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GUIA PARA A

FELICIDADE
FINANCEIRA
DO CASAL
IVAN MESQUITA E HEBRAIC BARBOZA
Ebook - Preservar e Prosperar


Ivan Mesquita
Sócio Fundador
Formado em Gestão Financeira pelo Centro
Universitário Senac, possuo experiência de mais de
7 anos em finanças pessoais e investimentos.

Sou investidor de renda variável desde 2012.


Assessor de Investimentos certificado pela Ancord
com experiência prática de 7 anos no mercado de
capitais e Real State.

Trabalhei na formação de mais de 300 consultores


financeiros e sou cocriador do método Ecta de
transformação financeira.

A minha missão é ajudar pessoas, famílias e


empresas a preservar e prosperar financeiramente.


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Ebook - Preservar e Prosperar


Hebraic Barboza
Sócio Fundador
Assessor de investimentos certificado pela Ancord,
com experiência em consultorias financeiras
independentes, tendo ajudado mais de 1000
famílias.

Com de mais de 7 anos de experiência em educação


financeira, treinamentos para educadores e
consultorias financeiras. Sou criador de método
exclusivo de educação financeira onde trabalhei
na formação de mais de 500 profissionais da
área comercial e de consultoria financeira, como
professor em áreas como desenvolvimento pessoal,
empreendedorismo, educação financeira, seguros,
investimentos, liderança e coaching.

Meu foco atual é em pesquisas na área de


psicologia econômica e educação comportamental
e financeira, além de palestras com foco em trazer
educação financeira de resultado.

Sou sócio fundador na Conecta Educação


financeira e investimentos e Cocriador do método
Ecta de Transformação financeira.


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Ebook - Preservar e Prosperar


Introdução
Preservar e Prosperar

A felicidade financeira de um casal e a realização dos sonhos são dois temas que caminham de mãos
dadas. Ambas estão diretamente condicionadas ao equilíbrio do relacionamento conjugal e a consciência
em lidar com a saúde das finanças rumo à prosperidade.

Saber diagnosticar o comportamento e os padrões de consumo é uma tarefa essencial para que o
casamento prospere, no entanto, esta abordagem exige mudanças de hábitos e de crenças. Sim, é
necessário coragem para mexer com costumes comportamentais, principalmente os individualistas,
típicos da vida de solteiro. Tudo a ver com maturidade.

Pesquisas ligadas ao Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) associam brigas conjugais à forma como
os casais gerenciam as finanças, sendo agravadas quando existe a tão temível inadimplência, ou seja as
dívidas.

Compreender os fundamentos essenciais da economia doméstica e desenvolver estratégias são duas


lições de casa para lidar com o tema, tanto para preservar o patrimônio, quanto para conquistar novos
sonhos, envolvendo os filhos no aprendizado constante, com exemplos práticos que possam ser
transmitidos de forma tranquila e constante, fixando os conceitos fundamentais para estruturar uma
vida equilibrada e próspera.

A primeira lição é que a visão a longo prazo deve pautar decisões corriqueiras, principalmente àquelas
que impactam na estrutura da vida do dia a dia. Esta visão alongada enxerga investimentos estruturantes,
a exemplo da compra ou não de um imóvel.

E assim os temas da felicidade financeira passam a conectar o casal com assuntos cotidianos, a exemplo,
se é possível usar cartão de crédito com sabedoria.

Tudo tem uma lógica, cada coisa no seu lugar. O entendimento da lógica das finanças dá o tom à arte do
bem viver. Principalmente para os casais que precisam livrarem-se de dívidas, é necessário traçar metas
e selar um pacto para cultivar hábitos que tenham a ver com disciplinas que envolvem investimentos no
relacionamento de forma colaborativa com muito diálogo e compreensão.

Vale destacar que o Guia da Felicidade Financeira para o Casal deve responder dúvidas básicas. Passeamos
também dos temas simples aos complexos, envolvendo inclusive, as vantagens e desvantagens de se
ter uma conta conjunta.

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Ebook -Preservar e Prosperar



A primeira lição é que a visão a longo prazo deve pautar decisões corriqueiras, principalmente àquelas
que impactam na estrutura da vida do dia a dia. Esta visão alongada enxerga investimentos estruturantes,
a exemplo da compra ou não de um imóvel.

E assim os temas da felicidade financeira passam a conectar o casal com assuntos cotidianos, a exemplo,
se é possível usar cartão de crédito com sabedoria.

Tudo tem uma lógica, cada coisa no seu lugar. O entendimento da lógica das finanças dá o tom à arte do
bem viver. Principalmente para os casais que precisam livrarem-se de dívidas, é necessário traçar metas
e selar um pacto para cultivar hábitos que tenham a ver com disciplinas que envolvem investimentos no
relacionamento de forma colaborativa com muito diálogo e compreensão.

Vale destacar que o Guia da Felicidade Financeira para o Casal deve responder dúvidas básicas. Passeamos
também dos temas simples aos complexos, envolvendo inclusive, as vantagens e desvantagens de se
ter uma conta conjunta.

A proposta deste ebook é justamente iniciar um diálogo profícuo com você que está interessado nesse
assunto, que por sinal, demonstra inteligência pelo simples fato de buscar auxílio e novas referências,
independente da fase de vida que esteja.

Vamos abordar casos extremos. Sim, para quem está com sérios problemas financeiros, com dívidas,
teremos uma atenção especial com orientações preciosas. E para quem não vive a experiência de dias
nublados, em nível financeiro, fica a dica de tomar os cuidados necessários para blindar e valorizar o
dinheiro e as conquistas, fazendo-os trabalhar a seu favor, com zelo e cuidado.

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Ebook - Preservar e Prosperar


O diagnóstico da saúde financeira do casal é o primeiro passo para a prosperidade. Esse passo exige
coragem, considerando que mexe com padrões de comportamento de ambos os cônjuges. É necessário
estabelecer acordos para construir novos hábitos, mas tudo dentro de um equilíbrio.

Não é salutar abandonar os projetos pessoais. O que deve ser avaliado é o momento de cada coisa. Muita
calma nessa hora. A experiência mostra que o assunto financeiro é motivo de separações. A melhor
forma é dialogar sempre, entender os limites dos objetivos individuais de cada um.

O comedimento é possível. Realizar objetivos individuais, mesmo após o casamento, é possível sim, e
necessário, no entanto, de maneira ajustada com o parceiro. Com toda certeza isso traz mais felicidade
ao casal.

Pessoas que literalmente abandonam objetivos pessoais, quase sempre terão problemas emocionais no
futuro, por isso é necessário o equilíbrio. É fundamental que ambos exponham os seus sonhos pessoais.

Mas é natural que a análise da saúde financeira do casal mexe com vários temas ao mesmo tempo:
controles, despesas, objetivos, investimentos, sonhos e dívidas.

Os controles têm ligação direta com os ganhos e gastos, que devem ser avaliados em separado e também
de forma unificada para que o casal encontre o consenso e comece a estabelecer uma negociação,
sempre com uma visão do todo, pensando também na família.

Despesas
Dentro do diagnóstico, com relação às despesas, é bom ressaltar que este assunto tem que ser avaliado
em cada momento da vida financeira do casal.

Vamos imaginar que o acordo seja que todos os gastos particulares devam ser compartilhados. Essa
condição elimina o individualismo. Esse acordo é bem vindo quando o orçamento anda apertado ou
existe uma meta para ser alcançada com maior disciplina.

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Ebook -Preservar e Prosperar



Dependendo da fase que o casal esteja vivendo, essa não é a melhor solução, considerando que é possível
que um dos dois ganhe o suficiente para realizar um sonho que não faça sentido para a companheira ou
companheiro. Mas cada caso é um caso. Basta observar e analisar a vida de alguns casais que lidam com
esse tema de forma diferente e conseguem conviver com harmonia.

Sonhos Individuais e do casal


Mas os sonhos individuais, que também são legítimos, podem representar um grande risco, considerando
que os objetivos do casal, em tese, devam ser construídos a dois e ambos têm a oportunidade de
construir juntos algo em parceria.

O risco do desgaste depende da forma como o casal administra diferenças. Na realidade, os sonhos
individuais são legítimos. O melhor dos mundos é que um dê força para o outro no sentido de realizar
os seus sonhos, perfeito. O importante é ter em mente a ordem das prioridades. Investir em metas
conjugais é muito salutar.

