fazem fronteira com o Brasil, de outro,
BEDATI A. FINOKIET
visando à educação integral, organizado
por meio de um currículo intercultural
que busca integrar as áreas do conheci-
mento com os componentes curriculares,
garantindo dessa forma o aprendizado e
desenvolvimento dos educandos, por
meio da perspectiva de ampliação da
jornada diária para sete horas, sendo,
portanto, necessário articular-se com as
outras ações, como o Programa Mais
Educação (BRASIL, 2013).
A metodologia utilizada pauta-se
em projetos de aprendizagem como um
possível caminho para as escolas intercul-
turais multilíngues. A importante contri-
buição dessa forma de organização
metodológica é possibilitar que se
escolham os projetos a serem desenvolvi-
dos localmente, por grupo ou por escola,
de acordo com o que se considere mais
oportuno e de acordo com as diferentes
realidades dos locais em questão. Isso
implica em que as escolas ou os grupos
diferentes possam realizar projetos
distintos entre si sem perder de vista os
objetivos relacionados tanto com a
aprendizagem de conhecimentos escola-
res associados ao avanço da alfabetização
plena na perspectiva do letramento,
quanto a dos conhecimentos atitudinais
associados à interculturalidade e ao
manejo das demais línguas (BRASIL,
[2018]) .
Esta é uma obra gestada a várias mãos, em um processo de O Programa Escolas Interculturais de
BEDATI A. FINOKIET
mutirão pelo conhecimento. Pesquisadores(as) de temas tão caros ao Fronte i r a ( P E I F ) foi c r i a d o p el o
enfoque da presente publicação apresentam diferentes perspectivas Ministério da Educação no ano de 2005,
Organizadora com o intuito de estreitar laços de inter-
que vêm contribuir, sobremaneira, para com os objetivos do
culturalidade entre as cidades vizinhas
Organizadora
Programa Escolas
que fazem fronteira com o Brasil. O PEIF
Interculturais de Fronteira (PEIF/MEC), coordenado pela
vem sendo desenvolvido nas escolas
Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) – Campus de Cerro
Largo/RS e desenvolvido em escolas estaduais do município de Porto
Xavier e a Escuela 109 – Juan Tironi, de San Javier, em FRONTEIRAS E estaduais (E.E.E.M. Carlos Bratz,
E.E.E.M. Cel. Antônio Fioravante, I.E.E.
São Francisco Xavier e E.E.E.F. João
INTERCULTURALIDADE
Misiones/Argentina.
Manoel Correa) do município de Porto
Seguindo a linha da primeira publicação do PEIF “Linguagens e
Xavier/RS/Brasil e na Escuela 109 “Juan
Interculturalidade”, realizada em 2015, este livro tem o intuito de
Ti ron i”, d e S a n Jav i e r / M i s i on e s /
trazer a público e socializar pautas tão caras ao projeto, que foram
Argentina, por intermédio da Universi-
objeto de estudos, debates e re exões por parte de tod@s @s
dade Federal da Fronteira Sul – Campus
envolvid@s, professor@s, estudantes e comunidade, durante o
Cerro Largo/RS/Brasil.
desenvolvimento dessa experiência sui generis. Experiência que
O projeto “DIÁLOGOS INTER-
desa a as possíveis barreiras interpostas pelas fronteiras criadas por
um rio, como é o caso do rio Uruguai, ou as barreiras culturais. CULTURAIS EM ESPAÇOS-TEMPOS
DE FRONTEIRA – SAN JAVIER/
Nesse sentido, a obra que ora chega as suas mãos, evidencia o
M I SION E S/A RG E N T I NA-P ORTO
FRONTEIRAS E INTERCULTURALIDADE
esforço de pessoas e instituições, brasileiras e argentinas, em prol da
XAVIER/RS/BRASIL” visa desenvolver
integração no âmbito da interculturalidade, respeito e diversidade,
ações de formação continuada para
professores, coordenadores e diretores de
escolas da rede pública, capacitando-os
para atuar no PEIF.
Concebido por causa da necessidade
de ocorrer um estreitamento dos laços de
interculturalidade entre as cidades
vizinhas que fazem fronteira com o Brasil,
o PEIF tem como principal objetivo
promover a integração regional por meio
da educação intercultural que garanta
formação integral às crianças e aos jovens
nas regiões de fronteira do Brasil com
outros países (BRASIL, 2013). É realizado
no âmbito do Mercado Comum do Sul
(MERCOSUL), em cidades brasileiras da
faixa de fronteira, de um lado, e em suas
respectivas cidades gêmeas de países que