CONSTITUIÇÕES? .............................................................................................. 25
16. E QUANTO AO MODO DE ELABORAÇÃO?.................................................................................................................................... 25
17. QUANTO À ORIGEM, COMO SÃO CLASSIFICADAS AS CONSTITUIÇÕES? ............................................................................................. 26
18. E QUANTO À EXTENSÃO? ........................................................................................................................................................ 26
19. QUANTO À IDEOLOGIA, COMO SÃO CLASSIFICADAS AS CONSTITUIÇÕES?.......................................................................................... 26
20. O QUE SÃO CONSTITUIÇÕES ORGÂNICAS E INORGÂNICAS? ............................................................................................................ 27
21. QUAL A DIFERENÇA ENTRE AS CONSTITUIÇÕES PRINCIPIOLÓGICAS E AS PRECEITUAIS? ........................................................................ 27
22. QUANTO À FINALIDADE, COMO SÃO CLASSIFICADAS AS CONSTITUIÇÕES? ........................................................................................ 27
23. QUAIS SÃO AS ESPÉCIES DE CONSTITUIÇÃO PARA VIRGÍLIO AFONSO DA SILVA? .................................................................................. 28
24. O QUE É A CONSTITUIÇÃO DUCTIL (SUAVE) DE GUSTAVO ZAGREBELSKY? ......................................................................................... 28
25. O QUE É A CLASSIFICAÇÃO ONTOLÓGICA (OU ESSENCIALISTA) DAS CONSTITUIÇÕES DE KARL LÕEWENSTEIN? ........................................ 28
26. COMO SE CLASSIFICA A CONSTITUIÇÃO QUANTO AO PAPEL QUE EXERCE? CONSTITUIÇÃO-LEI X CONSTITUIÇÃO-FUNDAMENTO X
CONSTITUIÇÃO-MOLDURA. .............................................................................................................................................................. 29
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
29. O QUE É UMA CONSTITUIÇÃO NOMINALISTA? ............................................................................................................................ 32
30. O QUE É HETEROCONSTITUIÇÃO? (CONSTITUIÇÃO HETERÔNOMA). ............................................................................................... 32
31. NO QUE CONSISTE A CONSTITUIÇÃO IDEAL? ............................................................................................................................... 33
32. QUAL A DIFERENÇA ENTRE CONSTITUIÇÕES LIBERAIS E SOCIAIS? .................................................................................................... 33
33. O QUE É CONSTITUIÇÃO INSTITUCIONALISTA, ORAL, ESTRUTURALISTA E INSTRUMENTAL? ........................................................... 33
34. O QUE É CONSTITUIÇÃO JURISNATURALISTA?............................................................................................................................. 34
35. CONFORME A CLASSIFICAÇÃO TRADICIONAL COMO PODEMOS CLASSIFICAR A ATUAL CONSTITUIÇÃO DE 1988? ..................................... 34
36. QUAL O CONCEITO DE BLOCO DE CONSTITUCIONALIDADE? ........................................................................................................... 34
37. QUAL O CONCEITO DE CONSTITUIÇÃO PARA A TEORIA DISCURSIVA DA CONSTITUIÇÃO DE JÜRGEN HABERMAS: ...................................... 35
38. QUAIS SÃO OS SENTIDOS OU CONCEPÇÕES CLÁSSICOS DE CONSTITUIÇÃO? ...................................................................................... 35
39. QUAL É A DEFINIÇÃO DE CONSTITUIÇÃO DIRIGENTE PARA J. J. GOMES CANOTILHO?......................................................................... 36
40. O QUE SIGNIFICA A MORTE DA CONSTITUIÇÃO DIRIGENTE, DE ACORDO COM JOSÉ CANOTILHO? ........................................................ 36
41. QUAL O SIGNIFICADO DE CONSTITUIÇÃO PARA A TEORIA DOS SISTEMAS DE NILKLAS LUHMANN ?....................................................... 37
42. DO QUE TRATA A TEORIA DA SOCIEDADE ABERTA DE INTÉRPRETES DA CONSTITUIÇÃO DE PETER HÄBERLE? .......................................... 37
43. DESCREVA O CONCEITO DE FORÇA NORMATIVA DA CONSTITUIÇÃO E DE CONSTITUIÇÃO ABERTA DE KONRAD HESSE: ............................. 38
44. QUAL O SIGNIFICADO DE CONSTITUIÇÃO SIMBÓLICA DE MARCELO NEVES? .................................................................................... 38
45. O QUE É O TRANSCONSTITUCIONALISMO (TESE DO TRANSCONSTITUCIONALISMO)? ......................................................................... 39
46. NO TOCANTE À APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS, QUAIS SÃO AS ESPÉCIES DE NORMAS CONSTITUCIONAIS NA TEORIA DE
JOSÉ AFONSO DA SILVA? ................................................................................................................................................................. 39
47. AS NORMAS DE EFICÁCIA LIMITADA PRODUZEM ALGUM EFEITO? ................................................................................................... 40
48. QUAIS SÃO AS ESPÉCIES DE NORMAS CONSTITUCIONAIS NA TEORIA DE CARLOS AYRES BRITTO E CELSO RIBEIRO BASTOS? ...................... 40
49. QUAIS SÃO AS ESPÉCIES DE NORMAS CONSTITUCIONAIS NA TEORIA DE MARIA HELENA DINIZ? .......................................................... 41
50. QUAIS SÃO AS ESPÉCIES DE NORMAS CONSTITUCIONAIS NA TEORIA DE LUÍS ROBERTO BARROSO? ...................................................... 41
51. QUAIS SÃO AS ESPÉCIES DE NORMAS CONSTITUCIONAIS NA TEORIA DE UADI LAMMÊGO BULOS ?....................................................... 42
52. QUAL APLICAÇÃO DAS NORMAS PROGRAMÁTICAS? .................................................................................................................... 42
PONTO 2 - PODER CONSTITUINTE. SUPREMACIA DA CONSTITUIÇÃO. NORMAS CONSTITUCIONAIS: HERMENÊUTICA E
FILOSOFIA CONSTITUCIONAL. MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO. APLICABILIDADE E EFICÁCIA. MUTAÇÃO CONSTITUCIONAL.
................................................................................................................................................................................... 42
53. QUAL É CONCEITO DE PODER CONSTITUINTE? ........................................................................................................................... 42
54. QUAIS SÃO OS MARCOS HISTÓRICOS DA TEORIA DO PODER CONSTITUINTE? ..................................................................................... 43
55. QUAL A NATUREZA JURÍDICA DE PODER CONSTITUINTE NOS MODELOS JUSNATURALISTA E JUSPOSITIVISTA? ......................................... 43
56. QUAL A TITULARIDADE DO PODER CONSTITUINTE? ...................................................................................................................... 44
57. QUAL A CONCEITO E NATUREZA JURÍDICA DO PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO? .......................................................................... 44
58. O QUE É O PODER CONSTITUINTE MATERIAL E FORMAL?............................................................................................................... 45
59. QUAIS SÃO AS CARACTERÍSTICAS DO PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO? ...................................................................................... 45
60. QUAIS SÃO OS LIMITES AO PCO ESTABELECIDOS SEGUNDO MARCOS DEMOCRÁTICOS? ....................................................................... 46
61. QUAIS SÃO AS CRÍTICAS DE HABERMAS AOS LIMITES CULTURAIS? NO QUE CONSISTE A TESE DO PATRIOTISMO CONSTITUCIONAL? ............. 46
62. O QUE SÃO OS LIMITES TRANSCENDENTES, IMANENTES E HETERÔNOMOS?...................................................................................... 47
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
63. HÁ DIREITO ADQUIRIDO CONTRA O PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO? ........................................................................................ 47
64. A NOVA CONSTITUIÇÃO SE APLICA A ATOS PRETÉRITOS QUE PRODUZAM EFEITOS NO FUTURO?........................................................... 47
65. QUAL O MOMENTO EM QUE OCORRE A POSITIVAÇÃO DO PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO? .......................................................... 48
66. O QUE ACONTECE COM A ORDEM JURÍDICA ANTERIOR? ............................................................................................................... 48
67. O QUE É O PRINCÍPIO DA CONTEMPORANEIDADE? ....................................................................................................................... 48
68. QUAIS OS REQUISITOS PARA A RECEPÇÃO DA LEI ANTERIOR À NOVA CONSTITUIÇÃO? ......................................................................... 48
69. O QUE ACONTECERIA COM UMA LEI PRODUZIDA POR UM ENTE DA FEDERAÇÃO NO REGIME CONSTITUCIONAL ANTERIOR SE, COM NOVA
ORDEM CONSTITUCIONAL, A MESMA COMPETÊNCIA LEGISLATIVA FOSSE TRANSFERIDA PARA OUTRO ENTE? ................................................... 48
103. QUAIS SÃO AS CARACTERÍSTICAS QUE DIFERENCIAM A HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL DA INTERPRETAÇÃO DAS NORMAS
INFRACONSTITUCIONAIS? ................................................................................................................................................................ 63
110. DO QUE TRATA O DEBATE NO DIREITO CONSTITUCIONAL NORTE-AMERICANO ENTRE OS INTERPRETATIVISTAS E OS NÃO
INTERPRETATIVISTAS? ..................................................................................................................................................................... 67
122. QUAL É A CRÍTICA DE VIRGÍLIO AFONSO DA SILVA COM RELAÇÃO AOS MÉTODOS E PRINCÍPIOS DE INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL? .... 75
123. QUAL A CRITICA A HERMENÊUTICA JURÍDICA PÁTRIA EXARADA POR LÊNIO STRECK?....................................................................... 76
PONTO 3 - CONTROLE DA CONSTITUCIONALIDADE: LINEAMENTOS GERAIS E MODALIDADES. CONTROLE DA
CONSTITUCIONALIDADE NO ÂMBITO DA CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DE MINAS GERAIS. AÇÃO DIRETA DE
INCONSTITUCIONALIDADE. AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE. ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE
PRECEITO FUNDAMENTAL. MANDADO DE INJUNÇÃO. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO. AÇÃO
DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE INTERVENTIVA. .................................................................................................. 77
124. O QUE VEM A SER A SUPREMACIA DA CONSTITUCIÇÃO? ............................................................................................... 77
125. O QUE É O CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE?.................................................................................................................... 77
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
126. QUAIS OS PARÂMETROS UTILIZADOS PARA O CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE? ..................................................................... 78
127. APLICA-SE O PRINCÍPIO DA CONGRUÊNCIA DA AÇÃO DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE? E QUANTO AO PARÂMETRO, HÁ
VINCULAÇÃO DO ÓRGÃO JULGADOR? ................................................................................................................................................ 79
135. PODE-SE DISCUTIR A MODULAÇÃO DE EFEITOS DE DECISÃO EM CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE APÓS PROCLAMADO O RESULTADO
FINAL? 84
136. O QUE É EFEITO REPRESTINATÓRIO? É O MESMO QUE REPRISTINAÇÃO DA NORMA? ........................................................................ 85
137. QUAIS AS TÉCNICAS DE DECISÃO NA ANÁLISE DO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE? ................................................................. 85
138. EM RELAÇÃO ÀS FORMAS DE INCONSTITUCIONALIDADES, EXPLIQUE INCONSTITUCIONALIADE POR AÇÃO E POR OMISSÃO?..................... 86
139. O QUE VEM A SER INCONSTITUCIONALIDADE NOMODINÂMICA E NOMOESTÁTICA? ......................................................................... 86
140. QUAL É A CLASSIFICAÇÃO EM RELAÇÃO À EXTENSÃO E O MOMENTO DA INCONSTITUCIONALIDADE? ................................................... 86
141. O QUE VEM A SER A INCONSTITUCIONALIDADE CIRCUNSTANCIAL? ................................................................................................ 87
142. O QUE É INCONSTITUCIONALIDADE POR ARRASTAMENTO? HORIZONTAL E VERTICAL? ..................................................................... 87
143. EXISTE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE CONCENTRADO CONCRETO? ................................................................................... 87
144. O QUE SE ENTENDE POR VÍCIO DE DECORO? ............................................................................................................................. 88
145. QUAL A NATUREZA DO ORGÃO QUE EXERCE O CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE? E QUAIS OS SISTEMAS CONSTITUCIONAIS? ........... 88
146. QUAL O MOMENTO QUE PODE SER REALIZADO O CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE? ................................................................ 88
147. OS EFEITOS DAS DECISÕES EM CONTROLE CONCENTRADO DE CONSTITUCIONALIDADE ATINGEM O STF? E O LEGISLATIVO? .................... 89
148. O QUE É REAÇÃO LEGISLATIVA?.............................................................................................................................................. 90
149. O QUE É ATALHAMENTO CONSTITUCIONAL? ............................................................................................................................. 90
150. O QUE É A INCONSTITUCIONALIDADE CHAPADA, ENLOUQUECIDA OU DESVAIRADA? ....................................................................... 90
151. QUAL A ORIGEM E CONCEITO DE CONTROLE ABSTRATO DE CONSTITUCIONALIDADE? ................................................ 91
152. O QUE VEM A SER A CLÁUSULA DE RESERVA DE PLENÁRIO? .......................................................................................... 91
153. HÁ EXCEÇÕES À CLÁUSULA DE RESERVA DE PLENÁRIO? QUAIS? ......................................................................................... 92
154. HÁ POSSIBILIDADE DE PARTICIPAÇÃO DE AMICUS CURIAE NO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE? .................................... 93
155. O QUE É MODALIDADE ANÔMALA DE INTERVENÇÃO? ................................................................................................................ 93
156. O PARLAMENTAR AUTOR DO PROJETO DE LEI OBJETO DA ADI PODE SER ADMITIDO NO PROCESSO COMO AMICUS CURIAE? E ESTE TEM
DIREITO A SUSTENTAÇÃO ORAL? ....................................................................................................................................................... 93
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
159. COMO SE DÁ EFICÁCIA DA DECISÃO DO STF QUE DECLARA, INCIDENTALMENTE, A INCONSTITUCIONALIDADE DE UMA LEI? ..................... 95
160. QUAIS SÃO OS EFEITOS DA DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE NO CONTROLE DIFUSO? ......................................................... 95
161. O QUE É O CONTROLE CONCENTRADO IN ABSTRATO? .................................................................................................... 96
162. O QUE NÃO PODE SER OBJETO DE CONTROLE CONCENTRADO? .................................................................................................... 96
163. QUEM SÃO OS LEGITIMADOS DO CONTROLE CONCENTRADO?...................................................................................................... 97
164. E NO ÂMBITO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA – QUEM SÃO OS LEGITIMADOS DO CONTROLE CONCENTRADO? ............................................. 98
165. QUAL O PAPEL DO ADVOGADO GERAL DA UNIÃO? .................................................................................................................... 98
166. QUAIS AS MITIGAÇÕES DO SISTEMA NORTE-AMERICANO DA NULIDADE NO BRASIL? ....................................................................... 99
167. QUANDO SURGIU O EFEITO VINCULANTE? E O QUE VEM A SER A TEORIA EXTENSIVA DO EFEITO VINCULANTE? ..................................... 99
168. QUAL O OBJETO DA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE? .............................................................................................. 100
169. A LEI UTILIZADA COMO OBJETO DA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE, É ANALISADA DE FORMA RESTRITA OU
AMPLA? ................................................................................................................................................................................... 100
170. DE QUEM É A COMPETÊNCIA PARA JULGAR AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE? ................................................................ 100
171. O QUE OCORRE NO CASO DE TRAMITAÇÃO SIMULTÂNEA DE AÇÕES – NO CASO DE LEI ESTADUAL QUESTIONADA PERANTE A CONSTITUIÇÃO
FEDERAL NO STF, E PERANTE A CONSTITUIÇÃO DO ESTADO PERANTE O TJ LOCAL? .................................................................................... 101
190. É POSSÍVEL CAUTELAR NA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO(ADO)? EM SENDO POSSÍVEL, PODE O STF
DETERMINAR O PRAZO AO LEGISLATIVO OU AO EXECUTIVO NESSA CAUTELAR DE ADO? ........................................................................... 106
191. APÓS AJUIZADA, PODE HAVER A PERDA DO OBJETO DA ADI POR OMISSÃO? ................................................................................. 106
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
192. QUAIS OS TIPOS DE OMISSÃO PODEM SER ARGUIDOS NA ADI POR OMISSÃO?.............................................................................. 106
193. QUAL A DIFERENÇA ENTRE A AÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO E O MANDADO DE INJUNÇÃO? .................................. 107
194. PODE HAVER FUNGIBILIDADE ENTRE MANDADO DE INJUNÇÃO E ADI POR OMISSÃO? .................................................................... 108
195. QUAL A COMPETÊNCIA PARA JULGAR A ADI POR OMISSÃO? LEGITIMADOS E O PROCEDIMENTO? ................................................. 109
196. CABE MEDIDA CAUTELAR EM ADI POR OMISSÃO?................................................................................................................... 109
197. NO CASO DE OMISSÃO, QUAIS AS PROVIDÊNCIAS DEVEM SER ADOTADAS NA ADI POR OMISSÃO? E QUAIS TEORIAS SÃO APLICAVEIS AO
CASO? 109
198. QUAL O CONCEITO, FINALIDADE E COMPETÊNCIA DA AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE?........................................... 109
199. EXPLIQUE SOBRE O PROCEDIMENTO DA AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE? ............................................................ 110
200. CABE MEDIDA CAUTELAR NA AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE? ........................................................................... 110
201. QUAIS OS EFEITOS DA DECISÃO DA AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE? ................................................................... 111
202. SE EXISTE UMA PRESUNÇAO DE CONSTITUCIONALIDADE, QUAL O SENTIDO DE AJUIZAR UMA ADC? ................................................... 111
203. O QUE É CONTROVÉRSIA JUDICIAL RELEVANTE NA ADC? ........................................................................................................... 111
204. O QUE VEM A SER A TESE DA DUPLA REVISÃO OU DUPLO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE? .................................................... 111
205. QUANTO A ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL, QUAL O SEU CONCEITO E HIPÓTESES DE
CABIMENTO? ........................................................................................................................................................................... 112
206. A ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL POSSUI REQUISITOS ESPECÍFICOS PARA
APRESENTAÇAO DA PETIÇÃO INICIAL? QUAL O PROCEDIMENTO? ......................................................................................... 113
207. CABE MEDIDA LIMINAR NA ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL? ................................ 114
208. QUAIS OS EFEITOS APLICÁVEIS À ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL, QUAL O SEU
CONCEITO E HIPÓTESES DE CABIMENTO? ............................................................................................................................... 114
209. É POSSIVEL CELEBRAR O ACORDO EM ADPF?........................................................................................................................... 114
210. EVENTUAL DECISÃO EM ADPF PODE ATINGIR A COISA JULGADA? .............................................................................................. 114
211. O TJ PODE EXERCER CONTROLE ABSTRATO DE CONSTITUCIONALIDADE DE LEIS MUNICIPAIS COM PARÂMETRO NA NORMA DA CONSTITUIÇÃO
FEDERAL? ................................................................................................................................................................................... 115
212. QUAL É A COMPETÊNCIA, O OBJETO E O PARÂMETRO DO CONTROLE CONCENTRADO ABSTRATO FEITO PELO TRIBUNAL DE JUSTIÇA? ...... 115
213. CABE RECURSO CONTRA DECISÃO DO TJ QUE JULGA AÇÃO EM CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE NO ÂMBITO ESTADUAL? ............ 116
214. A FAZENDA PÚBLICA POSSUI PRAZO EM DOBRO PARA INTERPOR RECURSO EM CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE OBJETIVO? ......... 116
215. EXISTE DEVER DE SIMETRIA O ART. 103, §3ºM DA CF-88? É DE COMPETÊNCIA DO PROCURADOR DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA A
INCUMBÊNCIA DE DEFENDER A CONSTITUCIONALIDADE DO ATO NORMATIVO ESTADUAL QUESTIONADO EM CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE?
117
216. PODEM AS NORMAS REMISSIVAS SER PARÂMETRO DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE ESTADUAL? ......................................... 117
217. CONSTITUIÇÃO ESTADUAL PODE TRAZER ARTIGO QUE ASSEVERA QUE NO CONTROLE CONCENTRADO ESTADUAL DEVE-SE REMETER PARA O
PARLAMENTO SUSPENDER A EXECUÇÃO DA LEI?................................................................................................................................. 117
253. QUAIS SÃO OS NÍVEIS DE CONTROLE JURISDICIONAL EM MATÉRIA DE DIREITOS FUNDAMENTAIS? ..................................................... 138
254. NO CONTEXTO DA PROTEÇÃO DO NÚCLEO ESSENCIAL, O QUE TRATAM AS SEGUINTES TEORIAS: GENERALISTA E INDIVIDUALIZADORA;
OBJETIVA E SUBJETIVA; ABSOLUTA E RELATIVA? ................................................................................................................................. 138
255. O QUE SE ENTENDE POR DERROTABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS? ............................................................................. 139
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
256. REGRAS JURÍDICAS PODEM SER PONDERADAS?....................................................................................................................... 139
257. O QUE SÃO DIREITOS A PRESTAÇÕES? ................................................................................................................................... 140
258. COMO SE DÁ A APLICABILIDADE DOS DIREITOS INDIVIDUAIS? .................................................................................................... 140
259. NO QUE CONSISTE O PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA? ....................................................................................... 141
260. QUAL A NATUREZA JURIDICA DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA? ............................................................................................ 142
261. EM RELAÇÃO AO PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA, QUAL O SEU CONTEÚDO ESSENCIAL? BEM COMO O QUE VEM A SER A SUA
DUPLA DIMENSÃO? ...................................................................................................................................................................... 142
319. COMO AFERIR O CUMPRIMENTO DA FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE URBANA E RURAL? QUAIS AS CONSEQUÊNCIAS DO
DESCUMPRIMENTO? ..................................................................................................................................................................... 170
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
320. EM MATÉRIA DE DIREITO DE PROPRIEDADE, O QUE É REQUISIÇÃO? ............................................................................................ 170
321. QUAL É A NATUREZA DA “EXPROPRIAÇÃO” PREVISTA NO ART. 243 DA CF, RELATIVA ÀS PLANTAS PSICOTRÓPICAS OU À EXPLORAÇÃO DE
TRABALHO ESCRAVO? EXIGE-SE ELEMENTO SUBJETIVO DO PROPRIETÁRIO? ............................................................................................ 170
322. A USUCAPIÃO ESPECIAL DE IMÓVEIS URBANOS E RURAIS, PREVISTA NA CONSTITUIÇÃO, EXIGE DIMENSÃO MÁXIMA OU DESTINAÇÃO
ESPECÍFICA? ................................................................................................................................................................................ 171
326. NOS TERMOS DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL, HÁ POSSIBILIDADE DE SE REMOVER OS GRUPOS INDÍGENAS DAS TERRAS QUE ELES
TRADICIONALMENTE OCUPAM? ...................................................................................................................................................... 172
327. A PEC Nº 287/2016 PRETENDE IMPLEMENTAR UMA LARGA REFORMA NA SEGURIDADE SOCIAL, A QUAL, SE
APROVADA INTEGRALMENTE, POSSIBILITARÁ QUE O VALOR DO BENEFÍCIO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL, ATUALMENTE DE UM
SALÁRIO-MÍNIMO, PASSE A SER ESTABELECIDO POR LEI. ESSA PREVISÃO É CONSTITUCIONAL? ............................................ 172
328. O QUE É PENSAMENTO JURÍDICO DO POSSÍVEL? ..................................................................................................................... 173
PONTO 5 - ORGANIZAÇÃO DOS PODERES: EXECUTIVO, LEGISLATIVO E JUDICIÁRIO. ..................................................... 173
329. O QUE É UM ESTADO? ....................................................................................................................................................... 173
330. QUAIS SÃO OS ELEMENTOS DO ESTADO? ........................................................................................................................ 173
331. QUAIS SÃO AS FORMAS DE GOVERNO? .......................................................................................................................... 174
332. QUAIS SÃO OS SISTEMAS DE GOVERNO? ........................................................................................................................ 174
333. O BRASIL JÁ ADOTOU O PARLAMENTARISMO? ....................................................................................................................... 175
334. QUAIS SÃO AS FORMAS DE ESTADO? .............................................................................................................................. 176
335. QUAIS SÃO AS DIFERENÇAS ENTRE CONFEDERAÇÃO E FEDERAÇÃO? ........................................................................................... 176
336. QUAL O MECANISMO QUE IMPEDE A SECESSÃO? .................................................................................................................... 176
337. QUAIS SÃO OS TIPOS DE FEDERALISMO? ........................................................................................................................ 177
338. QUAIS SÃO AS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO FEDERALISMO?............................................................................................ 178
339. OS MUNICÍPIOS SÃO ENTES FEDERATIVOS? ........................................................................................................................... 178
340. QUAIS SÃO OS REQUISITOS PARA MANUTENÇÃO DO FEDERALISMO?............................................................................ 178
341. QUAIS SÃO AS FORMAS DE REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS? .................................................................................................... 178
342. QUAL É O PRINCÍPIO QUE REGE A DIVISÃO DE COMPETÊNCIAS? ................................................................................................. 179
343. QUAL É O MODELOS DE DIVISÃO DE COMPETÊNCIAS ADOTADO PELO BRASIL? .............................................................................. 179
344. QUAL É O MODELO ADOTADO PARA COMPETÊNCIAS TRIBUTÁRIAS? ........................................................................................... 179
345. QUAIS SÃO OS REQUISITOS PARA INCORPORAÇÃO, SUBDIVISÃO E DESMEMBRAMENTO DE ESTADO? ................................................ 180
346. QUAIS SÃO OS REQUISITOS PARA INCORPORAÇÃO, SUBDIVISÃO E DESMEMEBRAMENTO DE MUNICÍPIO? .......................................... 180
347. CONCEITUE INTERVENÇÃO DE UM ENTE FEDERADO EM OUTRO? ................................................................................................ 181
348. AS HIPÓTESES DE INTERVENÇÃO FEDERAL CONFIGURAM ROL TAXATIVO OU EXEMPLIFICATIVO? POR QUÊ? ....................................... 181
349. QUAIS SÃO AS CARACTERÍSTICAS DA INTERVENÇÃO? ............................................................................................................... 181
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350. QUAIS ENTES FEDERADOS PODEM REALIZAR A INTERVENÇÃO? .................................................................................................. 181
351. QUAIS AS ESPÉCIES DE INTERVENÇÃO FEDERAL? ..................................................................................................................... 181
352. QUAIS OS PRESSUPOSTOS PARA INTERVENÇÃO FEDERAL? ......................................................................................................... 182
353. QUAIS AS FORMAS DE COTROLE DA INTERVENÇÃO FEDRAL?...................................................................................................... 183
354. QUAIS AS HIPÓTESES EM QUE CABE A INTERVENÇÃO ESTADUAL EM MUNICÍPIO? .......................................................................... 183
355. QUAIS OS PRESSUPOSTOS PARA A INTERVENÇÃO ESTADUAL EM MUNICÍPIO? ............................................................................... 183
356. QUAL A ORIGEM DO PODER LEGISLATIVO? ............................................................................................................................ 184
357. POR QUE, NO SISTEMA FEDERATIVO, UTILIZA-SE O SISTEMA BICAMERAL?.................................................................................... 184
358. QUAIS AS FUNÇÕES TÍPICAS DO PODER LEGISLATIVO? ............................................................................................................. 184
359. E AS ATÍPICAS? ................................................................................................................................................................. 184
360. QUEM A CÂMARA DOS DEPUTADOS REPRESENTA E POR MEIO DE QUAL SISTEMA SE DÁ A ELEIÇÃO? ................................................ 184
361. QUAL É O NÚMERO MÍNIMO E MÁXIMO DE DEPUTADOS FEDERAIS POR ESTADO? QUANTOS SÃO OS DEPUTADOS ELEITOS POR TERRITÓRIO?
185
362. QUAL É O PRAZO DO MANDATO DE DEPUTADO ESTADUAL E QUAL A IDADE MÍNIMA PARA SER DEPUTADO ESTADUAL? ........................ 185
363. QUEM O SENADO FEDERAL REPRESENTA E QUAL O SISTEMA UTILIZADO PARA A ELEIÇÃO DE SEUS REPRESENTANTES? .......................... 185
364. QUAL É O NÚMERO MÍNIMO E MÁXIMO DE DEPUTADOS FEDERAIS POR ESTADO? QUANTOS SÃO OS DEPUTADOS ELEITOS POR TERRITÓRIO?
185
365. QUAL É O PRAZO DO MANDATO DE SENADOR? COMO SE DÁ A RENOVAÇÃO NESSA CASA LEGISLATIVA? QUAL A IDADE MÍNIMA PARA
OCUPAR O CARGO DE SENADOR FEDERAL? ........................................................................................................................................ 185
366. DIANTE DO PRINCÍPIO DA SIMETRIA, É POSSÍVEL VINCULAR OS SUBSÍDIOS DOS DEPUTADOS ESTADUAIS AO DOS DEPUTADOS FEDERAIS? . 185
367. QUAL É O PRAZO DA LEGISLATURA?...................................................................................................................................... 186
368. E DA SESSÃO LEGISLATIVA? COMO ELA SE DIVIDE? .................................................................................................................. 186
369. É POSSÍVEL A CONVOCAÇÃO DE SESSÃO EXTRAORDINÁRIA? QUANDO ESSA OCORRERÁ? QUEM PODE CONVOCÁ-LA E EM QUE SITUAÇÕES?
