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MÓDULO: CONTROLE DA INCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA

SEMINÁRIO VII - CONTRIBUIÇÕES

QUESTÕES DE PLENÁRIO
SEMINÁRIO DE CASA

SEMINÁRIO VII – CONTRIBUIÇÕES


ALUNO: PEDRO PAULO LULA XAVIER GARCIA

Leitura básica
• CARVALHO, Paulo de Barros. Direito tributário: linguagem e método. 7 ed. São Paulo: Noeses, 2018.
Item 3.5 (A regra-matriz das contribuições) do Capítulo 3 da segunda parte.
• CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de direito tributário. 30 ed. São Paulo: Saraiva, 2019. Capítulo II,
item 9 (Contribuições sociais).

Leitura complementar
• BARRETO, Paulo Ayres. Contribuições – regime jurídico, destinação e controle. São Paulo: Noeses.
Capítulos III, IV, VI e VII, VIII e IX.
• GAMA, Tacio Lacerda. Contribuição de intervenção no domínio econômico. São Paulo: Quartier Latin.
Item 5 (5.1 a 5.5) do Capítulo IX.
• CASTELLANI, Fernando F. Contribuições especiais e sua destinação. São Paulo: Noeses. Capítulo IV.
• PAULA JUNIOR, Aldo de. O fundamento fático de validade das CIDES e o controle concentrado de sua
constitucionalidade. São Paulo: Noeses. Capítulo IV.
• TOMÉ, Fabiana Del Padre. Definição do conceito de “insumo” para a não-cumulatividade do PIS e da
COFINS. In: VIII CONGRESSO NACIONAL DE ESTUDOS TRIBUTÁRIOS DO IBET. São Paulo:
Noeses.
• MARTINS, Ives Gandra da Silva. Aspectos polêmicos de PIS-COFINS. São Paulo: Lex Magister.
• SEHN, Solon. PIS-COFINS, não- cumulatividade e regimes de incidência. São Paulo: Quartier Latin. Itens
3.1.1.1; 3.1.1.2; 3.1.1.2.2 e 3.1.2.4.

Questões
1. Definir o conceito de “contribuição”. Quais as espécies de contribuição existentes na CF/88?
A destinação do produto da arrecadação tributária é relevante para a classificação jurídica das
contribuições? Se os valores arrecadados a título de contribuição não forem aplicados na
destinação prescrita na lei, pode o contribuinte requerer restituição do tributo pago? Sob qual
fundamento? Justificar.
R. Contribuições são, nada além de espécies tributárias, que possuem o fito de prover os gastos da
máquina pública. As contribuições são encontradas no artigo 149 da Carta Magna, sendo elas:

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sociais, de domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas. Apesar
do art 4º do CTN, em seu inciso II, dizer ser irrelevante, a destinação do produto faz-se vital para a
classificação jurídica das contribuições, consoante artigos constitucionais 148, 149 e 195. No
tocante à restituição, a própria Constituição irá delimitar os casos em que tal fenômeno poderá
ocorrer ou não, consoante artigo 150 §7º.
2. Sobre a hipótese de incidência das contribuições, pergunta-se:
a) A União pode, na criação de contribuição com fundamento no art. 149 da CF, utilizar uma das
materialidades que lhe foram atribuídas constitucionalmente para a instituição de impostos?
R. A União poderá utilizar as materialidades, mediante o estrito cumprimento do que trata este mesmo
art. 149 CF.
b) A hipótese de incidência destas contribuições pode abranger fatos que, por ocasião da repartição
constitucional de competências para a instituição de impostos, foram atribuídos como
materialidades próprias dos Estados, Distrito Federal e Municípios?
R. Neste caso, a hipótese de incidência não poderá abranger tais fatos, tendo em vista que haveria um
trespasse de alguns princípios constitucionais.
3. Por força do que prescreve o art. 195, I, “a”, da Constituição da República, a legislação exige que o
empregador recolha contribuição sobre a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos
ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço. Neste contexto, pergunta-se:
a) O que é “salário”? E “rendimentos do trabalho”?
R. Salário é o valor acordado entre as partes, em que há uma contraprestação pecuniária em razão de
uma atividade desempenhada. Já os rendimentos correspondem à soma total dos valor auferidos
pelo trabalhador, seja por meio de salários ou insumos ou gorjetas, em função da atividade
desempenhada, seja em um emprego ou vários.
b) Levando em consideração a resposta, quais das parcelas abaixo estão ou não sujeitas à incidência
deste tributo, justifique: (i) os serviços extraordinários (horas extras); (ii) terço constitucional; (iii)
férias indenizadas; (iv) aviso-prévio indenizado; (v) adicional de insalubridade; (vi) adicional de
periculosidade; (vii) adicional noturno; (viii) auxílio-educação; (ix) auxílio-creche; (x) auxílio-
doença; (xi) salário-maternidade; (xii) prêmio assiduidade; (xiii) vale-transporte e (xiv) descanso
remunerado. (Vide anexo I).
R. 1 – Segundo o STF, tais serviços não incidiriam contribuição previdenciária; 2 – Consoante a
Tabela de Incidência de Contribuição da Receita Federal do Brasil, não incidirá tal tributo relativo
à férias indenizadas; 3 – Não incide com fito no art 28§9º da lei 8.212/91; 4 – Por ser indenizatório,
não incidirá; 5 – Consoante já referida Tabela, incidirá o tributo; 6 – Mesma situação do item
anterior; 7 - Mesma situação do item anterior; 8 – Não incidirá o tributo, tendo em vista que é um
auxilio que trará benefícios ao empregador; 9 – Consoante lei 8.212/91, não incidirá; 10 – Não
incide pois há contraprestação da parcela; 11 – A incidência nesse caso estará condicionada ao art
28§2º da já citada lei; 12 – De acordp com o artigo 28§9º da lei 8.212/91, não incidirá a
contribuição; O Supremo entende que por ter caráter indenizatório, não incidirá; 13 – Há
contribuição.
4. Com relação ao creditamento do PIS-COFINS, pergunta-se:
a) Estabeleça diferença entre o regime monofásico e não cumulativo.
R. O primeiro possui suas receitas elencadas em Lei e quem irá recolher o seu valor será o produtor. Já
o segundo, dirá respeito ao valor completo de receitaspor alíquotas que fora adotado no regime

