Se pudéssemos resumir a missão de Deus em poucas palavras
seriam: a criação e a redenção de sua criação para sua glória. Quem se
propõe a proclamar o evangelho, deve configurar sua ação dentro desta realidade. Abaixo apresento três condições bíblicas necessárias para uma ação missional da Igreja.
I. Ser fiel ao conteúdo do evangelho
A proposição acima revela o calcanhar de Aquiles de muitos que tentam empreender ações missionários-evangelísticas no mundo contemporâneo. Muitos a título de uma suposta “contextualização”, estão adulterando e até mesmo falsificando o real conteúdo do evangelho, ocasionando um tipo de esquizofrenia evangélica. De outra parte, outros à guisa de um suposto “conservadorismo-bíblico”, dão o evangelho a conta-gotas gerando uma igreja de gueto. Ao cristão coerente cabe sempre fugir de tais extremos e, seguir a orientação bíblica: “anunciar o evangelho das insondáveis riquezas de Cristo” (Ef 3.8). II. Entender seu papel de coadjuvante A todos aqueles que foram salvos em Cristo é facultado o Dever- direito de compartilhar o evangelho da salvação (Mt 28. 18-20; At 1.8), porém, a missão da igreja (missio eclesiae) deve ter carácter coadjuvante; tendo como protagonista o Deus-Trindade (missio Dei). A ação missional da Igreja é a configuração do testemunho da autorrevelação de Deus em Cristo (Fp 2.6-11), em obediência à convocação de Jesus Cristo (Jo 20. 21). III. A missão visa a glória de Deus Toda obra realizada pela igreja deve ter como finalidade à glorificação do Deus-Triúno. Sobre isso o catecismo de Westminster em sua primeira pergunta traz grande contribuição: Qual é o fim supremo e principal do homem? O fim supremo e principal do homem é glorificar a Deus e gozá-lo para sempre. Ao contrário do que muitos afirmam, o papel primeiro e principal da Igreja é adorar à Deus; enquanto comunidade de adoradores ela também exerce seu papel missional. Em resumo, não basta apenas ter o desejo de agir em prol da obra de Deus, existem requisitos a serem cumpridos como expostos acima.