186
370. QUAIS AS ATRIBUIÇÕES DO CONGRESSO NACIONAL? ............................................................................................................... 186
371. QUAIS OS REQUISITOS PARA INSTAURAÇÃO DE UMA CPI? ........................................................................................................ 187
372. É POSSÍVEL AMPLIAR O QUÓRUM PARA INSTAURAÇÃO DE CPI? E REDUZIR? POR QUÊ? ................................................................ 187
373. QUAIS SÃO OS PODERES DADOS À CPI? QUAIS SÃO OS LIMITES A TAIS PODERES?......................................................................... 187
374. QUAIS AS GARANTIAS DO PODER LEGISLATIVO? ..................................................................................................................... 187
375. A QUEM SE APLICA E NO QUE CONSISTE A IMUNIDADE MATERIAL?............................................................................................. 188
376. QUAL A NATUREZA JURÍDICA DA IMUNIDADE MATERIAL? ......................................................................................................... 188
377. QUAIS OS LIMITES DA IMUNIDADE MATERIAL? ....................................................................................................................... 188
378. O QUE A IMUNIDADE PROCESSUAL ENVOLVE? A PARTIR DE QUE MOMENTO ELA SE APLICA? .......................................................... 189
379. É POSSÍVEL A PRISÃO CIVIL DO CONGRESSISTA? ...................................................................................................................... 189
380. E A FIXAÇÃO DE MEDIDAS CAUTELARES (ART. 319/CPP) CONTRA PARLAMENTAR, É POSSÍVEL? SENDO POSSÍVEL, SUJEITA-SE À CASA
LEGISLATIVA? .............................................................................................................................................................................. 189
381. E POSSÍVEL SUSPENDER AS IMUNIDADES DOS CONGRESSISTAS DURANTE O ESTADO DE SÍTIO? ......................................................... 189
382. A IMUNIDADE PROCESSUAL SE APLICA AOS DEPUTADOS ESTADUAIS?.......................................................................................... 189
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
383. NO CASO DE CRIME CONTRA A VIDA PRATICADO POR DEPUTADO ESTADUAL, A COMPETÊNCIA É DO JURI OU HÁ PRERROGATIVA DE FORO?
190
384. A IMUNIDADE PROCESSUAL SE APLICA AOS VEREADORES? ........................................................................................................ 190
385. QUAIS SÃO AS COMPETÊNCIAS DO TRIBUNAL DE CONTAS? ....................................................................................................... 190
386. A QUEM COMPETE APRECIAR AS CONTAS DE GOVERNO DE PREFEITO MUNICIPAL? E AS CONTAS DE GESTÃO? ................................... 191
387. QUAIS SÃO AS ESPÉCIES DE PROCESSO LEGISLATIVO? ............................................................................................................ 191
388. QUAIS SÃO AS FASES DO PROCESSO LEGISLATIVO? .................................................................................................................. 191
389. QUAIS AS ESPÉCIES DE INICIATIVA DO PROCESSO LEGISLATIVO? ................................................................................................. 193
390. QUAL O PRAZO DE VIGÊNCIA DE UMA MEDIDA PROVISÓRIA? .................................................................................................... 194
391. ESTADOS E MUNICÍPIOS PODEM EDITAR MEDIDAS PROVISÓRIAS? .............................................................................................. 194
392. QUAIS SÃO AS FUNÇÕES DO PODER EXECUTIVO? .................................................................................................................... 194
393. É POSSÍVEL O PREFEITO ITINERÁRIO? .................................................................................................................................... 194
394. QUAL A DIFERENÇA ENTRE SUBSTITUIÇÃO E SUCESSÃO DO CHEFE DO PODER EXECUTIVO? ............................................................. 194
395. QUAL A ORDEM DE SUBSTITUIÇÃO E SUCESSÃO DO CHEFE DO PODER EXECUTIVO? ................................................................... 195
396. É POSSÍVEL A ELEIÇÃO INDIRETA DO CHEFE DO PODER EXECUTIVO NO BR? SE SIM, EM QUAL CASO? ............................................... 195
397. COMO SE REALIZARÁ A ELEIÇÃO INDIRETA NO CASO DE MANDATO TAMPÃO DE GOVERNADOR? ...................................................... 195
398. CITE ALGUMAS ATRIBUIÇÃO DO PR COMO CHEFE DE GOVERNO. .......................................................................................... 195
399. CITE ALGUMAS ATRIBUIÇÃO DO PR COMO CHEFE DE ESTADO............................................................................................... 196
400. O PR PODE DELEGAR SUAS ATRIBUIÇÕES CONSTITUCIONAIS?.................................................................................................... 197
401. NO QUE CONSISTE A IMUNIDADE PROCESSUAL DO PR? ............................................................................................................ 197
402. QUAIS ATOS FORA DO EXERCÍCIO DA FUNÇÃO QUE NÃO PODEM SER IMPUTADOS AO PR DURANTE O EXERCÍCIO DO MANDATO? .......... 197
403. QUEM JULGA O CHEFE DO PODER EXECUTIVO POR CRIMES COMUNS? ....................................................................................... 197
404. QUEM JULGA O CHEFE DO PODER EXECUTIVO POR CRIMES DE RESPONSABILIDADE? ..................................................................... 197
PONTO 6 - PODER JUDICIÁRIO. ESTATUTO DA MAGISTRATURA: DIREITOS, GARANTIAS E DEVERES.AUTONOMIA
ADMINISTRATIVA E FINANCEIRA DOS TRIBUNAIS. SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA.
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. TRIBUNAIS REGIONAIS FEDERAIS E JUÍZES FEDERAIS. TRIBUNAIS E JUÍZES DO
TRABALHO. TRIBUNAIS E JUÍZES ELEITORAIS. TRIBUNAIS E JUÍZES MILITARES. TRIBUNAIS E JUÍZES DOS ESTADOS. DAS
FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA: MINISTÉRIO PÚBLICO, ADVOCACIA PÚBLICA, ADVOCACIA E DEFENSORIA PÚBLICA. .. 198
405. AS ATRIBUIÇÃO DO PODER JUDICIÁRIO? ................................................................................................................................ 198
406. O QUE É JURISDIÇÃO? ........................................................................................................................................................ 198
407. QUAIS OS PRINCÍPIOS DA JURISDIÇÃO? ................................................................................................................................. 198
408. QUAIS SÃO AS PROTEÇÕES ESPECIAIS CONFERIDAS PELO ORDENAMENTO JURÍDICO AOS JURISDICIONADOS, PARA O FIM DE GARANTIR-LHES
ISONOMIA E MAIOR QUALIDADE NA PRESTAÇÃO JURISDICIONAL? ......................................................................................................... 198
409. QUANDO SE COMPROVA O EXERCÍCIO DE TRÊS ANOS DE PRÁTICA EM ATIVIDADE PRIVATIVA DE BACHAREL EM DIREITO PARA FINS DE
INVESTIDURA NO CARGO DE JUIZ? ................................................................................................................................................... 199
430. NO QUE CONSISTE O ESTADO DE DEFESA? A QUEM COMPETE DECRETÁ-LO? ............................................................................... 203
431. QUAIS OS PRESSUPOSTOS PARA A DECRETAÇÃO DO ESTADO DE DEFESA? .................................................................................... 203
432. A DECRETAÇÃO DO ESTADO DE DEFESA DEPENDE DE AUTORIZAÇÃO DO CN? ............................................................................... 203
433. QUAIS AS FORMAS DE CONTROLE DO ESTADO DE DEFESA? ....................................................................................................... 203
434. QUAIS DIREITOS PODEM SER RESTRINGIDOS PELO ESTADO DE DEFESA? ....................................................................................... 204
435. NO QUE CONSISTE O ESTADO DE SÍTIO? A QUEM COMPETE DECRETÁ-LO?................................................................................... 204
436. A DECRETAÇÃO DO ESTADO DE SÍTIO DEPENDE DE AUTORIZAÇÃO DO CN? .................................................................................. 204
437. QUAIS OS PRESSUPOSTOS PARA A DECRETAÇÃO DO ESTADO DE SÍTIO? ....................................................................................... 204
438. QUAL O PRAZO DE ESTADO DE SÍTIO? ................................................................................................................................... 205
439. QUAIS AS FORMAS DE CONTROLE DO ESTADO DE SÍTIO? ......................................................................................................... 205
440. CABE HC EM RELAÇÃO A PUNIÇÕES DISCIPLINARES?................................................................................................................ 205
441. O MILITAR PODE SE FILIAR A PP? ......................................................................................................................................... 205
442. DIANTE DISSO, O MILITAR PODE SE CANDIDATAR A MANDATO ELETIVO? ..................................................................................... 205
443. CASO SEJA ELEITO, ELE PRECISA SE AFASTAR DA ATIVIDADE? ..................................................................................................... 205
PONTO 8 - TRIBUTAÇÃO E ORÇAMENTO: SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL (PRINCÍPIOS GERAIS E LIMITAÇÕES AO PODER
DE TRIBUTAR) E FINANÇAS PÚBLICAS (NORMAS GERAIS E ORÇAMENTOS). ................................................................. 206
444. QUAL O OBJETO DO ESTUDO DO DIREITO FINANCEIRO? ............................................................................................. 206
445. O QUE SE ENTENDE POR ATIVIDADE FINANCEIRA? ................................................................................................................... 206
446. QUAIS AS CARACTERÍSTICAS DA ATIVIDADE FINANCEIRA? ......................................................................................................... 206
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
447. QUAIS AS FONTES FORMAIS DO DIREITO FINANCEIRO? ............................................................................................................. 206
448. É POSSÍVEL O CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE DE LEIS ORÇAMENTÁRIAS? ..................................................... 207
449. QUAL O PAPEL DO BANCO CENTRAL? .................................................................................................................................... 207
450. QUAL A ORIGEM DO “ORÇAMENTO”?.......................................................................................................................... 207
451. QUAL A NATUREZA JURÍDICA DO ORÇAMENTO? ......................................................................................................... 207
452. NO ORÇAMENTO COMO ATO CONDIÇÃO O QUE SE VEDA? ......................................................................................... 208
453. CITE OS PRINCIPAIS PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS ...................................................................................................... 208
454. O QUE É O PRINCÍPIO DA ANUALIDADE/PERIODICIDADE? ........................................................................................... 208
455. O QUE É O PRINCÍPIO DA UNIDADE? ............................................................................................................................ 208
456. O QUE É O PRINCÍPIO DA UNIVERSALIDADE? ............................................................................................................... 209
457. O QUE É O PRINCÍPIO DA EXCLUSIVIDADE? .................................................................................................................. 209
458. O QUE É O PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE? ....................................................................................................................... 209
459. O QUE É RESERVA DE CONTINGÊNCIA? ........................................................................................................................ 209
460. O QUE É EQUILÍBRIO ORÇAMENTÁRIO ................................................................................................................................... 209
461. O QUE É O PLANO PLURIANUAL?.......................................................................................................................................... 210
462. O QUE SIGNIFICA A LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS? ............................................................................................... 210
463. O QUE SE COMPREENDE POR LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL? ........................................................................................ 210
PONTO 9 - ORDEM ECONÔMICA E FINANCEIRA: PRINCÍPIOS GERAIS DA ATIVIDADE ECONÔMICA, POLÍTICA URBANA,
POLÍTICA AGRÍCOLA E FUNDIÁRIA E DA REFORMA AGRÁRIA. ...................................................................................... 210
464. QUEM COMPETE LEGISLAR SOBRE DIREITO ECONÔMICO? ......................................................................................... 210
465. O QUE É ATIVIDADE ECONÔMICA E QUAL O SEU OBJETIVO? ...................................................................................................... 211
466. QUAIS SÃO OS PRINCÍPIOS EXPLÍCITOS DA ORDEM CONSTITUCIONAL ECONÔMICA? ....................................................................... 211
467. DO QUE SE TRATA A LIBERDADE ECONÔMICA? ............................................................................................................... 211
468. O QUE É O PRINCÍPIO DA IGUALDADE ECONÔMICA? ....................................................................................................... 211
469. O QUE É DEMOCRACIA ECONÔMICA? .............................................................................................................................. 211
470. QUAL A DIFERENÇA DE INTERVENÇÃO E ATUAÇÃO DO ESTADO NA ECONOMIA? ....................................................... 211
471. COMO OCORRE A ATIVIDADE ECONÔMICA EM SENTIDO ESTRITO (STRICTO SENSU)? .............................................................. 212
472. EXISTE ALGUMA DIFERENÇA DE TRATAMENTO DE REGIME JURÍDICO DAS EMPRESAS PÚBLICAS QUE EXERCEM ATIVIDADE ECONÔMICA PARA
AQUELAS QUE SOMENTE PRESTAM SERVIÇOS PÚBLICOS? ..................................................................................................................... 212
487. A RESPONSABILIDADE DO PROPRIETÁRIO DO IMÓVEL EM CASO DE CONFISCO OU EXPROPRIAÇÃO-SANÇÃO É SUBJETIVA OU OBJETIVA? .. 216
488. EM CASO DE CONFISCO OU EXPROPRIAÇÃO-SANÇÃO SERÁ DECRETADA A PERDA DE TODO O IMÓVEL OU APENAS DA PARCELA EM QUE HÁ
PRÁTICA DA CONDUTA ILEGAL? QUAL A DESTINAÇÃO DOS BENS APREENDIDOS E DO IMÓVEL USADO DE FORMA ILÍCITA? ................................ 216
489. QUEM POSSUI COMPETÊNCIA PARA DESAPROPRIAÇÃO POR INTERESSE SOCIAL PARA FINS DE REFORMA AGRÁRIA? ............................. 217
490. SUPONHAMOS QUE O EXPROPRIADO FOI SUCUMBENTE, OU SEJA, A INDENIZAÇÃO FOI FIXADA PELO JUIZ EM VALOR INFERIOR AO OFERECIDO
PELO INCRA. NESTE CASO, ELE TERÁ QUE PAGAR HONORÁRIOS PERICIAIS AOS ASSISTENTES TÉCNICOS DO INCRA E DO MPF? ...................... 217
PONTO 10 - ORDEM SOCIAL: SEGURIDADE SOCIAL, SAÚDE, PREVIDÊNCIA SOCIAL E ASSISTÊNCIA SOCIAL; EDUCAÇÃO,
CULTURA E DESPORTO; MEIO AMBIENTE; FAMÍLIA, CRIANÇA E ADOLESCENTE, JOVEM E IDOSO; ÍNDIOS. .................... 217
491. O QUE É SEGURIDADE SOCIAL? .................................................................................................................................... 217
492. QUAL O OBJETIVO DA SEGURIDADE SOCIAL? ............................................................................................................... 218
493. QUAL OS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA SEGURIDADE SOCIAL? ..................................................................................... 218
494. O QUE SIGNIFICA A PROTEÇÃO À SAÚDE? .................................................................................................................... 218
495. QUAL A NATUREZA JURÍDICA DO DIREITO À SAÚDE? ................................................................................................................ 218
496. COMO SE ESTRUTURA O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE? ............................................................................................................... 219
497. QUAIS OS REQUISITOS ATUAIS PARA O FORNECIMENTO DE MEDICAMENTO PELO PODER PÚBLICO? ....................... 219
498. O QUE É USO OFF-LABEL DE MEDICAMENTO?......................................................................................................................... 219
499. O PACIENTE PODE EXIGIR DO PODER PÚBLICO O FORNECIMENTO DE MEDICAMNTE PARA USO “OFF-LABEL”? ........ 220
500. O QUE É PREVIDÊNCIAL SOCIAL? E QUAL O SEU REGIME? ................................................................................................. 220
501. QUEM SÃO OS BENEFICIÁRIOS DO REGIME PRÓPRIO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL? ........................................................................... 220
502. QUAIS OS DOIS MOVIMENTOS DE REFORMA DOS MODELOS DE PREVIDÊNCIA SOCIAL? ............................................ 221
503. O QUE SE ENTENDE POR ASSISTÊNCIA SOCIAL? ....................................................................................................................... 221
504. O QUE É O BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA (BPC)? ..................................................................................................... 221
505. LEI ESTADUAL PODE VERSR SOBRE ORGANIZAÇÃO DE ENTIDADES ESTUDANTIS? ...................................................... 222
506. QUAIS SÃO AS ESPÉCIES DE MEIO AMBIENTE COMPREENDIDAS PELA DOUTRINA MAJORITÁRIA E O STF? ................ 222
507. HÁ POSSIBILIDADE DE SACRIFÍCIO DE ANIMAIS COM FUNDAMENTO NA LIBERDADE RELIGIOSA? ....................................................... 223
508. A MENCIONADA DECISÃO DO STF NA QUESTÃO ANTERIOR NÃO VIOLA O PRINCIPIO DA LAICIDADE? ................................................. 223
509. QUAL A DIFERENÇA DE LAICIDADE, LAICISMO E ATEÍSMO? ....................................................................................................... 224
510. QUAL A EVOLUÇÃO DOS DIREITOS DAS CRIANÇAS NO CENÁRIO INTERNACIONAL? .......................................................................... 224
511. O QUE SÃO SUJEITOS DE DIREITOS? ...................................................................................................................................... 225
512. QUAL O PRIMEIRO DOCUMENTO INTERNACIONAL QUE RECONHECEU AS CRIANÇAS COMO SUJEITOS DE DIREITO?............................... 225
513. DO QUE SE TRATA A DOUTRINA DA PROTEÇÃO INTEGRAL? ........................................................................................................ 225
514. QUAL A IMPORTÂNCIA DA CONVENÇÃO SOBRE OS DIREITOS DA CRIANÇA DE 1989? .................................................. 225
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
515. HÁ ALGUMA CONVENÇÃO OU TRATADO INTERNACIONAL QUE PROTEJAM CRIANÇAS EM RELAÇÃO AO TRABALHO? ............................. 226
516. QUEM É CONSIDERADO JOVEM PARA O SISTEMA BRASILEIRO? .................................................................................. 226
517. QUAL A IMPORTÂNCIA DA CONVENÇÃO INTERAMERICANA SOBRE A PROTEÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS DOS
IDODOS (2015)? ....................................................................................................................................................................... 227
518. QUEM É CONSIDERADO IDOSO?........................................................................................................................................... 227
519. QUAL A DIFERENÇA DOS ALIMENTOS CONCEDIDOS AOS IDOSOS PARA OS DEMAIS DEVERES ALIMENTÍCIOS PARA
OUTRAS PESSOAS? .................................................................................................................................................................. 227
520. DE QUAIS PARENTES PODE-SE COBRAR OS ALIMENTOS? (NO CASO DE IDOSOS)....................................................................... 227
521. QUAIS OS DIREITOS O IDOSO POSSUI EM RELAÇÃO A SAÚDE (DEVER DO PODER PÚBLICO)?...................................... 228
522. É POSSÍVEL O REAJUSTE DO PLANO DE SAÚDE EM RAZÃO DA FAIXA ETÁRIA?................................................................................. 228
523. OS IDOSOS POSSUEM ISENÇÃO DAS TARIFAS DE PEDÁGIO E DE UTILIZAÇÃO DOS TERMINAIS DE TRANSPORTE
COLETIVO? ............................................................................................................................................................................... 228
524. NO MOMENTO DA PROMULGAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL EM 1988, QUALQUER TERRA JÁ OCUPADA PELOS
INDÍOS RECEBEU A PROTEÇÃO ESPECIAL DO DIREITO DE TERRA?........................................................................................... 228
525. O QUE SERIA O RENITENTE ESBULHO? ......................................................................................................................... 229
526. A QUEM PERTENCE AS TERRAS TRADICIONALMENTE OCUPADAS PELOS INDIOS? ...................................................... 229
527. O QUE SÃO AS CHAMADAS “TERRAS TRADICIONALMENTE OCUPADAS PELOS ÍNDIOS”? .................................................................. 229
528. QUAL FUNDAMENTO PARA A PROTEÇÃO DAS TERRAS INDÍGENAS? ........................................................................... 229
529. APENAS AS TERRAS DERMACADAS COMO TERRITÓRIO INDIGENA GOZAM DE PROTEÇÃO? ....................................... 230
530. O QUE ACONTECE SE JÁ HAVIA PESSOAS MORANDO NAS TERRAS DEMARCADAS? E SE ESSAS PESSOAS POSSUÍAM TÍTULOS DE PROPRIEDADE
REGISTRADOS EM CARTÓRIO?......................................................................................................................................................... 230
531. OS NÃO ÍNDIOS QUE FOREM RETIRADOS DAS TERRAS DEMARCADAS DEVERÃO SER INDENIZADOS?................................................... 230
532. PARA A DEMARCAÇÃO DA TERRA INDÍGENA É NECESSÁRIO ESTUDO UM ESTUDO TÉCNICO ANTROPOLÓGICO? ................................... 230
533. NO PROCESSO DEMACARTÓRIO É NECESSÁRIO QUE TODOS OS EVENTUAIS INTERESSADOS SEJAM NOTIFICADOS? . 231
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
sedimentação que teve início no século XIII (com a Magna Carta de 1215). Nesse sentido, passa-se a ter a
Constituição material como efetivamente jurídica, nos moldes modernos (constitucionalismo moderno).
Diante desse contexto histórico, pode-se dizer que o constitucionalismo (moderno) pode ser entendido
como um movimento que traz consigo objetivos que fundam (constituem) uma nova ordem, sem precedentes na
história da constituição das sociedades, formando aquilo que Rogério Soares chamou de "conceito ocidental de
Constituição".
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
alcançar a eficiência da Constituição. Seu modelo normativo é AXIOLÓGICO, porque enquanto o caráter ideológico
do constitucionalismo moderno era apenas limitar o poder, o caráter ideológico do neoconstitucionalismo é o de
concretizar direitos fundamentais.
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
- Garantia de Direitos.
- Separação de Poderes.
Essas ideias estão muito claras no art. 16 da Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão (a
declaração da revolução francesa, de 1789), que estabelece que “A sociedade em que não esteja assegurada a
garantia dos direitos nem estabelecida a separação dos poderes não tem Constituição.”
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
Constituição de 1787, mas na Europa não havia essa preocupação, pois para os europeus os direitos fundamentais
eram apenas diretrizes, às quais o Parlamento não estaria vinculado. Hoje, a normatividade é indiscutível.
b) Supremacia Constitucional – essa característica também já existia desde as primeiras constituições
escritas. Para ter supremacia formal, a Constituição tem que ser rígida e, para ser rígida, tem que ser escrita.
c) Centralidade da Constituição – essa característica também é denominada de Onipresença,
Imperatividade, Superioridade, Ubiquidade Constitucional. A Constituição passa a ser o centro do sistema jurídico,
marcada por intensa carga valorativa. A centralidade da Constituição se reflete no fenômeno da
Constitucionalização dos ramos específicos do Direito (ex: constitucionalização do direito civil).
Expressões da centralidade da Constituição:
c.1) Eficácia Horizontal dos Direitos Fundamentais: quando os direitos fundamentais de primeira dimensão
surgiram, tinham apenas eficácia vertical (somente o Estado era sujeito passivo). Os juristas começaram a
perceber, no entanto, que a violação dos direitos fundamentais não ocorria somente na relação subordinada entre
Estado e cidadãos, mas também na relação de coordenação, entre particulares. Por isso desenvolveram a tese da
eficácia horizontal dos direitos fundamentais, que impõe sua observância nas relações entre particulares.
c.2) Filtragem Constitucional: Define que tudo deve ser interpretado a partir da Constituição, que servirá
de norma de validade de todo o sistema, que deverá estar em consonância com seu espírito. Significa que as leis
devem ser interpretadas à luz dos valores consagrados pela Constituição. Esse é o chamado princípio da
interpretação conforme à Constituição.
c.3) Rematerialização da Constituição: é uma característica comum às Constituições do pós-guerra.
Significa que o conteúdo da Constituição foi revisto e ampliado.
Novos direitos fundamentais foram incorporados às Constituições, que passaram a adotar, também, por
exemplo, diretrizes políticas. Por isso, as Constituições passaram a ser prolixas. É o chamado totalitarismo
constitucional, segundo qual a Constituição passa a tratar de todos os assuntos minimamente importantes,
assumindo, ainda, conteúdo programático, característica da constituição dirigente de Canotilho, que visa a
encontrar mecanismos para a efetiva concretização dos valores consagrados na Constituição.
c.4) Maior Abertura da Interpretação Constitucional: a interpretação constitucional evoluiu e hoje temos
vários métodos específicos para a interpretação da Constituição.
Os princípios são aplicados por meio de um método de sopesamento, da ponderação, e não pelo método
da subsunção (aplicado sobre as normas-regras). O juiz tem que analisar, no caso concreto, o princípio que tem
relevância maior. Não havendo um consenso do que venha a ser a decisão mais correta, a decisão torna-se mais
subjetiva, com mais poder para o juiz. O juiz utiliza a fundamentação para decidir.
c.5) Fortalecimento do Poder Judiciário: antes da Constituição de 1988, somente existia uma ação de
controle de constitucionalidade abstrato, hoje temos cinco: (i) Ação Direta de Inconstitucionalidade Genérica –
ADI ou ADIn (art. 102, I, a, CF/88); (ii) Ação Direta de Inconstitucionalidade Interventiva – ADIn Interventiva (art.
36, III, CF/88); (iii) Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão – ADIN por Omissão (art. 103, § 2º); (iv) Ação
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
Declaratória de Constitucionalidade – ADECON ou ADC (art. 102, I, a, in fine, CF/88); e (v) Arguição de
Descumprimento de Preceito Fundamental – ADPF (art. 102, § 1º, CF/88).
Portanto, o procedimentalismo pressupõe um espaço público independente, com igualdade entre os atores
sociais. Pressupõe, também, uma Corte Constitucional capaz de assegurar os direitos democráticos à participação
na deliberação, exercendo um papel contramajoritário. Os principais autores que adotam essa corrente são:
Habermas, Hart e Garapon.
De outro turno, o SUBSTANCIALISMO acredita no modelo de Constituição Dirigente, muito desenvolvida
pelo constitucionalista português José Joaquim Gomes Canotilho. Acredita em um modelo constitucional onde o
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
Poder Judiciário exerce amplo papel de consolidação dos direitos fundamentais, implementando os direitos sociais
sem freios.
Essa teoria da Constituição Dirigente entende que cabe ao Poder Judiciário uma ampla judicialização,
inclusive da Política, de modo a concretizar, para o futuro, os projetos constitucionais.
Na vertente substancialista, é legítimo que os Juízes determinem a realização de políticas públicas, previstas
como princípio na Constituição, ainda que sem a interposição do Poder Legislativo. Nesses casos, é suficiente a
inércia do Poder Executivo em executar aquela promessa constitucional. Sem olvidar-se das divergências teóricas,
pode-se citar como autores que defendem posturas substancialistas: Dworkin, Häberle, Alexy, Warat, Rawls.
