Você está na página 1de 7

Perspectivas, São Paulo

6:101-107, 1983.

T R A B A L H O E COMÉRCIO NOS SERINGAIS


AMAZÔNICOS*
M a u r o C H E R O B I M **

RESUMO: O trabalho tece algumas considerações acerca das relações seringueiro-seringalista e do


sistema de aviamento na estrutura econômica da Amazônia.
UNITERMOS: Amazonas, seringais; sistema de aviamento.

O SERINGAL beneficiário da p r o d u ç ã o d o seringueiro,


O seringal c o m p õ e - s e , b a s i c a m e n t e , age c o m o i n t e r m e d i á r i o n a c o m e r c i a l i z a -
do barracão, l o c a l de r e s i d ê n c i a d o serin- ç ã o dos p r o d u t o s de e x t r a ç ã o vegetal. A o
galista, d o a r m a z é m q u e a v i a , isto é, f o r - seu papel de l o c a d o r d e v e r - s e - á acrescen-
nece m e r c a d o r i a s a o s e r i n g u e i r o e d o de- tar o de f i n a n c i a d o r das c o n d i ç õ e s de t r a -
p ó s i t o de b o r r a c h a , c a s t a n h a , etc. O balho d o s e r i n g u e i r o , p o i s este, q u a n d o
barracão é o n ú c l e o s o c i a l e e c o n ô m i c o d o assume u m a colocação, assume-a e m c o n -
seringal. E m c o n t r a p o s i ç ã o a ele e s t á o dições p a r a a l i fixar-se e t r a b a l h a r .
centro, o n d e se c o n c e n t r a m as a t i v i d a d e s O seringal é u m a á r e a de a p r e c i á v e l
de e x t r a ç ã o g u m í f e r a , o u de c o l e t a de cas- e x t e n s ã o , parte p r o p r i e d a d e e p a r t e posse
tanha; onde e s t ã o os tapiri p a r a a m o r a d i a de u m i n d i v í d u o , o u de u m a f a m í l i a , o u
e o tapiri p a r a d e f u m a ç ã o , e as bocas, o u de u m a empresa. H á , e m seus q u a d r o s de
início, das estradas de seringa, u m a " p i - trabalhadores, pessoas d e d i c a d a s à p r o c u -
c a d a " ( c a m i n h o ) que l i g a as seringueiras ra de seringueiras e / o u c a s t a n h e i r a s , o u -
de onde se e x t r a i o l á t e x . tras ocupadas c o m a a b e r t u r a das estradas
N ã o existem v í n c u l o s e m p r e g a t í c i o s de seringa, c o n s t r u ç ã o d o s tapiri, isto é,
entre seringueiros e seringalistas, designa- d a p r e p a r a ç ã o d a colocação para a fixa-
dos freguês e patrão, respectivamente. O s ç ã o d o seringueiro.
vínculos s ã o , lato sensu, de l o c a t á r i o e lo- O custo d o p r e p a r o d a colocação, as-
cador. sim c o m o o f o r n e c i m e n t o d o s u t e n s í l i o s
Q u a n d o se p r e t e n d e l o c a l i z a r o s e r i n - p a r a a e x t r a ç ã o d o l á t e x e as m e r c a d o r i a s
galista q u a n t o à s suas a t i v i d a d e s e c o n ô m i - para o seu sustento p o r u m d e t e r m i n a d o
cas, surge a d i s c u s s ã o se ele deve ser clas- p e r í o d o , s ã o d e b i t a d o s n a conta corrente
sificado c o m o p r o d u t o r o u c o m o c o m e r - do seringueiro, que i n i c i a suas a t i v i d a d e s
ciante. Se de u m l a d o é o p r o p r i e t á r i o de com u m apreciável d é b i t o para c o m o
uma empresa d e d i c a d a a o e x t r a t i v i s m o barracão.
vegetal é, p o r o u t r o l a d o , u m d o s nexos O seringueiro q u a n d o se refere e m
do sistema de a v i a m e n t o , este essencial- "saldar a d í v i d a " , o u "conseguir s a l d o "
mente c o m e r c i a l ; c o m o l o c a d o r , p o r t a n t o em sua conta corrente, refere-se a u m a ex-

* Este trabalho é resultado de uma experiência pessoal, baseada em observações, e os dados obtidos in loco durante o ano
de 1973 e no primeiro trimestre de 1976. Envolve algumas considerações acerca de uma comunidade amazonense que se vê
na contingência de enfrentar uma nova realidade social e econômica, com os seus recursos tradicionais.
** Departamento de Sociologia e Antropologia — Faculdade de Educação, Filosofia, Ciências Sociais e da Documentação
- UNESP — 17.500 — Marília — SP.

