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PRODUÇÃO E TRANSPORTE DE

ELECTRICIDADE (PTE)
3º ANO

DECM/Uni-CV

Sistemas de energia eléctrica


Evolução da organização do SEE no mundo e em Cabo Verde.
O SEE existente em Cabo Verde e a sua previsível evolução.

Gilson Correia 2011/12


Sistemas de energia eléctrica
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 Evolução do sistema de energia eléctrica

• O fornecimento comercial de energia eléctrica, usado nos seus primórdios quase que
só para iluminação, foi inicialmente assegurado por geradores de corrente contínua
accionados por máquinas a vapor alternativas muito lentas.

• Tal operação comercial só se tornou viável após o início do fabrico industrial da


lâmpada incandescente, de filamento de carvão, desenvolvida por Thomas Edison
que, em 1880.
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 Evolução do sistema de energia eléctrica


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 Evolução do sistema de energia eléctrica


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 Evolução do sistema de energia eléctrica


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 Evolução do sistema de energia eléctrica


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 Evolução do sistema de energia eléctrica


Sistemas de energia eléctrica
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 Evolução do sistema de energia eléctrica


• Após 1882, as empresas de produção e distribuição de electricidade surgem por todo o
mundo.

• Em1885 surge a primeira central em Berlim com doze dínamos tipo Edison accionados por
seis máquinas a vapor tipo vertical. A potência da central atingiu 540 kW (45 kW por
gerador).

• Em Paris a produção e distribuição generalizada de electricidade tem início em 1889,


com recurso também a sistemas tipo Edison.

• Em Portugal a primeira exploração eléctrica de serviço público data de 1889. Usada


para iluminar a Avenida da Liberdade e a Praça dos Restauradores foi instalada na
• Estação Eléctrica da Avenida que alimenta inicialmente arcos voltaicos pré-existentes.

• Foi contudo a cidade de Braga a primeira cidade a ser totalmente iluminada a


electricidade em 1893, explorada pela Sociedade de Electricidade do Norte de
Portugal que viria a falir a curto prazo.
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 Evolução da organização do SEE

São dois os pilares da organização tradicional do sector eléctrico:

• Grandes centros afastadas dos centros de consumo, ligadas a uma rede síncrona
em corrente alternada a 50 ou 60 Hz;

• Concessão monopolista para financiar, construir e explorar o sistema.

• Actualmente o sector eléctrico está a ser profundamente estruturado, à escala


global, com o objectivo de criar mercados competitivos.
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 Evolução da organização do SEE

As transformações mais notórias são, a nível de:

• Liberalização do sector a nível mundial

• Peso crescente das questões ambientais

• Desenvolvimento de novas tecnologias de geração

• Incerteza associada aos novos investimentos


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 Evolução da organização do SEE

As transformações mais notórias são, a nível de:

• Aumento da complexidade no controlo dos SEE

• Alteração da natureza das cargas

• Maior exigência dos processos

• Maior exigência dos clientes


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 Evolução da organização do SEE

• Na década de 70, EUA criou um novo modelo organizacional, com o primeiro


produtor independente e a obrigação das empresas concessionárias monopolistas de
adquirir a energia por eles produzidas;

• Na Europa, só em 1983 que a Grã-Bretanha, estabeleceu a obrigação legar de


aquisição da energia produzida pelos produtores independentes

• Em 1996 foi criado o NordPool, que integra a Noruega e a Suécia, posteriormente


com a Finlândia e à Dinamarca.

• Outros países como a Espanha e o Portugal, também criaram legislações que


consagrava uma profunda reestruturação do sector eléctrico.
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 Evolução da organização do SEE

• Apesar do interesse de vários países à nível mundial como o EUA, Grã-Bretanha, a


Escandinávia, a Argentina, o Chile, a União Europeia, não se chegou contudo ainda a
um consenso universal sobre o modelo mais adequado para a estrutura do sector
eléctrico.