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
c) as prescrições administrativas, contidas em regulamentos e decretos, de importância para o Direito
Constitucional, desde que, recebendo a delegação de poderes, entre o governo no exercício da delegação
legislativa;
d) os regimentos das Casas do Poder Legislativo, ou do órgão máximo do Poder Judiciário;
e) os tratados internacionais, as normas de direito Canônico, a legislação estrangeira, as resoluções da
comunidade internacional pelos seus órgãos representativos, sempre que o Estado os aprovar ou reconhecer;
f) a jurisprudência, não obstante o caráter secundário que as normas aí revestem, visto que, em rigor, a
função jurisprudencial não cria Direito, senão que se limita a revelá-lo, ou seja, a declarar o direito vigente;
g) e, finalmente, a doutrina, a palavra dos tratadistas, a lição dos grandes mestres.
Quanto às fontes não escritas, são, essencialmente, duas: o costume e os usos constitucionais.
O costume forma-se quando a “prática repetida de certos atos induz uma determinada coletividade à
crença ou convicção de que esses atos são necessários ou indispensáveis. Sua importância para o Direito
Constitucional é imensa”. Os usos constitucionais compõem enfim, a segunda categoria das fontes não-escritas.
Sua relevância é maior nos países desprovidos de Constituição escrita ou que a possuem em textos sumários, a
exemplo dos EUA. (BONAVIDES).
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assim, as normas que aparecem no Texto Magno, que resultam das fontes do direito constitucional,
independentemente do seu conteúdo. Em suma, participam do conceito da Constituição formal todas as normas
que forem tidas pelo poder constituinte originário ou de reforma como normas constitucionais, situadas no ápice
da hierarquia das normas jurídicas.
Para alguns autores, a Constituição formal não se confunde com a ideia de Constituição escrita. Nessa
perspectiva, é muito mais que isso, a Constituição formal está pautada na noção de supralegalidade (supremacia),
isto é, na ideia de Constituição prevalece sobre todo o ordenamento ordinário, mesmo o posterior a ela, porque
dotada de supralegalidade (doutrina da supremacia da Constituição). Nesses termos, a única forma de modificação
de uma Constituição formal seria por procedimentos específicos que o próprio texto da Constituição estabeleceria.
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b) histórica: elaborada de forma esparsa (com documentos e costumes desenvolvidos) no decorrer do
tempo, sendo fruto de um contínuo processo de construção e sedimentação do devir histórico.
Exemplo: Constituição inglesa.
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b) Eclética: é aquela que traz a previsão em seu texto de mais de uma ideologia, na medida em que
pelo seu pluralismo e abertura agrupa mais de um viés (linha) ideológico. A atual Constituição
brasileira de 1988 é um exemplo.
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cumpridos pelo Estado e também pela sociedade. Uma das características dessas Constituições, não
raro, é a presença de normas programáticas em seu bojo
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Lõewenstein critica com veemência a classificação tradicional, pois não diz o que realmente é uma
constituição, na medida em que fica presa ao texto da constituição. Desse modo, propõe uma classificação que
visa a estudar o ser das Constituições (a sua essência), ou seja, o que as diferencia de qualquer outro objeto ou
ente, nos seguintes termos:
a) Constituições Normativas: são aquelas em que há uma adequação entre o texto constitucional
(conteúdo normativo) e a realidade social. Há, portanto, uma simbiose do texto constitucional com a
realidade social. Como exemplos, temos: Constituição Americana de 1787; Constituição Alemã de 1949;
Constituição francesa de 1958, entre outras.
b) Constituições Nominais: não há adequação do texto constitucional (conteúdo normativo) e a realidade
social. Na verdade, os processos de poder é que conduzem a constituição, e não o contrário (a
constituição não conduz os processos de poder). Exemplos: as Constituições brasileiras de 1934, 1946
e 1988.
c) Constituições Semânticas: são aquelas que traem o significado de Constituição (do termo Constituição).
Sem dúvida, Constituição, em sua essência, é e deve ser entendida como limitação de poder. A
Constituição semântica trai o conceito de Constituição, pois ao invés de limitar o poder, legitima
(naturaliza) práticas autoritárias de poder. A Constituição semântica vem para legitimar o poder
autoritário (sendo, portanto, Constituições tipicamente autoritárias). Exemplos: Constituições
brasileiras de 1937 (A polaca de Getúlio Vargas), 1967 e 1969 (do governo militar).
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b) Constituição-fundamento (ou constituição-total): É a constituição “entendida como lei fundamental,
não somente de toda a atividade estatal e das atividades relacionadas ao Estado, mas também a lei fundamental
de toda a vida social”.
De plano, veja-se que, assim, a constituição-fundamento é dotada de supremacia em relação às normas
infraconstitucionais (as normas infraconstitucionais não podem contrariar a constituição e, em um eventual
conflito, a constituição prevalecerá).
Mas não é apenas isso. O fato é que, se a constituição-fundamento é a lei fundamental de todo o
ordenamento, então, ela é utilizada como parâmetro não só para a edição de normas infraconstitucionais – como
para a própria aplicação destas (e é esse segundo fato que é o mais relevante!). Ou seja, o Código Penal é lido à
luz da constituição (ideia de interpretação conforme; ideia de filtragem constitucional).
Note-se que isso (fenômeno da filtragem constitucional) é um fenômeno muito recente, típico do
Neoconstitucionalismo: antigamente, na sala de um juiz criminal, não havia constituição, havia tão somente o
código penal.
Daí se dizer que a constituição-fundamento é dotada de “ubiquidade constitucional” (ubiquidade é o dom
de estar em todos os lugares ao mesmo tempo; o dom da onipresença; ideia de totalidade).
E daí se falar também em “direito civil constitucional”, “direito penal constitucional” etc. Corresponde ao
direito civil lido à luz da constituição, ao direito penal lido à luz da constituição. Veja-se: o direito civil,
isoladamente, pode até permitir tal coisa; mas pode ser que o direito civil constitucional não a permita (e aí, no
momento de aplicação da norma, o que prevalecerá é o direito civil constitucional – ao menos em uma perspectiva
Neoconstitucionalista! Ou seja, ao menos em um ordenamento em que a constituição funciona como constituição-
fundamento!).
Assim, o ordenamento jurídico cuja constituição funciona como constituição-fundamento é um
ordenamento cujo legislador ordinário praticamente não possui capacidade de conformação da ordem jurídica.
Obs: conforme Daniel Sarmento e Luis Roberto Barroso, atualmente, vem ocorrendo o fenômeno da
constitucionalização do direito. Ou seja, atualmente, o Direito vem sendo reformulado, vem se tornando, todo ele,
um direito constitucional (no momento de aplicação da norma, todos os ramos do direito vem sendo “lidos” à luz
da constituição). A chamada constitucionalização do direito vem ocorrendo, sobretudo, na Europa.
c) Constituição-moldura: é a constituição que, no ordenamento jurídico, funciona apenas como simples
limite mínimo para a atividade legislativa. Ou seja, ela corresponde a uma simples moldura - sem tela e sem
preenchimento.
Assim sendo, em um ordenamento em que a constituição funciona como constituição-moldura, controlar
a atuação do poder público, verificando o respeito à “moldura” instituída pela constituição, passa a ser tarefa da
jurisdição constitucional.
A ideia da constituição-moldura é antiga na doutrina alemã. Conforme sustenta tal doutrina, a constituição-
moldura se encontra em posição intermediária entre a constituição-lei e a constituição-fundamento. O legislador
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ordinário possui média liberdade de conformação do ordenamento cuja constituição funciona como mera
constituição-moldura (possui maior espaço para conformar o ordenamento do que o legislador do ordenamento
cuja constituição funciona como constituição-fundamento; mas menor espaço do que o possuído pelo legislador
ordinário do ordenamento cuja constituição funciona como constituição-lei).
OBS: trata-se de classificação concebida por Virgílio Afonso da Silva (professor da USP), que, ao realizar
doutorado na Alemanha, trouxe diversas ideias da doutrina alemã.
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O defensor dessa concepção é Siegenthaler.
Segundo Uadi Lammêgo Bulos, as Constituições fixas foram exemplos de cartas ou Constituições em branco
(BULOS, 2014, p. 107).
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Registre-se, contudo, que o fato de a Constituição ter origem heterônoma nem sempre impede que, com
o tempo, seja ela legitimada pelo povo. A Constituição japonesa é amplamente reconhecida por aquela nação nos
dias atuais, não tendo sido substituída por outra, mesmo depois do fim da ocupação norte-americana. Em verdade,
a ideia de heteronomia está ligada à origem da Constituição.
Obs: não confundir a heteroconstituição com o transconstitucionalismo (Marcelo Neves).
Transconstitucionalismo refere-se à situação em que uma mesma matéria, de natureza constitucional, pertine a
ordens jurídicas distintas.
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C) Estruturalista: conforme ensinamentos de Bulos, “é o resultado das estruturas, servindo para equilibrar
as relações políticas e o processo de transformação da sociedade” (BULOS, 2014, p. 105).
Francisco Campos prega que a “constituição não seria apenas certo número de preceitos cristalizados em
artigos e parágrafos, e sim uma unidade estrutural, um conjunto orgânico e sistemático de caráter normativo sob
inspiração de um pensamento diretor” (CAMPOS, 1956, p. 63 e ss.).
A lição supra de Francisco Campos seria também uma definição da Constituição estruturalista.
O defensor dessa concepção é Spagna Musso.
D) Instrumental: para Uadi Lammêgo Bulos, “é aquela em que suas normas equivalem a leis processuais.
Seu objetivo é definir competências, para limitar a ação dos Poderes Públicos” (BULOS, 2014, p. 108).
O defensor dessa concepção é W. Hennis.
Traduz-se como sinônimo de Constituição instrumental as terminologias Constituição como Instrumento
de Governo, Constituição formal ou processual.
Por fim, segundo Uadi Lammêgo Bulos, grande parte dos constitucionalistas da atualidade não admite essa
ideia de Constituição.
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controle de constitucionalidade (emendas constitucionais e tratados de direitos humanos incorporados nos termos
do § 3º do art. 5º da CF).
Para uma corrente minoritária, o bloco de constitucionalidade deve ser entendido como o conjunto de
normas materialmente constitucionais que não fazem parte da Constituição formal (não inscritos na Constituição
formal) conjuntamente com a Constituição formal (e suas normas formalmente constitucionais além de suas
normas formal e materialmente constitucionais). Assim, fazem parte do bloco de constitucionalidade: normas
infraconstitucionais materialmente constitucionais; Costumes jurídico-constitucionais; e Jurisprudências
constitucionais.
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outros esquemas que privilegiem a cooperação da sociedade na transformação do status quo. Seria a adoção de
uma Constituição comprometida, responsável, para que o seu texto não se tornasse inócuo.
A interpretação que se faz da mudança no pensamento de Canotilho está no reconhecimento da
importância democrática que a Constituição deve proporcionar. Não pode ela querer estabelecer per si,
transformações sociais tão bruscas sem o devido apoio da sociedade civil. Isso não quer dizer, de forma alguma,
que se pode abandonar de vez algum caráter dirigente da Constituição, mas apenas reconhecer que existem
tarefas que demandam muito mais do que aquilo que o Direito pode oferecer.
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O mérito de Haberle está em nos lembrar que a interpretação constitucional não pode mais ser balizada
nas atividades estatais exclusivamente, mas deve criar condições de abertura para penetração de um fluxo
interpretativo que provém da sociedade civil (hipercomplexa e plural). O juiz constitucional, adverte o autor
alemão, apesar de interprete oficial, tem sempre que ter em mente que sua interpretação tem de encontrar (na
medida do possível) correspondência com os demais intérpretes situados na sociedade aberta, o que exigirá dele
uma mudança metodológica e de postura, também, levando em conta sempre a posição e argumentos dos sujeitos
envolvidos.
Nesse sentido, a Constituição não pode ser meramente entendida como o documento escrito, pois, a rigor,
ela seria um "processo público" (aberto) "de interpretação" cotidiana do texto à luz dos contextos que permeiam
as especificidades individuais e sociais.
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À luz da teoria de José Afonso da Silva, as normas constitucionais, no que diz respeito a sua eficácia jurídica,
seriam classificadas como:
1) Normas constitucionais de eficácia plena: reúnem todos os elementos necessários para a produção de
todos os efeitos jurídicos imediatos e possuindo aplicação direta. Exemplos: artigos 1º, 22, I; 44; 46 da CR/88.
2) Normas constitucionais de eficácia contida: nascem com eficácia plena, reúnem todos os elementos
necessários para a produção de todos os efeitos jurídicos imediatos, mas podem ter seu âmbito de eficácia
restringido, reduzido ou contido pelo legislador infraconstitucional (ordinário). Exemplos: artigos 50, incisos XIII
(sobre a regulamentação de profissões) e VIII (escusa de consciência), art. 37, 1, da CR/88.
3) Normas constitucionais de eficácia limitada: não reúnem todos os elementos necessários para a
produção de todos os efeitos jurídicos, possuindo aplicabilidade apenas indireta ou mediata. Subdividem-se em:
Normas constitucionais de eficácia limitada de princípios institutivos: são normas constitucionais
que traçam esquemas gerais de organização e estruturação de órgãos, entidades ou instituições do
Estado. Exemplos: artigos 18 § 2°, 33 caput; 25 § 3°; 90, § 2° da CR/88.
Normas constitucionais de eficácia limitada de princípios programáticos: traçam tarefas, fins e
programas, para cumprimento por parte dos Poderes Públicos e atualmente pela própria sociedade.
Exemplos: artigos 196; 205; 217; 218 todos da CR/88.
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Normas Constitucionais de aplicação regulamentáveis: não há nenhuma possibilidade de atuação
do legislador para produzir mais efeitos, mas o legislador pode atuar.
B) Normas Constitucionais de integração: necessitam (pedem ou carecem) da atuação do legislador. Entre
elas, temos mais uma subdivisão em:
Normas Constitucionais de integração completáveis: são aquelas que requerem uma atuação dos
Poderes Públicos para ganharem eficácia plena. Elas se equivalem às normas constitucionais de
eficácia limitada.
Normas Constitucionais de integração restringíveis: são aquelas normas constitucionais que
requerem uma atuação para a restrição ou contenção de seus efeitos (campo de incidência).
Equivalem às normas constitucionais de eficácia contida.
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c) normas constitucionais programáticas: são aquelas que indicam fins a serem alcançados, bem como
estabelecem princípios ou programas de ação para os Poderes Públicos.
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56. QUAL A TITULARIDADE DO PODER CONSTITUINTE?
No tocante à titularidade do Poder Constituinte, Bernardo Gonçalves apresente as seguintes teses:
a) Concepção Clássica: corresponde ao paradigma liberal - o Poder Constituinte Originário, como criador
de um novo texto constitucional, encontrava na figura da Nação o seu titular. Tal ideia decorre da obra do Abade
Sieyès, o que é o Terceiro Estado?, e irá buscar afirmar uma identidade entre o povo e seus representantes que,
por sua vez, se reuniriam com o único propósito de formar uma Assembleia Constituinte para redação do texto
constitucional. Importante frisar que o conceito de nação acaba por envolver uma ideia de homogeneidade
cultural, linguística, econômica e política.
b) Concepção Moderna: a partir das lições de Jellineck irá conceber o titular do Poder Constituinte na figura
do Povo - como conceito jurídico -, ao invés da Nação - conceito este fortemente ligado a noções sociológicas e
antropológicas. A ideia de titularidade do "povo" incorpora feições pluralistas trazendo uma preocupação com a
tolerância e o direito à diferença.
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3) Natureza híbrida: como ruptura, é um poder de fato, porém na elaboração (produção) de sua obra, ele
se apresenta como poder de direito, na medida em que tem o poder de desconstituir um ordenamento
(revogando-o) e elaborar (constituir) outro, daí sua feição jurídica (Gomes Canotilho, Paulo Bonavides).
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Constituinte Originário guarda limite nele mesmo (na sociedade que está rompendo com o passado
e construindo algo novo).
4) Incondicionado: significa dizer que o Poder Constituinte Originário não guarda condições ou termos
prefixados para a criação da nova ordem constitucional, ou seja, ele mesmo cria as regras procedimentais para a
elaboração da nova Constituição.
5) Permanente: não se exaure com a elaboração da nova constituição. Ele continua presente ainda que em
estado de latência. Note-se que o Poder Constituinte material (povo) seria permanente e o Poder Constituinte
formal (agentes encarregados de formalizar a Constituição) não, pois iria se exaurir com a produção da
Constituição.
61. QUAIS SÃO AS CRÍTICAS DE HABERMAS AOS LIMITES CULTURAIS? NO QUE CONSISTE
A TESE DO PATRIOTISMO CONSTITUCIONAL?
A proposta de Habermas é compreender a ideia de povo para além dessa perspectiva comunitarista -
recolocando a relação entre autonomias pública e privada - por meio da noção de Patriotismo Constitucional,
originalmente cunhada por Dolf Sternberger. Nesse diapasão, o conceito de Povo deixa de ser um dado pré-político
ou extrajurídico para ser reconduzido na forma de um consenso voltado para a compatibilização e coexistência de
distintos projetos de vida boa (compatibilização de culturas).
Diante disso, faz uma crítica aos limites culturais do PCO, defendendo que o cerne do exercício do Poder
Constituinte deve se afastar da procura de um consenso em torno de valores éticos substantivos (culturais),
apostando em um consenso procedimentalista em torno de princípios universais de liberdade e igualdade. Por
isso mesmo, a noção de Patriotismo Constitucional traz à tona um conceito permanentemente aberto e sem
ligações à figura do "nacional".
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Essa conclusão, então, permite a Habermas criticar a tese moderna de que a cultura é modo de limitação
apriorística do Poder Constituinte Originário. Sem querer afirmar a necessidade de desconectarmos das amarras
culturais - o que seria impossível - a proposta é agora de compreendê-la à luz de um processo crítico de
aprendizagem, nos mostrando que, ao contrário do que pensam muitos comunitaristas, nós não somos escravos
dos valores sob o qual nascemos e fomos educados, nos possibilitando, inclusive, superar preconceitos velados
por essas tradições.
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passados. Só excepcionalmente elas terão eficácia retroativa média (alcançar pretensões vencidas anteriormente
a essas normas e não pagas) ou máxima (alcançar fatos consumados no passado).
69. O QUE ACONTECERIA COM UMA LEI PRODUZIDA POR UM ENTE DA FEDERAÇÃO NO
REGIME CONSTITUCIONAL ANTERIOR SE, COM NOVA ORDEM CONSTITUCIONAL, A
MESMA COMPETÊNCIA LEGISLATIVA FOSSE TRANSFERIDA PARA OUTRO ENTE?
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Gilmar Ferreira Mendes ensina que "não há que se cogitar de uma federalização de normas estaduais ou
municipais, por força de alteração na regra de competência". Por isso sustenta que se o tema era antes da
competência, por exemplo, dos Municípios e se torna assunto de competência federal com a nova Carta, não
haveria como aceitar que permanecessem em vigor como se leis federais fossem - até por uma impossibilidade
prática de se federalizar simultaneamente tantas leis, acaso não coincidentes.
Já Barroso defende que as Leis Estaduais/Municipais devem ser recepcionadas, valendo apenas em seus
Estados, até que venha uma Lei Federal e as revogue em bloco; por melhor garantia da segurança jurídica; do que
não as recepcionar.
Por seu turno, o entendimento é pela manutenção da lei federal no caso de alteração da competência para
as legislaturas estaduais e municipais. Nesse caso, admite-se que as leis seriam municipalizadas ou estadualizadas.
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a) acepção tradicional: significa que a lei ou ato normativo impugnado por meio de ADI deve ser posterior
ao texto da CF/88 invocado como parâmetro. Assim, se a lei ou ato normativo for anterior à CF/88 e com ela
incompatível, não se pode dizer que há uma inconstitucionalidade. Nesse caso, o que existe é a não-recepção da
lei pela Constituição atual. A questão, então, não seria de inconstitucionalidade, mas de direito intertemporal
(recepção ou não recepção). Essa acepção não é admitida pelo STF (ADI 02/DF)
b) acepção moderna: relaciona-se com o fenômeno do processo de inconstitucionalização. Significa que
uma lei ou ato normativo que foi considerado constitucional pelo STF pode, com o tempo e as mudanças
verificadas no cenário jurídico, político, econômico e social do país, tornar-se inconstitucional em um novo exame
do tema. Assim, inconstitucionalidade superveniente, nesse sentido, ocorre quando a lei (ou ato normativo) torna-
se inconstitucional com o passar do tempo e as mudanças ocorridas na sociedade. Não há aqui uma sucessão de
Constituições. A lei era harmônica com a atual CF e, com o tempo, torna-se incompatível com o mesmo Texto
Constitucional. Essa acepção é admitida pelo STF (ADI 3937/SP).
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MECANISMOS DE ALTERAÇÃO INFORMAIS (Poder Constituinte Difuso) – são as que modificam a CF sem
alterar o seu texto; ocorrem por meio de: interpretação evolutiva, jurisprudência, doutrina, aplicação de conceitos
jurídicos indeterminados. A isso se dá o nome de MUTAÇÃO CONSTITUCIONAL, por meio da qual são atribuídos
novos sentidos, novos conteúdos, novas visões até então não ressaltados à letra da Constituição. Neste ponto,
destaca-se o que parte da doutrina chama de “Poder Constituinte Difuso”.
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não são as únicas limitações materiais (de cunho superior) existentes, tendo a doutrina
desenvolvido a tese da existência, também, de limites materiais implícitos ao poder reformador.
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individuais previstos no art. 5°, mas alcançam outros direitos fundamentais individuais alocados na constituição
(no percorrer da Constituição). Nesse sentido, temos como precedentes: c.1) ADI n° 939 (reconhecimento do
princípio da anterioridade tributária do art. 150, Ili, b, da CR/88); c.2) ADI n° 3.685 (princípio da anterioridade
eleitoral do art. 16 da CR/88); c.3) ADI n° 3.105 (princípio da isonomia tributária do art. 150, li, da CR/88).
No que tange aos direitos sociais, a questão é ainda mais dissonante. Uma corrente advoga que, uma vez
não havendo inclusão expressa pelo Constituinte Originário, dever-se- ia assumir o entendimento que optou pela
ausência de proteção especial. Corrente contrária, por sua vez, compreende que não pode haver a exclusão dos
direitos sociais do rol de cláusulas pétreas, isso porque, se assumirmos uma compreensão do princípio da
dignidade da pessoa humana como fundamento da República, não podemos tomá-la como satisfeita, apartada do
valor social do trabalho, da construção de uma sociedade justa e solidária, da erradicação da pobreza e da
marginalização e da redução das desigualdades sociais. O STF, embora tenha pronunciamentos esparsos e
indiretos (vide ADI nº 1946), não se manifestou, ainda, de forma conclusiva sobre o tema.
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Contudo, nos termos da AI (MC) n° 918 e à luz de uma interpretação sistemática da Constituição o próprio
STF deixou assente que as modificações derivadas da revisão constitucional também estariam sujeitas aos limites
materiais previstos nas cláusulas pétreas estabelecidas no art. 60 § 4° da CR/88.
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conformá-lo à Constituição. Como SUBESPÉCIES das decisões “manipuladoras” ou “normativas”, são elencadas as
sentenças “aditivas” e “substitutivas”.
Nas “ADITIVAS (“MODIFICATIVAS”), a decisão reconhece a inconstitucionalidade de um dispositivo,
justamente na parte que não expressa determinada norma, que seria exigível conter para ser compatível com a
Constituição. Via de regra, essa espécie de decisão decorre da aplicação do princípio da igualdade, onde a Corte
cria uma norma autônoma, estendendo a outras pessoas o benefício antes concedido apenas a certa parcela de
indivíduos expressamente consignados pela norma objeto de julgamento.
Quanto às sentenças “SUBSTITUTIVAS”, ensinam Gilmar Ferreira Mendes, Inocêncio Mártires Coelho e
Paulo Gustavo Gonet Branco: “assim se consideram aquelas decisões em que a Corte declara a
inconstitucionalidade de um preceito na parte em que expressa certa norma em lugar de outra, substancialmente
distinta, que dele deveria constar para que fosse compatível com a Constituição. Atuando dessa forma, a Corte
não apenas anula a norma impugnada, como também a substitui por outra, essencialmente diferente, criada pelo
próprio tribunal, o que implica a produção heterônoma de atos legislativos”.
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Subdividem-se em normas competência (art. 21; art. 22; art. 23 a 25; art. 27, § 3°; art. 30; art. 75;
art. 96, I, a-f, II, a-d, III; art. 98, I e II; art. 125, § 4°; art. 144, § 4º a 6°; art. 145, I a III; art. 155, 1, a-c,
11) e normas de preordenação (art. 27 e 28; art. 37, I a XXI, §§ lº a 6°; art. 39 a 41; art. 42, §§ lº a
11; art. 75; art. 95, 1 a III, parágrafo único; art. 235, I a Xl).
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Assim, como o Distrito Federal tem competência legislativa tanto de estado quanto de município, cabe
controle concentrado pelo STF a depender da natureza da norma elaborada. Se a lei ou ato normativo tiver
natureza estadual, é possível esse controle. Caso seja de natureza municipal, incabível ação direta de
inconstitucionalidade para impugná-la.
Se o questionamento da lei ou ato normativo distrital é frente à Lei Orgânica do Distrito Federal, que
corresponde à sua constituição estadual, a competência para julgar ou processar a ADI distrital é do TJDFT.
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Iluminismo europeu – compreender o texto e, antes de tudo, compreender os sinais linguísticos
(chave da compreensão reside no domínio da sintática). Neste movimento filosófico, surge a escola
da exegese (Franca), em que a interpretação do direito consiste em uma atividade mecânica e que
busca a real intenção do legislador (voluntas legislatoris).
Século XIX – Scleiermacher (pai da Hermenêutica moderna) – hermenêutica como uma disciplina
geral das condições de compreensão. Para tanto, necessário o desenvolvimento de regras que
conduziriam a uma interpretação objetiva. Para além da análise sintática, deve se compreender o
espirito do criador por detrás da criação.
Dilthey – inseriu a hermenêutica em um contexto histórico, fala em circularidade da compreensão,
no limite do conhecimento humano, que apenas pode conhecer o que já conhece.
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do contido em sua estrutura literal); ab-rogante (quando conectando a uma interpretação sistemática, o intérprete
percebe que o sentido da norma vai de encontro ao de outra norma que lhe é superior hierarquicamente).
2) Interpretação Histórico-evolutiva e Sociológica: levam em consideração a estrutura momentânea ou
sua gênesis no tempo. Tércio Sampaio Ferraz Jr. reconhece a dificuldade de apresentar uma distinção precisa sobre
os dois instrumentais, uma vez que ambos se interpenetram. Na realidade, o que se quer é fazer com que o
intérprete desenvolva uma visão mais ampla da norma, saindo na busca dos chamados trabalhos preparatórios
(discussões parlamentares, por exemplo) como elementos auxiliares à construção do sentido histórico da norma.
Já, no que concerne ao levantamento das condições atuais (interpretação sociológica), deve-se buscar o
comportamento das instituições sociais no contexto em que tais fatos previstos pela norma ocorrem.
3) Interpretação Sistemática: enfrenta questões de compatibilidade num todo estrutural, ou seja,
compreende o ordenamento jurídico como um todo dotado de unidade e, por isso mesmo, regido por cânones de
hierarquia (norma superior prevalece sobre a inferior), temporalidade (norma mais nova revoga a norma mais
antiga) e especialidade (norma especial não revoga a norma geral, mas cria uma situação de coexistência, sendo
aplicada no que for esta especialidade);
4) Interpretação Teleológica e Axiológica: busca-se identificar, respectivamente, quais são os fins e quais
são os valores considerados pelo órgão legislativo como importantes. Segundo Ferraz Jr., seu movimento é inverso
quando comparado à interpretação sistemática, pois parte das consequências avaliadas na norma para só depois
retornar ao interior do sistema jurídico. Dessa forma, o intérprete tem que ser capaz de mover com as "previsões"
que o legislador faria, caso tivesse avaliado as consequências.
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horizonte comum. Logo, não há uma relação de apropriação pelo intérprete do texto, mas um diálogo, seguido de
perguntas e respostas, no qual o intérprete participa, "ouvindo" o que o texto tem a dizer.
Desse diálogo emerge a compreensão que, necessariamente, é algo muito maior que uma mera explicação
ou dissolução de uma obscuridade - como queriam os hermeneutas clássicos. Essa compreensão é sempre seguida
de uma reconstrução para a situação presente do intérprete, ou seja, de um ato conjunto e simultâneo de
aplicação.