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anterior.
b) Qual o alcance da não cumulatividade do PIS-COFINS prevista no art. 195, § 12, da CF/88?
R. No referido artigo não há vedação à não cumulatividade.
c) O que caracteriza “insumo” para fins da não cumulatividade do PIS e da COFINS? Valores
gastos com contratação de mão de obra terceirizada geram créditos de PIS/COFINS? (Vide anexos
II a VII).
R. O insumo para essa finalidade será tudo de essencial para a tividade econômica da empresa. Por
causa do serviço contratado para que uma pessoa jurídica preste serviço, a mão de obra trará direito
de crédito de PIS e COFINS.
d) A previsão do artigo 17 da Lei nº 11.033/04 é aplicada para todos contribuintes sujeitos à
tributação monofásica? Fundamente. (Vide anexo VIII)
R. Há sim aplicação para todos os contribuintes.
5. A Lei Federal n. 10.865/04 instituiu a Contribuição para os Programas de Integração Social e de
Formação do Patrimônio do Servidor Público incidente na importação de produtos estrangeiros ou
serviços (PIS/PASEP-Importação) e a Contribuição Social para o Financiamento da Seguridade
Social devida pelo importador de bens estrangeiros ou serviços do exterior (COFINS-Importação).
Analisando criticamente o art. 7º da referida lei, e os enunciados constitucionais que atribuem
competência para a União instituir contribuições, bem como o conceito de valor aduaneiro,
pergunta-se:
a) É possível identificar um conceito constitucional de valor aduaneiro? (Vide anexo IX).
R. Tal conceito é encontrado na lei 10.865/04.
b) O que compreende o valor aduaneiro para fins de quantificação do PIS-Importação e da
COFINS-Importação?
R. Para tal finalidade, valerá o que servir para discriminar a transação.
c) É possível sustentar a inconstitucionalidade da base de cálculo do PIS-Importação e da COFINS-
Importação constante da Lei Federal n. 10.865/04, ou a sua ilegalidade, tendo em vista o que dispõe
o art. 110 do CTN? (Vide anexos X e XI).
R. Sim, tendo em vista que o referido artigo traz que lei tributário não terá poder de alterar conteúdos
firmados pela Carta Magna.
6. Sobre as contribuições de intervenção no domínio econômico, pergunta-se:
a) Que se entende por intervenção no domínio econômico? As causas de intervenção estão restritas
aos arts. 170 a 181 da Constituição Federal?
R. Tal intervenção é uma forma de atuação da União na economia, de modo a regulamentar e fomentar
o crescimento econômico, podendo ser analisado o seu conceito nos arts 149 e 174 da CF.
b) O produto da arrecadação da CIDE deve ser legalmente destinado à intervenção no setor
econômico de que trata a contribuição (intervenção positiva), ou pode ser instituída com finalidade
de desestimular determinada atividade, ou seja, com caráter extrafiscal (intervenção negativa)?
R. A priori, deverá manter-se restrita a destinação do produto, porém há que se ponderar que dado o
seu caráter extrafiscal, poderá haver remanejamento.
c) A sua materialidade e o sujeito passivo devem estar relacionados com a destinação escolhida
pelo legislador como forma de intervenção no domínio econômico? (Vide anexo XII).
R. Sim. Consoante entendimento do STF, a conexão entre contribuinte e o benefício das receitas é

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total.
d) a remuneração por direitos autorais em operações com o exterior se classificam como royalties
para fins da incidência da Cide? (Vide Anexo XIII)
R. No entendimento do CARF, se classificariam sim, como royalties para incidência da CIDE, apesar
de não haver entendimento unânime no resto da jurisprudência.
7. Considerando que a LC 110 que instituiu a contribuição social geral de 10% sobre os saldos do
FGTS em caso de demissão sem justa causa prevê apenas a destinação dos recursos ao Fundo, sem
discriminação da respectiva finalidade, e que tal registro encontra-se na exposição de motivos e nos
debates legislativos, responda: i) qual o papel normativo da exposição de motivos e dos debates
legislativos sobre o texto legislado? ii) qual a invalidade da destinação neste caso?

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Anexo I
REsp n. 1.230.957/RS
DJ 18/03/2014

CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA A CARGO DA EMPRESA. REGIME GERAL DA