Investimentos
Um assunto está atrelado a outro: investimentos, metas, controles, dentre outros. Mesmo porque,
quando o tema é investimento, quando o volume financeiro é maior, melhores são as oportunidades de
diversificação, com opções em mais produtos financeiros.

Com a estratégia de diversificação, a rentabilidade é mais interessante, minimizando riscos, além de


antecipar os objetivos futuros de forma mais intensa.

Dívidas
Evitar as dívidas deve ser uma das missões mais relevantes de um casal. Mas se for necessário, é bom
lembrar que terão que quitar juntos também. Mas esse assunto é delicado justamente por envolver
o consumismo e padrões mentais enraizados. Nesses casos é importante ter um educador financeiro
ou um psicólogo. Não exite em tratar esses assuntos como algo para ser resolvido. Evitar as dívidas é o
melhor conselho, mas se elas surgirem, lidar com elas é questão de sobrevivência.

Estratégias e técnicas para analisar a saúde


financeira do casal


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Ebook - Preservar e Prosperar



A primeira estratégia é conversar abertamente, dialogar sem medos de expor o que realmente pensa.
Essa iniciativa tem um aspecto importante, escutar e refletir o que o outro pensa é necessário. Não é o
momento de ter razão. Escutar é muito importante mesmo para poder compreender.

Entender os padrões e comportamentos de cada um é uma das tarefas mais importantes, considerando
que o planejamento financeiro do casal é um dos pilares da vida a dois. A proposta é conquistar a
segurança financeira das finanças da família. Existe algo maior nesse propósito.

Abandonar o individualismo em prol de algo maior exige algumas renúncias de comportamentos, mas
vale a pena investir nisso. Estamos falando de um grande desafio. A perspectiva do dinheiro conjunto
exige o controle de gastos diários.

Dica para controlar gastos diários para sair das


dívidas
Uma das estratégias é criar um grupo no WhatsApp para lançar todas as compras, desde um simples
cafezinho. Mês a mês esses gastos devem ser lançados e até mesmo um novo grupo ser criado a cada
período de 30 dias.

1. Conversem sobre ganhos e gastos


Para ser mais específico com relação ao diálogo, é importante saber os ganhos de cada um. Tudo com
muita transparência. As análises dos ganhos e dos gastos individuais exige um nível de desapego,
considerando que a opinião do outro passa a valer.

Esse exercício tem um propósito maior: traçar a estimativa dos gastos da casa visando economia e
otimizações para gerenciar as finanças.

Que tal responder a perguntinhas tão simples e ao mesmo tempo tão importantes e profundas:

Quem será responsável em gerenciar as finanças do casal?

O casal terá uma conta corrente conjunta?

As contas serão divididas?

Quais as ferramentas de gerenciamento compartilhado?

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Ebook - Preservar e Prosperar


2. Defina os gastos domésticos


Essas perguntas precisam ser respondidas. Uma estratégia interessante é definir quem fica responsável
por cada compromisso.

Neste momento é necessário ter maturidade para definir as prioridades. É um momento que pode
comprometer desejos pessoais. O individual deve ficar no segundo plano.

Esse assunto pode protelar algumas vontades que há tempos está sendo acalentada, como por exemplo,
a decoração ou reforma da casa. O diálogo é o melhor caminho.

Dividir as responsabilidades das despesas conforme a renda de cada um é bem vinda. As despesas
principais podem ficar a cargo de quem está ganhando mais.

Para ilustrar, imaginemos que a renda dos dois seja R$ 7 mil, dos quais, um ganha R$ 2 mil e o outro R$
5 mil. Então a divisão de 30% para um e 70% para outro é a mais justa.

Mas esse assunto exige negociações e compreensão. Lembrem que a situação pode inverter, ou seja, o
cônjuge que ganha menos pode começar a ganhar mais. A proposta é prosperar e com união e amizade
fica mais fácil.

3. Propósito maior: a união do casal


Toda estratégia deve ser pautada por valores maiores. Principalmente relacionado a um tema tão
delicado. Vale sempre lembrar que a vida a dois tem a ver com a realização de sonhos, mas é natural que
ocorram contratempos e imprevistos.

Existem algumas coisas muito maiores que unem os casais: o amor, o carinho e a amizade. Os aspectos
financeiros não devem ser maiores do que os princípios que motivaram o casamento.

Isso significa que os desejos individuais devem ser superados. Evitar discussões a respeito de dinheiro é
o primeiro pacto, algo que tem que ser combinado direitinho. O espírito colaborativo deve prevalecer.


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4. Registrar tudo de forma organizada


Já falamos que os registros devem ocorrer de forma transparente. Inclusive, já demos uma dica de uso
de WhatsApp bem interessante. Mas esse assunto necessita de um reforço para os casais endividados ou
que tenham uma meta bem clara para alcançar, onde a economia é de guerra.

O hábito do registro, nesses casos, é para tudo mesmo. Comprou um bolinho para a festa da escola do
filho, registre. A lâmpada que queimou, lance o gasto.

Mas cada registro deve ser agrupado em despesas especificadas em categorias: limpeza, manutenção,
transporte, enfim, tudo deve ser categorizado.

Somente assim será possível enxergar onde é possível economizar. E as análises podem ser feitas
semanalmente. Mas é ao longo dos meses que o casal vai adquirindo uma visão integrada do todo, mas
a base é registrar tudo mesmo.

5. Planos
Essa é a parte boa da história. Ter planos e sonhar são coisas que arejam o relacionamento e dão sentido
aos eventuais “sacrifícios”. Eis aí a estratégia que oxigena a vida a dois.

O controle dos gastos deve ser recompensado com algo prazeroso. Sempre é bom ter um prêmio para
pequenas conquistas.

Mas para que essa prática seja colocada em dia é necessário planejar as finanças com objetivos de curto,
médio e longo prazos. Eis aí onde as estratégias são desenhadas, inclusive, envolvendo negociação entre
o casal, com alinhamentos para que as coisas sejam realizadas, a exemplo de uma viagem dos sonhos,
mesmo que demore alguns anos. O importante é planejar e sonhar juntos.

6. Visão Geral das Finanças

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Ebook - Preservar e Prosperar



A visão geral das finanças tem um princípio básico, simples e direto: não gastar mais do que se ganha. O
óbvio deve ser dito. Esse assunto mexe com padrão de vida. Muitas vezes um dos dois tem um padrão
de vida maior e deve abrir mão de algumas coisas em detrimento dos novos sonhos. Essa situação pode
se inverter ao longo da caminhada, ninguém sabe o dia de amanhã.

A visão geral é importante para que o planejamento financeiro aconteça sempre tendo as receitas e
despesas como os dois parâmetros de limite.

7. Lista de objetivos financeiros


A lista de objetivos financeiros é algo muito importante e tem a ver com prazos e o tempo de cada coisa.
Tem a ver com metas e poupança. Os objetivos financeiros devem ser os balizadores das estratégias.

8. Táticas de economia
Com a lista de objetivos e a planilha de receitas e gastos é possível criar táticas de economia. O melhor
dos mundos é economizar sem prejudicar a qualidade de vida, mas isso nem sempre é possível.

Nesse momento de criar as táticas lance mão da criatividade. O chopinho com os amigos pode ser
substituído por um programa gratuíto, num parque ou em uma visita no museu.

Pequenas economias são fundamentais. Que tal cultivar os piqueniques ao invés do almoço no
restaurante? Pense nas pequenas economias: gastar menos energia elétrica é uma das estratégia.

9. Fundo de Emergência
A lógica do fundo de emergência é simples e importantíssima. Essa reserva pode representar o anteparo
de empréstimos e dívidas, simples assim.

A perda do emprego, a quebra do carro e doenças são situações que precisam de dinheiro vivo, ou seja,
liquidez. A qualquer momento o saque pode acontecer.


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Obviamente o fundo de reserva é algo que é possível de ser criado ao longo do tempo e com muita
disciplina.

Cada uma dessas estratégias e itens também exigem táticas específicas para serem efetivadas.

2. Como Fazer
Economia Doméstica
Preservar e Prosperar
A organização dos gastos é a lição de casa número um. Mas é preciso ir além e criar pactos e estratégias,
tendo o controle exato dos gastos. Conhecer ferramentas de controle financeiro auxilia, e muito. O casal
deve estruturar o orçamento valendo-se de técnicas, a exemplo da regra 50/30/20.