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VALIDADE é, então, a condição de existência de uma norma jurídica que se dá quando esta encontra sua
existência autorizada por outra norma que lhe é superior. E, acima de todas as normas, inclusive da Constituição,
já que com esta não se confunde, temos a NORMA HIPOTÉTICA FUNDAMENTAL.
Para Kelsen, não há um método para definir ou avaliar as interpretações sobre uma norma a não ser a
própria validade. Se tal interpretação for considerada como válida, então ela pode ser aplicada. O ato de escolher
qual das múltiplas interpretações, para Kelsen, é DISCRICIONÁRIO e, por isso, só cabe à consciência do aplicador
do direito aquela escolha.
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f) MÁXIMA EFETIVIDADE: orienta os aplicadores a interpretarem as normas, a fim de que seja otimizada
sua eficácia, sem, contudo, alterar seu conteúdo. Para Novelino, a efetividade atua como um quarto plano da
norma (existência, validade, eficácia), significando a realização do Direito, a atuação pratica da norma, fazendo
prevalecer no mundo dos fatos os valores e interesses por ela tutelados (BARROSO). Costuma ser invocado no
âmbito dos direitos fundamentais, visando à realização concreta da sua função social. Para tanto, a CF consagrou
um conjunto de ações para garantir seu exercício (HC, HD, MS e MI).
Com o objetivo de evitar o enfraquecimento da normatividade, os princípios da forca normativa e da
máxima efetividade tem sido invocados para desconstituir, via rescisória, decisões de instância inferiores,
transitadas em julgado, baseadas em interpretação divergente da conferida ao dispositivo pelo STF (RE 328.812).
g) NA INTERPRETAÇÃO DAS LEIS CONFORME A CONSTITUIÇÃO: já que há a possibilidade de uma
pluralidade de sentidos em uma norma, ou seja, de variadas interpretações (em razão de sua abertura semântica),
a interpretação conforme a Constituição impõe uma análise de compatibilidade (adequação) de uma norma
infraconstitucional em face da Constituição, de modo que seu sentido esteja sempre em consonância (em
compatibilidade) com o padrão constitucional (com a Constituição), eliminando quaisquer outros que não se
adéquem a ele.
Ressalta-se que à luz de posicionamentos do STF, a interpretação conforme a Constituição se apresenta,
atualmente, como uma verdadeira técnica de controle de constitucionalidade, indo além de uma perspectiva
hermenêutica (como regra de interpretação).
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O método científico-espiritual atesta que a Constituição deve ter em conta as bases de valoração (ou ordens
de valores) subjacentes ao texto constitucional, bem como o sentido e a realidade que ela possui como elemento
do processo de integração- não apenas como norma-suporte, como queria Kelsen - mas, ainda, corno perspectiva
política e sociológica, de modo a absorver/superar conflitos, no sentido de preservar a unidade social. Por isso
mesmo, para Rudolf Smend a Constituição é a ordenação jurídica do Estado ou a dinâmica vital da vida estatal,
muito embora o Estado não esteja limitado aos momentos contemplados pela Constituição. Aqui, tanto a
Constituição quanto o Estado são vistos como fenômenos culturais ligados a valores, que funcionam como
elementos integradores supremos da comunidade. O recurso à ordem de valores obriga o intérprete a assumir o
sentimento e a realidade dessa comunidade e a compartilhar do mesmo sistema de valores que ela. Assume-se,
assim, o risco de reduzir o indivíduo à condição de mera peça, desprovida de qualquer diferença significativa ou
de relevo diante de uma imensa estrutura de engrenagens sociais.
Para Bulos, as constituições devem ser interpretadas de modo elástico e flexível, para acompanhar o
dinamismo do Estado, que é um fenômeno espiritual em constante transformação.
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(g) a concretização normativa, então, deve levar em conta dois elementos: um formado pelos conjunto de
domínios linguísticos resultantes da abertura semântica proporcionada pelo texto do preceito jurídico (programa
normativo) e outro, que diz respeito ao conjunto de domínios reais fáticos, abrangidos em função do programa
normativo, ou seja, a porção da realidade social tomada como estrutura fundamental e que o próprio programa
normativo autoriza a recortar (âmbito ou campo normativo).
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mais alto compondo o "projeto" constitucional de uma sociedade que se preze democrática, ao invés de uma
subserviência cega a uma leitura redutora do princípio democrático. Nesse sentido, enquanto os interpretativistas
vão afirmar que a solução adequada constitucionalmente para os dilemas e conflitos que surgem na seara jurídica
deve ser buscada (e trabalhada) na intenção dos criadores da Constituição, os não interpretativistas, de modo
geral, irão buscar as respostas nos valores (e tradições) advindos da própria sociedade.
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história encadeada, não podendo, portanto, ser descartado sem uma razão baseada em uma coerência de
princípios.
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precedentes; e) que os tribunais não devam emitir opiniões consultivas; f) que os tribunais devam seguir os
precedentes judiciais anteriores, mas não necessariamente as opiniões pessoais expressas no voto que não
tenham a força de precedente; g) que os tribunais devam exercer virtudes passivas associadas com a manutenção
do silêncio nas grandes questões cotidianas.
114. O QUE SÃO DECISÕES MAXIMALISTAS? EM QUAIS HIPÓTESES ELAS SÃO NECESSÁRIAS
SEGUNDO CASS SUNSTEIN?
Sunstein também explicita o que ele entende por maximalismo, sustentando que são maximalistas as
decisões judiciais que estabelecem "regras gerais para o futuro" além de "justificativas teóricas ambiciosas". São
decisões que vão ter como característica a "profundidade" (depth) e a "largura" (width). Essas decisões, em
determinados contextos e circunstancias são necessárias (o minimalismo não prevalece sempre, pois não é
absoluto, aliás, como nenhuma teoria interpretativa poderia ser, nos dizeres de Sunstein).
Segundo Sunstein, existem algumas hipóteses, nas quais pode ser recomendável uma construção de
argumentos apoiados em princípios mais amplos e abstratos, especialmente nos casos seguintes:
(i) quando alguma solução mais ampla pode reduzir os custos da incerteza da decisão para o próprio
tribunal e para as partes litigantes, estabelecendo condições para o planejamento prévio, fornecendo segurança
jurídica e previsibilidade aos atores na sociedade de um modo geral ou quando a falta de decisões claras podem
privar cidadãos de um suporte sólido para atuarem democraticamente.
(ii) quando uma postura mais ativista promove objetivos democráticos, ativando pré-condições essenciais
ao funcionamento da democracia deliberativa (ex: caso Brown versus Board of Education).
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116. QUAL A DIFERENÇA ENTRE PRINCÍPIOS E REGRAS?
Para CANOTILHO, princípios e regras diferenciam-se em razão do:
Grau de Abstração: princípios- grau de abstração elevado; regras, reduzida;
Grau de Determinabilidade (aplicação no caso concreto): princípios – carecem de mediações
concretizadoras tanto do legislador quanto do juiz; regras – aplicação direta;
Caráter de fundamentalidade no sistema de fontes do direito: princípios – natureza estruturante,
ocupando papel fundamental no ordenamento (princípios constitucionais);
Proximidade da ideia de direito: princípios – standards juridicamente vinculantes radicados na
ideia de justiça (Dworkin); regras- normas vinculativas com conteúdo meramente funcional;
Natureza normogenética: princípios são fundamentos de regras (função normogenetica
fundamentante).
Bobbio e Del Vecchio, segundo o CRITÉRIO QUANTITATIVO (Grau de Abstração ou de determinabilidade),
citam que as regras teriam baixa abstração e alta determinabilidade. Os princípios, por seu turno, possuem alta
abstração e baixa determinabilidade
ALEXY, em uma crítica à tese de Bobbio, aplica o CRITÉRIO QUALITATIVO, distinguindo-os segundo a forma
de aplicação em casos de colisões. Para o autor, as regras são aplicadas segundo o critério do tudo ou nada
(hipótese de incidência, sendo mandamentos definitivos e cujos conflitos entre elas se resolvem na dimensão da
validade – técnica de subsunção). Já os princípios são aplicados pela dimensão do peso/sopesamento
(mandamentos de otimização, passíveis de cumprimento em diferentes graus em razão das condições fáticas e
jurídicas existentes, preservação da integridade do direito).
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Requisito material- o grau de resistência de uma regra à sua superação está vinculado tanto à promoção
do valor subjacente à regra (valor substancial específico) quanto à realização do valor formal subjacente às regras
(valor formal de segurança jurídica).
Requisitos procedimentais (formais): i) uma justificação condizente, com demonstração de
incompatibilidade entre a hipótese da regra e sua finalidade subjacente somada à demonstração de que o
afastamento da regra não provocará expressiva insegurança jurídica; 2) uma fundamentação condizente, com
exteriorização racional e transparente das razões que permitem a superação, ou seja, por uma fundamentação
jurídica e logicamente estruturada; 3) comprovação condizente, demonstrando a ausência do aumento excessivo
de controvérsias, de incertezas e de arbitrariedades, bem como a inexistência de altos custos de deliberação.
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Dever de Equivalência (Critério x Medida): impõe certa proporção entre a medida adotada e o
critério que a dimensiona. Nessa hipótese, não há uma relação de causalidade, mas sim de
correspondência entre duas grandezas. Ex.: na fixação das penas, a punição deve ser equivalente
ao ato delituoso.
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f) abertura para decisões dotadas de preferências pessoais dos juízes (com a diluição da positividade-
juridicidade da Constituição – “decisionismos”);
g) irracionalidade metodológica; e
h) transformação da Constituição em uma ordem concreta de valores que seriam explicitados pelo Poder
Judiciário (guardião e tradutor de uma " pretensa" virtude cívica).
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que se destaca por tentar agir assim. Como consequência, um direito que apresente integridade é capaz de
sinalizar e nortear a aplicação dos princípios em face de cada caso concreto, que deve sempre ser tratado como
um evento único e irrepetível.
122. QUAL É A CRÍTICA DE VIRGÍLIO AFONSO DA SILVA COM RELAÇÃO AOS MÉTODOS E
PRINCÍPIOS DE INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL?
O sincretismo metodológico, característico do atual estágio da discussão sobre interpretação
constitucional, impede que se avance na discussão acerca da tarefa da interpretação constitucional. Comum às
análises sobre o tema é o fato de que esses métodos sejam apenas resumidamente explicados, não raro com
base apenas na obra de Canotilho sem que se chegue a qualquer conclusão sobre a relação entre os diversos
métodos, sua aplicabilidade e, principalmente, sobre a compatibilidade entre eles. Assim, não é de se estranhar
que, em trabalhos sobre métodos e princípios de interpretação constitucional, não costumam ser usados exemplos
concretos de sua possível aplicação prática.
As análises costumam limitar-se a expor a ideia teórica central de cada método. Isso é obviamente
insuficiente, pois métodos não são um fim em si mesmos, mas existem para serem aplicados. Por que, então, não
se encontram análises jurisprudenciais concretas com base nesse ou naquele método, isto é, por que não são
utilizados exemplos concretos da jurisprudência do STF - ou de outros tribunais - para que seja exposto como tais
casos teriam sido decididos se tivesse sido usado esse, aquele ou um conjunto de métodos? Talvez porque essa
demonstração seja impossível.
Sincretismo metodológico seria a utilização conjunta - ou a ideia de que essa possibilidade existe - da teoria
estruturante do direito e do sopesamento de direitos fundamentais. Para tanto, será utilizada a teoria dos direitos
fundamentais de Alexy.
Segundo Müller, a racionalidade e a possibilidade de controle intersubjetivo na interpretação e na
aplicação do direito só são possíveis por intermédio de uma concretização da norma jurídica após árdua análise
e delimitação do âmbito de cada norma. Depois dessa árdua tarefa, não há espaço para colisões, porque a norma
simplesmente se revela como não-aplicável ao caso concreto e não se vê envolvida, portanto, em nenhuma colisão
jurídica relevante. Logo, sem colisão, não há razão para sopesamento. O suporte fático de cada direito
fundamental é bastante restrito.
Já a ideia subjacente à teoria dos direitos fundamentais de Robert Alexy funda-se em premissa bastante
diversa. Alexy defende a tese de que os direitos fundamentais têm um suporte fático amplo. Isso significa,
principalmente, que toda situação que possui alguma característica que, isoladamente considerada, poderia ser
subsumida à hipótese de incidência de um determinado direito fundamental, deve ser considerada como
abrangida por seu suporte fático, independentemente da consideração de outras variáveis.
Não parece ser fácil defender, ao mesmo tempo, as teorias de Müller e Alexy, simplesmente porque ambas
partem de concepções irreconciliáveis acerca da definição dos deveres prima facie e definitivo de cada direito
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fundamental. Müller defende que a definição do âmbito de proteção de cada direito fundamental é feito de
antemão, por intermédio dos procedimentos e métodos de sua teoria estruturante e, principalmente sem a
necessidade de sopesamento, enquanto Alexy defende que não há decisões corretas no âmbito dos direitos
fundamentais que não sejam produto de um sopesamento.
No Brasil, contudo, ambas as teorias vem sendo defendidas como se fossem compatíveis entre si. Diante
disso, há o apego a uma lista de métodos e princípios de interpretação constitucional, de caráter meramente
formal, impossível de ser colocada em prática conjuntamente, já que pretende misturar o imisturável. Assim,
apenas emperra qualquer possibilidade de discussão real sobre o assunto e a elaboração de métodos ou critérios
que sejam adequados e, mais importante, realmente aplicáveis à interpretação constitucional em geral, e da
constituição brasileira em particular.
123. QUAL A CRITICA A HERMENÊUTICA JURÍDICA PÁTRIA EXARADA POR LÊNIO STRECK?
Segundo Lênio, há uma crescente necessidade de se colocar limites ao poder hermenêutico dos juízes. Não
é porque texto e norma são coisas distintas que a norma pode ser qualquer coisa, ao alvedrio do voluntarismo,
subjetivismo ou decisionismo do interprete.
Lênio é adepto do giro hermenêutico (ontológico-linguístico) e, com Gadamer, entende o processo de
compreensão a partir da consciência de nossa historicidade (da situação hermenêutica em que se encontra o
interprete) e dos efeitos da história, do "círculo hermenêutico" e da "fusão de horizontes" (interação circular entre
o passado e o presente, ou seja, entre mundo do objeto e o mundo daquele a que se propõe conhecê-lo), da
"diferença ontológica", do "diálogo" e da "linguisticidade".
Defende a construção de uma Teoria da decisão adequada ao Constitucionalismo contemporâneo, em
que temos alguns princípios que terão como função estabelecer padrões hermenêuticos que visarão a:
(I) preservar a autonomia do direito;
(II) estabelecer condições hermenêuticas para a realização de um controle da interpretação constitucional
(imposição de limites as decisões judiciais);
(III) estabelecer que a fundamentação das decisões é um dever fundamental dos juízes e Tribunais (o juiz
não pode fundamentar do jeito que bem quiser ou conforme sua consciência ou ideologias – ideia de
Accountability hermenêutico);
(IV) garantir que cada cidadão tenha sua causa julgada a partir da Constituição e que haja condições para
aferir se essa resposta está ou não constitucionalmente adequada (blindagem contra interpretações
deslegitimadoras e despistadoras do conteúdo que sustenta o domínio normativo dos textos constitucionais).
Ao fazer a sua crítica ao decisionismo judicial, Lênio Streck usa como alegoria a “Teoria da Katchanga”, que
descreve como uma livre autorização para o uso indiscriminado da lista de princípios e direitos fundamentais
previstos na Constituição, sendo desautorizado todo um sistema de lógica e objetividade fundamentativa para
adotar decisões arbitrárias, sem maiores preocupações com o regramento como um todo e com a fundamentação
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detalhada e objetiva, focado apenas na resolução do direito e na hábil solução dos conflitos por meio de um
decisionismo apressado.
O autor entende que devem ser refutadas quaisquer propostas que possam entender a "interpretação
como ato de vontade (ato de poder) do magistrado", sob pena de ferir a própria autonomia do direito (a força
normativa da Constituição) e a própria democracia. Assim, os desejos pessoais dos juízes devem ser suspensos.
Com fundamento em DworKin, defende que os juízes devem lançar mão de argumentos de princípios e não de
argumentos de políticas, garantindo, ainda, a integridade e a coerência
Com isso, independentemente das convicções pessoais ou ideológicas dos Juízes sobre a Justiça ou sobre o
direito, deve haver uma "restrição" a eles (independente e superior) que decorre da integridade, ou seja, da
responsabilidade política de buscar a melhor solução para o caso, interpretando o direito à melhor luz (solução
adequada à Constituição, ou seja, temos aí, um direito fundamental a que a Constituição seja cumprida.
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O parâmetro no Brasil é intermediário: texto constitucional [ADCT, emendas e o próprio corpo da
Constituição], princípios implícitos e tratados de direitos humanos aprovados na forma art. 3º, § 5º. O preâmbulo
da CF está excluído, porquanto possui mero valor axiológico/político; estão inadmitidas também as normas
infraconstitucionais, por mais relevante e materialmente constitucional que sejam.
Parâmetro, portanto, é a norma da constituição supostamente violada, ao passo que o objeto do controle
é o ato normativo infraconstitucional supostamente violador.
Assim, de acordo com STF, tirando o preâmbulo, todo o restante da Constituição (e ADCT) pode servir de
parâmetro, inclusive os princípios implícitos.
Com a EC 45/04, o art. 5º, § 3º, CF, passou prever que os tratados e convenções internacionais de direitos
humanos aprovados em dois turnos, com 3/5 dos votos dos membros, têm status de emenda à constituição e,
portanto, podem servir de parâmetro.
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Sendo assim, "que os tratados internacionais de direitos humanos em vigor no Brasil são também (assim
como a Constituição) paradigma de controle da produção normativa doméstica. É o que se denomina de controle
de convencionalidade das leis, o qual pode se dar tanto na via de ação (controle concentrado) quanto pela via de
exceção (controle difuso).
Em suma, para Mazzuoli existem quatro modalidades de controle: de legalidade, de supralegalidade, de
convenionalidade e de constitucionalidade.
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inconstitucionalidade por ação, ampliando ainda a legitimação para propor estas demandas, retirando a
exclusividade das mãos do Procurador Geral da Republica.
Modelo americano(difuso e concreto) sob forte influência de Rui Barbosa. Dizia Rui Barbosa: “a
1891 judicial review é matéria de hermenêutica e não de legislação” como forma de afastar o controle
abstrato, que conferiria ao juiz um papel de legislador.
constitucional segundo o STF no bojo das ADI’s 3.406/RJ e 3.470/RJ; ➢ Reserva de Plenário ou “Full
1934 Bench”, art. 97; ➢ Representação Interventiva ou declaração de inconstitucionalidade para evitar
intervenção federal [art. 36, III] que, na verdade, era ação cuja titularidade cabia ao PGR em que o STF
se manifestava sobre a constitucionalidade da Lei de Intervenção;➢ Mandado de Segurança.
Constituição de caráter ditatorial [Estado Novo – CF Polaca]: ocorrida decisão judicial com
declaração de inconstitucionalidade, o Presidente poderia por questões de “soberania nacional”
submeter a matéria ao Congresso Nacional, que, por 2/3, poderia restabelecer a validade da lei.
Ademais, se o Congresso não estivesse reunido por qualquer motivo, as atribuições passavam ao
1937 Presidente da República, que atuava nesses casos via Decreto-Lei: isto significa que ele poderia tornar
a decisão judicial sem efeito por Decreto-Lei isoladamente. No contexto em que Getúlio Vargas
controlava amplamente o Congresso – inclusive com o seu fechamento -, este modelo representou
ampla ascendência do Poder Executivo.
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Primeiro, há a ampliação do rol de legitimados da ADI. Isto gerou uma mudança radical no controle de
constitucionalidade: o STF passa a exercer de forma muito mais intensa o controle concentrado
abstrato após 1988, o que se soma ao processo de reconhecimento da existência de processos de massa
e com o aumento destas questões de massa torna-se necessária a criação de mecanismos que resolvam
tais problemas de forma molecular, o que revela uma maior importância do problema concentrado
abstrato em face do difuso concreto. Até a EC 16/65, vigia apenas o controle difuso e concreto; após
surge o concentrado abstrato, mas se mantém com uma menor relevância do que aquele; em 88, as
coisas se investem: a primazia é do concentrado abstrato. O que provoca o fenômeno, por sua vez, da
incorporação pelo controle concreto de características do abstrato: “abstrativização” ou “objetivação”
do controle de constitucionalidade, tais como a modulação dos efeitos temporais, ampliação das
possibilidades do amicus curiae, S.V., repercussão geral no caso do RE.
1988 Na CF 88, houve ainda:
➢ Criação da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental – ADPF, o STF
entendia que esta norma era de eficácia limitada e só poderia ser exercido quando regulamentado e o
foi pela Lei nº 9.882/99. ➢ Controle das omissões, que se dá por dois instrumentos criados pela CF
exclusivamente para isto: ADO e mandado de injunção.➢ Ampliação dos remédios [MI, HD, MS
coletivo] e manutenção dos demais que já existiam [MS, HC], bem como a ampliação de outras
existentes [Ação Popular, ACP].➢ Ação Declaratória de Constitucionalidade criada pela EC 3/93;➢
Instrumentos criados pela EC 45/04: ▪ SúmulaVinculante; ▪ Repercussão Geral no RE;▪
Alterações no RE [103, III, d];▪ Alterações na Representação Interventiva [36, III].
➢ Constitucionalização da Reclamação Constitucional que visa a garantir a competência do
STF ou a autoridade das suas decisões [102, I, ‘l’; ➢ Ação Direta de Inconstitucionalidade
estadual.
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é nula, o exame dever ser feito no caso concreto e cabe ao judiciário resolvê-lo.
Francês Inicialmente, não havia controle: se uma lei é fruto do parlamento, é fruto dos
representantes do povo, é fruto da vontade majoritária do povo e é, por natureza,
democraticamente legítima, não cabendo ao juiz, que não é eleito, invalidá-la. Posteriormente,
foi instituído o controle político preventivo através do Conselho Constitucional, que se dá sobre
o Projeto de Lei – ainda hoje realizado.
Muito recentemente, entre 2008 e 2010, surgiu a denominada “questão prioritária de
constitucionalidade”, que nada mais é do que a remessa de questão para controle pelo Conselho
Constitucional, uma vez admitida na Corte de Cassação [Direito Privado] ou Conselho de Estado
[Direito Público]. É hipótese de controle político, incidental e repressivo.
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A regra, o ato inconstitucional é ato nulo, já nasce morto (efeito ex tunc).
No Brasil, predomina a Teoria de nulidade, mas de forma flexibilizada, tendo em vista os princípios da
segurança jurídica e o da boa-fé. Assim, permite o direito brasileiro a modulação dos efeitos da decisão por razões
de segurança jurídica ou de excepcional interesse social. Essa técnica, que tem previsão legal em relação ao
controle concentrado, também vem sendo utilizada pelo STF em sede de controle difuso.
É admitida a modulação temporal dos efeitos da decisão, para fazer com que ela tenha efeito ex nunc (a
partir do trânsito em julgado) ou prospectivo (fixando um momento futuro). Pode ser modulado, ainda, o âmbito
de abrangência da decisão (“restringir os efeitos da declaração”).
A lei exige voto de 2/3 dos membros para que seja admitida a modulação.
É cabível a oposição de embargos de declaração para fins de modulação dos efeitos.
Info 780, STF: Depois da proclamação do resultado final, o julgamento deve ser considerado encerrado e,
por isso, mostra-se inviável a sua reabertura para discutir novamente a modulação dos efeitos da decisão.
Info 787, STF: A decisão do STF que declara a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade de preceito
normativo não produz automática reforma ou rescisão das decisões proferidas em processos anteriores em que
tenha sido adotado entendimento diverso. É necessário recurso ou rescisória, no prazo decadencial. Ademais, se
a decisão que transitou em julgado foi proferida com base no entendimento majoritário da época, não há que se
falar em rescisão.
Eficácia normativa (que retira do plano jurídico a norma, com efeito ex tunc) não se confunde com a eficácia
executiva/vinculante (efeito ex nunc). Os atos passados não estão submetidos ao efeito vinculante da sentença,
nem podem ser atacados por reclamação.
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
Ministro Luis Roberto Barroso, a análise de ADI é bifásica, sendo a primeira fase a de declaração da
inconstitucionalidade e a segunda, sobre a modulação. No caso avaliado, entretanto, Barroso disse que a votação
sobre modular os efeitos já estava concluída, sem se atingir o quórum.
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144. O QUE SE ENTENDE POR VÍCIO DE DECORO?
De acordo com Pedro Lenza, comprovada a existência de compra de votos, haveria mácula no processo
legislativo, caracterizadora de vício de decoro parlamentar (art. 55, § 1º, CF), a ensejar a inconstitucionalidade da
norma. Haveria mácula à essência do voto e ao conceito de representatividade popular.
Após o julgamento da AP 470, foram ajuizadas ADIs objetivando a declaração de inconstitucionalidade da
Reforma da Previdência (ECs 41 e 47), alegando-se aprovação mediante a compra de votos. Em parecer do PGR,
foi admitida a possibilidade de inconstitucionalidade em decorrência da compra de votos. Falou-se em “vício na
formação da vontade no procedimento legislativo”. No entanto, no caso concreto, o PGR entendeu não haver que
se falar em inconstitucionalidade, pois, ainda que desconsiderados os votos dos parlamentares condenados no
Mensalão, as emendas teriam sido regularmente aprovadas.
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devido processo legislativo, pelo que é considerado um controle concreto. Em caso de perda superveniente do
mandato parlamentar, o feito será extinto ≠ MS coletivo, que continuará para julgamento.
Já a Repressiva será exercida após a publicação da lei.
No Legislativo, ocorre em três hipóteses:
- Congresso, por decreto, pode sustar a parte dos decretos e regulamentos que exorbitar os limites legais. O
mesmo ocorre se o Presidente, na lei delegada, exorbitar os limites da resolução do Congresso.
- Controle em razão da inobservância pelo Executivo dos pressupostos constitucionais da medida provisória
(controle formal) e em razão do conteúdo tratado (controle material).
- Controle (concreto) pelo Tribunal de Contas. Súmula 347-STF.
Executivo:
- O chefe do Executivo pode negar cumprimento a um ato normativo que entenda ser inconstitucional, desde que
esta negativa seja motivada e lhe seja dada publicidade. O descumprimento só é admitido enquanto não houver
uma decisão do STF com efeito vinculante.
1ª corrente: mesmo após a CF 88, esta possibilidade existe (ADI 221-MC; REsp 23.121).
2ª corrente: após a CF 88, tal possibilidade deixou de existir, tendo em vista o fato de a CF atribuir legitimidade
ativa ao Presidente e ao Governador para propor ADI.
3ª corrente: a possibilidade de negativa permanece mas que deve ser acompanhada da propositura da respectiva
ADI.
Judiciário: exercido pelo controle difuso e pelo controle concentrado. O Brasil adota o sistema jurisdicional
de controle combinado ou misto.
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As decisões do STF em matéria constitucional são insuscetíveis de invalidação pelas instâncias políticas.
Isso, porém, não impede que seja editada uma nova lei, com conteúdo similar àquela que foi declarada
inconstitucional, já que o Poder Legislativo, em sua função típica de legislar, não fica vinculado às decisões
definitivas de mérito proferidas pelo STF em julgamento de ADI, ADC e ADPF. É superação da jurisprudência,
reação legislativa à decisão da Corte Constitucional com o objetivo de reversão jurisprudencial. É ativismo
congressual.
Em relação às funções fiscalizatória, administrativa e jurisdicional, o Legislativo fica vinculado. Ex.: Súmula
vinculante 13 (nepotismo).
O Tribunal de Contas fica vinculado, já que não exerce função legislativa. O mesmo ocorre com a CPI, que
tem função apenas fiscalizatória.
Quanto ao Executivo, entende-se que o chefe não fica vinculado em relação às competências ligadas ao
processo legislativo (Ex. MP, leis delegadas, iniciativa de projeto de lei, celebração de tratados internacionais).