PREVIDÊNCIA SOCIAL. DISCUSSÃO A RESPEITO DA INCIDÊNCIA OU NÃO SOBRE AS
SEGUINTES VERBAS: TERÇO CONSTITUCIONAL DE FÉRIAS; SALÁRIO MATERNIDADE;
SALÁRIO PATERNIDADE; AVISO PRÉVIO INDENIZADO; IMPORTÂNCIA PAGA NOS
QUINZE DIAS QUE ANTECEDEM O AUXÍLIO-DOENÇA.
1.1 Prescrição. O Supremo Tribunal Federal ao apreciar o RE 566.621/RS, Tribunal Pleno, Rel.
Min. Ellen Gracie, DJe de 11.10.2011), no regime dos arts. 543-A e 543-B do CPC (repercussão
geral), pacificou entendimento no sentido de que, “reconhecida a inconstitucionalidade art. 4º, segunda
parte, da LC 118/05, considerando-se válida a aplicação do novo prazo de 5 anos tão-somente às ações
ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9 de junho de 2005”. No
âmbito desta Corte, a questão em comento foi apreciada no REsp 1.269.570/MG (1ª Seção, Rel. Min.
Mauro Campbell Marques, DJe de 4.6.2012), submetido ao regime do art. 543-C do CPC, ficando
consignado que, “para as ações ajuizadas a partir de 9.6.2005, aplica-se o art. 3º, da Lei Complementar
n. 118/2005, contando-se o prazo prescricional dos tributos sujeitos a lançamento por homologação
em cinco anos a partir do pagamento antecipado de que trata o art. 150, § 1º, do CTN”.
1.2 Terço constitucional de férias. No que se refere ao adicional de férias relativo às férias
indenizadas, a não incidência de contribuição previdenciária decorre de expressa previsão legal (art.
28, § 9º, “d”, da Lei 8.212/91 – redação dada pela Lei 9.528/97). Em relação ao adicional de férias
concernente às férias gozadas, tal importância possui natureza indenizatória/compensatória, e não
constitui ganho habitual do empregado, razão pela qual sobre ela não é possível a incidência de
contribuição previdenciária (a cargo da empresa). A Primeira Seção/STJ, no julgamento do AgRg nos
EREsp 957.719/SC (Rel. Min. Cesar Asfor Rocha, DJe de 16.11.2010), ratificando entendimento das
Turmas de Direito Público deste Tribunal, adotou a seguinte orientação: “Jurisprudência das Turmas
que compõem a Primeira Seção desta Corte consolidada no sentido de afastar a contribuição
previdenciária do terço de férias também de empregados celetistas contratados por empresas
privadas”.
1.3 Salário maternidade. O salário maternidade tem natureza salarial e a transferência do
encargo à Previdência Social (pela Lei 6.136/74) não tem o condão de mudar sua natureza. Nos termos
do art. 3º da Lei 8.212/91, “a Previdência Social tem por fim assegurar aos seus beneficiários meios
indispensáveis de manutenção, por motivo de incapacidade, idade avançada, tempo de serviço,
desemprego involuntário, encargos de família e reclusão ou morte daqueles de quem dependiam
economicamente”. O fato de não haver prestação de trabalho durante o período de afastamento da
segurada empregada, associado à circunstância de a maternidade ser amparada por um benefício
previdenciário, não autoriza conclusão no sentido de que o valor recebido tenha natureza indenizatória
ou compensatória, ou seja, em razão de uma contingência (maternidade), paga-se à segurada
empregada benefício previdenciário correspondente ao seu salário, possuindo a verba evidente
natureza salarial. Não é por outra razão que, atualmente, o art. 28, § 2º, da Lei 8.212/91 dispõe
expressamente que o salário maternidade é considerado salário de contribuição. Nesse contexto, a

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incidência de contribuição previdenciária sobre o salário maternidade, no Regime Geral da
Previdência Social, decorre de expressa previsão legal. Sem embargo das posições em sentido
contrário, não há indício de incompatibilidade entre a incidência da contribuição previdenciária sobre
o salário maternidade e a Constituição Federal. A Constituição Federal, em seus termos, assegura a
igualdade entre homens e mulheres em direitos e obrigações (art. 5º, I). O art. 7º, XX, da CF/88
assegura proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da
lei. No que se refere ao salário maternidade, por opção do legislador infraconstitucional, a
transferência do ônus referente ao pagamento dos salários, durante o período de afastamento, constitui
incentivo suficiente para assegurar a proteção ao mercado de trabalho da mulher. Não é dado ao Poder
Judiciário, a título de interpretação, atuar como legislador positivo, a fim estabelecer política protetiva
mais ampla e, desse modo, desincumbir o empregador do ônus referente à contribuição previdenciária
incidente sobre o salário maternidade, quando não foi esta a política legislativa.
A incidência de contribuição previdenciária sobre salário maternidade encontra sólido amparo
na jurisprudência deste Tribunal, sendo oportuna a citação dos seguintes precedentes: Resp
572.626/BA, 1ª Turma, Rel. Min. José Delgado, DJ de 20.9.2004; REsp 641.227/SC, 1ª Turma, Rel.
Min. Luiz Fux, DJ de 29.11.2004; REsp 803.708/CE, 2ª Turma, Rel. Min. Eliana Calmon, DJ de
2.10.2007; REsp 886.954/RS, 1ª Turma, Rel. Min. Denise Arruda, DJ de 29.6.2007; AgRg no Resp
901.398/SC, 2ª Turma, Rel. Min. Herman Benjamin, DJe de 19.12.2008; REsp 891.602/PR, 1ª Turma,
Rel. Min. Teori Albino Zavascki, DJe de 21.8.2008; AgRg no REsp 1.115.172/RS, 2ª Turma, Rel.
Min. Humberto Martins, DJe de 25.9.2009; AgRg no Ag 1.424.039/DF, 2ª Turma, Rel. Min. Castro
Meira, DJe de 21.10.2011; AgRg nos EDcl no Resp 1.040.653/SC, 1ª Turma, Rel. Min. Arnaldo
Esteves Lima, DJe de 15.9.2011; AgRg no REsp 1.107.898/PR, 1ª Turma, Rel. Min. Benedito
Gonçalves, DJe de 17.3.2010.
1.4 Salário paternidade. O salário paternidade refere-se ao valor recebido pelo empregado
durante os cinco dias de afastamento em razão do nascimento de filho (art. 7º, XIX, da CF/88, c/c o
art. 473, III, da CLT e o art. 10, § 1º, do ADCT).
Ao contrário do que ocorre com o salário maternidade, o salário paternidade constitui ônus da
empresa, ou seja, não se trata de benefício previdenciário. Desse modo, em se tratando de verba de
natureza salarial, é legítima a incidência de contribuição previdenciária sobre o salário paternidade.
Ressalte-se que “o salário-paternidade deve ser tributado, por se tratar de licença remunerada prevista
constitucionalmente, não se incluindo no rol dos benefícios previdenciários” (AgRg nos EDcl no REsp
1.098.218/SP, 2ª Turma, Rel. Min. Herman Benjamin, DJe de 9.11.2009).
2. Recurso especial da Fazenda Nacional.
2.1 Preliminar de ofensa ao art. 535 do CPC. Não havendo no acórdão recorrido omissão,
obscuridade ou contradição, não fica caracterizada ofensa ao art. 535 do CPC.
2.2 Aviso prévio indenizado. A despeito da atual moldura legislativa (Lei 9.528/97 e Decreto
6.727/2009), as importâncias pagas a título de indenização, que não correspondam a serviços prestados
nem a tempo à disposição do empregador, não ensejam a incidência de contribuição previdenciária. A
CLT estabelece que, em se tratando de contrato de trabalho por prazo indeterminado, a parte que, sem
justo motivo, quiser a sua rescisão, deverá comunicar a outra a sua intenção com a devida
antecedência. Não concedido o aviso prévio pelo empregador, nasce para o empregado o direito aos
salários correspondentes ao prazo do aviso, garantida sempre a integração desse período no seu tempo
de serviço (art. 487, § 1º, da CLT). Desse modo, o pagamento decorrente da falta de aviso prévio, isto
é, o aviso prévio indenizado, visa a reparar o dano causado ao trabalhador que não fora alertado sobre

