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\ Epopeia de
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1
Ele que
o abismo viu
TABUINHA 1
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� +- l31Y � ...,. � � 1l --' T T 'l .,Y�· tIII t:fm:: 1M Um shar é cidade, um shar é pomar, um shar são poços de argila, 22
....Yl<"� a�� T 1$-TT.Tt...,. 1V Tf� �
« >+ e:::::m a ..... c:m l- n � n , -T• meio shar é a casa de Ishtar:
� i)!;àT -T• .lãf :::rr 1V -t- --'T � 1l --'T � ...J'• Três sháru e meio, a ex�ensão de Úruk. 23
� � -t-r::t Jm:J + � P' � r:tm: Tf ...,y .M a �
4� J1IM + :;:jf � •T l:OTl -4-r t3!J � ....tf � � t Busca o cofre de cedro, 24
r:.m ili t -t- a <1rfflf ,as= µffl t lf l- JlãlJ � _
� � Rompe o ferrolho de bronze,
fl <=1'T --1'.J --rr.T l -T-·�
Abre a tampa do tesouro, 26
Levanta a tabuinha lápis-lazúli, lê
O que Gilgámesh pa,ssou, todos os seus trabalhos.
'ló I CúLEÇAO CI.ASSIC,\ t.:.t.t.:. l..,lUt U "JJl.)l"olV VIV 1 ""fl
•
Proeminente entre os reis Pastor de Úruk
Proeminente entre os reis, herói de imponente fisico, 29 Pelo redil de Úruk ele perambula, 63
Valente rebento de Úruk, touro selvagem indomável: Mandando como um touro selvagem altaneiro.
Vai à frente, é o primeiro, 31 Não tem rival se levanta seu taco, 65
Atrás vai e protege os irmãos. Pela bola os companheiros levantam.
O caçador :i boca abriu para falar e disse ao pai: 122 Vagueia sobre os montes todo o dia, 153
Pai, há um homem que vai ao açude, Não para de com o gado corner grama,
Não para de deixar a pegada no açude. 155
1.I t1 1/UI' \.) nlll"f\/111 VIU J J 1
Es1011 .:0111 111l'do l' 11;10 dll'�n j1111t,, dele, Eslra11h:'t-lo-:\ seu rcl1.111ho, ao que crcsc:cu co111 cli:.
E111.:lw11 ,1s li11r;1<:os l\lll' ,:;wci c11 111cs1110. 157 Aba11dnnou Sh:í111hal os vestidos, IH8
Desatou os laços que cstl·11di, Ahri11 seu púliis e ele tocou seu sexo,
'l'irn11-111c das 111ãos os biclws. os :111i111ais .ta cslcpc, 159 Não teve ela 111cdo, 10111011 seu alento, 190
N:i,1 111c ,ki xa j:í 11 t rnlialhü 11:1 estepe. A roupa cste11den, deixou-o deitar-se sobre si,
Gil i;:í111csh :, ele .li7., an c:1\::1dnr: 161 Jlc'I. co111 esse primitivo o que fa:i: uma mulher l'J2
Vai, caç,dor, comigo leva a 111erctri'I. Shi111h:1L. E o desejo dele se excitou por ela.
Q11:111do os bichos se aprnxi111cm do aç11.te. 163 Seis dias e sete noites Enkíd11 esteve ereto e inse111inou Shámhat. 194
Tire cb a roupa e abra seu sexo.
Depois de farto de seus encantos, 195
Ele :i verá e chcgar:l j1111to dela, 165' Sua face voltou para seu rebanho.
Est:ranh:i-lo-:í seu rebanho, ao que cresceu com ele. Vir:1111-110, a Enkídu, e se puseram a correr, 197
Os bichos da estepe fugiram de sua figura:
Shúmhat e Enkídu Contaminara .Enkídu a pureza de seu corpo.
Partiu o caçador, consigo levou a meretriz Shámh:it, 167 Inertes tinha os joelhos, enquanto os. bichos avançavam. 200
Pegaram a rota, empreenderam a jornada, Diminuído estava Enkídu, não corno antes corria.
No terceiro di:i, :10 lugar apra'l.ado chegaram. 169 'l. M:is agora tinha ele entendimento, :11i1plidão de saber. 202
O caçador e :i meretriz de tocaia sentaram-se. Voltou a senta_r-se aos pés da meretriz.
A roupa estende, deixa-o deitar-se sobre ti, 184 Vem, Shámhat, convida-me 216
E faze com esse primitivo o que faz uma mulher: À casa dos deuses, morada pura de Ánu e lshtar,
Seu desejo se excitará por ti, 186
52 / <'01.fÇ,\\1 CLA�SIC:f\ r.u; QVE o f\lllSMl' v1v I SJ
Enkídu - aquele que não conheceu a vida! 233 Prendeste uma, era pesada para ti, 263
Mostrar-te-ei Gilgámesh. um homem contente, Tentavas movê-la, não podias levantá-la;
Olha para ele, vê sua face, 235 Pegaste-a e a deixaste a meus pés 265
Pleno de virilidade. dono de poderio, E cu a uni contigo:
Encorpado de encantos todo o seu corpo, 237 A ela amaste como uma esposa, por ela te excitaste: 267
Mais rija força que tu ele tem, Vem para ti um forte companh�iro, amigo salvador,
Insone de dia e de noite. 239 Nesta terra é ele que rija força tei:n, 269
Como uma rocha de Ánu é sua rija força.
Enkídu, abandona teus vícios, 240
A Gilgámesh Shámash ama, A ele amarás como uma esposa, por de te excitarás, 271
Ánu, Énlil e Ea fizeram plena sua sabedoria: 242 Ele, forte, sempre a ti salvará.
É bom, é precioso o teu sonho! 273
Antes que viesses das montanhas, 243
Gilgámesh, no coração de Úruk, via-te em sonhos.· Um segundo sonho ele viu. 273·
Levantou-se e apresentou-se diante da deusa sua mãe,
Gilgámesh a ela diz, a sua mãe: 275
Os sonhos de Gilgámesh
Levanta-se Gilgámesh, do sonho busca o sentido, diz a sua mãe: 245 De novo, mãe, vi um segundo sonho: 276
Mãe, um sonho vi esta noite: Numa rua da praça de Úruk
Apareceram-me estrelas no céu, 247 Um machado estava jogado, diante dele uma reunião, 278
Como rochas de Ánu caíam sobre mim: A terra de Úruk estava em volta dele,
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224
A assembleia de Úruk
Quem é que ir:í à su:i floresta?
Ád:id é o primeiro, 111:1s ele o segundo: Ouvi-me, jovens dc Úruk, o redil,' 260
Quem é que se oporá :i ele dentre os Igígi? 226 Jovens de Úruk, s:igaz ----:
A fim de deix:ir int:ictos os cedros, Sou ousado a ponto de percorrer o longo 0111inho até Hu111bab:1. 262
l'ara terror do povo o fez Énlil: 228 Uma refrega que não conheço enfrentarei, 26.3
Se vai :ilguérn à sua 11oresta, fraqueza a ele assalta. Emjornada que não conheço embaccan:i:
Dai-me vossa benção e que ir cu possa, 265
Gilgimesh a boca abriu para falar, disse a Enkídu: 230 Que vossa face cu reveja e salvo esteja,
Vem ---- E adentre a porta de Úruk, alegre o cor:ição!
Por que, :imigo meu, como um fraco falaste? 232
Com cssl boca sem freio zangaste meu coração! Possa retornar e o ak{tu duas vezes ao ano celebrar, 26S
Possa o akf111 duas vezes ao ano cdebrar!