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Essas expressões são empregadas pelo STF para designar aquelas situações de Inconstitucionalidade
flagrante, na qual não resta qualquer dúvida sobre a invalidade da norma. Segundo Pedro Lenza, o termo
‘inconstitucionalidade chapada foi utilizada inicialmente pelo Min. Sepúlveda Pertence. Citando ainda que Ayres
Brito falava inconstitucionalidade desvairada ou enlouquecida.
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- não viola o art. 97 da CF, a decisão de órgão fracionário do Tribunal que deixa de aplicar a norma
infraconstitucional por entender não haver subsunção aos fatos ou, ainda, que a incidência normativa seja
resolvida mediante a sua mesma interpretação, sem potencial de ofensa direta à CF (Info 848, STF).
156. O PARLAMENTAR AUTOR DO PROJETO DE LEI OBJETO DA ADI PODE SER ADMITIDO
NO PROCESSO COMO AMICUS CURIAE? E ESTE TEM DIREITO A SUSTENTAÇÃO ORAL?
Lenza entende que sim, ao argumento de que a atuação do parlamentar se reveste de representatividade,
desde que fique demonstrado que atua como representante ideológico de uma coletividade e não em busca
interesses egoísticos.
No entanto, o STF não vinha admitindo o ingresso de pessoa física como amicus curiae (o que foi alterado
pelo NCPC). Fundamentava sua decisão na inexistência de representatividade e no fato de o art. 7º, § 2º, da Lei
9.686/99 admitir somente a manifestação de órgãos ou entidades.
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de conferir efeitos erga omnes adecisões proferidas em sede de controle difuso/concreto de constitucionalidade.
Essa possibilidade encontra amparo, inclusive, na própria Constituição:
(a) artigo 52, X, CRFB/88: compete privativamente ao Senado, por resolução, suspender a execução, no
todo ou em parte, de leideclarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal; tem
prevalecido o entendimento no sentido de que a resolução tem eficácia ex nunc, embora Barroso sustente que
deveria ser ex tunc,porque a norma é inconstitucional desde o início.
(b) ECn° 45/04 – art. 103-A, CRFB/88: após reiteradas decisões acerca da validade, interpretação ou eficácia
de uma norma sobre a qual paire controvérsia atual, judicial ou administrativa, o STF pode editar súmula vinculante
pelo voto de 2/3 dos seus membros, que vinculará os demais órgãos do Poder Judiciário e a Administração Pública.
OBS: o STF não fica vinculado à súmula, podendo, inclusive deofício,revisá-la ou cancelá-la.
(c) o STF importou princípio de controle conhecido como transcendência dos motivos determinantes (os
motivos que fundamentam a declaração de inconstitucionalidade extrapolam os limites da demanda para alcançar
situações idênticas ou semelhantes). OBS. O STF não adota essa Teoria, apesar de o Ministro Gilmar Mendes ser
um de seus expoentes.
(d) repercussão geral (art. 102, §3°, CR): com a EC 45/04 (Reforma do Judiciário) mudou radicalmente o
modelo decontrole incidental, uma vez que os recursos extraordinários terão de passar pelo crivo da
admissibilidade referente à repercussão geral. Assim, com a adoção desse novo instituto haverá uma maximização
da feição objetiva do recurso extraordinário, que passou a ser um instrumento de molecularização de julgamento
em massa.
(e) Nas ADIs 3406 e 3470(Amianto), julgadas em 29.11.17, o STF julgou, incidentalmente, que o art. 2º da
Lei nº 9.055/95 é inconstitucional. Contudo, afirmou que, mesmo sendo incidental, tal decisão teria efeitos
vinculantes e erga omnes, independentemente de resolução do Senado Federal (Informativo 886);
(f) Nos REs 567.985/MT e 580963/PR, o STF realizou, expressamente, a reinterpretação de sua própria
decisão na ADI 1.232/DF (Amparo Social – LOAS). Dessa forma, a decisão dada nos REs, por ter alterado decisão
anterior proferida em sede de controle concentrado, teria também eficácia erga omnes e vinculante,
independentemente de manifestação do Senado Federal.
158. NAS ADIS 3406 E 3470 (AMIANTO), O STF ADOTOU A TEORIA DA TRANSCENDÊNCIA
DOS MOTIVOS DETERMINANTES OU A ABSTRATIVIZAÇÃO DO CONTROLE DIFUSO?
Há divergência.
Segundo o professor João Paulo Lordelo O caso foi de evidente atribuição de eficácia vinculante sobre
a fundamentação de decisão em controle concentrado. Houve, portanto, transcendência dos motivos
determinantes, pois foi conferido efeito vinculante a uma declaração incidental, que se encontrava na
fundamentação do acórdão em duas ADIs.
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
Transcendência dos motivos determinantes imprime efeito vinculante à ratio decidendi, ou seja, à parte
da fundamentação necessária e suficiente à conclusão do julgamento. Teoricamente, pode ocorrer em controle
difuso ou concentrado, mas o STF não vem adotando a técnica, aparentemente por uma questão política: o
incômodo que seria julgar um volume grande de reclamações ajuizadas diretamente lá;
Abstrativização do controle difuso: consiste em dar ao controle difuso o tratamento do controle
concentrado, conferindo eficácia vinculante e erga omnes ao dispositivo, para além das partes (o que pode ocorrer
em Recurso Extraordinário e HC, por exemplo).
Segundo Márcio Cavalcante Apesar de essa nomenclatura não ter sido utilizada expressamente pelo
STF no julgamento, o certo é que a Corte mudou seu antigo entendimento e passou a adotar a abstrativização do
controle difuso.
Em uma explicação bem simples, a teoria da abstrativização do controle difuso preconiza que, se o Plenário
do STF decidir a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei ou ato normativo, ainda que em controle
difuso, essa decisão terá os mesmos efeitos do controle concentrado, ou seja, eficácia erga omnes e vinculante.
Para essa corrente, o art. 52, X, da CF/88 sofreu uma mutação constitucional e, portanto, deve ser
reinterpretado. Dessa forma, o papel do Senado, atualmente, é apenas o de dar publicidade à decisão do STF. Em
outras palavras, a decisão do STF, mesmo em controle difuso, já é dotada de efeitos erga omnes e o Senado apenas
confere publicidade a isso.
95
Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
Segundo o art. 52, X, CR/88, cabe ao Senado suspender a lei declarada inconstitucional pelo STF em controle
difuso, no todo ou em parte, conferindo eficácia erga omnes à decisão. Pela doutrina majoritária, o Senado não
está vinculado à decisão do STF, existindo um campo de discricionariedade para decidir pela suspensão ou não da
norma e sua extensão. O Senado tem competência para suspender norma federal, estadual e municipal.
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
NÃO PODEM SER OBJETO DE CONTROLE CONCENTRADO: a) Súmulas: por não possuírem grau de
normatividade qualificada pela generalidade e abstração, mesmo no caso de súmula vinculante. No caso de SV, há
procedimento de revisão. b) Regulamentos ou decretos regulamentares expedidos pelo Executivo e demais atos
normativos secundários: por não estarem revestidos de autonomia jurídica. Trata-se, no caso, de questão de
legalidade, por inobservância do dever jurídico de subordinação normativa à lei. Decreto que não regulamente lei
alguma: poderá haver ADI para discutir observância do princípio da reserva legal. c) Normas constitucionais
originárias: presunção absoluta de constitucionalidade. No caso de conflito entre si, deve haver harmonização,
segundo caso concreto (princípio da unidade, concordância prática). d) Atos estatais de efeitos concretos: por não
possuírem densidade jurídico-material (densidade normativa) –) Respostas emitidas nas consultas ao TSE: por se
tratar de ato de caráter meramente administrativo, não possuindo eficácia vinculativa aos demais órgãos do Poder
Judiciário; e) Atos normativos já revogados ou de eficácia exaurida: porque a sua eventual declaração teria valor
meramente histórico. OBS: Se a revogação ou a perda de vigência da lei ou ato normativo ocorrer já no curso da
ação de inconstitucionalidade: STF entende pela perda do objeto, com a prejudicialidade da ação, devendo os
efeitos residuais concretos que possam ter sido gerados pela aplicação da lei ou ato normativo não mais existente
ser questionados na via ordinária, por intermédio do controle difuso de constitucionalidade. Exceções: fraude
processual; repetição em outra norma de igual conteúdo; não ter sido o STF informado antes do julgamento.
Gilmar Mendes tem posição diferente sobre a regra: princípios da máxima efetividade e da força normativa da
CRFB; ATENÇÃO: e) Normas anteriores à Constituição: se incompatíveis são revogadas (não-recepcionadas), não
se podendo falar em inconstitucionalidade superveniente. (Conflito de leis no tempo, e não hierárquico). Pode
caber ADPF para, de forma definitiva e com eficácia geral, solver controvérsia relevante sobre a legitimidade do
direito ordinário pré-constitucional em face da nova Constituição.
Os legitimados universais são aqueles que não precisam demonstrar pertinência temática. Já os legitimados
especiais só poderão propor essas ações se demonstrarem a existência de relação causal entre o objeto impugnado
e o interesse por eles defendido.
97
Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
exceto se restrita a uma área menor (ex: Sal)
PGR - no controle de constitucionalidade, atua na condição de custus constituitionis, ou seja, como fiscal
da supremacia da Constituição (art. 103, § 1º, da CR). Segundo o STF deve emitir parecer, inclusive quando autor
e pode opinar pela improcedência do pedido feito por ele mesmo.
A interpretação dos legitimados costuma ser feita de maneira restritiva.
A entidade de classe tem que ser representativa dos interesses de uma determinada categoria
profissional, social ou econômica. O STF tem admitido a legitimidade de associações compostas por pessoas
jurídicas (“associações de associações”).
Info 826, STF: Associação que abranja apenas uma fração da categoria profissional não possui legitimidade
para ADI/ADPF de norma que envolva outros representados.
Para verificação do caráter nacional, em regra, aplica-se o art. 7º da Lei 9.096/95 (partidos políticos) – deve
haver a presença em 1/3 dos Estados da federação (9 estados).
STF: Os Conselhos de Fiscalização Profissional de âmbito nacional podem ajuizar ADI, ADC e ADPF? NÃO,
pois não estão no rol do art. 103 da CF/88, que é taxativo. Tais conselhos não se ajustam à noção de entidade de
classe, expressão que designa tão somente aquelas entidades vocacionadas à defesa dos interesses dos membros
da respectiva categoria ou classe de profissionais. Exceção: o Conselho Federal da OAB. Por outro lado, os
conselhos profissionais podem ajuizar ACP, já que são autarquias e, portanto, estão incluídos no rol do art. 5º da
Lei 7.347.
Partido político deve ter pelo menos um representante no CN. A legitimidade ativa do partido político deve
ser aferida apenas no momento de propositura da ação.
Não tem capacidade postulatória (dependem de advogado): partidos políticos, confederações sindicais e
entidades de classe de âmbito nacional.
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
de manifestação do AGU, sem obrigatoriedade de defesa do ato impugnado, notadamente quando há um
interesse da União na declaração de inconstitucionalidade da lei. O AGU não deve ser entendido como parte, e sim
como uma instituição que é chamada para se manifestar, podendo dizer o que entende, na defesa dos interesses
da União.
167. QUANDO SURGIU O EFEITO VINCULANTE? E O QUE VEM A SER A TEORIA EXTENSIVA
DO EFEITO VINCULANTE?
As decisões proferidas no modelo concentrado de constitucionalidade são de observância obrigatória para
aos demais órgãos do Poder Judiciário e para a Administração Pública (102, §2º). O efeito vinculante surge com a
EC nº 03/93, para a ADC.
Além disso, pela teoria extensiva do efeito vinculante, a coisa julgada além da parte dispositiva,
abrangendo os fundamentos determinantes da decisão (também chamada de teoria da transcendência dos
motivos determinantes). Em geral, os autores entendem que o fundamento determinante é aquele que não pode
ser modifica dos em alteração da parte dispositiva. É a ratio decidendi (razões de decidir)– elemento básico da
decisão. Distingue-se do obter dictum (questões paralelas). A lógica que inspira o efeito vinculante é a de reforço
da posição da corte constitucional. Assim, a corte formula uma regra geral (contida nos fundamentos
determinantes) que não pode ser descumprida. Assim, fixa-se um modelo,cujo descumprimento enseja a
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
reclamação. Atualmente, contudo, não se tem admitido a utilização de tal teoria, nem a reclamação fundada na
transcendência dos motivos determinantes do acórdão com efeito vinculante. (STF, Rcl 22012/RS, DJ 12.09.2017).
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
171. O QUE OCORRE NO CASO DE TRAMITAÇÃO SIMULTÂNEA DE AÇÕES – NO CASO DE
LEI ESTADUAL QUESTIONADA PERANTE A CONSTITUIÇÃO FEDERAL NO STF, E
PERANTE A CONSTITUIÇÃO DO ESTADO PERANTE O TJ LOCAL?
No caso de tramitação simultânea de ações (lei estadual perante a CR no STF e perante a CE no TJ local–
quando há norma da Constituição República repetida na Constituição Estadual: deve-se suspender a ação no TJ
local até o julgamento da ADI no STF.
Caso haja repetição de norma da CRFB na CE: possível controle perante o TJ local, confrontando lei
municipal em face da CE que repetiu norma da CRFB.
Não cabe ADI no STF em face de lei municipal.
O acesso direto só é possível via ADPF.
Na análise de compatibilidade de lei municipal com a Lei Orgânica do Município, o controle é de
legalidade.
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
EFEITOS DA DECISÃO: Considerando tratar-se de Ação de caráter dúplice/ambivalente, nos termos do
artigo 24 da Lei nº 9.868/99 “Proclamada a constitucionalidade, julgar-se-á improcedente a ação direta ou
procedente eventual ação declaratória; e, proclamada a inconstitucionalidade, julgar-se-á procedente a ação
direta ou improcedente eventual ação declaratória. Regra geral, possui os seguintes efeitos: (a) erga omnes (b) ex
tunc (c) efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Judiciário e à Administração.
Entretanto, poderá ser dado efeito diverso.
– MODULAÇÃO DOS EFEITOS, por motivos de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá
o STF, por manifestação qualificada de 2/3 de seus membros (8 Ministros), declarar a inconstitucionalidade de lei
ou ato normativo sem a pronúncia de sua nulidade, restringindo os efeitos da referida declaração ou decidindo
que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado, ou seja,
atribuindo-lhe efeito ex nunc, nos termos do artigo 27 da Lei nº 9.868/99, que só terão início a partir do trânsito
em julgado da decisão (e não a partir da publicação da ata de julgamento no DJU). Possível: Interpretação
conforme a Constituição; Declaração de nulidade parcial sem redução de texto .
PROCEDIMENTOS
MÉRITO CAUTELAR SUMÁRIO
Petição Inicial Petição Inicial Petição Inicial
Amicus Informações (30d) Informações (5d) Informações (10d)
Curiae AGU (15d) AGU/PGR(3d): ouvidos apenas se Relator AGU (5d)
PGR (15d) considerar necessário; PGR (5d)
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
Perícias,Audiências
Públicas,Informações - -
adicionais - ADI 855
Julgamento:
a) Deferida: ef vinculante; requisitos –
Julgamento Constitucional Julgamento Constitucional
1) norma aparentemente
Inconstitucional Inconstitucional
inconstitucional;
Efeitos: vinculantes, “erga Efeitos: vinculantes,
2) aplicação geraria insegurança.
omnes” e “erga omnes” e
b) Indeferida - sem efeito vinculante,
“ex tunc” “ex tunc”
não quer dizer que a norma seja
inconstitucional. 179. O
QUE ACONTECE CASO O ATO NORMATIVO QUE ESTAVA SENDO IMPUGNADO NA ADI
SEJA REVOGADO ANTES DO JULGAMENTO DA AÇÃO?
De acordo com STF, em regra, haverá perda superveniente do objeto e a ADI não deverá ser conhecida
(Info 824, STF).
Exceção 1: não haverá perda do objeto caso fique demonstrado que houve "fraude processual", ou seja,
que a norma foi revogada a fim de evitar que o STF a declarasse inconstitucional e anulasse os efeitos por ela
produzidos, ex tunc.
Exceção 2: não haverá perda do objeto se ficar demonstrado que o conteúdo do ato impugnado foi
repetido, em sua essência, em outro diploma normativo. Ex. norma do CPC 73 repetida no CPC 2015. Não houve
desatualização significativa no conteúdo do instituto.
Exceção 3: não haverá perda do objeto caso o STF tenha julgado o mérito da ação sem ter sido comunicado
previamente que houve a revogação da norma atacada. Entender o contrário permitira a manipulação da decisão
do STF (Info 845).
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
182. CABE NOVA ADI CONTRA LEI QUE JÁ FOI JULGADA CONSTITUCIONAL NO ASPECTO
FORMAL?
Sim, O fato de o STF ter declarado a validade formal de uma norma não interfere nem impede que ele
reconheça posteriormente que ela é materialmente inconstitucional. (STF. ADI 5081/DF)
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
189. QUAL O CONCEITO, FINALIDADE E OBJETO DA AÇÃO DIRETA DE
INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO – ADI POR OMISSÃO?
A AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO, esta disposta no art 103, §2º e art 12-A a
12-H Lei 9868/99.
CONCEITO: a ação pertinente para tornar efetiva norma constitucional em razão de omissão de qualquer
dos Poderes ou de órgão administrativo.
OMISSÃO INCONSTITUCIONAL: ausência de norma ou ato infraconstitucional que impeça a ampla
aplicação da norma constitucional de eficácia limitada. Viola princípios da proibição do retrocesso; garantia do
mínimo existencial e dignidade da pessoa humana.
FINALIDADE: tornar efetiva norma constitucional de eficácia limitada, não regulamentada por omissão do
Poder Público ou órgão administrativo.
OBJETO da ADI por Omissão é amplo: a) inércia do Legislativo em editar atos normativos primários; b)
inércia do Executivo em editar atos normativos secundários, como regulamentos e instruções; c) inércia do
Judiciário em editar os seus próprios atos.
191. APÓS AJUIZADA, PODE HAVER A PERDA DO OBJETO DA ADI POR OMISSÃO?
Sim, de acordo com o STF há a perda de objeto da ADI por omissão pendente de julgamento se a norma
que não tinha sido regulamentada é revogada; ou ainda se é encaminhado projeto de lei ao Congresso Nacional
sobre a referida matéria (desencadeado o processo legislativo, não há que se cogitar de omissão inconstitucional
do legislador).
Contudo, a inércia deliberanda das Casas Legislativas pode ser objeto da ADI por omissão: STF reconhece a
mora do legislador em deliberar, declarando a inconstitucionalidade por omissão.
192. QUAIS OS TIPOS DE OMISSÃO PODEM SER ARGUIDOS NA ADI POR OMISSÃO?
TIPOS DE OMISSÃO: pode ser a) total (não há cumprimento do dever constitucional de legislar; Ex.: Art.
37, inciso VII, da CRFB); ou b) parcial (há lei infraconstitucional integrativa, porém insuficiente). b1) Omissão
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
parcial propriamente dita: lei existe, mas regula de forma deficiente (Ex.: Art. 7º, inciso IV, da CRFB); b2)Omissão
parcial relativa (ou “exclusão de benefício incompatível com o princípio da igualdade”):lei existe, outorgando
determinado benefício a uma certa categoria, deixando de conceder a outra que também deveria ter sido
contemplada (Ex.: Súmula 339 do STF).
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
regulamentadora ou da medida para medida para torna-la efetiva ou viabilizar o
torna-la efetiva ou viabilizar o exercício exercício do direito. Normalmente é do CN,
do direito. Normalmente é do CN, exceto nos casos de iniciativa exclusiva. O STF
exceto nos casos de iniciativa exclusiva. não tem admitido nem litisconsórcio passivo.
Decisão de Dar ciência ao poder I - determinar prazo razoável para edição
mérito competente para a adoção das da norma regulamentadora;
providências necessárias. Se for órgão II - estabelecer as condições em que se
administrativo, fixa-se prazo de 30 dias. dará o exercício dos direitos, das liberdades ou
O prazo pode ser excepcionalmente das prerrogativas reclamados ou, se for o caso,
alterado (para mais ou para menos) pelo as condições em que poderá o interessado
tribunal, de acordo com as promover ação própria visando a exercê-los, caso
circunstâncias do caso e com o interesse não seja suprida a mora legislativa no prazo
público envolvido. determinado.
Para o legislador, o STF faz Obs: será dispensada a determinação a
apenas sugestão de prazo (separação de que se refere o inciso I quando comprovado que
poderes). o impetrado deixou de atender, em MI anterior,
Quórum de presença: 2/3. ao prazo estabelecido para a edição da norma.
Quórum votação: maioria absoluta.
Liminar É possível. Requisitos mais Não cabe liminar em MI.
exigentes: excepcional urgência e
relevante interesse.
Quórum de presença: 2/3.
Quórum de votação: maioria absoluta.
Se a omissão for parcial, a cautelar é de
suspensão do ato. Se for total, podem
ser suspensos processos judiciais e
administrativos ou ser adotada outra
medida.
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
195. QUAL A COMPETÊNCIA PARA JULGAR A ADI POR OMISSÃO? LEGITIMADOS E O
PROCEDIMENTO?
COMPETÊNCIA: (Art. 103, § 2º, CRFB, c.c., analogicamente, art. 102, I, “a”, CRFB) - STF. Segundo o Min.
Gilmar Mendes a Inconstitucionalidade por omissão de órgãos legislativos estaduais em face da CRFB/88, a
competência é perante oSTF.
LEGITIMIDADE: São os mesmos legitimados para a propositura da ação direta de inconstitucionalidade (Art.
103 da CRFB), inclusive, com as observações sobre a pertinência temática para alguns deles.
PROCEDIMENTO: Lei 9868/99: praticamente idêntico ao da ADI, com peculiaridades: a) relator poderá
solicitar a manifestação do AGU, a ser encaminhada em 15 dias (art. 12-E, §2º), após a manifestação das
autoridades responsáveis pela omissão. Citação do AGU não é obrigatória.
Ato de órgão administrativo: Em se tratando de órgão administrativo, a mora deve ser suprida em 30 dias,
ou em prazo razoável a ser estipulado excepcionalmente pelo Tribunal, tendo em vista as circunstâncias específicas
do caso. Caso o órgão não supra a omissão no prazo, incorrerá em crime de responsabilidade.
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
FINALIDADE: declarar constitucionalidade de lei ou ato normativo (apenas federal), transformando
presunção relativa (iuris tantum) em absoluta (iure et iure), afastando quadro de incerteza sobre a validade ou
aplicação da aludida lei.
COMPETÊNCIA: originária do STF (art. 102, I, a, CRFB). LEGITIMIDADE: mesmos para a ADI.
PROCEDIMENTO: praticamente mesmo da ADI, com observações: petição inicial deve indicar: a) dispositivo
da lei ou ato normativo questionado e fundamentos jurídicos do pedido; b) pedido, com especificações; c)
existência de controvérsia judicial relevante sobre aplicação da disposição objeto da ADC (ADC 1: controvérsia
judicial relevante: a) STF: controvérsia dentro do Poder Judiciário (jurisprudencial); b) Gilmar Mendes: controvérsia
jurídica. Como a lei possui presunção de constitucionalidade, se alguns juízes a tem declarado inconstitucional, já
está caracterizada a controvérsia; c) relevância: possibilidade de ocasionar insegurança jurídica em boa parte do
território nacional). Deve conter cópias do ato normativo questionado e dos documentos necessários para
comprovar procedência do pedido de declaração de constitucionalidade (art. 14, da Lei nº 9.868/99). Petição inicial
será liminarmente indeferida pelo relator se for: inepta, não fundamentada, ou manifestamente improcedente.
Contra essa decisão cabe agravo. O AGU não será citado, pois não há ato ou texto a ser defendido. Vista dos autos
ao PGR, para se pronunciar em 15 dias (art. 19, Lei nº 9.868/99). Havendo pedido cautelar, decisão sobre a liminar
pode ser antes da manifestação do PGR. Caso haja necessidade de esclarecimento de matéria ou circunstância de
fato; ou de notória insuficiência das informações existentes nos autos: pode relator requisitar informações
adicionais, inclusive, a Tribunais Superiores, Tribunais federais e estaduais acerca da aplicação da norma
questionada no âmbito de sua jurisdição, designar perito ou comissão de peritos ou fixar data para ouvir
depoimentos em audiência pública (art. 20, §1º a 3º, Lei 9.868/99). QUÓRUM - Decisão será dada pela maioria
absoluta dos membros do STF (6), presente o número mínimo de 2/3 dos ministros (8).
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
201. QUAIS OS EFEITOS DA DECISÃO DA AÇÃO DECLARATÓRIA DE
CONSTITUCIONALIDADE?
EFEITOS DA DECISÃO: Regra geral, decisão proferida em ADC será: (a) erga omnes(contra todos); (b) ex
tunc; (c) vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à Administração Pública, direta ou indireta,
federal, estadual, municipal e distrital.
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
discutir-se uma norma retirada do ordenamento em razão da inconstitucionalidade reconhecida.
Problemática: efeito vinculante das decisões de ADI e ADC!
Resumo da ADC
PROCEDIMENTO ADC
MÉRITO CAUTELAR
Petição Inicial Petição Inicial
AMICUS CURIAE:
PGR (15d) PGR (3d) - se o relator considerar necessário
ingresso s/
Perícias, audiências
previsão legal -
públicas.
Julgamento: caráter dúplice: declara Julgamento: tanto concessão quanto
constitucional ou não denegação
Efeitos Vinculantes, “erga omnes” e “ex tunc”. tem efeito vinculante
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
211. O TJ PODE EXERCER CONTROLE ABSTRATO DE CONSTITUCIONALIDADE DE LEIS
MUNICIPAIS COM PARÂMETRO NA NORMA DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL?
Sim, os Tribunais Estaduais podem exercer controle abstrato de constitucionalidade de leis municipais
utilizando como parâmetro normas da Constituição Federal, desde que se trate de normas de reprodução
obrigatória pelos estados. STF. Plenário. RE 650898/RS, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto
Barroso, julgado em 1º/2/2017 (repercussão geral).
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
de constitucionalidade, mesmo que seja para a interposição de recurso extraordinário. STF. Plenário. ADI 5814
MC-AgR-AgR/RR, Rel. Min. Roberto Barroso; ARE 830727 AgR/SC, Rel. para acórdão Min. Cármen Lúcia,
julgados em 06/02/2019 (Info 929).
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
determinação de que se suspenda o andamento de processo ou os efeitos de decisões judiciais ou
administrativas ou de qualquer outra medida que apresente relação com a matéria objeto da representação
interventiva.
PONTO 4 - PREÂMBULO DA CONSTITUIÇÃO. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS. DIREITOS E
GARANTIAS FUNDAMENTAIS.
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
Portanto, as garantias fundamentais são também direitos, chamados “direitos-garantia”, pois são
destinados à proteção de outros direitos. Não existem por si mesmas, mas para amparar, tutelar e efetivar
direitos.
Assim, os Direitos fundamentais são direitos ou posições jurídicas que investem os seres humanos,
individual ou institucionalmente considerados, de um conjunto de prerrogativas, faculdades e instituições
imprescindíveis a assegurar uma existência digna, livre, igual e fraterna a todas as pessoas. Compõem um núcleo
intangível de direitos dos seres humanos submetidos a uma determinada ordem jurídica. São cláusulas pétreas e
estão previstos no art. 5º da CF/88, sendo que, segundo o STF, estão espalhados em diversos artigos da Carta
Magna.
Cabe ainda salientar que no ordenamento jurídico pode ser feita uma distinção entre normas declaratórias,
que estabelecem DIREITOS e normas assecuratórias (GARANTIAS), que asseguram o exercício desses direitos.
Porém, convém ressaltar que as garantias de direito fundamental não se confundem com os REMÉDIOS
CONSTITUCIONAIS, pois aquelas são de conteúdo mais abrangente, incluindo todas as disposições assecuratórias
de direitos previstos na Constituição.
As garantias constitucionais marcaram consideravelmente o Estado Liberal e até hoje não perderam a
serventia protetora tanto da Constituição como dos direitos fundamentais. Sofreram alargamento, visto que não
ficaram tão-somente circunscritas à guarda dos direitos fundamentais na projeção clássica do liberalismo.
