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OUTUBRO-DEZEMBRO 2019
TRATAMENTO DA GOTA
A gota é uma artropatia inflamatória causada O losartan, a atorvastatina, o fenofibrato e os O repouso e elevação da articulação afetada
pela deposição de cristais de ácido úrico, na bloqueadores dos canais do cálcio apresentam podem contribuir para o tratamento da crise
forma de urato monossódico, nas articulações propriedades fracas de redução de urato.2,4 O de gota.3,15 A aplicação local de gelo parece
ou nos tecidos periarticulares.1-4 Raramente, ácido acetilsalicílico em doses baixas e os diu- diminuir a dor.6,7,15
pode ser causada por alterações genéticas.3,5 réticos, particularmente as tiazidas e diuréticos A educação e o aconselhamento individualiza-
O ácido úrico é o produto final do metabolismo da ansa, aumentam a uricemia.2,6-8,10 Alguns do do doente são importantes.3,12,15,16
da purina em humanos.3,6 A hiperuricemia é fármacos associam-se também a risco de hi-
consequência da sobreprodução de acido úri- peruricemia: citotóxicos, ivabradina, aliscireno, TERAPÊUTICA NAS CRISES
co ou de uma diminuição da sua eliminação ciclosporina, pirazinamida e etambutol.6-8 Outras AGUDAS
renal,7 principal responsável pela excreção.8 causas incluem patologias mieloproliferativas.2 Uma crise de gota ocorre geralmente após um
O aumento das suas concentrações séricas A gota causa incapacidade funcional, absen- período de hiperuricemia assintomático. Se a
favorece o aparecimento de gota. Cerca de tismo laboral e consequências económicas hiperuricemia persistir, as crises podem ser re-
10% das pessoas com hiperuricemia desen- negativas.4,10 Parece existir um aumento da correntes, tornando-se cada vez mais frequentes
volvem gota, mas 80-90% dos doentes com sua prevalência a nível mundial.2-4,10 e prolongadas, afetando muitas articulações.4
gota são hiperuricemicos.2 Não se recomenda Em geral, os sintomas desaparecem entre 3 e
o tratamento de doentes com hiperuricemia TERAPÊUTICA NÃO 10 dias, mesmo sem tratamento.8,11 Este deve
assintomáticos.2,3,9,10 FARMACOLÓGICA iniciar-se nas primeiras 12 a 24 horas após o
A crise aguda de gota manifesta-se por dor Não há evidência suficiente para determinar início da crise para reduzir a sua gravidade e
intensa, inflamação, calor e vermelhidão.3,4,7 se as alterações na alimentação e no estilo de duração.3,6 Os doentes devem dispor de um
A dor aumenta com o contato e a mobilização.11 vida têm um efeito positivo na evolução da plano de ação e de medicamentos para facili-
Na maioria dos casos, a gota manifesta-se de gota. Contudo, os dados sugerem que podem tar o tratamento precoce.4,8,12
início numa única articulação. Geralmente, a diminuir, em alguma medida, a hiperuricemia8 Durante as crises, o objetivo da terapêutica é
articulação metatarsofalângica do dedo pri- e contribuir também para a redução das co- melhorar a inflamação e os sintomas.6 Anti-
meiro do pé. À medida que a doença evolui morbilidades.13 Para muitos autores as reco- -inflamatórios não esteroides (AINE), colquicina
podem ser afetadas múltiplas articulações (por mendações dietéticas devem ser as mesmas e corticosteroides são opções de primeira li-
ex., pés, joelhos, cotovelos e mãos).2,3,8,11 A hi- que as da prevenção cardiovascular.3 Embora nha.2,3,6,9,12 Existem poucos dados comparativos8
peruricemia não tratada pode resultar em gota os dados epidemiológicos sugiram que uma e as normas mais recentes não dão prioridade
avançada com tofos (nódulos subcutâneos) e/ alimentação rica em purinas aumenta o risco a um medicamento sobre outro.2,9,16 Recomen-
ou artrite gotosa crónica.4 Os cristais de ácido de gota, há pouca evidência de que os efeitos dam ter em consideração as comorbilidades,
úrico também podem ser depositados no trato de uma dieta que as limite sejam clinicamen- a medicação concomitante,2,3,9 os tratamentos