Do homem os dias são contJdos, 234 O aklt11 tenha lugar e o festival se faça,
Tudo que ele fap é vento. Os tambores sej:im percutidos diante da vac:i selvagem Nínsun!
---- não existe - --- 236
Nasceste e crc:sceste n:i estepe: Enkídu aos anciãos conselhos deu, ..,--,
_,_
60 l.co1.i;çAo ClÃ�SICA
61
Ouviu Gilgámesh as palavras ditas por um dos principais. 300 E deram-se as mãos, a mão de um na do outro, 19
Olhou ---- Enkídu. Gilgámesh e Enkídu foram ao templo de Nínsun,
À face de Nínsun, grande rainha.
E adentre a porta de Úruk, alegre o coração! 30 Abriste, Shámash, ---- para a saída do rebanho, 63
Possa retornar e o akftu duas vezes ao ano celebrar, Para ---- saíste sobre a terra,
Possa o akít11 duas vezes ao ano celebrar! · 32 Das montanhas ---- brilharam os céus, 65
O akíti1 tenha lugar e o festival se faça, Os bichos da estepe ---- tua luz vermelha,
Os tambores sejam percutidos diante de ti!
Esperou ---- a eles 67
A vaca selvagem Nínsun as palavras de Gilgámesh, filho seu, Animais ---- tu
35
E de Enkídu em aflição ouviu. 69
Morto ---- vida
À casa do banho lustral sete vezes foi, 37
Purificou-se com água de tamarisco e ervas,
Para ---- tua cabeça 71
---- uma bela veste, adorno de seu corpo, 39 Para ---- a multidão se reúne,
---- adorno de seus seios, Os Anunnákki em tua luz prestam atenção. 73
--- posta e com sua tiara coroada, 41 Ela, Aia, não te tema, Aia, a esposa, te lembre:
---- as prostitutas o chão empoeirado.
Este aos guardas da noite confia, 75
A estrada que·----
Galgou as escadas, subiu ao terraço, 43
Subindo ao terraço, em face de Shámash incenso pôs, Toque e ---- 77
Pôs a oferenda em face de Shámash, seus braços alçou: 45 Porque ----
Por que pôr em meu filho Gilgámesh o coração sem sossegq que lhe deste? 46 Jornada :--- 79·
· E ----
Agora o tocaste e ele percorrerá
O longo caminho até Humbaba: 48 Até que Gilgámesh vá à Floresta de Cedros, 81
Uma refrega que não conhece enfrentará, Sejam longos os dias, sejam curtas as noites.
Em fogo que não conhece embarcará.
Esteja cingida sua cintura, sejam largos seus passos, 83
51 Para a noite, que ele acampe ao entardecer,
Até o dia em que ele vá e volte,
Ao entardecer ---- ele durma. 85
Até que atinja a Floresta de Cedros,
:/
Até que o feroz Humbaba ele mate, 53
Ela, Aia, não te tema, Aia, a esposa, te lembre: 86
E essa coisa ruim que detestas desapareça da terra,
No dia em que Gilgámesh, Enkídu e Humbaba meçam forças
55 Incita, Shámash, contra Humbaba os grandes ventos, 88
De dia, quando tu os limites ----
Ela, Aia, não te tema, Aia, a esposa, te lembre: Vento sul, norte, do levante, do poente - ventania, 'vendaval,
Este aos guardas da noite confia, 57
Temporal, tempestade, · tufao, redemoinho, 90
Ao lusco-fusco ----
Vento frio, tormenta, furacão:·
=
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6·1 1 CúLl!ÇÂO C:I.AS�lt.:A
l!l.f, QUI! O AUISMO VIU 1 65
Os treze ventos se alcem, de J-Iumbaba escurepm a face, 92 Agora tua raça estará com os oblatos de Gilg:ímesh, 122
E :i arma de Gilgámesh a Humbaba alcancei As sacerdotisas, as consagradas e as hierodulas.
Depo is de teus próprios ---- acesos, 94 Uma marca ela impôs no pesc oç o de Enkídu: 124
Nesta hora, Shámash, a teu devoto volta a face! A sacerdotisa adotou o exposto
Tuas mulas ligeiras ---- tuas, 96 E as filhas do s deuses criaram o no viço. 126
Um :'.ISscnto tr:rnquilo, um leilo, se te forneça,
Um assento ---- .97• Eu própria, a Enkídu, que amo, adotei c omo filho , 127
A Enkídu, como irmão, Gilgimesh favoreça!
Os deuses, teus irmãos, 111:111jares ---- te tragam, 98 129
Aia, a esposa, com a limpa bainha de seu manto tua face enxug ue! E----
A v;ica selvagem Nínsun repetiu diante de Shámash seu comando: 100 Quand o vás c om Gilgámesh à Fl oresta de Cedro s, 131
Shfonsh, Gilgámesh aos deuses não ----? Seja m longos o s dias, sejam curtas as noites.
Contigo os céus n�o comp:Htilhará? 102 Esteja cingida tua cintura, sejam largos teus pass o s, 133
Com Sin não compartilhará o cetro ? Para a noite, que acampes ao entardecer,
---- protej as.
Com Ea, que habita o Apsu, não será sábio? 104
Com lrnina o povo de cabeças negras não dominará?
Com Ninghhzida o lugar sem retorno não habitará? 106 Gilgámesh para ---- 147
---- seu ----
Fa-lo -ei, Shámash ---- 107 À Porta de Cedro --- 149
Para não ---- para não ---- a Floresta de Cedros, Enkídu no templo de ----
---- para não alcançar, 109
---- tua grande divindade. E Gilgámesh no templ o de --- 151
Zimbro , oferenda espargida ---
111 Presentes os membros de ---- 153
(1) [Às vinte léguas p;utiram o pão.) Falou Enkídu a seu amigo, seu sonho explicou-lhe: 27
68 1 C:OLGÇAO CI.ASSIÇA
ELP. QUE O AOl�MO VIU ( 69
Amigo meu, propício é teu sonho, bom---- ---- Humbaba como um genro,
0 sonho é soberbo! ---- 29
Amigo meu, a montanha que viste ---- ---- sobre ele, 74
Capturaremos Humbaba, matá-lo-emos 31 76
E seu cadáver no chão metê-lo-emos,
E de manhã uma mensagem de Shámash propícia veremos. 33 E de manhã uma mensagem de Shámash propícia veremos.
Em face de Sh:ímash cavaram uma cisterna, 38 Em face de Shámash cavaram uma cisterna, 83
Água ---- puseram cm ---- Á gu a ---- puseram em ----
Foi Gilgámesh ao topo da montanha, 40 Foi Gilgámesh ao topo da montanha, . 85
Farinha ofertou aos montes: Farinha ofertou aos montes:
Montanha, ordena-me um sonho, mensagem boa eu veja! 42 Montanha, ordena-me um sonho, mensagem boa cu veja! 87
E fez-lhe Enkídu, para ele, uma casa de sonhos, E fez-lhe Enkidu, para ele, uma casa de sonhos,
Uma porta contra o vendaval fixou em sua entrada 44 Uma porta contra o vendaval fixou em sua entrada 89
E fê-lo dormir num círculo ---- desenhado, E fê-lo dormir num círculo ---- desenhado,
E ele mesmo, como uma rede, ---- e deitou em sua entrada. 46 E ele mesmo, como uma rede, ---- .e deitou em sua entrada. 91
Gilgámesh nos joelhos apoiou o queixo, Gilgámesh nos joelhos apoiou o queixo,
O sono que se derrama sobre as gentes nele caiu. 48 O sono que se derrama sobre as gentes nele caiu, 93
Chamas subiam, chovia morte. Amigo meu, propício é teu sonho, 60111 ---- 155
Turvou-se o brilho, findou o fogo, 105
Foi-se apagando, acabou carvão. ---- Humbaba como um deus---- 157
Tu que nasceste na estepe, examinar isso podemos? ---- acenderá ---- sobre ek,
Ouviu Enkídu a fala do amigo, o sonho interpreta-lhe, diz a Gilgámesh: 108 ---- seu poremos, ataremos seus braços 159
Amigo meu, propício é teu sonho, bom ----
---- seu, ficaremos sobre ele: 161
E de manhã uma mensagem de Shámash propícia veremos.
