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A Estática é o ramo da Mecânica que estuda o equilíbrio dos corpos, isto é, na Estática analisamos que condições um corpo,
sujeito à acção de forças, deve obedecer para se manter em equilíbrio.
Já sabe que a resultante de um sistema de forças, é força única capaz de produzir o mesmo efeito que o das suas
componentes. Por isso:
A composição de forças, é o processo de substituição de duas ou mais forças por uma única, capaz de obter o mesmo efeito,
ou seja, é o processo de determnação da resultante de um sistema de forças.
F1 FR
A B C
F2
BC CD BC
Do triângulo BCD, cos α= e sen α = . Também temos: BC=F 1, por isso, , cos α= ⇔ BC=F 1 ∙ cos α e
BD BD F1
CD
sen α = ⇔ BC =F 1 ∙ sen α .
F1
F R =√ F 21 + F22 +2 F1 F2 cos α
A equação acima permite calcular o módulo da resultante de duas forças e denomina-se regra dos co-senos.
Também podemos calcular a resultante de duas forças decompondo-as num referencial cartesiano – Decomposição de forças.
A origem do S.C.O coincide com a origem das duas forças e o eixo x coincide com a direcção e o sentido da força F 2;
F1
F1 y
F1 x F2 x
F1 y
A componente F 1 y é o cateto oposto ao ângulo α , por isso, sen α =¿ ⇔ F =F1 sen α ¿;
F1 1y
F Rx =F 2 + F 1 x ⟹ F Rx =F 2 + F1 cos α
Assim:
{ F Ry =F1 y { F Ry =F1 sen α
Finalmente, podemos determinar a resultante do sistema das duas forças. Visto que F Rx e F Ry são forças perpendiculares,
porque os eixos dos xx e yy são perpendiculares entre si, logo:
a) 3
b)
10
30º
12
c)
45º
30º
9
Resolução:
a) Neste caso as forças são perpendiculares. Por isso aplicamos o Teorema de Pitágoras. Assim,
F 2=4 N
b) O sistema apresentado nesta alínea é contituído por força concorrentes, a expressão para o seu cálculo é:
F R =√ F 21 + F22 +2 F1 F2 cos α
Logo: F R =√ 10²+ 12²+2∙ 10 ∙12 ∙ cos 30 ° ⇔ F R =√ 100+144+ 240∙ 0,87 ⇔ F R =√ 452,8 ⇔ F R =21,3 N
c) Neste caso devemos começar por decompor as forças do sistema em componentes sobre os referências “x” e “y”.
Deste modo teremos:
F 1y F1 8
F 2x 45º
F 1x
F2 30º
9 F 2y
Assim:
Agora podemos calcular a resultante do sistema aplicando o Teorema de Pitágoras. Por isso:
F R =√ F Rx ²+ F Ry ²
2
F R =√ (−2,23 ) +(1,1)² ⇔ F R=√ 4,9729+1,21 ⇔ F R =√ 6,1829 ⇔ F R=2,5 N
Forças da natureza
Força: é toda a causa capaz de modificar o estado de repouso e/ou de movimento de um corpo e, ainda de lhe causar
deformações.
Fg)
1. Força da gravidade ( ⃗
É a força de atracção que actua entre dois corpos, como consequência da sua massa. A sua unidade no SI é Newton [N] e a sua
expressão matemática é:
F g=m∙ g
⃗
Onde:
F g – Força de gravidade [N]
⃗
m – Massa [kg]
g – Aceleração de gravidade [m/s²]
Fg
(a) (b)
Têm seu ponto de aplicação no centro geométrico dos corpos.
Fg P
y
P
(a) (b)
A sua expressão matemática é:
P=m∙ ⃗g
⃗
N
Fg P
Força de Tensão ou apenas Tensão (T ) , é a força de reacção de um fio quando está sujeito à acção de uma força externa.
Tem o seu ponto de aplicação nas extremidades do fio, veja na figura que se segue.
F a)
5. Força de atrito ( ⃗
É a força que tem tendência de impedir o movimento, actuando sempre no sentido contrário ao deslocamento. Se o corpo
estiver em movimento diz-se “atrito dinâmico”.
Da prática sabe que é fácil escorregar numa superfície lisa do que numa rugosa. Isto deve-se à força de atrito.