101
CHEROBIM, M . — Trabalho e comércio nos seringais amazônicos. Perspectivas, São Paulo, 6:102-107,
1983.

pectativa que excede as suas c o n d i ç õ e s de O A u t o r que nos fornece esta i n f o r -


r e a l i z a ç ã o . A d í v i d a sempre teve, h i s t o r i - m a ç ã o acrescenta que " s o b r e os p r e ç o s de
camente, u m p a p e l i m p o r t a n t e nas r e l a - fatura, a casa f i l i a l c o l o c a 2 0 % . O geren-
ções patrão-freguês: n ã o havendo qual- te, a r r e n d a t á r i o , patrão v u l g a r m e n t e c h a -
quer c o m p r o m i s s o f o r m a l nestas r e l a ç õ e s , mado, s o b r e p õ e u m a m a j o r a ç ã o de 6 0 % .
p a r a o freguês (seringueiro) a d í v i d a re- E o aviado, que fornece a m e r c a d o r i a a o
presenta a necessidade de s a l d á - l a ; p a r a o seringueiro, tem u m a m a r g e m de m a i s
patrão (seringalista), o d i r e i t o de usar m é - 4 0 % . E m a l g u m seringal existe a i n d a . . .
todos de p e r s u a s ã o p a r a m a n t e r o serin- u m a taxa de expediente: 2 0 % " (5:183,
gueiro a seu s e r v i ç o . E n q u a n t o o patrão nota 87).
necessita de m ã o - d e - o b r a para suas U m q u a d r o m a i s recente m o s t r a as
estradas de seringa, o freguês depende dos d i f e r e n ç a s de p r e ç o s entre a p r a ç a de o r i -
aviamentos d o patrão p a r a a s u a s o b r e v i - gem d a m e r c a d o r i a , p o s s i v e l m e n t e u m a
v ê n c i a . Idealmente, esta r e l a ç ã o de depen- das capitais d a A m a z ô n i a e o seringal
d ê n c i a teria l u g a r e n q u a n t o permanecesse (3:158). *
esta s i t u a ç ã o ; n o e n t a n t o , a d í v i d a d á u m Artigos unidade Variação de preço
c a r á t e r de p e r e n i d a d e , u m a vez q u e a p r o - entre a praça de
origem e o seringal
d u ç ã o d o s e r i n g u e i r o e s t á a q u é m das p o s - Açúcar 233%
kg
sibilidades de s a l d á - l a s . O d é b i t o cresce Arroz kg 50%
numa p r o p o r ç ã o m a i o r que a p r o d u ç ã o , Sal kg 300%
pois o a v i a m e n t o de m e r c a d o r i a s é c o n t i - Carne verde kg 33%
nuado e c o m p r e ç o s a v i l t a d o s . Leite condensado lta 173%
Charque kg 17%
P a r a se ter u m a i d é i a de c o m o as Farinha de man-
mercadorias s ã o g r a v a d a s , r e p r o d u z i m o s dioca kg 63%
u m a tabela de 1943, a c e i t a pelas A s s o c i a - Feijão kg 50%
ções C o m e r c i a i s d o A m a z o n a s e d o P a r á e Manteiga kg 177%
Pirarucu kg 20%
pela A s s o c i a ç ã o dos Seringalistas d o Banha kg 43%
A m a z o n a s . E s t a t a b e l a , apesar de a n t i g a , Café em grão kg 127%
a i n d a reflete a s i t u a ç ã o a t u a l . F o i e l a b o r a - A d í v i d a t o r n a efetiva a d e p e n d ê n c i a
da p a r a u m a p r o p o s t a de r e v i s ã o das c o n - do seringueiro ao s e r i n g a l i s t a .
d i ç õ e s de p r o d u ç ã o de b o r r a c h a n a q u e l e Seringueiros entrevistados i n f o r m a -
ano e a sua r e l a ç ã o de g r a v a m e s era a p l i - ram e as contas correntes examinadas
cada nas z o n a s e n c a c h o e i r a d a s (5: v o l . 2 , c o m p r o v a r a m u m d e s c o n t o de u m a c o -
p . 182-183). m i s s ã o de 2 0 % a q u a l q u e r a d i a n t a m e n t o
Custo inicial da mercadoria 100 em d i n h e i r o , h a j a o u n ã o s a l d o .
Pequenas a v a r i a s d a v i a g e m 8 H á u m d e s c o m p a s s o entre r e m u n e r a -
P e r d a s m é d i a s de r e t a l h o 10 ção e p r o d u ç ã o d o seringueiro; a remune-
R i s c o s de e x p l o r a ç õ e s e m contas ração está condicionada ao potencial da
perdidas 10 estrada e à p r o d u t i v i d a d e d o s e r i n g u e i r o .
Despesas de M a n a u s a o d e s t i n o 60 N o Acre, por exemplo, a p r o d u ç ã o m é d i a
J u r o s de estoque m a n t i d o n o por safra v a r i a entre 400 e 800 q u i l o s p o r
ano 5 seringueiro (3:157). V a l v e r d e (11:44) c a l -
L u c r o de r e v e n d a _30 cula que, se u m a s e r i n g u e i r a p r o d u z PXV
Total 223 m é d i a 3 q u i l o s de l á t e x a o a n o * * e se u m

* O Autor informa os preços das mercadorias em números absolutos na praça de origem e no seringal. Transformamos as
diferenças de preços em números relativos.
•* Parece haver nesta informação um engano. A safra da borracha é de aproximadamente 6 meses. A nosso pedido, um téc-
nico da A C A R - A m informou, num cálculo otimista, que uma seringueira nativa poderá alcançar uma produção média de
1,75 quilogramas durante a safra.