E ele mesmo, como _uma rede, ---- e deitou em sua entrada. 133 Gilgámesh nos joelhos apoiou o queixo, 175
O sono que se derrama sobre as gentes nele �aiu.
Gilgámesh nos joelhos apoiou o queixo,
135 Na noite profunda, de sonhar terminou, 177.
O sono que se derrama sobre as gentes nele caiu.
Levantou-se e disse a seu amigo:
Na noite profunda, de sonhar terminou, 136
Levantou-se e disse a seu amigo: Amigo meu, não me chamaste, por que estou desperto? 179
Amigo meu, não me chamaste, por que estou desperto? 138 Não me tocaste, por que estou angustiado?
Não me tocaste, por que estou angustiado? Não passou um deus, por que está atordoado meu corpo? 181
Não passou um deus, por que está atordoado meu corpo?
Amigo meu, vi um quinto sonho, 182
Amigo meu, vi um sonho, 141 E o sonho que vi, de todo atordoante.
E o sonho que vi, de todo atordoante: 4 � «< l
1 ., .1
Enkídu abriu a boca para falar, disse a Gilgámesh: 31 Por que amigo meu ---- ? 69
Entremos no interior da floresta, Com boa vontade ---
Teu intento comece, soemos o alarme! 33 Se uma palavra para --- 71
Énlil o maldiga ----
Gilgámesh abriu a boca para falar, disse a Enkídu: 34
Po � que, amigo meu, como fracos trememos? Enkídu abriu a boca para falar, disse a Gilgámesh: 73
---- atravessamos todas as montanhas, 36 Amigo meu, Humbaba ----
---- em face de nós, Amigo meu, um é um, mas dois são dois! 75
---- vejamos a luz! Embora fracos, dois ----
Amigo meu, experto na batalha, 39 Embora uma rampa e --- dois --- 77
Que no combate não temeu a morte, Dois trios ----
Com sangue manchado não temes a morte 41 Corda tripla ---- 79
E, irado, como legítimo extático maceras-te, Ao forte leão, os dois filhotes ----
Humbaba dirige-se a seu coração, uma palavra fala: 61 Shámash ouviu o que disse sua boca, 95
Não vai --- Logo de súbito, uma voz logo bramiu do céu:
Não vai ---- 63 Apressa-te, detém-no! Não entre ele em sua floresta! 97 :,:
Por que temem ----? Não desça ele ao bosque, não ----
---- por que de meu ---- ? 65 Não vista ele suas sete capas --- 99
Em terror (?) para ----
-· Uma ele vestia, seis já tirara,
' 1
: 1:
1 '
76 1, COLEÇÃO CLÁSSICA Pl r- ')UR U MIISM'> VIU 1 77
Eles ---- 101 Vem, Enkídu, filho de peixe que não conheceu o p:ii! 144
Como touro selvagem agressivo avança ---- Filhote de cágado e tartaruga, que não mamou o leite cb mãe!
Lançou um bramido cheio de terror, 103 Quando eras jovem te vi, mas perto não cheguei, 146
O guardião do bosque bramia, ---- tu ---- no meu estômago.
105 Por que à traição Gilgámesh trouxeste diante de mim 148
Humbaba como Ádad rugia. E tu mesmo como hostil inimigo te pões?
Os treze ventos se alçar:11n, ele l-:lu111baba escureceu a face: Antes que o saiba o prce1nincnlc Í::nlil 228
E fúria contra nós conccba111 os grandes deuses,
N;io se lança à frente, n;io vai para ·tr:ls - 186 tnlil em Níppur, Shámash cm Larsa, 230
E a arma de Gilg:ímesh akan\:Ou Humbaba! Pixa para sempre ----
Que foi Gilgámesh que matou Hurnbaba!
A rendição de Humbaba E ouviu 1-Iumbaba o que Enkídu disse 233
Humbaba, por sua vicb pedindo, diz :i Gilg:ímcsh: 188 E levantou a cabeça 1-Iumbaba ----
.És jovem, Gilg:ímesh, tu:1 mãe vem ele parir-te!
E rebento da vaca selvagem Nínsun és tu! 190
Peb boc::i de Sh:ímash e de meu monte ---- Enkíclu abriu a boca para falar, disse a Gilgámesh: 249
Amigo meu, o passarinho pega,
Broto do coração de Úruk, rei Gilg:ímesh! Aonde irá o filhote? 251
192
---- Gilg:ímesh, de um morto não --- 1-Iumbaba ----
Um escravo vivo para seu senhor --- 194
Gilg:ímesh, poupJ-mc a vida! ---- Aonde irá --- 253
Aonde irá ----
E eu 1nore para ti no ---- 196
Das árvores qu:intas mandes --- Ouviu Humbaba o que Enkídu falou: 255
E eu guarde plra ti a murta --- Levantou sua cabeça Humbaba, cm face de Shámash chorava,
198
Árvore digna de um palácio ---- Em face do fulgor de Shámash, vinham-lhe as lágrimas: 257
Enkídu abriu a boca para falar, disse a Gilgámesh: 200 Entraste, Enkídu ---- 258
Amigo meu, não ouças o que Humbaba te diz, Na colisão de armas, o príncipe ---
---- suas súplicas ---- 202 E o morador de sua casa, o caminho ---- 260
Enkídu abriu a boca para falar, disse a Gilgámesh: 224 Antes que o saiba o preeminente Énlil 269
Amigo meu, a Humbaba, guardião da Floresta de Cedros, E fúria contra nós concebam os grandes deuses,
,
Destrói-o, mata-o, sua ordem faz desaparecer! 226 Enlil em Níppur, Shámash em Larsa, fixa para sempre ---- 271
A Humbaba, guardião da Floresta de Cedros, destrói-p, mata-o, sua Que foi Gilgámesh que matou" Humbaba!
ordem faz desaparecer,
80 1 COLEÇÁO CLÁSSICA
�LC Que o ADl�MOVIU 1 81
---- empilhe cu JU
A glória de Gilgámcsh ---- ves1u.ir10
Lavou-�c <h ,uJl.·ira, limpou :u arm;u,
32
Sacud111 oi. c.acho1 �obre a, costas, Quem ---- conci y.o c;i,.1r.i?
Tirou :i roup� imunda, pÓ\ outra limpa, Tu --- que pccrili.:.,, o �cio,
3
Port:i pela 111cc:idc que o vc11to 11.io ddÍ·111, }-1
Co111 11m:1 túnic:.i rcvc,uu-sc, cingiu a faixa:
Gilgárnc�h com sua coroa cobriu-se. Pal.kio que cs1n.1�.1 ---- do� buerrciro,,
E111 110s�.1 c:i�a quanJo cntn:s, 14 Aquele d:i oferenda ---- seu braço, 45
O umbr:il e o requinte beijem teus pc:s! A Dúmuzi, o esposo <le ti moça,
Ajoelhem-se: �ob ti reis, potc:ntados e nobres, 16 Ano a ano chorar sem termo dc�lc; .17
O melhor da montanha e do vale te seja dado em tributo!