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a futura rescisão contratual com a antecedência mínima estipulada na Constituição Federal (atualmente
regulamentada pela Lei 12.506/2011). Dessarte, não há como se conferir à referida verba o caráter
remuneratório pretendido pela Fazenda Nacional, por não retribuir o trabalho, mas sim reparar um
dano. Ressalte-se que, “se o aviso prévio é indenizado, no período que lhe corresponderia o
empregado não presta trabalho algum, nem fica à disposição do empregador. Assim, por ser ela
estranha à hipótese de incidência, é irrelevante a circunstância de não haver previsão legal de isenção
em relação a tal verba” (REsp 1.221.665/PR, 1ª Turma, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, DJe de
23.2.2011).
A corroborar a tese sobre a natureza indenizatória do aviso prévio indenizado, destacam-se, na
doutrina, as lições de Maurício Godinho Delgado e Amauri Mascaro Nascimento.
Precedentes: REsp 1.198.964/PR, 2ª Turma, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, DJe de
4.10.2010; REsp 1.213.133/SC, 2ª Turma, Rel. Min. Castro Meira, DJe de 1º.12.2010; AgRg no REsp
1.205.593/PR, 2ª Turma, Rel. Min. Herman Benjamin, DJe de 4.2.2011; AgRg no Resp 1.218.883/SC,
1ª Turma, Rel. Min. Benedito Gonçalves, DJe de 22.2.2011; AgRg no REsp 1.220.119/RS, 2ª Turma,
Rel. Min. Cesar Asfor Rocha, DJe de 29.11.2011.
2.3 Importância paga nos quinze dias que antecedem o auxílio-doença.
No que se refere ao segurado empregado, durante os primeiros quinze dias consecutivos ao do
afastamento da atividade por motivo de doença, incumbe ao empregador efetuar o pagamento do seu
salário integral (art. 60, § 3º, da Lei 8.213/91 com redação dada pela Lei 9.876/99). Não obstante nesse
período haja o pagamento efetuado pelo empregador, a importância paga não é destinada a retribuir o
trabalho, sobretudo porque no intervalo dos quinze dias consecutivos ocorre a interrupção do contrato
de trabalho, ou seja, nenhum serviço é prestado pelo empregado. Nesse contexto, a orientação das
Turmas que integram a Primeira Seção/STJ firmou-se no sentido de que sobre a importância paga pelo
empregador ao empregado durante os primeiros quinze dias de afastamento por motivo de doença não
incide a contribuição previdenciária, por não se enquadrar na hipótese de incidência da exação, que
exige verba de natureza remuneratória. Nesse sentido: AgRg no REsp 1.100.424/PR, 2ª Turma, Rel.
Min. Herman Benjamin, DJe 18.3.2010; AgRg no REsp 1074103/SP, 2ª Turma, Rel. Min. Castro
Meira, DJe 16.4.2009; AgRg no REsp 957.719/SC, 1ª Turma, Rel. Min. Luiz Fux, DJe 2.12.2009;
REsp 836.531/SC, 1ª Turma, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, DJ de 17.8.2006.
2.4 Terço constitucional de férias. O tema foi exaustivamente enfrentado no recurso especial da
empresa (contribuinte), levando em consideração os argumentos apresentados pela Fazenda Nacional
em todas as suas manifestações. Por tal razão, no ponto, fica prejudicado o recurso especial da
Fazenda Nacional.
3. Conclusão. Recurso especial parcialmente provido, apenas para afastar a incidência de
contribuição previdenciária sobre o adicional de férias (terço constitucional) concernente às férias
gozadas.
Recurso especial da Fazenda Nacional não provido.
Acórdão sujeito ao regime previsto no art. 543-C do CPC, c/c a Resolução 8/2008 –
Presidência/STJ.

Anexo II
ARE n. 790.928/PE - RG

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pessoas estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização.
DJ 04/09/2014

Princípio da não-cumulatividade. Art. 195, § 12, CF/88. PIS. COFINS. Artigo 3º, notadamente inciso
ii e §§ 1º e 2º, das leis n.s 10.833/2003, 10.637/2002. Artigo 31, § 3º, da lei n. 10.865/2004.
Relevância da matéria e transcendência de interesses. Repercussão geral reconhecida.

Anexo III
AgRg no REsp n. 1.238.358/RS
DJ 27/11/2014
PIS E COFINS. CREDITAMENTO. INSUMOS. ATIVIDADE FIM. MÃO DE OBRA PESSOA
FÍSICA. VEDAÇÃO.
1. Hipótese em que o Tribunal a quo consignou que os valores relativos à mão de obra empregada no
processo produtivo ou na prestação de serviços não se enquadram dentro da definição de insumos, o
que os impossibilitam de serem descontados da base de cálculo das contribuições PIS e Cofins.
2. “Para fins de creditamento de PIS e Cofins (art. 3º, II, da Leis 10.637/02 e 10.833/03), a ideia
de insumos, ainda que na sua acepção mais ampla, está relacionada com os elementos essenciais à
realização da atividade fim da empresa. Nesse sentido: AgRg no REsp 1.230.441/SC, Rel. Ministro
Napoleão Nunes Maia Filho, Primeira Turma, DJe 18.9.2013” (AgRg no REsp 1.244.507/SC, Rel.
Ministro Benedito Gonçalves, Primeira Turma, julgado em 21.11.2013, DJe 29.11.2013).
3. A mão de obra de pessoa física não gera direito a creditamento, ante a expressa vedação
contida no art. 3º, § 2º, inciso I, das Leis 10.637/2002 e 10.833/2003.
4. Agravo Regimental não provido.