• A reestruturação em curso levanta uma série de dúvidas, tais como:

- Que novas estruturas devem ser implementadas para promover a


competição?

- Quem deverá possuir e controlar os activos fixos?

- Quantos actores são necessários para assegurar uma competição efectiva?


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 Evolução da organização do SEE

- Como deverá ser assegurada a segurança do abastecimento e a fiabilidade do


sistema?

- Como devem ser recuperados os custos incorridos pelos monopólios naturais no


transporte e na distribuição?

- Como se determinam o nível de investimento apropriados e como devem ser


financiados?

- Como são afectados os fabricantes de equipamentos e fornecedores de serviços às


empresas concessionárias)?
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 Evolução da organização do SEE: Características da energia eléctrica


A energia eléctrica possui característica distintas de qualquer outra forma de energia, uma vez
que:

• Não pode ser armazenada;

• A oferta deve ser continuamente igual a procura;

• Não flui nas linhas de transmissão no percurso mais desejável;

• É necessariamente um bem (energia) e um serviço (transporte, distribuição e operação


do sistema)
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 Evolução da organização do SEE: Características da energia eléctrica

Há outros aspectos que deve ser levada em conta, tais como:

• Consumidores diferentes têm exigências de qualidade de serviço diferentes;

• A qualidade pode ser afectada pelo fornecedor, pelo distribuidor ou pelo cliente;

• A rede de distribuição tem um forte impacto na qualidade da electricidade;

• São frequentes e imprevisíveis os acidentes com forte impacto na qualidade;


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 Evolução da organização do SEE: Características da energia eléctrica


• Mecanismos para satisfazer a evolução do consumo sem esquecer da qualidade do
serviço. Isso passa por criar uma filosofia de mercado concorrencial, com a separação
dos custos de cada actividade, tais como:

Produção

Transporte
Operação
Distribuição
Comercialização

• Passando a ser executadas por agentes diversificados e não por uma empresa
verticalmente integrada.
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 Evolução da organização do SEE: Questões ambientais

• A produção mundial de energia eléctrica crescerá a uma taxa de 2,5% anual;

• Tendo em conta os consumos domésticos, industriais e nos transportes;

• Esta taxa de crescimento vai causar danos ambientais, que têm de ser contidos através
de meios tecnológicos existentes;

• E sobretudo através de objectivos e metas estabelecidas pelos maiores produtores e


consumidores de energia eléctrica.
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 Evolução da organização do SEE: Questões ambientais

• Estes objectivos passam por:

- Produzindo electricidade com os mais elevados níveis de eficiência ( o ciclo


combinado de grande porte já permite atingir rendimentos a volta dos 55-58 %);

- Usando a produção combinada de electricidade, calor e frio (cogeração ou


trigeração);

- Aproveitando as energias renováveis (mini-hídricas, eólica, solar, biomassa,


geotérmica) que não emitem CO2, o principal gás de efeito de estufa;

- Utilizando novas tecnologias de produção localizada;


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 Evolução da organização do SEE: Questões ambientais

• Estes objectivos passam por:

- Reduzindo a intensidade eléctrica do produto, melhorando o isolamento dos


edifícios, usando lâmpadas e motores mais eficientes e reduzindo os consumos em
stand-by dos electrodomésticos;

- Optimizando a distribuição de energia eléctrica, reduzindo as perdas e colocando


a produção mais próxima do consumidor final;

- Usando dispositivos de armazenagem (baterias, bobinas, volantes de inércia) uma


vez que possibilitam uma exploração mais eficiente nos meios de produção.
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 Evolução do sector eléctrico em Cabo Verde


 Os sistemas de energia eléctrica em Cabo Verde
 Custos unitários de investimento e de exploração do SEE
 A evolução dos tarifários de electricidade em Cabo Verde
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 Evolução do sector eléctrico em Cabo Verde

• A primeira central eléctrica em Cabo Verde, surgiu em S. Vicente, em 1925, após a


assinatura de um contrato de concessão celebrado entre a Câmara Municipal e a
empresa Bonucci & Leça, Lda.