Ao colorido rolieiro amastt:, 48
Tuas cabras a triplos, tuas ovellus a gêmeos deem cria, 18 Nele bateste e lhe quebr:iste a asa:
Teu potro com carg� :i mula ultrapasse, Agora fica na floresta a piar: asan1i11lia!; 50
Teu cavalo no carro majestoso corra, 20
Teu boi sob o jugo n:io tenha rival! Amaste o leão, cheio de força: SJ
Cavaste-lhe sete mais sete covas;
Amaste o pastor, o vaqueiro, o capataz, 58 O quê? Não foste tu que provocaste o rei Gilg:í.mesh, 89
Que sempre brasas para ti amontoava, E Gilgámesh contou tuas afrontas,
Todo dia te matava cabritinhas: 60 Tuas afrontas e maldições?
Ánu abriu a boca para falar, 87 Ao bufar o Touro a terra fendeu-s·e, 119
Disse à majestosa Ishtar: Uma centena de moçc.is de Úruk caíram-lhe no coração;
uu I LULl�ÇI\O CLAS
St<.:A
..__.,_ ........... -, .,_ .... , •• 1 • • - 1 .,. '
Ao segundo bufar a terra fendeu-se 121 E ouviu Enkídu o que disse Ishtar, 154
Duas centenas de moços de Úruk; Rasgou a anca do Touro e em face dela a pôs:
E a ti, se pudera, como a ele faria: 156
Ao terceiro bufar a terra fendeu-se, 123. Suas tripas prendesse eu em teus braços!
Enkídu caiu-lhe no coração até a cintura:
Reuniu Ishtar as hicrodulas, prostitutas e meretrizes, 158
E saltou Enkídu, ao Touro agarrou pelos chifres, 125 Sobre a anca do Touro em luto a carpir.
O Touro, em sua face, cuspiu baba,
,.
Com a espessura de sua cauda ----. 127 i
A celebração da vitória
Enkídu abriu a boca para falar, 128 Chamou Gilgámesh os artesãos, os operários todos, 160
Disse a Gilgámesh: A espessura dos cornos observaram os filhos dos artesãos:
Amigo meu, ufanávamos ---- em nossa cidade. 130 Trinta minas de lápis-lazúli de cada um o peso, 162
Como responderemos a toda esta gente? Duas minas de cada um a borda,
Seis kor de óleo a capacidade de cada;
Amigo meu, testei o poder do Touro 132
E sua força, aprendi sua missão --- À unção de seu deus, Lugalbanda, os dedicou, 165
Voltarei a testar o poder do Touro, 134 Levou-os e pendurou em sua câmara real.
Eu atrás do Touro ----
No Eufrates lavaram suas mãos, 167
Agarrá-lo-ei pela espessura da cauda, 136 ' E abraçaram-se para partir.
Porei meu pé atrás de seu jarrete, Pela rua de Úruk.cavalgavam, 169
Em ---- seu, 138 Reunido estava o povo de Úruk para os ver.
E tu, como açougueiro valente e hábil,
Entre o dorso dos chifres e o lugar do abate teu punhal enfia! Gilgámesh às servas de sua casa estas palavras disse: 171
Quem-o melhor dentre os moços?
Voltou Enkídu para trás do Touro, 141 Quem ilustre dentre os varões? . · 173
Agarrou-o pela espessura da cauda, Gilgámesh o melhor dentre os moços,
Pôs o pé atrás de seu jarrete, 143 Gilgámes_h ilustre dentre os·varões!
Em ---- seu,
---- a quem conhecemos em nossa fúria, 176
E Gilgámesh, como açougueiro valente e hábil, 145 ---- na rua quem o insulte não hi,
Entre o dorso dos chifres e o lugar do abate seu punhal enfiou. ---- caininho que ---- seu. 178
Após o Touro matarem, 147 Gilgámesh em seu palácio fez uma festa: 179
Seu coração arrancaram e em face de Shámash puseram, Deitados estão os moços, que nos leitos à noite dormem,
Retrocederam e em face de Shámash puseram-se: 149 Deitado está Enkídu, um sonho vê. 181
Assentaram-se ambos juntos.
Levanta-se Enkídu para o sonho resolver. 182
Chegou Ishtar sobre o muro de Úruk, o redil, 151 Diz ao amigo seu:
Dançou em luto, proforiu um lamento:
Este é Gilgámesh, que me insultou, o Touro matou! 153
Aíl , co1.r.cAo r:t.A"ICA
89
[7, IJ Amigo meu, por que discutiam cm conselho os gr:mdes deuses? Tabuinha 7
[Colof:io 1 J Tabuinh.1 6, Ele que o nbi.smo viu, série de Gilgimesh .._,.JT- •iT,T .� ,M
Escrita e conferida com o original
Palácio de Assurbanípal
Rei do mundo, rei da Assíria
Presságio de morte
[Colofao 2] Tabuinha 6, Ele ,1ue o nbi.smo viu, série de Gilgámesh
Amigo me u, por que discutiam em conselho os gr.inde s deuses?
Porta--- 32
Porque ----
34
Em----
Suplicarei e implor:irei aos grandes deuses, 77 Nio lc: faças casa que te agrade, 106
A Shámash busc:irei, a teu <lcus rezarei, N:io residas ---- de: teus jovens,
Invocarei a Ánu, pai dos deuses ----, 79 N:io te assc:ntcs na câmara das moças, 108
Que ouça Énlil, o grande consdheiro, a pn:�c minha cm tua pri:sença! A tua bela veste o chio corroa,
Que o pedido ---- 81 Tua roupa de festa o bêbado com poeira suje, 110
Com ouro sem cont:i tu:i efígie farei. Não adquiras casa de -�-- e coisas belas,
92 .J COLEÇÃO CLÁSSICA
ELE QUE O AUISMO VIU 1 93
---- do oleiro,
112 Fará chorar-te o povo de Úruk, fará gemer por ti, 144
---- nada adquiras,
Ao povo exuberante fará encher-se por ti de pêsames.
�
E ele, depois de ti, suportará as grenhas de cadáver, 146
---- boa mesa ' dom dO povo, nao se ponha em tua casa,
. 114. Vestirá pele de leão e vagará pela estepe.
Teu leito que encanta seia
� um ba nco,
O cruzamento da estrada, teu domicílio, 116 A bendição da meretriz
Ruínas sejam onde dormes, a sombra da muralha, o teu posto,
Ouviu Enkídu as palavras de Shámash, o guerreiro, 148
Cardo e abrolho descasquem teus pés, 118 ---- seu irado coração ele acalmou,
O bêbado e o sedento batam-te a face, ---- seu zangado coração ele acalmou: 150
---- que te processe e te acuse, 120
O teto de tua casa não revista o construtor, Vem, Shámhat, o fado fixar-te-ei, 151
A boca que te amaldiçoou volta atrás para bendizer-te!
---- pouse a coruja, 122
---- não se ponha o banquete, O general e o príncipe te amem, 153
124 Quem esteja a uma légua bata na coxa,
Quem esteja a duas léguas sacuda os cachos, 155
Não se atrase o soldado em o cinto desatar!