Essa é uma regra muito simples e eficiente. Serve para colocar as contas em ordem para começar a
guardar dinheiro.

Tudo começa com um conceito óbvio: contabilizar as receitas e despesas. O segundo passo é determinar
quanto poupar cada mês. Preste atenção para a palavra determinar.

Desistir da empreitada é algo recorrente. Mas não entre para essa estatística, eis aí o desafio.

A regra 50-30-20 estabelece limites de gastos mensais em três áreas. 50% da renda é utilizada para
bancar as contas básicas, ou seja, essenciais. Já as despesas variáveis tem a ver com “estilo de vida”, que
devem representar 30% do rendimento. E por fim, os 20% da renda são destinadas para prioridades
financeiras.

Com essa regra é possível desenhar a economia doméstica. Então é importante saber quais são as contas
básicas e indispensáveis. São aquelas necessárias para manter a rotina funcionando. Entre elas estão as
despesas com moradia, contas de consumo (luz, água, internet), alimentação, transporte e saúde.

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A organização dos gastos é a lição de casa número um. Mas é preciso ir além e criar pactos e estratégias,
tendo o controle exato dos gastos. Conhecer ferramentas de controle financeiro auxilia, e muito. O casal
deve estruturar o orçamento valendo-se de técnicas, a exemplo da regra 50/30/20.

Essa é uma regra muito simples e eficiente. Serve para colocar as contas em ordem para começar a
guardar dinheiro.

Tudo começa com um conceito óbvio: contabilizar as receitas e despesas. O segundo passo é determinar
quanto poupar cada mês. Preste atenção para a palavra determinar.

Desistir da empreitada é algo recorrente. Mas não entre para essa estatística, eis aí o desafio.

A regra 50-30-20 estabelece limites de gastos mensais em três áreas. 50% da renda é utilizada para
bancar as contas básicas, ou seja, essenciais. Já as despesas variáveis tem a ver com “estilo de vida”, que
devem representar 30% do rendimento. E por fim, os 20% da renda são destinadas para prioridades
financeiras.

Com essa regra é possível desenhar a economia doméstica. Então é importante saber quais são as contas
básicas e indispensáveis. São aquelas necessárias para manter a rotina funcionando. Entre elas estão as
despesas com moradia, contas de consumo (luz, água, internet), alimentação, transporte e saúde.

Para definir o que é essencial, reflita sobre sua rotina, hábitos e costumes. Alguns gastos são essenciais
para certas pessoas e não para outras.

Vamos dar um exemplo simples: a academia e manicure. Pode ser essencial para um dos dois. Mas
dependendo do momento, é sujeito que essa despesa tenha que ser sacrificada. Claro que nem pense
na manicure. O bom humor é importante, apesar desse assunto ser muito sério e não é bom mexer na
manicure mesmo.

Já os 30% dos gastos variáveis estão relacionados ao estilo de vida. Neste percentual está a viagem e um
plano de TV a cabo mais sofisticado. Restaurante e cinema também entram nessa conta.

E os 20% são as prioridades financeiras. Aí estão os valores que as pessoas devem investir periodicamente
para assegurar um bom padrão de vida no futuro. São os recursos que você precisa poupar para colocar
projetos em pé e realizar seus sonhos.

Dentro dos 20% é importante definir as prioridades financeiras com uma visão temporal: curto, médio e
longo prazos. E também não esqueça da reserva de emergência.

Ou seja, os 20% envolvem objetivos diferentes ou diversificados. Nesse assunto um dos objetivos
prioritários, pode ser juntar dinheiro para a aposentadoria. O casal deve considerar os riscos, prazos e
níveis de liquidez. Esses parâmetros tornam a carteira de aplicações mais variadas e menos sujeita às
volatilidades excessivas.


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Mas lembre-se de uma coisa: as dívidas também são prioridades financeiras.

Vantagens da regra 50-30-20


A principal vantagem da regra 50-30-20 é o fato de ela poder ser rapidamente implementada. É um
parâmetro que impõem limites e estabelece acordos. Essa regra não exige tanto sacrifício e sofisticações
para coletar dados.

O conselho é começar rápido. Claro que não é uma regra que leva em consideração as especificidades
de cada casal com o rigor para definir quais são as prioridades de cada um.

Existem dezenas de outras regras de bolso que procuram facilitar a vida de quem está tentando poupar
e organizar a vida financeira e a economia doméstica.

Todas elas, no entanto, devem servir apenas como uma referência. Cada pessoa está inserida em uma
realidade específica – seguir uma regra ao pé da letra pode não fazer sentido para algumas.

É bom lembrar que vivemos no Brasil. A condição financeira de muitos brasileiros os impede de poupar
20% da renda por mês. Mas o fundamento dessa regra é criar o hábito do investimento, mesmo que for
pequenas quantias. O importante é ajustar a rota e aos poucos elevar o volume das aplicações.

Quando transformamos a poupança em uma atividade corriqueira, bingo, o objetivo da regra foi
estabelecido.

Dica de ouro: automatize


Existe um cuidado muito importante para ser tomado na hora de utilizar apps que fazem o serviço de
forma automática. Acompanhe os resultados como informações úteis. Saber usá-las para tomadas de
decisões é o segredo. Os dados simplesmente não tem efeito algum, se você não transformá-los em
informações, em conhecimento, em atitudes. Aí está a inteligência, no seu direcionamento.

• Automatize o controle: para saber se você está conseguindo manter as despesas dentro dos limites
de cada grupo de gastos, será necessário acompanhar as suas compras e os pagamentos com muito
rigor. Uma opção é instalar no seu celular um aplicativo que faça isso automaticamente, a partir da
movimentação da conta corrente.

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• Automatize as prioridades financeiras: Uma das coisas muito comuns de acontecer é perder o controle
antes do fim do mês. Justamente a conta das prioridades financeiras é a vítima.

O que mais acontece é que os 20% que foram reservados para investimentos são usados para cobrir o
rombo dos outros grupos. Uma alternativa é programar aplicações automáticas para o primeiro dia após
o recebimento do salário ou de outras rendas. Bancos e corretoras oferecem essa opção para aplicações
na poupança, em fundos, no Tesouro Direto e até em ações.

3. Como se livrar das


dívidas
Preservar e Prosperar
É necessário abraçar as dívidas para que seja possível encará-las bem de perto para conseguir libertar-
se deste mal. Estamos falando das dívidas que são resultados do descontrole. Essas dívidas exigem
estratégias bem planejadas para virar a página. São tropeços e momentos de desespero que podem
ocasionar as tão indesejáveis dívidas. Mas é possível superá-las e entrar em um novo ciclo de prosperidade.
Existe um passo a passo para isso.


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O primeiro ponto que é óbvio mas precisa ser dito: dívidas são como um redemoinho, um ciclo vicioso
que as pessoas entram por descuidos ou vicissitudes.

Normalmente a dívida começa com uma tentativa de diluir o que você não pode pagar no momento a
vista. E quando falamos no contexto da vida a dois, as dívidas são compartilhadas e afetam a estrutura
familiar, independente da fase que o casal esteja vivenciando, no início ou não da experiência conjugal.

Outra coisa óbvia são os juros. Esse monstrengo é responsável em potencializar o valor da dívida. Pronto,
quando a dívida aparece, o sinal vermelho para as finanças é aceso.

Se cartão de crédito também for um personagem do drama, com a ideia de parcelar as compras no
cartão, a coisa ganha uma dimensão mais cruel. Se o carro estiver parcelado, o aluguel atrasado e a
fatura do cartão comprometida, a situação exige cortes drásticos e estratégias urgentes para contornar
o problema o mais rápido possível para não deixar a bola de neve aumentar.

O maior fantasma é sem sombra de dúvidas os juros das linhas de crédito – sobretudo do cartão de
crédito e cheque especial. Esses recursos, por estarem tão acessíveis, são os mais perigosos para que a
crise econômica se instaure. Agora imagine se tudo isso acontecer com o cenário de desemprego.

Bem, para quem vive esse drama, o jeito é parar e colocar a casa em ordem com o que se tem em
mãos. Não adianta fugir. O importante é saber sair do vermelho com pouco. Essa é uma questão de
sobrevivência.

Saber o tamanho das dívidas é o primeiro passo. Ter real consciência dos produtos de crédito que foram
contratados. Encarar a dívida é uma tarefa penosa mas necessária. É preciso conhecer todos os detalhes
e traçar um plano para quitá-las, principalmente as de maior impacto para não piorar a situação.