102
CHEROBIM, M . — Trabalho e comércio nos seringais amazônicos. Perspectivas, S ã o Paulo, 6:102-107,
1983.

seringueiro c u i d a e m m é d i a 50 a 100 p é s de terras altas. S e j a ele s e r i n g u e i r o o u cas-


na sua estrada, c o l h e r á p o r safra entre 150 tanheiro, é freguês de u m m e s m o patrão.
e 300 q u i l o s de b o r r a c h a p o r a n o . A l g u -
O a u m e n t o de s u a p r o d u ç ã o ( b o r r a -
mas estradas c h e g a m a ter a t é 200 á r v o r e s ,
cha + castanha) não significa
aumentando, desta f o r m a , a p r o d u ç ã o
t r a n s f o r m á - l o e m saldista, i s t o é , c o m sal-
anual (9:119). N o B a i x o A m a z o n a s as
do n a conta corrente. P o r p a r a d o x a l q u e
estradas t ê m c e r c a de 100 á r v o r e s .
possa parecer, a s u a d e p e n d ê n c i a a u m e n -
C a d a colocação d i s p õ e , e m r e g r a , de ta. V e m o s a t é p e i x e c o m o m e r c a d o r i a
no m í n i m o duas estradas e x p l o r a d a s e m aviada e m suas contas correntes. Há a
dias alternados p a r a descansar as á r v o r e s . afirmação u n â n i m e que n a A m a z ô n i a n ã o
G a l v ã o (3:157), c o m base n a p r o d u ç ã o existe u m a t r a d i ç ã o a g r í c o l a , o u , s e g u n d o
m é d i a de u m s e r i n g u e i r o , e a p r e ç o s de Samuel B e n c h i m o l , " a g r i c u l t u r a n ã o r i m a
1952, r e a l i z o u os seguintes c á l c u l o s : se u m bem c o m s e r i n g a " ( c i t a d o p o r 5:133). P o -
seringueiro d o A c r e p r o d u z i u 600 q u i l o s deríamos afirmar que o tempo e o r i o n ã o
de b o r r a c h a e v e n d e u a seu patrão a C r $ p e r m i t e m a f o r m a ç ã o de r o ç a s de subsis-
17,00 o q u i l o , teve u m g a n h o de C r f t ê n c i a q u e os l i v r e de conta corrente.
10.200,00 n a safra. Deste v a l o r teve des- Q u a n d o as á g u a s d e s c e m e suas v á r z e a s
contado o custo d a i n s t a l a ç ã o d a c o l o c a - p o d e r i a m ser a p r o v e i t a d a s p a r a a g r i c u l t u -
ç ã o , que v a r i a v a entre C r $ 1.500,00 e C r $ ra, férteis p e l o h ú m u s das cheias, o s e r i n -
3.000,00, c h e g a n d o a l g u m a s vezes a C r $ gueiro tem o seu d i a t o t a l m e n t e o c u p a d o
5.000,00, p o d e n d o a l c a n ç a r , a l g u m a s ve- no e x t r a t i v i s m o d o l á t e x : d a m a d r u g a d a
zes, valores iguais a C r $ 8.000,00 e C r $ a t é a metade d o d i a r e a l i z a d u a s viagens
10.000,00. C o m o este c u s t o é p a g o p e l o na estrada de seringa. A p r i m e i r a p a r a o
seringueiro e sendo-lhe a d i a n t a d o os a v i a - corte de madeira e i n s t a l a ç ã o d a tigelinha
mentos n e c e s s á r i o s p a r a u m d e t e r m i n a d o e a segunda p a r a r e c o l h ê - l a c o m o l á t e x . A
p e r í o d o , sua p r o d u ç ã o dificilmente cobri- segunda metade d o d i a p a s s a a o l a d o d o
r á estas despesas ( c o l o c a ç ã o + a v i a m e n - b u i ã o * , d e f u m a n d o o l á t e x . O f a b r i c o ter-
tos), p r o v o c a n d o u m a u m e n t o crescente à m i n a q u a n d o as á g u a s s o b e m e os s e r i n -
sua d í v i d a , sempre a g r a v a d a c o m n o v o s gueiros t r a n s f o r m a m - s e e m c a s t a n h e i r o s .
aviamentos.
A s colocações ficam sempre à s mar-
O s centros d o s seringais t ê m os seus gens dos r i o s , n a m a i o r i a das vezes e m
altos e os seus baixos, c o r r e s p o n d e n d o à s afluentes, sempre e m terras baixas. O
á r e a s que as á g u a s n ã o a l c a n ç a m e à s q u e seringueiro-castanheiro t e r á , e n t ã o , q u e
ficam cobertas pelas á g u a s d u r a n t e a m e - se deslocar a u m a a p r e c i á v e l d i s t â n c i a ,
tade d o a n o , respectivamente. A s s e r i n - onde e s t ã o l o c a l i z a d o s os c a s t a n h a i s . A l i
gueiras situam-se e m terras baixas, res- permanece a m a i o r parte d a safra a b r i n d o
tringindo a safra d a e x t r a ç ã o d o l á t e x e m os ouriços ( i n v ó l u c r o d a castanha); a c a d a
meio a n o . N a r e g i ã o d o M a d e i r a os s e r i n - paneiro (cesto) c h e i o de castanha,
gueiros tornam-se c a s t a n h e i r o s q u a n d o as transporta-o nas costas a t é o igarapé pró-
á g u a s s o b e m ; as castanheiras s ã o á r v o r e s ximo, onde deixou sua canoa. Q u a n d o