Esta força é sempre paralela à superfície onde o corpo se move, e tem sempre sentido contrário ao sentido do
movimento do corpo, veja nas figuras (a) e (b).
Tem o seu ponto de aplicação na superfície de apoio do corpo.
F a=μ ∙ ⃗
⃗ N
Onde:
N
Sentido do movimento x
N Fa
Fg P
Fa
(a) (b)
F Rx =0 ∧ F Ry =0 ou ∑ F Rx =0 ∧ ∑ F Ry=0
NB: Na resolução de exercícios concretos, devemos dar o mesmo sinal às forças com o mesmo sentido, e sinal negativo às
forças de sentidos contrários.
Exemplo: Observe a figura (a) do exercício. Pretende-se calcular a tensão à que está sujeito cada fio devido a acção da massa
de 80 kg.
{ F Rx =0
F Ry=0 {
T −T 2=0
⟺ 1x
T 1 y −F g=0
⟺
T 1 ∙ cos 60 °−T 2=0
{ T =600 √3 N
⇔ 2
{
T 1 ∙ sen 60 °−m ∙ g=0 T 1=1200 √ 3 N
Condição de equilíbrio de rotação
Um corpo está em equilíbrio de rotação quando se move em torno de um eixo fixo. O produto entre a força e o braço da força
chama-se Momento de uma força (M). Esta grandeza física vectorial é importante na aplicação da condição de equilibrio de
rotação.
O braço de uma força, é a distância entre a linha de acção da força e o eixo de rotação do corpo, veja a figura que se
segue.
eixo F
M =F ∙ r ∙ sen α
Onde:
M – Momento de uma força [N.m]
b – Braço da força [m]
r – Distância entre o braço e o ponto de aplicação da força [m]
Exemplo: A barra do exercício que se segue é homogénea e tem uma massa de 200 kg. A força que a barra exerce sobre o
ponto “A” é de 1200 N e sobre o ponto “B” é de 1600 N, Determine o momento de todas as forças em relação ao ponto “A”
sabendo que AC = 8 m e BC = 2 m.
80 kg
B
A
C
Resolução: Vamos começar por representar as forças que actuam sobre a barra. Não nos devemos esquecer, que a força de
gravidade actua no centro da barra e que a força que a barra exerce sobre os pontos “A” e “B”, são as reacçãoes normais
nesses pontos. Também devemos ter em conta que a força que a massa de 80 kg exerce sobre a barra é o seu peso. Assim
obtemos as seguintes forças:
NA = 1200 N 80 kg NB = 1600 N
B
A
C
P= N
Fg = 2000 N
Antes de calcularmos o momento de todas as forças do sistema é necessário saber que:
NB = 1600 N; r = 10 m (distância BA) e α = 90 o
MP = 800.8.sen90o ⇒ MP = 6400.1
⇒ MP = 6400 N.m
O momento de uma força permite-nos formular a condição de equilíbrio de rotação, ou seja, a condição para que um corpo
não possa girar em volta de um determinado ponto.
Para que um corpo observe equilíbrio de rotação, o somatório dos momentos das forças que actuam sobre ele deve ser
nulo.
∑ M =0
Aplicação da Condição de Equilíbrio de Rotação
A figura deste exercício, apresenta uma barra rígida de 100 kg, fixa numa das extremidades num fio e apoiada num ponto B. Na
extremidade C da barra encontra-se um bloco de 50 kg. A distância AB é de 3 metros e a BC é de 2 metros.
Nesta condições quer-se saber qual é a força à que está sujeito o fio e força que a barra exerce sobre o apoio em B.
A C
Figura (a)
Na resolução deste tipo de exercícios, convém obedecer aos seguintes passos:
NB
T
A
FgB C
P
Figura (b)
Onde:
NB ... é a força que a barra exerce sobre o apoio em B (que corresponde à força normal)
2. Escolher um ponto qualquer da barra, que passa a ser considerado o seu centro de rotação.
Convém escolher um ponto em que se encontra uma das grandezas a ser ccalculada. Por isso, neste caso, convém escolher o
ponto A ou B. Vamos então considerar que o eixo da barra se encontra no ponto B.
3. Calcular o momento de todas as forças que actuam sobre a barra em relação ao eixo escolhido.
Neste caso vamos calcular o momento de todas as forças que actuam sobre a barra em relação ao ponto B (que é o eixo
escolhido).