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
b) Garantias-INSTITUCIONAIS: consistem no sistema de proteção organizado para a defesa e efetivação dos
direitos: o sistema judiciário, as defensorias públicas e todas as instituições organizadas para a proteção dos
direitos.
c) Garantias-INSTRUMENTAIS: além das garantias gerais destinadas à proteção dos direitos fundamentais,
a CF previu um conjunto especial de garantias instrumentais com que a pessoa pode reivindicar do Poder Judiciário
a prevenção e correção de ilegalidades que ameaçam ou ferem direitos individuais e coletivos. São as denominadas
ações constitucionais ou REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS: habeas corpus, mandado de segurança, mandado de
segurança coletivo, mandado de injunção, habeas data, ação popular e a ação civil pública.
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
• Irrenunciabilidade ou indisponibilidade - Geralmente, são irrenunciáveis, pois não são disponíveis, mas
seus titulares podem deixar de exercê-los. Não podem ser dispostos da forma como convier ao indivíduo, ao menos
em regra. Doutrina contemporânea, de visão mais arejada, prega que somente pode-se alegar indisponibilidade
quando não existir uma renúncia válida, ou seja, quando o indivíduo por um motivo qualquer (por exemplo,
avançada idade) não puder exercer seu arbítrio sem imperativos externos.
• Indivisibilidade - Os direitos fundamentais são um conjunto, não podem ser analisados de maneira
separada, isolada (o desrespeito a um deles é, na verdade, o desrespeito a todos).
• Proibição de retrocesso - impede a revogação de normas garantidoras de direitos fundamentais e a
implementação de políticas públicas de enfraquecimento de direitos fundamentais (efeito cliquet).
• Concorrência - Podem ser exercidos cumulativamente por um mesmo titular.
• Aplicabilidade imediata - Conforme se lê no § 1º do art. 5º da Carta Política brasileira, “as normas
definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata”. O texto se refere aos direitos
fundamentais em geral, não se restringindo apenas aos direitos individuais. Os direitos fundamentais não são
meramente normas matrizes de outras normas, mas são também, e sobretudo, normas diretamente reguladoras
de relações jurídicas. Assim, a própria CRFB autoriza que os operadores do direito, mesmo à falta de comando
legislativo, venham a concretizar os direitos fundamentais pela via interpretativa. Há, contudo, normas
constitucionais, relativas a direitos fundamentais, que, evidentemente, não são auto aplicáveis. Carecem da
interposição do legislador para que produzam todos os seus efeitos. Em razão disso, a doutrina entrevê no art. 5º,
§ 1º, da Constituição Federal uma norma princípio, estabelecendo uma ordem de otimização, uma determinação
para que se confira a maior eficácia possível aos direitos fundamentais.
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Segundo os juspositivistas, são direitos positivos, estabelecidos pela lei, que só existem na medida em que
são incorporados ao direito positivo de um determinado Estado.
Na visão de José Afonso da Silva (positivista), possuem natureza jurídica de direitos constitucionais na
medida em que se inserem no texto de uma constituição ou mesmo constem de simples declaração solenemente
estabelecida pelo poder constituinte. São direitos que nascem e se fundamentam, portanto, no princípio da
soberania popular.
Tem por finalidade básica o respeito à dignidade, por meio de sua proteção contra o arbítrio do poder
estatal, e o estabelecimento de condições mínimas de vida e desenvolvimento da personalidade humana pode ser
definido como direitos humanos fundamentais.
Abrange expressamente os brasileiros e estrangeiros residentes no país. No entrando, a doutrina estende
a qualquer pessoa, sejam estrangeiros ou apátridas, naturais ou jurídicas, que disponham de capacidade de fato
ou de direito.
228. E O QUE SE ENTENDE POR "TEORIA DOS QUATRO STATUS" NOS DIREITOS
FUNDAMENTAIS?
Criada no final do século XIX por Georg Jellinek, importante jurista e filósofo, a Teoria dos Quatro Status de
Jellinek indica quatro posições que um indivíduo pode ficar frente ao Estado. São elas: passiva, ativa, negativa e
positiva.
1) status passivo (subjectionis): o indivíduo está subordinado aos poderes estatais – ordens e proibições,
sendo detentor de deveres com o mesmo. Isso quer dizer que o Estado pode submeter o indivíduo às suas ordens.
Exemplo: as leis que indicam determinada proibição.;
2) status negativo (negativus ou libertatis): ao indivíduo é reconhecida uma esfera individual de liberdade
imune à intervenção estatal, indica a liberdade do indivíduo em relação ao Estado, podendo agir, em algumas
situações, livre da atuação do Poder Público. Exemplo: a liberdade de expressão – exceto as proibições do status
passivo.
3) status positivo (positivus ou civitatis): ao indivíduo é possível exigir do Estado determinadas prestações
positivas, é a possibilidade do indivíduo exigir do Estado alguma prestação, devendo o Poder Público agir de forma
positiva em favor desse indivíduo. Exemplo: a possibilidade do indivíduo exigir, por exemplo, direito à saúde.;
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4) status ativo (activus): possibilita ao indivíduo participar ativamente da formação da vontade política
estatal, é aquela em que o cidadão exerce seus direitos políticos. Assim, existe a possibilidade do indivíduo
interferir na vontade do Estado. Exemplo: o direito ao voto.
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a) a imprecisão terminológica do termo “gerações”: conduz à ideia de substituição de uma geração pela
subsequente.
b) a ausência de verdade histórica: decorre da excessiva simplificação da realidade, desprezando, por
exemplo, o fato de haver a previsão de direitos sociais e culturais já nos primeiros documentos constitucionais do
século XVIII. No Brasil, por exemplo, a Constituição de 1824 garante os “socorros públicos”.
c) defeito funcional: teoria das gerações afirma que cada geração de direitos corresponde a uma função,
distinguindo a primeira geração, em que os direitos possuiriam função de defesa, da segunda geração em que os
direitos possuiriam função prestacional. Ocorre que essa distinção funcional em gerações baseia-se em uma falsa
dualidade. Trata-se da equivocada noção de que os direitos de primeira geração seriam negativos, que não
exigiriam um fazer por parte do Estado, sendo, portanto, não onerosos, o que, supostamente, os diferenciaria dos
direitos de segunda e terceira gerações, que seriam direitos prestacionais, exigindo uma conduta positiva por parte
do Estado, implicando no gasto de verbas públicas. Na realidade, todos os direitos fundamentais exigem do Estado
um complexo de ações de fazer e não-fazer.
d) o problema da fragmentação: a teoria gera o isolamento dos direitos em gerações, atribuindo diferentes
funções a cada grupo de direitos, o que contrasta com a característica da indivisibilidade dos direitos fundamentais,
exortada pela Declaração de Viena de 1993.
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
Assim, quando nos referimos aos direitos fundamentais como direitos subjetivos, devemos ter em mente
a noção de que ao titular de um direito fundamental é aberta a possibilidade de impor judicialmente seus
interesses juridicamente tutelados perante o destinatário (obrigado).
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
233. O QUE É A EFICÁCIA VERTICAL, HORIZONTAL, DIAGONAL E EFICÁCIA VERTICAL
COM REPERCUSSÃO LATERAL?
• Eficácia vertical - A História aponta o Poder Público como o destinatário precípuo das obrigações
decorrentes dos direitos fundamentais. A finalidade para a qual os direitos fundamentais foram inicialmente
concebidos consistia, exatamente, em estabelecer um espaço de imunidade do indivíduo em face dos poderes
estatais. Tal proteção, expressada nas relações entre os cidadãos (posição de inferioridade) e os poderes públicos
(posição de superioridade), tem sido denominada de eficácia vertical dos direitos fundamentais.
• Eficácia horizontal - Com a evolução dos direitos fundamentais, fica óbvio que os particulares também
precisam respeitá-los, o que leva à eficácia horizontal: o reconhecimento de que os direitos humanos também
incidem nas relações entre particulares (também chamada de eficácia privada ou externa ou drittwirkung - Direito
alemão).
• Eficácia Diagonal - Surgida mais recentemente, fala-se atualmente em eficácia diagonal dos direitos
fundamentais, que constituiria um tertium genus cunhado pelo jurista chileno Sergio Gamonal Contreras, pelo
qual, ao lado das garantias constitucionais do cidadão frente ao Estado (eficácia vertical) e frente aos próprios
particulares (eficácia horizontal), surge a necessidade de proteção nas relações entre particulares, notadamente
caracterizadas pelo desequilíbrio ou desproporcionalidade (assimetria substancial). No ordenamento positivo, a
eficácia diagonal se expressa nas relações onde estão pressupostas a vulnerabilidade, inerente a todo consumidor
(art. 4º, I, CDC), e nas relações trabalhistas, com o intuito de atenuar a hipossuficiência pressupostamente havida
pelo empregado na relação de trabalho que estabelece com o seu empregador.
Já a ideia de eficácia vertical com repercussão lateral, segundo Rafael Barretto, é desenvolvida pelo
professor Marinoni a partir do direito à tutela jurisdicional ante a omissão do legislador em viabilizar direitos
fundamentais. A tese principia pela afirmação de que a eficácia horizontal dos direitos fundamentais deve ser
mediada pela lei e, quando o legislador se omite, somente resta socorrer-se à jurisdição.
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
e (b) uma norma de autorização de restrições. Entretanto, quando o âmbito de proteção é puramente normativo,
é o legislador que, ao editar a norma, vai definir o conteúdo do direito.
Nesses casos fala-se em regulação ou conformação, e não em restrição (ex: art. 5º XXVI a XXVIII, LXXVI e
LXXVII). Nesses casos, existiria o dever de legislar e o dever de preservar as garantias ao legislar. Os direitos
fundamentais enquanto direitos de hierarquia constitucional somente podem ser limitados por expressa disposição
constitucional (restrição imediata) ou mediante lei ordinária promulgada com fundamento imediato na própria
Constituição (restrição mediata). - de acordo com o livro do Gilmar Mendes.
http://www2.stf.jus.br/portalStfInternacional/cms/verConteudo.php?sigla=portalStfJurisprudencia_pt_br&idCon
teudo=185077&modo=cms
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Aproxima-se dessa teoria a posição de Hesse, para quem os conflitos entre direitos fundamentais podem
ser resolvidos pela concordância prática - os direitos de estatura constitucional podem ser equilibrados entre si,
gerando uma compatibilidade na sua aplicação, mesmo que no caso concreto seja minimizada a aplicação de um
dos direitos envolvidos.
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
b) A norma deve ser geral e abstrata. Conforme André de Carvalho Ramos, a restrição pode ser feita
através de uma reserva legal simples (autorização dada pela Constituição a edição posterior de lei que adote
determinada restrição a direito fundamental, não fixando previamente os requisitos, condições ou parâmetros.
Ex: Art. 5º, VI –é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos
religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias) ou de uma reserva legal
qualificada (a Constituição, além de estabelecer a reserva de lei, ainda estipula os requisitos e condições que a lei
deve observar. Ex: Art. 5º, XIII –é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as
qualificações profissionais que a lei estabelecer;
Conceitos extras:
Reserva legal subsidiária situação em que direitos são previstos na Constituição sem qualquer menção
à lei restritiva, mas podem ser regulados pelo legislador em face dos demais valores constitucionais;
Reserva geral de ponderação todos os direitos fundamentais estão a ela submetidos, uma vez que estão
sujeitos à ponderação com outros valores previstos na Constituição, relacionados a outros direitos fundamentais
em colisão.
c) Princípio da Proporcionalidade: Reconhece-se ao legislador o poder de conformação dentro dos limites
estabelecidos pela Constituição. No entanto, o excesso de poder no âmbito da discricionariedade legislativa pode
ensejar a censura judicial.
A utilização do princípio da proporcionalidade ou da proibição do excesso envolve a apreciação da
necessidade e adequação da providência legislativa. O meio é adequado se, com sua utilização, o evento
pretendido pode ser alcançado; é necessário se o legislador não dispõe de outro meio eficaz, menos restritivo aos
direitos fundamentais (inconstitucionalidade havendo medidas menos lesivas).
Ao lado da proibição do excesso tem a Corte Constitucional alemã apontado a lesão ao Princípio da
Proibição da Proteção Insuficiente, segundo o qual o Estado deve tomar medidas protetivas adequadas e eficazes
à defesa dos direitos fundamentais.
O princípio da proporcionalidade vem sendo utilizado pelo Supremo como instrumento para solução de
colisão entre direitos fundamentais.
Núcleo essencial seria a parcela do conteúdo do direito sem a qual ele perde sua mínima eficácia. Forma
de evitar ou contornar o esvaziamento do conteúdo dos direitos fundamentais pelo legislador. Apesar de vedar
expressamente qualquer proposta de emenda tendente a abolir direitos fundamentais (art. 60, §4º), CRFB/88 não
traz de forma expressa a garantia do núcleo essencial, ao contrário da Lei Fundamental alemã e das Constituições
portuguesa e espanhola. Ainda assim, o princípio de um núcleo essencial decorre do modelo garantístico da
CRFB/88. STF tem usado o princípio em vários julgados (HC 82.959, Rel Min. Marco Aurélio, DJ 1º.09.2006, Voto
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
Ministro Peluzo no caso de vedação à progressão de regime em cumprimento de pena de crime hediondo: atinge
o núcleo do princípio da individualização da pena).
Proporcionalidade. O legislativo, ao editar normas para conformar ou restringir direitos fundamentais,
corre o risco de agir com excesso de poder. Para que isso não ocorra, deve observar o princípio da
proporcionalidade. Para parte da doutrina o fundamento do princípio da proporcionalidade se encontra nos
direitos fundamentais, para outra parte, no Estado de Direito. O STF parecia colocar seu fundamento nos direitos
fundamentais, mas com a CRFB/88 (ADI 855) o entende como “postulado constitucional autônomo" (Gilmar
Mendes, pg. 256), com sede material no devido processo legal (art. 5º, LIV).
Proporcionalidade é composta pelos subprincípios adequação (medida é apta a alcançar o objetivo
pretendido); necessidade (não existe meio menos gravoso e igualmente eficaz a ser utilizado para atingir o objetivo
pretendido. Teria maior peso na análise);proporcionalidade em sentido estrito (ponderação e possível equilíbrio
entre o significado da intervenção para o atingido e os objetivos perseguidos pelo legislador) “controle de sintonia
fina” para verificar a justeza da medida adotada.
Proibição da Proteção insuficiente: a medida pode, em uma análise metodológica, ser também
considerada desproporcional por não se revelar suficiente para uma proteção adequada e eficaz). O STF utiliza
princípio da proporcionalidade como instrumento para solução de colisão entre direitos fundamentais (HC 76.060,
Rel. Min Sepúlveda Pertence).
Duplo controle de proporcionalidade e controle de proporcionalidade in concreto: qualquer medida
administrativa ou judicial com base na lei aprovada pelo parlamento que afete direitos fundamentais também se
submete ao controle de proporcionalidade.
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
de violar os direitos fundamentais, mas também de protegê-los de potenciais lesões e ameaças advindas de
particulares no seio social. Isso pode ser atrelado ao direito fundamental à efetividade penal: o indivíduo tem o
direito de que o Estado o proteja dos outros indivíduos, para isso, o Estado precisa ter um aparato judicial penal;
os diretos fundamentais penais do réu são indiscutivelmente importantes, mas além dessa visão, não se pode
esquecer que existe também o direito fundamental da vítima para uma repressão penal adequada, respeitando os
direitos fundamentais do investigado.
OBS – no caso 12.051 perante a Comissão Interamericana de DH, conhecido como caso MARIA DA PENHA
MAIA FERNANDES, a Comissão concluiu que o Brasil descumpriu a obrigação geral de respeitar e garantir direitos.
OBS 2 - “DOUTRINA VELASQUEZ” - Conforme decidiu a Corte Interamericana no Caso Velásquez Rodríguez
VS Honduras, existe a obrigação de o Estado reprimir penalmente as violações de direitos humanos. O Estado,
portanto, responde pela violação do direito à vida e também pela eventual impunidade dos autores das violações.
d) função de não-discriminação – protegem as minorias em relação ao Estado e em relação a terceiros.
e) função de ampliação da participação democrática: os direitos fundamentais de participação são
orientados a garantir a participação dos cidadãos na formação da vontade do País.
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
administrador. Não é por outra razão que se afirma não ser a reserva do possível oponível à realização do mínimo
existencial.
Por outro lado, a real insuficiência de recursos deve ser objetivamente demonstrada pelo Poder Público,
não sendo admitido que a tese seja utilizada como uma desculpa genérica para a omissão estatal no campo da
efetivação dos direitos fundamentais.
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
Brasileiros e os estrangeiros residentes no Brasil: a disposição exposta no caput do artigo 5o, apesar de
generalista, viabiliza sejam estabelecidas diferenças entre os brasileiros. Exemplo: o brasileiro nato nunca poderá
ser extraditado e o brasileiro naturalizado somente pode ser extraditado por crime comum praticado antes da
naturalização ou por comprovado envolvimento com tráfico ilícito de entorpecentes ou drogas a fim.
Outra distinção entre brasileiros reside na disposição que permite o ajuizamento da Ação Popular somente
por cidadão (pleno gozo de direitos políticos) seja naturalizado ou nato.
Há direitos que somente estão voltados para as mulheres. Exemplo: direito da presa de amamentar os
filhos, idade menor para aposentadoria.
São estabelecidas também diferenças entre ricos e pobres: assistência jurídica gratuita aos que provarem
insuficiência de recursos e gratuidade do registro civil de nascimento e da certidão de óbito aos reconhecidamente
pobres.
Existe, ainda, direito fundamental destinado apenas aos estrangeiros: determinação constitucional no
sentido de vedar a concessão de extradição a estrangeiro por crime político ou de opinião não atinge os brasileiros.
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
Também estão protegidas, desde que sejam compatíveis com a sua natureza, ou seja, poderão usufruir
dentro do razoável. Exemplo: impetração de MS pode ser feita por pessoa jurídica, já o HC não é compatível. Mas
há incisos voltados para aplicação de direitos das pessoas jurídicas (XXIX): proteção aos nomes de empresas.
Não haveria porque recusar às pessoas jurídicas as conseqüências do princípio da igualdade, do direito de
resposta, inviolabilidade do domicílio, garantias do direito adquirido, ato jurídico perfeito e coisa julgada.
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
Para alguns autores, há diferença entre aplicação imediata, que seria atributo de todos os direitos
fundamentais (efeitos negativos imediatos), e aplicabilidade imediata, restrita às normas de eficácia plena e
contida.
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
Há, entretanto, doutrina que entende pela possibilidade de ponderação entre regras (Humberto Ávila);
contudo, é necessário explicitar que, para esse último, o conceito de ponderação é um pouco distinto daquele
ordinariamente em voga nos tribunais e nas lições doutrinárias majoritárias, uma vez que Ávila se debruça sobre
o sopesamento de razões, motivos pelos quais determinada norma (e nesse ponto, a distinção entre norma-
princípio e norma-regra tem pouca relevância) deve ser obedecida ou aplicada (enforced).
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
De acordo com José Afonso da Silva, o sentido da regra inscrita no art. 5.º, § 1.º, CF é tornar os direitos
aplicáveis até onde possam ser aplicados. Em segundo lugar, significa que o Poder Judiciário, sendo invocado a
propósito de uma situação concreta nelas garantida, não pode deixar de aplicá-las, conferindo ao interessado o
direito reclamado, por meio da ADO ou do MI.
O STF tende a consolidar o entendimento de que, em se tratando de “Poder”, a ADO seria o instrumento
para fazer um apelo ao legislador, constituindo-o em mora, enquanto o MI, por seu turno, seria o importante
instrumento de concretização dos direitos fundamentais, como vem sendo percebido na jurisprudência do STF.
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
Documentos internacionais que fazem referência ao princípio: (a) Carta das Nações Unidas de 1945. (b)
Declaração Universal dos Direitos do Homem de 1948; (c) Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos,
de 1966. (d) Estatuto da Unesco, de 1945.
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
inviolabilidade do domicílio, inviolabilidade da intimidade, vida privada, honra e imagem, inviolabilidade do sigilo
de correspondência e comunicações telefônicas, respeito à integridade física e moral dos presos.
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
acepção mais rigorosa do termo, e sim autorizações constitucionais que fundamentam a possibilidade de o
legislador restringir direitos fundamentais.
No que diz respeito às espécies de limitações, registra-se substancial consenso quanto ao fato de que os
direitos fundamentais podem ser restringidos tanto por expressa disposição constitucional como por norma
legal promulgada com fundamento na Constituição. A restrição reclama, seja direta ou indiretamente, um
fundamento constitucional para ser válida.
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
Como salienta Ingo, a solução amplamente preconizada afirma a necessidade de se respeitar a proteção
constitucional dos diferentes direitos no quadro da unidade da constituição, buscando harmonizar preceitos que
apontam para resultados diferentes, muitas vezes contraditórios.
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
Nesse sentido, a previsão como cláusula pétrea do direito à integridade moral do preso tem o papel
simbólico de camuflar o real desinteresse no tema pelas autoridades, criando o efeito ilusório de compromisso
moral do Estado com as condições dos sentenciados.
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
O STF lançou o primeiro pronunciamento sobre a matéria por meio do acórdão prolatado na ADI nº 2.065-
0-DF, na qual se debatia a extinção do Conselho Nacional de Seguridade Social e dos Conselhos Estaduais e
Municipais de Previdência Social. Não obstante o STF não tenha conhecido da ação, por maioria, por entender ter
havido apenas ofensa reflexa à Constituição, destaca-se o voto do relator originário, Ministro Sepúlveda Pertence,
que admitia a inconstitucionalidade de lei que simplesmente revogava lei anterior necessária à eficácia plena de
norma constitucional e reconhecia uma vedação genérica ao retrocesso social.
O princípio tem sede material na CF/88, decorrendo dos princípios do Estado social e democrático de
direito, da dignidade da pessoa humana, da máxima eficácia e efetividade das normas definidoras de direitos
fundamentais, da segurança jurídica e da proteção da confiança, do valor social do trabalho e da valorização do
trabalho humano.
Além disso, o princípio decorre da imposição constitucional de ampliação dos direitos fundamentais sociais,
da redução das desigualdades sociais e da construção de uma sociedade marcada pela solidariedade e pela justiça
social. Levam-se em consideração, ainda, a tendência do direito internacional de progressiva implementação
efetiva da proteção social por parte dos Estados e o argumento de que a negação do princípio significaria que o
legislador dispõe do poder de livremente tomar decisões, ainda que em flagrante desrespeito à vontade expressa
do legislador constituinte.
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
reconhecidos na ordem jurídica, os Direitos não podem ser suprimidos ou enfraquecidos, sob pena de
inconstitucionalidade.
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
284. QUAL É A RELAÇÃO ENTRE O PRINCÍPIO DA RESERVA DO POSSÍVEL E A EROSÃO DA
CONSCIÊNCIA CONSTITUCIONAL?
Em caso no qual o STF aventou a possibilidade de reconhecer que o valor do salário mínimo é
inconstitucional (ADI 1.442), pontuou-se que as situações configuradoras de omissão inconstitucional, ainda que
se cuide de omissão parcial, refletem comportamento estatal que deve ser repelido, pois a inércia do Estado –
além de gerar a erosão da própria consciência constitucional – qualifica-se, perigosamente, como um dos
processos informais de mudança ilegítima da Constituição, expondo-se, por isso mesmo, à censura do Poder
Judiciário.
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
médica ou a procedimentos precários e primitivos, que lhes oferecem elevados riscos de lesões, mutilações e
óbito.
Sob a ótica do princípio da proporcionalidade:
- adequação: A medida adotada (punir o aborto consensual) é idônea para proteger o feto? De acordo com
estudos da Organização Mundial da Saúde a criminalização não produz impacto relevante sobre o número de
abortos. As taxas de aborto nos países onde esse procedimento é permitido são muito semelhantes àquelas
encontradas nos países em que ele é ilegal.
Atualmente, existem medicamentos que são facilmente encontrados e que a mulher, ao usá-los, consegue
interromper a gravidez sem que o Poder Público tenha meios para tomar conhecimento e impedir a sua realização.
Desse modo, a criminalização não gera uma diminuição na quantidade de abortos. Eles continuam sendo
realizados constantemente, de forma clandestina e perigosa para a saúde da mulher. Por outro lado, se não
houvesse a punição haveria a possibilidade de estes procedimentos serem realizados de forma segura e sem tantos
riscos.
Na prática, portanto, a criminalização do aborto é ineficaz para proteger o direito à vida do feto. Do ponto
de vista penal, ela constitui apenas uma reprovação “simbólica” da conduta.
- necessidade: existe meio alternativo à criminalização que proteja igualmente o direito à vida do nascituro,
mas que produza menor restrição aos direitos das mulheres?
O Min. Roberto Barroso defendeu que sim. Uma política alternativa à criminalização implementada com
sucesso em diversos países desenvolvidos do mundo é a descriminalização do aborto em seu estágio inicial (em
regra, no primeiro trimestre), desde que se cumpram alguns requisitos procedimentais que permitam que a
gestante tome uma decisão refletida.
As duas razões mais comumente invocadas para o aborto são a impossibilidade de custear a criação dos
filhos e a drástica mudança na vida da mãe (que a faria, p. ex., perder oportunidades de carreira). Nessas situações,
é importante a existência de uma rede de apoio à grávida e à sua família, como o acesso à creche e o direito à
assistência social.
Além disso, muitas gestações não programadas são causadas pela falta de informação e de acesso a
métodos contraceptivos. Isso pode ser revertido, por exemplo, com programas de planejamento familiar, com a
distribuição gratuita de anticoncepcionais e assistência especializada à gestante e educação sexual.
- proporcionalidade em sentido estrito: As restrições aos direitos fundamentais das mulheres decorrentes
da criminalização são ou não compensadas pela proteção à vida do feto? O fato de as mulheres serem privadas do
direito de abortar gera uma maior proteção ao feto?
O STF entendeu que não. Conforme demonstrado, a tipificação penal do aborto produz um grau elevado
de restrição a direitos fundamentais das mulheres. Por outro lado, a criminalização do aborto promove um grau
reduzido (se algum) de proteção dos direitos do feto, uma vez que não tem sido capaz de reduzir o índice de
abortos.
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
Dessa forma, não há proporcionalidade em sentido estrito em se manter a punição do aborto consentido
nos três primeiros meses da gravidez.
Praticamente nenhum país democrático e desenvolvido do mundo trata a interrupção da gestação durante
a fase inicial da gestação como crime, aí incluídos Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido, Canadá, França, Itália,
Espanha, Portugal, Holanda e Austrália.
A criminalização da interrupção da gestação no primeiro trimestre vulnera o núcleo essencial de um
conjunto de direitos fundamentais da mulher. Trata-se, portanto, de restrição que ultrapassa os limites
constitucionalmente aceitáveis.
Primeiro trimestre da gravidez
Vale ressaltar que, pela decisão do STF, só não será punido o aborto consentido (realizado pela mulher ou
por terceiro com sua concordância) e desde que feito nos três primeiros meses da gravidez.
Se for realizado após o primeiro trimestre, continua sendo crime. Existe uma intensa e polêmica discussão
sobre quando se inicia a vida e qual é o status jurídico do embrião durante a fase inicial da gestação. Dentre outras,
há duas posições principais e antagônicas em relação a isso:
1ª) de um lado, os que sustentam que existe vida desde a concepção, desde que o espermatozoide
fecundou o óvulo, dando origem à multiplicação das células.
2ª) de outro lado, estão os que sustentam que antes da formação do sistema nervoso central e da presença
de rudimentos de consciência (o que geralmente se dá após o terceiro mês da gestação) não é possível ainda falar-
se em vida em sentido pleno.
É importante, no entanto, pontuar três observações:
1) Esta decisão foi tomada pela 1ª Turma do STF (não se sabe como o Plenário decidiria);
2) A discussão sobre a criminalização ou não do aborto nos três primeiros meses da gestação foi apenas
para se analisar se seria cabível ou não a manutenção da prisão preventiva;
3) O mérito da imputação feita contra os réus ainda não foi julgado e o STF não determinou o
"trancamento" da ação penal. O habeas corpus foi concedido apenas para que fosse afastada a prisão preventiva
dos acusados.