* Buião é uma espécie de forno, de forma arredondada, fechado nos lados e aberto na parte superior. Empregando "cava-
cos" de madeira resinosa, como babaçu (Orbygnia martiana), massaranduba (Mimosops Sp), uricuri (Cocos coronata),
outras, para provocar fumaça necessária e apropriada à coagulação, acende-se fogo no seu interior.
A coagulação do látex é possível pela ação do ácido carbônico na fumaça.
Para realizar a defumação, o seringueiro se utiliza de um pau, sobre o qual derrama o látex e vai girando vagarosamente
na fumaça. Este pau fica suspenso sobre o buião.
Sempre girando o pau e derramando o látex, vai-se formando uma bola de borracha, ou pela, chegando a pesar entre 30
e 50 quilos (ou 500 e 100 libras).
O látex que derrama em volta do buião é enrolado em forma de plancha e é classificado como sernamby rama. O látex
que derrama em volta da seringueira é preparado em forma de queijo e é classificado como sernamby virgem.

103
CHEROBIM, M . — Trabalho e comércio nos seringais amazônicos. Perspectivas, São Paulo, 6:102-107,
1983.

c o m p l e t a sua c a r g a t r a n s p o r t a a c a s t a n h a advento das c o m u n i c a ç õ e s era u m j o g o