A estratégia também envolve acordos com os credores. É bom ter consciência que tanto o devedor
quanto o credor querem resolver as pendências. Este é um bom momento para negociar.

A boa notícia é que muita gente já passou por isso e é possível encontrar uma solução. Existe luz no fim
do túnel. Mesmo ganhando pouco, com esforço o casal abrir mão de todos os supérfluos e se ligar no
estritamente necessário para a sobrevivência.

Sair das dívidas é um processo que angustia, mas é totalmente viável. É necessário organizar. Nesses
momentos é importante buscar uma renda extra para quitar as dívidas. Criatividade sempre é bem vinda.

As dicas para organizar a vida financeira e sair das dívidas são bem vindas, mesmo para quem não está
nessa situação, vale a pena estudar o tema para zelar pelos bons momentos.

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Analise os detalhes do Planejamento Financeiro


Manter as finanças organizadas é algo essencial em todos os momentos da vida, principalmente na vida
a dois. A transparência deve prevalecer com planilha compartilhada de Excel com todos os detalhes
possíveis.

Todas as decisões devem ser ponderadas com calma frente à realidade dos números. Essas decisões
devem ser amparadas com estratégias racionais. Com calma.

Esse assunto de planejamento não é tema restrito aos especialistas. Trata-se de um exercício de
bom senso. Você precisará definir prioridades e respeitar os seus limites, além de combinar as regras
relacionadas às economias..

Separe as despesas em quatro tipos: fixas, variáveis, extras e adicionais.

A primeira diz respeito a contas que não alteram, como aluguel, ou condomínio. A segunda, são as
variáveis, incluindo luz, alimentação e água. São as contas fixas que se alteram. As extras são os
imprevistos e as adicionais para o lazer.

Hábitos Simples fazem toda a diferença


Principalmente em situações de crise financeira, mudar os hábitos para costumes simples é necessário.
Coisas corriqueiras como apagar as luzes em locais desocupados faz diferença. Não esqueça de retirar
os utensílios eletrônicos da tomada quando estiverem desligados.

A lista é grande: banhos mais curtos, diminua o uso de água fechando a torneira sempre que não houver
necessidade e economize em tudo mesmo. Fique antenado para promoções e cupons de fidelidade.

Esses hábitos podem continuar depois que sair da crise, considerando que o grande segredo é sempre
estar de olho nas prioridades, nos acordos que o casal fez para superar eventuais dificuldades.


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Saiba o quanto ganha de fato
Um dos problemas das dívidas é criar uma cortina de fumaça, deixar a visão aturdida. A importância
de registrar todas as movimentações financeiras auxilia a ter uma visão completa para conhecer
efetivamente quais são os seus principais gastos e o quanto realmente o casal tem para quitar dívidas.

À medida que o casal cria uma reserva de emergência é possível traçar um plano para pagar dívidas,
valendo-se deste recurso de emergência como um anteparo. O importante é saírem do buraco juntos e
não retornar mais para a condição de devedores.

Com as finanças domésticas organizadas, fica mais fácil controlar e renegociar as dívidas com os credores.
Vão pagando aos poucos. Com o cuidado devido. Assim as dívidas passam da condição de monstro de
sete cabeças para algo que podem ser dominadas.

O mais importante na hora de pagar suas dívidas é ter a certeza de que você não fará novas.

Criem metas e gerem rendas extras


Transforme tudo em valor monetário. O casal conseguirá desta forma saber exatamente quanto falta
para alcançar seus objetivos.

Com muito diálogo é possível encontrar coisas novas que seja possível de fazer para ganhar um dinheiro
extra.

As dívidas podem unir o casal tendo cada passo como algo que não pode ser dado em vão. Tudo deve
ser pensado para conquistar o controle da situação.

As metas de consumo inteligente criam parâmetros de prioridade para livrarem-se das dívidas.

O que é consumo consciente?

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Consumo consciente é pagar a vista e não gastar mais do que se tem, simples assim.

Fora de cogitação usar o limite do cheque especial. Várias compras parceladas somadas não só deixam
de caber no bolso, como também acabam levando o casal a utilizar os limites do cheque especial e a
função rotativa do cartão de crédito.

A principal recompensa de se fazer sacrifícios é viver bem tanto no presente quanto se preparar para
estar bem também no futuro. Não se iluda com pequenos gastos do dia a dia. Aí está o problema que
faz toda a diferença no que sobra na conta ao final do mês.

A importância de ter metas de gastos é justamente evitar comprometer as finanças, mantendo-as


sempre saudáveis. Em síntese, é uma forma de gastar menos, tendo limite para gastos diários.

Lance mão de planilhas e aplicativos para controlar despesas. Evite parcelamentos.

O segredo é sempre estar ligado no essencial, analisando sempre os gastos para o controle das despesas.
No final, a realização dos sonhos do casal está atrelada a pequenas decisões que vão ganhando forma ao
longo do tempo. A melhor forma de fazer boas escolhas é fazendo do consumo consciente um hábito,
consumir sem soberba e desperdícios.

Atitude mental
! Na realidade, tudo depende da mudança mental e da firmeza
em ter um propósito maior. O desejo de sair das dívidas deve
prevalecer. Gere renda extra, faça a reserva de emergência
e não gaste mais do que tem. Eis aí algumas das práticas do
consumo consciente.


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4. Usando o cartão de
crédito com sabedoria
Preservar e Prosperar

O uso do cartão de crédito com sabedoria representa uma ferramenta para controlar gastos. Mas
para isso é necessário ter consciência de como fazer isso. O principal ponto é saber que ele não é um
complemento de renda. O limite entre ser um herói ou vilão depende exclusivamente de como usá-lo a
seu favor.

Esse assunto envolve muitas coisas. Noções de crédito, limite, pontualidade, planejamento, pagamento
mínimo, milhas, juros, crédito, débito e crédito parcelado ou rotativo. Todos esses conteúdos devem ser
estudados para o bom uso do cartão de crédito.

Essa ferramenta pode ser utilizada para controlar os gastos ou arruinar as finanças. Se o casal estiver
ligado em aparências e status, fuja do cartão de crédito.

Nunca tenha o cartão como um complemento de renda. Vamos abordar o lado amistoso, o lado positivo
desse recurso.

O primeiro aprendizado é de nunca, mas nunca mesmo, utilizar o cartão de crédito para compras que
ultrapassem a sua renda em 30 ou 50%.

Estamos combinados? Aí tem outra lição de casa: pontualidade. A quitação das faturas deve ser pontual,
na data de vencimento. Aí está a grande vantagem. Faça as compras do mês até 10 dias antes do
vencimento. Dessa forma conseguirá quitar a fatura 40 dias depois.

O cartão de crédito somente será o seu amigo se o casal for muito pontual nos pagamentos para não
incorrer em juros, além das milhas.

Bem, para que tudo funcione direitinho, o cartão de crédito não pode ultrapassar a renda disponível, ou
seja, o planejamento das despesas mensais é essencial.

Já abordamos esse tema, mas vale aproveitar o momento para reforçar. O cartão de crédito deve priorizar
as necessidades, não é uma ferramenta para ser usada com supérfluos.

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Quando é o grande vilão
Para as contas do casal, o cartão de crédito pode ser um vilão quando não se paga o valor total da fatura,
por exemplo, 20%. Aí começa o problema. O valor da dívida é acumulativa e os juros são abusivos. O
rotativo do cartão de crédito duplica as dívidas em apenas seis meses. Estamos falando do maior vilão
do endividamento do brasileiro.

Mas os atrativos do cartão são interessantes. As milhas são benefícios. Mas esse recurso só é acessado se
os pagamentos forem efetuados antes que o prazos das faturas vençam. Os pontos são convertidos em
passagens aéreas, diárias de hotéis, dentre outros.

Quanto aos juros do cartão de crédito, é bom deixar muito claro: são maiores que do cheque especial,
tanto do crédito pessoal, quanto do consignado. Caso entre nesse ciclo, o jeito é lançar mão de um
empréstimo bancário para saldar a dívida do cartão. As taxas são menores. Mas se caso chegar nesse
ponto, muito cuidado mesmo.

Crédito ou débito
Negocie as compras à vista com o cartão de débito para obter descontos. Assim você tem mais prazo para
efetuar o pagamento. Caso não tenha desconto à vista, pode usá-lo, principalmente para as compras
fixas, a exemplo do supermercado.