Exceções em que o aborto não é crime
O Código Penal, em seu art. 128, traz duas hipóteses em que o aborto é permitido:
1ª) se não há outro meio de salvar a vida da gestante. É o chamado aborto “necessário” ou “terapêutico”,
previsto no inciso I.
2ª) no caso de gravidez resultante de estupro. Trata-se do aborto “humanitário”, “sentimental”, “ético” ou
“piedoso”, elencado no inciso II.
Segundo o texto expresso do CP, essas são as duas únicas hipóteses em que o aborto é permitido no Brasil.
3ª) Interrupção da gravidez de feto anencéfalo
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
O STF, no julgamento da ADPF 54/DF, criou uma nova exceção e decidiu que a interrupção da gravidez de
feto anencéfalo é conduta atípica.
4ª) Interrupção da gravidez no primeiro trimestre da gestação
A 1ª Turma do STF, no julgamento do HC 124306, mencionou a possibilidade de se admitir uma quarta
exceção: a interrupção da gravidez no primeiro trimestre da gestação provocado pela própria gestante (art. 124)
ou com o seu consentimento (art. 126) também não seria crime (Info 849).
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e Americana de Direitos Humanos, que também possuem regulação impondo limites ao uso da pena capital pelos
Estados.
Esses limites são os seguintes: 1) Natureza do crime. Só crimes graves e comuns podem prever pena de
morte, impedindo-se sua banalização e aplicação a crime político ou comuns conexos a delito político. 2) Vedação
da ampliação. Os países contratantes não podem ampliar a aplicação da pena a outros delitos após a ratificação
desses tratados. 3) Devido processo legal penal. Exige-se rigoroso crivo judiciário para sua aplicação, devendo o
Estado prever o direito à solicitação de anistia, indulto ou comutação da pena, vedando-se a aplicação da pena
enquanto pendente recurso ou solicitação de indulto, anistia ou comutação da pena. 4) Vedações circunstanciais.
As citadas normas vedam a aplicação da pena de morte a pessoas que, no momento da comissão do delito, tiverem
menos de 18 anos de idade ou mais de 70, ou ainda às mulheres grávidas.
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
O desenvolvimento da ideia de igualdade material surge a partir da constatação de que não basta proibir
que haja privilégios. É preciso atuar ativamente contra a desigualdade econômica e em favor da superação
damiséria.
Mais do que a igualdade perante a lei, deve-se assegurar algum grau de igualdade perante a vida.
Dessa forma, deve-se garantir a proteção jurídica do polo mais fraco de certas relações econômicas, a
criação de redes deproteção social e mecanismos de redistribuição de riquezas.
Para isso, é necessário que o Poder Público faça a entrega de prestações positivas adequadas em matérias
como educação, saúde,saneamento, trabalho, moradia, assistência social.
A igualdade material encontra-se prevista no art. 3º, I e III, da CF/88, que afirma que a República Federativa
do Brasil tem como objetivos “construir uma sociedade livre, justa e solidária” e “erradicara pobreza e a
marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais”.
c) Igualdade como reconhecimento: significa o respeito que se deve ter para com as minorias, sua
identidade e suas diferenças, sejam raciais, religiosas, sexuais ou quaisquer outras.
A injustiça a ser combatida nesse caso tem natureza cultural ou simbólica. Ela decorre de modelos sociais
de representação que, ao imporem determinados códigos de interpretação, recusariam os “outros” e produziriam
a dominação cultural, o não reconhecimento ou mesmo o desprezo.
Determinados grupos são marginalizados em razão da sua identidade, suas origens, religião, aparência
física ou opção sexual, como os negros, judeus, povos indígenas, ciganos, deficientes, mulheres, homossexuais e
transgêneros.
O instrumento para se alcançar a igualdade como reconhecimento é a transformação cultural ou simbólica.
O objetivo é constituir um mundo aberto à diferença (“a difference-friendly world”).
A igualdade como reconhecimento encontra-se também prevista no art. 3º, IV, da CF/88, que determina
que um dos objetivos fundamentais da República é o de “promover o bem de todos, sem preconceitos de origem,
raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação”.
Vale ressaltar que, em muitos casos, alguns grupos sofrem tanto uma desigualdade material como uma
desigualdade quanto ao reconhecimento. As mulheres e os negros, por exemplo, sofrem injustiças cujas raízes se
encontram tanto na estrutura econômica, quanto na estrutura cultural-valorativa, exigindo ambos os tipos de
remédio.
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
como moradia, lazer, educação. Hodiernamente, fala-se em CONSTITUCIONALISMO FRATERNAL OU ALTRUÍSTICO
(de acordo com o Direito Italiano).
Na ADI 3768, relativo ao direito constitucional de gratuidade aos idosos maiores de 65 anos, tal expressão
apareceu no voto do Min. Carlos Ayres Britto. É um Constitucionalismo, segundo ele, com ações distributivas e
solidárias. Não se trataria de um direito social, mas de um direito fraternal para assegurar direitos tradicionalmente
negligenciados. Relaciona-se, assim, aos direitos humanos de terceira geração - concretizando um objetivo
explicito da CF/88: promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer
outras formas de discriminação. Incorporam-se, assim, posturas estatais AFIRMATIVAS, assecuratórias de abertura
de oportunidades para segmentos sociais historicamente desfavorecidos, como negros, deficientes físicos e
mulheres.
Tal tema vem aparecendo em INÚMERAS decisões do STF: casamento de homossexuais, cotas para negros,
lei da biossegurança, dentre outras. Ex.: o PROUNI, que é mais uma ação afirmativa do Estado, só irá operar se
houver ato de adesão voluntário da instituição de ensino, não sendo uma vinculação forçada e, assim, não violando
autonomia universitária. Por fim, adscreve-se que o STF, na ADI 3.330, reconheceu a constitucionalidade do
PROUNI.
Analisando sob o prisma da igualdade, tem-se que a CF estabelece restrições diretas (licença maternidade,
art. 7º, XVIII), indiretas (possibilidade de diferenças nos critérios de admissão por concurso público) e implícitas
(ações afirmativas). As ações afirmativas são políticas públicas ou programas privados, geralmente de caráter
temporário, desenvolvidos com a finalidade de reduzir, por meio da concessão de algum tipo de vantagem
compensatória, desigualdades fáticas decorrentes de uma hipossuficiência física ou econômica ou de
discriminações.
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
- princípio da proporcionalidade: a demanda por reparação histórica e ação afirmativa não foi resolvida
com a simples existência de cotas para acesso às universidades públicas. Isso não foi suficiente. O impacto das
cotas raciais não se manifesta no mercado de trabalho automaticamente, pois há um tempo de espera até que
essas pessoas estudem, se formem e se tornem competitivas. Além disso, a proporção de 20% escolhida pelo
legislador é extremamente razoável. Se essa escolha fosse submetida a um teste de proporcionalidade em sentido
estrito, também não haveria problema, porque 20%, em rigor, representariam menos da metade do percentual
de negros na sociedade brasileira.
Por fim, é legítima a utilização, além da autodeclaração, de critérios subsidiários de heteroidentificação,
desde que respeitada a dignidade da pessoa humana e garantidos o contraditório e a ampla defesa.
A reserva de vagas tratada pela Lei nº 12.990/2014 vale para todos os três Poderes da União (Executivo,
Legislativo e Judiciário), além do MPU e DPU. Esta lei não se aplica para os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios. No entanto, caso estes entes editem leis semelhantes, elas também são consideradas constitucionais.
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
sintonia com o principio da isonomia, convolando-se em privilégio para um determinado grupo religioso” (STF, STA
389 AgR/MG).
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
304. A LIBERDADE DE EXPRESSÃO PERMITE O DISCURSO DE ÓDIO?
Nesse julgamento histórico o STF entendeu que "o direito à livre expressão não pode abrigar, em sua
abrangência, manifestações de conteúdo imoral que implicam ilicitude penal. As liberdades públicas não são
incondicionais, por isso devem ser exercidas de maneira harmônica, observados os limites definidos na própria CF
(art. 5º, § 2º, primeira parte). O preceito fundamental de liberdade de expressão não consagra o 'direito à
incitação ao racismo', dado que um direito individual não pode constituir-se em salvaguarda de condutas ilícitas,
como sucede com os delitos contra a honra. Prevalência dos princípios da dignidade da pessoa humana e da
igualdade jurídica”.
Caso concreto: o editor de livros Siegfried Ellwanger vinha, no correr dos anos, dedicando-se de maneira
sistemática e deliberada a publicar livros notoriamente anti-semitas e a denegar o fato histórico do Holocausto.
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
ser uma pré-condição para o exercício esclarecido dos demais direitos e liberdades. Tanto a liberdade de expressão
como os direitos de privacidade, honra e imagem têm estatura constitucional. Entre eles não há hierarquia. De
modo que não é possível estabelecer, em abstrato, qual deve prevalecer. Em caso de conflito entre normas dessa
natureza, impõe-se a necessidade de ponderação. A retirada de matéria de circulação configura censura em
qualquer hipótese, o que se admite apenas em situações extremas. Assim, em regra, a colisão da liberdade de
expressão com os direitos da personalidade deve ser resolvida pela retificação, pelo direito de resposta ou pela
reparação civil. Diante disso, se uma decisão judicial determina que se retire do site de uma revista determinada
matéria jornalística, esta decisão viola a orientação do STF, cabendo reclamação.
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
I - inviolabilidade da intimidade e da vida privada, sua proteção e indenização pelo dano material ou moral
decorrente de sua violação;
II - inviolabilidade e sigilo do fluxo de suas comunicações pela internet, salvo por ordem judicial, na forma
da lei;
III - inviolabilidade e sigilo de suas comunicações privadas armazenadas, salvo por ordem judicial;
O acesso aos dados de celular e às conversas de whatsapp representa uma devassa de dados particulares
e ocasiona uma violação à intimidade do agente. Por essa razão, para que o acesso fosse possível, seria necessária
a prévia autorização judicial devidamente motivada.
Situação diversa e admitida, em alguns julgados, consiste no acesso a agenda telefônica ou aos registros
de chamadas de celular apreendido, pois o sigilo apenas resguardaria a comunicação dos dados e não dos dados
em si.
No HC 91.867/PA, de relatoria do ministro Gilmar Mendes, foi decidido que não violava o princípio da
intimidade o fato de o policial acessar a lista de telefones no celular de um indivíduo. A referida decisão é
eventualmente utilizada como precedente para que policiais possam acessar dados em celulares.
O uso do precedente como uma permissão para o acesso a outros dados pessoais no celular é equivocado,
pois ultrapassa os limites da decisão. Além disso, o uso do precedente decorre de uma má interpretação, uma vez
que, no caso, o ministro fez a pergunta se o acesso à lista telefônica seria uma violação da intimidade. Por concluir
que não, houve a manutenção da licitude da medida policial.
164
Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
apenas posteriormente, em deferência ao direito fundamental à intimidade do investigado, fosse requerida
judicialmente a quebra do sigilo dos dados nele armazenados.
309. COMO DEVE SER INTERPRETADA A INVIOLABILIDADE DO ARTIGO 5º, INCISO XII,
DA CF? A EXPRESSÃO “SALVO NO ÚLTIMO CASO” REFERE-SE A QUE?
Existe uma razão pela qual a única interceptação que se permite é a telefônica, pois é a única a não deixar
vestígios, ao passo que nas comunicações por correspondência telegráfica e de dados é proibida a interceptação
porque os dados remanescem.
Para o professor Tércio Sampaio Ferraz Júnior, dos quatro meios de comunicação mencionados no artigo
5º, inciso XII, correspondência, telegrafia, dados e telefonia, somente na última se configura a instantaneidade, eis
que ela só é "enquanto ocorre", não deixando vestígios de seu conteúdo quando se encerra, possibilitando, a
posteriori, apenas a verificação de qual unidade telefônica teria ligado para outra. A interceptação da ligação
telefônica por meio do “grampeamento”, apesar de ser uma forma sub-reptícia de violação do direito ao sigilo de
comunicação, constituiria-se na única forma conhecida de resguardo do conteúdo comunicativo, por isso, desde
que presente o interesse público (investigação criminal ou instrução processual penal, segundo reza a CF e a Lei
nº 9.296/1996), afigurar-se-ia possível a realização de investigações com base em vestígios que essa comunicação
deixa.
A Lei Maior não teria feito nenhuma ressalva às outras modalidades de comunicação, por se vislumbrar a
possibilidade de obtenção de provas com base nos vestígios deixados por elas: a carta guardada, o testemunho de
quem leu o nome do remetente e do destinatário, ou de quem viu a destruição do documento, o que se aplica, da
mesma forma, para o telegrama, o telex, o fax ou a recepção de uma mensagem de um computador para o outro.
A comunicação de dados, a correspondência, a comunicação telegráfica deixam provas que podem ser objeto de
busca e apreensão posterior, com autorização judicial.
Como isso é tecnicamente possível, o constituinte não permitiu, absolutamente, a interferência de terceiros
no fluxo comunicativo, o que não induz, necessariamente, a que não se possa ter acesso, posteriormente, à
identificação dos sujeitos e ao relato das mensagens publicadas sempre que o interesse público assim o exigir. O
que a CF veda é a interceptação da correspondência, mas não a autorização judicial para a sua busca e apreensão
antes da remessa ou após a chegada a seu destino.
Daí o equívoco de parte da doutrina e da jurisprudência que têm entendido que a CF/88, no artigo 5º, inciso
XII, por dar reserva de jurisdição apenas para a quebra de sigilo das comunicações telefônicas, permitiria que o
acesso a dados fosse realizado sem a necessidade de autorização judicial.
311. A LEI N.º 12.527 REGULA O ACESSO A INFORMAÇÕES PREVISTO NO INCISO XXXIII DO
ART. 5º. PODE-SE SUSTENTAR QUE A CITADA LEI VIOLA O DIREITO À PRIVACIDADE DO
ESTADO? UM CIDADÃO PODE SOLICITAR INFORMAÇÕES SOBRE A UTILIZAÇÃO DE
RECURSOS PÚBLICOS E SOBRE VENCIMENTOS DE SERVIDORES?
A Lei de Acesso à Informação prevê que “o acesso à informação de que trata esta Lei compreende, entre
outros, os direitos de obter […] informação pertinente à administração do patrimônio público, utilização de
recursos públicos, licitação, contratos administrativos” (inciso VI do art. 7º).
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
Por seu turno, a CF estabelece, como cláusula pétrea, que “todos têm direito a receber dos órgãos públicos
informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob
pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do
Estado”, além de estipular o princípio da publicidade na Administração Pública (art. 37, caput).
Na esfera internacional, vale destacar o princípio de n.º 4, previsto na Declaração De Princípios Sobre
Liberdade De Expressão, aprovado pela CIDH em 2000, para o qual “o acesso à informação em poder do Estado é
um direito fundamental do indivíduo. Os Estados estão obrigados a garantir o exercício desse direito. Este princípio
só admite limitações excepcionais que devem estar previamente estabelecidas em lei para o caso de existência de
perigo real e iminente que ameace a segurança nacional em sociedades democráticas”.
Nesse panorama, pode-se entender o acesso à informação, de um lado, como um imperativo de tutela do
Estado, no sentido de que é portador do dever de proporcionar um plexo de instrumentos para a respectiva
concretude, e, de outro lado, como um direito subjetivo que viabiliza o controle da atuação dos agentes públicos
pelo povo (vertical accountability), o que, aliás, decorre do princípio republicano.
O STF decidiu que o sigilo de informações necessárias para a preservação da intimidade é relativizado
quando se está diante do interesse da sociedade de se conhecer o destino dos recursos públicos, em caso a
envolver requisição pelo tribunal de contas da união de informações alusivas a operações financeiras realizadas
pelo BNDES (MS 33340).
Além disso, o STF chancelou a divulgação nominal de vencimentos de servidores públicos: “sua
remuneração bruta, cargos e funções por eles titularizados, órgãos de sua formal lotação, tudo é constitutivo de
informação de interesse coletivo ou geral. Expondo-se, portanto, a divulgação oficial” (STF. MS 31580).
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
Especificamente quanto à casa, não há que se falar em autoexecutoriedade em razão do art. 5º, XI, que
exige ordem judicial (reserva de jurisdição). No que concerne à casa de veraneio, há controvérsia porque a lei
admite mais de um domicílio, mas pode-se defender interpretação restritiva de domicílio como moradia, de modo
a afastar a reserva de jurisdição e admitir que lei autorize entrada. Fim do direito a domicílio não é resguardar
propriedade, mas intimidade e privacidade. Lado outro, pode-se analisar com foco no direito de propriedade, que
não é absoluto. Assim, olhando por ponderação, há prevalência da proteção da coletividade, sobretudo ante o
dever do Estado de criar programas de prevenção e combate a doenças.
O próprio art. 5º, XI, da CF prevê restrições consideradas legítimas a respeito da inviolabilidade do domicílio,
consistentes nas chamadas situações emergenciais, nas quais o domicílio pode ser invadido mesmo sem
autorização judicial e sem consentimento do morador: flagrante delito, para prestar socorro ou no caso de um
desastre. A invasão de domicílio também pode ser feita por determinação judicial durante o dia.
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
Diante disso, deve haver uma ponderação dos interesses envolvidos: ou restringe-se a liberdade individual,
ou então haverá um grave e real risco à saúde de toda a sociedade (incluindo os proprietários e/ou moradores do
imóvel). Não há dúvidas de que, no presente contexto, deverá preponderar a proteção à vida e à saúde, havendo
uma restrição à liberdade individual.
Ressalte-se que a restrição imposta pela Lei nº 13.301/2016 à inviolabilidade de domicílio é pontual,
específica, temporária e mínima.
A entrada forçada só é permitida em três situações excepcionais (imóvel abandonado, morador não
encontrado ou recusa do morador). Além disso, o ingresso compulsório tem apenas uma finalidade: encontrar
possíveis focos de criadouro do mosquito, eliminando-os. Ressalte-se, ainda, que não haverá qualquer prejuízo ao
morador, já que os agentes públicos não irão adentrar na casa para produzir provas contra ele (não se trata de
investigação criminal) nem para retirar de lá seus bens (não é uma medida de busca e apreensão ou de penhora).
Logo, não há violação ao devido processo legal (art. 5º, LIV, da CF/88).
Ressalte-se que se fosse necessário buscar autorização judicial todas as vezes em que o imóvel estiver
fechado o trabalho de fiscalização restaria inviabilizado, além de sobrecarregar o Poder Judiciário.
Dessa forma, a medida prevista na Lei nº 13.301/2016 é adequada, necessária e proporcional, sendo a
solução que melhor atende a proteção da saúde pública, que é um dever constitucional do Estado (art. 196),
havendo uma mínima intervenção na inviolabilidade do domicílio.
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
A CF, no art. 5º, tem vários dispositivos que protegem o direito de propriedade, material e imaterial. Nos
termos dos incisos XXII e XXIII, será garantido o direito de propriedade e essa atenderá a sua função social. Uma
proteção ainda maior é conferida pelo inciso XXVI à propriedade voltada para a subsistência familiar.
Para o STJ, o encargo de provar os requisitos da impenhorabilidade da pequena propriedade rural depende:
Requisito 1 (pequena propriedade rural) > trata-se de ônus do executado (devedor). Requisito 2 (propriedade
trabalhada pela família) > não é necessário que o executado faça prova disso. Existe uma presunção juris tantum
(relativa) de que a pequena propriedade rural é trabalhada pela família. Tal presunção é relativa e admite prova
em sentido contrário. O ônus dessa prova, no entanto, é do exequente (credor) (STJ. REsp 1.408.152-PR, Info 596).
que regulam as relações de trabalho; e exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores), não o fazendo
quanto à propriedade urbana. Nesse último caso, os requisitos devem vir previstos no Plano Diretor do município,
sendo esse obrigatório para os municípios com mais de 20 mil habitantes.
O descumprimento da função social da propriedade tem como consequência jurídica a desapropriação-
sanção (art. 182, § 4º, III e art. 184). A indenização será feita por meio de títulos da dívida pública (urbana) e, no
segundo, por títulos da dívida agrária (rural).
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
Outra restrição à propriedade constitucionalmente prevista diz respeito ao confisco de glebas utilizadas
para cultivo de psicotrópicos e de bens adquiridos com renda do tráfico. Trata-se de confisco porque não há
qualquer indenização. No RE 543974, o STF entendeu que o confisco abrange toda a gleba, não apenas a parte
usada para cultivo da planta psicotrópica.
Quanto ao elemento subjetivo, o STF decidiu, em repercussão geral, que “a expropriação prevista no art.
243 da CF pode ser afastada, desde que o proprietário comprove que não incorreu em culpa, ainda que in vigilando
ou in eligendo” STF. Plenário. RE 635336/PE (Info 851).
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
Vale ressaltar, contudo, que há medidas extrajudiciais e judiciais para tentar garantir o acesso à justiça aos
indivíduos sem maiores prejuízos a terceiros que não tiveram acesso ao Judiciário, que seriam justamente os meios
coletivos de resolução de controvérsias.
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
De um lado, pode-se sustentar que o mínimo existencial, que encontra supedâneo na dignidade da pessoa
humana, proíbe o retrocesso, sobretudo quando a própria CF delimitou o salário mínimo como expressão do
“estatuto jurídico do patrimônio mínimo” (Fachin).
De outro lado, a assistência social só teria por objetivo atender as necessidades mais básicas, sob pena de
estimular o ócio ou a informalidade. Além disso, em virtude de questões econômicas a que os países estão
submetidos atualmente, questões relacionadas a políticas de austeridade têm sido submetidas ao Tribunal
Constitucional português, gerando o que se tem chamado "JURISPRUDÊNCIA DE CRISE": traduz um “processo
negocial” entre a interpretação normativa da Constituição e a necessidade de ceder perante as “exigências das
circunstâncias”. O Tribunal Constitucional socorreu-se da “prossecução do interesse público” dentro de uma
ordem “transitória” e “excepcional” para decidir no sentido da não inconstitucionalidade de medidas legislativas
que conheceriam outro desfecho não fora o tempo de “crise”. Por exemplo, decidiu pela constitucionalidade de
decisão que diminuía os vencimentos salariais (Acórdão n.º 396/2011). O problema é transformar em regra algo
excepcional, transformando a CF em texto meramente simbólico.
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
conglomerados econômicos, estes sim cada vez mais influentes sobre Estados e governos. Também se fala em
soberania mitigada e internacionalização dos direitos humanos (a partir da Declaração Universal dos Direitos
Humanos da ONU – 1948).
3) Território: espaço dentro do qual o Estado exercita o seu poder de mando (soberania). O território está
para o Estado assim como o corpo está para a pessoa humana.
Princípio da territorialidade: ordem jurídica do Estado só é aplicável aos fatos ocorridos no âmbito do seu
território (regra).
FORMAS DE GOVERNO SISTEMAS DE GOVERNO REGIMES DE GOVERNO FORMA DE ESTADO
República Parlamentarismo Autoritário Federal
Monarquia Presidencialismo (poder baseado na força)
E ainda (menos relevante) Democrático Unitário
Semipresidencialismo (poder baseado no
Sistema diretorial consentimento)
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
d) controle exercido por meio do voto nas eleições seguintes.
#Parlamentarismo: origem Inglaterra (século XVIII).
a. Divisão de funções do Executivo: função de chefe de Estado (mais simbólica) e a função de chefe de
Governo para pessoas diversas.
b. Ausência de mandato pré-determinado para o Primeiro Ministro.
Modo de controle no parlamentarismo:
a) questão de desconfiança;
b) moção de censura.
#Semipresidencialismo ou Semiparlamentarismo: sistema híbrido parlamentarismo/presidencialismo.
Mesma articulação política do parlamentarismo; porém, o Chefe de Estado será sempre o Presidente da República,
que é eleito diretamente e exerce funções políticas importantes: não é figura meramente simbólica. Surgiu na
França (1958). Exs.: Portugal, Polônia e Colômbia.
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
#PLEBISCITO DE 1993: o BR teve a oportunidade de adotar o parlamentarismo novamente, mas o
presidencialismo foi a escolha no plebiscito de 1993.
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
A intervenção federal (art. 34, I, CF).
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
2 - Assimétrico (ou Heterogêneo): federalismo atípico. Rompimento com linhas tradicionais do federalismo
simétrico. Ex.: na federação brasileira há características que nenhuma outra federação do mundo possui como é o
caso da consagração dos Municípios como entes federativos.
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
#Modelo horizontal: NÃO HÁ CONCORRÊNCIA entre os entes federativos. Cada qual exerce a sua
atribuição nos limites fixados pela Constituição e sem relação de subordinação, nem mesmo hierárquica. Advém
do Federalismo Dual/Clássico.
#Modelo vertical: A MESMA MATÉRIA É PARTILHADA entre os diferentes entes federativos, havendo certa
relação de subordinação no que tange à atuação deles. Advém do Federalismo Cooperativo ou de Integração.
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
Para distribuição da competência tributária, há enumeração expressa das competências de todas as
entidades federativas (MODELO HORIZONTAL), vale dizer, a Constituição Federal indicou expressamente quais os
tributos que cada ente federado poderá instituir, com competência residual para à União.
Plebiscito
Para criação, Lei Estudo de
(população
incorporação de complementar Viabilidade Lei Estadual
dos Municípios
Municípios Federal Municipal
envolvidos)
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
EC 57/2008: acrescentou o art. 96 ao ADCT, convalidando atos de criação, fusão, incorporação e
desmembramento de municípios, cuja lei tenha sido publicada até 31/12/2006, atendidos requisitos estabelecidos
na legislação do respectivo estado à época de sua criação. Foi essa a forma adotada pelo legislador constituinte
derivado para regularizar a situação de mais de 50 municípios, criados, na época, com desrespeito ao art. 18, §4º,
CRFB.
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
2. SOLICITADA: depende de solicitação do PL ou do PE (art. 36, I, primeira parte, CF). É ato discricionário do
PR. Aplicável para garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação; (defesa do
princípio federativo) – art. 34, IV, CF
3. REQUISITADA: depende de requisição do PJ (art. 34, IV, VI, VII da CF), e o ato do PR será vinculado (não
atendimento da requisição pelo PR >> crime de responsabilidade – art. 12, Lei 1079/1950).
(a) Requisição do STF: casos de coação exercida contra o Poder Judiciário (art. 36, I, segunda parte, CF):
(b) Requisição do STF, do STJ ou do TSE: desobediência à ordem ou à decisão judiciária (art. 36, II, CF):
*TSE: descumprimento de ordem ou decisão da Justiça Eleitoral.
*STJ: descumprimento de ordem ou decisão do STJ; ou de decisão da JF ou JE que envolvam questões
infraconstitucionais (nesse caso, o Tribunal local fará uma representação ao STJ que, se concordar, requisitará ao
PR).
*STF: descumprimento for de ordem ou decisão do STF, da Justiça do Trabalho ou da Justiça Militar; ou de
decisão da JF ou JE que envolva matéria constitucional (nesse caso, o Tribunal local fará uma representação ao STF
que, se concordar, ele irá requisitará ao PR).
(c) Requisição do STF quando o tribunal der provimento a representação do PGR, nos casos de violação
dos princípios constitucionais sensíveis ou de recusa à execução federal (art. 36, III, c/c art. 34, VI e VII CF).
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
b. Solicitada
- Solicitação do PL ou PE. Será ato discricionário do PR acatar a solicitação ou não;.
Obs.: Não há controle legislativo da intervenção. O decreto presidencial limitar-se-á a suspender a execução
do ato impugnado, se essa medida bastar ao restabelecimento da normalidade.
c. Requisitada
- Requisição do PJ. Será ato vinculado do PR (não atendimento >> crime de responsabilidade).
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
não rejeitar, por decisão de dois terços dos seus membros, o parecer prévio emitido pelo Tribunal (CF, art. 31, §
2º). STF. ADI 2.631, Rel. Min. Carlos Velloso, j. 29-8-02, DJ de 8-8-03.
#Pressupostos formais:
- decreto de intervenção expedido pelo Governador especificando a amplitude, o prazo, as condições de
execução e, se for o caso, nomear o interventor (art. 36, §1º, CF).