Anexo IV
REsp n. 1.232.697/SC
DJ 14/11/2014

RECURSO ESPECIAL DA FAZENDA NACIONAL: PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. ART.


535, CPC. FUNDAMENTAÇÃO INSUFICIENTE. SÚMULA N. 284/STF. PIS E COFINS NÃO-
CUMULATIVOS. BENS INTEGRANTES DO ATIVO FIXO/IMOBILIZADO/PERMANENTE.
CREDITAMENTO PELOS ENCARGOS DE DEPRECIAÇÃO E AMORTIZAÇÃO. CORREÇÃO
MONETÁRIA NA FORMA DA SÚMULA N. 411/STJ, POR ANALOGIA.
1. Não merece conhecimento o recurso especial que aponta violação ao art. 535, do CPC, sem,
na própria peça, individualizar o erro, a obscuridade, a contradição ou a omissão ocorridas no acórdão
proferido pela Corte de Origem, bem como sua relevância para a solução da controvérsia apresentada
nos autos. Incidência da Súmula n. 284/STF: “É inadmissível o recurso extraordinário, quando a
deficiência na sua fundamentação não permitir a exata compreensão da controvérsia”.
2. Reconhecido o direito ao creditamento e a existência de dispositivos legais e normativos
ilegítimos que o impedem (no caso o art. 31, da Lei n. 10.865/2004 declarado inconstitucional pela
Corte de Origem), é de se reconhecer a correção monetária dos créditos escriturais de PIS e Cofins.
Declarada a inconstitucionalidade, tanto a lei como todos os normativos que dela derivaram e

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obstaram o aproveitamento dos créditos pleiteados pelos contribuintes (in casu, art. 6º, II, da IN SRF
n. 457/2004) são atos normativos estatais inconstitucionais, “ilegítimos”, portanto. Incidência, por
analogia, do recurso representativo da controvérsia REsp n. 1.035.847 – RS, Primeira Seção, Rel. Min.
Luiz Fux, julgado em 24.6.2009, e do enunciado n. 411, da Súmula do STJ: “É devida a correção
monetária ao creditamento do IPI quando há oposição ao seu aproveitamento decorrente de
resistência ilegítima do Fisco”.
3. No presente caso, o não reconhecimento da correção monetária implicaria juízo implícito a
respeito da constitucionalidade do art. 31, da Lei n. 10.865/2004 (já afastada pela Corte de Origem) e
dos normativos que o seguiram, o que não pode ser realizado em sede de recurso especial sob pena de
invasão da competência reservada ao Supremo Tribunal Federal.
4. Presente recurso extraordinário da Fazenda Nacional nos autos, acaso julgada a
constitucionalidade do art. 31, da Lei n. 10.865/2004 no RE, automaticamente não haverá que se falar
em correção monetária, pois sequer haverá creditamento, daí não haver prejuízo da coerência da
prestação jurisdicional no julgamento do presente recurso especial.
5. Com as vênias de praxe, DIVIRJO DO RELATOR para conhecer parcialmente e, nessa parte,
negar provimento ao recurso especial da FAZENDA NACIONAL, para manter o reconhecimento da
incidência da correção monetária, nos moldes decididos pela Corte de Origem.

RECURSO ESPECIAL DOS CONTRIBUINTES: PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. PIS E


COFINS NÃO-CUMULATIVOS. BENS INTEGRANTES DO ATIVO
FIXO/IMOBILIZADO/PERMANENTE NA DATA DA ENTRADA EM VIGOR DOS REGIMES
DE NÃO CUMULATIVIDADE. POSSIBILIDADE DE CREDITAMENTO PELOS ENCARGOS
DE DEPRECIAÇÃO E AMORTIZAÇÃO APURADOS JÁ NA VIGÊNCIA DO REGIME. ARTS.
3º, §1º, III e §3º, III, DA LEI N. 10.637/2002 E DA LEI N. 10.833/2003.
1. O fato gerador dos créditos escriturais de PIS e de Cofins previstos nos arts. 3º, VI, da Lei n.
10.637/2002 e da Lei n. 10.833/2003 ocorre no momento (“no mês”) em que são apurados os encargos
de depreciação e amortização, na forma do art. 3º, §1º, III e §3º, III das mesmas leis, indiferente a data
de aquisição dos bens. Isto é: “A apuração dos créditos decorrentes dos encargos de depreciação e de
amortização dos bens mencionados nos incisos VI e VII do art. 3º da Lei n. 10.637, de 2002, alcança
os encargos incorridos em cada mês, independentemente da data de aquisição desses bens” (Ato
Declaratório Interpretativo SRF n. 2 de 14 de março de 2003).
2. Desse modo, sem adentrar à análise do art. 31, da Lei n. 10.865/2004, os bens existentes em
1º de dezembro de 2002 no ativo permanente das empresas estão aptos a gerar o creditamento pelos
encargos de depreciação e amortização para a contribuição ao PIS/Pasep e os bens existentes em 1º de
fevereiro de 2004 no ativo permanente das empresas estão aptos a gerar o creditamento pelos encargos
de depreciação e amortização para a COFINS. Precedente: REsp n. 1.256.134 – SC, Segunda Turma,
Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 10.04.2012.
3. Com as vênias de praxe, DIVIRJO DO RELATOR para dar provimento ao recurso especial
dos contribuintes.