A agonia
Nem bem manhã, já alvorece,
Gilgámesh chora seu amigo:
[8, 1) Nem bem mmh:i,já alvorece. '··
Enkídu, tu cuja mãe foi uma gazela, 3
E um asno selvagem teu pai ---- a ti,
A quem os onagros com seu leite criaram-te - a ti, 5
E o rebanho da estepe ensinou toda a pastagem:
Chore-te o pastorzinho ___ _ Como uma leoa que privada dos filhotes
29
Que te punha na boca manteiga! Andava-lhe em face e atrás,
Chore-te o ancião ____ 31
Arrancava e soltava os cabelos cacheados, 63
Que cerveja te punha na boca!
Tirava e atirava os adornos, como se intocáveis ----.
Chore-te a meretriz ---- 33
Que ---- óleo perfumado te ungiu o crânio! Os ritos
Chore por ti ---- a casa das bodas 35 /,
---- minas de ouro sua alça, pôs para o amigo seu, 120 Um trono de lápis-lazúli, um touro --- 152
---- o poder de seu braço, pôs para o amigo seu, Um báculo de lápis-lazúli ----
---- sua aljava, um talento de ouro sua alça, pôs para o amigo seu, 122 Para Namtar, administrador da Érsetu, a Shámash ele mostrou: 154
---- a maça de sua mão era de presas de elefante, Receba-o Namtar, administrador da populosa Érsetu,
Em face do amigo meu se alegre e ao lado seu caminhe!
---- dele, quarenta minas de ouro sua alça, pôs para o amigo seu, 124
---- dele, três cúbitos era seu comprimento, 157
---- su:i espessura, pôs para o amigo seu, 126
---- cintilante ouro, Para Húshbishag, governanta da Érsetu, a Shá�ush ele mostrou: 159
Receba-o Húshbishag, governanta da populosa Érsetu,
---- de cornalina ---- borda de ferro, 128 Em face do amigo meu se alegre e ao lado seu caminhe!
---- a guarnição c.-ra um couro selvagem.
. -- ' ......... -- .......... --··--· ···· .._. ' '-(V'• ._, ,.,,., •••• • o •-..
Em face do amigo meu se alegre e ao lado seu caminhe, 166 Gilg:ímesh, isto quanto ouviu, 21 l
O amigo meu não ----, seu coração não se aflija! O represamento do rio concebeu cm �cu coração.
Errância
O caminho de Shámash
Gilgámesh por Enkídu, amigo seu, 1 Do monte o nome era Máshu. 37
Amargo chora e pela estepe vaga:
Ao monte Máshu quando ele chegou - 38
Morro eu e como Enkídu não fico? 3 Monte que dia a dia guarda a saída do Shámash,
Luto entrou-me às entranhas, Seus topos a armação do céu atingem, 40
A morte temo e pela estepe vago 5 Embaixo, ao Arallu seus seios chegam -,
Ao encalço de Uta-napíshti, filho de Ubara-tútu,
Homens-escorpião guardavam o portal: 42
A caminho estou, rápido vou. 7 Deles terrível é o temor e o olhar é morte,
À entrada do monte à noite cheguei. Seu pavoroso resplendor envolve as montanhas, 44
Leões vi e temor me tomou, 9 À saída do Shámash e ao pôr de Shámasb guarda fazem a Shámash.
Ergui-me a cabeça, a Sin supliquei,
Viu-os Gilgámesh e de temor e espanto cobriu-se-lhe a face, 46
A ----, luz dos deuses, foi minha prece: 11 Retomou o juízo e diante deles chegou.
Sin e ----, fique eu intacto!
O homem-escorpião a sua esposa clamou: 48
Gilgámesh levantou e tremia: um sonho! 13 Este que até nós vem, carne de deuses é seu corpo!
---- diante de Sin alegrou-se por estar vi vo. Ao homem-escorpião sua esposa responde-lhe: 50
Dois terços dele é deus e um· terço é humano.
Ergueu o machado em sua mão, 15
Sacou a espada de seu cinto, O homem-escorpião macho clama, 52
Como uma flecha no meio lhes caiu, 17 Ao rei Gilgámesh, carne de deuses, esta palavr:i diz:
Golpeou os leões, matou, destroçou,
Tu, como chegaste a distante caminho, 54
E---- 19 ---- te aproximaste até diante de mim?
Como os rios atravessaste cuja travessia é dificil? 56
Lançou ---
21 ---- deixa-me saber,
Tirou ----
0 nome do primeiro ----
---- onde tua face está, 58
23 ---- deixa-me saber,
O nome do segundo ----
Ergueu sua cabeça, a Sin suplicou,
25
A ----, luz dos deuses, foi sua prece: A rota até Uta-napíshti, meu pai ---- 75
Que esteve na assembleia dos deuses, a vida obteve,
J.VV 1 \..VLC\,-nv \..Ll\.).)11t.,.n
...... ., ......
A morte e a vida ----.
77 Duas léguas ---- 142
Densa é a treva e não há luz,
O homem-escorpião abriu a boca para falar, 78 Nio lograva ver algo atrás de si. 144
Disse a Gilgámesh:
Três léguas ---- 145
Não há, Gilgámesh, alguém como tu --- 80 Densa é a treva e não há luz,
Que dos montes jamais ---- Não lograva ver algo atrás de si. 147
De doze léguas é o coração dos montes --- 82
Densa é a treva e não há luz. Quatro léguas ---- 148
Densa é a treva e não há luz,
À saída de Shámash --- 84 Não lograva ver algo atrás de si. 150
Ao pôr de Shámash ---
Ao pôr ---- 86 Cinco léguas ---- 151
Mandaram ---- Densa é a treva e não há luz,
Não lograva ver algo atr.is de si. 153
88
Tu, como --- Seis léguas quando ele perfez, 154
Queres ir ---- 90 Densa é a treva e não há luz,
Não lograva ver algo atrás de si. 156
Com lamentos ---- 125 Sete léguas quando ele perfez --- 157
Com frio e calor queimou-se-me a face, Densa é a treva e não há luz,
Com fadiga ---- 127 Não lograva ver algo atrás de si .. 159
Agora, tu ----
Oito léguas, como ---- precipitava-se, 160
A travessia do caminho Shámash Densa é a treva e não há luz,
129
Não lograva ver algo atrás de si. 162
O homem-escorpião abriu a boca para falar,
Ao rei Gilgámesh, carne de deuses, esta palavra diz: Nove léguas ---- vento norte, 163
---- seu rosto,
Vai, Gilgámesh ---- 131 Densa é a treva e não há luz, 165
Que os montes Máshu --- Não lograva ver algo atrás de si.
Os montes e colinas ---- 133
Que a salvo ---- Dez léguas quando perfez
0 portal do monte ----.
167
---- próximo.
Gilgámesh isto quando ouviu, 136 Onze léguas ---- rota de uma légua,
Ao dito pelo homem-escorpião --- 169
---- chegou antes de Shámash.
A rota de Shámash tomou ----: 138
23
---- na estepe.
"
Gilgámesh a ela disse, à taberneira: 29 Tive medo ---- 61
Enkídu, amigo meu, ---- A morte temi, vago pela estepe.
Que nos unimos e subimos o monte, 31
O Touro pegamos e o Touro matamos, O caso do amigo meu pesa sobre mim, 63
Um longo caminho vago pela e.�tepe,
Tocamos Humbaba, que a Florest:i de Cedros habit:iva, 33 O caso de .Enkídu, amigo meu, pesa sobre mim, 65
Na passagem dos montes matamos leões. Uma longa jornada vago pela estepe!