Cartão de Crédito nas Compras


As lojas costumam embutir os juros no preço total dos produtos. Eis aí uma oportunidade para negociar.
Some as parcelas do crédito oferecido pela loja sem juros. Compare com o preço à vista. Se for o mesmo,
negocie um desconto.

Sem saída?


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Como já sabemos, é possível que a situação aperte e o limite do cartão de crédito seja usado. Para
quitar, negocie o pagamento no menor número de parcelas possível. Mas evite ter mais de um cartão
de crédito, pois com vários cartões você terá a falsa ilusão que poderá usar todos os limites disponíveis.

Lembre-se sempre, se você deixar de pagar seu cartão no prazo, o “amigo” de plástico transforma-se
rapidamente em um feroz inimigo.

Se a situação não estiver tão legal, o jeito é deixar o cartão em casa. Mantenha distância. Espere a
tempestade passar.

Crédito parcelado e rotativo


Você sabia que há duas formas de parcelar uma despesa no cartão de crédito? Ou é feita pelo lojista ou
pelo emissor. No parcelamento com o lojista, a loja oferece ao cliente a opção de pagamento em parcelas
fixas. Neste caso, ele paga a compra parcelada e a loja também recebe o valor em parcelas mensais.

Já no parcelamento com o emissor, a compra é financiada para o cliente diretamente pagar de forma
parcelada. Ou seja, os juros e encargos são cobrados diretamente. Nesse caso, o lojista recebe o valor da
venda de uma só vez.

Alguns cartões de crédito oferecem também a opção de se usar o crédito rotativo, que permite que o
cliente pague apenas uma parte do valor da fatura e deixe o restante para o mês seguinte. Neste caso,
há incidência de juros e demais encargos financeiros sobre o saldo pendente.

Evite isso ao máximo. Os encargos são muito elevados. A taxa média anualizada do rotativo pode
ultrapassar 340%.

Em relação ao pagamento parcelado do cartão de crédito, o qual costuma ser uma opção melhor do que
o pagamento parcial da fatura, a taxa média anualizada é superior a 100%.

A taxa média de juros do cheque especial também anda altíssima. Essas taxas são calculadas com base
no risco. Mesmo que a taxa SELIC esteja em queda (taxa básica da economia definida pelo Banco Central
para controlar a inflação), os juros do crédito não acompanham essa lógica.

Portanto, cuidado, sai muito mais barato pegar um outro tipo de empréstimo do que usar o rotativo e
rolar o restante da fatura do cartão para o mês seguinte.

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5. Conta conjunta: ter


ou não ter?
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Analisar friamente os prós e contras de uma conta conjunta é algo que exige amadurecimento e visão
de longo prazo. É natural que o tema finanças gere controvérsias justamente por envolver valores e
formações individuais, recheado de aspectos emocionais e práticos.

A divisão das despesas é um tema controverso, principalmente quando a diferença de renda é grande.
O início de uma vida conjunta não é muito fácil e quando o assunto é finanças a conversa fica ainda mais
sensível.

Essa decisão tem prós e contras mas cada caso é um caso.

Além das questões emocionais e de relacionamento, o casal deve acertar pontos práticos do dia a dia,
como a divisão das despesas básicas, as fixas. A conta conjunta é uma modalidade de depósito bancário
em que mais de uma pessoa é responsável pelos valores guardados, sendo possível ter até 10 titulares.

A abertura é feita da mesma forma que a de uma conta individual, porém, os documentos de todos os
titulares precisam ser apresentados.

Apesar de ser mais utilizada por casais, as contas conjuntas podem ser abertas por qualquer grupo de
pessoas.

Mas afinal, vale a pena ter uma conta conjunta?


O sentido da conta conjunta é a praticidade relacionada ao dia a dia. Claro que a ideia inicial mais
recorrente que motiva a decisão é a divisão das despesas.

Em linhas gerais, a conta conjunta é uma modalidade de depósito bancário em que mais de uma pessoa
é responsável pelos valores guardados.


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É mais comum que as contas conjuntas sejam feitas por casais e por sócios de uma empresa, mas pode
reunir um grupo de pessoas, podendo ser solidárias e não solidárias, ou simples.

Sabendo dessas duas categorias, o próximo passo é entender que a conta simples todos precisam estar
de acordo para que seja feita uma movimentação. Resumindo, é necessário autorização para movimentar.
Já as contas solidárias os titulares podem movimentar sem autorização do outro.

Na conta solidária um casal pode ter acesso ao salário do outro e gastar como bem entender. A
conta conjunta recebe o nome de E/OU porque as decisões podem ser tomadas em conjunto ou
individualmente.

Todos os titulares recebem um cartão de movimentação da conta e podem contratar serviços sem a
necessidade da aprovação do outro.

Vamos as Vantagens da conta conjunta

1. Organização
Ao concentrar as despesas, o gerenciamento é mais simples e prático, evitando dividir as contas todas
as vezes.

Imagine que o valor depositado em uma conta conjunta seja para quitar as contas em comum. Boa ideia.
Aí é uma questão de combinar o que cada um deposita e pronto. Nesses casos, a individualidade de
cada um é mantida e as coisas podem fluir melhor.

Nesses casos é uma estratégia de gestão. O acordo é para facilitar o fluxo de contas fixas e variáveis.

2. Melhor para investir


Outra vantagem é melhorar as condições de rentabilidade, caso a proposta da conta conjunta for reunir
esforços para um plano de investimento conjunto, ou até mesmo para a aquisição de um carro ou imóvel.

Quando os investimentos são reunidos, o custo fica menor. Quanto maior o capital investido, há mais
opções de produtos e possibilidades de obtenção de rentabilidades mais interessantes. Nesses casos, a
proposta de traçar metas para os objetivos comuns de médio e longo prazos valem a pena.

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Desvantagens da conta conjunta
A independência financeira é comprometida em prol de uma causa maior. Ambos passam a ser
fiscalizados. Eis aí um fator que pode gerar desavenças e desgastes. Se ambos quiserem saber o que
cada um ganha, pode nascer um problema, principalmente se tiverem que gerenciar as dívidas.

Com a conta conjunta o nome dos dois pode ficar comprometido. Ambos se tornam responsáveis por
qualquer empréstimo feito como casal.

Ou seja, toda a responsabilidade do não pagamento também vai cair sobre o outro. Os problemas legais
também serão compartilhados.

Contas conjuntas e imposto de renda


No imposto de renda, esse tipo de conta conjunta, o informe de rendimento vem no nome do primeiro
titular. Atenção especial para esse detalhe.

No caso de casais em que um é isento, o saldo deve ser informado na declaração do outro. Se ambos
declararem imposto de renda, então devem informar o saldo dividido com detalhamentos.

Essas regras funcionam para qualquer conta conjunta, entre os casais, envolvendo os filhos ou entre
sócios. Nesses casos, será necessário dividir o saldo em partes iguais e declarar cada um com o percentual
correspondente, ou seja, conforme o valor real pertencente a cada um.

Neste tipo de conta, a confiança no sócio deve ser total. Para esse tipo de conta não adianta ficar
preocupado com as retiradas diariamente. Tem que existir confiança total, caso contrário, nem entre
nesse tipo de solução. Um conselho providencial para contas conjuntas é não concentrar todos os
rendimentos na conta para não comprometer a reserva do casal como um todo.

Tudo bem se a proposta for utilizar a conta conjunta apenas para pagamentos de contas em comum
para minimizar os gastos individuais.

Mas tudo isso deve ser pautado pelos planos e objetivos do casal. Uma conta conjunta pode ser bem
vinda para juntar dinheiro também. Imagine uma conta viagem.


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6. Como preservar seu


patrimônio
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O tema preservação do patrimônio do casal, em primeiro momento, tem a ver com estratégias de
blindagem das conquistas financeiras e emocionais do casal. O conceito de preservação no contexto
familiar é amplo. Envolve também aspectos psicológicos mais profundos, relacionados à segurança e
liberdade.

A estabilidade financeira de um casal é um dos elementos da felicidade. A prosperidade apresenta


paisagens maravilhosas e momentos de paz, conforto e realizações. Essas conquistas de plenitude
nutrem o estado de espírito de uma sensação de missão cumprida. E a preservação do patrimônio faz
parte de toda essa história.

A comparação com um time de futebol ilustra esse tema com mais clareza. A preservação tem
a ver com a defesa, ou seja, evitar não tomar gols, que analogicamente são as eventuais perdas, ou
comprometimentos das reservas.