Anexo VI
CARF - Acórdão n. 3802003.849
Julgamento: 15/10/2014

O conteúdo desse material é de propriedade intelectual do ©IBET: é proibida sua utilização, manipulação ou reprodução, por
pessoas estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização.
COFINS. REGIME NÃO-CUMULATIVO. INSUMOS. UTILIZAÇÃO DE BENS E SERVIÇOS.
CREDITAMENTO. AMPLITUDE DO DIREITO. No regime de incidência não-cumulativa do
PIS/Pasep e da COFINS, as Leis 10.637/02 e 10.833/03 (art. 3º, inciso II) possibilitam o creditamento
tributário pela utilização de bens e serviços como insumos na produção ou fabricação de bens ou
produtos destinados à venda, ou ainda na prestação de serviços, com algumas ressalvas legais. Diante
do modelo prescrito pelas retrocitadas leis – dadas as limitações impostas ao creditamento pelo texto
normativo – vê-se que o legislador optou por um regime de não-cumulatividade parcial, onde o termo
“insumo”, como é e sempre foi historicamente empregado, nunca se apresentou de forma isolada, mas
sempre associado à prestação de serviços ou como fator de produção na elaboração de produtos
destinados à venda, e, neste caso, portanto, vinculado ao processo de industrialização. COFINS.
REGIME DA NÃO-CUMULATIVIDADE. CREDITAMENTO DECORRENTE DE CUSTOS E
DESPESAS COM INSUMOS. NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO DA APLICAÇÃO DOS
INSUMOS NO PROCESSO PRODUTIVO OU NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. O creditamento
objeto do regime da não-cumulatividade do PIS/Pasep e da COFINS, além da necessária observação
das exigências legais, requer a perfeita comprovação, por documentação idônea, dos custos e despesas
decorrentes da aquisição de bens e serviços empregados como insumos na atividade da pessoa
jurídica. REGIME DA NÃO-CUMULATIVIDADE. CRÉDITOS. NÃO-COMPROVAÇÃO. GLOSA.
A não-comprovação dos créditos, referentes à não-cumulatividade, indicados no Dacon, implica sua
glosa por parte da fiscalização. ÁLCOOL PARA OUTROS FINS. CRÉDITOS.
APROVEITAMENTO. RATEIO. As receitas relativas a vendas de álcool para outros fins que não o
carburante são tributadas pelas contribuições sociais no regime de incidência não-cumulativa, devendo
o respectivo crédito, em relação aos insumos utilizados na produção de álcool, ser apurado
proporcionalmente à receita total do produto. NULIDADE DA DECISÃO DE 1ª INSTÂNCIA.
INEXISTÊNCIA. O julgador não está obrigado a rebater todos os argumentos trazidos no recurso,
nem a esmiuçar exaustivamente seu raciocínio, bastando apenas decidir fundamentadamente,
entendimento já pacificado em nossos tribunais superiores. Hipótese em que o acórdão recorrido
apreciou de forma suficiente os argumentos da impugnação, ausente vício de motivação ou omissão
quanto à matéria suscitada pelo contribuinte, não há que se falar em nulidade do acórdão recorrido.
DESPACHO DECISÓRIO. INSUBSISTÊNCIA. MOTIVAÇÃO. INOCORRÊNCIA. É incabível a
arguição de nulidade do despacho decisório, cujos procedimentos relacionados à decisão
administrativa estejam revestidos de suas formalidades essenciais, em estrita observância aos ditames
legais, assim como verificado que o sujeito passivo obteve plena ciência de seus termos e assegurado o
exercício da faculdade de interposição da respectiva manifestação de inconformidade. Recurso
Voluntário Provido em Parte Direito Creditório Reconhecido em Parte.

Anexo VII
CARF - Acórdão n. 3302002.674
Julgamento: 19/08/2014

COFINS NÃO CUMULATIVO. CONCEITO DE INSUMOS. APLICAÇÃO CASO A CASO. Não se


aplica, para apuração do insumo de PIS não cumulativo previsto no inciso II, artigo 3 º, Lei n.
10.637/02, o critério estabelecido para insumos do sistema não cumulativo de IPI/ICMS, uma vez que
não importa, no caso das contribuições, se o insumo consumido obteve ou não algum contato com o
produto final comercializado. Da mesma forma não interessa em que momento do processo de

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pessoas estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização.
produção o insumo foi utilizado. Por outro giro, também não se aplica o conceito específico de
imposto de renda que define custo e despesas necessárias. O conceito de insumo para o sistema não
cumulativo do PIS é próprio, sendo que deve ser considerado insumo aquele que for UTILIZADO
direta ou indiretamente pelo contribuinte na produção/fabricação de produtos/serviços; for
INDISPENSÁVEL para a formação do produto/serviço final e for RELACIONADO ao objeto social
do contribuinte. Em virtude destas especificidades, os insumos devem ser analisados caso a caso.
CRÉDITOS DA NÃO-CUMULATIVIDADE DA COFINS. IMPOSSIBILIDADE. SERVIÇOS DE
FUMIGAÇÃO. DESPESAS INCORRIDAS APÓS O PROCESSO PRODUTIVO. FALTA DE
PREVISÃO LEGAL. Os serviços de capatazia e os serviços de fumigação são despesas operacionais
incorridas quando da exportação dos produtos fabricados pela recorrente, não se tratando de despesas
de armazenagem, nem se amoldando ao conceito de insumo, respectivamente. A inexistência de
previsão legal contida no artigo 3º da Lei n. 10.833, de 2003 para as referidas despesas impedem o
correspondente creditamento de Cofins. NÃO-CUMULATIVIDADE. CRÉDITOS.
APROVEITAMENTO. ÉPOCA. Os legítimos créditos de Cofins de um determinado mês podem ser
utilizados em meses subsequentes, inclusive quando apurado extemporaneamente, sem necessidade,
neste caso, de alterar o valor a recolher apurado à época do lançamento feito pelo contribuinte.
Recurso Voluntário Provido em Parte. Direito Creditório Reconhecido em Parte.

Anexo VIII
AgRg no REsp 1.051.634/CE

PROCESSUAL. CIVIL. TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. PIS E


COFINS. TRIBUTAÇÃO PELO SISTEMA MONOFÁSICO. APROVEITAMENTO DE CRÉDITOS.
POSSIBILIDADE. BENEFÍCIO FISCAL CONCEDIDO PELA LEI N. 11.033/04, QUE INSTITUIU O
REGIME DO REPORTO. EXTENSÃO ÀS EMPRESAS NÃO VINCULADAS A ESSE REGIME.
CABIMENTO.

I - O sistema monofásico constitui técnica de incidência única da tributação, com alíquota mais gravosa,
desonerando-se as demais fases da cadeia produtiva. Na monofasia, o contribuinte é único e o tributo recolhido,
ainda que as operações subsequentes não se consumem, não será devolvido. II - O benefício fiscal consistente em
permitir a manutenção de créditos de PIS e COFINS, ainda que as vendas e revendas realizadas pela empresa não
tenham sido oneradas pela incidência dessas contribuições no sistema monofásico, é extensível às pessoas
jurídicas não vinculadas ao REPORTO, regime tributário diferenciado para incentivar a modernização e
ampliação da estrutura portuária nacional, por expressa determinação legal (art. 17 da Lei n. 11.033/04).