Por que consumidas te estão as têmporas, cavada tua face, 40 Gilgámesh a ela disse, à taberneira: 72
Desafortunado teu coração, aniquilada tua figura? •'. E agora, taberneira, qual a jornada até Uta-napíshti?
Há luto em tuas entranhas, 42 Qual a senha? A mim dá-ma! 74
À de quem chega de longe tua face se iguala, r, Dá a senha a mim!
Com frio e calor está queimada tua face, 44 Se é possível, o mar atravessarei, 76
E uma face de leão te tendo posto vagas pela estepe? Se não for possível, pela estepe vagarei.
Puxou a esp:ida do cinto, 94 A Enkídu, amigo meu, mulo fugido, asno do� montes, pantera da estepe,
Deslizou e desceu sobre eles, Que nos unimos e subimos o monte, 128
Como uma flecha no meio deles caiu. O Touro pegamos e o Touro matamos,
No coração da floresta fez muito barulho: 97 Tocamos Humbaba, que a Floresta de Cedros habitava, 130
Viu Ur-sh:í.nabi o brilho --- Na passagem dos montes matamos leões,
Pegou o m:ichado e correu para ele, 99 Ao amigo meu que - o amo muito! - comigo enfrentou todas as penas, 132
Mas o outro golpeou-lhe a c.abeça - ele, Gilgámcsh - A Enkídu, amigo meu que - o amo muito! - comigo enfrentou todas as penas,
A garrou-lhe o braço e ---- prendeu-o. Atingiu-o o fado da humanidade!
Os de pedra tinham vedado o barco, 102 Por seis dias e sete noite sobre ele chorei, 135
Eles que não temiam as águas da morte. Não o entreguei ao funeral
--- amplo mar, 104 Até que um verme lhe caiu do nariz. 137
Nas águas, ele --- segurou,
Tive medo ---- 138
Esmagou os de pedra, jogou no rio, 106 A morte temi, vago pela estepe.
---- barco,
--- sentou na margem. O caso do amigo meu pesa sobre mim,_ 140
Um longo caminho vago pela estepe,
Gilg:í.mesh a ele disse, a Ur-shánabi, o barqueiro: 109 O caso de Enkídu, amigo meu, pesa sobre mim, 142
---- tremes, Uma longa jornada vago pela estepe!
--- tu. 111
Como calar, como ficar eu em sÍlêncio? 144
Ur-sh:í.nabi a ele disse, a Gilgámesh: 112 O amigo meu, que amo, tornou-se barro,
Por que consumidas te estão as têmporas, cavada tua face, Enkídu, o amigo meu, que amo, tornou-se barro! 146
Dt:s:ifortunado teu coração, aniquilada tua figura? 114 E eu: como ele não deitarei
Há luto em tuas entranhas, E não mais levantarei de era em çra?
À de quem chega de longe tua face se iguala,
Gilg:í.mesh a ele disse, a Ur-shánabi, o barqueiro: 149
Com frio e calor está queimada tua face, 117 E agora, Ur-shánabi, qual a jornada até Uta-napíshti?
E urn:i face de leão te tendo posto vagas pela estepe! Qual a senha? A mim dá-ma! 151
Dá a senha a mim!
Gilgámesh a ele disse, a Ur-shánabi, o barqueiro: 119
Por que consumidas não me estariam as têmporas, não· cavada a face, Se é possível, o mar atravessarei, 153
Não desafortunado o coração, não aniquilada a figura, 121 Se não for possível, pela estepe vagarei.
Não haveria luto cm minhas entranhas,
Ur-shánabi a ele disse, a Gilgámesh: 155
À de quem chega de longe minha face não se igualaria, 123 Tua mão, Gilgámesh, impediu-te a travessia:
Com frio e calor não estaria queimada minha face, Esmagaste os de pedra, jogaste no rio, 157
E uma face de le;io me tendo posto não vagaria cu pela estepe? 125 Os de pedra estão esmagados e o cedro não colhido.
Ao Jmigo meu, mulo fugido, asno dos montes, pantera da estepe, 126
Pcf!_:i, Gil�.i111<·sh. o 111:id1Jdo cm !ll.1 mão, 159 Ü CJ IIC VClll 11:io <: IIICII l1<1111t"III,
Desce .1 flor<'S!J e. cs1acJs de cinco varJs, trezentas corta, E :i Jirci1-1 ----
Dcscasc.1-:is e põe 11111:i saliência, 161
Leva-as ---- Estou repar;u11.lo e 11.io é 111e11 ho111ctn, 1 ') 1
Estou rep.1r.111do e n.io ----
Gilgámcsh isso quando ouviu, 163 Estou rep.1rJndo ---- l'Jj
---- 1111m ----
Pegou o machado em sua mão,
Puxou :i espada do cinto, 165
Desceu à floresta e, estacas de cinco varas, trezentas cortou. 1')5
Não é meu homem----
Descascou-as e pôs uma saliência, 167 1';12 v.1g.1r ---- ll/7
Levou e ----. 0 h.irquciro ----
À de quem chega de longe minha face não se igualaria, 223 Perto da taberneira não chegara e minha roupa eu tinha destruída, 258
Com frio e calor não estaria queimada minha face, Matei urso, hiena, leão, pantera, leopardo,
E uma face de leão me tendo posto não vagaria eu pela estepe? 225 Carneiro, veado, o rebanho e os animais do monte, 260
Sua carne comi, sua pele esfolei.
Ao amigo meu, mulo fugido, asno dos montes, pantera da estepe, 226
A Enkídu, amigo meu, mulo fugido, asno dos montes, pantera da estepe,
Que nos unimos e subimos o monte, 228 De lamentos fechem eles sua entrada, 262
O Touro pegamos e o Touro matam.os, Com betume e asfalto vedem sua entrada,
Por minha causa a dança não ---- 264
Tocamos Humbaba, que a Floresta de Cedros habitava, 230 Por minha causa a alegria ----
Na passagem dos montes matamos leões,
Ao amigo meu que - o amo muito! - comigo enfrentou todas as penas, 232 Os conselhos de Uta-napíshti
A Enkídu, amigo meu que - o amo muito! - comigo enfrentou todas as penas,
Atingiu-o o fado da humanidade! Uta-napíshti a ele disse, a Gilgámesh: 266
Por que, Gilgámesh, em lamentos te fixas tu
Por seis dias e sete noite sobre ele chorei, 235 Que da carne de deuses e homens foste criado, 268
Não o entreguei ao funeral E como a teu pai e tua mãe te fizeram?
Até que um verme lhe caiu do nariz. 237
Quando, Gilgámesh, a um parvo ---- ? 270
Tive medo ---- 238 Um trono na assembleia puseram: senta-te! - falaram-te.
A morte temi, vago pela estepe.
Dá-se ao parvo borra de cerveja como manteiga --r 272
Farelo e cascas c·omo ----
O caso do amigo meu pesa sobre mim, 240
Um longo caminho vago pela estepe,
O caso de Enkídu, amigo meu, pesa sobre mim, 242 Veste andrajos como ---- 274
Uma longa jornada vago pda estepe! Como cinto, uma corda ----
Porque não tem conselheiros --- 276
Como calar, como ficar eu em silêncio? 244 Conselhos em palavras não tem ----
O amigo meu, que amo, tornou-se barro,
Enkídu, o amigo meu, que amo, tornou-se barro! 246 Cuida dele, Gilgámesh ---- 278
E eu: como ele não deitarei ---- senhor deles, todos que ----
E não mais levantarei de era em era?
