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João Camarero
Certa vez, em uma conversa com o grande violonista, compositor e produtor João de Aquino, ele soltou a seguinte frase, que
JOÃO CAMARERO
nunca VÍDEOS
mais me saiu LOJA “O Brasil
da cabeça: REPERTÓRIO VENTO
é como uma BRANDO
árvore CRÉDITOS
gigante;
se você chacoalhar,
não para de cair violonista bom”. Nesta
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sorte de in ndáveis “espécies”, o que dizer desse solo fértil que já nos deu Garoto, Baden, Dino, Meira, Raphael, Di- lermando,
Pernambuco, Guinga, Turíbio, Rosinha e João Gilberto?
Provando mais uma vez de seu poder de renovação inesgotável, aquela mesma árvore nos brindou, de uns anos para cá, com
outro fenômeno: João Camarero, que desde seu primeiro disco já não era uma promessa, mas uma bem-vinda e con rmada
realidade.
Neste seu segundo álbum, Camarero des- ponta novamente irretocável. Basicamente, por combinar duas valências cruciais. A
primeira delas vem para mostrar o intérprete de imensa personalidade que é João Camarero. E ele o faz diante de um repertório
nada fácil de encarar, em composições dos gigantes Radamés Gnattali (“Tocata em Ritmo de Samba” e “Choro”) e Aníbal Augusto
Sardinha, o Garoto (“Inspiração” e “Enigma”), de Barrios (“Valsa no3”), de Canhoto da Paraíba (“Quadradinho”),de Raphael Rabello e
Paulo César Pinheiro (“Camará”) e de João Lyra, que engrandece o disco com participação na sua “Makarasu”. É de impressionar a
propriedade com que o violonista interpreta esses temas.
A segunda virtude de Camarero é a de não se furtar em apresentar suas composições. E elas são ótimas; sejam criadas
individualmente, como “O Maestro na farra”, ou sejam elas em parceria, como “Paulistano”, feita com Rafael Mallmith, e “Vento
Brando”, com o excepcional Cristovão Bastos.
Desde Raphael Rabello (no sete cordas) e Marcus Tardelli (no seis), não havia aparecido ninguém que tocasse combinando tanta
pressão e limpidez em absolutamente todas as notas, em todas as frases, em todas as levadas.
É como se os grandes mestres do passado tivessem desbravado e aberto clarões em um canavial musical desconhecido. De
nada adiantaria um violonista de hoje apenas retrilhar os passos de seus antecessores e car perdido, sem saber para onde ir
neste “canavial descampado”. João Camarero já encontrou o seu caminho.
Lucas Nobile
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Vídeos
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Vento Brando
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Repertório
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Vento Brando
João Camarero me ligou: -Preciso falar contigo, coisa séria. -Ok, quando quiser. -Vamos almoçar amanhã? Há uns anos o
pessoal do violão me “alertava”: -Já viu esse garoto de Avaré? -Já ouviu o Camareiro? (sim, soava como se tivesse um i) -Tem um
cara aí que toca muito, precisa conhecer! Um amigo, famoso chato, que não gosta de nada nem de ninguém, me dizia o mesmo.
Outro, mais chato ainda, se impressionou com a destreza e a beleza do som. -Cara, vou gravar um novo disco. -Faz muito bem, o
primeiro é espetacular. -Mas eu quero que você produza esse! Um grande amigo me disse de um seu aluno: -Precisa conhecer, o
cara é incrível! -Está tendo aula por quê? -Ele não está satisfeito com a técnica dele, quer dar uma limpada, uma aprimorada. -
Deve ser maluco.
-Você tá maluco? Meu negócio é clássico estrito, vou te atrapalhar mais que ajudar! -Mas eu quero isso, um olhar mais clássico,
mesmo! -E se eu te engessar? Nesse aspecto, tolice minha; João é “inengessável”!
Aí conheci. Levaram o tal fenômeno na minha casa, e o mínimo que posso dizer é que ninguém havia mentido. O cara era bom.
MUITO bom. Espantosamente bom!
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-Tá bom, produzo, mas meu negócio é partitura! -Não, nada disso, vai botar o ouvido para funcionar.
Da visita vieram outras, de outras vieram almoços, jantares, cafés, charutos, rodas, shows, recitais… E o cara sempre me
impressionando, nunca estava satisfeito, uma busca não pela perfeição formal, habitualmente uma coisa chata: mas a busca por
um ideal sonoro, de car horas com a música já dominada buscando um fraseado, limpar uma passagem de trecho com
imperfeições que só ele ouvia, uma procura incessante e quase insana.
Acabei não atrapalhando. No estúdio, a presença de seu amigo e parceiro João Lyra era assustadora: o homem entendia TUDO
de gravação. Na passagem de som uma coisa solta, relaxada; acendia a luz de alerta e o homem tocava lindamente,
praticamente tudo de primeira. O outro convidado, Lucas Arantes, veio de São Paulo para essa gravação. Chegou, abriu o estojo,
tirou o cavaco, a nou, fez UM take, perfeito, e foi embora. Nas carrapetas, Gil Costa, um virtuose. Assim nem eu conseguiria
atrapalhar!
E o disco cou pronto. Muito orgulho ao ouvi- lo, mas orgulho sem vaidade: não z nada, minha interferência foi mínima. Mas
orgu- lho de ter testemunhado um trabalho sério, honesto, dedicado, de amor e principalmente de respeito à música. De ter meu
nome associado a um CD maravilhoso, de um virtuose, de um violonista excepcional, um músico de exceção, mas especialmente
um amigo querido, um cara do bem. Cracaço!
Ricardo Dias
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