urinário (urolitíase).3 te significativos.10 Aconselha-se moderação anteriores, o número de articulações afetadas
Têm sido propostas diversas escalas diagnós- na ingestão de precursores de purina ou de e as preferências do doente.9,12 Para alguns, os
ticas que consideram os sinais clínicos presen- proteínas, mas não uma restrição rigorosa.14 corticosteroides orais devem reservar-se para
tes.3,11 Para um diagnóstico definitivo, devem Se existirem padrões alimentares e estilos de quem não tolera ou tem contraindicação aos
ser demonstrados cristais de urato no líquido vida prejudiciais, será especialmente acon- AINE ou à colquicina.5,6,10 Estes podem ser
sinovial ou nos tofos.2,4,8 Níveis normais ou bai- selhável: preferidos se há infeção concomitante, into-
xos de ácido úrico não excluem o diagnóstico •R eduzir o peso excessivo,2,5,12-15 e estimular lerância aos corticosteroides, diabetes instável,
de gota aguda. Um nível elevado aumenta a a atividade física regular;12-16 no pós-operatório e se as crises são frequentes,
probabilidade, mas não confirma o diagnósti- • I ncentivar o consumo de vegetais4,9 e produ- para limitar as doses totais de corticosteroides.17
co.3,4 Algumas modalidades de imagem, como tos lácteos com baixo teor de gordura,12-15 e Os AINE em doses elevadas, usados a curto
ultrassons e tomografia de dupla energia, po- diminuir as gorduras saturadas.14 prazo, são eficazes.2,8,15 Não foram constata-
dem ser úteis, caso o diagnóstico seja incerto.2,3 • Os alimentos ricos em proteínas, como car- das diferenças entre eles em termos de eficá-
A idade avançada e o sexo masculino são fa- nes vermelhas, vísceras ou mariscos devem cia.2,5,6,16 Quando os sintomas diminuem, a
tores de risco.6,8,11 A gota está associada a co- ser limitados.6,12,14 dose pode ser reduzida, podendo ser descon-
morbilidades e a fatores de risco cardiovascu- •O s doentes com gota e litíase renal devem tinuados 2-3 dias após a sua resolução.17 Os
lar, como hipertensão, diabetes, cardiopatia ingerir líquidos suficientes (> 2 L/dia).3 AINE associam-se a disfunção renal,3,7 efeitos
isquémica, insuficiência cardíaca, obesidade, • Reduzir o consumo de álcool,2,5,6,12,13 prin- adversos cardiovasculares e gastrointestinais.7,8
dislipidemia e síndrome metabólica. É impor- cipalmente cerveja e bebidas espirituosas.12 Pode associar-se um inibidor da bomba de
tante que sejam identificados e considerados • Limitar o consumo de bebidas açucara- protões, se indicado.12,15 Devem ser evitados
no tratamento.1,12,13 Na insuficiência renal das.5,12-16 Evitar os refrigerantes e as bebidas em insuficiência renal crónica4,12,15,17,18 ou his-
diminui a excreção de urato, o que também com frutose,5,6,14 que inibe a excreção renal tória de doença gastrointestinal.4,15 Não usar
pode resultar em crises de gota.6 de ácido úrico.3 ácido acetilsalicílico ou outros salicilatos, pois
OUTUBRO-DEZEMBRO 2019 BOLETIM DO
diminuem a eliminação renal de ácido úrico.7 (≥2/ano), urolitíase,3,6,9,12 doença renal crónica nas. Se a colquicina for contraindicada ou não
Doses orais baixas de colquicina têm eficá- (estádio ≥2),1,2,6 ou artropatia,1,12 mas também tolerada, pode ser considerado o uso de AINE
cia semelhante a doses mais elevadas, com um em casos de sobreprodução de acido úrico, em doses baixas,1,12,15 (por ex., naproxeno 250
perfil de efeitos adversos mais favorável.2,3,15,16 por ex., por quimioterapia.3 Recomenda-se mg duas vezes/dia).4,10 Em doentes com crises
Há diferentes esquemas terapêuticos, mas pode o início mais precoce em indivíduos jovens, frequentes que não toleram a colquicina ou os
ser usada uma dose de carga de 1 mg, seguida com hiperuricemia muito elevada e nos que AINE, podem ser usados glucocorticoides em
de 0,5 mg uma hora mais tarde,2,3,4,12,17 conti- apresentam comorbilidades.12 baixa dose, como prednisona (7,5 mg/dia).