• Esta concessão é rescindida em Janeiro de1948, ficando a Câmara de S. Vicente a


operar os serviços de electricidade.

• Em Outubro de 1975 esses serviços passam a constituir um organismo autónomo a CEM -


Central Eléctrica do Mindelo que se fundirá com a JAIDA, em Agosto de 1978, dando
origem à EAM - Electricidade e Água do Mindelo.
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 Evolução do sector eléctrico em Cabo Verde

• Entre 1975 e 1976, através da Direcção Nacional da Indústria, Energia e Recursos


Naturais (DNIERN) e através do Departamento de Electricidade, o governo de Cabo
Verde estabeleceu como objectivos principais do seu programa a electrificação das
principais cidades e vilas (sede dos concelhos) dos diferentes municípios do país.

• Contudo este objectivo só foi atingido anos mais tarde, mais precisamente em 1990.

• Em Abril de 1982 se fundirá com a CEP - Central Eléctrica da Praia, e com a EAS -
Electricidade e Água do Sal dando origem à ELECTRA- Empresa Pública de Electricidade
e Água.
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 Evolução do sector eléctrico em Cabo Verde

• A partir de 1983, a ELECTRA estendeu a sua acção, através de um contrato de


concessão com o Município, à ilha da Boavista.

• Com a nova política iniciada em 1991, a ELECTRA foi privatizada nos finais de 1999
(com a venda de 51% das suas acções a parceiros estratégicos estrangeiros).

• A nova empresa ficou a abranger quase todos os municípios do país em Janeiro de


2001 e no mesmo ano, o município de Santa Cruz na ilha de Santiago foi integrado na
actual ELECTRA, SARL.
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 Evolução do sector eléctrico em Cabo Verde

• Até uma certa altura (finais de 1997), o modelo do sector eléctrico em Cabo Verde
foi monopolista.

• A produção, Transporte, Distribuição e comercialização é feita por uma única


entidade (ELECTRA, SARL).

• Não há competição no sector eléctrico.

• Em algumas ilhas (Boavista, Sal) existem produtores independentes, mas cabe a


ELECTRA definir a tarifa e as legislações.
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 Evolução do sector eléctrico em Cabo Verde

• Cabo Verde apostou em experiências já percorridas noutros países.

• Em finais de 1998 foi publicada legislação que pretendeu juntar as etapas de


constituição do modelo tradicional do sector eléctrico tendo em conta a
especificidade do País, e a etapa de liberalização do sector.

• A legislação então publicada pretendeu atingir três objectivos fundamentais.


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 Evolução do sector eléctrico em Cabo Verde

1. Constituir uma empresa de âmbito nacional, monopolista no que se refere à distribuição e


comercialização, verticalmente integrada, que em cada ilha asseguraria o serviço
público de produção, transporte e distribuição de electricidade. Isso implicou a mudança
do estatuto da ELECTRA de empresa pública para sociedade por acções e a integração
na ELECTRA de todos os serviços de produção e distribuição de electricidade municipais.
O Estado passaria a deter 85% do capital social da empresa e os municípios, no seu
conjunto, deteriam 15%.

2. Estabelecer a competitividade na produção, abrindo a possibilidade de acesso à rede, a


produtores independentes e cogeradores e regular a produção e a distribuição através de
uma entidade independente a ARM - Agência Reguladora Multisectorial, rebaptizada em
2003 de ARE - Agência Reguladora Económica.
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 Evolução do sector eléctrico em Cabo Verde

3. Vender 51% do capital, reduzindo o capital do Estado na ELECTRA para 34%, a um


operador privado experimentado, com capacidade financeira para promover o
investimento necessário e capaz de aumentar a eficiência da exploração dos sistemas
de energia eléctrica em cada ilha.