280
---- a Sin e os deuses da noite ----
Gilgámesh a ele disse, a Uta-napíshti: 249
Pensei eu: vou a Uta-napíshti, o distante de quem falam todos, vou vê-lo.
De noite a Sin vai ---- 282
Vago, vou por todas as terras: 251
Passei uma e outra vez por montes com dificuldade, E despertos os deuses ---
Acordado, não repousa --- 284
Atravessei uma e outra vez todos os mares, 253 Desde muito está posto ----
De doce sono não se saciou minha face,
Castiguei a mim mesmo ficando desperto, 255 Tu, considera --- 286
Os nervos de lamentos cheios: Companhia ----
O que lucrei em minha fadiga?
--.·;.
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:·,:..
......... .. ... ......... ··--·-··· ..... . ·-
Se, Gilgámesh, a casa dos deuses provês, 288 Da morte não delineiam a figura!
Casa das deusas ---- A um homem, um morto não o bendiz com bênçãos sobre a terra. 318
Eles ---- deuses ---- 290
Para ---- fez ---- Os Anunnákki, grandes deuses, reunidos, 319
---- ao dom ---- Mammítum, que cria os fados, com eles o fado fez:
Dispuseram morte e vida, 321
---- suas entranhas ---- 293 Da morte não revelaram o dia.
---- provê ----
---- a humanidade 295
---- alcança seu destino:
[1] Gilgámesh a ele disse, a Uta-napíshti, o distante
Tu, desperto o que alcanças? 297 [Colofão] Tabuinha 10, Ele que o abismo viu, série de Gilgámesh
Estando desperto esgotas a ti mesmo, Palácio de Assurbanípal, rei do mundo, rei da Assíria
Teus nervos, os lamentos os consomem, 299
Distante, abrevias teus dias.
f'f
O s deuses, os Anunnákki choravam. co1n ela 125 Tirei um corvo, soltei, 154
Os deuses, submersos em aflição, a chorar: Foi-se o corvo e a diminuição das águas ele viu,
Dissolvidos em lágrimas, chorava� com ela, 126' Come, salta, dá voltas e não volta. 156
Tremores nos lábios, tomados de febre.
Ao dono da falta imputa-lhe o erro, 185 Pela via que veio retorne a salvo,
�)
217
Ao dono da ofensa imputa-lhe a ofensa - Pelo portão que saiu retorne à terra sua!
Afrouxa, p:ua que não se rompa, iJuxa, para que não se afrouxe! 187
Uta-napíshti a ela falou, a sua esposa: 219
Em vez de impor o dilúvio, 188 Enganosa, a humanidade enganar-te-á.
Um leão surgisse e o povo reduzisse; Eia! faz-lhe a refeição diária, põe à sua cabeceira 221
Em vez de impor o dilúvio, 190 E os dias que ele dorme na parede anota.
Um lobo surgisse e o povo reduzisse;
,.
Ela fez-lhe a refeição diária, pôs à sua cabeceira 223
Em vez de impor o dilúvio, 192 E os dias que ele dormiu na parede debulhou:
Uma fome se erguesse e o povo matasse; \ A primeira ficou sec::i, a sua refeição, 225
Em vez de impor o dilúvio, 194 A segunda feito couro, a terceira umedecida,
Erra surgisse e o povo matasse!
A quart::i branqueou, o seu bolo, 227
Eu não revelei o segredo dos grandes deuses: 196 A quinta mofada ficou,
Ao Supersábio um sonho fiz ter e o segredo dos deuses ele ouviu. A sext::i estava fresca, 229
Agora o caso dele pondera. 198 A sétima nas brasas... tocou-o e acordou o homem.
Subiu Énlil ao coração do barco, 199 Gilgámesh a ele falou, a Uta-napíshti: 231
Pegou-me as mãos e levou para fora a mim, Nem bem o sono caiu sobre mim,
Fez sair e ajoelhar-se minha mulher a meu lado, 201 Logo roçaste-me e me acordaste tu! 233
Tocou-nos a fronte, posto entre os dois, para nos abençoar:
Uta-napíshti a ele falou, a Gilgámesh: 234
Antes Uta-napíshti era parte da humanidade, 203 Vai, Gilgámesh, conta tuas refeições
Agora Uta-napíshti e sua mulher se tornem como nós, os deuses! E os dias que dormiste saibas tu: 236
Resida Uta-napíshti ao longe, na boca dos rios! 205 A primeira ficou seca, a tua refeição,
Levara1n-nos para longe, na boca dos rios puseram-nos.
A segunda feito couro, a terceira umedecida, 238
A quarta branqueou, o seu bolo,
Aprova A quinta mofada ficou, a sexta estava fresca, 240
Agora, para ti, quem os deuses reunirá, 207 A sétima nas brasas e acordaste tu.
Para a vida que buscas poderes encontrar?
Eia! Não durmas seis dias e sete noites! Gilgámesh a ele falou, a Uta-napíshti, o distante: 242
Que devo fazer, Uta-napíshti, aonde devo ir?
Como se sentasse ele dobrado ao regaço, 210 Meu ---- pegou o ladrão, 244
O sono, como névoa, soprou-lhe sobre. Em meu quarto de dormir reside a morte,
Uta-napíshti a ela falou, a sua esposa: 212 E onde minha face se fixe está ela: a morte.
Vê o moço que pedia a vida,
O sono, como névoa, soprou-lhe sobre! O banho
Uta-napíshti a ele falou, a Ur-shánabi, o barqueiro: 247
Sua esposa a ele falou, a Uta-napíshti, o distante: 215 Ur-shánabi, o cais te repila, a embarcação te rejeite!
Toca-o e acorda o homem, Tu, que lado a outro percórrias, dum e doutro priva-te! 249
128 ,.(. COLEÇÃO CLÁSSICA HF. QUE O AUISMO VIU 1 129
O homem com que vieste, 250 Há uma planta, ela é como uma espinheira, 283
Está coberto de grenhas seu corpo, Seu espinho é como da rosa silvestre, picará tuas mãos.
Uma pele de leão destrói a beleza de sua carne: 252 Se na planta conseguires pôr a mão, 285
Pega-o, Ur-shánabi, ao lugar de banho leva-o:
Suas grenhas, na água, como as de um purificado ele lave, 254 Gilgámesh isso ao ouvir, 287
Tire ele a pele de leão, leve-a o mar, abriu um canal ---
Molhe bem seu belo corpo, 256 Amarrou pedras pesadas nos pés 289
Mude o pano que tem na cabeça, E elas o émpurraram para o Apsu ----.
Uma roupa ele vista, veste condigna.
Ele pegou a planta e a arrancou --- 291
Até que chegue a sua cidade, 259 Tirou as pedras pesadas dos pés,
Até que termine sua rota, O mar o lançou para a margem. 293
A roupa mancha não tenha, mantenha-se nova! 261
Gilgámesh a ele falou, a Ur-shánabi, o barqueiro: 294
Pegou-o, Ur-shánabi, ao lugar de banho levou-o: 262 Ur-shánabi, esta planta é a planta dos batimentos,
Suas grenhas na água como as de um purificado ele lavou, Com que o homem, em seu coração, conquista a vitalidade. 296
Tirou a pele de leão, levou-a o mar, 264
Molhou bem seu belo corpo, Levá-la-ei ao coração de Úruk, o redil, 297
Dá-la-eia um velho, a planta experimentarei.
Mudou o pano que tinha na cabeça, 266 Seu nome: já velho, remoça o homem. 299
Uma roupa ele vestiu, veste condigna: Eu também comê-la-ei e voltarei à minha juventude!