nuando o tratamento com 0,5 mg uma ou duas Os objetivos do tratamento da hiperuricemia Porém, não há estudos sobre esta abordagem.1
vezes/dia e descontinuando-o 2 ou 3 dias após a longo prazo são a prevenção da recorrência
a resolução.17 É prudente não ultrapassar os 2 das crises, a regressão dos tofos e a melhoria FÁRMACOS HIPOURICEMIANTES
mg/dia.1,6 Podem surgir efeitos adversos gastroin- da qualidade de vida do doente.6 Normas in- Inibidores da xantina oxidase
testinais (diarreia, náuseas, vómitos, dor abdo- ternacionais recomendam que os níveis séricos A xantina oxidase catalisa a produção de
minal), miopatia e distúrbios hematológicos.4,6 de ácido úrico (NSU) sejam mantidos abaixo hipoxantina a partir de xantina e a forma-
Os efeitos são dependentes da dose e podem de 6,8 mg/dL4 (limite de solubilidade, a partir ção de ácido úrico a partir de hipoxantina.2,9
ser graves.7 As doses deverão ser reduzidas em do qual se podem formar cristais de urato).1-3 Os inibidores da xantina oxidase (IXO) reduzem
insuficiência renal ou hepatica,10,15-17 estando Na prática, o objetivo da TRAU mais am- a produção de ácido úrico e do seu precursor.2
desaconselhada nos casos graves. Em doentes plamente recomendado é a manutenção de O alopurinol, um análogo da purina que
tratados com fortes inibidores do CYP3A4 ou NSU <6 mg/dL (<0,36 mmol/L). Em gota inibe competitivamente a xantina oxidase,
da glicoproteína P, como ciclosporina, claritro- grave com presença de tofos deve ser <5 mg/ é o hipouricemiante de primeira linha.2,4-6,9
micina, cimetidina, eritromicina, cetoconazol dL (<0,30 mmol/L),1-4,10,12 na medida em que Em doentes com função renal normal, a dose
ou verapamilo, a colquicina tem de ser admi- níveis menores parecem acelerar a sua reso- inicial é geralmente de 100 mg/dia, aumen-
nistrada em doses reduzidas, ou evitada.4,12,15,17 lução.1 Não são recomendados NSU <3 mg/ tando gradualmente, por exemplo cada 2 a 4
Os corticosteroides reduzem a dor de forma dL a longo prazo.12 semanas, até atingir o objetivo terapêutico.1,2,4,12
similar aos AINE.4,16 Pode ser utilizada pred- A TRAU será iniciada com uma dose baixa e A maioria dos doentes requer doses superio-
nisolona por via oral na dose inicial de 30-40 irá aumentando gradualmente, com monito- res a 300 mg/dia, dose comummente usada.
