Introdução
De acordo com (DEMO 1996) “Educação não é só ensinar, instruir, treinar, domesticar, é,
sobretudo formar a autonomia do sujeito histórico competente, uma vez que, o educando não é
o objetivo de ensino, mas sim sujeito do processo, parceiro de trabalho, trabalho este entre
individualidade e solidariedade”.
Segundo Freire (2013) a educação não deve ser uma mera transmissão de conhecimento, mas
criar uma possibilidade do educando construir o seu próprio conhecimento baseado no
conhecimento que ele traz de seu dia-a-dia.
Segundo (BRASIL et al., 2015), o conceito de educação em saúde está ancorado no universo da
promoção da saúde. Este reúne uma série de processos que tem como objetivo fomentar a
participação da população em ações cotidianas que lhes garanta qualidade de vida. É
importante compreender que a educação em saúde constitui um conjunto de saberes e práticas
orientados para a prevenção de doenças e promoção da saúde (COSTA; LÓPEZ, 1996).
Portanto, trata-se de um recurso por meio do qual o conhecimento cientificamente produzido
no campo da saúde, intermediado pelos profissionais de saúde, atinge a vida cotidiana das
pessoas, uma vez que a compreensão dos condicionantes do processo saúde-doença oferece
subsídios para a adoção de novos hábitos e condutas de saúde (ALVES, 2005).
A educação em saúde se presta, enfim, para dar condições as populações na identificação dos
problemas de saúde e analisar as causas e consequências em relação às práticas vividas nas
comunidades, favorecendo a compreensão da situação de saúde local e a actuação de todos na
resolução dos problemas e agravos existentes. Sendo que o foco da educação sanitária deve
estar voltado para profissionais e população em relações de interação, comunicação, cooperação
e responsabilidade conjunta em solucionar problemas.
A comunicação pode ser entendida como prática social que advém da interação entre seres
humanos, expressa por meio da fala (aspecto verbal), escrita, comportamentos gestuais,
distância entre os participantes, toque (aspectos não verbais) (FERMINO e CARVALHO, 2007).
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Para Moreira, Nóbrega e Silva (2003), a comunicação em saúde é o estudo e o uso de métodos
para informar e influenciar as decisões individuais e coletivas que melhoram a qualidade de
vida do sujeito. As autoras ainda dizem que a comunicação em saúde tem a capacidade de
aumentar o conhecimento e a consciência das questões, problemas e soluções de saúde;
influenciar percepções, crenças, atitudes e normas sociais; demonstrar habilidades; mostrar os
benefícios da
mudança de comportamento; aumentar demandas de serviços de saúde; reforçar
conhecimentos, atitudes e mudanças de comportamento; refutar mitos e concepções erradas;
defender questões de saúde ou grupos populacionais; superar barreiras e problemas sistêmicos
(MOREIRA; NÓBREGA; SILVA, 2003).
Diante disso, a educação e a comunicação em saúde podem ser vistas como estratégias de
promoção da saúde; de conscientização individual e coletiva sobre a responsabilidade e o
direito à saúde, estimulando acções que atendam os princípios que visam garantir a qualidade
de vida dos indivíduos.
História e contexto
No plano histórico, a sucessão de modelos de educação aplicados à área da saúde pública não
significa uma sequência evolutiva; antes, é uma descrição da prática dominante em certos
períodos em relação aos problemas de saúde destacados para intervenção, visando à
manutenção da hegemonia da classe dominante. Desta forma, verifica-se que as actividades
desenvolvidas eram e ainda são orientadas pelas concepções de saúde e de educação em saúde
vigentes em cada período histórico e pelos modelos de atenção implantados nos serviços, na
busca da manutenção da saúde da mão de obra trabalhadora para fins capitalistas.
Muitas das técnicas usadas durante o respetivo período, usavam estratégias de educação e
comunicação em saúde autoritárias, tecnicistas e biologistas, em que as classes sociais, eram
vistas e tratadas como sujeitos passivos e incapazes de iniciativas próprias.
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transmitido daquele que o detém, para aquele que recebe, sem a participação do grupo no
processo de construção. (Carvalho BGC Montenegro LC. 2011)
Entretanto, percebe-se que esse processo não deve ser unidirecional, mas compartilhado por
uma rede de actores sociais, de modo a tornar a comunicação e educação em saúde, efectiva e
perspicaz.
Metodologia
Trata-se de uma revisão integrativa de várias literaturas que teve como objetivo buscar artigos
que exemplificassem e descrevessem acções que apresentaram resultados da importância da
Educação e Comunicação na Saúde Pública. Para a colecta de dados foram utilizadas as bases
MENDELEY, HINARI, Scientific Eletronic Library Online (SCIELO) e National Library of
Medicine (PUBMED), através de descritores Educação e Comunicação na Saúde Pública e
Importância da Educação e Comunicação na Saúde Pública. Inicialmente, foram encontrados
mais 41 artigos. Desses, apenas 13 abordavam assuntos relacionados com a importância da
educação e comunicação na saúde pública e estavam de acordo com os critérios de inclusão.
Porém, dentre os 13, apenas 6 apresentavam informação mais efectiva para realização do
presente ensaio.
Após a seleção dos artigos conforme os critérios de inclusão previamente definidos, foram
seguidos, nessa ordem, os seguintes passos: leitura exploratória; leitura seletiva e escolha do
material que se adequam aos objetivos e tema; leitura analítica e análise dos textos, finalizando
com a realização de leitura interpretativa e redação.
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2. Por que a comunicação em saúde é importante na saúde pública
O profissional de saúde, não deve agir como um mero repositório de informações, mas actuar
como parte activa deste processo (Sousa Victor, 2007 & Ribeiro e Pires, 2007). Na maioria das
situações, o profissional oferece aquilo que em sua concepção é o adequado para a população,
mas, na verdade, tornam-se conhecimentos abstratos e distantes da realidade da mesma e
falham em promover a Mudança do Comportamento tão desejada. Os autores exemplificam
que a comunicação em massa geralmente obtém resultados mais modestos em longo prazo, pois
não se adequam às especificidades dos actores envolvidos, a comunidade nesse caso específico.
Seu efeito inicial pode até ser impactante, mas eventualmente sua efetividade sucumbe ao
processo de adaptação por parte do receptor (Barros e Martino 2003).
Para os Autores de vários estudos analisados, os resultados das ações para a educação e
comunicação em saúde, não são percebidos rapidamente e tampouco decorrem de acções
unilaterais dos profissionais de saúde. Para a maioria dos autores, a troca de conhecimento e a
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inteiração, é o requisito fundamental, assim como selecionar a informação pertinente para o
momento, de forma que a educação em saúde possa de fato exercer o seu papel direcionador do
conhecimento (Alvim e Ferreira 2007).
3. Conclusão
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4. Referências bibliográficas
1. FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. 34°ed. São
Paulo. Ed. Paz e Terra, 1996.
2. DEMO, Pedro. Educar pela Pesquisa. Campinas/SP, Ed. Autores Associados, 1996.
5. GIL, AC. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas; 2006.
6. SOUSA RA, Victor JF. Grupo de Teatro de Fantoches Saúde Com Arte: Proposta
Enfermagem Para Educação em Saúde. Rev. RENE. 2007;8(2):79-84.
7. RIBEIRO EM, Pires D, Blank VLG. Theoretical review of the work process in health care used
to analyze work in the Family Health Program in Brazil. Cad. Saúde Pública 2004;20(2):438-441
8. BARROS Filho C, Martino LS. O habitus na comunicação. São Paulo (SP): Paulus; 2003.
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