Uma das estratégias de preservação é ter um custo de vida mais econômico. Tão importante quanto
ganhar dinheiro, a cultura que valoriza a economia, também envolve não esbanjar e desperdiçar o
dinheiro. Um seguro de vida também é uma ação de preservação. A necessidade de construir uma
reserva para situações de emergência é baseada na análise de fatores de risco, assunto que também
está ligado ao conhecimento e soluções financeiras. Com tudo isso bem resolvido é mais seguro sair
para o ataque, avançar e investir.

Já o ataque está relacionado às novas fontes de renda, com a capacidade de empreender e criar situações
que irão ter como resultado a prosperidade do casal.

Vale a pena entender as dinâmicas que regem o conceito de preservação e da prosperidade de forma
orgânica, porém cada uma em seu lugar. Essa compartimentalização facilita o entendimento de quais
são as atitudes e decisões que envolvem cada momento, entendendo o peso das escolhas, sempre
lembrando que o foco são as metas. Nesse ambiente dos sonhos, onde visualizamos as conquistas é
onde está armazenado o combustível que dá sentido à vida.

A preservação do patrimônio do casal é uma cultura de união de esforços, tendo os sonhos e metas
como elementos motivacionais. A preservação da individualidade, assim como os limites de cada um
também são elementos a serem considerados para evitar ruídos e desgastes conjugais.

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O tema preservação do patrimônio do casal, em primeiro momento, tem a ver com estratégias de
blindagem das conquistas financeiras e emocionais do casal. O conceito de preservação no contexto
familiar é amplo. Envolve também aspectos psicológicos mais profundos, relacionados à segurança e
liberdade.

O tema preservação do patrimônio do casal é um entendimento amplo, podendo estar na pauta até
mesmo o regime de bens. Os aspectos legais deste assunto esclarecem as regras relativas ao patrimônio
que o casal escolheu antes da celebração do casamento.

7. Exercendo a
disciplina para
investir
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Disciplina, disciplina e disciplina são os três pontos para a prosperidade financeira de um casal, condição
básica para a prosperidade e realização dos sonhos a dois.

Entender os diferentes momentos da vida, suas expectativas, anseios, enfim, entender as possibilidades
e recursos de cada ciclo é um dos elementos para caminhar no sentido de criar uma cultura de
investimento conjugal.

A capacidade de investir já demonstra, por si só, que a educação financeira está sendo colocada em
prática. Agora, o nível de consciência de cada um é o que faz total diferença no sentido de realmente
conquistar a qualidade de vida dos sonhos.

O hábito de poupar e investir é sinônimo de maturidade. São experiências que devem ser vividas e até
mesmo degustadas no dia a dia, seja em momentos de crise ou não. Trata-se de uma lapidação, de um
exercício constante para ser incorporados, tanto a poupança, quanto o investimento. E se isso for algo
que paute a vida do casal, melhor, considerando que o foco é algo comum.

“Uma das coisas que nos separam dos outros seres vivos e nos torna humanos é a capacidade de ser
consciente e, através desta consciência, modificar nossa realidade”. (Deborah L. Price, Terapia do Dinheiro)


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A persistência e determinação são elementos essenciais. Os métodos de investimentos são muitos. As


escolhas devem ser compartilhadas. nos diferentes momentos.

1. Trabalhe, economize e invista


O primeiro ponto é ter uma atividade central de renda. Ela gere todas demais decisões. No caso do casal,
podem ser duas atividades. Essa soma gera algo muito poderoso.

A missão número um é sobreviver, tirar o sustento. Os gastos previstos são recorrentes. Com essa base
satisfeita é possível dar os próximos passos para investimentos.

Outro ponto relevante é que economizar é um hábito diário que reflete no final de cada mês. Já falamos
nisso, mas reforçar é necessário: gaste somente aquilo que tem. Ganhe antes de comprar algo.

Esse planejamento deve prever sempre uma sobra de mais que 10% para economizar e poupar.

Outro objetivo é gerar renda adicional. O melhor dos mundos é fazer o dinheiro trabalhar por você ao
longo dos anos, no entanto, seja muito persistente no trabalho.

Não importa a quantia. Pode ser 1 Real. Guarde, invista e pense no um milhão. O exercício de começar
e manter a rota constante e regular demonstra a determinação no caminho do investimento. Essa é a
meta que o casal deve persistir.

A mudança de comportamento é acompanhada com uma mudança de visão de ambos. Não considerem
os seus ganhos brutos como os ganhos reais. O ganho mensal é o valor líquido descontado de todos os
impostos e taxas. Estamos combinados assim?

A regra é clara: invistam todos os meses de 10 a 30% do valor líquido que cada um recebe. Esse é o
exercício que deve prevalecer por décadas. Eis aí um ponto chave do consumo consciente.

Uma outra dica poderosa que pode se transformar em um mantra: gaste no máximo na velocidade dos
juros simples e invista de olho no benefício dos juros compostos. Gravou?

Não criem compromissos desnecessários. Investir é prioritário, sempre. Esse é um posicionamento


racional frente à vida.

Que tal transformarem-se em investidores contumazes, mês a mês, ano após ano. Os resultados
aparecerão ao longo dos anos. Só assim será possível constatar na prática que o montante nominal que
você investiu é menor que os juros compostos originados pelo seu investimento!

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Quando os juros compostos começar a trabalhar para os dois, a vida terá um novo sabor!

Muito importante entender que o futuro que sonham é do tamanho do impacto das ações da realização
dos dois. Plantem hoje, reguem regularmente e colham amanhã. “O futuro não é abstração, o futuro é
resultado”.

Outra pergunta chave: o que estão fazendo hoje com as suas finanças? Este é o maior indicador da
realidade do que será o futuro conjugal.

Obviamente quando a lição de casa é colocada em prática os impactos na qualidade de vida são
iminentes. Isso significa longevidade saudável.

Quando o tema é investimento conjugal, podemos afirmar que os melhores investimentos sejam na
saúde física, mental e financeira. Isso também inclui a boa cabeça e pensamentos saudáveis. Investir no
conhecimento, na qualificação continuada também é segurança, considerando que o mercado é volátil e
instável. Sempre é importante adequar-se às novas ondas. Isso faz total sentido. Caso o dinheiro da fonte
de renda principal for comprometido, você estará pronto para conseguir uma renda extra rapidamente.

Para isso o investimento na saúde mental e física deve ser feito com muita seriedade. Sempre mantenha
a disposição de aprender algo novo e valorize muito o seu hobby para conectar-se com os seus amigos
e com você. Na vida a dois, essas atividades podem caminhar bem próxima do casal.

Lembre-se sempre que educação financeira não é um fim em si, é um meio, e o dinheiro não deve ser o
centro do mundo do casal, mas deve sempre fazer parte do melhor viver, da estabilidade conjugal. Pilote
o dinheiro com maestria.

O investimento também está ligado à consciência do que é consumismo. Pior do que pecado, o
consumismo é algo que deve estar bem longe. Consumir certo tem ligação com sustentabilidade.
Menos é mais.

Investimento também tem a ver com o valor da paciência. Isso tem a ver com lidar com o tempo. Saber
navegar com inteligência aproveitando os ventos de cada momento.

Pense que a vida acontece em ciclos de 25 anos. Como você estará pós 50 anos? E pós 75? Essa visão tem
a ver com investimento. E como conquistar a qualidade de vida entre os 50 a 100 anos, já pensou nisso?
Pois bem, para os casais mais novos, a reserva deve ser suficiente nos dois primeiros tempos para que os
juros compostos estejam bem estruturados para os dois tempos finais.

O melhor dos investimentos estão contidos no propósito da vida. Por esse motivo é tão importante
ter as metas claras. O casal deve ter essa consciência de investimento, sendo o motivo maior da vida, o
propósito movimenta e inspira, considerando que os filhos são o maior dos investimentos.


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Com todas essas ponderações, a visão de investimento é ampliada e todas as atividades físicas passam
a ter mais valor, assim como uma boa leitura e o tempo com os amigos. Reinventem-se.

Investir é uma causa atemporal. Dá trabalho, mas vale a pena, mesmo. A saúde financeira é um dos
pilares da realização plena da vida. Zelar pelas finanças é um dever do casal, pensando nos filhos e no
outro.