Estas metas foram parcialmente atingidas mas, até a data não está ainda bem definido
qual o modelo vai ser adoptado no futuro.
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 Os sistemas de energia eléctrica em Cabo Verde


• Sistemas isolados, único em cada ilha, devido a insularidade de Cabo Verde.

• Ainda assim há a possibilidade de interligações entre algumas ilhas através de cabos


submarinos, nomeadamente nos casos de Sal => Boavista, Santiago => Maio e S.
Vicente => Sto Antão.

• Como os consumos naquelas segundas ilhas são ainda muito reduzidos para justificarem
os investimentos vultuosos que um sistema de cabos submarinos requer.

• Actualmente existe 23 sistemas de energia eléctrica espalhados pelo arquipélago geridos


pela ELECTRA.
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 Os sistemas de energia eléctrica em Cabo Verde


1. Santo Antão:

- Dois sistemas isolados geridos pela ELECTRA;


- Algumas micro-centrais geridas pelos municípios;
- As centrais e as micro-centrais operam a gasóleo;
- As rede de MT são radiais de 10 kV.

Relativamente a 2010 os dados caracterizadores dos dois SEE de Sto Antão são:

Potência instalada Ponta máxima EAP Repartição


SEE
(kW) (kW) (kWh) (%)
Porto Novo 1 300 994 4 647 860
Ribeira 3,9
3 800 1728 7 874 385
Grande
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 Os sistemas de energia eléctrica em Cabo Verde


2. São Vicente:

- Existe um único sistema, alimentado por duas centrais (Matiota e Lazareto) e um


parque eólico, geridos pela ELECTRA.

- As redes de distribuição é feita em MT são malhadas no tecido urbano e radiais nas


zonas rurais.

- A rede de interligação das centrais é feito a 20kV.

- As centrais utilizam o fuel pesado de 180 cSt, o gasóleo e fuel pesado de 380 cSt.
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 Os sistemas de energia eléctrica em Cabo Verde


2. São Vicente:

Relativamente a 2010 os dados caracterizadores dos três SEE de São Vicente são:

Potência instalada Ponta máxima EAP Repartição


SEE
(kW) (kW) (kWh) (%)
Matiota 10 909 21 332 200
Lazareto 7 440 10 900 41 894 555 20,4
P. Eólico 900 1 801 775
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3. São Nicolau:

- Até 2003 existiu dois sistemas isolados geridos pela ELECTRA;


- Em 2004 foram interligados;
- As redes de distribuição de MT são radiais a 20 kV.

Relativamente a 2010 os dados caracterizadores do SEE de São Nicolau é a seguinte:

Potência instalada Ponta máxima EAP Repartição


SEE
(kW) (kW) (kWh) (%)
Tarrafal 2 220 1 054 4 697 991 1,5
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 Os sistemas de energia eléctrica em Cabo Verde


4. Sal

- Existe um único sistema isolado gerido pela ELECTRA;

- A central é constituída por dois motores diesel que operam com fuel pesado de 180
cSt e grupos electrogéneos queimando gasóleo;

- A rede de média tensão a 20 kV é malhada, explorada em anéis abertos, existindo


ainda um anel operado a 6 kV;

- Existe um produtor independente no Sal, as Águas de PontaPreta.


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 Os sistemas de energia eléctrica em Cabo Verde


4. Sal

Relativamente a 2010 os dados caracterizadores do SEE de Sal são os seguintes:

Potência instalada Ponta máxima EAP Repartição


SEE
(kW) (kW) (kWh) (%)
Palmeira 9 040 36 511 906
P. Eólico 300 6 280 190 100 11,5
P. Solar 2 500 659 490
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5. Boavista

- Existem algumas micro-centrais municipais;

- Em 2009 existiu dois sistemas, geridos pela ELECTRA ambos alimentados por grupos
electrogéneos queimando gasóleo;

- As redes de MT são radiais a 20 kV excepto no Norte em que a tensão é de 10 kV;

- Em Sal-Rei existe uma rede em anel explorado em aberto;

- Em finais de 2009 a ELECTRA entregou a produção à empresa AEB – Água e Energia


da Boavista, um produtor independente;

- A produção de energia passou a ser com recurso a grupos diesel a fuel de 180 cSt.