a t é o b a r r a c ã o o u l o c a l p r e v i a m e n t e esta- c o m a l g u m g r a u de r i s c o , p o r q u e as i n f o r -
belecimento p a r a e n c o n t r a r o motor (bar- m a ç õ e s sempre e r a m antigas. C o m o a d -
co m o t o r i z a d o ) que r e c o l h e as castanhas e vento d o r á d i o de p i l h a s e as facilidades
avia m e r c a d o r i a s a o freguês. da Z o n a F r a n c a de M a n a u s estes serin-
gueiros e s t ã o sempre s i n t o n i z a d o s n a R á -
O seringueiro que t r a t a m o s a t é a q u i é
dio R i o m a r de M a n a u s n o h o r á r i o que i r -
o que t r a b a l h a p a r a u m seringalista, e é
radia as c o t a ç õ e s d a b o r r a c h a e d a casta-
c h a m a d o de seringueiro do toco. T o d a a
nha.
sua p r o d u ç ã o é entregue a o patrão, tam-
b é m o seu aviador, sem q u e h a j a c i r c u l a - E n c o n t r a m o s estes seringueiros " n o s
ç ã o de d i n h e i r o . A i d é i a , a priori, seria d a lados d o I p i x u n a " , u m afluente d o P u r u s ,
desnecessidade de d i n h e i r o n o s centros. A mas p r ó x i m o d o R i o M a d e i r a . N e s t a re-
r e s t r i ç ã o à c i r c u l a ç ã o de m o e d a s decorre gião n ã o havia a dificuldade, o u havia em
d o temor dos seringalistas de que os serin- menor g r a u , de se e n c o n t r a r t e r r a que n ã o
gueiros desviem a s u a p r o d u ç ã o a o u t r o s seja r e c o n h e c i d a c o m o p r o p r i e d a d e de a l -
aviadores, c o m o t a m b é m d a e v e n t u a l pre- gum seringal.
s e n ç a de r e g a t õ e s nas p r o x i m i d a d e s dos
SERINGALISTA
centros, p r o v o c a n d o u m a r u p t u r a n o sis-
tema de d e p e n d ê n c i a pelas d í v i d a s . O s re- N ã o se p o d e f a l a r d o s e r i n g u e i r o sem
gateiros s ã o a l v o de f é r r e a p e r s e g u i ç ã o se falar do seringalista, o
dos seringalistas (ver a respeito, 4:121-122 coronel-de-barranco, a l g o z dos seringuei-
e 10:124-126). R e c e b e m o s i n f o r m a ç õ e s de ros, ostentador de r i q u e z a s , f r e q ü e n t a d o r
u m antigo f u n c i o n á r i o d a S e c r e t a r i a d a de M a n a u s , a " r a i n h a d a f l o r e s t a , c o m
F a z e n d a d o A m a z o n a s que e m seringais avenidas largas, b o r d a d a s de á r v o r e s , tea-
do S o l i m õ e s h a v i a a p r á t i c a de " d i n h e i r o tro suntuoso, bares cheios de m u l h e r e s ,
de c i r c u l a ç ã o i n t e r n a " e u m a c o r d o " d e onde os n o v o s - r i c o s v i n h a m gastar f o r t u -
c a v a l h e i r o s " c o m os r e g a t õ e s : os m a s c a - nas, l e v a n d o t a l v i d a de o r g i a e de e s c â n -
tes, antes de i n i c i a r suas vendas, c o m p r a - dalos que a r i q u e z a n ã o era m a i s c o n t a d a
v a m esta " m o e d a " p a r t i c u l a r p a r a uso n a segundo o d i n h e i r o p o s s u í d o , m a s segun-
á r e a d o seringal. O s seringueiros t a m b é m do as d í v i d a s : ' X . . . é m u i t o r i c o , t e m m a i s
p o s s u í a m estas " m o e d a s " . A t r a v é s deste de dois m i l c o n t o s de d í v i d a s " (1:49)
mecanismo de e m i s s ã o de d i n h e i r o o se- " ( . . . ) era, quase i n v a r i a v e l m e n t e , u m a f i -
ringalista c o n t r o l a v a o regateiro e os fre- gura grotesca, t r a j a n d o roupas mal-
gueses. ajustadas, de p a d r õ e s espaventosos e c o -
res berrantes, c a r r e g a n d o p e s a d o r e l ó g i o
U m o u t r o t i p o de s e r i n g u e i r o é o
em grossa corrente de o u r o e n ã o se des-
seringueiro por conta. É u m f r e g u ê s c u j o
pojando j a m a i s d o e s c a n d a l o s o a n e l de
p a t r ã o é o que l h e faz m e l h o r p r e ç o . A l i -
enorme b r i l h a n t e , o a n e l - h o l o f o t e " . U m
teratura m a i s a n t i g a n ã o f a z r e f e r ê n c i a a
subtipo de seringueiro — o o u t r o e r a o
este t i p o de s e r i n g u e i r o , somente a m a i s
extrator, d o q u a l se d i f e r e n c i a v a " a p e n a s
recente. P r o v a v e l m e n t e seja r e s u l t a d o d o
pelo m é r i t o e x c l u s i v o de c o n q u i s t a d a ter-
malogro d a e c o n o m i a extrativista da bor-
r a " (6:89-90).
racha e f a l ê n c i a de m u i t o s seringais. C o -
m e r c i a l i z a sua b o r r a c h a o u c a s t a n h a c o m Este q u a d r o * d e i x a v a de l a d o , o u c o -
base nas ú l t i m a s c o t a ç õ e s t r a z i d a s das locava em segundo p l a n o , o seringalista
p r a ç a s de M a n a u s e de B e l é m . A n t e s d o c o m o " s o c i u s " de u m a r e a l i d a d e s ó c i o -

* Esta caracterização é um estereótipo pejorativo do seringalista. Como havia os "caboclos rudes" que enricavam rapida-
mente transformando-se em nouveaux riches, havia os seringalistas refinados, apreciadores das belas artes, dos espetáculos
teatrais, trajando casacas no bom estilo europeu, etc.