Até que chegue a sua cidade, 268
Até que termine sua rota,
A roupa mancha não tenha, mantenha-se nova!
A volta para casa
Às vinte léguas partiram o pão, 301
A planta da juventude Às trinta léguas estenderam a tend;:
271 Viu Gilgámesh uma cisterna cuja ág�a estava fria, 303
Gilgámesh e Ur-shánabi conduziram-se ao barco,
Entrou-lhe no coração e �a água banhou-se.
A embarcação lançaram e eles mesmos a conduziam.
Ele levantou sua estaca, Gilgámesh, 276 Neste momento, Gilgámesh sentou e chorou, 308
O barco aproximou da margem. Sobre as têmporas vinham-lhe as lágrimas.
Uta-napíshti a ele falou, a Gilgámesh: 278 ---- falou, a Ur-shánabi, o barquefro: 310
Gilgáinesh, vieste, labutaste, esforçaste-te, Por quem dos meus, Ur_:-shánabi, fatigaram-se meus braços,
O que te darei para voltares a tua terra? 280 Por quem meu, esgotou-se o sangue de meu coração? 312
Descobrir-te-ei, Gilgámesh, palavras secretas Não obtive nenhum bem para mÍm mesmo:
E um mistério dos deuses a ti falarei: Ao leão que rasteja um bem fiz.
..•-
lJU I COLEÇAO CLASSICA
'1(/
Agora a vinte léguas a maré vai subindo, 315 Tabuinha 12
O canal quando abri, larguei os instrumentos:
Que encontrarei que como marca· me sirva? 317
Tivesse eu dado a volta e o barco deixado na margem!
A que jaz, a que jaz, a mãe de Nínazu, que jaz, 28 Pai Énlil, hoje a bola na Érsetu caiu-me, 57
Seu ombro roupa limpa não vela, O taco na Érsetu caiu-me,
Seu seio, como um jarro de pedra, fica descoberto. 30
Enkídu, que para pegá-los desceu, Érsetu pegou-o! 59
A descida à Érsetu Namtar não o pegou, Asákku não o pegou, Érsetu pegou-o!
O comissário de Nérgal sem perdão não o pegou, Érsetu pegou-o! 61
Enkídu à Érsetu desceu, 31 No lugar de combate dos varões não caiu, Érsetu pegou-o!
Os conselhos de Gilgámesh não considerou: O pai Énlil palavra não lhe respondeu .
..,
..
Roupa limpa vestiu, 33 A Ur, casa de Sin, sozinho ele foi: 64
Como forasteiro o reconheceram; Pai Sin, hoje a bola na Érsetu caiu-me,
Óleo perfumado do frasco passou, 35 O taco na Érsetu caiu-me, 66
À sua fragrância eles o cercaram; Enkídu, que para pegá-los desceu, Érsetu pegou-o!
Sua arma à Érsetu arremessou, 37 Namtar não o pegou, Asákku não o pegou, Érsetu pegou-o! 68
Os espectros tremer o fizeram, 38 O comissário de Nérgal sem perdão não o pegou, Érsetu pegou-o!
Os pela arma atingidos o rodearam; 38a No lugar de combate dos varões não caiu, Érsetu pegou-o! 70
Cetro em sua mão levou, 39 t O pai Sin palavra não lhe respondeu:
Os espectros tremer o fizeram;
A Éridu, casa de Ea, sozinho ele foi: 72
Calçados nos pés calçou, 41 Pai Ea, hoje a bola na Érsetu caiu-me,
Ruídos à Érsetu impôs; O taco na Érsetu c�iu-me, 74
A esposa que ama beijou, 43 Enkídu, que para pegá-los desceu, Érsetu pegou-o!
Na esposa que detesta bateu,
Namtar não o pegou, Asákku não o pegou, Érsetu pegou-o! 76
O filho que ama beijou, 45 O comissário de Nérgal sem perd�o não o pegou, Érsetu pegou-o!
No filho que detesta bateu: No lugar de combate dos varões não caiu, Érsetu pegou-o! 78
O clamor da Érsetu o arrebatou! 47
:-
·' O auxílio de Ea
A que jaz, a que jaz, a mãe de Nínazu, que jaz, 48
Seu ombro roupa limpa não vela, O pai Ea, para ---- 79
Seu seio, como um vaso de pedra, fica descoberto. 50 Ao moço guerreiro, a Shámash, falou:
Moço guerreiro, Shámash, filho de Níngal ----, 81
Se acaso uma fresta na Érsetu abres,
A terra sem retorno
O espectro de Enkídu, como uma brisa, da Érsetu subir farás.
Então Enkídu, da Érsetu para o alto, subir não pôde: 51 .,
Namtar não o pegou, Asákku não o pegou, Érsetu pegÓu-o! "'
À palavra de Ea ----, 84
. '·
O comissário de Nérgal sem perdão não o pegou, Érsetu pegou-o! 53 �- O moço guerreiro, Shámash, filho de Níngal,
No lugar de combate dos varões não caiu, Érsetu pegou-o! Uma fresta na Érsetu abriu 86
E o espectro de Enkídu, como uma brisa, da Érsetu subir fez.
Então o rei, filho de Nínsun, por seu servo Enkídu chorava, 55
Ao Ékur, casa de Énlil, sozinho ele foi:
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..
Quem sete filhos tem viste? Vi, 1'T�
A visão da Érsetu
Como irmão mais novo de deuses em trono se assenta e ---- ouve!
Abraçaram-se e beijaram-se, 88
Conversando e interrogando-se: ---- viste? Vi, 117
Como um bom estandarte está escorado no canto!
Dize, amigo meu, dize, amigo meu, 90 ��
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As regras da Érsetu que viste, dize!
Quem ---- viste? Vi, 132
Não te direi, amigo meu, não te direi: 92
Se· as regras da Érsetu que vi te digo,
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Tu mesmo sentarás a chorar! 94 Quem ---- viste? Vi, 134
Amigo meu, o pênis que acariciavas e teu coração alegravas, 96 Quem uma viga golpeou viste? Vi, 144
---- como vestimenta velha vermes o devoram! Ai de seu pai e sua mãe! quando arrancam estacas vai de um lado a outro!
Amigo meu, a vulva que acariciavas e teu coração alegravas, 98
Como uma fenda da Érsetu de terra está cheia! Quem a morte de seu deus morreu viste? Vi, 146
No leito do deus deita e água limpa bebe!
O senhor disse ai! e à terra jogou-se, 100
Gilgámesh disse ai! e à terra jogou-se: Quem no combate faleceu viste? Vi, 148
O pai e a mãe a cabeça sustentam-lhe e a esposa à sua face chora!
Quem um filho tem viste? Vi, 102
Uma estaca na sua parede está fixada e, amargo sobre ela, ele chora! Quem tem seu cadáver na estepe jazendo viste? Vi, 150
Seu espectro na Érsetu não descansa!
Quem dois filhos tem viste? Vi, 104
Em dois tijolos senta-se e sua comida come! Quem de seu espectro não tem quem cuide viste? Vi, 152
Restos da panela, migalhas de pão que na rua jogam come!
Quem três filhos tem viste? Vi, 106
Num odre suspenso água bebe!
Co1nentários do tradutor mais como 'editor ' que como 'au tor'". Por seu lado, Maier (Gílgamesh:
tr adition and value, p. 87-88) é enfático: "Nessa longa, em sua maior pa rte
anônima tr adição (sobre Gi lgámesh], faz sent ido di zer que encontramos um
autor? Minha resposta é sim".