AB
M F é o momento da força de gravidade e é a distância do ponto aplicação da força de gravidade da barra ao
gb
2
eixo B (metade do comprimento da barra).
MNB é o momento da normal em B e BB é a distância do ponto de aplicação da normal em B até ao eixo B (que é nula).
MP é o momento do peso e BC é a distância do ponto de aplicação do peso ao eixo A.
Repare que em todos casos temos seno de 90 o , porque todas as forças formam um ângulo de 90 o com a barra.
O sentido de rotação pode ser o horário ou ati-horário. Na Figura (b) foi escolhido o sentido horário como o sentido de
rotação positivo.
As forças cuja acção (sózinha) sobre a barra iriam provocar uma rotação da barra no sentido anti-horário,em torno do ponto
B, têm um momento negativo.
Se tivessemos escolhido o sentido anti-horário como o sentido de rotação positivo, a regra dos sinais iria se inverter.
5. Aplicar a condição de equilíbrio de rotação, tendo em conta a regra dos sinais dos momentos de cada força,
explicada no 4o passo.
Assim:
ΣM = 0
⇒ MT - MNB + NB + MP = 0 ⇒ 3T - 500 + 0 + 1000 = 0 ⇒ 3T = 500⇒ T= 500/3 ⇒ T = 166,7 N
Se considerarmos positivas as forças que actuam para cima, então as forças que actuam para baixo são negativas, ou
vice versa.
Assim
FRX = 0 e FRY = 0
⇒ T - FgB + NB - P = 0 ⇒ T- mB .g + NB - m.g = 0
⇒ 166,7 - 100.10 + NB - 50.10 = 0 ⇒ NB = 1333,3N
Dinâmica
Dinâmica é a parte da Mecânica que estuda o movimento dos corpos em estreita relação com as forças que produzem esse
movimento (causas do movimento). O estudo da Dinâmica é resumido pelas três Leis de Newton.
Da mesma forma, se estivermos parados no interior de um carro e, este acelerar de repente, nós iremos nos inclinar para trás,
pois a tendência de um corpo parado é permanecer onde estava.
Estes dois exemplos caracterizam uma propriedade fundamental da matéria que diz: qualquer corpo em movimento tende a
permanecer em movimento e, qualquer corpo em repouso tende a permanecer em repouso, a menos que uma força
provoque a mudança do seu estado mecânico. Esta propriedade é conhecida por INÉRCIA e é explicada pela...
Primeira lei de Newton, também conhecida como princípio da inércia, afirma que todo corpo permanece em seu estado de
repouso ou em movimento retilíneo e uniforme caso as forças que actuem sobre ele se anulem . A lei da inércia foi concebida
pelo físico inglês Isaac Newton e foi baseada nas observações feitas pelo italiano Galileu Galilei.
A inércia é uma propriedade inerente da matéria, isto é, todos os corpos que possuem alguma quantidade de massa possuem
inércia, isto é, a massa é a medida quantitativa da inércia de um corpo.
A inércia indica a tendência que um corpo tem de permanecer em seu
estado de movimento ou de repouso, quer dizer, um corpo com muita
inércia opõe-se fortemente às mudanças de velocidade (é mais difícil
colocar em movimento um corpo com muita massa, mas também,
quando ele está em movimento é mais difícil fazê-lo parar.
Ficha de apoio de Física 11ª Classe Unidade 1: Mecânica. Cinemática, Estática e Dinâmica
F R =m∙ a
Onde:
FR – Força resultante [N];
m – Massa [kg];
a – Aceleração [m/s²]
Os gráficos da figura que se segue, estão de acordo com a 2 a Lei de Newton, porque quando duas grandezas são
directamente proporcinais, o gráfico deve ser uma linha recta. Como vê, quanto maior é a inclinação da recta, maior é
a massa do corpo envolvido.
m m m
m1 1 2 3 m2
m3
A 3a Lei de Newton estabelece que para cada acção há sempre uma reacção igual mas directamente
oposta.
O voo dos aviões baseia-se nesta lei, porque quando as hélices ou as turbinas do avião expelem o ar para trás, o
avião vai para frente devido como a reacção igual e directamente oposta. O mesmo acontece com a hélice dum
helicópetero, que expele o ar para baixo e com reacção o aparelho sobe.