mg/dia,6,8,13,16 até inicio da resolução, seguida rização regular (por exemplo, mensal), até ser As doses máximas referidas são de 800-900
de redução da dose, usualmente, durante 7 a 10 atingido o NSU alvo. A monitorização deverá mg.1,4,10 A adesão à terapêutica a longo prazo
dias.17 Tratamentos curtos de 3-5 dias podem ser continuar durante 6-12 meses.4,10,12 é baixa, os doentes devem ser incentivados a
efetivos.12,17 Durante o tratamento podem surgir Historicamente, tem sido defendido que a continuar a toma.10 Uma dose diária única
alterações do humor, hiperglicemia, aumento TRAU não deve ser iniciada até à resolução pode melhorar a adesão.1 Doses superiores a
da pressão arterial e retenção de líquidos.3,7,17 da crise de gota,1,3,5,8 aguardando pelo menos 300 mg podem ser divididas se existe intole-
Usar com especial precaução e vigilância em duas semanas.1,4,9 A base desta abordagem é rância gastrointestinal.8 Em insuficiência re-
insuficiência cardíaca, hipertensão mal con- o fato de o início da terapêutica poder preci- nal, o alopurinol deve ser iniciado com uma
trolada ou intolerância à glucose.17 Podem ser pitar uma crise de gota (ao diminuir os NSU dose baixa (por ex., ≤50 mg/dia), aumentado
uma alternativa em doentes com insuficiência são mobilizados os depósitos)4 e piorar ou pro- mais lentamente,1,2,9,18 com maior precaução e
renal.6,17,18 As injeções intra-articulares de cor- longar o processo inflamatório.1,10 No entanto, a intervalos mais longos nos casos de função
ticosteroides podem ser eficazes em monoartri- estas complicações não foram totalmente es- renal mais reduzida.10 Algumas normas reco-
te,4,6,10 mas não têm sido totalmente avaliadas.5,7 tabelecidas.1,4,9,10 Dois pequenos estudos não mendam ajustar a dose máxima de alopurinol
Em caso de envolvimento poliarticular podem encontraram efeitos adversos como resultado à clearance de creatinina (Clcr) em insuficiên-
ser usados por via intravenosa.17 do início precoce da TRAU, mas não permitem cia renal,12 mas isto conduz frequentemente
As associações estão indicadas quando as obter conclusões firmes.12 Alguns especialistas a sub-tratamento.18
crises são graves, difíceis de tratar ou de maior sugeriram que, em determinadas circunstân- O alopurinol pode causar reações gastrointes-
duração.8 Pode ser experimentada a colquicina cias, poderia ser admissível iniciar a TRAU tinais e aumento das enzimas hepáticas.1,2,16
com um AINE ou um corticosteroide.9,12 juntamente com anti-inflamatórios durante Podem surgir vários tipos de erupção cutâ-
Os antagonistas da Interleucina-1, um uma crise,1,4,9,10 individualizando e partilhando nea, a maioria leve e que remite com redução
importante mediador da inflamação na gota a decisão com o doente.9 No futuro, devem ser ou descontinuação do alopurinol.1 Contudo,
aguda, podem ser uma alternativa para a gota conduzidos estudos sobre o momento idóneo mesmo uma erupção leve pode ser precurso-
com crises frequentes, se as opções anteriores para início do tratamento.3 ra de hipersensibilidade, e os doentes devem
não se encontrarem disponíveis, sejam inefica- Uma TRAU já estabelecida deve continuar saber que devem interromper o tratamento
zes, contraindicadas ou não toleradas.3,4,9,12,13 durante uma crise aguda.2,3,10,14,15 O trata- e procurar assistência médica imediata se se
O canacinumab, um anticorpo monoclonal mento deve ser contínuo e a longo prazo.1,2,12 desenvolver.1,2,9 Um evento muito raro, mas
inibidor da interleucina-1 beta,4,9 é usado por Os doentes devem conhecer a importância da grave, é a síndrome de hipersensibilidade ao
via subcutânea (150 mg), repetido em intervalo toma regular e continuada da medicação.15 alopurinol (SHA), caracterizada por erupções
não inferior a 12 semanas.3,7 Os efeitos adversos cutâneas (por ex., síndrome de Stevens-John-
incluem tonturas, infeções graves3,4 e reações TERAPÊUTICA PROFILÁTICA son, necrólise epidérmica), eosinofilia, leuco-
no local da injeção. Está contraindicado na Devido ao aumento do risco de crises, no iní- citose, febre, hepatite e insuficiência renal. A