- Em termos da produção a ilha contribui com 2%.


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6. Maio

- Existe um sistema, gerido pela ELECTRA, alimentado a partir da central de Porto


Inglês;
- Equipada com grupos electrogéneos à gasóleo.
- A rede de MT é radial a 20 kV.

Relativamente a 2010 os dados caracterizadores do SEE do Maio são:

Potência instalada Ponta máxima EAP Repartição


SEE
(kW) (kW) (kWh) (%)
Porto Inglês 1 376 564 2 794 051 0,9
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7. Santiago

- O sistema da Cidade da Praia alimentado a partir de 2 centrais e dum parque


eólico.

- Operam com motores diesel, utilizando o fuel pesado de 180 cSt, o gasóleo e o fuel
pesado de 380 cSt, mas que queimam fuel pesado de 180 cSt, e vários grupos
electrogéneos que queimam gasóleo.

- As redes de média tensão são malhadas no centro urbano e radiais nas zonas rurais, e
são parcialmente exploradas a 20 kV.

- Praia alimenta também o município de S. Domingos a 20 kV e há uma alimentação


a S. Jorge dos Órgãos a 10 kV.
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7. Santiago

- O sistema de Sta Cruz alimentado pela central de Achada Fátima que também
alimenta as redes da Calheta de S. Miguel.

- O Sistema de Sta Catarina/Picos alimentado pela Central da Assomada.

- O sistema do Tarrafal alimentado a partir da central do Tarrafal.

- O mini-sistema de Ribeira da Barca, que opera todo ele em BT.

- Todas estas centrais são equipadas de grupos electrogéneos queimando gasóleo.

- As redes de MT destes sistemas são radiais, exploradas a 20 kV.


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7. Santiago

Relativamente a 2010 os dados caracterizadores do SEE de Santiago são os seguintes


Potência instalada Ponta máxima EAP Repartição
SEE
(kW) (kW) (kWh) (%)
Praia 7 426 23 103 492
25 100
Palmarejo 26 043 128 036 247
Assomada
3 850 2 700 12 036 247
(Sta Catarina)
55,8
Ribª da Barca
120 145 176 005
(Sta. Catarina)
Tarrafal Santiago 1 360 1 141 4 827 094
S.Cruz 2 176 1 815 8 021 336
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8. Fogo

- Existem várias micro-centrais municipais, um sistema gerido pelo Município;


- Dois sistemas geridos pela ELECTRA;
- As redes de MT operam a 15 e 6 kV;
- As centrais são equipadas com grupos electrogéneos rápidos, queimando gasóleo.

Relativamente a 2010 os dados caracterizadores do SEE do Fogo são:

Potência instalada Ponta máxima EAP Repartição


SEE
(kW) (kW) (kWh) (%)
São Filipe 3 800 1 620 8 805 219
3,3
Mosteiros 1 056 392 1 582 774
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9. Brava

- Existe um único sistema, gerido pela ELECTRA;


- Alimentado a partir da central do Favetal, equipada com grupos electrogéneos
usando gasóleo;
- As redes de MT são radiais a 20 kV, embora exista uma linha a 6 kV.

Relativamente a 2010 os dados caracterizadores do SEE da Brava são:

Potência instalada Ponta máxima EAP Repartição


SEE
(kW) (kW) (kWh) (%)
Favetal 1 056 570 2 306 200 0,7
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 Custos de investimento e de exploração dos SEE em Cabo Verde


• Custos de investimento

- Centrais a fuel pesado: 90.000 ECV/kW instalado em 2001; 110.000ECV/kW


instalado em 2009.

- Centrais a gasóleo: 28.000 a 33.000 ECV/kW instalado (dependendo da


potência nominal) em 2001; 40.000 a 48.000 ECV/kW instalado em 2009.