III - O fato de os demais elos da cadeia produtiva estarem desobrigados do recolhimento, à exceção do produtor
ou importador responsáveis pelo recolhimento do tributo a uma alíquota maior, não é óbice para que os
contribuintes mantenham os créditos de todas as aquisições por eles efetuadas.

IV - Agravo Regimental provido.

(AgRg no REsp 1051634/CE, Rel. Ministro SÉRGIO KUKINA, Rel. p/ Acórdão Ministra REGINA HELENA
COSTA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 28/03/2017, DJe 27/04/2017)

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pessoas estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização.
Anexo IX
AgRg no Ag n. 1.233.634/PE
DJ 13/10/2011

PIS E COFINS. IMPORTAÇÃO. DEFINIÇÃO DE VALOR ADUANEIRO. OFENSA AO ART. 535,


II, DO CPC. NÃO OCORRÊNCIA. AFRONTA AOS ARTS. 77 DO DECRETO 4.543/03 E 110 DO
CTN. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. SÚMULA 211/STJ. ACÓRDÃO RECORRIDO
APOIADO EM MATÉRIA DE CUNHO EMINENTEMENTE CONSTITUCIONAL. RECURSO
ESPECIAL. NÃO CABIMENTO. AGRAVO NÃO PROVIDO.
1. Não caracteriza ofensa ao art. 535, II, do CPC quando o Tribunal de origem pronuncia-se de
forma clara e suficiente sobre a questão posta nos autos, assentando-se em fundamentos suficientes
para embasar a decisão, não estando, desta forma, o magistrado obrigado a rebater, um a um, os
dispositivos legais trazidos pela parte.
2. “Inadmissível recurso especial quanto à questão que, a despeito da oposição de embargos
declaratórios, não foi apreciada pelo Tribunal a quo” (Súmula 211/STJ).
3. “A discussão quanto à validade do art. 7º da Lei 10.865/2004, que teria ampliado o conceito
de “valor aduaneiro” utilizado no art. 149, § 2º, III, da Constituição da República, é matéria
constitucional, pelo que não pode ser analisada em Recurso Especial” (RESP 1.055.427/RJ, Rel. Min.
Herman Benjamin, Segunda Turma, DJe 19/12/08).
4. Agravo regimental não provido.

Anexo X
RE n. 559.607/SC - RG
DJ 22/02/2008

REPERCUSSÃO GERAL – CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS E COFINS – IMPORTAÇÃO –


DESEMBARAÇO ADUANEIRO – BASE DE INCIDÊNCIA. Surge a repercussão geral da matéria
versada no extraordinário no que o acórdão impugnado implicou a declaração de inconstitucionalidade
da expressão “acrescido do valor do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e
sobre Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação – ICMS
incidente no desembaraço aduaneiro e do valor das próprias contribuições”, contida no inciso I do
artigo 7º da Lei n. 10.865/2004, considerada a letra “a” do inciso III do § 2º do artigo 149 da
Constituição Federal. REPERCUSSÃO GERAL – CONSEQUÊNCIAS – MATÉRIA DA
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL. Uma vez assentando o Supremo, em certo processo, a
repercussão geral do tema veiculado, impõe-se a devolução à origem de todos os demais que hajam
sido interpostos na vigência do sistema, comunicando-se a decisão aos Presidentes do Superior
Tribunal de Justiça, dos Tribunais Regionais Federais e da Turma Nacional de Uniformização da
Jurisprudência dos Juizados Especiais Federais, bem como aos Coordenadores das Turmas Recursais,
para que suspendam o envio, à Corte, dos recursos que tratem da questão, sobrestando-os.

Anexo XI
RE n. 559.937/RS

O conteúdo desse material é de propriedade intelectual do ©IBET: é proibida sua utilização, manipulação ou reprodução, por
pessoas estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização.
DJ 17/10/2013

PIS/COFINS. IMPORTAÇÃO. LEI N. 10.865/04. VEDAÇÃO DE BIS IN IDEM. NÃO


OCORRÊNCIA. Suporte direto da contribuição do importador (arts. 149, II, e 195, IV, da CF e art.
149, § 2º, III, da CF, acrescido pela EC 33/01). Alíquota específica ou ad valorem. Valor aduaneiro
acrescido do valor do ICMS e das próprias contribuições. Inconstitucionalidade. Isonomia. Ausência
de afronta. 1. Afastada a alegação de violação da vedação ao bis in idem, com invocação do art. 195, §
4º, da CF. Não há que se falar sobre invalidade da instituição originária e simultânea de contribuições
idênticas com fundamento no inciso IV do art. 195, com alíquotas apartadas para fins exclusivos de
destinação. 2. Contribuições cuja instituição foi previamente prevista e autorizada, de modo expresso,
em um dos incisos do art. 195 da Constituição validamente instituídas por lei ordinária. Precedentes. 3.
Inaplicável ao caso o art. 195, § 4º, da Constituição. Não há que se dizer que devessem as
contribuições em questão ser necessariamente não-cumulativas. O fato de não se admitir o crédito
senão para as empresas sujeitas à apuração do PIS e da COFINS pelo regime não-cumulativo não
chega a implicar ofensa à isonomia, de modo a fulminar todo o tributo. A sujeição ao regime do lucro
presumido, que implica submissão ao regime cumulativo, é opcional, de modo que não se vislumbra,
igualmente, violação do art. 150, II, da CF. 4 Ao dizer que a contribuição ao PIS/PASEP- Importação
e a COFINS-Importação poderão ter alíquotas ad valorem e base de cálculo o valor aduaneiro, o
constituinte derivado circunscreveu a tal base a respectiva competência. 5. A referência ao valor
aduaneiro no art. 149, § 2º, III, a, da CF implicou utilização de expressão com sentido técnico
inequívoco, porquanto já era utilizada pela legislação tributária para indicar a base de cálculo do
Imposto sobre a Importação. 6. A Lei 10.865/04, ao instituir o PIS/PASEP -Importação e a COFINS
-Importação, não alargou propriamente o conceito de valor aduaneiro, de modo que passasse a
abranger, para fins de apuração de tais contribuições, outras grandezas nele não contidas. O que fez foi
desconsiderar a imposição constitucional de que as contribuições sociais sobre a importação que
tenham alíquota ad valorem sejam calculadas com base no valor aduaneiro, extrapolando a norma do
art. 149, § 2º, III, a, da Constituição Federal. 7. Não há como equiparar, de modo absoluto, a tributação
da importação com a tributação das operações internas. O PIS/PASEP – Importação e a COFINS
-Importação incidem sobre operação na qual o contribuinte efetuou despesas com a aquisição do
produto importado, enquanto a PIS e a COFINS internas incidem sobre o faturamento ou a receita,
conforme o regime. São tributos distintos. 8. O gravame das operações de importação se dá não como
concretização do princípio da isonomia, mas como medida de política tributária tendente a evitar que a
entrada de produtos desonerados tenha efeitos predatórios relativamente às empresas sediadas no País,
visando, assim, ao equilíbrio da balança comercial. 9. Inconstitucionalidade da seguinte parte do art.
7º, inciso I, da Lei 10.865/04: “acrescido do valor do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação
de Mercadorias e sobre Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de
Comunicação – ICMS incidente no desembaraço aduaneiro e do valor das próprias contribuições, por
violação do art. 149, § 2º, III, a, da CF, acrescido pela EC 33/01. 10. Recurso extraordinário a que se
nega provimento.