presença de infeções ativas.3,12 Anacinra, não cio da TRAU devem ser usados concomi- mortalidade é relatada em cerca de 25% dos
aprovado para a crise de gota, também tem tantemente fármacos profiláticos no mínimo casos.1,2,10 Geralmente ocorre nos primeiros
sido ensaiado.6,9,17 durante seis meses.2-4,8,10,12 AINE ou colquicina meses de tratamento.2,4 Fatores de risco para
são o tratamento de primeira linha,1-3,10 sendo seu desenvolvimento são o sexo feminino,2,10 a
TERAPÊUTICA NA de segunda a prednisolona.2 insuficiência renal, o uso de alguns diuréticos
HIPERURICEMIA Pode ser apropriada a colquicina 0,5-1 mg/ e alguns grupos étnicos, como os portadores
Após tratamento da crise, a terapêutica de re- dia.2,4,12,10 A neuromiopatia pode surgir na do alelo HLA-B * 5801 (mais frequente em
dução de acido úrico (TRAU) deve ser conside- utilização crónica, especialmente em doentes indivíduos asiáticos).1,2,10,18 O início com doses
rada nos doentes com tofos, crises recorrentes com insuficiência renal ou que tomam estati- baixas reduz o risco de SHA.9
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Aplicar 1-2x dia Irritação cutânea,2,3,10 na forma de eritema, descamação, secura, sensação de picada ou ardor, 2,10
Peróxido de (creme, gel, produtos de lavagem com fotossensibilização e raramente hipersensibilidade.3,4,7
benzoílo concentrações 2,5-10%; 5-10% em Portugal) Pode causar descoloração do cabelo e da roupa.1-4,7,11
Aplicar 1x dia à noite Irritação cutânea, secura, descamação,1,3,6,9,10,12 eritema, prurido e fotossensibilidade.2,3,6,9,12
Tretinoína (creme ou gel 0,025%, 0,5% ou 0,1%) Efeitos mais acentuados ao início;3,6 podem aumentar até à quarta semana de tratamento e
Aplicar 1x dia à noite depois diminuir lentamente.6
Adapaleno (creme ou gel 0,1% ou 0,3%) Adapaleno melhor tolerado.2-6,8,10,11
Aplicar 2x dia
Clindamicina (gel ou solução a 1%) Irritação cutânea, secura, eritema,2,6 prurido, descamação;2,11 relatos raros de diarreia1,8 ou colite
por C. difficile.1,2 Clindamicina pode causar fotossensibilidade.3
Aplicar 2x dia Evitar o uso em doentes com doença inflamatória intestinal.6,8
Eritromicina (creme a 2% ou solução a 2% ou 4%)
Aplicar 2x dia Ardor, secura, sensação de picadas, prurido,2,3 descamação, erupção,3 eritema, hipopigmentação
Ácido azelaico (gel a 15% ou creme a 20%) em indivíduos com pele mais escura.2,6,8
FÁRMACOS SISTÉMICOS
Comuns: náuseas, vómitos, dor gastrointestinal (GI),3,10,12 esofagite, fotossensibilidade,2,6,10
ulceração esofágica,7,10 hipertensão intracraniana idiopática,2,6,9,10 candidíase vaginal,3,6
Doxiciclina 100 mg/dia hepatotoxicidade, descoloração dos dentes e ossos, diarreia e colite por C. difficile.2
Doxiciclina: cefaleias;2 fotossensibilidade e perturbações GI, como esofagite, mais frequentes.7,9
Para diminuir o risco, ingerir com bastante água, pelo menos 1 hora antes de se deitar,7,10
permanecendo em posição vertical pelo menos 30 minutos.
Minociclina 100 mg/dia Minociclina: disfunção vestibular,2,9 com vertigens1,6,8,10 e acufenos,1 descoloração cutânea,
reações autoimunes, como síndroma tipo lúpus,1,6,9 síndroma DRESS, hipersensibilidade1 e
síndroma de Stevens-Johnson.2
Secura cutânea, queilite, epistaxe, secura ocular,3,7,12,14 dermatite facial,5,12 conjuntivite,7,12
Ac grave: 0,5-1 mg/kg/dia intolerância às lentes de contacto,12,14 agravamento transitório das lesões, fotossensibilidade,
mialgias,3,4,6,14 artralgias,7,8 alterações hematológicas,2,8 alterações do humor, como depressão
Isotretinoína e ideação suicida,3,5,7,8 aumento dos níveis de colesterol, triglicéridos e enzimas hepáticas e
Ac moderada: 0,25-0,4 ou 0,3-0,5 mg/kg/dia teratogenicidade.2-5,8,12,14
Tomar com alimentos para melhor absorção.1,3,14,15
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FICHA TÉCNICA
Publicação trimestral de distribuição gratuita da Ordem dos Farmacêuticos. Diretora: Ana Paula Martins. Conselho Editorial: Aurora Simón (editora); Ana
Cabral; Francisco Batel Marques; Joana Amaral; J.A. Aranda da Silva; Manuel Morgado; M.a Eugénia Araújo Pereira e Teresa Soares. Os artigos assinados são da
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