8. Qual o melhor
investimento para
casais?
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Não existe uma resposta absoluta. Cada casal tem o seu perfil, sua dinâmica e propósitos. Quando
falamos em investimentos lidamos com valores subjetivos, riscos diferenciados e sentimentos de
realização pessoal e conjugal.

Esses elementos todos estão condicionados ao histórico de cada um, ou seja, o que faz sentido investir
para um, pode não fazer para o outro. Mas a partir do momento que esse assunto vem à tona, prepare-se
para uma jornada de diálogos e negociações.

Existem pessoas que o nível de felicidade está contido em um jeito simples de viver e o investimento
maior são as viagens e os amigos. Já existem pessoas que preferem ter o famoso “fundo antidepressão”.

Pronto, nesses casos, a luta será contra o consumismo. Aí o buraco é mais em baixo para iniciar um ciclo
virtuoso de investimentos no longo prazo.

O tal do “fundo antidepressão” é repleto de argumentações. Pessoas muito inteligentes usam a


capacidade de articulação para blindar esse fundo com unhas e dentes.

Esse padrão mental é inimigo das prioridades e arruina o planejamento financeiro com muita facilidade.

Existem alguns antídotos para combater esse vírus, maior inimiga dos investimentos. Mas isso exige a tal
da disciplina com uma boa dose de firmeza. Deixe o cartão de crédito em casa. Antes de comprar, pense,
pense e pense. Sair com o dinheiro contado é outra fórmula.

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Tudo isso tem que caminhar junto caso o propósito do investimento seja a grande prioridade que o casal
combinou. As motivações para vencer todas as tentações é a conquista da independência financeira.

Mas para isso o investimento é a chave mestra, com maior ou menor risco. Visualizar esse horizonte da
independência financeira é importante, fundamental.

Existem pessoas que conseguiram isso. Entenda que cada fase tem os seus desafios. O comodismo não
ajuda em nada. O movimento de gerar mudanças é essencial. Terapia também pode ser um investimento
para promover um mergulho nas fraquezas, responsáveis pelo não cumprimento de um pacto de
fidelidade com os investimentos.

Enfim, veja no que quer investir. Alguns casais projetam a felicidade em reunir a família em casa. Para um
outro casal o investimento dos sonhos é manter o sítio em ordem. Isso dá sentido para a vida.

Mas como estamos falando de finanças, a idéia de investir juntos está condicionada a uma visão mais
alongada.

Financeiramente, o conceito de investimento significa também obter lucro. Os meios para obtê-lo
também envolve a capacidade produtiva e está relacionada à aplicação do dinheiro, com menos ou
mais riscos.

Se o perfil do casal for empreendedor e o expertise de cada um for complementar, ou seja, um é mais
realizador, do tipo mão na massa, e o outro for mais analítico, bom de planejamento e sabe lidar com
finanças, eis aí uma boa complementaridade para construir algo juntos.

Claro que essa análise é bem superficial, mas o que estamos abordando é a decisão de investimento
em um empreendimento e a análise do perfil de cada um, considerando que os investimentos de risco
devem ser feitos em um contexto de planejamento e harmonia para não comprometer o valor conjugal,
criando situações que comprometam a estabilidade conjugal, a união.

Sabemos que uma das maiores causas de desavenças de um casal está relacionada às dificuldades
financeiras. Quando um começa a apontar o dedo para a culpa e fragilidades do outro, o brilho do casal
é ofuscado. O polimento do diamante é o respeito, o trabalho diário de cultivar o carinho.

Mas a estabilidade do casal também está relacionado com o equilíbrio e investimentos. Mas para investir
é necessário diálogo, muita conversa. Ou seja, para investir é necessário planejar, preparar o terreno para
cada passo a ser dado em seus mínimos detalhes. Quando uma bomba financeira estourar, pode ser
tarde demais. Aí o tema investimento tem que ficar para depois, considerando que a sobrevivência é a
prioridade.

Quando existe diálogo e planejamento, o orçamento é realista, envolvendo diretamente os filhos,


considerando que o ato de guardar dinheiro é uma ação de investimento para algo maior.


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A maturidade nada mais é do que sacrificar o hoje para uma realização maior ao longo do tempo. E as
fases do relacionamento devem ser ponderadas e vivenciadas com muito cuidado, tendo as finanças
como um dos elementos do diálogo. Desde o namoro até as bodas de ouro.

Existe a máxima de que casais inteligentes enriquecem juntos. A parceria inteligente envolve estratégias
para administrar as finanças. Construir riqueza não é algo tão simples. Mexe muito com valores e
realizações pessoais.

A visão de investimentos de longo prazo, mais conservadores é necessária. Saber superar eventuais
crises financeiras também é um dos pontos. E a dúvida é: vale a pena investir juntos? Qual é o momento
de investir em uma casa? Como fazer isso? E os planos de previdência e seguros?

São perguntas recorrentes. E também existe a herança. Todos esses tópicos podem ser considerados
como investimentos do casal.

Uma das melhores ferramentas, para não dizer a melhor, para prosperar é a observação de casais que
conseguiram realizar os seus sonhos.

Este tema nos remete a independência financeira, a sonhos, aspirações e valores. Os tempos atuais nos
impõem uma nova realidade, principalmente com relação à lida com o dinheiro no âmbito conjugal.
Este entendimento é fundamental para construir um plano de investimento que considere todos os
elementos da vida a dois.

As responsabilidades divididas devem ser compartilhadas de forma sincera e amiga com visão de futuro.

9. Imóvel: comprar ou
alugar?
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Existem uma série de variáveis para tomar essa decisão. Existe um mito de que aluguel é jogar dinheiro
fora. Uma das principais variáveis é entender o quanto tempo o casal pretende ficar no imóvel. Outro
ponto é fazer as contas financeiras dos rendimentos, caso o dinheiro for investido de forma conservadora
ao invés de comprar.

Analisar a tendência de valorização do imóvel é outro aspecto relevante.

Eis aí uma super dúvida. Essa decisão é muito relevante nos dias atuais, principalmente nos tempos
onde o conceito de propriedade passa por profundas transformações, dando lugar para a usabilidade.
É bom avaliar esse ponto com a relação de custo benefício sob o ponto de vista financeiro, considerando
que o valor pessoal de conquistar algo é intangível.

O ponto é: vale a pena financiar um imóvel? Do ponto de vista financeiro e real, o imóvel que está
financiando pertence ao banco. As pessoas se transformam em inquilinas por décadas.

Mas para um casal essa aquisição significa segurança. Tudo bem, e se o casal já tiver o dinheiro à vista?

Existe um conceito que precisa ser esclarecido para explanar a respeito. Trata-se do custo de oportunidade.
Esse termo refere-se ao mundo da economia. Essa análise leva em conta a mais alta renda gerada em
alguma aplicação alternativa.

Em outras palavras, o custo de oportunidade representa o valor associado a melhor alternativa não
escolhida.

O melhor mesmo é dar um exemplo prático. Um imóvel custa R$ 300 mil. O casal tem esse dinheiro
reservado. Agora imagine esse dinheiro aplicado em uma opção de baixo risco.

A renda mensal líquida é em torno de R$ 2.100,00. O raciocínio é simples e direto: daria para alugar um
imóvel do mesmo nível e sobrar dinheiro?

Mas esse raciocínio é um exercício financeiro. É possível alugar um imóvel por R$ 1.500,00 e deixar a
diferença investida. Isso compensa as correções inflacionárias do aluguel.

Existe um mito de que dinheiro pago em aluguel é dinheiro jogado fora. Essa afirmação tem o seu
fundo de verdade, afinal, é um dinheiro que não tem retorno. Essa é a lógica que motiva as pessoas a
comprarem imóveis próprios, mesmo pagando juros elevados.

Que tal fazer simulações em sites que apresentam os valores de financiamento para entender a mecânica
na prática.

Para fazer a simulação é importante entender o conceito de SAC - Sistema de Amortização Constante.
Esse sistema amortiza o mesmo valor do saldo devedor, ou seja, a parcela final é exatamente o valor
amortizado constantemente todos os meses.


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Com a redução do saldo devedor, os juros ficam menores com o passar dos meses e sua parcela também
é reduzida.

Com as simulações fica claro enxergar que os juros do financiamento são maiores do que o aluguel
do imóvel. Alugando um apartamento de menor valor, com o juros do capital que seria empregado
no financiamento, em 15 anos seria possível comprar o imóvel à vista, mesmo com a redução do valor
das prestações mensais. Isso por que o seu investimento vai crescer mais que a redução mensal do
financiamento.