104
CHEROBIM, M . — Trabalho e comércio nos seringais amazônicos. Perspectivas, São Paulo, 6:102-107,
1983.

e c o n ô m i c a m a i s a m p l a , c u j o p a n o de f u n - aviadores, e m p e q u e n o n ú m e r o e estabele-
do era o sistema de a v i a m e n t o , que A r a ú - cidos nas grandes c i d a d e s , e os p e q u e n o s
jo L i m a d e n u n c i a c o m o c a u s a d o r d o m a - aviadores que i n t e r m e d i a m as m e r c a d o -
logro em face de s u a c o m p l i c a d a e encare- rias a t é chegar nas m ã o s d o p r o d u t o r e / o u
cida engrenagem (6:86). O s e r i n g a l i s t a , d a extrator.
mesma m a n e i r a q u e " a p r i s i o n a v a " os se- C o m o v i m o s a n t e r i o r m e n t e , o siste-
ringueiros a t r a v é s de sua conta corrente, m a de a v i a m e n t o caracteriza-se p e l o s g r a -
era " a p r i s i o n a d o " n a conta corrente da vames acrescentados à s m e r c a d o r i a s f o r -
casa a v i a d o r a . necidas, altos j u r o s e c o m p u t a ç ã o de
O SISTEMA D E A V I A M E N T O eventuais riscos que os p r o d u t o s p r o m e t i -
dos sejam d e s v i a d o s . O a v i a d o r j á f o i de-
O extrativismo g u m í f e r o a m a z ô n i c o finido c o m o u m c a p i t a l i s t a - a g i o t a m e r -
c o n s t i t u í a - s e e m u m continuum, cujas f i - cantil p r é - m o d e r n o (7:369). O a l t o c u s t o
guras p r i n c i p a i s e r a m o s e r i n g u e i r o , o se- das m e r c a d o r i a s f o r n e c i d a s e o b a i x o cus-
ringalista, a casa a v i a d o r a , a casa e x p o r - to dos p r o d u t o s entregues, de u m l a d o ; os
tadora e, f i n a l m e n t e , a c a s a i m p o r t a d o r a , gastos excessivos e s u p é r f l u o s , de o u t r o , o
os nexos n a c i o n a l e i n t e r n a c i o n a l d o c o - o r ç a m e n t o d o s e r i n g a l i s t a estava e m
m é r c i o d a b o r r a c h a . C o m o figuras secun- c o n t í n u o d e s e q u i l í b r i o ; " ( . . . ) c o m o esfor-
d á r i a s , o r e g a t ã o e os a v i a d o r e s que inter- ço c o m p e n s a t ó r i o d a contabilidade dos
mediavam, o r a entre o seringalista e o se- seringais, p a r a c o b r i r as p e r d a s e os des-
ringueiro, o r a entre o seringalista e a c a s a falques a c a r r e t a d o s p e l a e v a s ã o do
aviadora. freguês" (6:87), o c u s t o de u m h i p o t é t i c o
O sistema de a v i a m e n t o sustentou-se reequilíbrio era descarregado n a conta
na a u d á c i a e n o c r é d i t o , e s t i m u l a n d o " a o s corrente de seus a v i a d o s . E s t e expediente
excessos, a t é o d e s v a r i o . O s a v i a m e n t o s n ã o era somente u s a d o p e l o s e r i n g a l i s t a
de mercadorias p a r a os seringais e r a m para c o m os seus fregueses, m a s t a m b é m
p r ó d i g o s , excessivos, a b s u r d o s " (6:85); pelas casas aviadoras p a r a c o m os seringa-
uma atividade c o m e r c i a l à s avessas, c u j a listas. É neste sentido q u e o sistema de
prosperidade n ã o se m e d i a p e l o l u c r o , aviamento, c o m o c o l o c a m o s a c i m a , t e m
mas pelo e n d i v i d a m e n t o . sido a p o n t a d o c o m o u m a das causas d o
A estrutura e c o n ô m i c a d a A m a z ô n i a malogro a m a z ô n i c o , e n ã o , e exclusiva-
caracteriza-se p e l o sistema de a v i a m e n t o : mente, a t ã o c r i t i c a d a e x p o r t a ç ã o de se-
está ligada a quase todas as a t i v i d a d e s de mentes d a hevea p a r a o O r i e n t e ; esta ex-
p r o d u ç ã o . Neste sistema, o aviador é a p o r t a ç ã o tem s i d o u s a d a p a r a d e s c u l p a r a
pessoa que efetua o aviamento, isto é, f o r - inviável e c o n o m i a d a b o r r a c h a . *
nece os bens de c o n s u m o e de p r o d u ç ã o ; o
aviado é o que recebe. N a p r o d u ç ã o e c i r - A ATUALIDADE
c u l a ç ã o d a b o r r a c h a , de que nos o c u p a -
mos a q u i , o seringueiro e x t r a t o r é sempre Passado o primeiro ciclo d a b o r r a -
o aviado, p o i s as suas r e l a ç õ e s e c o n ô m i - cha, h o u v e a tentativa de se i n c e n t i v a r u m
cas restringem-se a o f o r n e c i m e n t o dos n o v o c i c l o p o r necessidades d a II G r a n d e
produtos e x t r a í d o s d a f l o r e s t a c o m o p a - G u e r r a , mas que c o m ela f i n c o u . A p a r t i r
gamento das m e r c a d o r i a s que l h e f o r a m d a segunda metade d a d é c a d a de sessenta,
aviadas; o aviador, por outro lado, é em d e c o r r ê n c i a de u m a s é r i e de fatos, es-
aviado d o c o m e r c i a n t e q u e l h e fornece as trategistas e g e o p o l í t i c o s b r a s i l e i r o s v o l t a -
mercadorias e aviador p a r a aqueles que ram a sua a t e n ç ã o à á r e a a m a z ô n i c a . N o
adquirem suas m e r c a d o r i a s ; h á os grandes início d a d é c a d a de setenta, j u n t o a o c h a -

* Ver, a respeito, 8:17-24 e 251.