- Parques eólicos: 141.200 ECV/kW instalado para máquinas de 900W e


149.000 ECV/kW instalado para máquinas de 300 kW em 2001;
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 Custos de investimento e de exploração dos SEE em Cabo Verde


• Custos de investimento

- Linhas aéreas MT a 20 kV: 1980 ECV/m

- Redes subterrâneas a 20 kV: 3615 ECV/m em 2001; 4000,5000, 5800 ECV/m


para cabos de Al de 70, 120 e 240 mm2 em 2009.

- Linhas aéreas de BT: 1200 ECV/m em 2001

- Redes subterrâneas de BT: 2320 ECV/m em 2001; 2300, 2500, 2900 para
cabos de Al de 50, e 185 em 2009.
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 Custos de investimento e de exploração dos SEE em Cabo Verde


• Custos de exploração

- Custos de combustível;

- Custos dos lubrificantes;

- Custos da água de refrigeração e seus químicos aditivos;

- Custos da água para produção de vapor de traçagem, nas centrais onde tal
sistema exista;

- Custos de eliminação de resíduos oleosos;

- Custos de operação e manutenção (pessoal e sobressalentes).


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 Custos de investimento e de exploração dos SEE em Cabo Verde


• O preço do Fuel de 380 cSt e o Fuel de 180 cSt, tem oscilado entre os 5$00 e os
10$00 /kg respectivamente.

• O preço actual dos lubrificantes utilizados na produção de electricidade: 160 ECV/l


<=>184 ECV/kg.

• É desconhecido os números referentes ao custo da água de refrigeração usada nos


diferentes tipos de máquinas, mas é um valor bastante reduzido comparado com o
de combustíveis e lubrificantes.

• É desconhecido os números relativos ao custo da recolha, tratamento e queima dos


resíduos oleosos de cada tipo de central.

• No que se refere a custos de operação e manutenção (mão de obra e


sobressalentes), internacionalmente aceita-se como um valor razoável, para
máquinas diesel de média velocidade e rápidas, o valor de 22 a 34 Euros/kW
instalado/ano.
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 A evolução dos tarifários de electricidade em Cabo Verde

• As tarifas são os valores que, aplicados à energia entregue aos utilizadores finais,
permitem às empresas de produção de transporte e distribuição recuperarem os custos
de investimento e de exploração em que incorrem para o fazer.

• A entidade responsável pela regulamentação tarifária a ARE - Agência de Regulação


Económica não faz o Regulamento Tarifário.

• ELECTRA regula as tarifas e preços de venda da electricidade.


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 A evolução dos tarifários de electricidade em Cabo Verde


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 Conclusão:
• O sector de energia em Cabo Verde infelizmente não tem sido integrado numa
política global de energia, de infra-estruturação e de desenvolvimento económico do
país.

• Esta falta de visão global, do sector de energia em geral e do sub-sector de


electricidade em particular, terá sido uma das causas dos vários períodos de “crise de
crescimento” do sistema nacional produtor de energia eléctrica.

• A produção não satisfaz a carga;

• Fraca capacidade nas redes de transporte e de distribuição de electricidade nas


várias cidades e vilas de Cabo Verde.

• Requer ampliação e modernização tempestiva das redes.


Bibliografia
“Redes de Energia Eléctrica - Uma Análise Sistémica”, J.P. Sucena Paiva, Ed. IST Press

“Texto de apoio à disciplina PTE”, Engº. Rui Paisana

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Próxima aula
Centros Produtores de Energia Eléctrica

• Tipo de centrais eléctricas

• Descrição sumária dos processos, das tecnologias utilizadas, do rendimento energético e


dos custos de investimento e exploração associados.

• Ciclos termodinâmicos (centrais térmicas).

• A produção Diesel com máquinas de média velocidade e lentas.

• Os sistemas de recuperação de energia dos gases de escape que podem permitir


aumento o rendimento global da produção.

• Tecnologias de redução de NOx na produção Diesel


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