Mas é claro que uma outra questão pode surgir. Por que esperar 15 anos se posso fazer a operação e o
imóvel passa a ser meu com o financiamento?

Este raciocínio não está correto. Na realidade o imóvel é do banco. Ou seja, o casal passa a ser inquilino
do banco. O imóvel é uma garantia do financiamento, de fato. Não cumprir o acordo o imóvel é tomado.

Mas quando quitar, o imóvel não é do casal? Somente um detalhe, após 35 anos. Se fizer as contas na
ponta do lápis, o dinheiro do aluguel, somado com o investimento da sobra, a casa própria será possível
em 15 anos, com a diferença de comprar o imóvel novinho, considerando que teria o capital à vista no
valor do que estava imaginando.

Isso é matemática pura. Mas caso faça a opção em comprar o imóvel, o melhor é fazer à vista. Em nenhum
dos casos vale a pena comprá-lo, seja a vista ou a prazo.

Mas existem outros fatores que impactam nessa decisão. A valorização do imóvel e a disciplina e a
cultura de investimentos, para fazer as aplicações corretas.

Mas o exercício é válido para que o casal amadureça e estude mais como lidar com o dinheiro em
investimentos de longo prazo.

Esses estudos envolvem também o Índice de Valores de Garantia de Imóveis Residenciais Financiados -
IVG-R, calculado pelo Banco Central.

Analisar as variações deste índice com a inflação dará uma visão da média de valorização dos preços dos
imóveis ao longo dos anos.

Este estudo mostra que, após descontarmos a inflação, a valorização imobiliária não é tão forte assim
como muitos imaginam.

Já foi a época em que 134,39% em 15 anos correspondia a 7,36% ao ano (taxa real, já descontada a
inflação).

Analisar dados históricos é relevante para chegar em algumas conclusões.

Uma boa dica de leitura para estudar o impacto do financiamento imobiliário no seu bolso é o Livro
Negro do Financiamento de Imóveis escrito por Leandro Avila.

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10. Ensinando educação


financeira para os filhos
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É possível ensinar bons hábitos de educação financeira para as crianças de forma natural e simples. O
exemplo dos pais é fundamental para guiar as crianças para as escolhas corretas na adolescência e na
vida adulta, tornando-se um bom gestor da própria vida.

Com pequenos exemplos é possível ensinar os filhos a poupar e aprender os principais conceitos de
planejamento, comportamento impulsivo, risco, investimento, poupança, desperdício, dentre outros.

A educação financeira tem a ver com escolhas e construção da maturidade. O maior vilão é o consumismo,
algo perigoso que gera frustrações e angústias.

O sinal de que a educação financeira deve começar é quando as perguntas sobre o tema começam a
surgir. A partir daí tenha em mente que o melhor jeito é ser natural e leve, adequada ao entendimento
da criança.

Aproveitando que as crianças estão ligadas em atividades lúdicas, é um bom momento de fazê-las
entender que consumo não é lazer. Isso é uma coisa simples mas faz toda a diferença.

Sair de casa e sempre consumir algo é arriscado para que o comportamento consumista se instale.
Para deixar bem claro, explique e diferencie o que é uma atividade recreativa e qual é o momento das
compras. Não misture ambas. Consumo tem a ver com necessidades.

Antes da aquisição
Uma boa estratégia para diferenciar o que é consumo e lazer é direcionar a criança para a atividade
específica de compra, ou seja, no dia que irá comprar algo, sair com esse foco.

Antes desse dia é bom que as pesquisas já tenham sido realizadas e que a compra não seja por impulso.
A educação financeira infantil também envolve ensinar o valor das cédulas e das moedinhas. Todos os
detalhes devem ser pensados para que o efeito do aprendizado seja uma experiência prazerosa.


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Quando a criança sai de casa com foco no que vai comprar, evita-se frustrações.

Outra dica: sempre estipule o dia certo para as recompensas, ou seja, ganhar o dinheiro. Isso tem a ver
com disciplina. Torne essas coisas divertidas e estimulantes, além de ser uma boa lição de paciência.

O fundamental é ensinar a percepção de valores. E isso se ensina na prática. As conquistas das coisas
devem ter um preço, ou melhor, um sabor de conquista. Isso vale para pequenas coisas.

Conquista tem a ver com merecimento. Comprar presentes fora de época não é algo salutar. O esforço
para conquistar algo deve ser trabalhado e destacado. Tudo deve ter seu esforço de conquista. Isso é
simples de fazer. Basta combinar recompensas associadas a tarefas.

Use a criatividade. Conforme a idade, as tarefas são colocadas para serem executadas. Isso auxilia a
associar o conceito de trabalho, além de aprimorar o sentimento de autonomia. Aí a gestão do dinheiro
ganho passa a ganhar um sentido.

Seja um bom companheiro da criança no momento da compra. É nesse momento que é possível passar
os conceitos de poupança. Se juntar mais dinheiro será possível adquirir algo melhor e mais caro depois.

Ensinar a não comprar por impulso faz parte do aprendizado, como também, a negociar. Esses momentos
são preciosos.

O dinheirinho é dela. Essa percepção é uma lição prática de responsabilidade. Muitas lições estão
embutidas no momento que a criança tem o “poder” de consumo. A segurança e a ordem são dois
desses aprendizados. Ter uma carteirinha no lugar seguro faz parte da lição.

Autonomia
No momento da compra é a criança que deve desembolsar o dinheiro literalmente. Transformar um
esforço e a capacidade de lidar com o tempo ao esperar o momento certo para adquirir algo é uma lição
de poder e autonomia para conquistar algo .

Imagine o que significa para a criança ver o dinheirinho dela ir embora e ser trocado por algo que ela
queria conquistar. É uma troca, uma lição de desapego e de conquista. O fundamento desta lição são as
escolhas corretas.

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Pós compra: momento de reflexão
Mas o grande momento das compras é o pós. Sim, ao chegar em casa é o momento do diálogo franco.
Aproveitar a oportunidade em que a criança está feliz para brincar e dialogar. Estimule a reflexão. Então,
como foi o dia? Gostou de comprar o seu presente?

São perguntinhas simples mas poderosas para começar a conversa. Procure estimular a criança a contar
a sua experiência. Se ela der a deixa de algum arrependimento, excelente. Este é o momento certo para
passar o conceito de planejamento. Se a compra foi um momento muito esperado, bingo, aproveite
para salientar a importância de fazer as coisas com calma.

Antes e depois
O aprendizado do antes e do depois das compras é algo muito especial. No antes a reflexão é focada no
destino do dinheiro. A perda do “poder”. Eis a aí a lição: “querer” e “precisar”. Se ela guardar o dinheiro,
terá como comprar outra coisa mais cara e com maior necessidade.

O que vale mesmo é o aprendizado. Mesmo que o casal perceba que será um erro da criança, o importante
é que ela, por si mesma, consiga sentir os resultados. O papel dos pais é destacar e ensinar como as
escolhas têm resultados. E o mais importante que tudo: aprender com os próprios erros para não repetir
a falha e as consequências, sem culpas, mas com resignação, fácil de reverter.

Economia doméstica é sim, para crianças


Falar em educação financeira sem ser na prática é faz de contas. O grande segredo desse aprendizado é
prático. E a escola é a própria casa. Ensinar a criança a economizar água e luz é um dos itens da cartilha.
E a lista é grande.

Uma simples lição de economia de água e luz pode representar uma negociação para encher o cofrinho
com a economia do final do mês. Pegar a conta de água e luz e estabelecer metas de economia é uma
lição preciosa.

O casal pode estabelecer uma ligação entre economia e passeios e festas. A água que escorre na pia é
um aprendizado de sustentabilidade e preservação ambiental. O importante é abrir as contas da casa e
compartilhar com as crianças para engajá-las na causa de preservar as coisas e poupança.

E novamente a grande lição: escolhas. Sim, esse é o grande aprendizado. Tudo tem uma causa e um
efeito. A colheita da economia e cuidado com as coisas representa economia. O zelo pelos detalhes é
outra lição de grande importância para toda a família.

Esses primeiros passos com a criança estabelecem um diálogo que pode ser aprimorado para outras
fases da vida, principalmente na adolescência. Lembre-se sempre: os hábitos de consumo são ensinados
pelo exemplo. Isso eleva a responsabilidade dos pais.


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