105
CHEROBIM, M . — Trabalho e comércio nos seringais amazônicos. Perspectivas, São Paulo, 6:102-107,
1983.

mado "milagre b r a s i l e i r o " , f o r a m elabo- u m p l a n o p a r a f o r n e c i m e n t o de alimentos


rados p l a n o s de d e s e n v o l v i m e n t o p a r a a aos seringueiros, a p r e ç o s de custo, atra-
A m a z ô n i a que r e s u l t a r a m n a c o n s t r u ç ã o vés de a r m a z é n s m o n t a d o s e m motores,
da r o d o v i a T r a n s a m a z ô n i c a , nos dis- u m a r e e d i ç ã o m o d e r n a e estatal dos rega-
cutíveis p l a n o s de c o l o n i z a ç ã o , nos p l a n o s tões.
de a p r o v e i t a m e n t o d o p o t e n c i a l m i n e r a l , A r e c u p e r a ç ã o dos seringais nativos e
e t c , a l é m de u m a n o v a t e n t a t i v a de a t i v a r o p l a n t i o de seringais de c u l t i v o seriam
a p r o d u ç ã o dos seringais. realizados a t r a v é s de f i n a n c i a m e n t o s b a n -
cários do B A S A e c o m acompanhamento
N o s seringais, os m é t o d o s de c o l e t a
técnico da A C A R . Os r e g a t õ e s da C O -
de l á t e x c o n t i n u a v a m os m a i s r u d i m e n t a -
B A L a v i a r i a m as m e r c a d o r i a s , a g u a r d a n -
res, p o r t a n t o , a n t i e c o n ô m i c o s . N a d a v a l e -
do pagamento n o f i n a l d o f a b r i c o .
ram os e s f o r ç o s p a r a m o d i f i c a r a t e c n o l o -
gia d a b o r r a c h a , alguns dos q u a i s resulta- A i d é i a dos p l a n e j a d o r e s era a de
do de e x p e r i ê n c i a s b e m sucedidas nas " q u e b r a r " o sistema t r a d i c i o n a l p a r a
plantações da Malásia, como u m novo ti- t r a n s f o r m á - l o e m u m sistema p r o d u t i v o .
po de faca e u m n o v o t i p o de corte. E s t a s E m nossa ú l t i m a v i a g e m à r e g i ã o , os p l a -
melhorias f o r a m posteriores a o c i c l o d a nos d a C O B A L a i n d a n ã o h a v i a m sido
b o r r a c h a . F o r a m estudadas, t a m b é m , n o - executados; os p l a n o s d a S U D H E V E A es-
vas t é c n i c a s , c o m processos q u í m i c o s , p a - barraram em algumas dificuldades, c o m o
ra abreviar o t r a b a l h o d o s e r i n g u e i r o e a i n e x i s t ê n c i a de sistema c o n t á b i l n a
conseqüente incremento da p r o d u ç ã o . m a i o r i a dos seringais nos m o l d e s d e s e j á -
P o r e x i g ê n c i a de i n d ú s t r i a s paulistas f a - veis à i n s t i t u i ç ã o b a n c á r i a , e a á r e a de
bricantes de l u v a s c i r ú r g i c a s e o u t r o s arte- propriedade c o m p r o v á v e l dos seringais, e
fatos de b o r r a c h a , n a d é c a d a de t r i n t a , o seu v a l o r i m o b i l i á r i o , e s t a v a m a q u é m
houve a p r e c i á v e l m o d i f i c a ç ã o n o proces- do v a l o r m í n i m o n e c e s s á r i o p a r a g a r a n t i r
samento d a b o r r a c h a , c o m o m o n t a g e m de os financiamentos.
usinas e outras t é c n i c a s de b e n e f i c i a m e n t o
(2:136). Q u a n t o à e x t r a ç ã o , p r o p r i a m e n t e Estes p l a n o s , m a i s as r o d o v i a s c o n s -
dita, e a o seu processamento nas t r u í d a s a t r a v é s dos centros dos seringais,
colocações, n ã o houve grande modifica- interferiram nas r e l a ç õ e s tradicionais
ç ã o ; hoje q u a n d o c h e g a m o s a u m a patrão-freguês, sem a i n d a r o m p ê - l a s , e m
estrada de seringa n ã o v e m o s o u t r a c o i s a face de u m a s é r i e de r e l a ç õ e s extra-
s e n ã o u m a r e p e t i ç ã o d o que os cronistas e c o n ô m i c a s determinantes de u m p e r f i l
do p r i m e i r o c i c l o d a b o r r a c h a n o t i c i a r a m . cultural, e m c u j o p a n o de f u n d o e s t ã o os
seringais. N a s c o m u n i d a d e s d o i n t e r i o r
E m face d i s t o , a S u p e r i n t e n d ê n c i a d a amazonense é m u i t o v a l o r i z a d a a l i g a ç ã o
Borracha ( S U D H E V E A ) e l a b o r o u seus entre o ser a m a z o n e n s e e ter t i d o l i g a ç õ e s
P R O B O R (Plano Nacional da Borracha) c o m o seringal. E s t e n e x o é c l a r a m e n t e
e, n o caso d o A m a z o n a s , f i r m o u c o n v ê n i o notado q u a n d o os t r a b a l h a d o r e s d a b o r -
c o m a A C A R - A m ( A s s o c i a ç ã o de C r é d i t o racha m i g r a m p a r a as z o n a s u r b a n a s e
e Assistência Rural do Amazonas) para o p r o c u r a m desenvolver r e l a ç õ e s v i c i n a i s
desenvolvimento de t é c n i c a s p a r a o i n c e n - c o m aqueles que t ê m a m e s m a o r i g e m .
tivo à p r o d u ç ã o g u m í f e r a , e c o m o B A S A Nota-se, nas entrevistas, u m a d i s t i n ç ã o
(Banco d a A m a z ô n i a ) p a r a financiamen- entre os n a t i v o s que d i z e m , " t e n h o
to. seringa nas v e i a s " , e os a l i e n í g e n a s , desig-
nados c o m o " d e f o r a " .
N a área do m é d i o rio Madeira foram
i m p l e m e n t a d o s d o i s p l a n o s : 1) recupera- Ser patrão, o u ser freguês, é um
ç ã o de seringais n a t i v o s e 2) f o r m a ç ã o de status, que as pessoas c o n s e r v a m , m e s m o
seringais de c u l t i v o . A C O B A L e l a b o r o u a p ó s d e i x a r e m de ser patrão o u freguês.