- no caso em que a intervenção visar prover execução de lei, ordem ou decisão judicial, representação
interventiva apresentada pelo PGJ perante o TJ.
- submissão, no prazo de 24 horas, à apreciação da Assembleia Legislativa. Nos períodos em que esta não
estiver funcionando, deverá ser feita, no mesmo prazo, uma convocação extraordinária (art. 36, §§1º e 2º, CF).
Esse controle político é dispensado apenas nos casos em que a intervenção for decretada para prover a execução
de lei, ordem ou decisão judicial ou para assegurar a observância dos princípios indicados na Constituição Estadual
(art. 35, IV, CF).
359. E AS ATÍPICAS?
Administrar e julgar, a exemplo da contratação de pessoal e julgamento do Presidente da República por
crime de responsabilidade, respectivamente.
Com o advento da EC 32/01, o Poder Legislativo Federal passou também a realizar controle de
constitucionalidade repressivo de medidas provisórias (art. 62, § 5º, CF). Mas, sob certo aspecto, tal atribuição
está incluída na função típica de legislar, já que o STF classifica o controle de constitucionalidade como atividade
legislativa negativa.
360. QUEM A CÂMARA DOS DEPUTADOS REPRESENTA E POR MEIO DE QUAL SISTEMA SE
DÁ A ELEIÇÃO?
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
Representa o povo.
A eleição se dá pelo sistema proporcional: Isso se dá a partir da definição do quociente partidário de cada
Partido ou coligação (atenção: as coligações para cargos proporcionais não são mais permitidas a partir das
eleições de 2020 por conta da EC 97/2017).
O quociente partidário é resultado da divisão do número de votos válidos dados sob a mesma
legenda/coligação (desprezada a fração) pelo quociente eleitoral.
O quociente eleitoral é determinado dividindo-se o número de votos válidos apurados pelo de lugares a
preencher em cada circunscrição eleitoral (desprezada a fração, se igual ou inferior a meio, e equivalente a um, se
superior).
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
admissibilidade do processo e o Senado Federal como tribunal político, sob a presidência do Presidente do STF. O
Senado Federal julga também (sem o prévio juízo de admissibilidade pela Câmara dos Deputados) os Ministros do
Supremo Tribunal Federal, os membros do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério
Público, o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da União.
e) atribuições constituintes: emendas à Constituição.
373. QUAIS SÃO OS PODERES DADOS À CPI? QUAIS SÃO OS LIMITES A TAIS PODERES?
Poderes de instrução processual próprios de autoridade judicial.
Os limites são:
a) Cláusula de reserva de Jurisdição. Exs.: Interceptação telefônica; violação de domicílio; prisão, salvo
flagrante delito; sigilo imposto a processo judicial
b) Direitos e garantias individuais. Exs.: Direito de não produzir prova contra si mesmo (art. 5º, LXIII, CF);
sigilo profissional (art. 5º, XIV, CF).
c) Medidas acautelatórias: se a CPI não tem o poder de punir ou acusar, ela não pode adotar medidas para
conservar a decisão final, pois essa decisão final não é dela. A CPI não possui poder geral de cautela. Logo, não
pode determinar medidas como indisponibilidade de bens; proibição de ausentar-se do país; arresto; hipoteca
judiciária.
d) Autonomia dos entes federativos: Ex.: houve caso em que CPI tentou compelir o Governador de Goiás
a comparecer (condução coercitiva). O STF entendeu que a CPI não teria esse poder, pois haveria interferência na
autonomia federativa. Isso não significa que ele não possa ser investigado se for um assunto que tenha interesse
geral. Se o interesse for local não pode ser investigado por CPI federal.
188
Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
entendimento contido na Súmula 3/STF (CANCELADA): A imunidade concedida a deputados estaduais é restrita à
Justiça do Estado).
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
A prerrogativa de foro dos Deputados Estaduais é, em regra, do Tribunal de Justiça. No caso de crimes
eleitorais, a competência não será do TJ, e sim do Tribunal Regional Eleitoral. No caso de crimes contra bens,
interesses ou serviços da União, autarquias ou empresas públicas federais, a competência será do TRF.
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
*Corretiva: materializa-se em duas hipóteses: I) fixação de prazo, caso seja verificada alguma ilegalidade
para adoção de providências necessárias ao exato cumprimento da lei; e II) sustação da execução do ato
impugnado, quando não forem adotadas as providências determinadas, devendo a decisão ser comunicada à
Câmara dos Deputados e ao Senado Federal (CF, art. 71, IX e X).
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
Quórum de aprovação:
- LO: maioria relativa;
- LC: Maioria absoluta;
- EC: 3/5, em dois turnos em cada casa.
d) Sanção ou veto
I. Sanção:
* Expressa: o prazo para essa sanção é de 15 dias úteis.
* Tácita: decorridos os 15 dias úteis do recebimento, o Presidente não se pronuncia.
* Total;
* Parcial.
II. Veto:
* Expresso: o veto somente pode ser expresso;
* Político: Presidente analisa a viabilidade política do projeto. Interesse público;
* Jurídico: por considerar incompatível com a CF;
* Total;
* Parcial.
#Fase complementar
a) Promulgação: ato no qual se atesta a existência da lei ou da emenda, conferindo-lhe executoriedade.
- EC: é realizada pelas Mesas da CD e do SF.
- LO/LC:
*Sanção expressa: Presidente promulga
* Sanção tácita ou veto: PR promulga em 48 horas; não o fazendo, o Presidente do SF a promulga no mesmo
prazo de 48 horas; não o fazendo, o Vice-Presidente do SF a promulga no prazo de 48 horas.
b) Publicação: A publicação confere obrigatoriedade à lei ou emenda. É o mecanismo pelo qual se transmite
a promulgação da lei (declaração solene de sua existência e de seu conteúdo) aos seus destinatários. Com a
publicação no Diário Oficial, presume-se de conhecimento público a existência e o conteúdo da lei e, por
consequência, seu cumprimento obrigatório. A publicação é condição para a lei entrar em vigor e tornar-se eficaz.
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
pareceres que, em regra, favoravelmente ao
são opinativos). projeto – art. 66,
Deliberação; caput/CF)) ou tácita
Votação, se aprovado, (quando silencia – art. 66,
segue para a Casa §3°/CF).
Revisora, onde seguirá as Já o veto é sempre
mesmas fases). → expresso. Se for o caso de
veto, o PR informa ao
Presidente do SF
(Presidente CN) os
motivos do veto em 48
horas (art. 66, §1°/CF)
3ª Complementar O Presidente do Senado Se o PR sanciona, ele
tem 48 horas para próprio promulga, e quem
promulgar se o PR não o promulga, publica. O PR
fizer (art. 66, §7°/CF). Se dispõe de 48 horas para
este não o fizer, promulgar. Se ele não o
encaminha-se ao vice- fizer nesse prazo, envia-se
Presidente do Senado, para o Presidente do
que também tem 48 hrs. Senado.
para promulgação. Se ele
não o fizer, aí cabe o
controle jurisdicional.
No caso de veto pelo PR, o
Presidente do Senado
Federal irá determinar
uma sessão conjunta para
votar o veto (art. 66, §4° -
em 30 dias – derrubada do
veto requer maioria
absoluta). Se mantém o
veto, arquiva-se, se
derruba o veto,
encaminha para o PR para
promulgação etc.
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
395. QUAL A ORDEM DE SUBSTITUIÇÃO E SUCESSÃO DO CHEFE DO PODER EXECUTIVO?
#Substituição:
1º - Vice;
2º - Presidente da CD;
3º - Presidente do SF;
4º - Presidente do STF.
Por isso, todos eles devem ser brasileiros natos.
Obs.: Se o Presidente da CD tiver menos de 35 anos, em caso de substituição, ele poderia assumir a
Presidência da República? Duas posições:
1ª C: não, pois a CF deu importância ao princípio da idade mínima de 35 anos.
2ª C: sim, uma vez que as condições de elegibilidade para o cargo de deputado federal foram preenchidas,
o sujeito exercerá todos os ônus e bônus do cargo.
#Sucessão: Só quem pode suceder o Presidente é o Vice. É a que ocorre, por exemplo, nos casos de
renúncia, cassação, morte, etc.
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem
criação ou extinção de órgãos públicos;
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;
IX - decretar o estado de defesa e o estado de sítio;
X - decretar e executar a intervenção federal;
XI - remeter mensagem e plano de governo ao Congresso Nacional por ocasião da abertura da sessão
legislativa, expondo a situação do País e solicitando as providências que julgar necessárias;
XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos em lei;
XIII - exercer o comando supremo das Forças Armadas, nomear os Comandantes da Marinha, do Exército e
da Aeronáutica, promover seus oficiais-generais e nomeá-los para os cargos que lhes são privativos;
XIV - nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os Ministros do Supremo Tribunal Federal e dos
Tribunais Superiores, os Governadores de Territórios, o Procurador-Geral da República, o presidente e os diretores
do banco central e outros servidores, quando determinado em lei;
XV - nomear, observado o disposto no art. 73, os Ministros do Tribunal de Contas da União;
XVI - nomear os magistrados, nos casos previstos nesta Constituição, e o Advogado-Geral da União;
XVII - nomear membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII;
XVIII - convocar e presidir o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional;
XXI - conferir condecorações e distinções honoríficas;
XXII - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem pelo território
nacional ou nele permaneçam temporariamente;
XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de lei de diretrizes orçamentárias e as
propostas de orçamento previstos nesta Constituição;
XXIV - prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de sessenta (60) dias após a abertura da sessão
legislativa, as contas referentes ao exercício anterior;
XXV - prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma da lei;
XXVI - editar medidas provisórias com força de lei, nos termos do art. 62;
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
400. O PR PODE DELEGAR SUAS ATRIBUIÇÕES CONSTITUCIONAIS?
Em regra, não. Contudo, a própria CRFB prevê situações em que a delegação poderá ocorrer:
Art. 84, parágrafo único, CF: O Presidente da República poderá delegar as atribuições mencionadas nos
incisos VI, XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao Advogado-
Geral da União, que observarão os limites traçados nas respectivas delegações.
Assim, é possível a delegação das seguintes atribuições:
VI - dispor, mediante decreto (autônomo), sobre:
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem
criação ou extinção de órgãos públicos;
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;
XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos em lei;
XXV - prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma da lei;
402. QUAIS ATOS FORA DO EXERCÍCIO DA FUNÇÃO QUE NÃO PODEM SER IMPUTADOS
AO PR DURANTE O EXERCÍCIO DO MANDATO?
1ª C (majoritária na doutrina e STF): Seria uma imunidade processual penal. Poderia ser processado,
portanto, pelo ilícito civil, mas não pelo crime.
2ª C (Nagib): Seria uma imunidade geral. A CF, quando quer especificar que a questão é penal, ela
especifica. O que a CF quer é resguardar o PR de eventuais processos que ele possa sofrer na vigência do seu
mandato, permitindo com que ele seja processado apenas pelos atos decorrentes do cargo que ele ocupa. Isso
para que ele se dedique exclusivamente ao cargo.
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
II. Garantia de processamento e julgamento por órgão jurisdicional cuja competência decorra de regras
contidas na CF (art. 5º, LIII, CF);
III. Garantia da imparcialidade do julgador, que não deve ser impedido ou suspeito.
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
413. QUEM MAIS, ALÉM DOS MEMBROS DO PJ, TEM VITALICIEDADE?
- MP (art. 128, §5º, a, CRFB);
- TCU (art. 73, §3º, CRFB);
- Oficiais das Forças Armadas (art. 142, §3º, VI; CRFB); e
- Militares dos estados, DF e territórios (art. 42, §1º).
418. QUAIS SÃO AS VEDAÇÕES AOS MEMBROS DO PJ? E AOS MEMBROS DO MP?
PODER JUDICIÁRIO MINISTÉRIO PÚBLICO
Exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo Exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer
ou função, salvo uma de magistério (ADI 3126: O outra função pública, salvo uma de magistério. A
STF entendeu que o juiz pode exercer a função de proibição abrange o exercício da advocacia (os
magistério em mais de uma instituição, desde que membros que entraram antes do regime de 88
haja compatibilidade de horários). puderam optar pelo sistema anterior, que
permitia o exercício da advocacia, art. 29, §3º
ADCT – subsistiu até a EC nº 45/04) e participar de
sociedade comercial, na forma da lei.
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
Receber custas ou qualquer participação em Receber custas ou qualquer participação em
processos (também para o juiz de paz). processos.
Atividade político-partidária Atividade político-partidária (prevista com a EC nº
45/04).
Receber qualquer tipo de auxílios ou contribuições Receber qualquer tipo de auxílios ou contribuições
Quarentena (três anos) Quarentena (três anos)
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
a) Controlar a atuação administrativa do poder judiciário, revendo despesas realizadas pelos tribunais
e a utilização dos respectivos recursos orçamentários;
b) Controlar o cumprimento dos deveres dos juízes, inclusive de segundo grau de jurisdição.
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
- Sistema rígido: só pode haver restrições que estejam previstas expressa e taxativamente na CRFB. Grade
preocupação em preservar direitos fundamentais, não os deixando sujeitos à discricionariedade política. É a regra
no Brasil. Exceção: estado de sítio decretado com fundamento no art. 137, II/CF, no qual não há rol expresso e
taxativo das restrições (situação em que caberá ao PR, com controle do CN, determinar as restrições adotadas).
- Sistema flexível: parte da premissa de que é inviável estabelecer previamente as exceções necessárias
para solucionar situação de crise. Não é adequado estipular um rol taxativo.
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
- Posterior (art. 141, PÚ, CF): cessados os efeitos do estado de defesa, as medidas aplicadas em sua vigência
serão relatadas pelo PR, em mensagem ao CN, com especificação e justificação dessas providências. O CN avalia
se houve arbítrio ou excesso >> responsabilização dos executores ou agentes pelos ilícitos.
* Jurídico: também poderá ser concomitante (ex: a prisão por crime contra o Estado deve ser comunicada
imediatamente ao juiz competente; é necessária autorização judicial para prisão ou detenção superior a 10 dias)
ou posterior (envolve a responsabilização de agentes e executores pela prática de atos ilícitos.
PJ poderá reprimir abusos/ilegalidades cometidas durante a execução das medidas do estado de defesa,
por meio de MS, HC. Análise do mérito discricionário por parte do Poder Judiciário é impossível.
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
- edição de decreto pelo PR (duração, medidas necessárias a sua execução e as garantias constitucionais a
serem suspensas). Após a publicação do decreto, o PR designará o executor das medidas específicas e as áreas
abrangidas.
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
448. É POSSÍVEL O CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE DE LEIS ORÇAMENTÁRIAS?
Antes, o STF não realizava o controle de constitucionalidade de leis orçamentárias ao argumento de tratar-
se de lei de efeitos concretos, sendo uma lei meramente formal. Era admitido apenas o controle difuso de
constitucionalidade, sendo vedado o controle abstrato de constitucionalidade. A partir do julgamento da ADI 4048
o STF revisou sua orientação e passou a permitir que leis orçamentárias fossem objeto de ação do controle
concentrado de constitucionalidade.
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
Em contrapartida, materialmente, o orçamento é um ato de administração, visto que viabiliza a execução
das medidas administrativas do Estado.
Quanto à sua natureza, prevaleceu a ideia de orçamento como ato-condição, no sentido de que a
administração, para que possa implementar as suas medidas, precisa, antes de tudo, ter disponibilidade de recurso
orçamentário.
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
456. O QUE É O PRINCÍPIO DA UNIVERSALIDADE?
A lógica da unidade acaba carregando a determinação de trazer ao orçamento todas as verbas, despesas e
concepções possíveis. Nesse contexto, além do princípio da unidade, o orçamento será acompanhado do princípio
da universalidade. Sendo a LOA uma só, deverá conter todas as receitas e despesas, abraçando toda a atividade
financeira do Estado.
Então, a LOA vai conter todas as receitas e despesas, tanto da Administração Pública Direta quanto da
Indireta (basicamente as fundações públicas, as estatais dependentes e as autarquias, excetuando-se as de
natureza especial) para possibilitar o controle sobre a gestão pública.
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
Embora não seja um princípio de índole explícita constitucional, é um princípio previsto no ordenamento
brasileiro, na LRF.
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
Nesse sentido, temos também julgados do STF que estabelece que as sociedades de economia mista e
empresas públicas que explorem atividade econômica em sentido estrito estão sujeitas ao regime jurídico próprio
das empresas privadas.
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
Os legitimados poderão promover todos os atos necessários à regularização fundiária, inclusive requerer
os atos de registro.
Com a mulher, independente do regime de bens, caso comprado na constância do casamento ou da união
estável (art. 35-A, Lei 11.977/2009), SALVO se se houve, no caso, a utilização de recursos do FGTS ou se houver
filhos do casal e a guarda ficar com o marido ou companheiro.
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
As pessoas em despejo forçado são hipervulneráveis (segurança da posse). Trata-se de uma medida
causadora de um IMPACTO DESPROPORCIONAL, sobretudo quando atinge crianças, adolescentes, idosos,
deficientes, mulheres, indígenas, demais pessoas estigmatizadas.
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
485. O QUE O ESTATUTO DAS CIDADES ACRESCENTA ALÉM DO QUE PREVÊ A
CONSTITUIÇÃO?
Além dos requisitos previstos no art. 182 da Constituição Federal para a desapropriação devem ter
decorrido 05 anos de IPTU progressivo e Juros Legais de 6% ao ano (no caso de desapropriação por descumprimento
da função social propriedade urbana. Lembre-se que na desapropriação comum/ordinária o valor dos juros legais
é de 2%).
Ademais, destaca-se que nessa modalidade de desapropriação não incidem juros compensatórios! Os juros
compensatórios não incidem sobre a desapropriação de imóvel urbano que não cumpre a sua função social,
somente na desapropriação por necessidade ou utilidade pública ou de interesse social. Além de que os impostos
não podem ser pagos com o valor que se tem a receber (não pode compensar com crédito tributário).
486. É NECESSÁRIO ALGUM REQUISITO PARA QUE HAJA O CONFISCO DE BENS OU O BEM
SERÁ CONFISCADO DESDE QUE RELACIONADO AO TRÁFICO ILÍCITO DE
ENTORPECENTES E AO TRABALHO ESCRAVO?
Não, o confisco independe de quaisquer requisitos além dos previstos no art. 243 da CF, bastando a
demonstração de que está relacionado à exploração de trabalho escravo ou tráfico de drogas.
216
Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
A redação anterior falava em glebas de terras. Gleba traduz imóvel rural – sempre! E o dispositivo anterior
se referia apenas a cultivo de plantas drogas psicotrópicas e drogas afins. A EC 81 ampliou a desapropriação
confiscatória para abranger, também, as propriedades urbanas e propriedades com exploração de trabalho
escravo. A Constituição define a destinação que será dada a propriedade desapropriada: reforma agrária e a
programas de habitação popular.
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
Para alcançar esse objetivo, a Carta Constitucional determinou a criação de um sistema único
de saúde (SUS), que tenha como uma de suas diretrizes o “atendimento integral” da população (art. 198, II, da
CF/88).
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
Quando isso ocorre, dizemos que há a prescrição e o uso do medicamento off-label, ou seja, fora da sua
indicação. Assim, o medicamento off-label é aquele cujo médico prescreve para uma determinada finalidade que
não consta expressamente na sua bula.
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
Os dependentes são beneficiários indiretos da Previdência Social. São três categorias:
I - o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer condição, menor de 21
(vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental(em qualquer grau) ou deficiência
(física ou sensorial) grave;
Neste caso, a dependência econômica é presumida e absoluta, não admitindo prova em sentido contrário.
Porém há uma exceção de acordo com a juris da TNU, que é o caso do filho inválido em que a invalidez tenha
ocorrido após ele ter completado 21 anos.
II - os pais; (Necessário comprovação de dependência econômica, porém não precisa ser absoluta e total).
III - o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha
deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave;
É a garantia de um salário-mínimo mensal à pessoa com deficiência e ao idoso com 65 anos ou mais que
comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção nem de tê-la provido por sua família.
Destaco que o INSS cuida de Previdência e não da assistência. Porém, o Decreto 6.214/07 delegou ao INSS
a gestão do BPC. O dinheiro sai da União e quem operacionaliza é o INSS, assim, quem responde judicialmente é o
INSS e a União não tem legitimidade passiva nessas demandas.
Em termos populares, o BPC é conhecido como LOAS.
A Lei prevê que o benefício será suspenso quando a pessoa com deficiência exercer atividade remunerada,
inclusive na condição de MEI. Extinta a relação de trabalho e encerrado o pagamento do seguro-desemprego, não
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
tendo o beneficiário adquirido direito a benefício previdenciário, poderá ser requerida a continuidade do
pagamento do benefício suspenso, sem necessidade de perícia médica ou reavaliação. A contratação de pessoa
com deficiência como aprendiz não acarreta a suspensão do benefício, limitado a 2 (dois) anos o recebimento
concomitante da remuneração e do benefício. Essas são as regras peculiares do LOAS deficiente.
A lei prevê que o benefício deve ser revisto a cada 2 (dois) anos para avaliação da continuidade das
condições que lhe deram origem. O professor destaca a edição de uma Medida Provisória – 767/2017 que previu
a possibilidade de revisão para reavaliação em qualquer tempo na aposentadoria por idade e no auxílio-doença.
No LOAS a regra permaneceu.
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
pedir o descumprimento de normas trabalhistas relativas à segurança, higiene e saúde dos trabalhadores”. É uma
Súmula preocupada com o meio ambiente do trabalho.
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
A cultura afro-brasileira merece maior atenção do Estado, por conta de sua estigmatização, fruto de
preconceito estrutural.
A proibição do sacrifício de animais em seus cultos negaria a própria essência da pluralidade cultural, com
a consequente imposição de determinada visão de mundo.
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
1924. Foi o primeiro documento internacional de ampla proteção às crianças, não se limitando a questões voltadas
ao trabalho como nos documentos da OIT, embora ainda não as considere como sujeitos de direitos.
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
Também é o documento com o maior número de adesões e ratificações dentre todos os demais textos
internacionais. Os Estados Unidos da América é o único país que não aderiu ao texto da Convenção.
Por meio da ratificação se dá a adesão ao documento no plano internacional e, a partir da promulgação, o
Brasil se obriga internamente ao cumprimento do seu conteúdo.
Como Convenção de direitos humanos, submete-se ao § 3º do artigo 5º, da Constituição Federal. Porém,
considerando que sua promulgação ocorreu em data anterior ao texto acrescentado ao referido parágrafo 3º,
conforme entendimento exarado pelo STF, tem o status supralegal, mas infraconstitucional.
Segundo a Convenção sobre os Direitos da Criança, criança é definida como o menor de 18 anos, salvo se
a maioridade for atingida em momento anterior, de acordo com a legislação interna; superior (melhor) interesse
da criança, um dos maiores valores voltados à criança, por declarar o gozo de uma proteção especial em relação
aos demais sujeitos de direitos, devendo seus direitos prevalecerem como regra, embora não de forma absoluta;
Comitê sobre os direitos da criança, que tem por função o recebimento de relatórios encaminhados pelos Estados,
a cada 5 (cinco) anos, relatando os casos de cumprimento e de descumprimento dos termos da Convenção.
Atente-se para o fato de que o Estatuto da Criança e do Adolescente (1990), assim como a Constituição da
República (1988), teve por inspiração o texto da Convenção sobre os Direitos da Criança. O Brasil ratificou a
Convenção sobre os Direitos da Criança em 24/09/1990 e foi promulgada pelo Decreto 99.710/90, em 21/11/1990.
O Estatuto de Criança e do Adolescente é de 13/07/90. Portanto, a ratificação da Convenção foi depois da
promulgação do ECA.
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
A partir de 30 (trinta) anos, é só adulto.
519. QUAL A DIFERENÇA DOS ALIMENTOS CONCEDIDOS AOS IDOSOS PARA OS DEMAIS
DEVERES ALIMENTÍCIOS PARA OUTRAS PESSOAS?
O Estatuto do Idoso traz uma regra especial, diferente do Código Civil, no sentido de que a obrigação
alimentar por força do Estatuto do Idoso tem natureza solidária, podendo o idoso escolher entre os prestadores.
Código Civil só traz o binômio básico necessidade vs. possibilidade; paga alimentos quem pode e no
montante que pode, recebendo quem precisa no montante que precisa; é divisível, mas há uma ordem quanto ao
pagamento dos alimentos (ascendentes, em regra, e na falta, busca nos descendentes ou se parte para linha
colateral, caso necessário).
No Estatuto do idoso a obrigação alimentar é solidária e não segue regras de ascendência ou descendência
como no Código Civil. O idoso escolhe de quem receber o amparo alimentar. Isso serve para dinamizar a solução
do problema dos alimentos da pessoa idosa.
Durante muito tempo, parte da doutrina dizia que tais disposições deveriam ser desconsideradas face ao
disposto no Código Civil. Contudo, hoje a posição (tanto doutrinária, quanto jurisprudencial) é mais pacífica,
aceitando-se as disposições do Estatuto.
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
Na linha reta de parentesco (ascendentes e descendentes), não há limitação quanto a quem será o
alimentante (entendimento pacífico), é independente do grau.
Contudo, na linha colateral de parentesco, o parentesco do alimentante se restringe ao segundo grau
(entendimento predominante – só até irmãos). Esse entendimento é feito com base na interpretação de acordo
com o art. 1.697 do Código Civil.
O STJ adota essa posição e inclusive já negou alimentos para idoso pleiteado de prestador parente colateral
de terceiro grau (REsp 1.032.846. Rel. Min. Nancy Andrighi. Julgado em 18/12/2009).
Contudo, há divergência da doutrina mais moderna de direito de família (capitaneada por Maria Berenice
Dias). Para ela, na linha colateral, o alimentante pode ser de até quarto grau (tios e primos, por exemplo), o que
se sustentaria pela linha de vocação hereditária prevista no art. 1.829, IV, do Código Civil, que não limita os
colaterais ao segundo grau.
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
529.APENAS AS TERRAS DERMACADAS COMO TERRITÓRIO INDIGENA GOZAM DE
PROTEÇÃO?
Os índios possuem direitos sobre as terras por eles ocupadas tradicionalmente. Tais direitos decorrem da
própria Constituição e existem mesmo que as terras ainda não estejam demarcadas. No entanto, o legislador
determinou que a União fizesse essa demarcação a fim de facilitar a defesa desses direitos.
531. OS NÃO ÍNDIOS QUE FOREM RETIRADOS DAS TERRAS DEMARCADAS DEVERÃO SER
INDENIZADOS?
NÃO. Em regra, os não índios que forem retirados das terras demarcadas não têm direito à indenização.
Isso porque eles estavam ocupando terras que pertenciam à União. Logo, mesmo que tivessem supostos títulos
de propriedade, estes seriam nulos porque foram expedidos em contrariedade com o art. 20, XI e art. 231 da
CF/88.
Entretanto, há uma exceção: tais pessoas poderão ser indenizadas pelas benfeitorias que realizaram no
local, desde que fique provado que a ocupação era de boa-fé.
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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO CONSTITUCIONAL
533. NO PROCESSO DEMACARTÓRIO É NECESSÁRIO QUE TODOS OS EVENTUAIS
INTERESSADOS SEJAM NOTIFICADOS?
O Decreto nº 1.775/96 não exige que eventuais interessados na demarcação sejam notificados
diretamente a respeito da existência do procedimento (ex: pessoas que possuem títulos de propriedade da área a
ser demarcada). Basta que seja publicado um resumo do relatório circunstanciado nos Diários Oficiais da União e
da unidade federada onde se encontra a área sob demarcação - publicação essa que também deve ser afixada na
sede da Prefeitura Municipal da situação do imóvel (art. 2º, § 7º do Decreto nº 1.775/96). Isso já é suficiente para
garantir o contraditório. Vale ressaltar, no entanto, que nesta publicação deverá constar o nome do interessado
ou de sua propriedade rural (ex: Fazenda Terra Boa). Assim, não há nulidade em processo de remarcação de terras
indígenas por ausência de notificação direta a eventuais interessados, bastando que a publicação do resumo do
relatório circunstanciado seja afixada na sede da Prefeitura Municipal da situação do imóvel. STJ. 1ª Seção.MS
22816-DF, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 13/9/2017 (Info 611).
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