Anexo XII
RE n. 632.832 AgRg/RS
DJ 29/08/2014

CONTRIBUIÇÃO DE INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO. LEI N. 10.168/2000.

O conteúdo desse material é de propriedade intelectual do ©IBET: é proibida sua utilização, manipulação ou reprodução, por
pessoas estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização.
DESNECESSIDADE DE VINCULAÇÃO DIRETA ENTRE O CONTRIBUINTE E O BENEFÍCIO
PROPORCIONADO PELAS RECEITAS ARRECADADAS. A jurisprudência deste Supremo
Tribunal Federal consolidou-se no sentido de que a Lei n. 10.168/2000 instituiu contribuição de
intervenção no domínio econômico (CIDE). Afigura-se, pois, desnecessária a edição de lei
complementar para sua criação, assim como é prescindível, nos termos da jurisprudência desta Excelsa
Corte, a existência de vinculação direta entre o contribuinte e o benefício proporcionado pelas receitas
tributárias arrecadadas. Agravo regimental conhecido e não provido.

Anexo XIII
CARF - Acórdão n° 9303-005.293 

Sessão de julgamento: 22/06/2017


Ementa 
Assunto: Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico - CIDE
Período de apuração: 01/01/2007 a 31/12/2008

CIDE. REMESSAS AO EXTERIOR. ROYALTIES. INCIDÊNCIA. POSSIBILIDADE.


A partir de 1/1/2002, a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE) incide
também sobre o valor de royalties, a qualquer título, que a pessoa jurídica pagar, creditar,
entregar, empregar ou remeter a residente ou domiciliado no exterior, inclusive os royalties
decorrentes de licença e direito de uso na exploração e transmissão de filmes, programas e
eventos em televisão por assinatura.
FATO GERADOR. DEFINIÇÃO POR DECRETO. IMPOSSIBILIDADE.
Dispõe o artigo 97 do Código Tributário Nacional- CTN, que somente a lei pode definir o fato
gerador da obrigação tributária principal. O Decreto tem que ser aplicado em harmonia com a
lei, por uma questão hierárquica. Qualquer natureza, prevista em lei, induz o entendimento de
uma listagem não taxativa, por se tratar de uma norma secundária, não se pode inovar, mas
apenas dar cumprimento a lei.

CIDE X CONDECINE. A CIDE ora exigida é muito mais específica do que a CONDECINE.
Enquanto aquela contribuição somente incide sobre os royalites remetidos ao exterior em
decorrência da comercialização dos direitos autorais relativos às obras intelectuais e criativas,
já CONDECINE, por sua vez, incide sobre os pagamentos devidos em razão da aquisição ou
importação de tais obras, a preço fixo, ou seja, possui um âmbito de incidência muito mais
amplo e genérico do que a CIDE-royalties.
INCLUSÃO DO IRRF NA BASE DE CÁLCULO DA CIDE. POSSIBILIDADE. Sujeita-se,
subsidiariamente e no que couber, às disposições da legislação do imposto de renda, a qual
que conceitua o IRRF como integrante da importância paga, creditada, empregada, remetida
ou entregue, razão pela qual, na apuração da CIDE deve-se considerar o IRRF como
integrante da importância paga, creditada, empregada, remetida ou entregue.

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pessoas estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização.
INCIDÊNCIA DE JUROS DE MORA SOBRE MULTA DE OFÍCIO. POSSIBILIDADE.
O crédito tributário, quer se refira a tributo quer seja relativo à penalidade pecuniária, não
pago no respectivo vencimento, está sujeito à incidência de juros de mora, calculado à taxa
Selic até o mês anterior ao pagamento, e de um por cento no mês de pagamento.

Decisão 
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso
Especial e, no mérito, por maioria de votos, em negar-lhe provimento, vencidas as
Conselheiras Vanessa Marini Cecconello (Relatora), Tatiana Midori Migiyama e Érika Costa
Camargos Autran, que lhe deram provimento. Designado para redigir o voto vencedor o
Conselheiro Demes Brito. (assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em exercício. (assinado digitalmente)
Vanessa Marini Cecconello – Relatora (assinado digitalmente)
Demes Brito - Redator designado

Participaram do presente julgamento os Conselheiros Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori
Migiyama, Charles Mayer de Castro Souza (Suplente Convocado), Demes Brito, Luiz Augusto do
Couto Chagas (Suplente Convocado), Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello e
Rodrigo da Costa Pôssas.

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pessoas estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização.

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