106
CHEROBIM, M . — Trabalho e comércio nos seringais amazônicos. Perspectivas, S ã o Paulo, 6:102-107,
1983.

CONCLUSÃO gramados — o u n ã o considerados — p a -


d r õ e s de c o n d u t a h i s t o r i c a m e n t e desen-
volvidos. Desta forma, as relações
N a s c o n s i d e r a ç õ e s a c e r c a das r e l a - seringueiro-seringalista i n i c i a d a s n a a t i v i -
ções de t r a b a l h o e c o m e r c i a i s s e r i n g u e i r o - dade e x t r a t i v i s t a p e r m a n e c e m c o m o r e l a -
seringalista, v e r i f i c o u - s e q u e h á u m a es- ç õ e s sociais, m e s m o d i s t a n c i a d a s d o c e n á -
treita i n t e r d e p e n d ê n c i a entre os aspectos rio i n i c i a l , e m face de o s i s t e m a de a v i a -
e c o n ô m i c o s e os s o c i a i s . mento ter c o n d i c i o n a d o as m a n e i r a s de
O G o v e r n o F e d e r a l , c o m o agente de pensar, de sentir e a g i r d a p o p u l a ç ã o e n -
m u d a n ç a de a l t o p o d e r d e c i s ó r i o , t e m volvida, direta o u indiretamente, pela ati-
seus p l a n o s p r e j u d i c a d o s p e l o s n ã o p r o - vidade d o l á t e x .

CHEROBIM, M . — Work and trade in the Amazon rubber plantations. Perspectivas, S ã o Paulo,
6:102-107, 1983.

ABSTRACT: Some considerations about the "seringueiro-seringalista" relationship and the "sis-
tema de aviamento" in the Amazon economic structure.
KEY-WORDS: Amazon; rubber plantations; Amazon economic structure.

REFERÊNCIAS B I B L I O G R Á F I C A S

1. BASTIDE, R. — Brasil terra de contrastes. 7. M I Y A Z A K I , N . & O N O , M . — O aviamento


4. ed. São Paulo, Difusão Européia do L i - na Amazônia: estudo sócio-econômico so-
vro, 1971. bre a produção de juta. Sociologia,
20(3):366-396, 1958; 20(4):530-563, 1958.
2. BATISTA, D . — O complexo da Amazônia:
análise do processo de desenvolvimento. 8. M O O G , C . V . — Bandeirantes e pioneiros: pa-
Rio de Janeiro, Conquista, 1976. ralelo entre duas culturas. 10. ed. Porto
Alegre, Globo, 1973.
3. G A L V Ã O , R. — Aspectos da economia da
borracha no Território do Acre. Rev. Bras. 9. P E T E Y , B. C . C . de M . — Aspecto da econo-
Geog., 17:153-173, 1955. mia amazônica à época da depressão: 1920-
1940. Boletim Geográfico, 31:112-131,
4. G O U L A R T , J . A . — O regatão: mascate flu- 1972.
vial da Amazônia. Rio de Janeiro, Con-
10. REIS, A . C F . — O seringal e o seringueiro.
quista, 1968.
Rio de Janeiro, Ministério da Agricultura,
5. H U G O , V . — Desbravadores. Humaitá, Mis- Serviço de Informação Agrícola, 1953.
são Salesiana, 1958.
11. V A L V E R D E , O . — A A m a z ô n i a brasileira: al-
6. LIMA, A . — Amazônia, a terra e o homem. guns aspectos sócio-econômicos. Boletim
4. ed. São Paulo, Ed. Nacional, 1975. Geográfico, 2«:43-50, 1969.

107

Você também pode gostar